NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRA 3NIDIQ3W JO AÜViUn IVNOIÍVN 3NIDIQ3W JO AÜVaílT IVNOIÍVN 3NIDIQ3W JO A NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL L1BR/ 3NIDI03W JO Aavagn IVNOIÍVN M LIBRARY OF MEDICINE " NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBR O. 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D1I0MI0 MEDICO ^_ 7U OU G-TJIJ^ PRATICA DB MEDICINA HOHIEOPATHICA DE CIRURGIA E PARTOS I 9923 "K^-nis çj I ou GKCTI.A. pratica Dl MEDICINA H0M(E0PATHICA DE CIRURGIA E PARTOS CONTEJTDO A synonimia, descripção dos symptomas e tratamentos dieteticos, médicos e cirúrgicos de todas as moléstias conhecidas até hoje ; tirados dos principaes autores de reputação na sciencia, e Usados pelo autor durante mais de 27 annos em sua clinica 3^ oao fnmmto tim TOMO PRIMEIRO A—H -g»^«o RIO DE JANEIRO Em casa do§ Editores-proprietarioa EJ0UAHDO & HENRIQUE LAEMMEBT 66, Rua do Ouvidor, 66 1874 51 /pi>iex WB ~^>3y^ci v. í AO LEITOR Escrevendo um Diccionario Medico cujo trata- mento é* homoeopathico, julgamos, como seu indis- pensável complemento, ajuntar-lhe o regimen die- tetico das diversas moléstias de que tratámos no corpo da obra, os tratamentos cirúrgicos naquellas que os reclamão — totis viribus. Dè algumas moléstias pouco conhecidas, como sejão o Beriberi, o Ainhoum e outras, cuja classi- ficação ainda estava por fazer, entendemos dar circumstanciada noticia fazendo-as seguir da des- cripção e tratamentos mais aproveitáveis, usados pelo autor nos casos encontrados em sua pratica. Fomos outrosim forçados a nos afastar do pro- gramma que tinhamos assentado seguir tornando a obra somente pratica, pela publicação recente- mente feita de um Diccionario de Medicina Popular, em que o seu autor entendeu dar da Homoeopathia uma idéa inteiramente falsa, continuando dest'arte o intuito de robustecer a crença que contra ella VI têm querido firmar mal intencionados inimigos: ou melhor — a ignorância, filha do nenhum estudo desta parte da arte de curar. A Homoeopathia existe desde que se tratou da necessidade de corrigir os effeitos perniciosos das diversas causas morbificas. Ella é portanto tão velha como a Medicina. Para comprovar esta asser- ção entremos já em matéria. INTRODUCÇÃO O QUE É A. HOMCEOPATHIA? Em uma obra somente pratica parece fora de propósito discutir o systema de onde se foi beber a therapeutica aconselhada para cada caso em particular e o modus faciendi das bases sobre que elle assenta ; convém, porém, para perfeita elucidação da escolha das substancias a empregar, que o pratico conheça o fundo de verdade da medicação de que vai fazer uso, e esteja preca- vido contra as exagerações dos irreconciliaveis inimigos desta parte da medicina. A homoeopathia, dizem elles, é uma burla,,por- que não só as doses infinitesimaes são impotentes para debellar o principio morbifico, como porque a lei dos semelhantes não é lei que regule no emprego da therapeutica. Tomando ao sério a duvida da acçâo sobre o organismo vivo das doses exiguas, depois da vm descoberta de Ozanam e outros, comecemos per- guntando : Quanto regula a pesada do principio morbifico, agente das epidemias em geral, dos virus, dos miasmas e do fluido electrico ? Não estão todos accordes com Poudra, que a força medicatriz da matéria ê uma, única e indi- visível, como o é a força de cohesão que retém entre si aggregadas as moléculas que constituem os corpos, e ainda os átomos que constituem as próprias moléculas ? Como admittir, pois, que esta força deixe de existir nas subdivisões infinitesimaes, somente porque as substancias assim subdivididas são usadas de preferencia nos tratamentos homoso- pathicos ? To be or not to be, that is the question. Se é verdade, como ninguém contesta, que a electricidade latente nos corpos só reside no estado atomistico: se é ella, como diz o autor citado, que dá a força medicatriz á matéria, o que tam- bém é incontroverso: se esta electricidade só ê desenvolvida por effeito da trituração e vascolejaçiio, a manipulação ou o processo pelo qual estes dous meios de acção forem mais perfeitos e praticados com energia ao ponto de fazerem desenvolver a electricidade em toda a sua plenitude, deve, por força de obediência ás leis imprescindíveis da physica, dar maior realce á acção medicatriz que é sua succedanea. Vavasseur diz, que a trituração e a vascolejação IX dão sabor e cheiro a substancias que antes de serem submettidas a estes processos não gozavão destas propriedades da matéria. Por que ? Porque a força electrica latente nos corpos, e residente no estado atomistico, sendo o supremo regulador das propriedades de que elles são do- tados, carece para desenvolver-se, presidir e activar essas propriedades que por sua vez vá ser bus- cada na sede de sua residência. Logo, os corpos que forem por manipulação perfeita, levados ao estado atomistico, estado onde reside a electricidade latente, hão de ter maior força de acção do que aquelles que não soffrerem estes processos no sentido de sua maior perfecti- bilidade. Qual é o systema medico onde as preparações therapeuticas attingem ao gráo de perfectibilidade no sentido da manipulação, dando como effeito ri- goroso serem os corpos reduzidos ao estado ato- mistico, residência da electricidade latente?—O ho- mceopathico. Trousseau e Pidoux dizem: dynamisar ê destruir a força de cohesão que retêm as moléculas aggregadas e lhes dar uma mobilidade tal que as torne fácil e completamente solúveis. Por que ? É outro ponto da questão. A Chimica Medica diz : corpora non agunt, nisi soluta. Ora, se corpora non agunt, nisi soluta, as X preparações homoeopathicas, além de deverem gozar de acção que a dynamisação, segundo Trousseau e Pidoux, lhes dá, devem centuplicar essa pro- priedade na razão directa da força electrica que foi desenvolvida pelas repetidas dynamisações; porque todas as moléculas vão sendo separadas á proporção que a cohesão for sendo destruída, até que por sua vez os átomos são também des- aggregados das mesmas moléculas. Corollario : Força desenvolvida pela electricidade, e conse- guintemente propriedade de poder actuar por per- feita solubilidade adquirida pelas dynamisações ; Força medicatriz na razão directa da electri- cidade desenvolvida. A ultima ratio da argumentação, como com- plementar da fraqueza de que é dotada em face da sciencia, é a seguinte : a dose por infinitesima desapparece no meio que lhe serve de vehiculo; ou a ser verdadeira a lei de physica invocada a favor da dose infinitesimal, todos os indivíduos que inge- rissem uma dessas doses âcarião irremissivelmente envenenados. Por mais pujante que pareça á primeira vista esta argumentação, ella cahe diante da prova dos factos innumeraveis de cura, diante da razão esclarecida da sciencia e do próprio testemunho dos mais irre- conciliaveis inimigos do systema. Vejamos: Todos os corpos empregados com a mira de XI produzir acção medicamentosa, para serem absor- vidos, admittida já a sua solubilidade,effeito da des- truição da força de cohesão que retinha suas mo- léculas aggregadas, tem de soffrer ou passar por processos chimicos, cuja principal retorta é o es- tômago, que os habilitem a entrar no circulo dos conductos da absorpção: Para que um acto chimico qualquer se passe e tenha effectividade, é indispensável que os com- ponentes da reacção tenhão proporções correspon- dentes ao novo composto succedido. Quem me poderá dizer qual ou quaes as proporções con- venientes dos componentes elementares -para qual- quer acto de renovação das perdas soffridas diaria- mente no seio do organismo ? Especializando o facto: qual a proporção exacta de glycóse formada e gasta nos trabalhos da hema- tóse ? Quanto sobra de glycóse no fígado para os gastos da hematóse nos casos de diabetis ? Quanto, finalmente, foi necessário de cada um dos ele- mentos para a fabricação da glycóse dispendida ? Neste orçamento me parece que ainda não houve quem não estivesse distanciado, não só da receita, como sobretudo da despeza. Aqui não ha o vago das emergências supervenientes, ha a ignorância perfeita do acto e suas conseqüências. O que não se ignora é que Ia nature se suffit: ella, somente ella e não nós, é que sabe quanto lhe XII basta do medicamento ingerido para que a força dynamica desperte e repilla o principio morbifico que actua sobre ella, principio morbifico cuja quantidade ponderável também nós ignoramos absolutamente: ella e só ella é que, para as reacções, procura tirar dos elementos existentes, ou fornecidos de fora, a cópia necessária de cada um desses elementos para o novo composto succedaneo do que servio para os gastos e perdas da economia. Assim, pois, se nós não conhecemos a quantidade elementar necessária nos actos communs da eco- nomia para renovação ou restituição das perdas sof- fridas durante todos os segundos da vida no seio do organismo, de modo que possa prestar tom ou nor- malidade aos órgãos, e consequentemente á força dynamica individual, como queremos conhecer com precisão mathematica a quantidade de substancia efficaz, como medicamento, para restituir normali- dade e actividade a essa força que o principio ou agente dos diversos morbus lhe tinha tirado ? Mas dizem os contradictores do systema: na the- rapeutica ordinária estão marcadas às doses que de cada medicamento pode usar o pratico para as necessidades da medicação. Ainda mesmo admittida a mathematicidade da dose dos medicamentos na therapeutica ofíicial, resta saber se as quantidades dispendidas nas reacções intra-orgãos foi a ingerida, o que com toda XIII a evidencia se presuppõe que não ;e se os restos não chegarião para grande cópia de outras reacções semelhantes, o que sem duvida é evidente. Sem querer lançar este desperdício á conta da imperfeita manipulação, porque se sabe, e é corren- te, que todos os preparados dessa therapeutica trazem o cunho da imperfeição, podemos para logo affiançar que o pratico, ainda mesmo o mais aba- lisado é costumeiro a formular, o que ficou sa- bendo foi — que a dose administrada não chegou para envenenar o seu doente, mas a quantidade precisa para a reacção effectuada, nem pelas excreções pôde ser por elle calculada mathemati- camente. A philosophia da medicina tem leis imprescin- díveis, ás quaes é forçoso sujeitarmo-nos, adeptos das doses infinitesimaes e das máximas. A the- rapeutica ha de estar sujeita, não só a bases certas e cardeaes e a essas leis geraes, mas ás que lhe são peculiares como complementar das geraes com- muns a todas as partes de que se compõe a medi- cina. Para prova desta asserção sabe-se, que uma substancia, cuja acção ê reconhecida em seus effeitos no estado de perfectibilidade dos órgãos, pelo facto da moléstia taes modificações soffre e faz soffrer aos órgãos com que se põe em contacto, que sua acção fica inteiramente desconhecida para o mais XIV attento observador. O Dr. Ch. Lasegue diz a propósito do emprego dessas substancias o seguinte: « Suppondo que a influencia dos alcalinos sobre as funcções digestivas no estado de saúde seja co- nhecida, nós ignoramos os desvios que estas func- ções soffrem pelo facto da moléstia, e nas affecções gástricas as mais elementares, o pratico hesita entre os alcalinos e os ácidos. » Orfila, que é por todos igualmente reconhecido como um dos mais eminentes legisladores de the- rapeutica ensina : que as substancias á proporção que sobem de quantidade perdem as qualidades medicamentosas e gradativamente vão adquirindo as tóxicas, e vice-versa; â proporção que descem de quantidade vão perdendo as tóxicas e adquirindo cada vez mais as medicamentosas. Com esta — só —autoridade fica provado, que os que ingerirem uma dose infinitesimal, em vez de poderem ser por ella envenenados, têm ao contrario, mais do que outro que ingerir as máximas, probabili- dade de obter effeitos benéficos do seu emprego. Ainda a este respeito diz o mesmo Dr. Lasegue, a propósito do emprego do ópio nas affecções do estômago, o seguinte : administrado por intervallos, o ópio, um dos medicamentos gástricos dos melhores curativos de que dispomos, não tem effeitos úteis senão diminuindo-lhe a dose. Elle serve então moderando XV o soffrimento ; em caso contrario prejudica, fatigando o estômago. Tomado uniformemente, em doses mí- nimas, â hora da comida, torna-se um digestivo. Não é por milligrammas que os compostos ar- senicaes e outros são usados na pratica ; e nessa dose infinitesima não perderáõ elles as qualidades tóxicas para adquirirem as medicamentosas ? Certa- mente, por obediência á lei citada de Orfila. Todas as substancias de que se compõem as phar- macias em geral tem sobre o organismo vivo dous effeitos reconhecidos e incontrovertidos por todos os que se occupão deste ramo da medicina. O pri- meiro, para o Sr. Orfila e para todos os que de boa fé tratão da matéria, é sempre mais ou menos tóxico, e conseguintemente nunca curativo ; o se- gundo, que é o que vai sem abalos despertar a força dynamica individual, é o único curativo. As doses infinitesimaes, que por exiguas, sujeitão-se ás leis geraes, e perdem o effeito primitivo para só conservar o secundário, jamais podem produzir into- xicações, embora a acção medicatriz tenha sido, por effeito da electricidade, desenvolvida pelas dynami- sações, levada ao seu maior gráo de intensidade. Restaria, talvez, provar e discutir por parte dos seguidores da doutrina dos infinitesimaes o por que as doses máximas não produzem sempre o enve- nenamento. XVI E de fácil intuição a explicação e prova deste facto, â contraria sensu. Pelas leis dephysica medica já citadas se eviden- cia que, se para que a força medicatriz da matéria se desenvolva ha carência de perfeito manual ope- ratorio em ordem a activar a força electrica latente nos corpos, a qual é uma, única e indivisível na ma- téria, manual operatorio chamado por Trousseau e Pidoux — dynamisação—-os corpos que não forem sujeitos a este processo nas proporções convenientes, de modo que a força de cohesão seja destruída até a ultima subdivisão dessa matéria, ao ponto de levar o corpo ao estado atomistico, hão de ficar sem a acção efficaz que lhe daria a electri cidade residente, tendo acção limitada somente as moléculas da peri- pheria do corpo até onde chegou a imperfeita mani- pulação, ou as em que lhe foi destruída a força de cohesão, ficando as demais inertes e sem gozarem das propriedades que, diz o Sr. Vavasseur, lhes daria a trituração e vascolejação, porque corpora non agunt nisi soluta. A quantidade da dose não constituio nunca, na occasião da methodisação do systema de Hahne- mann, base exclusiva do systema homceopathico: a experiência e o respeito ás leis da physica forâo o que deu a convicção da desnecessidade do em- prego da alta dose na pratica. A força dynamica XVIÍ individual aos órgãos é perfeitamente despertada pela dose exígua, ao em vez do que lhe acontece com as máximas, cuja acção primitiva tem por effeito cada vez mais faze-la ser supplantada pelo princi- pio morbifico. Por que : Todos os corpos tem acção primitiva e secunda- ria sobre o organismo vivo, como já uma vez dis- semos ; a primitiva, sempre exagerada, tem a pro- priedade de se ajuntar á acção morbifica, tornando a substancia não curativa : a secundaria, que não produz effeito desastrado sobre os órgãos, e que não se allia ao principio morbifico é a que vem desper- tar a reacçao do principio vital e dar-lhe força para repellir o agente morbigeno; em conseqüência é a única que torna a substancia curativa, fazendo por este effeito o accôrdo indispensável com o per simi- lia morbus oritur et per similia oblata ex morbis sa- nantur de Hippocrates, única base verdadeira da arte de curar e o guia de todos os médicos conscienciosose illustrados de todos os tempos, em opposição constante ao impertinente contraria con- trariis de Galeno, que nunca passou de um disparate e baralhamento da medicina. A força de dynamisar as substancias foi Hahne- mann conhecendo que sua acção, não só era con- servada, mas ainda se ia multiplicando na razão directa do numero de dynamisações effeituadas. D. H. I. B xym Depois delle todos os experimentadores forão ad- quirindo convicção da certeza desta verdade da lei de physica, e em consequencia forão diminuindo cada vez mais a quantidade da clóse para maior facilidade na administração, diminuição que foi levada até onde se foi pronunciando clara e efricaz sua acção nas experiências a que foi submettida. Portanto é um erro considerar como base do systenui a pequenez da dose, porque esta pe. quenez não é usada senão como commodidade da medicação, e porque era necessário garantir os diversos org-ãMS da economia contra a a.ceão desastrosa do effeito primitivo da dose máxi- ma, e porque convinha fazer perder ao medi- camento essa acção que não é, nunca foi, e nem será curativa. A homoeopatliia não é, como querem certois homeeopathas exagerados e ignorantes, systema único de curar ; não, é um dos muitos que tem surgido do embate das discussões levantadas a propósito de certas bases sobre que deve as- sentar, não somente a salvação da vida mas, até a necessidade de conservação perfeita do estado normal dos órgãos, depois dos estragos trazidos pela moléstia, em ordem a afastar da pratica tudo quanto puder, pelas necessidades da. applicação em um morbo qualquer, ajudar essa acçno morbiíica em seus effeitos desastrosos, fazendo XIX uso exclusivo de meios que, em vez de serem de destruição dos órgãos, sejão antes de reparação. Está-se no costume de considerar a Allema- nha o paiz das grandes descobertas na- sciencias hodiernas. Virchow fez grande revolução na his- tologia e disse a respeito de tumores cousas que, a não virem das regiões do foco das descobertas nas sciencias, serião tomadas por disparates ou vi- zões; elle, porém, fez seguir, para calar os velhos preconceitos, a theoria da prova pratica evidente. Niemeyer revolucionando a pathologia e the- rapeutica dá razão de ser á hydro-sudo-therapia de Priessnitz, tão criticada e ridicularisada até então, mostrando que, senão todas, grande numero de moléstias podem ser debelladâs por este systema: pois só as doses infinitesimaes, resultado das ex- periências de um sábio também Allemão, cuja ver- dade tem sido comprovada por milhões de factos na pratica, por que vem abalar convicções arraigadas, é que não ha de passar na medicina como uma ver- dade igual ás demais referidas ? Quaes são as pro- vas de que são carecedoras e que milhares de curas já não hajão dado, para que tenlião ou mereção as honras da aceitação no mundo scientifico, essas doses? A histologia de Bichat deveria ser uma illu- são ou uma burla, porque até então ninguém sabia ao certo a composição primitiva dos órgãos consti- tuintes do corpo humano. Kolliker, Raciborsky, XX Schwann, Ch. Robin, Virchow são visionários com o Sr. Coste e outros !!! Hahnemann foi um sábio emquanto não reduzio a methodo uma verdade reconhecida desde séculos1 por todos os vultos da sciencia; quando, porém, por acurado trabalho de experimentações por dez an- nos successivos, compendiando as leis de medicina esparsas, as reduzio a systema, perdeu os foros de que gozava e coube-lhe a qualificação de visionário. Nem a nacionalidade o salvou! Os seguidores da doutrina de Galeno — contraria contrariis curantur — aventurão a estulta proposi- ção de que — a lei dos semelhantes não ê lei que regule no emprego da therapeutica. Esta lei não é | de Hahnemann, é de Paracelso, de Silvius, de Aec- ' tius, de Aurelianus e de Hippocrates, principal- mente deste ultimo, quando a propósito do emprego dos vomitivos nos vômitos rebeldes e dos purga- tivos nas diarrhéas, dizia— alio modo, per similia morbus oritur et per similia oblata ex morbis sa- nantur. Portanto os dous axiomas experientia in homine sa7iu, e similia sbuilibus curantur, duas das bases cardeaes do systema homuuopathico, são igual- ' mente hoje, principalmente a segunda que o foi ' de todos os tempos, o alicerce em que assenta o edifício de todos os systemas razoáveis de curar. XXI E a lei dos semelhantes a única que regula a pra- tica da medicina. Agora vamos mais detidamente responder á aobra de que fizemos menção em nosso prefacio, e que deu causa ao rumo que tomamos na introduc- ção desta obra. Diz ella, definindo a allopathia: A allopathia, como medicina contraria á homoeopa- thia, significa a medicina racional (?) em opposíção a uma medicina empírica e incomprehensivel. Em primeiro lugar allopathia quer dizer medici- na que usa de todos os diversos meios de curar. Depois : se o autor citado, empregando a quali- ficação de empírica quer dizer, como suas radicaes latina, grega e ingleza — medicina baseada na experiência, na observação e na marcha dos pheno- menos mórbidos e dynamicos, como em começo da medicina e ainda hoje é conhecida esta expressão , de muito boa vontade os homoeopathas, e nós á frente de todos, aceitamos a qualificação porque é exactissima; deve-se-lhe, porém, accrescentar, que a experiência feita no homem são, base da the- rapeutica homoeopathica, é a única reconhecidamen- te pura, não só pelos homoeopathas, como até hoje por todos os experimentadores dos diversos systemas, para o perfeito conhecimento da modali- dade de acção dos medicamentos sobre os diversos apparelhos de que se compõe o corpo humano, e XXII a única que pôde lançar no esquecimento o brado de desespero de Bichat, quando dizia—que a ma- téria medica era um embroglio de disparates , porque essa matéria medica o obrigava a cadai passo a estar á cabeceira do doente fazendo expe- riências novas para o conhecimento do effeito pa- thogenico das substancias de que era obrigado a lançar mão contra os diversos morbos que lhe cumpria debellar. Ora a matéria medica sobre a qual elle lançava o estigma de disparatada não era de certo a homceopathica; era sim a que Hahne- mann, definindo o systema a que ella pertencia, cha- mava— methodo de tratamento no qual se faz uso de medicamentos cuja acção sobre o homem são pro- duz phenomenos diversos dos que se observão no doente. Não foi só Bichat, o eminente mestre dos mes- tres da medicina, quem lamentava o atrazo da mais importante secção do estudo pratico: todos os seus successores tem sido do mesmo parecer e alvitre, e vão, á imitação dos homoeopathas, submettendo indivíduos em perfeito estado de saúde á experi- mentação dos medicamentos cujo effeito se arre- ceião tenha energia sobre o organismo, além da conveniente. A não ser assim, sobre que pretexto se repetem hoje constantemente experiências, a começar sobre os animaes de classe inferior e depois nos homens XXIII no estado de saúde, com substancias que, depois de conhecidas, são entregues á pratica da medicina? Para que fim procuraria o Dr. Liebreich conhecer nos animaes referidos e nos homens a acção physiolo- gica do chloral ? Para usa-lo depois de estudado como anesthesico nos casos de carência deste meio na cirurgia, ou sedativo, segundo Langenbeck. Será incomprehensivel um systema medico que tem por base a experiência prévia das substancias empregadas na pratica sobre o homem são ? O que não é comprehensivel é um systema como o de Galeno, que tinha por base um dispa- rate em therapeutica contraria contrariiscuraniur. Quem já curou pela lei dos contrários, a que systema therapeutico é applicavel este principio? Em que tempo, em que circumstancias, e em que moléstias tem applicação a medicina que se funda nesta base ? Unidade na medicação — unitas remedii—: ou- tra base cardeal da homoeopathia, que veio destruir o embroglio de disparates que Bichat, desesperando do resultado das polypharmacias, lamentava; isto é, acabou com as fórmulas de duzentas substancias, nas quaes tantos adjuvantes e correctivos havia, que punhão o pobre pratico com o ouvido na boca de Bichat, fazendo que as cordas vocaes deste ti- vessem continuidade com a cadêa de seus ossiculos d*.: modo a, insensivelmente, repetirem em coro, AIXX com aquelle eminente e consciencioso pratico, que — a matéria medica de Galeno e do autor do diccionario a que respondemos é, e será sempre um embroglio de disparates, emquanto não tiver por base a unidade na medicação e a simplicidade na confecção das fórmulas, e principalmente em- quanto os correctivos vierem corrigir o que os ad- juvantes tiverem tido o trabalho de ajudar na acção das bases escolhidas como taes para as fórmulas aconselhadas. Se moléstias em apparencia idênticas tem sido feliz- mente modificadas por dez remédios differ entes, não ê aos remédios a que se deve accu sar, mas ao medico^ ou talvez porque havia dez variedades differ entes de moléstias que se tinhão confundid o por falta de ana- lyse suficiente, diz Ch. Laseque. A dose infinitesimal é pura imaginação dos ho- moeopathas ! O espectro solar nas experiências da opto-chimica revela á evidencia que não é hones- to hoje duvidar-se da presença de partículas ou mo- léculas da substancia medicamentosa em dissolução no liquido que lhes serve de vehiculo. Praticamente fallando, não ha alguém, medico ou profano, que não tenha observado o effeito destas doses em um sem numero de morbos, em que a simples acção reactora orgânica — vis medicatrix naturce — seria impotente para repellir o agente morbifico que sobre ella actuava. Exemplificando : quanto vai XXV na ponta do vaccinador, em quantidade de lympha, para inocular e fazer desenvolver uma erupção semelhante á varíola, com a propriedade, não só de salvar populações inteiras deste flagello na época das epidemias, como, o que é mais, preserva-las do contagio ? Não dizem os mais conscienciosossyphilographos, que um só beijo do syphilitico em uma criança basta para infecta-la do virus de que elle próprio está carregado ? Outra coarctada com honras de objecção é feita á homoeopathia: este systema e a sciencia dos symp- tomas, sua medicação só a elles se dirige. Esta dis- paratada asserção não é só dos inimigos do systema; os seus seguidores, sem reflectirem, a apoião e se vanglorião mesmo da qualificação. A moléstia é a resultante de um conjuncto de phenomenos constituindo uma entidade que toma um nome, por exemplo, Gastrite, Gastralgia, Apo- plexia, etc.; o medicamento mais homoeopathico ou o melhor indicado é aquelle que abrange o maior numero dos symptomas ou phenomenos que apre- senta o paciente : ora este maior numero de pheno- menos não é o que na pathologia constitue uma entidade mórbida com o nome, por exemplo, de Gastrite ? Logo é disparate dizer-se que só se tra- tão symptomas sem dar importância ao nome da moléstia. XXVI Mas, dir-se-ha: como são admittidos como medi- cos homoeopathas sujeitos sem os conhecimentos adquiridos em uma faculdade e como taes se apre- sentão a curar ? A isto respondemos que mandamos com vista á Policia: ella e só ella é quem deve responder á objecção proposta. Da repetição das doses. r E sem controvérsia a parte mais difficil da pra- tica da homoeopathia. A repetição das doses do mesmo medicamento tem a propriedade de multiplicar a sua acção na ra- zão directa do numero de doses administradas des- se medicamento, ao ponto de produzir aggravações de ordem tal, que o pratico consciencioso se vê forçado a procurar-lhe um antídoto que diminua a intensidade de sua acção ou a nullifique completa- mente. E, pois, de conveniência indeclinável que as doses não sejão repetidas emquanto sua acção não se tiver esgotado ? Em absoluto é exagerada esta regra de Hahnemann. Nas moléstias chronicas convém esperar que o medicamento esgote sua acção, mas nas agudas este preceito deve ceder o lugar á observação. A dose deve ser repetida logo que se conheça, ou que a reacçâo vital não se pronunciou, ou quando tendo XXVII começado a desenvolver-se não pôde repellir o prin- cipio morbifico que sobre ella actuava. A funcção do medicamento sobre o organismo vivo é provo- car a reacção vital e dar força a esta para repel- lir o agente morbifico que sobre elle dirigio sua acção, o qual domina por sua intensidade a força vital. E o caso das moléstias miasmaticas, das pro- venientes de virus, dos envenenamentos por sub- stancias medicamentosas, e em particular pelas epi- demias em geral: nestes casos, porém, a repetição das doses deve ser feita na razão directa da intensi- dade da causa morbifica e seus effeitos. No chole- ra-morbus, na febre amarella, e naquellas de mar- cha rapidamente mortal, os medicamentos podem e devem ser repetidos de cinco em cinco minutos; mas em outras moléstias, mesmo epidêmicas, os medicamentos indicados para o caso presente, sendo repetidos com freqüência, augmentão a moléstia primitiva, fazendo-a caminhar de parceria com a acção secundaria, representada pelas aggravações provenientes da intempestiva administração dos medicamentos em doses multiplicadas. Termo médio : nas moléstias chronicas deve-se usar do remédio apropriado em uma dose, e á noite (três a seis glóbulos ou quatro gottas de tin- tura em uma a duas onças d'agua), ou em duas por- ções, com intervallo de doze horas, começando sem- pre á noite, repetindo-o somente de seis em seis, xxvra ou de oito em oito dias, conforme o tempo de chro- nicidade da moléstia, ou de sua mesma natureza. Nas agudas o máximo de intervallo, emquanto dura a agudeza dos symptomas, de uma a outra dose do mesmo medicamento, deve ser de doze horas; podendo, porém, as doses ser repetidas mais freqüentemente, conforme a marcha dos phe- nomenos. Nas febres e nas dores nervosas devem ser administradas as doses do mesmo medicamento, de hora em hora, de duas em duas, ou de três em três horas, conforme a intensidade do soffrimento. Deve-se outrosim notar que, á proporção que a força vital se for manifestando clara e precisa, e que os symptomas de agudeza forem diminuindo, o intervallo entre uma e outra dose deve ser cada vez maior, até completa cessação de sua administração. Tenho visto com não pequena admiração alguns ho- moeopathas, que se apregoão conhecedores do sys- tema, administrarem para todos os casos dous medicamentos de cada vez, ou mais de um mesmo, ou três e quatro vidros no mesmo dia. Não sei que qualificação dê a esse systema de medicar; ganância? má fé? ignorância? O que é certo é que na homoeopathia não se conhecem coadjuvantes, e que commummente o segundo me- dicamento tem a propriedade, senão de nullificar a acção do primeiro, pelo menos de diminui-la, ao ponto de impedir, que essa acção possa despertar XXIX a força vital, que estava subjugada pelo agente morbifico. Não quero attribuir á má fé esse systema de curar; em todo o caso elle significa ignorância perfeita do principio cardeal da lei homceopathiea, instituída por Hahnemann. Ha casos, todavia, em que convém a applicação de duas substancias usa- das alternadamente, com o fim de fazer que se moderem mutuamente as doses administradas ; são, porém, tão raros na pratica que só o medico, que mereça com justiça este nome, os pode apreciar com critério. Como methodo é altamente inconve- niente e depõe contra os conhecimentos profis- sionaes do que delle lança mão. Para exemplo da excepção temos a febre ama- rella e a gastralgia, em que grande numero de vezes o medico se vê na contingência de intercalar ou alternar duas doses de medicamentos differentes: assim nesta ultima moléstia se intercalão doses de café ás de camomilla) para moderar-lhe a aggrava- ção produzida; são, porém, excepções que não podem, nem devem constituir regra geral. Ainda como exemplo á excepção nas moléstias mesmo chronicas, é força admittir-se a multiplici- dade de administrações do mesmo medicamento em um caso excepcional, cuja causa morbifica tenha dado, como effeito, lesões que carecem ser removidas mediante a necessidade de as tornar agudas, para poderem ser debeiladas. XXX Quando tiver de emprehender-se a cura de af- fecções que dependão de inércia ou falta de reacção do principio vital, ou da força dynamica indivi- dual, as doses devem ser repetidas com menor intervallo do que os acima postos. Finalmente póde-se ou deve-se repetir a dose, quando depois da applicação de um medicamento perfeitamente indicado acontece que a melhora se suspende, e os soffrimentos autorisão o emprego da mesma substancia, ou de outra qualquer melhor indicada para o conjuncto de symptomas que ella adquirio então. Igualmente se esgotada a acção desse medica- mento, os soffrimentos continuarem com modifica- ções que não correspondão aos symptomas produzi- dos por elle no homem são ; isto é, aos indicados na pathogenesia, é então occasião azada de mudar para outro que, por sua similitude de acção, entre perfeitamente no quadro dos novos soffrimentos apresentados pelo paciente: sua administração, porém, deve ser sempre modelada pela do primeiro administrado. No corpo da obra, quando apresentamos a pa- thogenesia dos medicamentos em seguida á indi- cação, grifamos certos symptomas : esta maneira de escrever quer dizer, que naquellas circum- stancias, ou apresentando os doentes aquelles symp- tomas, o medicamento que abranger o maior XXXI numero dos apresentados assim grifados, será o medicamento melhor indicado, e o que deve ser preferido a outro qualquer. Da preparação dos medicamentos. Para a maneira de preparar os medicamentos convém consultar a Nouvelle Pharmacopée Homoeo- pathique de Jahr e Catellan Frères. É dispensável para o uso dos leigos o conhecimento da maneira de preparar as dynamisações dos medicamentos constantes da tabeliã junta, porque essas diversas dynamisações são encontradas em todas as phar- macias homoeopathicas. Devemos notar que as dyna nisações apresen- tadas na tabeliã que se segue são as usadas por práticos já provectos e conhecidas como dy- namisações de Jahr. Bom seria que os novos procurassem premunir-se com carteiras ou caixas de medicamentos das dynamisações referidas, por- que as que commummente se expõem á venda são somente da quinta dynamisação, que grande numero de vezes não preenchem as indicações . indispensáveis. Quando no quadro seguinte se diz que o medi- camento tem de duração de effeito de cinco a seis semanas deve ficar entendido que esta acção só diz respeito ás moléstias chronicas. xxxn Os medicamentos, quaesquer que sejão, podem ser usados em glóbulos ou em tinturas: os pri- meiros devem ser preferidos para as crianças e as pessoas nervosas: as segundas nos demais casos, e quando se desejar acção mais prompta e enérgica. Os glóbulos podem ser usados a sêcco ou dis- solvidos em uma quantidade determinada de água: no primeiro caso basta depô-los na lingua ou em qualquer ponto das mucosas visiveis para se dis- solverem e serem absorvidos : no segundo a quan- tidade de água varia de uma a quatro onças, para cada três ou seis glóbulos. As tinturas podem também ser usadas simples ou diluidas: no pri- meiro caso são usadas embebendo uma pequena quantidade de assucar ; no segundo a quantidade de água varia também de uma a quatro onças para cada uma, duas até quatro gottas de tintura. de abreviaturas dos medicamentos usados no corpo da obra, contendo a duração da acção desses medicamentos, com as dynamisações usadas para seu emprego na pratica. N.« Abreviaturas. 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 23 26 Acon, Agar , Agn...... Ais....... Alum..... Ambr..... Amm.. ... Amm. -m, Anac... . Ang..... Ant..... Aps...... Arg..... Arg.-n... Armor... Arn..... Ars...... Asa..... Asar..... Ast...... Aur..... Aur.-m.. Aur.-s .. Baryt ... Bar.-m.. Bell..... Benz.. Berb. Bism. Bor .. Boun. Bovis Brom. Bruc . Brv .. Calad Cale. Nomes. Aconitum napelus. . Agaricus muscarius. Agnus castus.......... Aloês suecutrina....... Alumina.............. Ambra grisea.......... Ammonium carbonicum Ammonium muriaticum Anacardium orientale. Angustura............ Antimonium cradum Apis mellifera....... Argentum foliatum___ Argentum nitricum. Armoracia Rusticana. Arnica montana....... Arsenicum álbum..... Asa-fcetida........... Asarum europoeum.,. Asterias rubens. Aurum foliatum...... Aurum muriaticum. Aurum sulfuricum.., Baryta carbônica____ Baryta muriatica____ Belladona .......... Duração da acção. 8,16, 24 e 48 horas Até 40 dias nas affecções chronicas 8 a lõ dias..., Dynamisa- ção. Benzois acidum. Berberis vulgaiis..... Bismuthum............ Borax veneta.......... Bounafa. Bovista................ Bromum............. Brucea anti-dysenterica Bryonia alba........:. Caladium seguinum .. Calcarea carbônica___ Mais de 40 dias.. Até 40 dias...... Até 4 dias...... Até 7 semanas .. Até 30 dias..... Até 4 dias....... Até 4semanas... De 21 a 40 dias. 2 a 3 semanas... Até 12 dias..... 30 a 40 dias..... De 4 a 6 semanas. Até 15 dias..... Até 40 dias. Muitas semanas 4 e 5 dias nas mo lestias agudas, e até 8 semanas nas chronicas.. Muitas semanas. 4 a 5 semanas.. Até 4 semanas.. Até 50 dias. Até 8 dias.. De 4 a 5 dias ou 30 nas affecções chronicas....... Até 50 dias..... 50 dias nas affec- ções chronicas. 3,24 e 36 30 30 3, 5, 30 30 30 30 12,30 30 30 12,30 30 30 1,8,12,30 30,40 3,6,9 12,15 3,9,12,30 30 30 30 12,30 30 30 30 30 12,30, 60 12,30 30 15,12,30,120 XXXIV li.' Abreviaturas. Nomes. Duração da acção. Dynamisa- ção. 41 Calc-ph Camph . Cann. Canth. Caps--- Carb.-an Carb -veg Cast.-eq. Cast Caus Cep..... Cham... Chel... Chin.... Chinin., Chlor ... Cie...... Cin..... Cinn____ Cist .. . Ciem..... Coce.-..., Coce. -cac Coff..... Colch ... Coloc.... Con..... Cop..... Coroll... Croc___ Crotal... Croton .. Cupr. . .. Cupr. -ac Cupr.-carb Cycl...... Daph..... Dig...... Dros.... Dulc..... Euphorb . Euphr.... Ferr..... Ferr.-m.. Calcarea phosphorica. Camphora............ Cannabis satíva, Cantharis. Capsicum annuum.... Carbo-animalis....... Carbo-vegetalis....... Castor-equi. Castoreum. Causticum............ Cepa-allium cepa. Chamomilla vulgaris. , Chelidonium majus. China................, Chininum sulfuricum.. Chlorum. Cicuta virosa........, Cina, artemisia judaica Cinnabaris .......... Cistus canadensis..... Clematis erecta........ Cocculus. Coccus-cacti........... Ás vezes apenas minutos...... 2 a 3 dias nas mo- léstias agudas; 2 a 3 semanas nas chronicas..... Até 20 dias nas chronicas....... Até 20 dias...... Até 40 dias...... Até 40 dias..... Coffea cruda........ . Colchicum auctumnale Colocynthis........... Conium maculatum... Copaivoe Balsamum . Corallium rubrum ... Crocus sativus........ Crotalus horridus___ Croton tiglium. Cuprum metallicum .. Cuprum aceticum. Cuprum carbonicum. Cyclamen Europceum. Daphne indica......... Digitalis purpurea.... Drosera rotundifolia... Dulcamara........... Euphorbium........'. Euphrasia ofncinalis.. Ferrum metallicum.... Ferrum muriaticum. Até 50 dias. Alguns dias. Até 40 dias . Até 40 dias . De 14 a 21 dias.. Até 3 semanas.. Até 6 semanas.. 24 a48hoi'as nas affecções agu- das e semanas nas chronicas.., Até 10 dias...... Até 30 dias...... Até 40 dias...... Até 40 dias...... De 10 a 12 dias. Até 7 dias....... Muitas semanas. De 20 a 30 dias.. Muitas semanas. Até 50 dias...... De 6 a 7 dias.... De 20 a 30 dias.. Até 50 dias...... Até 20 dias...... De 6 a 7 semanas 1,6,12 30 9,30 24, 30 12, 30 30 12, 30 9, 12, 30 1,5, 12, 30 30 9,30 9,30 1,16 6,30 3, 5,12, 30 3, 10, 30 3, 10, 30 24. 30 30 3,30 30 6,30 30 1,30 30 9,12,24, É 30 21, 30 30 12, 30 XXXV N.°> Abreviaturas. Nomes. [Duração da acção. Dynamisa-ção. R? Fluor.-ac. 15, 30 as Ginseng. H4 Graph.... 1, 30 85 Graphitis. 86 6, 9, 32,50 87 Até 20 dias..... 30 88 De 4 a 5 semanas 9, 12, 30 89 3, 30 90 Hippomanes. 91 Hydr..... Hydrocyani acidum. 92 De 8 a 15 dias... 12, 30 93 Iatropha Curcas. 94 30 95 índigo. % Kal.-bi... Até 7 semanas... 30 97 3, 9, 30 98 Kali-brichromaticum. 99 Kal...... 30 100 Kal.-chl.. Muitas semanas. 1, 5, 30 101 Kal.-h ... Kali-hydriodicum. 102 Kalmia Latifolia. 103 Kreos.... De 4 a 5 dias .. Muitas semanas. 6, 50 104 30 105 Led...... 24 horas. De 6 a 8 dias. De 6 a 7 semanas. 106 3, 30 107 Ledum palustre ....... 15, 30 108 30 109 Magnesia carbônica. ... Até 50 dias..... 30 110 Magn. -m. Magnesia muriatica.... Até 7 semanas. 12, 30 111 Major.... Majorana 112 Mane..... Mancinella . 113 Mang..... Mags..... Até 7 semanas. 30 114 De 10 a 14 dias. 115 Mags.-a.. Magneti Poli-ambo. 116 Mags-arc-b Magnetis Polus Arcticus 117 Mags-aus-c Magnetis PolusAustralis 118 Menyantes trifoliata. 119 Pouco tempo.... 30 1^0 De 3 a 4 semanas. 3, 12, 30 121 Merc.-c.. Mercurius sublimatus Merc.-sol. De 3 a 4 semanas. m Mercurius solubilis. 1°3 Mosch___ Mur. .... 15, 30 124 125 126 4,30 30 Murex purpureus. 127 Mur.-ac. . Até 5 semanas... 3, 30 19R Natr...... Natrum carbonicum.... 12, 30 129 Natr.-m.. Natrum muriaticum.... De 40 a 50 dias. 12, 30 130 Nit.-gl... Nitro glycerinum . 131 Nitr...... Nitrum................ Até 7 semanas... 24, 30 132 Nitri.-ac.. Até 8 semanas... 3, 30 XXXVI N.°s Abreviaturas. 133 131 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 N.-jugl.. N.-mos.. N.-vom.. Oleand.. Op...... Ox-ac.-.. Par..... Petr..... Phos.... Phos.-ac Nomes. Plat... Plumb Prun.. Puls... 151 Rhod, Ran...... Ran.-scel Raph..... Rhab..... 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 m !73 174 175 Rhus.... Rum..... Ruta..... Sabacl... Sabin ... Samb .., Sang___ Sass..... Sec..... Selen... Seneg .. Sep..... Sil .,... Spig.... Spong.. Squill.. Stann .. Staph .. Stram.. Stront.. Sulf.... Sulf.-ac Tabac.. Tar.... Nux-juglans .. Nux-moschata Nux-vomica ... Oleander...... Opium........ Oxalis. -acidum..... Paris quadrifolia--- Petroleum.......... Phosphorus ........ Phosphori acidum.., Duração da acção. Dynamisa- ção. De 15 a 20 dias.. De 3 a 4 semanas De 24 horas a 5 dias............ 176 Tart. Platina.............. Plumbum.......... Prunus spinosa..... Pulsatilla nigricans., Ranunculus Bulbosus. Ranunculus sceleratus Raphanussativus..... Rhabarbarum........ Rhododendrum Chry- santum.............. Rhus Toxicodendron.. Rumex Patientia..... Ruta Graveolens..... Sabadilla ............ Sabina............... Sambucus nigra....... Sanguinária canadensis Salsaparilha....... Secale cornutum.... Selenium........... Senega............. Sepia.......... Silicea............. Spigelia............ Spongia Tosta...... Squilla maritima... Stannum.......... Staphysagria....... Stramonium........ Strontiana .... suifur..........;;; Sulfuris acidum'.'.., Tabacum .......... Taraxacum......... Tartarus emeticüs!'. De 2 a 4 dias..., Até 50 dias...... Até 7 semanas., De 3 a 4 dias nas agudas e 6 a 7 semanas nas chronicas..... De 40 a 50 dias. De 30 a 40 dias. Muitas semanas De 4 a 5 dias nos casos agu- dos e semanas nos chronicos.. Muitas semanas. De 6 a 7 semanas, De 1 á 15 dias. De 2 a 5 dias.... De 4 a 6 semanas. De 3 a 6 semanas. De 8 a 15 dias... De 2 a 3 semanas. De 3 a 4 semanas. De 3 a 4 horas Até 5 semanas Até 7 semanas De 5 a 6 semanas. 5 semanas.... De 7 a 8 semanas. De 7 a 8 semanas. De 3 a 4 semanas, De 3 a 4 semanas. De 2 a 4 semanas. De 6 a 7 semanas, De 3 a 4 semanas, 24 horas ........ 40 dias .......... De 35 a 40 dias.. De 4 a 5 semanas, De 3 a 5 semanas, 30 30 2, 3, 30 30 30 30 30 30 1.30 5, 20,30 30 1, 30 30 XXXVII Abreviaturas. Teucr... Ther Thui ... Valer... Veratr.. Verb ... Viol.-od Viol.-tr Zinc___ Nomes. Teucrium marumverum Theridion Curassavicum Thuia occidentalis... Valeriana officinalis, Veratrum álbum Verbascum......... Viola odorata....... Viola tricolor....... Zincum............ Duração da acção. De 2 a 3 semanas Dynamisa- ção. Até 5 semanas.. De 3 a 10 dias.. De 2 a 3 semanas De 4 a 5 dias... De 2 a 4 dias... De 8 a 15 dias. . De 30 a 40 dias. DICCIONARIO HOKEOPATHICO • ■»• » A ABI.ACTAÇÀO. Cessação ou suspensão da secreçâo leitosa immedia- tamente depois do parto, ou no momento de desma- mar a criança. Tbatamento. § 1. Oa medicamentos melhor emprega- dos durante este acto; são em geral:—1) Bell., cale, cham., merc, puls., sep., sil.:—2) Acon., bry., carb.-veg., chin., con., dulc, kal., n.-vom., phos., phos-ac, rhab., rhus., staph., zinc. : —3) Ars., borax, carb.-an., cin., graph. ,ign., ipec, lachAyc, natr.-m., samb., stann. § 2. Contra a Agalacia ou falta de leite: 1) Agn., cale, causl., dulc, puls., rhus., zinc: 2) Acon., bell., bry., cham., chin., coce, iod., merc, n.-mosch., sep., sul/., e mill. Sendo a falta de leite devida á fraqueza da energia vital, os preferidos devem ser: cale, caus., puls., rhus. D. H. I 1 2 ABLACTAÇÃO Se ao contrario, porém, á secreçâo for embaraçada por ex- cesso de vitalidade nos seios, com tensão, rubor e pul- sação nas partes, havendo ao mesmo tempo febre de leite, ainda que seja forte; acon., bry., cham., bell, ou merc, são os medicamentos que na maioria dos casos se acharão melhor indicados. Além destes medicamentos ainda têm sido empregados com vantagem contra a falta de leite : Agn., chin., cocc.,iod., n.-mos., sep., sul/., e zinc. § 3. Para a Febre de leite os medicamentos são: Acon., c coff., administrados alternadamente. Estes medicamentos não bastando são : Bry., bell., ou rhus., os que devem ser consultados de preferencia. Muitas vezes ars., pode convir, maxime se depois de um parto laborioso as partes genitaes estiverem forte- mente irritadas. § 4. Havendo suppressão do leite por effeito de emo- ção forte, os melhores medicamentos são: Bry., cham., e coff. Sendo effeito de Resfriamento'. Bell., cham., dulc, epuls.; acon., merc, e sulf. Havendo metastase para os órgãos abdomiuaes : Bell., bry., puls., e rhus. As conseqüências chronicas da suppressão do leite exigem de preferencia: Rhus., ou cale, dulc, lach., merc, puls., e sul/. Quando o leite fôr de má qualidade, muito claro e que repugne á criança, deve-se administrar á mãi: Cin., merc, ou sil, ou mesmo Borax, ou lach., maxime se elle coalhar rapidamente. Silicia convém particularmente si a criança vomitar logo depois de ter mamado. § 5. Quando se quer accelerar a cessação do leite com o fim de desmamar a criança, o melhor medi- camento é puls. ou mesmo Bell, bry., e cale Contra o escorrimento do leite fora do tempo do AB0BT0 3 aleitamento, o melhor medicamento é cale, principal- mente si os seios se conservarem constantemente cheios, engcrgitados de leite. Convém também, ás vezes, neste caso: Bell, bor., ou rhus. ABORTO. O aborto é a expulsão de um feto antes de ser viável. A expulsão de um feto viável chama-se parto prema- turo. A expulsão de molas ou de um germen falso chama-se parto falso. Tbatamento. Quando o aborto é imminente convém pre- vini-lo, para o que, além dos medicamentos abaixo, deve- se usar dos meios seguintes: Ar puro, repouso, calma do espirito e do corpo, vesti- mentas quentes, decubito prolongado, continência, dieta moderada, água de arroz, banhos tepidos. Segundo o Dr. Jahr, os melhores medicamentos, tanto contra a disposição para este accidente, como contra seus pródromos e suas conseqüências são, em geral: 1) Bell,, cale, carb.-v., cham., croc, fer., ipec, lye, n.-vom., sabin., sic.,sep., silie, sul/., zinc,—ou mesmo: 2) Asar., bry., cann., canth., chin., coce, kreos., n.-mos.,plumb., puls., rida. § 1. Para a Disposição ao aborto os principaes medi- camentos são: Cale, carb.-v., /err., lye, sabin., sep., sul/., zinc, ou talvez ainda: Asar., cann., coce, kreos., n.-mos., plumb., puls., ruta., sil. Calcarea é especialmente indicado para as mulheres ple- thoricas, que têm as regras muito abundantes, e prema- turas com disposição á, leucorrhéa, dureza das mamas, congestão freqüente para a cabeça, eólicas, dores de ca- deiras, e varices nas partes genitaes. Carbo-veg., sendo as regras ordinariamente muito pal- lidas ou prematuras e muito abundantes, com varices nas 4 ABORTO partes genitaes, dores de cadeiras e de cabeça freqüen- tes, espasmos abdominaes. Ferrum, nas mulheres chloroticas, sujeitas a fluxos brancos, com amenorrhéa. Lycopodium, sendo as regras ordinariamente muito abundantes e de longa duração, com prurido, ardor e va- rices nas partes genitaes, grande seccura da vagina; dis- posição á melancolia, com tristeza e choro, etc. Sabina, nas mulheres chloroticas, tendo o aborto lugar ordinariamente no terceiro mez da prenhez. Sepia, si houverem /luxos brancos, com erosão, erupção e prurido nas partes; regras muito fracas ou prematuras, com choros, melancolia, cephalalgia e odontalgia; accessos freqüentes de enxaqueca; constituição /raça, pelle deli- cada e sensível, fraqueza nervosa e transpiraçâo fácil; eóli- cas freqüentes e disposição a catarrhos nazaes. Sulfur, sendo as regras muito prematuras e muito abun- dantes com fluxos brancos, prurido, ardor e erosões nas partes genitaes; erupção ou dartros na pelle; disposição ás hemorrhoides, a catarrhos ou outros corrimentos mucosos; fraqueza nervosa, com anorexia; grande fadiga, maxime nas pernas. § 2. Quanto aos pródromos do aborto os medicamen- tos com os quaes se poderá prevenil-o, são: Am., bell, bry., cham., hyos., ipec, millef, n.-vom., sabin., sec, ou talvez também: Cann., chin., cin., coce, n.-mos., plat., puls., rhus., ruta. Arnica, sendo procedido de uma pancada, de uma com- moção, ou de qualquer lesão mecânica, manifestando-se dores de parto, com evacuação de sangue ou de mucosi- dades sorosas. Belladona, havendo: dores violentas oecupando todo o ventre, com sensação de constricção. Bryonia, havendo: dores violentas — constipação ob- stinada; congestão na cabeça, bocea sêcca e sede, maxime fie n.-vom., não bastar para este estado. ABORTO 5 Chamomilla, havendo: puxos violentos desde as cadei- ras até o hypogastno, coni desejo freqüente de ouri ar ou de ir a banca; corrir^g^to local. Tratar a moléstia do ABSCESSOS 9 osso; abrir o abscesso por puncção, fazer injecçõess imples no foco; prevenir a entrada do ar no foco. Medico. Os medicamentos são os mesmos que os acon- selhados para < s abscessos quentes, devendo porém ter-se em séria consideração a verdadeira sede da moléstia, e es- colher o medicamento segundo o foco da lesão. Os abscessos devem merecer do pratico especial atten- çâo, conforme o ponto da economia on'e elles tiverem sua sede. Seu diagnosti.o e tratamento estão dependentes de symptomas especiaes e de cir eu instâncias que não devem ser esquecidas. Ha alguns que, por sua freqüência e des- ordens, carecem n enção particular, devendo ter-se em mira a importância do órgão; são os Abscessos «Io fígado ou Oepaticos. Sympto- mas. A questão do diagnostico destes abscessos, por def- ficiencia . Tratamento.—Cirúrgico. Tanto no ainhum humido como no sêcco, a amputação é o meio conhecido. No hu- mido, sendo, como ó, o pedunculo formado por tecidos molles a tesoura é o melhor instrumento cortante a ALBUMINURIA 25 empregar. f% ?^ 50 ANEMIA diminuição gradual, mas progressiva da parte globulosa do sangue e conseqüente desequilíbrio entre essa parte e o liquido branco, que por essa razão fica augmentado relativamente. Symptomas. A anemia tem gradações conforme a du- ração da causa occasional, sua intensidade e ainda o gráo de aptidão da constituição individual. O symptoma principal e característico é a pallidez da pelle e das mu- cosas visiveis, ao qual se juntão molleza do corpo e uma espécie de infiltração no tecido cellular sub-cutaneo. Estes symptomas vão ganhando intensidade á medida que os glóbulos vermelhos vão diminuindo no sangue; então o doente apresenta — fraqueza geral, preguiça, somno- lencia, palpitações de coração, pulso pequeno, rápido e fraco. Pela auscultação do peito encontra-se um ruido especial, ruido de sopro brando no primeiro tempo (dos movi- mentos do coração), percebivel nas carótidas, onde de- pois adquire intensidade desusada que o fez chamar ruido do diabo, ruido continuo, canto das artérias.—Este sym- ptoma pôde ser perfeitamente conhecido sem o soccorro do sthetoscopio; basta comprimir a carótida para sentir- se um impulso semelhante a um brinquedo das crianças denominado çorrupio. A proporção que a moléstia ganha intensidade o doente por sua vez sente perturbações intestinaes, syncopes, ver- tigens, cephalalgia, amor da solidão, idéas tristes e infil- trações no tecido cellular. A anemia começa lenta e se prolonga indefinidamente, a menos que não seja devida a lesões orgânicas de prompta terminação fatal. Tratamento.—Hygienico. Ar sêcco e livre; insolação; exercicio moderado; fricções sêccas. Alimentação estimu- lante e analeptica; vinho generoso. Sendo symptomatica juntar ao tratamento o especial da affecção principal. Sendo complicada, curar a complicação, modificando* o tratamento segundo sua natureza. -ANTEVERSÃO DO UTERO 51 Medico. Os melhores medicamentos são em geral:— 1) Ars., chin., puls., squill, staph., sulf.;—2) Am., bell, bry., cale, carb.-v., cin., con., ferr., hep., cin., kal, lach., lye, merc, natr., natr.-m., n.-vom., phos., phos-ac, rhus., sep., sil e veratr. Sendo conseqüência de perdas debilitantes, quer de sangue, quer de outros humores, os medicamentos prin- cipaes s&o:chin. n.-vom., sulf.; ou carb.-v., cale., cin. phos.-ac. e staph. Em conseqüência de moléstias agudas graves : cale, carb.-v., chin., hep., kal., natr., natr.-m., n-vom. e veratr. ANESTHESIA. A anestliesia é a privação ou o simples enfraque- cimento da sensibilidade de um órgão ou de todos os apparelhos de que se compõe o corpo humano por causa geral, por moléstia que ataque o individuo, ou por agentes externos que gozem da propriedade especial de produzir este phenomeno. Tratamento. Quando é effeito de moléstia, o seu cura- tivo depende do da que a produzio. Quando é effeito de agentes externos;—o apropriado a nullificar a acção desses agentes. ANTEVERSÃO DO UTERO. Affecção que tem por caracter a posição do corpo do utero atrás do púbis, e seu orifício -adiante do sacrum. A anteversão tem ordinariamente por causa uma me- trite chronica. 52 ANEURISMA Symptomas. Introduzindo-se o dedo na vagina encon- tra-se a face anterior do utero; o corpo volta-se para diante e vai collooar-se atrás do púbis, emquanto que o collo, dirigido mais ou menos para cima e para trás, fica em contacto com a base do sacrum. A doente accusa peso e dôr nas virilhas e na bacia; dores nevrálgicas intercostaes e lombo-abdominaes; desejo freqüente de ou- rinar, com micção nessas occasiões, mas algumas vezes com dôr e ardor; pressão dolorosa do utero sobre a be- xiga; menstruação ordinariamente regular, outras vezes leucorrhéa precedendo-a ou seguindo-a; dyspepsia. Este soffrimento traz como resultado quasi infallivel a esterili- dade. Tratamento. A condição indispensável para a cura deste soffrimento é :— 1°, conservar-se a doente em re- pouso horizontal; 2o, evitar as fadigas corporaes, a dansa, a equitação e as caminhadas; deve usar uma cinta hypogastrica; applicar pessarios de caoutchuc vulcani- zado, de G-ariel, applicando-os de fôrma a levar o utero á sua posição normal. Além disto convém o emprego de injecções frias, as quaes devem ser de preferencia feitas com o irrigador de Aran; hydrotherapia. Geral. Os medicamentos melhor indicados são: Aur., bell, cale, coce, magn., magn.-c, n.-vom., sep., stann.,—ou bmz-ac, graai., kreos., merc, n.-mosc ANEURISMA. Tumor pulsativo formado no trajecto de uma artéria pela dilataçâo circumscripta de uma ou mais de suas túnicas (aneurisma verdadeiro) ; ou pela ruptura de todas as membranas, com extravasação de sangue por entre os tecidos circumvizinhos (aneurismafalso). ANEURISMA 53 Também se chama aneurisma passivo de Corvisart a dilataçâo hypertrophica com adelgaçamento das paredes do coração. Os aneurismas se dividem em falsos, verdadeiros, trau- máticos e espontâneos, conforme resultâo ou não de vio- lência exterior. Os que não resultâo de violências podem ser espontâneos verdadeiros e espontâneos mixtos. Nos aneurismas verdadeiros todas as túnicas arteriaes se dilatão uniformemente para formar as paredes do tumor, emquanto que nos mixtos a dilataçâo é somente de uma ou de duas das túnicas, havendo além disso ruptura de uma dessas túnicas ou de duas ao mesmo tempo. Em conseqüência, o aneurisma será mixto externo, quando a túnica externa ou cellulosa fôr a dilatada ; e mixto in- terno quando o sacco aneurismal fôr constituido pela tú- nica interna dilatada, fazendo hérnia através da ruptura das túnicas externas dos vasos. Os aneurismas traumáticos ainda são falsos primitivos, falsos consecutivos, varices aneurismaes e aneurismas va- ricosos. Os /alsos primitivos (aneurismas falsos não circum- scriptos, aneurismas diffusos, tumores hemorrhagieos) resultâo do derramamento ou infiltração sanguinea no tecido cellular, por uma ferida da artéria, constituindo um tumor irregular maior ou menor. Os /alsos consecutivos (aneurismas falsos circumscriptos) são tumores constituidos por paredes cellulosas, mas com- municando-se por uma abertura estreita, de diversa con- figuração e pouco extensa, com a artéria de onde o sangue se extravasou. Elles têm ainda a denominação de aneu- rismas falsos enkystados ou sacci/ormes e de tumores he- morrhagieos circumscriptos. A varice aneurismal é um tumor devido á lesão da artéria e da veia ao mesmo tempo e na mesma di- recção. Hunter ehamava este tumor aneurisma por anos- tomose ; outros autores aneurisma varieoso; ambas estas denominações fôrão desprezadas. O aneurisma varieoso é o aneurisma falso con- secutivo implantado entre uma artéria ferida e uma 54 ANEURISMA varice aneurismal, mas de modo que a união entre a artéria e a veia seja pouco intima e haja obliqüidade da ferida em ordem a difficultar a passagem do sangue. Os aneurismas por anastomoses, de Hunter (aneurismas por erosão, de Pott) são os tumores erectís. Os aneurismas se subdividem ainda em: aneurismas cirsoides ou dilataçâo cirsoide, ou varice arterial, e em aneu- risma dissecante. Este tem a significação própria da pa- lavra; isto é, o sangue separa as túnicas externas e in- ternas do vaso, descollando-as para formar tumor. Os aneurismas podem ser, finalmente: internos e ex- ternos. Symptomas. Dos aneurismas em geral: sempre que se encontrar um tumor no trajecto de uma artéria, deforma e volume, não importa qual, pulsando, mas que com- primida a artéria acima do tumor as pulsações cessão no seu interior, augmentando ao contrario quando a com- pressão for feita abaixo; desapparecendo em totalidade muitas vezes, quando se comprime a artéria ao mesmo tempo abaixo e acima do tumor, porém sem mudança de côr na pelle, com ou sem dôr irradiante, póde-se afiançar que ó um aneurisma. Como complementar do diagnostico, as palpitações do tumor são isochronas com os batimentos do pulso, havendo no sacco uma dilataçâo a cada entrada da onda sanguinea, e um movimento se- melhante ao da systole e diastole do coração e das ar- térias, com ondulações e vibrações. Os tumores não aneurismaticostêm movimentos simples, uniformes e sem tremido interno. Tratamento. Os meios therapeuticos aconselhados para a cura dos aneurismas, são uns do dominio da cirurgia e outros do da medicina. A applicação simultânea de uns e outros tem por fim: 1°, demorar a circulação geral com o fim de formar um coalho obturador ; 2o, diminuir o tumor aneurismal, in- terceptando a chegada de sangue para seu interior. Cirúrgico. Os meios cirúrgicos mais em voga, são: a compressão quer por meio de apparelhos apropriados, quer angina 55 pela applicação dos dedos (compressão digital) longo tempo continuada e somente interrompida para dar des- canso a quem comprime e algum repouso ao doente. A ligadura da artéria acima do tumor é por excellencia o meio que no maior numero de casos dá os mais satis- factorios resultados. Medico. Os melhores medicamentos são: carb.-v., lach., lye ; asdm como, guai., puls. e sul/. Em a guns casos se pôde ainda empregar: cale, caus., graph., kal. ou ambr., arn., ars., /err., natr-m. e zinc. ANGINA. DORES DE GARGANTA. Inflammação da membrana mucosa que reveste toda a parte posterior da boca, acompanhada de difficuldade de engulir e respirar. Divide-se em guttural quando affecta de preferencia a mucosa do isthmo da garganta, o véo do paladar, os pilares, as amygdalas, o pharynge e o esophago; e em laringea ou tracheal quando affecta a mucosa que reveste as cartilagens do larynge, o interior da glotte ou da tra- _pl-| Art Quando occupa particularmente as amygdalas chama- se angina tonsilar, esquinencia ou amygdalite. Occupando o pharynge chama-se angina pharyngea ou pharingite. .. O isthmo da garganta, o véo do paladar e seus pilares, palatite, palato-pharyngite. O Croup e uma angina tracheal. Symptomas. Locaes. Em começo, embaraço doloroso na garganta, com deglutição diflicil, seccura e rubor do M 56 ANGINA pharynge; campainha ás vezes desviada de sua direcçao normal; alongada, titillando o fundo da garganta, o que provoca náuseas e vômitos. Amygdalas vermelhas e inchadas; tosse guttural e mucosidades pegajosas na boca; sahida das bebidas pelo nariz. Geraes. Lingua saburrosa; hálito fétido; cephalalgia e febre. Os symptomas de reacção augmentâo-se até que haja formação de abscesso ou que a melhora se declare. Tratamento. Os melhores medicamentos para a Amyg- dalite são em geral:—1) Baryt., bell, hep., ign., lach., merc, nitri-ac, n.-vom., sulf. ou: 2) cale, canth, cep., cham., gran., lye, sep. e thui. Se houver Suppuração ou Ulceração, se achará ordina- riamente indicados: Baryt., bell, ign., lach., merc, sep., nitri-ac Contra o Endurecimento das amygdalas emprega-se de preferencia: Baryt, cale, ign. e sulf. Para a inflammação Phlegmonosa que ameaça Suppu- rar e formar Abscesso: 1) Hep., lach., merc.—2) Jgn., n.-vom. e sulf. Contra as diversas espécies de Anginas, em geral os melhores medicamentos são: § 1.°—1) Acon., bell, cham., lach., merc, n.-vom., puls. 2) Baryt, bry., caps., chin., chlor., cie, coce, coff., dulc, ign., rhus., sdbad., sep., sulf., veratr.— 3) Alum., amm., aps., ars., benz., caie, canth., cari>.-v., lye, mang., millef., nitri-ac, n.-mos., sen., staph., thui. § 2.o As Anginas Agudas exigem principalmente: —I) Acon., bell, bry,, cham., coff., ign., merc, n.-vom., puls., rhus. ou:—2) Ars., baryt, canth., caps., chin., duk., 8épi, lach., mang. e staph. Para as Anginas Chronicas, assim como para as Anginas liabititaes, são sobretudo: Alum., baryt, cale, hep., carb.-v., lach., lye, sep., sulf. ou Bell, chin., mang., natr.-m., nitri-ac, n.-vom., sabaã., itaph. e thui. ANGINA 57 § 3. Contra as Anginas Catarrhaes e Rheu- matismaes se empregaráõ com vantagem:—1) Bell, cham., n.-vom., puls., sulf. ou—2) Acon., aps., carb.-v., caps., dulc, gran.> merc, millef., rhus. e seneg. As Anginas Phlegmonosas exigem de prefe- rencia: Baryt, bell, hep., ign., nitri-ac, sulf., ou Acon., cale, canth., coff., lach., merc, n.-vom., sep., thui. As Anginas Gangrenosas exigem: Amm., ars. ou lach., ou ainda: Con., euphorb., kreos., merc e sulf. A angina ilembranosa ou o Croup exige de prefe- rencia: Acon., hep., spong. e phos. § 4.° Se a angina se manifestar em conseqüência de um Exanthema, como Escarlatina, Sarampão, varíola (bexigas), etc, se deverá consultar de preferencia: Ars., baryt., carb.-v. e ign. § 5." Einfim para a escolha dos diversos medica- mentos deve-se ter em vista os symptomas espiciaes que caracterisão oada caso particular. Belladona, contra quasi todas as espécies de anginas, especialmente havendo: dores de excoriação, coceira, sen- sação de um tumor, seccura, ardor ou picadas na gar- ganta, principalmente enguündo; dores que se propagão até os ouvidos; aperto e constricção espasmodica da gar- ganta, com necessidade contínua de engulir ou deglutição difficil, ou mesmo impossível; adypsia ou forte sede com hor- ror ás bebidas ou com impossibilidade de beber, porque todas as bebidas sahem pelas narinas; rubor vivo, muitas vezes amarellado, das partes affectadas, sem inchação, ou inchação e rubor inflammatorio do paladar, da campai- nha ou dos tonsülos, mesmo com suppuração ; ulceras que se estendem rapidamente; forte cumulo de mucosidades vtsgosas esbranquiçadas na garganta, na boca e sobre a Imaua; salivacão; inchações dos músculos ou mesmo das glândulas do pescoço e da nuca; febre violenta com face quente, rubra e vultuosa: dores de cabeça violentas na Lute, humor choroso e caprichoso. (Comp. Merc medi- camento que convém freqüentemente antes ou depois 58 ANGINA Chamomilla, especialmente nas crianças ou se o mal vem em conseqüência de uma transpiração supprimida ; ou ha- vendo : inchação das parotidas, dos tonsillos e das glân- dulas sub-maxillares; dores lancinantes, ardentes ou sensação como se houvesse um tumor na garganta; rubor carregado das partes affectadas; impossibilidade de en- gulir os alimentos sólidos, sobretudo estando deitado; sede, com seccura da boca e da garganta; coceira no la- ringe, que excita tosse; voz rouca ou enrouquecida, febre á noite com calor e calefrios alternativos; rubor (principal- mente de uma) das faces ; grande agitação, gritos e choros. Lachesis, em quasi todos os casos em que Bell. ou merc. parecem indicados, sem todavia bastar, e havendo: dôr de excoriação, ardor e seccura na garganta, não occupando senão pequenos pontos circumscriptos; ou se propagando até os miolos, o larynge e a lingua, o nariz, as gengivas, etc, com dyspnéa, perigo de suffocação, e salivação; in- chação, rubor e excoriação das amygdalas ou do véo do paladar; necessidade contínua de engulir, com espasmos na garganta ou com sensação de um tumor, de uma rolha ou de um volume qualquer que necessitasse ser engulido ; deglu- tição impedida, com horror ás bebidas, que muitas vezes sahem pelas narinas; aggravação do mal depois de meio- dia ou de manhã, ou todas as vezes depois de ter dormido, assim como pelo menor contado e pela mais ligeira pressão sobre o pescoço; allivio comendo, .^j Mercurius, muitas vezes no começo da moléstia, antes de Bell ou alternativamente com este medicamento, prin- cipalmente havendo: picadas violentas na garganta e nas amygdalas, especialmente engulindo e se propagando até as parotidas, os ouvidos e as glândulas submaxillares; ardor na garganta e dôr de excoriação, inchação e forte rubor inflammatorio das partes affectadas; alongamento da campainha; necessidade contínua de engulir com sen- sação, como se houvesse na garganta uma bola que se devesse engulir; deglutição diffcil, sobretudo das bebidas que sahem pelas narinas; máo gosto na boca; salivação abundante, inchação das gengivas e da lingua; suppuração das amygdalas ou ulceras na garganta, que não se estendem ANGINA DE PEITO 59 senão lentamente; aggravação do mal á noite ou á tarde, assim como ao ar fresco e fallando; calefrios á tarde ou frio alternando com calor, suores que não allivião, dores rheumatismaes, lancinantes ou tractivas na cabeça e na nuca. Nux-vomica, maxime depois de cham.: ou nas pessoas magras, biliosas e coléricas ou de temperamento san- guineo, e se houver: coceira e dôr de excoriação na gar- ganta, principalmente engulindo e aspirando ar fresco; dôr engulindo a vasio, como se o pharynge estivesse es- treitado ou que houvesse uma cavilha ou uma rolha na garganta; picadas até o ouvido, maxime engulindo; in- chação da campainha, do paladar ou dos tonsillos, ou so- mente sensação de inchação com dores pressivas e lanci- nantes; tosse sêcca com dores na cabeça e dores nos hypocondrios tossindo; pequenas ulceras de cheiro pú- trido na boca e na garganta. Pulsatilla, sobretudo nas mulheres ou nas pessoas de caracter brando e temperamento phlegmatico, especial- mente se houver: rubor, ás vezes azulado da garganta, dos tonsillos ou da campainha, com sensação, como se estas partes estivessem inchadas, ou que houvesse um embaraço no pharynge; coceira, dôr de excoriação e seccura na gar- ganta, sem sede; picadas na garganta, sobretudo fora da época da deglutição; calefrios á tarde com aggravação das dores de garganta; inchação varicosa das veias da gar- ganta, cumulo de mucosidades tenazes que revestem as partes affectadas. ANGINA DE PEITO STERNALGIA, STERNO-CARD1A, SYNCOPE ANGINOSA, PNETJ- MONALGIA, CARDIALGIA, ASTHMA DOLOROSA, GOTTA Dl APHR AGMATIC A. Nevralgia dos nervos pneumo-gastricos com dôr constrictiva, lacerante do peito, estendendo-se do 60 ANGINA DE PEITO sterno á espadua e braço, particularmente o esquerdo, com accessos de suffocação e angustia, porém sem febre. Esta affecção vital é devida á lesão dos nervos pneu- mogastricos, dos plexus que mandão filetes aos músculos respiratórios, e parece que á hypertrophia do coração e ossificação não só das cartilagens costaes, como mesmo das artérias coronarias. Symptomas. Dôr viva, súbita, dilacerante, atrás do sterno, do lado esquerdo especialmente, estendendo-se ao pescoço, espadua e braço correspondente, a qual póáe tor- nar-se geral e invadir todo o peito: suspensão da respiração com começo de suffocação, devida em grande parte ao susto que se apodera do doente, quando quer respirar, o qual o obriga a reter a respiração; face pallida, pulso normal. Estes symptomas vêm por accessos e durão cerca de quinze minutos, passados os quaes o doente parece nada soffrer. Estes incommodos durão mezes e mesmo annos, sendo a moléstia essencialmente mortal. Tratamento. Convém modificar a sensibilidade e a irri- tabilidade do systema nervoso. Hygienico. Ar sêcco e puro, habitação no campo, exer- cício moderado; distracção; roupas de flanella. Alimen- tação leve e de fácil digestão. Evitar as emoções moraes tristes ou mui vivas. Medico. Um dos medicamentos principaes contra esta affecção (que de ordinário acompanha as lesões orgânicas do coração),parece ser o Ars.; vem depois:—2) Benz., hep., lach., samb., veratr.—3). Acon., aur., bell, caus., dig.,phos., sponj.—4) Ang., ipêc, sep. (Consulte-se os artigos que tratão de Asthma, Con- gestão de sangue para o peito, Catarrho suffocante, Or- thopnea paralytica e Cardite.) ANGIOLEUCITE 61 ANGIOEEUCITE LYMPHANGITE (INFLAMMAÇÃO DOS VASOS LYMPHATICOS). Esta inflammação, segundo a causa que a produzio, pôde affectar os vasos apparentes do plano superficial ou os do profundo da rede lymphatica. As causas mais freqüentes que a determinão são: con- tusões, erysipelas, chagas com foco purulento onde ter- minem lymphaticos, e picadas feitas com instrumentos sujos, enferrujados, impregnados de matérias pútridas, ou de pús syphilitico. Symptomas. A Angioleucite divide-se em superficial e profunda. A superficial apresenta rubor mais ou menos claro ou violaceo, disposto em estrias, fitas ou placas tortuosas, seguindo o trajecto dos lymphaticos da parte affectada, simulando, em algumas circumstancias, placas erysi* pelatosas. Um dos principaes caracteres da lymphatite, aquelle que pôde ser alcunhado de pathognomonico, é a tume- facção das glândulas vizinhas do ponto onde teve seu co- meço a inflammação. A profunda começa de ordinário sem causa apparente Sua marcha é obscura, porque os symptomas de reacção febril se declarãp antes dos signaes locaes que enume- ramos; na superficial, porém, a febre segue o appareci- mento dás manchas. Logo, porém, depois da febre, o doente sente uma dôr profunda e inchação sob a fôrma de nós duros. A côr da pelle fica ligeiramente rosea, formando não estrias, mas placas que se vêm através da pelle tensa e afinada. 62 ASKILOSE Os symptomas de reacção febril são mais ou menos graves, segundo a intensidade da inflammação. A inflammação termina-se, de ordinário, pela suppu- ração, o que faz que a moléstia seja sempre grave. Felizmente não faltão excepções a esta regra. O maior perigo está na absorpção do pús, o qual dá, como resul- tado indeclinável, o estabelecimento da infecção purulenta, reconhecivel, pelos calefrios, seccura e fuliginosidades da lingua, e pela adynamia. Tratamento. O seu tratamento é o apropriado ás ery- sipelas phlegmonosas e fugazes, o qual o pratico encon- trará no artigo correspondente. Uma pratica que não deve ser desprezada ou descuidada, é—fazer, logo que a moléstia se declarar, uma compressão methodica com uma atadura de panno de linho, a qual deve ser constan- temente banhada de uma solução forte de tintura de arnica ou de agoa phenicada. ANKILOSE. Perda total ou incompleta do movimento das articula- ções por lesão essencial destas partes, ou em conseqüência de immobilidade forçada e prolongada das superfícies ar- ticulares. Divide-se em falsa e em verdadeira. A falsa é a perda incompleta dos movimentos normaes de uma articulação; a verdadeira é a perda total destes movi- mentos. Esta moléstia é do dominio da cirurgia; todavia não queremos deixar sem indicação nesta obra uma lesão tão freqüente em um paiz como o Brazil, onde o charlata- nismo tem assentado o seu dominio, principalmente nos pontos longiquos dos grandes centros. Tratamento. Ha duas indicações principaes: a 1*, rom- per violentamente os meios unitivos anormaes das super- fícies articulares ankilosadas; 2", que é quasi uma depen- dência da primeira, estabelecer uma falsa articulação no ANOSMIA 63 ponto mais próximo da ankilose. Esta segunda indicação, quando a primeira é preenchida, é dispensável. Se a anki- lose ó completa é de urgência o emprego da extensão for- çada. Este meio carece ser usado com toda a prudência e exactidão. Sendo incompleta, deve-se empregar o exercício mode- rado, movimentos freqüentes e leves da articulação, talas ou goteiras apropriadas ás articulações e com hastes den- tadas para regular a grande extensão, ou curvatura conve- niente. Extensão forçada; Tenotomia. ANOREXIA. FALTA DE APPETITE. De ordinário a Aneroxia não é mais que um symp- toma; todavia occasiões ha em que ella por si só con- stitue um soffrimento difficil de ser removido sem o soccorro da medicina. Neste caso pôde definir-se —Lesão directa ou indirecta mais ou menos intensa dos nervos do estômago. Tratamento. Os melhores medicamentos são: — 1) Ais., ant, arn., chin., hep., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf., tart—2) Baryt, bry., cale, cyct, natr.-m., sep., sil.—3) Ars., bell, canth., cie, coce, con., ign., lye, op., plat, thui e veratr. ANOSMIA. Diminuição ou Perda Total do Odorato. Tratamento. Os melhores medicamentos contra a perda chronica do odorato são:—1) Bell, cale, natr.-m., n.-vom., $hos., puls., sep., sil, sulf. —2) Alum., aur., caps., caus., 64 ANTHRAX hep., hyos., ipec, kal, lye, magn-m., mez., nitri-ae, oleand., op., rhus. e veratr. Para a Anosmia puramente nervosa por paralysia do nervo olfactivo se deve consultar em geral, de prefe- rencia : Bell, caus., hyos., lye, natr.-m., n.-vom., op., plumb., e sep. E para a Anosmia Catarrhal, em conseqüência de de- fluxos freqüentes: Alum., cale, hep., mez., natr.-m., n.-vom., puls., sep., sil. e sulf. ANTHRAX. Inflammação circumscripta dos prolongamentos que o tecido cellular subcutaneo envia para as areolas fibrosas do derma, com o fim de acompanhar os vasos e nervos que se dirigem da parte profunda para a superficial, produ- zindo estrangulação e formando tumor. Divide-se em Benigno, que é o furunculo ou prego, e em Maligno ou Anthrax, propriamente dito (e não carbúnculo, como querem muitos pathologistas). Symptomas.— Locaes. (Anthrax propriamente dito.)— Tumor vermelho, duro, de base larga e vértice hemisphe- rico; molle no vértice, de volume variável, quente, dolo- roso, passando do vermelho ao violaceo; perfura-se espon- taneamente dando sahida por muitos orificios a pús sanguinolento e tecido cellular mortificado; carnicão, algumas vezes mortificação dos tegumentos; as apone- vroses e os músculos ficão desnudados. Geraes. Febre mais ou menos violenta, precedendo o acompanhando até a cura. Benigno, Furunculo ou prego. Symptomas.—Locaes. Pequeno tumor, vermelho, quente, AMYGDaI.ITE 65 duro, doloroso, contendo um humor sero-sanguinolento e um carnicâo. Geraes. Nullos. As differenças, que existem entre o benigno e o ma- ligno, são: rubor mais forte no anthrax; a pelle torna-se neste violacea ou negra; abrir em muitos lugares e se avivar de buracos numerosos, os quaes deixâo transsudar pús sanguinolento; terminar-se sempre por gangrena e ter, como lugar de eleição, o dorso, as espaduas e o pes- coço. O tumor formado, além de ser grande, é muito do- loroso e muito duro, parecendo ser devido á estrangulaçâo de maior ou menor numero de feixes conicos do tecido cellular, emquanto que o benigno ou furunculo, além de menor intensidade dos phenomenos expostos, apresenta no centro uma saliência, que o faz chamar vulgarmente— prego. Esta espécie não se termina por gangrena, ao con- trario ou em vez desta terminação, ella se faz por meio da expulsão espontânea ou forçada de uma matéria espessa que se chama carnicâo, devida, por via de regra, á inflam- mação sem estrangulaçâo de menor numero de feixes do tecido cellular. Tratamento. (Não fallo do benigno, porque este rara- mente reclama meios cirúrgicos.) É do dominio da cirur- gia e da medicina. Medico. Quando elles sobrevem entre as espaduas, prin- cipalmente: Silic. ou ainda: Hep., hyos., lye, nitri-ac. No começo, porém, do tratamento quando a inflammação se declara e a estrangulaçâo se vae fazendo : Am., seguido de N.-vom. Cirúrgico. Os meios cirúrgicos devem ter em vista— accelerar a queda do carnicâo, impedindo que a gangrena, que o invade sempre, se communique a maior numero de feixes do tecido laminoso do derma, o que se obtém por meio do emprego de cataplasmas emollientes, e fazendo- se incisões cruciaes, mais ou menos multiplicadas.(Fig. 1.) Durante os primeiros dias do tratamento depois da ope- ração fazem-se pressões methodicas ■|em redor do tumor D. H. 5 66 AMYGDAL1TE para expellir o pús e as porções de carnicação que se tirarem, e cura-se com chumaços de fios induzidos de Fig. 1. — Incisão subcutanea do anthrax. —A, centro do anthrax ; R, dedo guiando o bistouri através da pelle. cerôto simples, cobrindo-se afinal todo o tumor com uma cataplasma feita com bananas de S. Thomó (verdes), pi- zadas com azeite de palmas ou dendê. As complicações que ás vezes se declárão nos órgãos circumvizinhos —o pleuriz, por exemplo, devem ser trata- das pelos meios apropriados. Os principaes medicamentos aconselhados para a cura do furunculo ou anthrax benigno e para tirar a disposição a ser delle affectado, são :—1) Aps., arn., bell, hep., lye, phos., sulf.—2) Alum., cale, ant, lach., led., merc, nitri.- ac, n.-mos., n.-vom., oxal-ac, phos.-ac, see, sep., sil, staph., tart. e thui. Os grandes furunculos parecem exigir de preferen- cia:—1) Hep., lach., nitri.-ac, sil:—2) Hyos., nat., phos. e tart. Os pequenos furunculos ao contrario:—1) Am., bell, sulf.—2) Grat, magn.-c, natr.-m e zinc Quando a maturidade tarda a se estabelecer achar-se-ha de grande soccorro: hep. ou se ha forte inflammação e muitas dores: bell ou merc. Tratados desde o começo grande numero de furuncu- los cedem também á cale por via de reabsorpção. Aí HO NI A 67 Para os furunculos que têm tendência a se grangrenar e a passar para malignos, os medicamentos principaes, são: —1) Ars., bell, silic;—2) caps., hyos., lach., rhus., see. e sil. Para tirar a disposição aos furunculos são principal- mente : lye, n.-vom., phos. e sulf. APHONIA. DYSPHONIA, EXTINCÇÃO DA VOZ. A aphonia é o enfraquecimento mais ou menos com- pleto da voz. Distingue-se do mutismo porque este é a privação completa da palavra, fazendo-se todavia ouvir a voz sem articulação dos sons; e da extineção da voz, porque na aphonia os sons são enfraquecidos mas não extinetos como nesta. Tratamento.— § 1. Os medicamentos melhor indicados, são:—1) Carb.-v., cep., dros., mang., phosph., spong:—2) Bell, bry., caps., cann., cham., dulc, hep., merc, natr., n.-vom., petr., puls., rhus., samb., sil, sulf.—3) Ambr., cale, chin., graph., natr.-m., sang., stram., veratr. § 2. Para a rouquidão catarrhal ordinária, com ou sem tosse, são principalmente : cep., cham., carb.-v., dulc, merc, n.-vom., puls., rhus., samb., sul/, ou ainda: bell, cale, caps., dros., hep., mang., natr., phos., tart. A rouquidão chronica exige de preferencia: carb.-v., caus., hep., mang., petr., phos., sil, sul/, ou dros., dulc rhus. Para a aphonia completa se achará muitas vezes de grande utilidade:—1) Ant, bell, baryt, carb.-v., caus., merc, phosph., sul/.—2) Bros., hep., lach., natr.-m., plat, puls., spong., veratr. 68 APHTAS § 3. Além disto a rouquidão em conseqüência do sa- rampão será curada muitas vezes por: bell, bry., carb.-v., cham., dros., deste, sul/. A que se manifesta depois do croup, por: hep., phos., ou por: bell, carb.-v., dros. Em conseqüência de uma bronchite, de um catarrho nazal, etc, por: carb.-v., caus., dros., mang.,phos., rhus., silic, sul/. A que se manifesta depois de um resfriamento, por: bell, carb.-v., dulc, e sul/.; e se ella se aggrava todas as vezes que o tempo torna-se frio e humido, por: carb.-v., sul/. APHTAS. STOMATITE FOLLICULOSA, VESICO-ULCEROSA (VULGO SAPINHOS, NAS CRIANÇAS). Inflammação erythematosa dos folliculos muciparos da mucosa bucco-pharyngiana, seguida de ulcerações. É moléstia própria da infância, sem todavia poder di- zer-se que não apparece nos adultos. Os alimentos salgados — azedos — e a irritação do tubo digestivo são as causas mais freqüentes de seu appareci- mento. Symptomas. De ordinário desenvolve-se na mucosa da boca uma erupção de pequenas vesiculas transparentes, arredondadas, brancas, ou côr de pérola, abaixo e ao re- dor das quaes se descobre um inchaço logo no segundo dia, branco ou preto, de base dura, que dá-lhe a apparencia de pequenas pústulas. Ao terceiro dia as vesiculas deixão escoar um liquido transparente, formando-se logo após as ulcerações arredondadas que constituem as aphtas.—Ellas são discretas ou confluentes. APOPLEXIA 69 As primeiras são em pequeno numero, separadas por larga porção da mucosa em estado normal, e se limitão á boca e ao cesophago, acompanhando-se apenas de inap- petencia, sede, diarrhéa ligeira, ou constipação.— As con- fluentes começão por phenomenos geraes mais fortes, e febre contínua. A erupção se estende a todo o canal in- testinal, semelhando na boca a erupção variolosa. Tratamento. Os medicamentos que mais lhes convém, maxime nas crianças, são: borax., merc, n.-vom., sulf., sulf.-ae, ou chlor.-ac. APOPLEXIA. Derramamento súbito de sangue ou soro, formando foco na espessura dos órgãos parenchymatosos, com diminuição ou perda instantânea das faculdades motrizes e sensoriaes, por suspensão da innervação mais ou menos completa. A mór parte dos autores estão de accôrdo em admittir, além das apoplexias sangüínea e sorosa, uma terceira es- pécie a que dão o nome de apoplexia nervosa, pela simi- litude de symptomas desta lesão dos centros nervosos, e por seus effeitos com os das duas primeiras. A differença capital entre a congestão e apoplexia é, que na primeira, á qual modernamente se applica antes a denominação de hyperemia, o sangue ou soro afflue em maior cópia para os vasos, da parte dos quaes não ha- vendo ruptura, não ha conseguintemente derramamento e nelles fica contido, sendo os symptomas observados effeito da turgencia anormal; emquanto que na apo- plexia ha ruptura de vasos e hemorrhagia para a espes- sura ou interior dos órgãos—sede da lesão—com forma- ção conseqüente do foco. Das apoplexias especiaes a cada órgão ha duas es- pécies que merecem, por sua freqüência e importância, estudo mais particular, são: a cerebral e a pulmonar, 70 APOPLEXIA Assim, pois, é dellas que nos occuparemos reservando o | estudo das demais para trabalho futuro, que tencionamos emprehender. Apoplexia cerebral.—Sympíomas. A congestão cerebral ou hyperemia cerebral não traz paralysia in- tensa, duradoura (permanente), apenas embaraços na ca- beça, atordoamento, tendência ao somno. Sendo intensa: tonturas, zumbido de ouvidos, vista turva, vertigens, face córada, dores de cabeça, fraqueza nos movimentos musculares, com conservação da intel- ligencia; paralysia de um lado, porém passageira, per- dendo o individuo o conhecimento só no momento do ata- que. A apoplexia propriamente dita ou hemorrhagia cerebral apresenta os mesmos symptomas, porém com maior in- tensidade, produzindo paralysia permanente de um lado (hemiplegia) ou das extremidades inferiores (paraplegia). A apoplexia tem uma serie de modificações relativas á sua intensidade, sede, natureza e extensão da lesão ce- rebral. Além das espécies de paralysia que se podem cha- mar geraes, porque ora atacão todo um lado, e ora os membros inferiores, a paralysia pôde atacar, por exem- plo, a lingua só. Segundo Bouillaud é a apoplexia do lobo anterior do cérebro que dá particularmente a perda da falia, em- quanto que a do cerebello dá lugar á—erecção do penis, perturbação na respiração, amaurose e coma profunda. Como na apoplexia, ou hemorrhagia cerebral se po- dem fazer derramamentos desta ordem para o pulmão, para as meminges, para a medulla da espinha, para o fígado, baço, rim, etc. Tratamento. — § 1. Os medicamentos que até hoje têm sido empregados com mais proveito contra a congestão e a apoplexia cerebral, são:—1) Am., baryt, bell, coce, lach., n.-vom., op., puls. e é provável que se obtenha re- sultado em alguns casos com:—2) Acon., ant, aps., chin., coff., con., dig., hyos., ipee, merc, n.-vom., tart, nitigl. APOrLEXIA 71 § 2. A apoplexia sanguinea exige principal- mente : arn., bell, lach., n.-vom., op., ou ainda: acon., ant, baryt., coff., ipee, hyos., merc, puls. A apoplexia sorosa: arn., ipee, dig., merc, e em algumas circumstancias: bar.-e, coce, con., cheneus. Para a apoplexia nervosa : arn., bell, coff., hyos., stram., camph., tans. § 3. Para as paralysias, que succedem a um ataque de apoplexia: arn., baryt, bell, coce, lach., n.-vom., rhus., stram., zinc, ou : anae, cale, caus., cor., diãc, laur., nat- m., phosph., plumb., rut, sep., sil. Para as hemiplegias em particular: alum., anae, caus., coce, graph., kali., lach., phos.-ac, sulf.-ae § 4. Quanto ás causas exteriores pelas quaes a apoplexia pôde ser occasionada, se ella apparecer nas pessoas dadas ás bebidas alcoólicas: lach., n.-vom., op., ou ainda: ba- ryt, coff., con., puls. Nas pessoas idosas especialmente: aps., baryt, ou op., ou ainda: con., dig., merc. Em conseqüência de uma sobrecarga de estômago, espe- cialmente : ipee., n.-vom., ou puls., se todavia algumas co- lhéres de café forte não bastarem. § 5. Quanto aos symptomas que caracterisão os diver- sos casos de apoplexia, convém consultar a pathogenesia especial de cada medicamento. Arnica, para quando o pulso fôr- cheio e forte, com paralysia dos membros (do lado esquerdo): perda de co- nhecimento, torpor, com roncos, gemidos e murmúrios; evacuações involuntárias das dejecções e das ourinas. Baryta. Paralysia da lingua ou das extremidades su- periores (do lado direito): boca torta, desarranjo da in- telligencia com maneiras pueris, somnolencia comatosa. Belladona. Lethargo, com perda do conhecimento e da pa- lavra; paralysia dos membres do lado direito; boca torta: lingua paralysada; deglutição diffcil ou mesmo impossível; pupillas dilatadas; face vermelha e vultuosa. 72 ABTHRITE Çocculus. Aos ataques precedem vertigens: membros inferiores paralysados com insensibilidade. Lachesis. Ataques com perda do conhecimento, com face azulada, tremor dos membros, paralysia do lado es- querdo. Nux-vomiça. Paralysia dos membros inferiores. Os ata- ques têm de particular serem precedidos de vertigens, com dores de cabeça e zumbido de ouvidos. Opium. Os ataques são precedidos de estupor, vertigem, zumbido de ouvidos, surdez, olhos fixos e desejos freqüen- tes de dormir. O que caracterisa, porém, o emprego deste medica- mento é, a rijeza tetanica do corpo, face vermelha, quente e vultuosa; cabeça quente e ás vezes coberta de suor ; pupillas insensíveis ; respiração lenta e estertorosa ; movimentos con- vulsivos e tremor dos braços e pernas. Pulsatilla. Batimentos de coração violentos, pulso fili- forme. ARTHRITE. ARTHRALGIA. Inflammação dos tecidos fibrosos e sorosos de uma ou mais articulações. Pôde ser aguda ou chronica, idiopathica, blenorrha- gica, traumática e puerperal. ArÜiritc Idiopathica.—Symptomas.—Locaes. Mo- vimentos dolorosos e penosos da articulação affectada, com rubor, calor, dôr intensa, e inchação mais ou menos pro- nunciada segundo o gráo da inflammação, e se terminan- do umas vezes pela resolução, e outras por abscessos pe- riarticulares. .iRTKRíTE 73 A Blennorrhagica.—Symptomas.— Locaes. Os symptomas são idênticos aos da idopathica, porém menos intensos, e complicados com a existência de uma blen- norrhagia. A Traumática.— Symptomas.— Locaes. Pelle tensa e luzente. Os lábios da chaga que deu causa á inflam- mação são descorados, tumefactos e oedematosos: a pres- são faz desenvolver dôr intensissima, bem como os movi- mentos articulares, corrimento de sangue da chaga, e de synovio, e quando a inflammação se prolonga de serosi- dade purulenta. A Puerperal.—Symptomas. — Locaes. Depois do parto a articulação affectada incha, com dôr, rubor e empasta- mento. Geraes. Elles são communs a todas as espécies supra- citadas, sendo mais ou menos intensos, segundo circum- stancias especiaes á constituição medica reinante, á idio- syncracia individual e á intensidade da causa, pulso duro, cheio e freqüente, calor, oscillando de 37° a 40°; lingua sêcca, sede viva; agitação e delirio. Estes symptomas são mais intensos na espécie traumática, e pouco pronun- ciados nas demais. Tratamento. A indicação principal é—combater e fazer abortar a inflammação. Sendo aguda, e por causa local ou traumática (pan- cada), além do tratamento medicamentoso, deve-se fazer applicações frias, repercussivas e refrigerantes, por meio da água fria e gelo, e cataplasmas emollientes, repouso absoluto e dieta. Resolutivos. Banhos frios, irrigações frias, compressão com ataduras ou faxas agglutinativas. Sendo chronica, deve-se fazer todo o esforço para nul- lificar o trabalho de desorganisação da articulação. § 1.° Os meios médicos assentão na applicação dos se- guintes medicamentos, os quaes têm sido efficazes para a sua cura:—1) Acon., lye, caus., colch.-,—2) Acon., ant, ars., bell, bry., cale, caus., chin., cocc.,fer., guai., hep., iod., 74 abthrite led., mang, n.-vom., phos., phos.-ar., puls., rhod., sabin., sass., sulf., e em outros casos;—3) Canth., chel, cie, colch., con., daph., dulc, mez., merc., stann., tart, thui.; — 4) Chin.-s., cin., n-jugl, ran., van.-sc, sang., staph.;—5) Tayujá. § 2.° Sendo a arthrite aguda, os medicamentos que mais lhe convém são:— 1) Acon.— 2) Ant.; ars., bell, bry., chin., /er., hep., n.-vom., puls.;— 3) Berb., canth., colch. e tayujá. Sendo chronica. Os mesmos acima, e mais: cale, caus., colch., guai., iod., mang., phos.-ae, rhod., salsap. e sulf. § 3.° Para a arthrite vaga: Am., mang., n.-mos., n.- vom., puls., ou asa., daph., plumb., rhod. As nodosidades arthriticas exigem: 1) Cale, lye, rhod.; — 2) Agn., ant., bry., carb.-v., caus., graph., led., lye, n.- vom., staph.; — 3) Acon., arn., aur., carb.-an., cie, ciem., dig., hep., onere, nitri-ac, phos., pids., rhus., sob., sep., sil e zinc Estando a articulação encolhida e dobrada, ou mesmo adelgaçada: Bry., caus., guai., sulf. ou cale, coloe, rhus. e thui. § 4.° Para as metastases arthriticas são : Acon., bell, n-vom., sass. e sulf. § 5.° Para as arthrites nas pessoas dadas ás bebidas alcoólicas, de preferencia: Acon., cale, n.-vom., sulf. ou ars., chin., hep., iod., lach., led., puls. Para os que trabalhos dentro d'agua: Caie, puls., sass. e sulf. § 6.° Segundo Jahr, um dos medicamentos mais im- portantes na gôtta é benz.-ae, especialmente quando a moléstia ataca o coração, ou quando ha tendência para se propagar das extremidades inferiores para as supe- riores, e caixa thoraxica, ou da esquerua para a di- reita. .ARTHROCACE 75 ARTHROCACE. TUMOR BRANCO, ARTHRITE, OSTEITE ARTICULAR CHRONICO. Artlirocace é a arthrite chronica com todos os symptomas da aguda, menos intensos, devida a uma causa interna — o rheumatismo, e as escrophulas, por exemplo; podendo igualmente ser produ/ida por causas traumáticas. Aos symptomas da aguda se juntão—hyper- trophia, formação de um tumor branco na articulação, carie das extremidades articulares dos ossos e desorga- nisações profundas dos diversos tecidos peri — e intraar- ticulares. Havendo tumor branco formado, seus symptomas pe- culiares são: dôr, peso e embaraço na articulação, com ou sem reacção inflammatoria. O tumor pôde invadir parte ou a totalidade da articulação; quer n'um, quer n'outro caso é immovel, circumscripto, resistente, ás vezes duro ou elástico, mas sem fluctuação; os tegumentos que o cobrem, ainda que tensos, não mudão de côr ou são pal- lidos; os movimentos e o calor da cama augmentão as dores; o membro affectado fica immovel, em flexão; os movimentos são quasi impossiveis. Quando o pús se ac- mula, o que gasta não pouco tempo a fazer-se, a pelle torna-se rubra, excessivamente distendida, e por effeito de descoUamentos formão-se fistulas que deixão evacuar pús sanioso, trazendo de envolta detrictos ou pequenas por- ções de ossos, quando se declarou carie na articulação. Por effeito da chronicidade da lesão o membro torna-se menos volumoso do que o são e se fazem mesmo lu- xações espontâneas, mormente se ó na articulação do joelho. 76 ASCITE Tratamento. —Medico. Os medicamentos que lhe são oppostos são: coloe e phosph.-ae; ou ainda cale, hep., silic. e sidf. O fim principal do tratamento é combater a inflam- mação e a dôr, e impedir que a desorganisação se produza. Havendo formação de pús prescrever os medicamentos aconselhados para os abscessos. Cirúrgico. Mobilidade da articulação praticada mode- rada e prudentemente: goteiras e ataduras dextrieradas; calor s lar ou antecipadamente produzido por meio de chumaços de algodão; dar sahida ao pús, cauterisação com ferro em braza, mechas, amputação ou reseccação das su- perfícies articulares e sedenho. Hygienico. Eoupas de flanella, habitação no campo, repouso absoluto. (V. Escrophulas. Bheumatismo.) ASCITE. HYDROPISÍA DO VENTRE (VULGO BARRIGA D'AGUA). Hydropisia do baixo ventre. Pôde ser passiva ou activa, idiopathica ou symptoma- tica. A activa tem por causa principal a inflammação chromca do peritoneo ; a passiva pôde ser devida a varias moléstias: a embaraços da circulação na veia porta, áscir- rhose do fígado, á cachexia paludosa, etc. Symptomas.-Locaes. Ventre tumefeito, alargado dos lados com achatamento da parte anterior, quando o outro lado I" ^ í ""^ V°lta»d° de « d outro lado a parte que fica para baixo augmenta de vo- cutíndoTant° ^ & ^^P^eima achata-se. Veí Wo ckro"".^ maC1Ç° até d0US dedos aba^o ^ um- bigo, claro acima e em toda a extensão do ventre ASCITE 77 Fazendo-se voltar o doente de lado —som maciço nas partes declives e claro no lado superior, a menos que haja falsas membranas enkystando o liquido. Até dous dedos abaixo do umbigo, som intestinal puro e sonoridade normal: nos flancos, e desde esse ponto (abaixo do um- bigo) até ao púbis, falta completa de sonoridade, som maciço, mais alto nos flancos do que na linha mediana, de sorte que esse som representa uma Unha curva de con- cavidade superior; pelle tensa e luzente; fluctuação per- cebivel, quando não houver muito liquido derramado, no caso contrario, obscura. Quando a hydiopisia é passiva e devida a obstáculos a circulação venosa profunda ou da veia directa, como a Porta, por exemplo, nota-se augmento nas veias que fazem a circulação superficial, devido ao alargamento das coUa- teraes na pelle. Sua disposição é a seguinte : rede venosa superficial dilatada e dirigida das regiões inguinaes para a parte inferior do peito. Quando o embaraço ó na veia porta, augmento de volume na rede superficial, e no es- paço comprehendido entre o appendice xiphoide e o púbis, descrevendo poucas sinuosidades, percorrendo este tra- jecto quasi em linha recta. As veias são symetricas, isto é, tantas de um lado como de outro da linha branca, corres- pondendo a epigastrica e as inamares internas profundas. Estas veias superficiaes augmentão de volume por tal fôrma, para corrigir o embaraço nas profundas, que ad- quirem a grossura de uma penna de pato; sendo de ordi- nário acompanhadas por outras mais pequenas que se anastomosão em redes, que se estendem para os lados da parede anterior do abdômen, apagando-se insensivel- mente até desapparecerem na altura de uma linha vertical, tirada do mamelão. Em conclusão: grossos troncos recti- lineos, redes lateraes pouco desenvolvidas ou nullas, taes são os caracteres da circulação complementar da veia- porta. (Jaccoud.) Quando o embaraço é nas cavas, as grossas veias da rede superficial estão nos lados, e as finas na linha média. Sendo a cava inferior a obstruida, a rede colla- teral se dilata debaixo para cima, das'regiões inguinaes para a axillar: quando é a superior a sede da compressão, 78 ASPHYXIA as collateraes são mais desenvolvidas de cima para baixo, isto é, a rede inicial começa nas regiões clavicularcs, e axillares para desapparecer pouco a pouco descendo; distensão da pelle ao nivel do umbigo, com formação de um tumor transparente e fluctuante. Geraes. Ordinariamente nullos; dyspnéas ás vezes; di- gestões difficeis e pelle sêcca. Tratamento. Os melhores medicamentos são: 1) Aps., ars., chin., bell, kal, merc, sul/.;—2) Acon., bry., con., coloe, dulc, euphorb., prun., sep.;—3) Asa., cep., colch., dig., led., lye, puls., squill. ASPHYXIA. ASPHYXIA, APNÉA, APNEOSPHYXIA, MORTE APPARENTE ANHEMOTOSIA. A Asphyxia é a suspensão passageira ou permanente dos phenomenos da respiração, com suspensão das func- ções do cérebro, da circulação e de todas as que delia dependem. Ha diversas espécies de asphyxia: Ia, por submersão; 2d, por estrangulaçâo ou suffocação: nesta classe está a dos enforcados e de todos que suffocão a respiração; 3a, asphyxia por gazes não respiraveis—é a classe do mepJú- tismo, como por exemplo pelos gazes azoto, protoxydo de azoto, pelo hydrogeneo, por gazes deletérios—ácido carbô- nico, hydrogeneo carbonotado, oxydo de carbono, os com- postos de enxo/res, de chloro, de ammoniaco, de arsênico, etc; 4», asphyxia dos recém-nascidos, a qual pôde ser de- vida á /raqueza congenital, á laçada do cordão umbilical no pescoço, e por mucosidades existentes na boca e nas vias respiratórias. Tratamento. Os cuidados, que o pratico deve despender ASPHYXIA 79 logo que é chamado para acudir a um asphyxiado, são: Io, indagar da causa que a produzio; 2o, subtrahir o individuo a esta causa; 3o, restabelecer, por todos os meios a seu alcance e com promptidão, a respiração, a circula- ção e a caloricidade. Os cuidados a empregar para restituir á vida os afo- gados são: transportar com cautela o asphyxiado para um lugar conveniente, onde será despido das roupas que traz—vesti-lo ou envolve-lo em coberturas de flanella; deital-o do lado direito, com a cabeça pouco elevada; pôr aos lados e por diversas partes do corpo saccos com areia quente, cinza ou farello. Desembaraçar-lhes a boca, as narinas, a trachea-arteria e os bronchios das mucosi- dades e liquidos que contêm, fazendo depois fricções fortes, urtigações e tudo quanto possa despertar-lhes a sen- sibilidade da pelle. Nos enforcados deve-se com promptidão tirar-lhes o ba- raço e fazer desapparecer a causa da estrangulaçâo. Modernamente são usados dous processos para a cura dos afogados, os quaes se disputão a primazia pela fa- cilidade do seu emprego e maior numero de resultados felizes. Copiamos integralmente a descripção de ambos, em sua applicação, para que o pratico em occasiões azadas lance mão do que lhe parecer mais apropriado á emer- gência. 1.° Methodo-Marshall-Hall.—CollocíL-se o doente com o ventre para baixo, depois de ter posto debaixo do peito, com o fim de levanta-lo e contê-lo convenientemente, um panno qualquer enrolado ou mesmo qualquer peça de roupa: depois volta-se o corpo brandamente para o lado, quasi sobre o dorio (Fig. 2), e então volta-se subitamente o enfermo com a face para o chão (Fig. 3); repetem-se estas manobras com cuidado, energia e perseverança, pouco mais ou menos quinze vezes por minuto; muda-se de tempos em tempos de lado. De cada vez que o afogado estiver com o ventre para baixo, deve-se fazer uma compressão viva e firme entre as omoplatas (espaduas), cessando a compressão, logo que 80 ASPHYXIA se volte o corpo de lado. Desta fôrma, diz o autor que Fig. 2.— Methodo de Marshall. — Primeira posição a primeira posição augmenta a expiração e a sgunda co- meça a inspiração. Fig. 3—Mothodo de Marshall. — Segunda posição. 2." Methodo de Sylvester.—'Este processo, pelos exames comparativos a que tem sido submettido, dá, segundo as experiências, em cadáveres, duas vezes maior quantidade de ar do que o precedente. Pratica-se da seguinte fôrma. Regra 1." Dar ao paciente a posição conveniente.—Col- loca-se o corpo sobre o dorso (de costas), as espaduas ASPHYXIA 81 levantadas e sustentadas por um panno dobrado,, e apoião-se os pés. Regra 2.a Manter livre a introducção do ar na trachea- arteria.—Limpa-se a boca e as narinas. Puxa-se a lingua do paciente, e se mantém fora dos lábios. (Se se levantar brandamente a maxilla inferior, os dentes poderão servir para manter a lingua na posição que se quer.) Se fôr ne- cessário, reter-se-ha a lingua passando um lenço debaixo do mento, e amarrando-o em cima na cabeça. Regra 3.a Imitar o movimento de uma respiração pro- funda.—Levantar os braços dos dous lados da cabeça e mantê-los brandamente, mas com firmeza, assim elevados durante dous segundos. Este movimento alarga a capa- cidade levantando as costellas e produz uma inspira- ção. (Fig. 4) Abaixa-se depois os braços e comprime-se Fig. 4.—MoTimento de respiração. com elles brandamente, mas com firmeza, durante dous segundos, os lados do peito. Este movimento diminue a cavidade do peito, comprimindo sobre os lados produz uma expiração forçada (Fig. 5). Repetem-se estes movimentos alternativamente, com «nergia e perseverança, quinze vezes por minuto. Regra 4*. Fazer voltar a circulação e o calor, e excitar d. h. i 6 82 ASPHYXIA a respiração. Friccionão-se os membros desde as extre- midades até o coração. Substituem-se as roupas molhadr s Fig. 5.—Methodo de Sylvester. Movimento de respiração. por uma cobertura quente e sêcca. De tempos a tempos lança-se água fria no rosto do doente. Estas prescripções são perfeitamente compatíveis com a execução dos movi- mentos tendentes a imitar o acto da respiração. A fricção deve ser continuada debaixo das coberturas ou por cima da roupa sêcca. Deve-se chamar o calor pela applicação de flanellas quentes, botelhas ou bexigas dágua quente, tijolos quentes, etc, etc, nas axillas, entre as coxas e na planta dos pés. Sendo transportado o paciente para alguma casa, de- pois de haver respirado, deve haver o cuidado de deixar o ar penetrar e circular livremente na sala. Quando a vida estiver restabelecida, deve-se dar uma colher pequena dágua quente; depois, se o doente puder < engulir, administrar-se-lhe, em pequenas quantidades, vi- nho, água, aguardente, quentes, ou café: obriga-lo a con- servar-se na cama, e instar com elle para que durma. De todos os processos até hoje conhecidos para salva- ção dos afogados o methodo Sylvester é o que maior nu- mero de vidas restitue á sociedade, razão pela qual acon- selhamos que seja elle o empregado immediatamente que ASPHYXIA 83 fôr tirado dágua o paciente—sem precedência do empre- go do methodo Marshall-Hall Para a asphyxia produzida pelo croup, em occasião competente daremos os meios de remedia-la. Em geral deve-se expor o doente de asphyxia ao ar fresco; fazer aspersões com água fria; fricções repetidas sobre o estômago, ventre e região do coração. As pelo mephitismo — sendo os gazes azoto — e hydro- geneo, além das fricções é conveniente insufflar ar de boca a boca, como se deve fazer a todos os asphyxia- dos em geral, ou com a sonda cesophagiana de Chaussier. Além disto faz-se respirar tabaco, ammoniaco e ácido sulfuroso—fácil de obter-se, queimando um phosphoro, e chegando-o ao nariz do doente. Depois convém dar-lhe clysteres dágua salgada. Se éi o protoxydo de azoto ou gaz hilariante deve-se fazer o mesmo tratamento que para o azoto. Sendo o chloro—faz-se respirar o ammoniaco, com cui- dado. O ácido sul/uroso—o mesmo tratamento que o chloro. O gaz ammoniaco—faz-se respirar o chloro, e vinagre. Sendo o ácido carbônico—é o tratamento geraL O oxydo de cârbone, respirar oxygeneo. Contra o hydrogeneo carbonatado ou gaz da illumina- ção —tratamento geral. Hydrogeneo sul/urado—gaz hydrosulfurico e chloro— com prudência. Contra vapores do carvão, tratamento geral, sendo, porém, o melhor meio o emprego da água fria, que deve ser lançada de dous em dous minutos no rosto e peito do asphyxiado. A asphyxia dos recém-nascidos, quando é devida á laça- da do cordão umbelical, a primeira e instante medica- ção é cortar o cordão, se não se puder tirar a parte enro- lada ao pescoço, e empregar os meios geraes. Ha dous outros estados nos recém-nascidos de morte apparente: um é a apoplexia, e outro a suffocação (asphyxia) devida a accumulo de mucosidades na boca, e vias respirató- rias. Os meios são: extrahir com o dedo ou com as 84 AORTITE ramas de uma penna as mucosidades existentes, fazendo depois fricções, e insufflação de ar nos pulmões pelos meios já indicados, sendo preferível a sonda cesophagiana. O pratico deve abster-se, neste caso, do cortar o cordão emquanto a respiração não estiver restabelecida; na apople- xia, porém, é o procedimento inverso que deve effeituar-se Terminados estes meios contra as diversas espécies de asphyxia, que se pôde considerar em certas circum- stancias como capitães, importa lançar mão dos medi- mentos apropriados, sendo de notar que as inspirações dos diversos gazes ou corpos de que fiz menção, como antídotos dos diversos casos de mephitismo, devem ser usados sem simultaneidade com os medicamentos abaixo, porque lhe nullificarião a acção. Serão empregados, fa- lhando ou o emprego delles ou o dos medicamentos. Todos os mais meios mecânicos que aconselho devem ser feitos de commum com o emprego dos medicamen- tos homceopathicos. Para a asphyxia por suffocação ou estrangulaçâo, o me- dicamento principa é—op. Sendo por gazes deletérios ainda—op., e depois, acon. ou bell. Para os a/ogados—lach. Ao asphyxiado por congelação, tendo tornado á vida, convém empregar para os incommodos subsequentes: ars., carb.-v. ou acon. e bry. Quando é produzida por um raio—é n.-vom. o preferi- vel, depois do que se põe o doente, ora sentado, ora deitado em terra cavada recentemente, com a qual se lhe cobrirá o corpo todo, excepto o rosto, que deve ficar voltado para o sol, até que volte á vida. Para a asphyxia dos recém-nascidos os medicamentos principaes, são: tart, ou op., ou chin. AORTITE. Inflammação de uma ou de todas as membranas que entrão na textura da aorta. Para symptomatologia e tratamento. V. Phlebite. ASTHENIA 85 ARTERITE. Inflammação da túnica interna das arterias> com com- municação a toda a espessura de suas paredes. V. Phlebite. ASTHENIA. AT^NIA, ADYNAMIA, DEBILIDADE, PROSTRAÇÃO DAS FORÇAS. A asthenia é a falta de força, ou a fraqueza e debi- lidade devida á diminuição da acção orgânica por falta ou excesso de estimulo, em Conseqüência de embaraço oU esgotamento completo ou incompleto da innerVação. Tratamento.—Havendo excesso de estímulos ou embara- ços da innervação convém fazer remover e nullifiear as causas que a produzirem sem se deixar possuir demais do estado do enfraquecimento do individuo. Havendo, ao contrario, /alta de estimulo e esgotamento da innervação, é de conveniência absoluta tonificar o orga- nismo para o regular funccionamento do systema ner- voso. Hygibnico. Ar puro e sêcco; regimen analeptico com- posto de carnes assadas e vinhos generosos; café; gym- nastica; exercicio a cavallo e em carro; flanellas sobre a pelle; banhos frios de choque, e pouco demorados, em rio ou no mar. Medico. O medicamento por excellencia é cMnv o qual pôde ser seguido, nas crianças que crescem rapidamente, de phospK-ac Nos Yelhos: aur., baryt, chin.-s., con., op. 86 ASTHMA Quando provier em conseqüência de moléstias agudas são principalmente: chin., hep., sil, veratr., ou ainda: cale, kal, natr.-m., phos.-ac. e sid/. Se, porém, o doente foi sangrado copiosamente duran- te a moléstia o principal medicamento é sempre: chin. Quando provier de perdas de humores é chin. o medi- camento preferivel, podendo ser seguido de:—1) cale, carb.-v., cin., lach., n.-vom.,phos.-ac, sul/., veratr.;—2) Ni- tri.-ac, sul/.-ac. E ainda chin. o remédio mais efficaz quando fôr conse- qüente a excessos de coito; sendo, porém, chronico o mal os medicamentos são: cale, n.-vom., phos.-ae, sil, staph., sul/., ou mesmo: anae, arn., carb.-v., con., merc, natr.-m., phos., sep. Galcarea é principalmente indicado se houver cabeça pesada e dolorosa, grande prostração e tremor das per- nas depois de cada vez que fôr effectuado o coito. Staphysagria quando o doente se inquietar com seus vi- cios, e que apresente, como complicação, soffrimentos asth- maticos depois do coito, e humor hypochondriaco.j Quando provier de masturbação, os medicamentos são n.-vom. seguido de sul/, ou cale, se chin., phos.-ae, ou staph. não forem suficientes. Outras vezes, porém, deve-se empregar: carb.-v., con., coce, natr.-m., n.-mos., phos. Para tirar a disposição a este vicio deve-se empregar principalmente: sulf. e cale, assim como: chin., coce, merc, phos. ou ant, carb.-v., plat e puls. ASTHMA. A asthma é uma affecção nervosa periódica (nevrose) do apparelho respiratório, manifestada por aperto nos tu- bos aéreos, espasmo da glotte e bronchios, e á nevrose dos pneumogastricos e diaphragmaticos. ASTHMA 87 Conhecem-se na medicina diversas espécies de asthma, a de Millar, de Wigand, nervosa, humida e espasmodica, que não são senão modificações da mesmo soffri- mento. A verdadeira divisão é em symptomatica, quando é dependente de lesões do coração e do pulmão, etc, e em essencial ou nervosa e espasmodica. Symptomas da essencial. —Invasão quasi sempre súbita com dyspnéa intensa, de dia ou durante a noite, desper- tando o doente em sobresalto; precedida de perturbações gástricas, de catarrhos bronchicos, com inquietação, face pallida ou injectada, voz breve e anciosa; oppressão e em- baraço considerável; respiração ruidosa, sibilos a cada inspiração; cabeça voltada para trás, com a boca entre- aberta, e posições do corpo fora do natural com o fim de obter vencer a suffocação; expiração fácil e silenciosa, tosse sêcca cm começo, espumosa no fim; aperto de gar- ganta; expressão de susto; estertor sibilante; ausência de febre e de symptomas geraes ordinariamente. No fim do accesso expulsão de mucosidades abundantes, de ma- téria humida liquida na espécie asthma humida, e espessa nas outras. Pela auscultação do peito, estertores vibrantes, sibilantes, sonoros, sub-crepitantes; muitas vezes ausência do mur- múrio respiratório. Pela percursão da caixa thoraxica, resonancia do som. Ás vezes expectoração sanguinolenta ou de escarros como pérolas. Tratamento.—Dietetico. Ar sêcco e temperado; roupas de flanella sobre a pelle; evitar as vicissitudes atmos- phericas, as commoções moraes; exercicio moderado; via- gens; alimentos onde não estejão incluidos os farinaceos; frutas cozidas e bem maduras; uso de leite; vegetaes; fricções sêccas ao longo da columna vertebral. Sendo symptomatica de lesões dos apparelhos circulató- rio e respiratório, empregar o tratamento destas di- versas affecções. Medico.—Os medicamentos a consultar são:—1) Acon., ars., bell, bry., cupr., /er., ipee, n.-vom., phos., puls., 88 asthma samb., sul/., ou: ais., aps.—Z) Ambr., cale, amm., aur., benz.-ae, brom., cale, carb.-v., cep., cham., chin., coce, dulc, lach., mille/, mosch., op., tart, veratr., zinco.—3) Ant, baryt., caus., coff., hyos., ign., kal.,lyc,merc,nitri.-ae,sep., sil, stann., stram.—4) Electr., galv., hydroe, lact, lobel § 2. Para fazer cessar immediatamente um ataque de asthma—o melhor medicamento é lach., quê deve ser se- guido, não produzindo prompto allivio no fim de algu- mas horas—de: acon., ars., cham., ipee, mosch., op., samb., tart, ou mesmo: bell, bry., n.-vom., puls. Para prevenir a volta dos accessos:—1) Ant., ars., cale, n.-vom., sulf., ou: amm., carb.-v., caus., cupr., ferr., graph., kal, lach., lye, nitrir.-ae, phos., sep., sil, stann., zinc § 3. Se a asthma depender de uma congestão de sangue, para o peito:—1) Acon., aur., bell, merc, n.-vom., phos, spong., sulf.—2) Cale, carb.-v., puls. Se coincidir com as desordens menstruaes: — 1) Bell, •coce, cupr., merc, n.-vom., puls., sulf.'—2) Acon., phos., 9ep. Havendo producção de flatuosidade no ventre (asthma flatulenta):—1) Carb.-v., cham., chin., n.-vom., op., phos., &ul/.,(zinc.-—2) Ars., caps., hep., natr., veratr. Para a asthma humida, mucosa ou pituitosa, còm aceu- mulaçãode mucosidades nos bronchios epulmões, são: ars., bry., vale , chin., cupr., dulc, /err., graph , lach., 'phos., puls., sen., sep., stann., sul/., ou: —2) Baryt, bell, cham., con., hep., ipee, merc, n.-vom., sil, tart., zinc. Para a asthma espasmodica propriamente dita (caim- bras de peito):—1) Bell, coce, cupr., hyos., lach., mosch., n.-vom., samb., stram., sul/., tart, zinco.—ou:—2) Ant., ars., bry., caus., /err., kal, lye, op., sep., stann. § 4. Para a que fôr produzida pela inspiração de poei- ra;—!) Ctofc., hep., sil, sul/., ou mesmo:—2) Ars., bell, chin., ipee, n.-vom., phos. Para a produzida pelos vapores de enxofre: Puls.,— pelos de cobre eu arsênico:—1) Merc, hep., ipee, ou:—'!) Ars., camph., ou vupr. ASTHMA 89 Para a produzida por um res/riamento:—l) Acon., bell, bry., dulc, ipee, ou: Ars., cham., chin Depois de uma commoção moral: Acon., cham., coff., ign., n.-vom., puls., veratr. Em conseqüência de um defluxo supprimido:—1) Ars., ipee, n.-vom., ou: camph., carb.-v., chin.,lach., puls., samb., tart. § 5. Para a asthma nas crianças os medicamentos principaes são: —1) Acon., ars., bell, cham., coff., ipee, mosch., n.-mos., n.-vom., op., samb., tart, ou: —2) Camph., chin., cupr., hep., ign., lach., lye, phos.,pule., stram., sul/. A asthma das mulheres hystericas: acon., bell, cham., coff., ign., mosch., n.-mos., n.-vom., puls., stram., ou asa., aur., caus., conv., cupr., ipeç.,lach., phos., stram., sul/. Nas pessoas idosas: aur., baryt, con., lach., ou: ant., camph., carb.-v., caus., chin., sul/. § 6. Convém para mais clareza na escolha do medica- mento mais homoeopathico das diversas affecções asth- maticas, consultar a pathogenesia especial dos abaixo : Aconitum, principalmente nas pessoas sensiveis, nas moças que tem a vida sedentária, especialmente se os accessos apparecerem logo depois da mais ligeira commo- ção moral,—ou se houver: dyspnéa com impossibilidade de respirar profundamente; tosse suffocante, á noite com voz rouca; respiração anciosa, curta e difficil, com a boca aberta; grande angustia com impossibilidade de proferir uma palavra distineta; ou, nos adultos,—asthma acompa- nhada de congestão para a cabeça, com vertigens, pulso cheio e freqüente; tosse com expectoração de sangue. Arsenicum, na maior parte das asthmas agudas ou chro- nicas, com diffkuldade de respiração, tosse e cumulo de mucosidades espessas no peito: respiração curta, princi- palmente depois de comer; oppressão de pato, e falta de fôlego, caminhando depressa, subindo, assim como por todo o movimento, mesmo rindo; construção do pato e do larynge, e pressão dolorosa no pulmão e estômago, com anciedade e accessos de suffocação, augmentados pelo ca- 90 ASTHMA lor do quarto; accessos de suffocação, especialmente á tarde, ou á noite no leito com respirarão anciosa e sibi- lante, grande angustia como se estivesse para morrer, e suor frio; remissão dos accessos pelo apparecimento de uma tosse com cxpectoração mucosa; renovamento dos ac- cessos pelo frio, assim como por qualquer mudança de temperatura. Apparição de grande fraqueza com os accessos. (Nos accessos de asthma aguda, ars. convém depois de ipee se elle não fôr indicado desde o começo.) Belladona, principalmente nas crianças e nas mulheres de constituição irritavel, dispostas a espasmos, com op- pressão da respiração e falta de fôlego, acompanhada de tensão no peito e picadas debaixo do sterno; accesso de tosse nocturna e sêcca com catarrho; respiração anciosa, ge- mente, ora profunda, ora curta e rápida, com boca aberta c grandes esforços de peito; constricção do larynge, com perigo de suffocação; examinando-se a garganta, e vol- tando o pescoço, agitação e pulsação no peito com bati- mentos de coração; accessos asthma ticos com perda do conhecimento, e expulsão involuntária de ourinas e ma- térias fecaes. Bryonia, especialmente quando houver: embaraço da respiração e falta de fôlego, maxime á noite ou pela ma- nhã, com eólicas lancinantes, desejos de ir á banca; impos- sibilidade de estar deitado do lado direito, pressão e tensão por todo o peito e sensação de constricção ao ar frio; tosse freqüente com dores nos hypochondrios, titulação na gargan- ta; vômitos e expectoração, a principio espumosa, depois mais espessa e viscosa; aggravação do embaraço da respi- ração fallando, e por qualquer movimento; respiração dif- ficil, quente e anciosa, com esforços dos músculos abdo- minaes, e entremeiado de inspirações profundas, ás vezes picadas no peito, especialmente respirando e tossindo. (Bry., convém principalmente depois deip na composição de cada um nervo em particular, devem con- servar sua formação primitiva sem alteração para mais nem para menos, para que as funcções normaes se effec- tuem. Se é verdade (o que por nossa parte não podemos ATROPHIA 99 afiançar por falta de exames histologicos), que os exa- mes anatomo-pathologicos têm encontrado o cylindcr- axis interrompido cm sua continuidade ou substituido por substancia gordurosa contida na membrana de en- voltório do tubulo nervoso na atrophia muscular pro- gressiva, as causas que enumerei como produzindo o escorbuto, a cachexia paludosa c os rlieumatismos, são, sem contestação, de peso para a explicação do modus faciendi dos symptomas que ca acterisão o soffrimento. É fora de duvida que a sede da atrophia muscular progressiva é em parte da medulla, por exemplo, na re- gião cervical e no nervo grande sympatMco. As dcgeneiesccncias gordurosas achadas nos cadáve- res são a conseqüência da alteração da circulação e das funcções de diversos órgãos da economia. Symptomas.—Os membros superiores, particularmente o direito, são os primeiros atacados; logo depois os múscu- los do resto do corpo vão sendo progressivamente affecta - dos. A atrophia invade um músculo ou mesmo mais de um do membro affectado, e depois estende-se a todos de que elle se compõe. O membro toma-so fino, molle e fraco, notando-se que esta fraqueza é já considerável antes que o membro tenha perdido de volume que o possa explicar. O movimento é completamente abolido ; a paralysia oppõe obstáculos á vontade do individuo, o qual por maioros que sejão os esforços que faça para mover-se, os músculos conservão-se em inacção. Logo depois esses músculos são atacados de contracções fibrilares não do- lorosas e ás vezes de caimbras. Não ha febre nem symptoma algum de reacção geral. A marcha da moléstia é sempre progressiva, e sua du- ração illimitada. O prognostico é grave. Tiutamento.—O tratamento desta espécie de atrophia se compõe de duas espécies, que devem ser empregadas de concomitância. Ia espécie. Dos medicamentos homaíopathicos usados para o escorbuto, o rheumatismo e a cachexia paludosa. 100 AZIAS NAS CRIANÇAS 2a espécie. Electricidade, galvanismo, e meios analcp- ticos apropriados ás causas enumeradas. A electricidade é um poderoso meio de cura, empregada porém com te- nacidade e constância, fazendo se passeiar os reophoros da machina mais de uma vez por dia, todos os dias, e por todos os músculos atrophiaclos. AREIAS. AFFECÇÃO CALCULOSA, CÁLCULOS RENAES. Por effeito de certas condições naturaes ou adquiridas pelo organismo a diathese lithica se estabelece determi- nando no apparclho ourinario excesso de algum dos prin- cipaes constitu entes da ourina, dando precipitação, umas vezes sob a fôrma pulverulenta (areias), outras crystallisa- da; agglomerando-se cm algum dos pontos mais declives da bexiga em fôrma de concreeções de volume, côr, fôrma e densidade variáveis (cálculos, cascalhos). Para a Symptomatologia e Tratamento—V. Cálculos. AZIAS DAS CRIANÇAS. As crianças têm natural tendência á acidez das pri- meiras vias. Este incommodo se manifesta pela côr es- verdinhada que adquirem as dejecções, as quaes colorão em verde os pannos onde são depostas. Os suecos do estô- mago determinão a coagúlaeão do leite ingerido, o qual é rejeitado pelo vomito, meio digerido, o pelas dejecções debaixo da fôrma de uma matéria luzente e gordurosa. Tratamento.—Os melhores medicamentos, são : cham., rhab. ou bell, cale, sulf. (comp. Diarrhéa). AZIAS 101 AZIAS. ACIDEZ DxiS PRIMEIRAS VIAS. Desenvolvimento de liquidos ácidos, oructações de ga- zes ácidos, devidos a desarranjo e imperfeição das diges- tões e da nutrição por sobrecarga, atonia, inflammação ou outro qualquer estado pathologico das vias diges- tivas. Tratamento.—Os principaes medicamentos, são:—1 ) Amm., cale, chin., con., croe, lye, natr.-m., n.-vonl., ox.-ac, puls., sulf.—2) Bell, caps., carb.-an., carb.-v., caus., cham., dulc, graph., sep., ign., iod., led., lye, merc, nitric-ac, phos., sabad., sep., sil, staph., veratr. B BALANITE, BALANO-POSTITE. POSTITE, BALANORRHEA, BLENNORRHAGIA BASTARDA, BLENNORRHAGIA FALSA. Inflammação secretoria catarrhal da membrana mucosa que reveste a glande e a superficie interna do prepucio, com resudação muco-purulenta. É semelhante á da ure- thra a blennorrhagia da glande e do prepucio. Esta blennorrhagia é de fácil cura quando a causa que a fez nascer não é o próprio virus blennorrhagico adqui- rido pelo coito impuro. De ordinário é a falta de asseio, o contacto do corri- mento leucorrheico, o attrito durante o coito e a mastur- bação que a produzem. Symptomas.—Coceira, inchação e vermelhidão da glande; prepucio inflammado; phimosis ou paraphimosis. Ás ve- zes fórma-se, quando a balanite se circumscreve a uma parto da glande ou do prepucio, uma erupção de peque- nas vesiculas herpeticas sobre um fundo Wcrmolhíido. Tratamento. — Combater a inflammação, tendo particu- larmente em vista as causas que lhe derão nascimento. Para o que o Sr. Dr. Jahr indica, oomo poderosos os seguintes medicamentos: cann. emerc. BERIBEKI 103 Sendo de natureza syphilitica ou sycosica: merc, nitri.- ac ou thui. Em todos os demais casos: n.-vom., sep., sulf., ou ainda: cin., mez., merc, nitri.-ac, thui. BER1BERI. HYDROPS ASTHMATICUS. PARALYSIA HYDROPICA. Asthenia das funcções nervosas e circulatórias com hy- dropisia aguda, acompanhada de debilidade muscular e espasmos. De certo tempo a esta parte os práticos da Bahia têm encontrado na sua clinica, e observado grande numero do factos desta horrivel affecção. Parece quasi certo que a hydropisia aguda com dorinen- cias e fraqueza muscular que atacou o nosso exercito, que invadio o Paraguay por Matto-Grosso, não era outra moléstia. Não fizemos parte desse punhado de bravos, mas as informações que temos colhido de officiaes que forão delia atacados nos induzem a crer que não foi outro o soffrimento que tantos soldados e officiaes dizimou de nossas forças. O Beriberi era conhecido como moléstia própria do Malabar e Ceylão como o Cholera-morbus o era das bocas do Ganges; entre nós, porém, parece que ambos acharão proficuidade para desenvolver-se de modo que, alem das provincias citadas—Bahia, e Matto-Grosso, Maranhão, Pernambuco c Pará têm sido theatro de numerosos factos. Symptomas.—Os symptomas pelos quaes se conhece o beriberi, são os seguintes: anazarca mais ou menos rá- pida, com dôr, entorpecimento, rijeza das extremidades 104 BERIBERI inferiores, lentidão e difficuldade dos movimentos, dyspnéa, sensação de oppressão e de constricção na base do sterno; este ultimo symptoma progride, a dyspnéa torna-se ex- trema, sobrevem ortopnéa, palpitações, syncopes, ancieda- de, agitação, e uma prostração insupportavel. O pulso, a principio freqüente, torna-se irregular, intermittente; a pelle livida; a ourina é rara, muito córada, vermelha ou escura, o jorro difficil o ás vezes mesmo impossivel em conseqüência da paralysia da bexiga. Convulsões nos músculos do tronco, vômitos freqüentes; o resfriamento das extremidades, e a fraqueza do pulso, precedem a morte. Esta realisa-se por suffocação, após algumas semanas, um mez, quando muito, e raramente em algumas horas ou dia . As suas causas são-nos ainda desconhecidas, como sua natureza intima. Tratamento.—O tratamento do beriberi reclama as se- guintes indicações: combater a asthma nervosa ; favorecer as secreções ourinarias, e a acção dos absorventes,'—o que se consegue com os meios homoeopathicos indicados para as hydropisias em geral. É do conveniência que o regimen do doente seja emi- nentemente reparador e analeptico. O mais seguro meio, porém, de debellar o mal é a emigração para longe do lugar onde fôr affectado o in- dividuo. Uma viagem, logo depois do apparecimento da moléstia, raramente deixa de produzir benéficos effeitos; e, em cer- tas oircumstancias, maxime quando o mal não está muito adiantado, a cura se faz completamente sem outra appli- cação medicamentosa. Foi assim que numerosos officiaes do nosso exercito de Matto-Grosso escaparão á morte in- fallivel que os ameaçava: é assim que procedem na Ba- hia os mais illustrados práticos. (Yide a Monographia do Dr. J. C. de Mello Reys.) BLENNOREHAGIA 105 BLEXXORRHAGIA. URETRITE, GOISORRHÉA, UTORRHÁGIA, URETRORRHAGIA, URETRORRHIA, URETRO-EBPASMO. Inflammação da membrana mucosa do canal da urethra no homem, o desta e da vagina na mulher, mai-3 ou menos aguda, dando em resultado a secreçâo de uma matéria muco-purulenta, amarella, esverdinhada, entre- tida por um vicio especial denominado — vírus blennor- rhagico. Também se chama blennorrhagia a inflammação aguda das partes enumeradas que não são entretidas pelo virus especifico, comtanto que haja corrimento muco-purulento. Symptomas.—Locaes. Depois de alguns dias d; um coito impuro, que pôde ser do dous a oito, período que tem recebido o nome de incubação, sensação de um pru- rido agradável no meato urinario na altura da fossa navicular, o qual muitas vezes desperta os desejos ve- nereos ; ou picadas, que se transformão em dôr, augmen- tada pela crecção e pela passagem das ourinas; rubor e tumefacção ligeira do meato urinario; estende-se o rubor á glande; corrimento que ao principio ó de um humor mucoso, com adherencia dos bordos do meato por inter- posição deste humor, tornando-se depois branco opaco ou amarellado; a ourina sahe em jorro mais fino; dias depois dôrcs no trajecto do canal, no perinêo, o ás vezes no testículo. Ha uma espécie de blennorrhagia que o povo deno- mina — esquentamento de gancho, que é produzida quando os corpos cavcrnosos se dilatando sem o concurso igual da urethra, fórma-se uma corda nesta que encurva o penis para diante. 106 BLENNORRHAGIA Geraes. As vezes nullos; ordinariamente, porém, febre ligeira; inappetencia, e displicência. Bleii. chroiiica ou Bleuoorrhéa.—Symptomas. Ausência de dores; corrimento mais ou menos abun- dante de uma matéria pouco espessa, a qual secca nos bordos do meato urinario. Ha neste estado duas espécies que são: a gotta mili- tar— e o corrimento de repetição. A primeira é a blennorrhéa chronica, mas dando o corrimento, somente pela manhã, muco-purulcnto, mucoso ou seroso;—e a segunda é quando o individuo se julga curado e a blen- norrhagia reapparece pelo menor esforço ou pela causa mais insignificante. Tratamento.—A primeira indicação é: fazer abortar a inflamação, o que não sendo obtido deve-se — com- bater os symptomas inflammatorios, e os accidentes que os acompanhão — taes como, a dôr, erecção simples ou de corda, o tenesmo, e a estranguria. Dietetico. Suspender o escroto; continência absoluta, repouso, cuidados de asseio; alimentação ligeira, sub- stancias vegetaes, não excitantes, carnes brancas; absti- nência completa de licores e bebidas estimulantes; cataplasmas emollientes em redor do penis. Medico. — § 1. No periodo inflammatorio cann., admi- nistrado pela manhã e á noite na dose de uma gotta (tintura mãi), ou mesmo na dose de 3 a 6 glóbulos, 3a, 6a ou 9a attenuação, dissolvidos em 8 onças d'agoa, para tomar uma colher pela manhã e á noite, é o principal medicamento. Por este processo obter-se-ha na maioria dos casos uma tal diminuição dos symptomas inflammatorios, que a applicação de outro qualquer medicamento tornar-se- ha inútil, maxime se, como eu disse na indicação dietetica, se puder obter do doente guardar um repouso absoluto, repouso que é a condição indispensável da cura rápida, e sem o qual e ella quasi impossivel. BLENNORRHAGIA 107 § 2. Tendo desapparecido os symptomas inflammatorios, merc da 3a trituração ou sulf, ou mesmo estes dous medi- camentos alternadamente, são os com que a cura se obterá, devendo-se preferir merc, quando o corrimento fôr esverdinhado e puriforme, e sul/, se fôr soroso e esbranquieado. Ha, todavia, casos em que é necessário recorrer a outros medicamentos, assim por exemplo: Canth., sendo vio- lenta a inflammação com ischuria, priapismo, e erecções dolorosas; petrol se a estranguria não quizer ceder nem a cann. nem a merc, nem a sul/. § 3. Quando as blennorrhagias tomão o caracter chronico, ou são — Secundarias, ou que já tem sido tratadas allopathicamente com fortes doses de copaíba ou cubebas, os principaes medicamentos são: sul/., ou merc, ou ainda caps., /err., natr.-m., nitri.-ac, n.-vom., sep,, thui., preferindo-se caps., para o corrimento esbranquieado, espesso como creme, com ardor ourinando; ou /err. ou n.-vom., quando aquelle não produzir o effeito esperado, cds., benz.-ae, mille/. em algumas circumstancias. § 4. Havendo também condylomas nas partes geni- taes:— Nitri-ac, thui. ou chin., são os preferidos, se todavia alternando-se merc. e sul/, não se tiver con- seguido a cura, tanto da blennorrhagia como dos con- dylomas. Havendo complicação com cancros venereos—o medi- camento a que se deve recorrer inimediatamente é merc § 5. A blennorrhagia no estado chronico é chamada blennorrhéa, a qual pôde ser entretida por coareia- ções, ulcerações do canal da urethra, etc.; além dos meios médicos apropriados convém empregar as sondas dila- tadoras, ou mesmo destruir as eoaretações pela urethro- toTTHR interna.. § 6. A blennorrhagia na mulher por '•nusa ou entre- tida pelo virus blennorrhagico, exige o mesmo trata- mento que no homem. BLEPHARITES BLEPHARITES. CONJUNCTIVITE PALPEBRAL, BLEPHARO-OPHTALMIA, LIPPITUDE. Inflammação parcial ou total das palpebras. Ha três espécies, que são: Ia, simples ouphlegmonosa; 2:í, blepharites ciliar; 3a, crysipelatosa. Biepliarites simples ou plilegmonosa. — Como todas as inflammações tem fôrma aguda e chro- nica: além destas, segundo a maneira de ser da inflam- mação e dos seus resultados, pôde ser difusa ou gan- grenosa e suppurativa. A fôrma aguda fica constituindo o primeiro periodo da inflammação, e as demais o segundo. Primeiro periodo ou agudo.—Symptomas.— Locaes. A inflammação pôde ser geral ou parcial; nesta, tensão dolorosa e inchação da palpebra, a qual é limitada a uma parte, estendendo-se gradualmente a toda ella: na geral a inflammação apparece de repente em toda a palpebra ao mesmo tempo; calor intenso, côr verme- lha, pallida ao principio, depois carregada e mesmo violacea. As pregas da palpebra, á medida que a inflam- mação vai tomando incremento, vão desapparecendo; os bordos ciliares se revirão para dentro, limitando a inflammação em b.dxo, isto é. na ferida palpebraL em- quanto que o bordo da orbita a limita em cima e in- teiramente em baixo na face; lacrimejamento, occlusão das palpebras e retenção das secreções do olho, as quaes fazem adheri-las encharcando os cilios. Geraes. Febre com inappetencia e debilidade. Segundo periodo.—Fórsaaa suppiirativa. — Symp- tomas. — Locaeí. Todos oü symptomas têm maior BLEPHARITES 109 intensidade; a dôr aguda é substituida por simples sen- sação de entorpecimento e peso; á côr rubra succcde um roseo pallido e amarollado, quando ha proeniinen- cia que denota foco purulento; fluctuaçáo: quando não é aberto a tempo o tumor a pelle se adelgaça, ha ruptura espontânea e sabida de pús em maior ou menor cópia, segundo o volume do tumor. Geraes. Calefrios mais ou menos repetidos, indicati- vos da suppuração. Forma «lsftiisa ou gangrcnosa.—Symptomas. — Locaes. Engorgitamento e turgescenea vascular ex- tremas. Dôr e calor mais inten.-os; côr violaeea ou livida; desenvolvimento de phlyctenas cheias de liquido aniarellado, e de manchas denegridas, as quaes se reúnem e occupão toda a superficie da palpebra, mortificando-a (Desmarres). Formação de um foco purulento de onde, abrindo-sc, sabem, de envolta com o pús, porções de tecido cellular esphacelado. Geraes. Perturbações nervosas e gastro-intestinaes mais ou menos intensas. 2.° Blepharite ciliar.—(Sycosis das palpebras, tinha, sarna das palpebras, psorophtalmia.) Inflammação dartrosa das palpebras, tendo sua sede nas glândulas sebaceas e nos folliculos pillosos da região tarsiana. Symptomas.—Rubor das palpebras; hypersecreção das glândulas de Meibomius com agglutinaçáo dos cilios pela manhã; concreção furfuracea (fôrma furfuracea de Yelpeau) circumciliar com formação de crostas co- brindo, em fôrma de escamas, pequenas pústulas milia- res humidas, as quaes se ulcerão sangrando ao menor contacto; hypertrophia dos-folliculos pillosos; endure- cimento do bordo livre das palpebras, tomando ordina- riamente a fôrma de um cordão cheio do nós, verme- lho ou azulado; queda e renovação suecessiva de cros- tas, abaixo das quaes se formão botões pustulosos na base dos cilios, destruição dos folliculos pillosos pela ulceração; ectropion. 110 BLEPIIAMTE 3.» Blepliaritc erysipclatosa.— Symptomas.— Locaes. Dôr superficial pouco intensa, com sensação de ardor; rubor geral, variando de roseo-pallido c amarellado até escarlate brilhante o livido, desappa- recendo sob a pressão para reapparecer logo-depois; inchação diffusa; oedema pronunciado, devido á abun- dância da infiltração scrosa; formação de vesiculas e bolhas; secreçâo abundante de matéria puro-mucosa, com agglutinação nocturna das palpebras. Geraes. Dias antes da invasão, displicência, cepha- lalgia, perda do appetite, náuseas c ás vezes vômitos; estes symptomas cessão quando a inflammação se declara. Perturbações geraes; febre. Tratamento. — Medico. § 1. Os melhores medicamen- tos são: 1) acon., ant., ars., bell, cale, cham., chin., euphr., hep., merc, n.-vom., puls., sulf., veratr., ou: 2) Baryt., bry., caus., coce, dig., iod., kreos., lye,natr., natr.-m., phosph.-ae, rhus., seneg., sep., spig., staph., thui., zinc § 2. Sendo na face exterior da palpebra a inflamação, são principalmente: Acon., bell, hep., siãf. Para a inflammação daconjunetiva, são: Ars.. hep., merc. Para a inflammação das bordas das palpebras, o se ella se estender ás glândulas de Meibomius; Bell, cham., euphr., hep., merc, n.-vom., puls. Para os Terçóes: Puls. ou staph. ou: amm., cale. eferr. § 3. Para a blepharite aguda; Acon., bell, cham., euphr., hep., merc, n.-vom., puls. Para a chronica: Ant, ars., cale, chin., sulf., se os da aguda não produzirem o effeito desejado. § 4. Aconitum, estando as palpebras inchadas duras e vermelhas, com calor, ardor e seccura; photophobia exces- siva; febre com calor forte e sêdc. (Depois do acon. convém muitas vezes: bell, hep. ou sulf.) Antimonium, contra: Inchação das palpebras, com remeta nos ângulos. BLEPHARITES 1H Arsenium, havendo: rubor inflammatorio da conjunc- tiva com injccção das veias: seccura das palpebras, com occlusão espasmodica, ou agglutinação nocturna. Calcaréa, havendo: Dores incisivas, principalmente lendo, nas palpebras, com inchação vermelha, dura c volumosa, secreçâo abundante de remela, e aggluti- nação nocturna, maxime se sulf. não tiver aproveitado contra este estado. Belladona, estando as palpebras inchadas e verme- lhas, com ardor e coceira — ou reviramonto das bordas, ou poso paralytico das palpebras. Euphrasia, se as bordas das palpebras estiverem ul- ceradas, comprimidas de dia e agglutinação á noite, rubor, inchação, photophobia e piscamento contínuo, com coryza, cephalalgia ou calor na cabeça. (Se Euphr. não bastar, são muitas vezes n.-vom. çpuls. que acabão a cura.) Hepar, contra- Forte rubor inflammatorio das palpebras, com dôr de ulceração ou de pizadvra, ao toque; agglu- tinação nocturna, ou occlusão espasmodica das palpe- bras. (Convém depois de acon. ou de merc; depois de hep. convém ás vezes: Bell. ) Mercurius, se as palpebras estiverem duras, como se estivessem violentamente contrahidas, com inchação, difficuldade de as abrir, dôrcs incisivas, ulceras nas bordas, pústulas na conjunetiva, crostas em redor dos olhos; reviramento das palpebras; dores lancinantes, ardentes e prurido, ou ausência de toda a dôr. (É sobre tudo hep. que convém depois de merc se este não bastar.) Pulsatilla, se houver: Rubor inflammatorio da con- junetiva ou das bordas; secreçâo mucosa abundante; trichiasis: apparecimenlo de tercóes; agglutinação noc- turna das palpebras; dores tensivas. (E principalmente se nem euphr. e nem n.-vom. tiverem sido bastantes, que puls. acaba a cura. ) CmiROico. No primeiro periodo da aguda — picadas de agulha; escarificações transversaes na face cutânea 112 BLEPHAR0PTOSE das palpebras, c applicação de compressas do água ge- lada, constantemente renovadas; havendo chemoses (da conjunetiva)—desbrida-la; o melhor tratamento, porém, para impedir as lesões graves da pelle e do tecido cellular, é fazer com uma lanceta uma larga incisão no centro da parte inchada; esta incisão dá sahida a grande quantidade de sangue e de liquidos derrama- dos, faz diminuir a tensão e apressa a resolução; ha- vendo pús formado ha evacuação da matéria purulerita. Depois da incisão, applicação de fomentações quentes. No segundo periodo. Fôrma suppurativa. Reconhecido o abscesso é necessário abri-lo immediatamente, tendo a cautela de não ferir o globo do olho; e curar a chato. BLEPHAROPLEG1A. Prolapsus por paralysia do levantador da palpebra superior. Tratamento. — Combater a paralysia. Os melhores medicamentos são, como para a para- lysia das palpebras em geral: 1) Bell, nitri.-ac, sep., spig., stram., veratr., zinc; 2) Cale, cham., coce, hyos., n.-vom., op., phosph., plumb., rhus. Estes medicamentos devem ser acompanhados do em- prego de affusões frias sobre a cabeça. BEEPHAROPTOSE. Prolapsus por effeito de relaxamento, infiltração ou hypertrophia da pelle da palpebra superior. Tratamento.—Convém: 1°, o emprego da medicação BRONCHITE 113 aconselhada para a moléstia acima, com o fim de esti- mular e tonificar a parte, effeito conseqüente á acção especifica dos medicamentos aconselhados: 2o, dimi- nui-la ou encurta-la por meio da excisão da pelle da palpebra, o que se obtém excisando uma prega trans- versal da base da palpebra, e procedendo á reunião immediata dos bordos da excisão, por meio de pontos de sutura ou pelas garras de Vi dal de Cassis, prefe- ríveis sempre em taes condições. BEEPHARO-SPASMO. Nevrose palpebral com espasmo permanente do mús- culo orbicular. Tratamento.—Os melhores medicamentos contra a occlusão espasmodica das palpebras são: 1) Bell, cham., coce, hep., hyos., merc, natr.-m., staph., stram., sulf.; 2) Ars., coce-, con., rhus., rut, sil, viol-od. BROXCHITE. Inflammação da membrana mucosa dos bronchios, a qual pôde ser aguda, chronica, e pseudo-membranosa. Broncliite aguda.— Symptomas locaes e pünccio- naes. Algumas vezes precedida ou não de coryza; irri- tação no layynge ou na trachéa; oppressão, constricção atrás do sterno, difficuldade da respiração; seccura na tra- chéa ; coceira bronchica; tosse algumas vezes contínua, outras mais forte em certos momentos do dia, podendo provocar insomnia e vômitos; tosse sêcca ao principio, depois seguida de escarros sorosos, viscosos com pequenas vesiculas opalinas. D. H. I 8 114 BRONCHiTE No fim de alguns dias dores musculares no peito pro- duzidas pela tosse; respiração menos anciosa ; oppressão menor; expectoração fácil, opaca, amareilada, amarei!o- esverdinhada. Escarros pesados, espessos, mui pouco ou nada espumosos Pela auscultação, estertor sonoro, grave, sibilante na parte posterior do peito; estertor mucoso de grossas bolhas substituindo o estertor sibilante. Estertor sub-crepitante na parte postero-inferior, propagando-se de debaixo para cima; oecupando habitualmente os dous lados, ordi- nariamente mais intenso á direita do que á esquerda. Pela percursão, sonoridade normal do peito. Geraes. Calefrios, calor, humidade; acceleração do pulso; inappetencia; sede mais ou menos forte; lingua suja, saburrosa; ourinas espessas; ás vezes prisão de ventre. 2.° Broneliüe capillar.— Symptomas. Começo aná- logo ao da bronchite chroniea; estertor sub-crepitante no terço ou na metade inferior dos dous pulmões; aggra- vação dos symptomas; face pallida, lábios violaceos; saliência dos olhos; anciedade; dilataçâo das narinas durante a respiração; agitação; respiração ruidosae ester- torosa, tosse violenta, humida, muitas vezes quintosa; expectoração difficil, espessa, viscosa, espumosa—branco- amarellada; algumas vezes estriada de sangue. Voz não alterada, palavra breve, soffreada; dôr sub-sternal, op- pressão ; pulso freqüente. Pela auscultação, estertores numerosos e extensos no peito, a principio sufe-crepitantes, depois mucosos de gros- sas bolhas, sibilantes e estrondosos; sonoridade thora- xica pouco ou nada modificada. AEelhora progressiva destes syniptonias em caso de cura; no caso contrario, esgotamento das forças; tosse menos vigorosa, expectoração mais difficil; respiração es- tertorosa; face e conjunctivas injectadas; expressão de terror; posições extravagantes dos doentes para evitar o decubito dorsal; pulso miserável, freqüente; pelle al- ternativamente sêcca ou humida; somnolencia; delirio; agitação; anesthesia. BRONOHHE 115 Observa-se principalmente nas crianças, menos fre- qüentemente nos velhos. Xas crianças abatimento, pallidez, tez cianosada, rosto inchado; respiração accelerada, 30 a 40 vezes por mi- nuto; a cada inspiração, aperto dl base do peito, dila- taçâo e saliência do abdômen ; dilataçâo das narinas. Resonancia do thorax obscura como no estado normal; enfraquecimento do ruido respiratório; estertor sibilante, sonoro, ruidoso muito raro, estertor mucoso, freqüente, igual nos dous lados , nos dous tempos da respiração, porém maior na inspiração, substituindo algumas vezes o estertor subcrepitante ou mesmo a respiração normal depois da expectoração ou dos vômitos; nenhum vomito em principio. Symptomas geraes. Análogos aos que se encontrão no adulto; abatimento, morosidade, agitação; pelle viola- eea, quente; pulso muito freqüente ; anesthesia. Bronchite ckroiiica.— Symptomvs locaes e püno- cionaes. Em geral, nenhumas dores de peito, tosse hu- mida, fácil, algumas vezes quintosa, mais freqüente pela manhã e a noite do que pelo correr do dia; expectoração de escarros opacos, de um branco sujo, pardos, esverdi- nhados, não esfriados, sem ar, algumas vezes incoloros, transparentes, mais ou menos abundantes e constituindo ora o catarrho sêcco, ora o humido (Bronchorréa). Respi- ração quasi sempre normal, raramente difficil, a menos que não haja abundância de mucosidades. Pela auscultação, estertor mucoso na parte posterior do peito e dos dous lados ao mesmo tempo, em geral mais considerável á direita do que á esquerda; estertor sibi- lante e sonoro nas duas outras partes do peito. No catarrho humido, estertor sonoro, sibilante, sub- crepitante ; no catarrho sêcco, estertor sibilante. Sonori- dade normal á percursão, não havendo complicação. Geraes. Nullos, a menos que a bronchite não read- quira o caracter agudo. A bronchite chronica pôde determinar a dilataçâo dos bronchios. 116 BRONCHITE Tratamento. —Dietetico. Como coadjuvante do trata- mento, os meios dieteticos são um poderoso auxiliar. Na bronchite aguda é indispensável dieta, repouso, temperatura branda, posição conveniente; o doente não deve usar roupas muito apertadas. Nas crianças muito novas é necessário tirar com o dedo ou com as ramas de uma penna as mucosidades que obstruem a garganta. Na bronchite chronica o medico deve procurar com insistência saber se existe alguma diathese nos doen- tes, ou mesmo uma metastase qualquer, e applicar-lhe a medicação apropriada. Havendo vermes nas crianças é indispensável extin- gui-los. Todos devem evitar o frio, a humidade, as serenadas, e usar de flanellas. Medico.—§ 1.° Os "medicamentos mais usados são: 1) Acon., bell, bry., cep., cham., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf; 2) Am., ars., cale, caps., carb-veg., caus., chin., cin., dros., dulc, cupr., hep., hyos., ign., ipee, lach., ox.-ac, phos., phos.-ac, sep., sil, spig., squill, stann., staph., ve- ratr., verb. 3/' Baryt., cann., con., ferr., lye, magn., mang., natr., natr.-m., petr., sabad., sep., spong., stram., tart. § 2.° O catarrho ordinário, com tosse e febre ligeiras, tem sido curado com: diam., merc, n.-vom., puls., rhus., sulf. Se a tosse é forte e sêcca, os medicamentos que mais convém são: Bell, bry., cham., ign., n.-vom., sulf., ou: Acon., caps., cin., dros., hep., hyos., lach., lye, merc, natr.-m., phos., rhus., spong. Se ella se tornar espasmodica: Bell, bry., carb.-veg., cin., dros., hep., hyos., ipee, n.-vom., puls., sulf. Se ella se tornar humida com expectoração abun- dante: Bry., carb.-v., dulc, euphr., merc, puls., sidf., tart., ou ainda: cale, caus., lye, sen., sep., sil, stann. Se houver rouquidão com o catarrho : cep., cham., dulc., merc, n.-vom., pids., samb., sulf., ou ainda: Ars., cale, carb.-v., dros., mang., natr , phos., tart. BRONCHITE 117 Se houver coryza fluente: Ars., dulc, euphr., ign., lach., merc, pids., sulf. § 3.o Tomando o catarrho o caracter inflammatorio bem pronunciado (Bronchite aguda, propriamente dita), deve- se empregar de preferencia: Acon., bell, bry., cham., dros., phos., spong., ou: Ars., brom.? chlor.f hep., lye, merc, n.-vom., puls., squill., sulf. No catarrho epidêmico ou grippe, são indicados : Acon., ars., bell, caus., merc, n.-vom., ou: Am., bry., camph., chin., hep., ipee, phos., puls, sabad., sen., sil., spig., squill., veratr. Emfim, nos catarrhos chronicos deve-se empregar de preferencia: Ars., bry., cale, carb.-v., caus., dulc, iod., lach., lye, mang., natr.-m., petr., phos., phos.-ae, sil., stann,, staph., sulf. § 4.° Além disto, as affecções catarrhaes conseqüentes ao sarampão (Morbilles), exigem o mais das vezes :Bry., carb.-v., cham., dros., hyos., ign., n.-vom., ou: Acon., bell, cin., coff., dulc, sep. As que se manifestão nas pessoas idosas: Baryt., carb.-v., con., hyos., kreos., phos., stann., sulf. Nas Crianças : Acon., bell., cham., cin., coff., dros., hep., ign., ipee, sulf. — Nas crianças escrophulosas, principal- mente : Bell, cale—Nas crianças muito gordas: ipee ou cale § 5.° D'entre os medicamentos supracitados convém at- tender na escolha á sua symptomatologia especial, ap- licando a cada caso o que melhor corresponda ao grupo de symptomas apresentado pelo paciente, sem dar grande peso á variedade dos nomes que tem a affecção, guiando-se somente pela lesão em si e pela homoeopa- thicidado do medicamento, isto é, ao grupo maior de symptomas que elle abrange. Para isto damos com particularidade a sympfomatologia dos medicamentos mais usados para que, com o caso á vista, possa haver maior segurança na escolha. Aconitum, havendo: Calor febril ardente, com pulso JJg BRONCMITE cheio, inflammatorio; voz rouca, ou simplesmente catar- rhoada; sensibilidade dolorosa da parte affeotada, com augmento de dôr respirando, tossindo ou fallando; tosse curta e sêcca, com necessidade contínua de tossir por causa de coceira penosa no larynge ou »os bronchios; respiração embaraçada, com pressão, dôr de escoriação ou picadas no peito tossindo e respirando; tosse forte, rouca e como ouça á noite, porém mais curta e anhe- lante de dia; sede, insomnia ou somno agitado; dôr de cabeça ardente, face e olhos vermelhos se a tosse é convulsiva e crocitante, com expectoração pouco abun- dante de mucosidades esbranquiçadas e sanguinolentas. Belladona, havendo: Tosse sêcca com dores de gar- ganta; coryza, forte febre ao meio-dia e á tarde, pelle sêcca e ardente, desejo freqüente de bebidas frias, sem entretanto beber muito; ou: tosse espasmodica que não deixa tempo para respirar; tosse fatigante, excitada por uma coceira insupportavel no larynge, como se houvesse um corpo estranho ou que tivesse engulido poeira; apparecimento da tosse á noite, ou depois do meio-dia, ou á noite na cama, mesmo durante o somno, com renovação pelo menor movimento; tossindo, dôr na nuca, ou cephalalgia como se a fronte fosse quebrar-se: dores rheumatismaes no peito; picadas no sterno ou nos hypochondrios; estertor mucoso no peito; rubor da face; rouquidão e mucosidades no peito; espirro fre- qüente, máximo depois de cada quinto de tosse. Bryonia, contra: Tosse sêcca ou humida, excitada por uma coceira na garganta: ou tosse camproid*, sufíbcante, sobretudo depois da meia noite, ou depois de ter bebido ou comido, com vomito dos alimentos, tosse com expectoração amarellada, ou com escarros de muco- sidades salgadas, avermelhadas ou sanguinolentas; tos- sindo picadas no lado do peito, ou dores no peito e na cabeça, como se estas partes se fossem quebrar; muita disposição á transpiração; rouquidão, estertor mucoso, dôr no larynge; aggravação fumando. Chamomilla: Accumulação de mucosidades tenazes na garganta, tosse sêcca produzida por titulação contínua no BRONCHITE 119 larynge e no peito, aggravando-se fallando; ou tosse á noite e pela manhã, ou de noite na cama, continuando mesmo durante o somno, e acompanhada ás vezes de accessos de suffocação; expectoração de mucosidades amargas, pouco abundantes, de manhã; sobretudo tam- bém quando a tosse é provocada pela cólera, nas crianças de máo gênio, depois de terem gritado ou -cho- rado; ou havendo rouquidão com coryza, seccura e ardor na garganta e sede; febre á tarde; máo humor, taciturnidade, laconismo, irascibilidade, insipidez. Mercurius: Contra voz rouca, encatarrhoada, com ardor e coceira no larynge; disposição á transpiração, que entretanto não allivia; tosse sêcca, fatigante, e de abalar, maxime á tarde ou á noite, mesmo durante o somno, excitada por cocara e sentimento de seccura nos bron- chios com vômitos e náuseas; sangramento pelo nariz (nas crianças), dores na cabeça ou no peito; expecto- ração de sangue, coryza fluente, rouquidão e diarrhéa mucosa. Nux-vomica, si houver: Tosse rouca, sêcca e profunda, excitada por coceira na garganta, com dôr no larynge e nos bronchios; rouquidão, e erosão dolorosa da gar- ganta, maxime pela manhã ou á noite no leito; cu- mulo na garganta de mucosidades tenazes que ó impos- sivel destacar; coryza secco corn seccura da boca, calor e rubor das faces, calefrios alternando com calor; con- stipação, dores de cabeça na fronte; ou: tosse convul- siva excitada por cócegas na garganta, apparecendo principalmente pela manhã ou á noite, ou depois do jantar, provocada pelo movimento ou pela leitura, com oppressão nocturna, com dores na cabeça como se o craneo estalasse; sensação de pizadura no epigastrio e dores nos hypochondricos, tossindo; ou ainda tosse com vômitos, ou sangramento pelo nariz e bocca. Pulsatilla, havendo: Rouquidão com extincção quasi completa da voz; coryza com corrimento de matérias amarclladas, esvcrdinhadas e fétidas; tosse, a principio sêcca, depois humida com expectoração abundante de ma- térias salgadas, amargas, aruarelladas ou esbranquiçadas, 120 BULIMIA ou mesmo de mucosidades sanguinolentas, ou tosse abalante, sobretudo á tarde ou á noite, no leito, aggravando-se estando deitado, com vontade de vomitar; vomito, sensação de abafamento como por vapores de enxofre, e estertor mucoso; tossindo, emissão involun- tária das ourinas. Sulfur, havendo: Rouquidão com extiucção quasi completa da voz, aspereza na garganta, cumulo de mucosidades nos *bronehios, coryza fluente, tosse, sen- sação de erosão rio peito e calefrios; aggravação deste estado por um íempo frio e humido; ou: tosse sêcca com vomito brando e constricção no peito, apparecendo principalmente á tarde ou á noite, na posição—deitado, assim como pela manhã, ou após as comidas; ou ainda: tosse humida, com expectoração abundante de mucosida- des espessas, esbranquiçadas ou amarelladas, ás vezes somente de dia, com tosse sêcca á noite. BULIMIA. Fome insaciável, devida á irritação aguda ou chro- nica, á uma nevrose do estômago, ou á necessidade real de matérias nutritivas. § 1.° Tratamento.—Os melhores medicamentos a con- sultar contra as affecções que se caracterisão por este symptoma, são, em geral:—1) Cale, chin., iod., lye, petr., phosph., sil, spig., staph., sul/, veratr.; — 2) Con., graph., hep., kal, natr.-m., n.-vom., sabad., sep.;—3) Bry., coce, hyos., lach., magn.-m., oleand., op., pids., rhus., squill. § 2.° Em primeiro lugar quanto á voracidade pro- priamente dita, isto é, o desejo de comer além do ordinário, este estado exige de preferencia:—1) Chin., cin., lye, merc, petr., staph.;—2) Cale, natr.-m., n.-vom., sil, sulf, veratr. BULIMIA 121 Se este estado apparecer na convalescença em con- seqüência de fortes moléstias agudas, de perdas ou de outras causas debilitantes, poder-se-ha administrar de preferencia:—1) Chin., veratr., ou—2) cale, natr.-m., sil, sulf. § 3.° Na verdadeira bulimia, isto ó, a fome que sobre- vem subitamente, indo facilmente até ao desfallecimento, se não fôr satisfeita, emprega-se de preferencia:—1) Cale, chin., cin., hyos., merc,sábad.,sil, spig.;—2) Con., magn.-m., natr.-m., n.-vom., petr., sep.; — 3) Bry., hep., graph., iod., kal, lye, oleand., op., phos., puls., sulf., veratr. E se com ella os alimentos são expellidos pelos vômitos (Fome canina propriamente dita): — 1) Bry., n.-vom., phos., puls., sil, sulf.; — 2) Cale, cin., hyos., lye, natr.-m. Se os alimentos ao contrario são ingeridos com rapi- dez sem serem digeridos, e expellidos em fôrma de diarrhéa (Lycorexia):—1) Chin.,phos., veratr.;—2) Bry., cale, con., merc, sulf. § 4.<> Nas mulheres pejadas, principalmente: Magn.-m., natr.-m., n.-vom., petr., sep. Nos individuos atacados de affecções verminosas: Jiyos., merc, sabad., sil, spigelia. c CACHEXIA. CA COCHYMIA. Asthenia geral por alteração de sangue e da lym- pha, devida: Io, á intoxicação miasmatica, purulenta, etc.; 2o, á reabsorpção do chylo, que o uso prolongado dos alimentos insalubres e de elaboração imperfeita ; que a privação de certos excitantes hygienicos, e o ataque no organismo por moléstias chronicas ou cons itucio- naes, têm tornado de má qualidade, dando como resul- tado lesão profunda de nidrição. Symptomas em geral. Inchação e infiltração dos teci- dos; tez amarella da face e todo o corpo; molleza das carnes; perturbações digestivas, respiratórias, e da cir- culação; accidentes febris. A Cachexia sendo sempre devida á alteração pro- funda da economia por uma causa que se tornou inse- parável de sua constituição, impedindo por sua natureza e intensidade o jogo regular das funcções, tem sympto- mas especiaes, conseqüentes á acção da causa productora, os quaes ficão por sua vez constituindo uma espécie indis- pensável de ser conhecida para poder ser destruida. Assim o cancro, a syphilis, a escrophula, o miasma paludoso, o mercúrio, o- chumbo, e mesmo a ruptura CACBEXTA 123 de cquilibrio nos nervos da vida nutritiva, sendo outras tantas , ausas de cachexia, produzem alterações esptsciaes em relação com sua intensidade de acção e desenvol- vimento peculiar. Estas alterações são conhecidas com os nomes de Cachexia cancerosa, syphilitica, escrophulosa, paludosa, mercurial, saturnina e nervosa. Cachexia cancerosa.— Symptomas. Pelle sêcca e escamosa, denegrida nas extremidades ; amarella, esver- dinhada em todo o corpo; olhos encovados; dentes fuli- ginosos; face cadaverica; inchação e cedema das extre- midades e do baixo ventre; dejecções diarrheicas ou constipação; desarranjos digestivos e circulatórios com vômitos e hemorrhagias diversas; febre hectica. Dores articulares e no tecido dos ossos em geral. Caeh. mercurial.—Além dos symptomas inheren- tes ás cachexias em geral: descollamento, inchação, amol- lecimento e destruição completa das gengivas; queda dos dentes; carie ou necrose dos ossos maxillares. Cach. palmlosa.— Tez amarello-embaciada ou tér- rea ; ventre volumoso; oedema das extremidades; ana- zarca ; ascite; inchação das carnes com molleza ; e atro- phia dos músculos dos membros. Cach. syphilitica — Ulcera serpeginosa com des- collamento dos bordos, substituindo o cancro, causa da ca- chexia, unida aos demais symptomas da cachexia em geral. Cach. nervosa.- Exageração do exercicio de todas as funcções nervosas, com eminagrecimento considerável, Tratamento.—Quando a cachexia provém da alteração do sangue por intoxicação ; cura-la com os meios apro- priados para neutralisar o agente que a produzio. Quando é o effeito de moléstias chronicas ou consti- tucionaes, como sejão a escrophula, o escorbuto, a sy- philis, o cancro, etc.; a medicação indicada para estas 124 cálculos affecções, tendo,* porém , sempre em vista favorecer a assimilação e a nutrição. Estes tratamentos devem, porém, ser acompanhados dos seguintes dieteticos : Ar sêcco e puro, habitação no campo, em lugar elevado, insolação, exercicio, gymnastica, passeios, flanolla sobre a pelle, fricções sêccas, espirituosas, alcoólicas, banhos de mar. Regimen analeptico graduado ; carnes assadas, vinho generoso de Bordeaux, cerveja, frutas maduras, chocolate e café. CÁLCULOS. LITHUSES. Concreções inorgânicas e lapidiformes, formadas ac- cidentalmente de vários productos das secreções animaes. Os cálculos dividem-se em cálculos biliares, renaes e vesicaes, conforme sua procedência. Não só os symptomas como a fôrma e o volume dos cálculos se differenção segundo o ponto onde são formados e a matéria inorgâ- nica animal da secreçâo: I. Calcules) biliares.— Symptomas. Dores vivas, pobre vindo precipitadamente, acalmando-se ás vezes pela pressão, e por certas posições, na região do fígado (hypo- chondrio direito); vômitos biliosos, repetidos, aquosos, glutinosos, mais ou menos abundantes, penosos; consti- pação, inappetencia. No fim de um ou dous dias ictericia variável segundo que os cálculos estão nos conductos cysticos, no hepatico ou no cholédoco; é nos primeiros que a ictericia é mais rara. Em alguns casos, tumor formado pela vesicula biliar e sensação dos cálculos pela apal- pação; cessação quasi súbita das dores quando os cálculos têm franqueado os canaes biliares. CÁLCULOS 125 Estes symptomas são communs com a eólica hepatica, porque não ha passagem de calculo pelos canaes biliares sem eólicas; pôde, porém, haver eólica hepatica sem pas- sagem de cálculos, quando, por exemplo, houver— es- trangulaçâo intestinal—envenenamento, rheumatismo visceral, gastralgia e enteralgia, os quaes por contigui- dade e continuidade mesmo fazem apparecer um cortejo de symptomas iguaes aos da passagem dos cálculos, mas que sua cessação, logo após a expulsão da concreção, a qual pôde ser achada nas fezes, dá a differencial da enti- dade mórbida, cuja modalidade fica demonstrada, Tratamento.—Os medicamentos aconselhados para a cura dos cálculos biliares, são : Bel, cale, hep., lach., lye, sil, sulf. II. Areias, cálculos reuaes.— Volume : Io, areias; 2°, areias do volume de uma cabeça do alfinete ; 3o, cascalho, areias mais grossas, mas que podem passar pela urethra ; 4", cálculos, não podendo mais franquear o canal; 5°, pedras, cálculos muito volumosos. Forma : corpos oblongos, ovaes, lisos ou rugosos: algumas vezes de fôrmas caprichosas, variáveis segundo a composição das areias ou dos cálculos. Composição e variedades: — Io, presença na ourina de areia fina, avermelhada, amarellada, consu- mindo-se inteiramente pelo fogo, constituida por ácido urico, e dando nascimento ás areias mais grossas, uricas ou vermelhas. 2.° Sedimento branco nas ourinas; enverdecendo O xa- rope de violas, solúvel nos ácidos; ennegrecendo sobre carvão ardente e dando cheiro ammoniacal, constituído por phosphatos de cal, de magnesia, de ammoniaco, por phosphato ammoniaco-magnesiano, e dando lugar ás areias phosphaticas ou pardas. ; 3.° Os cascalhos de phosphato de cal puro são muito raros, assim como os de carbonato de cal que origiuão as areias brancas. 126 CALCVU/>S á.° Sedimento composto de cascalho de um amarello escuro, algumas vezes negro, queimados não fica senão um pó branco que é cal, constituido por oxcdato de cal, raias vezes só, ordinariamente associado ao oxalato do ammoniaco c aos sáes uricos, elles occasionão a areia oxa- lica ou amarella. 5.° Sedimento no qual se encontra o ácido urico, o phosphato de cal crystallisado em redor dos pêllos e dando ingresso ás areias pillosas. Symptomas.—Variáveis segundo o volume das areias; nullos se ellas são finas ou do tamanho da cabeça de al- finetes; algumas vezes, porém, sentimento de embaraço ou dôr surda nos rins. Se os cascalhos podem atravessar os uretéres; formiga- mento, entorpecimento nos rins, ourinas carregadas em côr, deixando clcpôr no fim de uma ou duas horas ura sedimento avermelhado; dor renal, entorpecimento, eó- licas nephriticas. Se os cascalhos não puderem atravessar livremente os uretéres, dores vivas , eólicas nephriticas, hematuria. Nestes três casos, ourinas tão abundantes como no estado normal: presença nas ourinas dos sáes acima, e de sangue, de pus, de albumina , de muco, ácidas , turvadas pelo ácido nitrico quando os cascalhos são compostos de ácido; urico; alcalinas, clareando pela addição de algumas gottas de ácido nitrico, quando elles são phosphaticos. Tratamento.—Os medicamentos mais efficazes para a cura dos cakidos renaes, são : lye, sass., podendo ainda consultar-se: Millef., ox.-ac, cep., ant, cale,phosph., rut, zinc Em geral se pôde ainda consultar: —1) Sep., sil—2.) Alum., ambr., amm, arn., canth., chin., lach., natr.-m., nitri-ac.. n.-mosch., thui., uva. Regimkk— Substituir, em parte, as carnes negras pelas brancas. Augmentar a proporção dos legumes verdes e herbaccos—chicórea, espinafres, alface, couve-flor, alca- chofras, cardos, etc., com manteiga ou creme ; alguns CÁLCULOS 127 legumesfeculentospoucoazotados—batatas,cenouras, aipo, em raízes, melões, abóboras, pepinos, beringellas, etc. Pouco pão, hervilhas, feijões, lentilhas, favas ; vinho com água; pouco vinho puro; chá, pouco café, mas sem li- cores. Sobriedade ; ventre desembaraçado ; somno mode- rado, exercicio corporal. (Leroy dEtiolles.) Cálculos vesicaes.—Symptomas. —Locaes e puno- cionaes. Dôr nulla ou variável, segundo a sede que oc- cupa o calculo: extensão da dôr a todo o apparelbo ge- nital; retracção dos testículos e do escroto ; dôr mais forte ao nivel da glande; dôr no collo vesical, aug- mentando durante a emissão das ourinas ; curso normal das ourinas, ou embaraço, ou parada instantânea, segundo a sede do calculo; ourinas turvas, sediaientosas, mucosas, fétidas, ás vezes sanguinolentas; posições extravagantes, ás vezes tomadas pelo doente para ourinar. Convém para perfeito conhecimento da posição occupada pelo calculo praticar o catheterismo com sonda de metal de pouca curvatura, outras vezes com o lithoclasto ou litholabio. Estas explorações devem ser feitas estando a bexiga cheia de ourina. O que dá conhecimento ou certeza da presença dos cálculos é a sensação, percebida pela sonda, dos corpos estranhos. A exploração deve ser continuada até perfeito conhecimento, não só da posição o ocupada pelos cálculos, mas do seu numero e tamanho, além de sua densidade, inabilidade, composição, mobilidade, ou fi- xação. Tratamento.—Pôde ser preventivo e curativo. Preventivo. Bebidas mucilaginosas, diureticas abun- dantes ; regimen brando, sobriedade, nenhuns excessos alcoólicos; exercicio moderado, pouca demora na cama. Curativo.—Divide-se em medico e cirúrgico. Medico. São os seguinte.? nieiicamentos que têm sido com mais vantagem empregados contra os cálculos da bexiga, ou a pedra : ca :m., sass., uva., lycop.—ou: Mdlef., cep., ox.-ac Para o calculo na urethra: cep., benz.-ae 128 CANCRO O Cirúrgico compõe-se da Lithotricia e operação da talha, que, sendo do dominio da alta cirurgia, forra- mo-nos ao trabalho de o aconselhar por estar fora do programma desta obra. CANCRO. CARCINOMA. O cancro é uma affecção que, em virtude de uma viciação ou alteração da secreçâo e da nutrição desco- nhecida do organismo chamada diathese cancerosa, traz, como conseqüência, uma degenerescencia dos tecidos or- gânicos (matéria lardwea, scirrosa, encephaloide, melancia, colloide, sarcomatosa, etc.) e um deperecimento gradual, com pallidez, seccura dos tegumentos e desenvolvimento de tumores que substituem os órgãos ou tecidos normaes, com tendência incessante a progredir simultânea e suc- cessivamente para as diversas partes do corpo humano, e a reincidir depois de sua ablaçâo pelos instrumentos cortantes. Esta affecção, desconhecida em sua essência, acom- panha-se de um trabalho interior inflammatorio, chronico, com formação de tumor, onde os caracteres de— dores lancinantes, endurecimento, ulceração, e destruição dos tecidos—têm o primeiro lugar. Não ha parte do corpo humano onde não se possa desenvolver qualquer das espécies de cancros conhecidas; assim, o utero, o o vario, o estômago, o figado, as meninges, o cesophago, etc, podem ser presas desta affecção. Além dos cancros propriamente ditos, ha os cancroides cujo tratamento homceopathico, sendo idêntico, fazemos entrar nesta classe como a ella pertencendo, apezar da differença histologica que existe entre elles e os demais. f'ANC'MO 129 U* caucroides, segundo Lebert, são tumores que affectáo a pelle e as mucosas, onde se ulcerão, in- vadindo successivainente os tecidos vizinhos e mesmo os gânglios lymphaticos correspondentes. Os cancroides são devidos á hypertrophia de elementos histologicos nor- maes ou homólogos : glândulas cutâneas ou mucosas, pa- pillas, e epithelio, tecido Jibro-plastico e mesmo derma. Nos cancroides estão comprehendidos o noli-me-tangere, o e.s- thiomene, etc Tr,atamknto. O tratamento dos cancros é local; quando visiveis, e geral O geral é o seguinte: Os medicamentos que se têm mostrado mais efficazes são em geral: ars., bell., con., n.-vom., sep., sil, sulf. Contra o cancro aberto, são principalmente: Ars., con., sil, sulf. e talvez: aur., bell, cale, hep., lach., merc, nitri.-ac., sep., staph., thui., a pis. ? oxcd.-ac? milhf. Os endurecimentos scirrosos reclamão de pre- ferencia : bell, sep., dl, ou ás vezes ainda: carb.-an., carb.- veg., cham., n.-vom., phos., staph., sulf. As affecções scirrosas ou carcmomatosas conseqüentes a uma contusão ou pancada, cedem ordinariamente á con. ou staph., se todavia não fôr arn. que mereça preferencia. O tratamento local, tem por fim:—Io, acalmar a inflam- mação e a dôr; "2o, < ppôr-se ao crescimento da degene- rescencia mórbida; 3', destruir os tecidos mórbidos ; 4", extirpa-los. A inflammação e a dôr são acalmadas pelo tratamento geral supraindicado, ajudado de dieta severa, água pura ou gelo, empregados sobre o tumor. Estes mesmos meios ajudados da cataplasma americana, feita com farinha de mandioca, mel de abelhas e vinho, oppõe-se ao des- envolvimento das degenerescencias. A destruição dos tecidos mórbidos, quando elles têm resistido ao emprego dos meios homceopathioos é do do- minio da cirurgia, que não conhece barreira- nem limi- tação entre o dominio da velha e nova medicina: assim D. H. I 9 180 HaWTSO obtem-se este resultado por meio dos cáusticos, os quão* podem ser potenciaes ou actuaes. O ferro em braza, os cáusticos de Recamier, a pasta de Canquoin; pó de Tienna; de Dupuytren, podem ser empregados. A extirpacão e a amputação só devem ser empregadas antes do desenvolvimento da cachexia. CANCRO. CANCRO, CAVALLO, CHAGA GALLICA. Ulcera de caracter especifico das membranas mucosas, manifestação primitiva da infecçã> syphilitica, inflam- matoria ou atônica e ordinariamente phagedemica. Divide-se em cancro molle, simples ou superficial, e em duro ou endurecido e infectante. Symptomas do molle. Pequena ulcera de bordos não endurecidos, virulenta, podendo adquirir o caracter phage- denico, de fôrma irregular, freqüentemente acompanhada de adenite mono-ganglionar, suppurante ou não, virulenta: não é susceptível de dar manifestações constitucionaes da syphilis. Symptomas do cancro endurecido. Desenvolvimento lento, insidioso, indolente; ulceração mais lisa, menos cariosa, menos cortada que no cancro simples; ulceração cinzenta, lardacea, de aspecto unido, limpo, brilhante; de bordos lisos, luzentes, endurecidos e envernizados, de fundo sombrio, cinzento; de aspecto cupuliforme; de endureci- mento circular, característico; com enfarte indolente e múltiplo dos glanglios vizinhos que não suppurão. Tratamento.— § 1.° O medicamento principal é merc. (viv. ou solub.) Raramente se conseguirá curar os cancros primitivos pelas ultimas diluições, que muitas vezes não cancro 131 fazem senão aggravar os soffrimentos, irritando o systema nervoso do doente. (Jahr.) § 2.° O methodo mais seguro de curar o cancro re- cente no estado agudo, é administrar todos os dias, ou pelo menos todos os dous dias, uma dose (1/4 de grão) da 3a trituração de mercúrio até que sobrevenha uma me- lhora sensível, e sem se deixar impor pelo aspecto das ul- ceras nos primeiros dias. Nenhum cancro recente se cura sem se aggravar em principio; mas continuando o merc. se verá no fim de 8 ou 10 dias (um olho bem exercitado poderá muitas vezes aperceber-se já no quarto ou sexto dia), sobrevir no fundo lardaceo das ulceras, pontos de boa granulação, que, de dia em dia, farão mais progressos, ao mesmo tempo que as ulceras começarão ás vezes a sangrar e que os bordos se abaixarão. jNo caso em que o cancro, sob a administração do mer- cúrio, tardasse a cicatrisar inteiramente, ou que a ul- rera mostrasse grande tendência á producçâo de vege- tações, seria—nitr.-ac. que se administraria com succosso na dose de uma gotta (3a), pela manhã e á noite, ou na dose de 3 ou de 6 glóbulos, em solução nagua, uma colher pela manhã e outra á noite. Mas é preciso guar- dar-se de administra-lo antes que a perda de substancia tenha parado pelo merc É igualmente nitr.-ac que convém de preferencia muitas vezes contra as ulceras syphiliticas que, durante longo tempo, têm sido tratadas infructuosamente por fortes dose* de mercúrio da antiga escola. § 3.° Se o cancro tiver passado do estado agudo ao chronico, ainda que sendo primitivo, basta, na maior parte dos casos, administrar três doses da 3a trituração de merc, uma dose de 48 em 48 horas, deixando, depois da 3a dose, obrar o medicamento sem nada fazer. Não é senão raramente que no fim de três ou quatro semanas ter-se-ha necessidade de dar uma nova dose de merc É ordinariamento nos casos em que o canero primitivo tiver passado ao estado chronico que se vê sobrevir, ao mesmo tempo que a ulcera perde seu aspecto syphilitico, |«J2 CARÍUTNCl'1.0 as máculas ou manchas vencroas, com os botões na fronte, no mento e em redor da boca. Estes symptomas se- cundários dcsapparecom ordinariamente pelo merc com os rostos da ulcera primitiva , e se, depois da cura desta, restáo ainda vestígios que não queirão ceder a este me- dicamento, será lach. [2, 3 doses) que muitas vezes aca- barão a cura. (Jahr.) § 4.° Os cancros secundários na garganta' que ordinariamente mio apparocem senão depois de ap- plicações mereuriaes sobre o cancro primitivo, e que, em muitos casos, apparecém antes deste estar cicatrisado. não exigem tratamento especial e dasapparecem com a ulcera primitiva pelo merc Mas apparecendo depois da cica- trisação do cancro e que sobretudo o doente tenha feito abuso do mercúrio, é então nitri.-ac. o medicamento prin- cipal; entretanto, porém, se achará tambomaw. ou carb.-v. de graude utilidade. § 5.° A syphilis constitucional, moléstia que raras vezes é inteiramente franca, exige igualmente merc, se todavia o doente não tiver já abusado delle. No caso contrario, serão: lach., thui., nitri.-ac, aur. o sul/., os que se devem preferir, ou ainda :alum , bell, carb.-v., cham., dulc,flúor.- ae, guay., hep., iod., lye, n -jugl, phos.-ac, sass., e staph. As dores osteocopas syphiliticas exigem de preferencia: merc, lach. e aur. As manchas e dartros: merc, lach., nitri.-ac, e thui. As ophtalmias: merc. ou nitri.-ac CARItU^CULO. ANtHRAX MALIGNO, PÚSTULA AIALIGNA, PYROPflLYCTIDE MALIGNA. Inflammação circumscripta e gangrenosa da pelle e do tecido cellular, ordinariamente acompanhada de re- acção geral, com symptomas typho-scepticos. CARBÚNCULO 133 Symptomas. — Locai: . Apparrciinento de uma pústula ou de muitas, negras, cheias de uma sorosidade ruiva, com calor e coceira; estas pústulas desenvolvem-se na circunferência de um tumor violacco, duro, e cuja côr diminuo insensivclmentc; pelle luzente; picadas; tensão; calor forte; depois extensão ás partes vizinhas, que se tornáo molles, lividas e negras. Geraes. Abatimento; pulso freqüente, pequeno; algu- mas vezes largo; pelle árida; olhos fixos; syncopes; adynamia. Tratamento. —Local. Incisar immediata e crucialmente a escara gangrenosa, e cauterisar com ferro em braza. (Vide Fig. 1, pag. GG.) Pústula maligna.— Symptomas.— Io periodo. Co- ceira; vesicula sorosa que o doente quebra coçando-se; prurido menor; duração de 24 a 4S horas. 2o periodo. Debaixo da vesicula fórma-se uma placa dura, coín a fôrma de um tuberculo, de aspecto granuloso, de côr intensa; coceira mais forte; pelle avermelhada, maxime ao redor do tuberculo, onde se faz um enfarte; em redor do núcleo central mais duro fórma-se uma aureol» vesicular mais negra. Algumas horas de duração. 3o periodo. Augmenta a extensão da tumefacção: a es- cara augmenta; diminuição da coceira; peso; estrangula- çâo; insensibilidade da parte. Este periodo dura, quando muito, cinco dias. 4° periodo. Desenvolvem-se symptomas geraes de ady- namia e ataxicos; a escara o a inchação augmentão-; a terminação de ordinário é fatal. Se a cura deve ser o seu resultado, fórma-se cm redor da escara um circulo inflam- matorio, o qual, pelos progressos da resolução, vai cla- reando, coincidindo com a diminuição dos symptomas, a qual se faz lenta e gradualmente. Tratamento.—Local. Incisar a pústula até ás partes sãs; cauterizar com ferro em braza. 134 CARDIALGIA Tratamento.—Geral. O medicamento mais eflficaz para o Carbúnculo contagioso ou Anthrax, proveniente do car- búnculo dos animaes de chifres, é ars., se lodavia, em algum caso particular, os symptomas não c.\ igem outros remédios, como: chin., sil, rhus., ou. puls. ou sep. A Pústula maligna exige ordinariamente: Aa., bell, rhus., sil. e talvez: chin,, hyos., merc, see, sep. O Carbúnculo não contagioso ou o Furun- culo maligno, que sobrevem ordinariamente entre as espaduas, exige na maioria dos casos: sil, ou ainda: Hyos., lye, nitri-ac. Uma outra espécie de carbúnculo que, em lugar de pús, encerra uma espécie de massa, exige: Ars., chin.. Além disto: Arn. no começo do carbúnculo, n.-vom. depois de arn. Carbúnculo ou bubSo nestilcncial. Inflam- mação gangrenosa dos gânglios lymphaticos subeutaneos e do tecido cellular ambiente, symptoma concomitante or- dinário das affecções pestilenciaes. Tratamento.—- Local. Dar sahida ao pús antes que a fluetuação seja manifesta, e entreter a suppuração. Geral. O aconselhado para as moléstias pestilenciaes que as originarão (peste, typhos). CARDIALGIA. PAIXÃO DO CORAÇÃO. Dôr súbita, viva, passageira, na região precordial, com contracções irregulares do coração; perturbações ligeiras ria circulação sem embaraço da respiração nem svncone reaes. J l caediopalmia 135 Tratamento. Convém para a sua cura acalmar as dores e regularisar os movimentos do coração, o que se consegue com os seguintes medicau entos: 1) Acon., bell, bry., cede., cham., con., lach., merc, n.-vom., puls., rhv.s,, sulf. ;—2) Ars., baryt, cana., dig., dros., dulc, graph.;--o) bell, hep., hyos., ign., iod., kreos., led., n.-mos. , phos.i rut., samb., sass, sep., sei, spig., valer., viol, zinc. • CARIIlOrAOIlA. PALPITAÇÕES DO CORAÇÃO. Movimentos violentos, tumultuosos, freqüentes e des- regrados do coração. Este soffrimento pôde ter por causas uma affecção ner- vosa, a anemia, a plethora, e finalmente uma affecção orgânica. O tratamento deve differir, segundo a causa, das enumeradas a que ella fôr devida. Tratamento. Em geral: para as palpitações nervosas convém exercicio moderado, distracções, tranquillidade de espirito, banhos tepidos, frios. Para as awmiras, regimen reparador, carnes mal as= sadas, vinho de Bordéos, etc. Para as por plethora ou affecção organha, repouso do corpo e do espirito, dieta, banhos tepidos prolongados. Para as palpitações do coração, além dos conselhos die- teticos indicados, os medicamentos mais convenientes são: — 1) Acon., cale, chin., iod., lye, merc, natr.-m., plws., puls.. sep., spig., sulf.— 2) Alum., ars., asa., aur., bell, lye, caus., con;., coff., ign., kal, lach. , n.-vom,petr., phos.-ac, rut., thui., veratr. —3) Berb., s mãos e pés; inchação cedematosa do ventre; voracidade. diarrhéa, sobretudo á noite, < om evacuação de matérias não digeridas, ou dejecções freqüentes, .sobretudo á noite; preguiça e apathia; face encovada, pallida e térrea; somno não re- parador; grande fraqueza e caducidade. Cina, havendo: soffrimentos verminosos, pallidez do rosto, ourinamento na cama e grande voracidade. Nux-vomica, havendo: tez amarellada, térrea; face in- chada; constipação obstinada ou alternando com diarrhéa; ventre crescido, com borborygmos; fome o appetite pro- nunciados com vomito freqüente dos alimentos; necessidade, contínua de estar deitado; máo humor, caracter irascivel; superexcitação do systema nervoso. Phosphorus, principalmente nos meninos de cabel- los louros, olhos azues, pelle delicada , talho delgado, maxime havendo tosse cachetica, diarrhéa e suores fre- qüentes e colliquativos, grande fraqueza com fervura de sangue, batimentos de coração ou oppressão de peito ao menor movimento. Rhus, havendo: Grande fraqueza, com necessidade contínua de estar deitado; diarrhéa mucosa ou sangui- nolenta. Staphysagria, quando houver: Ventre crescido, e in- chado, appetite voraz; dejecções tardias; enfarte das glândulas sub maxillares e das do pescoço ; coryza fre- qüento ou contínua, com crostas nas narinas; pelle xdee- rando-se facilmente; suores nocturuos, fétidos; furunculos freqüentes. Sulfur, em quasi todos os casos, no começo do trata- mento, sobretudo se houver: fome pronunciada, transpi- ração fácil; enfarte das glândulas inguinaes ou axilla- res, ou das do pescoço; ventre duro e inchado; estertor mucoso nas vias aéreas; coryza /Mente; diarrhéas mu- cosas freqüentes, ou constipação obstinada; oppressão OATALEPSIA 141 de peito ; batimentos de coração; tez pallida. face macillenta, olhos encovados, pontadas no peito e nos lados. CATALEPSIA. Nevrose, com ereíhismo dos centros nervosos e situação fixa dos músculos submettídos á vontade:—ou nevrose intermittente, cujos accessos são irregulares, mas onde o atacado perde completamente a intelligencia e as funcções *onsoriaes, ao mesmo tempo que os músculos da vida de relação conserváo o gráo de coutracção, e a posição que tinháo quando forão surprendidos pelo ataque, por mais peuivel e extravagante que seja essa posição. Symptomas. Forçando-se a extensão dos músculos do doente, elles conservão a nova posição que lhes foi dada. A mastigação é impossível. A temperatura das extremi- dades desce, a circulação torna-se lenta e fraca, o que igualmente acontece a resjdração. Os ataques de ordi- nário são precedidos de cephalalgia, torpor da intelli- gencia e dos sentidos, loquacidade, caimbras, palpitações, syncopes, etc. Ás vezes a catalepsia ataca um membro ou um só lado do corpo. Tcatamento. Aflusões frias, banhos frios: flagellações das extremidades, ligadura dos membros. Para prevenir a volta dos accessos: Distracções, morada no campo, re- gimen tomperante, gelo na cabeça, banhos frios, de rio, de mar. Regularísar a menstruação nas mulheres, empregar os anthelminticos (se o accesso é devido a vermes). ()s melhores medicamentos são em geral:—1) Acon., stram., veratr. ; —2) Camph., cham., cie, laur., merc.— 3) Phos., sil, zine — 4). Aur., bry., ign., mosch., n.-vom., viol.-od. 142 fiATARATA CATARATA. A catarata é a opacidade mais ou menos completa do apparelho crystalliniano, impedindo os raios luminosos de chegar á retina. Ella é leutirular quando tem sua sede no próprio crystallino: eapsu/ar quando na cápsula: cap- sida-lenticular quando no crystallino e sua cápsula. Estas são chamadas verdadeiras para differenoa-las das falsas, que consistem em depósitos opacos de lympha, de pús e mesmo de sangue na cápsula anterior, por effeito de uma iritis aguda ou chronica. As variedades de cataratas são múltiplas, como ef- feito de suas complicações com as falsas; assim temos as trabeculares, as pyramidaes, e as pigmentares. Ha ainda a iatersticial ou a catarata do humor de Morgagni. São ellas ordinariamente devidas á phlegmasia directa. ou á dyscrasia syphilitica, escrophulosa, rheumatismal, arthritica, psorica, cuja causa atacando o crystallino de sub- inflammação especial, traz sua inutilisação para as func- ções da visão, tornando-o, um obstáculo á passagem dos raios luminosos para a retina. DIAGNOSTICO DIPPERENCIAL ENTRE AS CATARATAS LENTlCüLAREã \ E CAPSULARES, SEGUNDO DESMARllliS. Catarata lenticulai*. A opacidade estende-se do centro do crystallino para a superfície, ou em seu- ' tido inverso, sem que tenha sido precedida por inflam- mação. Mancha parda, verde, negra, branca ou côr de âmbar. percorrida muitas vezes de estrias que convergem para o meio da lente, e perfeitamente lisas na superficie, mesmo OATARATA H3 quando são numerosas; na catarata liquida as estrias são transversaes, quando se deixão em repouso. A catarata lenticular invade pouco a pouco todo o o crystallino. "V olume muito grande ou muito pequeno, fôrma sempre convexa. íris movei ou immovel sem adherencias, saliente ás vezes para diante ou agitada excepcionalmente de oscil- lação. Sombra larga ou nulla. Cataratas capsuiares. Opacidade estendendo-se a uma parte da superficie do apparelho crystalliniano e sondo quasi sempre precedida de inflammação. Mancha sempre de um branco baço, côr de giz, for- mada de placas rugosas, reunidas t>em ordem, e apre- sentando asperidades que fazem saliência na superficie da membrana. Xáo ha estrias regulares. A capsular fica estacionaria c limitada, a menos que a inflammação persista. Volume pequeno, fôrma achatada. íris raramente movei, muitas vezes adherente e pu- xada para traz, jamais agitada de oscillação. Sombra nulla havendo adherencias, exagerada não havendo. Tratamento. Mesmo entre nós a discussão da cura- bilidade da catarata pelos meios médicos, sem o con- curso da cirurgia operatoria, tem adquirido robustez desde que o homoeopatha Dr. Chidloe pôz em pratica seus meios de acção. Assim, pois, divide-se o tratamento em medico e cirúr- gico. Ftnío deve ser empregado se o primeiro não produzir o effeito desejado. Medico. Os medicamentos empregados com melhor resultado contra a catarata lenticular, são:—1) Sulf, sil.—2) Cann., caus., con., magn., phos.,puls. — ou ainda: 3) Amm., baryt., cale. chel, dig.^euphr., hep., hyos., nitri.- ac, op., rut., spig., seneg , sluu-u. 144 i vTARRHO Para a catarata traumática (por effeito de pancada) é con. que tem sido empregado de preferencia; póde-se, porém, consultar ainda: amm., euphr., pids., ruta. O glaucoma, ou catarata na qual o crystallino parece azul ou verde, tem sido curado com phos. Contra a catarata retiforme são : caus., plumb. Cirúrgico. Consta dos diversos processos empregados para remoção do crystallino e sua cápsula, do campo pu- pillar, com a mira de restituir á retina a faculdade de percepção ou recepção dos feixes luminosos externos. Sem diagnostico perfeito não ha processo operatorio possivel, todavia pôde dizer-se que hoje está quasi abo- lido dentre os processos operatorios o abaixamento do crys- tallino, pela razão de que: Io, não ha caso que demande este processo, ao qual não possa ser com vantagem ap- plicado o da extracção com os melhoramentos adquiridos pela sciencia; 2°, pelarazão ainda doperigo trazido ao corpo vitreopela presença de um órgão que, no estado de alte- ração a que foi levado pela causa produetora da trans- formação que fez a catarata, fica representando o officio de um corp.> estranho em uni meio onde a menor irri- tação pôde ter como effeito a inflainrnaçáo, não só da iris, mas de todas as rnembranasintemas, dentre as quaes a choroide, por sua susceptibilidade phlegmasica, pôde tra- zer a destruição do órgão. O meio, ou processo mais ge- ralmente adoptado c o da extracção, usado por Graefe. CATARRHO UTERO-VAGI^AE. LEUCORRHAGIA, LEUCORRHÉA, FLUXOS JBRANCoS, PER- DAS URANCAtí, CATARRHO VAGINAL, CATAKKIIO UTE~ RI NO, VAGINITE. Ryperdiacrisia da membrana mucosa utero-vagi uai, symptomatica da inflammação da vagina, do utero ou de CATARRHO 145 suas dependências, ou ainda symptomatica de fluxão he- morrhoidal, da gastro-enterite, de gastrite, de dentição laboriosa, de repercussão de exanthemas, etc. Vaginite. — 1.° Symptomas. Insensibilidade, calor, depois corrimento vaginal mais ou menos abundante, a principio claro, opalino, depois espesso, amarellado; tensão e sensibilidade da vagina; estreitamento do orifício ex- terno, colorisação rosea-avermelhada da mucosa: algumas vezes tumefacção dos grandes lábios e dos gânglios in- guinaes. 2.» Vagiu!te granulosa e chrouica.—Sympto- mas. Ausência de dores ; algumas vezes coceira e ardor ; fluxo mais ou menos abundante, de consistência de creme, amarello-esverdinhado. Na superficie da vagina pequenas granulações numerosas, avermelhadas, de 1/2 a 2 milli- metros de diâmetro, não se ulcerando nunca, perceptí- veis ao tacto. 3.° Yaginite «liphterica. — Symptomas. Colori- sação vermelho-vivo, escarlate; exsudação membranosa amarella ou vermelha; muitas vezes adherente, sangrando quando se tirão as falsas membranas; calor local, dôr, constricções espasmodicas, leucorrhéa abundante muco- purulenta; perturbações menstruaes; extensão da diph- teria á vulva e á bexiga. Leucorrhéa (Fluxos brancos, vulgo flores brancas) — Symptomas. Fluxo pelas partes genitaes, fora da época das regras, de um liquido aquoso, albumi- noso, semi-transparente, opaco, muco-purulento. l.° Uteriua. Fluxo de mucos transparente e al- buminoso, que humedece a camisa sem a endurecer como a gomma, notavelmente; a mucosa vaginal sã, o tecido do collo chronicamente inflarnmado. 2.° Vaginal.—a) Fluxo, como creme caseoso, muco- purulento, espesso, everdinhado; engomnia fortemente a roupa, e a mancha; depende habitualmente da mucosa yaginal espessada; inflamniada, ainollecida ou coberta de 146 CEPHALALGIA granulações.—b.) Corrimento purulento, produzido por ulcerações da mucosa da superficie ou da cavidade do collo; empasta a roupa muito menos do que a precedente; é antes esbranquiçada do que esverdinhada; depende de uma vaginite. Tratamento. — Hygtenico. Asseio extremo, repouso, re- forma completa no regimen e nos hábitos; continência absoluta; habitação no campo, lugar sêcco e elevado, in- solação, exercicio, roupas de flanella sobre a pelle; ali- mentação sã, carnes assadas, vinho da Madeira, de Bor- déos; fricções sêccas sobre todo o corpo, locções e injecções repetidas dágua tepida. Medico. Os medicamentos apropriados são: Cale,puls., sep., sul/., ou ainda: Acon., agn., alum., amm., ars., bov., cann., carb.-v., caus., chin., coce, con., iod., magn., magn.-m., mez., mittefl, natr., natr.-m., n.-vom., petr., sabin., stann. CEPHALALGIA. CEPHALÉA, DORES DE CABEÇA. Dôr aguda (cephalalgia), dôr chronica (cephaléa) em um ponto qualquer da região craneana : 1", por causa directa (super excitaeão, inflammação cerebred); 2", por causa indirecta (sympathia de grande numero de affecções). Tratamento. Io, acalmar a dôr; 2a, tratar a affecção de que ella é o symptoma. Dietetico. Regimen vegetal, temperante; repouso do espirito e do corpo, silencio, obscuridade; ar fresco, atfu- sões, gelo na cabeça; compressão das têmporas. § 1.*—Medico. Para a maior parte das cephalalgiaa CEPHALALGIA 147 em geral, são:— 1) Acon., ant., bell, bry., cale, caps., cham., chin., coff., coloe, ign., merc, n.-vom., puls., rhus., sang., sep., sil, sulf., veratr.—2.) Am., ars., aur., carb.-v., cin., coce, dulc, hep., ipee, lye, op., plat, ou—3) Amm., amm.-m., asar., ciem., con., ferr., graph., guai., hyos., kal, lach., magn.-e, mosch., natr.-m., petr., phos. § 2.° Para as dores de cabeça arthriticas, são:—1) Bell, bry., coloe, ign , ipee, n.-vom., sep., veratr., ou:—2) Arn., ars., aur., berb., caps., caus., cie, mang., nitri.-ac, petr., phos., puls., sabin., zinc. As catarrliaes, com defluxo:—1) Acon., cham., ciem., cin., merc, n.-vom., sulf., ou:—2) Ars., bell, ign., carb.-v., lach., lye, puls. Para as dores de cabeça por congestão de sangue:—1) Acon., arn., bell, bry., coff., merc, nitigl, op., puls., rhus., veratr., ou:—2) cham., chin., cie, coce, dulc, fiep., ign., nitri.-ac, sil, sul/, ou :—3) Alum., amm., con., lach., led. As dores de cabeça gástricas, por desarranjos do estô- mago pedem ordinariamente:—1) Ant, ipee, n.-vom., puls., sulf., ou:—2) Am., bry., carb.-v., coce, n.-mos. Sendo particularmente a constipação a causa, deve-se empregar de preferencia:—3) Bry., coff., magn., n.-vom., op., veratr. Para as dores de cabeça hystericas convém:—1) Aur., coce, hep., ign., magn., magn.-m.. mosch., nitri.-ac., phos., plat, sep., valer., veratr., ou ainda:—2) Caps., cham., lach.. rhus., ruta. Para as dores de cabeça nervosas, a enchaqueca, etc, são:—1) Bry., caps., coloe, ign., ipee, n.-vom.,puls., rhus., sang., hep., veratr., ou ainda :—2) Acon., aps., arn., ars,, bell, cham., chin., cie, coff., hep., nitri.-ac, petr., sil, sulf., ou: Agar., asar., caus., chin.-s., con., graph., hyos., mang., mosch., natr.-m., phos., plat, sabin., spig., zinc As dores de cabeça rheumatismaes, emfim, exigem o mais das vezes: Acon., cham., chin., lye, merc, nitri.-ac, n.-vom., puls., spig., sul/., ou: Bell, bry., chin., ign.,phos., OU mesmo: Berb.f caus., chin.-s. f lach., led., magn.-m, 148 ÜEPHALAL6UA § 3.° Para as dores de cabeça do sexo feminino, se tem principalmente empregado: Acon., ars., bell, bry., cale, chin., coce, coloe, dulc, magn., n.-vom., pids., plat, spig., veratr. Nas pessoas sensíveis, nervosas: Acon., cham., chin., coff., ign., ipee, spig., veratr. Nas Crianças: Acon., bell, caps., cham., coff., ign., ipee § 4.° Quanto ás indicações das causas exteriores que possão ter produzido as dores de cabeça; se foi o abuso do café: cham., ign., ou n.-vom. As produzidas pelo calor:—Acon., bell, bry., carb.-v., e talvez que ainda: Amm., baryt., caps., ign., ipee, silic. Para as provenientes de uma orgia ou do abuso de bebidas espirituosas são principalmente: Carb.-v. oun.-vom., ou ainda: Ant, bell, coff., puls. As dores de cabeça por esforços intellectuaes, ou excessos de estudos: N.-vom., ou sul/, ou mesmo: Aur., cale, lach., natr.,natr.-m.,puls., sil, ou ainda: Anae, graph., lye, magn., phos., mags.-arc. Para as produzidas por commoções moraes, se deverá, sendo um pezar que as causou: ign., ou phos.-ac, ou staph., sendo uma contrariedade ou cólera : Cham., ou n.-vom., ou mesmo: Coloe, lye, magn., natr.-m.,petr., phos., ou staph. Para as dores de cabeça conseqüentes a uma indigestão ou um desarranjo do estômago—(Veja Cephalalgia gástrica). As dores de cabeça causadas por lesões mecânicas, tacs como commoções do cérebro, reclamão de preferencia: Aron., ou cie, ou ainda: Merc, petr., rhus.; e contra as conseqüências de um derreamento, ou de um esforço le- vantando um peso, se deve empregar: Rhus., ou cale, ou ambr. Se foi por abuso de substancias metallicas, é sid/. que será o mais das vozes indicado; se foi particular- mente o cobre, hep.: se foi por abuso do mercúrio, os medicamentos a empregar de preferencia serão: carb.-v., chin., puls., suf., hep., ou nitri.-ac. As dores de cabeça provenientes de resfriamento exigem 0 mais das vezes: Acon., bell, bry., cale, cham., dulc, CHAGAS 149 n.-vom., ou: ant, chin., coloe, puls. Se foi uma corrente de ar que as causou: Acon., bell, chin., coloe, ou n.-vom. Tendo sido produzidas por um banho: Ant, cale, ou pids. Manifestando-se depois de bebidas frias: Aron., ou ars., natr., puls. As que o máo tempo provoca: Bry., carb.-v., n.-vom., ou rhod. As dores de cabeça causadas pelo tabaco: Acon., ant, ou ign. Para as por vigílias prolongadas: Coce, n.-vom., ou puls. CHAGAS. Solução de continuidade sangrenta e recente dos teci- dos molles do organismo, resultante da acção directa de causas mecânicas externas. As chagas são simples, compostas, complicadas, envenena- das e virulentas. Dividem-se em espécies, que são : picadas, incisões, con- tusões, por armas de fogo, despedaçamentos, arrancamento com intoxicação (chagas venenosas). Symptomas. — Locaes. Variáveis segundo a chaga ó feita por instrumento picante, cortante ou contundente. É simples quando embora haja perda de substancia, que pôde ser mais ou menos extensa, não affecta senão um ou dous tecidos podendo reunir-se immediatamente ou sem suppuração. É composta quando interessa mais de dous tecidos su- perpostos. É complicada quando ó acompanhada de accidentos ou de moléstias que carecem de indicações especiaes, como a hemorrhagia, ou a presença de um corpo estranho, um derramamento eub-cutaneo ou sub-aponevretico. É envenenada quando foi feita por animal venenoso ou o instrumento estava carregado de substancia de acção tóxica. 150 ÒHAGAíi É virulenta quando provem da inoculação de um virus, como o da raiva, môrmo e syphilis. Gteraes. Variáveis segundo a intensidade ou gravi- dade da chaga. Tratamento.— Cirúrgico ou Local. Sendo simples : la- var, raspar os pêllos e reunir as partes divididas. Havendo corpos estranhos: antes de reunir os bordos sangrentos da chaga, extrahi-los, pôr no seu respectivo lugar e manter os retalhos por meio de serra-fina (garras), fios metallicos, pontos de sutura (Fig. 6, 7, 8, 9), e ti- Fig. 6. Fig. 7. Fig. 8. Fig. 9. ras de diachylão.Curar a chaga com água fria, freqüen- temente renovada, e com collodiom elástico para prevenir as erisy pelas. Havendo hemorrhagia, compressão sobre o trajecto da ateria, e nunca sobre a chaga. Não tampo- nar senão indirectamente a chaga. Medico. Locções de arn. e applicação de compressas embebidas deste medicamento. Casos ha em que arn. só não basta para a cura, convém então lançar mão dos seguintes: Contra as feridas causadas por mordeduras ou den- tadas não venenosas:— Am., sulf.-ac Sendo animaes ve- nenosos que morderão : —1) Amm., ars., bell. ;—2) Caus., lach, natr.-m., pxds. e seneg. Contra as esfoladuras :—1) Arn., sul/.-ae ;—2) Carb.-v., chin. e sulf. CHAGAS 151 Contra os golpes ou lesões por instrumentos cortantes —1) Staph., sulf.;—2) Natr., plumb., sil. e sidf.-ac Contra as feridas por armas de/ogo:—1) Euph., nitr.-ac, plumb., sulf.-ae ;—2) Puls., rut e sul/ Contra as feridas causadas por instrumentos pontudos : —1) Aps., carb.-v., cie, lach., nitri.-ac, sil.;—2) Con., hep., plumb. e sulf. Para as feridas por espinhos:—1) Hep., nitri.-ac—2)1 Acon., arn., carb.-v., cie, lach, sil. e sul/ Contra as feridas que sangrão muito :—• 1) Acon., arn., cham., phos. ;—2) Carb.-v., lach., sul/, o sulf.-ae Quando apezar de todo o tratamento ellas suppurão, e que esta suppuração se torna muito abundante: — 1) Bell, seios palpebraes é vermelho-escura; na ocular, porém, em começo da moléstia, o rubor, embora carregado na circum- ferencia, vai diminuindo á medida que se approxima da cornea, sendo somente uniforme quando a inflammação é muito intensa. O que ha de notável nesta inflammação é a rede de largas malhas, formada pelo crescimento e injecção dos vasos, comparativamente então grossos e tortuosos, cujas ramificações vão-se perder no bordo da cornea. Estes vasos são principalmente veias, porque sendo as artérias mais estreitas, são menos apparentes. Um dos caracteres mais importantes desta inflammação é o seguinte: em começo produz-se uma exsudação se- rosa na superficie da conjunctiva; depois estabelece-se um corrimento de matéria puro-mucosa; as palpebras inchão e ficão mais ou menos avermelhadas, o que é devido á exsudação serosa no tecido cellular. Esta exsu- dação invade o tecido cellular da conjunctiva esclerotical, a qual é levantada em fôrma de orla em redor da cor- nea, constituindo o que se denomina—chemosis. A tume- facção das palpebras e a chemosis são análogas, quanto á natureza e seu modo de producção, á inchação que succede a toda a inflammação violenta. CONJUNCTIVITE 201 Nota-se também manchas ecchymoticas em diverso* pontos da esclerotica. Purulenta. Nesta encontra-se todos os *ymptoina8 da catarrhal, aggravados, isto é : injecção vascular, corri- mento mais intenso, purulento; inchação das palpebras e a chemosis mais desenvolvida, podendo ir mesmo até haver uma transsudação de sangue na superficie da con- junctiva. Toda a matéria exsudada converte-se em pús, embofa não haja alteração alguma na superficie da conjunctiva: a lympha, porém , exsudada na substancia interna da membrana, se organisa em tecido, espessa a conjunctiva palpebral, e hypertrophia suas papillas, dando em resul- tado dificuldade, senão impossibilidade de cura completa da inflammaçáo. Esta tem por caracter principal uma exsudação aquosa sob a conjunctiva esclerotical, a qual a enruga e faz levantar como uma vesicula entre as pal- pebras. A conjuntiva adquire uma côr vermelho-clara, tirando a amarello, e apresenta manchas ecchymoticas. A secre- çâo mucosa é mais abundante. Segundo o professor Gosseliu, a conjunetivite é uma mo- léstia contagiosa, convindo evitar todo o contacto, mesmo mediato, das pessoas sãs, maxime das crianças, com o* affectados. Tratamento. Os medicamentos, com os quaes se poderá curar esta effecção, são:—1) Ars., bell, merc, puls., sulf. —2) Acon., ambr., asar., brom., chin., ciem., dig., euphr. —3) Ant, aur., baryt, bry., rede, cham., chel, con., ferr., hep., ign., kal, lye, magn.-m., meph., op., phos., plumb., sep., sil, spig., stront, sulf.-ae e veratrum. Além dos medicamentos indicados ha outros meios in- dispensáveis para a cura desta affecção. Havendo chemosis: scorificações e excisão. Sendo aguda, intensa : dieta severa, rescisão da conjunc- tiva hyperemiada. 202 oowmyAçio COrlSTIFAÇAO. DTSCOIUJL, 8TKCÍNOSE.— PRI8ÂO DE VENTRE. Diminuição da contractilidade intestinal; perturbações dos phenomenos vitaes do grosso intestino para o acto da defecação, com dejecção difficil e rara de matérias duras. § 1.* Os melhores medicamentos são:—1) Bry., cale, coce, lach., lye, natr.-m., n.-vom., op., plumb., sep., sil, staph., sul/, veratr.— 2;) Alum., bell, cann., canth., carb.-v., caus., con., graph, grat, kal, kreos., merc, nitri.- ac, phos.,plat, puls., sass., stann., sulf-ac, zinc — 3;) Apr., cep. e iat § 2/ Para fazer cessar immediatamente uma constipação que tenha durado muitos dias os medicamentos são: Bry., n.-vom. e op. ou: cann., lach., merc, plat, puls., sul/, e mags.-are A disposição á constipação ou á prisão de ventre se conseguirá curar com os seguintes medicamentos, maxime se não forem empregados senão com longos intervallos: Bry., cale, caus., con., graph, grat, lach, lye, sep. e sy,lf. § 3.° A constipação nas pessoas, que têm a vida seden- tária, exige: Bry., n.-vom., sulf. ou lye, op. e plat. Nos bêbados ou nas pessoas dadas ás bebidas espiri- tuosas: Cale, lach., n.-vom., op., sulf. A que se manifesta em conseqüência de diarrhéas, ou de purgantes: N.-vom., op. ou: ant, lach. e rut. A dos velhos, alternando ás vezes com diarrhéa: Ant., op., phos. ou: Bry., lach., rhus. e rut. COHSTTPAÇXO 203 Na» mulheres pejadas: N.-vom., op., sep. ou: Alum., brp., lye Nas paridas: Ant, bry., n.-vom. e plat. Nas crianças de peito: Bry., n.-vom, op. ou: Alum.., lye, sulf. e veratr. A que se manifesta durante as viagens em carroagem: Plat. ou Alum. e op. A proveniente de envenenamento pelo chumbo: Alum., op. e plat Nos glotões: Ais. § 4.° Finalmente deve-se consultar: Bryonia, principalmente no estio e nas pessoas sujeitas aos rheumatismos; ou tendo a constipação lugar em conse- qüência de desarranjos do estômago, com disposição frio- renta: congestão para a cabeça. Lachesis, em muitos casos de constipação obstinada, com compressão no estômago e necessidade de arrotar, mas sem resultado. Mercurius, havendo constipação acompanhada de máo gosto na boca, com gengivas dolorosas, porém sem appe- tite. (Se neste caso merc. não fôr sufficiente, é staph. que se deve consultar.) Nux-vomica, não só nas pessoas hypocondriacas ou sujeitas ás hemorrlwidas, mas também se a constipação se manifesta em conseqüência de comida copiosa, de desar- ranjos de estômago, maxime havendo: anorexia, náuseas, enchimento e tensão no ventre, com pressão e peso; calor principalmente da face; congestão e dores de cabeça; inapti- dao para o trabalho; somno perturbado; oppressão; máo humor; sensação como se o ânus estivesse estreitado, com ne- cessidade freqüente e sem resultado. Opium, com a mesma sensação como se o ânus estivesse fechado, mas sem necessidade tão freqüente, como no caso precedente, com pulsação e sensação de peso no ventre; gastralgia; boca sêcca; anorexia; congestão e dores de cabeça, com face rubra. Platina, se apezar de todos os esforços o doente não poda 204 CONTUSÃO expellir senão pequenas quantidades, com tenesmos e for- migamento no ânus depois da dejecção; horripilação, com sensação de fraqueza no ventre; dôr constrictiva no abdô- men com pressão, dôr de estômago e necessidade sem re- sultado de arrotar. Pulsatilla, muitas vezes no mesmo caso em que n.-vom. seria indicado, mas nas pessoas de caracter brando, frio e phleugmatico; ou se depois de um desarranjo de estômago por alimentos gordos, a constipação ó acompanhada de morosidade com laconismo e arripios. Sepia, principalmente no sexo feminino ou nas pessoas sujeitas a rheimatismos assim como em muitos casos em que n.-vom., ou sul/, forem indicados sem produzir effeito. Sulfur, na maior parte dos casos de constipação ha- bitual, maxime depois do uso de n.-vom., nas pessoas hy- pocondriacas ou nas sujeitas ás hemorrhoidas, principal- mente havendo : necessidade /requente não seguida de effeito, com flatulencias encarceradas; mal estar, inchação do ventre, inaptidão para os trabalhos intellectuaes. CONTUSÃO. PISADURA.--MAOHUCADURA. É a lesão produzida nos tecidos pela acção directa de um corpo contundente que fere, piza, quebra ou desloca as partes molles e duras sem solução de continuidade apparente da pelle, d'onde procedem ecchymoses, derra- mamentos sangüíneos, inflammações e gangrena. Symptomas.—Locaes. São variáveis segundo o gráo e o ponto do corpo, sede da contt são; assim, pois: dôr CONTUSÃO 205 mais ou menos aguda e persistente; infiltração amarellada; ecchymoses, bossas, depósitos sangüíneos. Em geral os symptomas de reacção são nullos ou pouco pronunciados, se não é o craneo a parte ferida, porque nestas circum- stancias, não ha symptomas locaes que mereção por sua natureza particular chamar a attencão do facultativo. Geraes. Merecem sérios cuidados; são os seguintes: agitação contínua, perda do conhecimento, respiração lenta e profunda, mas não estertorosa, membros contrac- turados, contracção das pupillas, queda ou abaixamento das palpebras, contracção espasmodica dos membros e da face, difficuIdade ou impossibilidade de fallar; passa- dos quatro ou cinco dias depois da contusão na cabeça, febre, delirio, convulsões e paralysia. Estes symptomas constituem quasi um estado com- pleto de commoção cerebral, com a única differença que nesta os symptomas vão diminuindo, emquanto que na contusão vão augmentando de intensidade. Tratamento.—Local. Sendo ligeira a contusão, com- pressas molhadas em água fria, em solução de tintura de arnici e em água salgada. Existindo algum deposito sangüíneo, além dos meios acima: compressão methodica, punção e incisão. PGrERAES. O medicamento principal é arn., quo deve ser empregado não só contra a contusão propriamente dita, mas contra os seus effeitos, administrada em loções como acima se disse; tendo porém o cuidado de fazer o pa- ciente tomar algumas doses interiormente, maxime tendo sido forte a lesão, e, mais ainda, tendo sido a cabeça, o peito ou outra qualquer das partes mais importantes do corpo o ponto contundido. Se arn., no entanto não fôr sufficiente póde-se consultar: Contra as simples contusões, sem abalo geral:—1) Euphr,, iod., puls, rut, sulf.-ae—2;) Croe, hep., mez., petr., phos., e sul/., Contra as conseqüências de pancadas, queda e outras 206 coirrAUBCWiÇA lesões, com forte commoção:—1) Cie, con., pula., rhuê.— 2;) Bry., euph ., iod., lach., sul/., e sul/.-ac. Contra as suggillações que apparecem e que não queirao cedir á arn.:—1) Bry., rhus., sulf.-ac.—2;) Con., dulc, lach., n.-vom., e sulf. Coi tia as dos ligamentos e das membranas synoviaes: —1) Amm., arn., bry., rhus., rut.—2;) Cale, natr., natr.-m., phos.—3;) Agn., carb.-an., carb.-v., lye, mags.-ae, n.-vom., petr., esep. Contra as das glândulas:—1) Con., iod., kal,phos.—2;) Cie, hep., merc, puls., sil, e sulf. Contra as dos ossos: Calend., phos.-ae, rut, &p uls. Havendo fracturas, em particular: Cale, calend., rut, e sil. Emfim as convulsões que seguem as lesões graves, taes como o tétano, se arn., não fôr sufficiente exigem o em- pn go de ang., qu coce Para a febre traumática arn., ou acon., e só muito ex- cepcionalmente carecerá fazer u o de rhus., ou bry. A- affecções cerebraes, com commoção do cérebro ou da medulla espinhal, se arn., não fôr sufficiente, exigem o em; rego de bell, cie., cin., ou cale, e hep. CONVALESCENÇA. Estado intermediário ou ponto de transição entre a moléstia e a saúde. A convalescença se ainda não é a moléstia em declinação, não é tamb m a saúde em sua integridade. Os meios de sustenta-la e robustece-la são: Restituir ao indivíduo as forças que houver perdido; apropriar todos os agentes dieteticos, hygienicos e pharmaceuticos ao estado actual physiologico do órgão quo soffreu; o que se consegue: Io, faz:ndo cessar a irritação patho'ogica; 2% diminuindo a sensibilidade; 3o, excitanlo a acção OOJPTülLfilO 207 muscula. ; 4°, nuinndo o individuo, tendo em vi^ta sua constituição e sujeitando-o á maior ou menor extensão que teve a moléstia relativamente ao tempo de duração e á acuidade ou chronicidade que apresentou. Se ainda houver restos de irritação ou inflammação, continuar com moderação com os meios que a debellárão. Dt ve usar de alimentos de fácil digestão, de vinho com água, banhos, cuidados de asseio, fricções sêcca-. Havendo fraqueza, asthenia, alimentos leves, nutritivos, estimulantes, vinho generoso de Boidéos, chocolates, ar puro, sêcc >, renovado, passeios pouco pro'ongados em começo, exercicio moderado, em carro, a pé ou a cavallo. Evitar stnsaçõos desagradáveis, commoções vivas, terror, pezar e alegria. Afastar-se de tudo o que lhe puder perturbar o somno e exc tar p ixões. CONVULSÃO. Contracção e relaxamento alterna ivos e involuntários dos músculos, desordem da motilidado; desharmonia do systema sensitivo e locomotor devida á exageração, di- minuição ou perversão da enervação, por irritação di- rect i. ou indirecta do cérebro e de seus annex; s, ou por excitabilidade e erethismo nervoso, com asthenia ou hypersthenia. Tratamento. Para maior facilidade na escolha dos m - dicamentos estão todos cs práticos homee pathicos accor- des em reunir no mesmo capitulo o tratamento das di- versas espécies de convulsões ou affecções espasmodíeas, como sejão: catalepsia, choréa, convulsões hystericas, eclampsia, epilepsia, tetanos, etc, visto o ponto de c:n- tacto que ellas guardão entre si, o que faz que o maior numero de vezes o mesmo medicamento indi- cado para uma, aproveite para outra, como se eHas não 208 CONVULSÃO constituíssem senão uma entidide mórbida única. De- ve-se, porém, ter a cautela de dar a precisa e indispen- sável attenção a seus symptomas concomitantes, como característicos para a escolha do medicamento mais homoeopathico. § 1.° Os medicamentos que cm geral mais efficazes se lem mostrado nas diversas affecções espasmodíeas são:—1) Bell, cale, caus., cham , cupr., hyos., ign., ipee, lach, n.-vom., op., sil,stram., sulf.—2;) Acon., ang., arn., ars., camph., cie, citr., coce, merc, mosch , plat., rhus., sil, stann., veratr., zinc.— 3;) Agar., ang.,hell, laur.—4;) Aps., cep., hipp., millef., nitri.-ac, ox-ae § 2.° Sendo a affecção recente são: Acon., ang., arn., bell, camph, cham., cie, citr., coce, hyos., ign., ipee, toere, mos h., n.-vom., op., rhus., stram. e veratr. Para as affecções chronicas são : ars., cale, caus., euphr., lach, plat, .•*/., stann. e -ulf.; se todavia um ou outro dos abaixo indicados não convierem, igualmente: bell, coce, croe, hyos., merc, n.-vom., rhus., stram. e veratr. § ">.° As convulsões das crianças exigem principal- mente: Acon., caus., cham., cin., coff., cupr., ign., ipee, lach, merc, n.-vom., op., stann. e sulf. Sendo na época da dentição e como sua conseqüência: Bell, cale, cham., cin., ign., stann. e sulf. Por effeito de affecções verminosas: Cie., cin., hyos., merc. e sulf. Os espasmos das mulheres hystericas exigem:—-1) Aur., bell, coce, ign., ipee, mosch., stram., veratr. 2;) ou Bry., cale, caus., cham., con., magn., magn.-m., plat, sic, sep., stann. e sulf. As que apparecem na época das regras: Coff., coce, >?upr., ign., puls. As das mulheres paridas : Bell, cham., cie, hyos., ign. § 4.° Quanto ás causas que as têm determinado ou que as entretêm, sendo traumáticas ou mecânicas • Arn ou ang., ou ainda: Rhus., puls. e sulf CONVULSÃO 209 Por effeito de medo ou susto ou qualquer outra commoção súbita são principalmente: Cham., cupr., hyos., ign., n.-vom., op., plat ou art As affecções espasmodíeas provenientes da masturbação ou de outros abalos do systema nervoso exigem: Sulf, cale, lach, n.-vom., sil. e talvez: Arn., chin., phos.-ac. As por abuso de substancias narcóticas como vinho, ópio, cerveja, tabaco, etc, reclamão: Bell, cupr., cham., citr., coff., hyos., ign., n.-vom. e op. As provenientes de uma erupção repercutida são ordi- nariamente vencidas por: Cale, caus., ipee, lach,, n.-vom., stram. e sulf. As por effeito de resfriamentos ou de transpiração sup- primida, são: Acon., bell, cham., chin., cie, lach, n.-vom., sil, etc. As causadas pelo vapor de mercúrio, de preferencia: Bell, stram., e as produzidas pelos vapores do cobre ou de arsênico : Ars., camph, cupr. e merc § 5.° Os symptomas que indicão cada caso particular devem ser confrontados para melhor escolha com os dos medicamentos seguintes: Belladona, contra: tetanos, trismus, espasmos hystericos, convulsões das crianças, eclampsia, dansa de S. Guido, epilepsia, etc, havendo: começo de convulsões pelas extre- midades superiores, com sensação de formigueiros e de tor- por nestas partes; tremor de alguns membros, maxime dos braços; movimentos convulsivos da boca, dos músculos da face e dos olhos; congestão para a cabeça com vertigens ; face vermelha, carregada, quente e vultuo- sa, ou face pailida e fria com arripios; photophobia, olhos convulsos ou fixos, pupillas dilatadas, caimbras no larynge e na garganta com deglutição embaraçada e pe- rigo de suffocação; espuma na boca; emissão involun- tária das dejecções (e das ourinas) ou dejecções diarrheicas não digeridas; oppressão do peito e respiração anciosa; renovamento dos accessos pelo menor contacto ou pela menor contrariedade; atordoamento ou perda completa <"S alguns casos as vesiculas são maiores e cm grupo mais considerável—é o herpes plyctenoide. Quando tem sua sede nos lábios, herpes labial: no prepucio, herpes prepidialis, com ou sem descamaçâo, o que o distingue dos cancros; sobre a metade direita ou esquerda do thorax, herpes zona: herpes circinatus, quando em redor de manchas circulares apparecem pequenas vesiculas globulosas, depois escainas. ES. íris é o grupo do vesiculas circumdadas de anneis erythematosos de cores diversas. Chama-se H. tonsurans quando apparecem na cabeça e no couro cabelludo placas arredondadas, cobertas de pequenas vesiculas, que se es- tendem excentricamente e ás quaes suecede descamaçâo, queda dos cabellos; duração prolongada. Tratamento.—Herpes circinatus. Os medicamentos para esta espécie de affecção são: —1) Sep. — 2;) Natr., natr.- m. — 3;) Cale, eaus.^e sulf. Herpes furfuraceo.—Dartro farinaceo. Os medi- camentos são: —1) Cie, sulf. — 2;) Ars., bry., cale, dulc, graph., kreos, lye, sep., sulf.— 3;) Anae, lach., led-., merc.) natr.-m. e thui. Herpes plyeteuoide ou dartro miliar, são: Acon., bell, rhus., silic, sulf, ou: Ars., bov., cede, lye, merc. esep, ülerpes zoster ou sona: — 1) Graph., rhus. — 2;) Ars., merc, puls.— 3;) Bry., cham., selen., sil. e sulf. DELIREILH TREMEWS. DELÍRIO NERVOSO, LOUCURA DOS BÊBADOS. Nevrose cerebral, com perturbação das faculdades intellectuaes, agitação, tremor dos músculos, indepen- dente da inflammação do cérebro ou das meningéas. DELIRIUM TREMENS 231 Tratamento.—(Cabo aqui tratar immediatamente não só delirium fremens, mas da embriaguez e de todas as con- seqüências do abuso de bebidas alcoólicas.) § l.o Contra o delirium tremens os melhores medi- camentos são: Ars., bell, cale, coff., dig., hyos., n.-vom., op. e stram. § 2.° Contra o estado de embriaguez cm si mesmo, são: Acon., bell, coff. e op. Contra as conseqüências do deboche, são:— 1) Ant, carb.-v., coff., n.-vom., sulf. *— 2;) Bell, bry., cale, chin., dulc, natr., nitri.-ac, phos., phos-ac e rhus. Contra os resultados chronicos da embriaguez em geral: Ars., bell, cale, chin., coff., hyos, lach., merc, natr., n.-vom., puls. e sul/. Contra p vicio da embriaguez: Ars., cale, lach., merc, sul/, e sul/.-ac. § 3.° Ãconiíum, se depois de ter bebido muito vinho ha calor /ebril, congestão na cabeça, face e olhos ver- melhos ; ou mesmo perda da razão. Antimonium, se por effeito de um deboche ha soffrimentos gástricos, principalmente náuseas, enjôo, falta de appetite, e que carb.-v. não tenha sido sufficiente. Arsenicum, se nos bêbados ha alienação mental, com grande angustia, que não permitia estar parado; medo de ladrões, de espectros e da solidão, com desejo de escon- der-sc; tremor dos membros. Belladona, se em conseqüência de uma embriaguez, ou nos bêbados ha: perda da razão com delírios e visões; face vermelha e vultuosa; lingua carregada de mucosida- des; repugnância de carne; insomnia; palavra balbuciante, com riso contínuo; sensação de seccura na garganta com deglutirão diff il; sede violenta, accessos de forte calor febril. Calcarea, havendo delírios espantosos com visões de fogo, de mortos, de ratos, e de morcagos, e que bell nem stram. tenhão produzido effeito. 232 DELIRIUM TREMEKS Carbo-veg., se por effeito de um deboche ha: cephalalgia compressiva ou pulsativa melhorada ao ar livre; náuseas e vontade de vomitar ; dejecções liquidas e pallidas. China, contra os symptomas ào fraqueza nos bêbados, e sobretudo se ;;o mesmo tempo ha affecções hydro- picas. Coffea, se depois de ter bebido muito vinho ha (sobre- tudo nas crianças) superèxcitação moral, grande alegria, insomnia, vomituração e mesmo vomito; ou se, em con- seqüência de um deboche, ha dores de cabeça, como se um prego estivesse enterrado no cérebro, e que nux-vom. não baste. É mesmo contra o tremor das mãos nos bêbados que coff. é mais eíficaz. Hyosciamus, se em conseqüência da embriaguez ha, con- vulsões epilépticas; insomnia, com divagações contínuas, delírios, com visões de perseguidores e vontade de fugir; tremor dos membros. Lachesis, contra a fraqueza e o tremor das mãos nos bêbados, sobretudo se o doente tem grande difficuldade de corrigir-se de seus vicios. Mercurius, contra as enfermidades dos bêbados que ao mesmo tempo têm abusado do café, se nux-vom. nem sul/, produzirão effeito. Natrum, contra a fraqueza e dyspepsia dos bêbados. Nux-vomica, se por effeito de um deboche ha: cephalalgia semilateral como se um prego estivesse enterrado no cérebro, aggravada ao ar livre, pelo andar, pelo movi- mento e pela meditação; abaixando-se, náuseas, com von- tade de vomitar e vomituração, constipação ou pequenas dejecções glutinosas, com tenesmos, e vertigens; olhos vermelhos, com ramela nos ângulos; photophobia; tos- siculação; ou se os bêbados tem congestão para a cabeça, obnubilação ou perda do conhecimento, com delirios, visões, e vontade de/ugir; grande angustia que não permitte ficar parado; ás vezes com face, pés e mãos frios e humidos; náuseas, pituitas do estômago, ou vômitos dos alimentos ou de matérias amargas; insomnia com sobresal- tos, susto e sonhos anciosós; constipação, ou dejecções DENTIÇÃ0 233 diarrheicas pouco abundantes; tremor dos membros, falta de força. É também n.-vom. que convém, sobretudo aos bêbados, que ao mesmo tempo têm feito abuso do café. Opium, se depois de ter bebido muito vinho, ou nos bêbados, houver somno comatoso, com roncos, ou delírios anciosós, com visões de morcegos, escorpiões, etc.; medo e vontade de fugir; ou sonhos dos quaes o doente desperta quando se lhe/alia em alta voz; constipação; dyspnéa; suor geral; convulsões; espasmos epilépticos, tremor dos membros, trismus e estremecimentos dos músculos da /ace e da boca; olhar fixo; /ace vermelho-carregada. Pulsatilla, contra as conseqüências do deboche, com indi- o-estão, sobretudo se houver: obnubilação da cabeça com peso na fronte, melhorada ao ar livre; náuseas, especial- mente depois de ter comida e bobido; arrotos ácidos, lingua car egada de mucosidades. . Strammonium, se nos bêbados ha angustia, com laco- nismo, olhar incerto, medo e vontade de fugir ; convulsões epilépticas e mania; /ace vermelha, quente e vultuosa; erros de sensação, como, por exemplo, se a metade do corpo estivesse cortada. Sulfur, contra o tremor; as affecções hydropicas e muitas outras enfermidades dos bêbados. DEXOrÂíi, Chama-se dentição o acto da sahida ou erupção dos dentes para fora dos alveolos o das gengivas. Chama-se dentição difficil ou dysodontiase quando ao acto normal da sahida dos dentes acompanhão accidentes mais ou menos graves, os quaes trazem obstáculo a esta funeçáo. Estes accidentes são de duas espécies — locaes e geraes; aquelles interessão as gengivas, as quaes inchão, endurecem, e ficão quasi cartilaginosas; estes se man- festão por febre, diarrhéas, agitação e convulsões clonicas e tônicas. 234 DERRAMAMENTO Symptomas.— Locaes. Rubor, inchação, tumefacção das gengivas; dôr; salivação ; aphtas, ulcerações. Geraes. Febre, diarrhéa, convulsões, agitação, ery- thema. Tratamento. Facilitar a erupção; combater os accidentes reaccionaes. Os melhores medicamentos contra os soffrimentos por effeito deste acto são, em geral: Acon., bell, bor., cale, cham., coff., ign., merc,sulf., ou: Ars., cin., ferr., magn.-m., n.-vom. e stami. A insomnia demanda principalmente: Coff. ou ainda: Acon., bor. e cham. Os soffrimentos febris : Acon., cham., coff., n.-vom., ou ainda : Bell e bor., sil. A agitação e a superexcitação nervosa : Coff., acon., bell, bor. e cham. A constipação: Bry., magn.-m. e n.-vom. A diarrhéa: Merc, sulf., ars., cale, cham,, coff.,ferr., ipee. c magn. A tosse sêcca e espasmodica : Cham., cin. e n.-vom. Os espasmos ou convulsões : Bell, cham., cin., ign., cale, stann. e sulf. Se os dentes tardão a romper, sulf. ou cale facilitarão na maior parte dos casos o trabalho da natureza. PEEE1M AMENTO. Extravasão ou accumulação em uma das cavidades do corpo, ou no interior de um órgão — de líquidos, como sejão: sangue, bilis, ourina, sorosídade,pús, etc,—de sólidos, como: matérias feccaes, bolo alimentar, — de gazes: ar (dmospherico, por exemplo. Tratamento. O da lesão de que é elle o symptoma. Ligadura, tamponamento, compressão, tópicos; provocar a reabsorpçâo por meio cie compressão methodica, de applicações resolutivas; activar as secreções, a absorpção. DIABETES 235 Dar sahida d matéria derramada e combater suas conse- qüências Scarificações superficiaes, incisões largas e pro- fundas, punção, trepanação, paracenthese. I^SMTÍIBIIAWENTO. AMBLYOPIA, MOSCAS VOLANTES, MYODEOPSIA, MYODISOP- SIA, PSEUDOBLIPSIA, VISTA FRACA, HALLUCINAÇÃO. Por effeito de congestões para os vasos capillares da retina,coni ou sem cxcitaeão anormal da inucrvação desta membrana, o doente vê ou tom , mesmo de olhos fe- chados, illusões da vista e pequenos pontos voltijantes que mudão de lugar a cada movimento do globo ocular. A visão dos objectos externos, outros que representa© as moscas referidas, umas vezes são cobertos por imagens in- completas, e outras fracamente percebidos em relação á ap- proximação em que elles se achão, e á força normal do órgão visual. Tratamento.— Hygienico. Continência da vista; não fa- tigar os olhos, maxime á luz artificial; exercicio ao ar livre, distracções. Medico.—O aconselhado para a amaurose. ©IA1SETES. DIABETES, POLYURIA. PHTHISURIA, GLYCOSURIA Hyperdiacrcsia renal com evacuação das ourinas, con- tendo um principio mmooso assucarado (diabetes assuruda). A diabetes se divide em assucarada e não as-?acurada. 236 DIABETES Biabetes assucnrada ou gSycosuria.— Sympto- mas. -1.° Geraes. Molleza, arrotos nidorosos; cmmagre- cimento ; depois muita sede; appetite excessivo; boca sêcca, pouca ou nenhuma saliva; lingua cm começo humida, depois vermelha, sêcca; gengivas molles, dolorosas; há- lito fétido; algumas vezes digestões laboriosas; calor, peso no estômago, arrotos ácidos; dores epigastricas; vômitos; constipação a principio, depois diarrhéa; ausência de desejos venereos; pelle sêcca, rugosa ; erupções de lichon, impetigo, prurigo e psoriasis; falta de sensibilidade; ery- thema das partes genitaes, erythema rubro; furunculos, gangrena. Pequena tosse, sêcca em principio ; mais tarde desenvolvimento de tuberculos. Enfraquecimento dos sentidos, amblyopia, diplopia, catarata; dureza do ou- vido. Estado moral bom em principio, depois tristeza, irritabilidade, hypocondria; ao declinar da moléstia, diar- rhéa, emaciação, fraqueza, amollecimento das gengivas, queda dos dentes, fétido do hálito ; infiltração dos mem- bros inferiores; algumas vezes ascite, acceleração do pulso; tísica. 2.° Funccionaes e característicos.. Ourinas muito abun- dantes (5 a 10 litros cm 24 horas); incolores, inodoras, transparentes, de sabor assucarado, de peso especifico mais considerável, contendo assucar ou glycóse em dissolução. Meios de reconhecer a presença do assucar. l.° Pro- cesso Barresivill: ajuntar em uma colher, de experiência, 1/3 ou 1/4 de licor de Barreswill (solução cupro-potassica), fazer aquecer na lâmpada de espirito de vinho: ha for- mação de um precipitado amarello avermelhado que é o assucar ou glycóse. É necessário ter uma solução re- cente (cupro-potassica). 2.° Processo Mialhe: introduzir no tubo que contem a ouri- na um excesso de potassa cáustica, e aquecer na lâm- pada de álcool: o assucar dá ao liquido uma côr escura avermelhada, em relação com a quantidade de assucar contido na ourina. Diabetes asa® assucarada. — Symptomas. Ouri- nas claras, muito abundantes, límpidas, pouco córadas, DIABETES 237 neutras ou pouco ácidas, e que se não turvão pelo calor ou ácido azotico ; não contendo assucar; alteração ; ap- petite excellente; funcções respiratórias e circulatórias normaes. E a esta espécie que se chama: polyuria e poly- dipsia. Tratamento. Compõe-se de duas partes essencialmente indispensáveis para que a cura se possa fazer, e susten- tar contra as reincidências. Medico. Os medicamentos mais recommendados contra a diabetes assucarada, são: Carb.-veg., led., natr.-m., phos.- ac, ou ainda: Aur., con., magn.-e, meph, merc, mur.-ae, nitri.-ac. phos. e sidf. O phos.-ac deu a cura de uma espécie de dysuria, caracterisada por ourinas leitosas (chyluria?); ourinas muito freqüentes, alternando com aquosas e limpidas em alguns casos de diabetes assucarada. Dietetíco. (Bouchardat): pão de glutten ao almoço e jantar; abstenção completa de feculentos, de cerveja; carnes negras, assadas; vinho velho; vestimenta com- pleta de flanelía; evitar resfriamentos ; exercicio em pleno ar; gyrnnastica, trabalhos manuaes; banhos simples; fric- ções sêccas ; provocar a transpiração ; evitar os pezares; os excessos de trabalho intellectual, as inquietações, as relações sexuaes. Regimen e alimentação do diabético. Carnes de toda a espécie, negras ou brancas, fervidas, cozidas ou assadas; proscrever molhos com farinha. Peixes dágua doce ou do mar, assados ou preparados com azeite; ostras, me- xilhão, lagostas, camarões, caranguejos, tartarugas. Ovos de todas as fôrmas, excepto com assucar. Leite, creme, queijos. Legumes de toda a espécie, excepto as farinhas e os feculentos : azedas, alface, chicorea, aspargos, etc, saladas de agrião, de taraxaco, etc, com azeite e ovos cozidos duros; substituir-se-ha, tanto quanto possivel, nos molhos, o creme e as gemmas d'ovos á farinha. Frutas oleaginosas, azeitonas, amêndoas, nozes, avelãs, morangos, amoras, groselhas, cerejas, pêras, maçãs, ananazes, uvas, 238 diarrhéa mas em pequena quantidade j)or causa do assucar que ellas contém. Abster-se de massas de arroz, de milho, tapioea, batatas, macarrão, aletria, hervilhas, feijão,, len- tilhas, favas, castanhas,, chocolate, assucar, geléas e tortas. Bebidas, vinhos generosos, velhos, de Borgonha ou Bor- déos, uma a duas garrafas por dia ; café sem assucar com ou sem addição de rhum, cognac ou kirsch. DIARRHÉA. É a freqüência e a liquefação das dejecções alvinas com ou sem reacção irritativa ou inflammatoria. Ás vezes não é senão o symptoma de affecções de natureza diversa, A diarrhéa pôde ser idiopathica ou sympathica, cri- tica, das crianças e sympfomatica. E da primeira que tratamos. Tratamento. —§ 1.° Os melhores medicamentos são em geral: — 1) Ars., cham., chin., dulc, /err., ipee, merc, puls., rhab., see,sul/., veratr.—2;) Ant., bry., cale, caps., \ coloe, n.-vom., phos.., phos.-ae, rhus.—3;) Am., bell., berb., carb.-v.,, cupr., graph., hep., kyos., lach, magn., nitri.-ac, n.-mos., petr., sep.—4;) Ais., aps., benz.-ae, cep., ox.-ac, kal. e millef. § 2." As dáarrhéas sem dôr reclamão de preferencia: Ferr. ou chin. e cin. As com eólicas : Ars., bry,, cham., coloe., hep., merc, nitri.-ac, puls., rhab., rhus., sulf. e millef. Com tenesmos: Ars,,. caps., hep., ipee, lach., merc, n.-vom., rlmh., rhus., sulf. e millef, Com vômitos : Ars., bell, ipee, ou ainda : Cham., coloe, ; éule e./err. Com evacuação do& alimentos não digeridos (Menteria): Chin., /err., ars., bry., n.-vom.. ©■ cep. ^ Com queda das* forças (Dtiaxrhéas debiliibantes, collnqua- ti: Ars,, chin., ipee, veratrr., n.-mosc, pho&,p7w.-M. e see DIARRHÉA 239 § 3.° Para as diarrhéas chronicas: Cale, chin., ferr., graph, hep., lach, nitri.-ac, petr., phos., phos.-ac, sep. e sulf. Para o relaxamento do ventre ou disposição a ter muitas dejecções por dia : Cale, graph., kreos., natr.-m., nitri.-ac, phos. e sulf. § 4.° Paira as diarrhéas que se inanifestâo em conse- qüência de um exanthema, como o sarampão, escarlatina, bexiga, etc.: Ars., chin., merc, phos.-ac , puls. e sidf. Para as que são occasionadas por um resfriamento: Bell, bry., cham., elide, merc, n.-mose, veratr.: caus., chin,, natr., n.-vom., op., puls. e sidf. Por um resfriamento no estio, no outono ou na pri- mavera : Ars., ehde, bry. e merc Por bebidas frias : Ars., carb.-v., n.-mose e puls. As que são o effeito de commoções súbitas, como susto, alegria súbita : Ant, coff., op., veratr.: acon. c puls. De uma commoção deprimente, como um pezar : Ijn. e phos.-ac. De uma contrariedade ou de cólera: Cham. o t: coloe As que se desenvolvem por effeito de uma indigestão, ou de um regimen vicioso: Ant, coff., ipee, puls. e n.-vom. Por effeito de um deboche : Carb-v. e n.-vom. Pelo uso do leite: Bry., sidf.: lye., natr. e sep. Pelo uso dos ácidos ou das frutas : Ars., lach., puls., ou : Chin e rJwcl As causadas por abuso de substancias medicamentosas, e particularmente pelo do mercúrio: Hep., ou ainda: Carb.-v., chin. e nitri.-ac. Pelo abuso da magnesia : Puls. e rhab. Pelo do rhuibarbo :Cham., merc,pids.:coloco n.-vom. § 5.° As diarrhéas nas pessoas fracas ou esgotadas. exigem de preferencia: Chin., ferr., n.-mose, phos.,phos.-ae e see Nos tísicos: Cabe, chin., /err. e phos. Nos escrophulosos: Cale, dulc, lye, sep., sil, sidf., ou ainda: Ars., baryt. e chm, Nos velhos : Ant, bry., phos. e sic. 240 DIARRHÉA Nas mulheres pejadas: Ant, dulc, hyos., lye, petr., phos., sep., e sulf., e nas paridas : Ant, dulc, hyos. e rhab. Nas crianças : Ant, benz.-ae, cham., ferr., hyos., ipee, jalap., magn., merc, n.-mos., rhab., sulf. e sul/.-ae Durante a dentição : Ars., ca7c, cham., coff., /err., ipee, magn., merc. e sul/. § 6.° Para maior clareza na escolha do medicamento, vão os symptomas abaixo. Arsenicum, se as evacuações forem aquosas ou mucosas, esbranquiçadas,'esverdeadas ou escuras, verificando-se prin- cipalmente á noite, depois da meia noite, ou pela manhã; ou depois de ter comido ou bebido; com puxos, dores ar- dentes ou despedaçadoras no ventre; /orte sede, anorexia com náuseas ou mesmo vômitos ; grande emmagrecimento e fraqueza; insomnia e anciedade á noite ; enchimento do ventre; extremidades frias; face pallida, olhos encovados e com circulo livido. Chamomilla, contra as diarrhéas aquosas, biliosas ou mucosas, de côr amarellada, esbranquiçada ou esverdi- nhada, assemelhando-se a ovos batidos, ou evacuações de matérias não digeridas ; borborygmos, anorexia, sede, lin- gua suja; eólicas ou puxos, plenitude no estômago, ventre duro, inchado; arrotos freqüentes, com desejo de vomitar, ou mesmo vômitos biliosos; amargo da boca: e nas crian- ças:— gritos, agitação, jactação, desejo continuo de andar carregado. China, se as evacuações forem abundantes, aquosas, escuras, com matérias não digeridas : se as dejecções se realisarem sobretudo á noite ou immediatamente de- pois-da comida, com eólicas violentas ou sem dôr al- guma. Dulcamara, havendo : dejecções liquidas, esverdinhadas ou amar elladas, mucosas, ou biliosas; evacuações nocturnas, com eólicas e tenesmos; anorexia e /orte sede; náuseas ou mesmo vômitos. Ferrum, se a diarrhéa se manifesta, principalmente á noite ou depois de ter comido ou bebido, com dejecções DIARRHÉA 241 /aceis e sem dores ; evacuação de matérias aquosas, com alimentos não digeridos. Ipecacuanha, contra: diarrhéas aquosas ou mucosas, de côr amarellada, com náuseas, vontade de vomitar ou mesmo vômitos do mucosidades amarelladas, esbranqui- çadas ou esverdinhadas; Colicas despedaçadoras ou te- nesmos, com gritos (nas crianças], jactação e inquietação ; cumulo do saliva na boca; ventre inchado ; fraqueza com vontade contínua de estar deitado. Kèrc.rius, se as dejecções se effeituarem, principal- mente á noite, com evacuações aquosas, mucosas, espu- mosas ou ránda biliosas, ou vi esmo sangidnolentas, de côr esverdinhada; dejecções semelhantes a ovos batidos: tenesmo freqüente, ardor, prurido e excoriação no ânus; eólicas e puxos violentos; pyrosis, náuseas e arrotos; cale/rios e horripilação; suor frio, tremor e grande mol- leza. Pulsatilla, contra diarrhéas mucosas, biliosas ou aquo- sas, çle côr esbranquiçada, amarellada ou esverdinhada, ou que mudão de cor. Rhabarbarum, quando as evacuações tem um cheiro ácido. (Se rhab. não aproveitar, maxime nas crianças, cham. acabará a cura, principalmente se as dores forem muito violentas.) Secale, se as evacuações vierem sem dôr, mas os doentes estejão 'muito fracos, com dejecções aquosas, ama- relladas , ou esverdinhadas , evacuando-se promptamente e com muita violência, ou mesmo involuntariamente; evacuações de matérias não digeridas ; colicas e tenesmos, sobretudo á noite; lingua carregada de mucosidades; flatuosidades abundantes. Sulfur, em muitos casos de diarrhéa, mesmo os mais obstinados, sobretudo se as evacuações são /requentes, prin- cipalmente á noite, com colicas e tenesmos: dejecções mucosas ou aquosas, espumosas, ou pútridas, de côr esbranquiçada oii esverdinhada; evacuação de matérias não digeridas eu ácidas, ou mesmo sangumolentas: re- novamento da diarrhéa pelo menor resfriamento. 16 D. H. I 242 DIPLOPIA DIASTASE. DIASTASIS. Mobilidade e afastamento das superfícies amphi-ar- trodiaes, por effeito do relaxamento dos ligamentos que as unem. Tratamento. Repouso, compressão, applicação de com- pressas embebidas em água fria, solução de tintura de arnica, e de quina. DIDYÜIALGIA. Dôr nevrálgica do testículo. Tratamento. Compressas frias com solução de tin- tura (mãi) de bell, ou de iod.; fricções com opodeldoch, dê arnica e de bell: banhos mornos. DIPEOPIA. Allucinação da vista, na qual cada objecto parece duplo ou múltiplo. É symptoma de diversas affecções y dos olhos como sejão da alteração dos meios transpa- { rentes do olho; do strabisnío , de affecções do nervo óptico, da retina e do cérebro. Tratamento. Os medicamentos que melhores resul- ' tados podem darsão:—1) Bell, cie, daphn., natr.-m.— DORES OSTEOSCOPAS 243 2;) Dig., euphr., hyos., lye, oleand., puls., see, sul/.— ;3) Agar., amm., aur., con., iod., nitri.-ac, petr., stram., e veratr. DISTICHIASIS. TRICHIASIS. Desvio dos cilios, os quaes ponclo-se em contacto com a superficie externa do globo do olho irritão a cornea chronicamente e a conjunctiva. Tratamento. E cirúrgico e do dominio da oculis- tica. Ha vários methodos de cura. Incisão da cartilagem tarso; excisão do bordo palpebral; arrancamento dos cilios e cauterisação do bulbo. (Carron du Villards.j Ha um ponto do sertão da Bahia— villa do Brejo Grande—onde o trichiasis é, por sua freqüência, en- dêmico. Na obra que temos em mão, e que trata das epidemias e endemias do Brasil, havemos de fallar da freqüência destes casos e das cansas que nos parecerão efficientes desta enfermidade. Por agora apenas diremos, que tivemos oceasião de praticar não só o processo de Carron du Yillards, mas o de Desmarres para a cura dos diversos doentes que nos consultarão. Este ultimo processo foi o que maior numero de curas obteve. DORES OSTEOSCOPAS. OSTEALGIA, O S T E O D Y N I A. Irritação do periosteo ou da membrana medullar dos ossos longos, com dores vivas, profundas c terebrantes, 244 DYSENTERIA (hvidas ao abuso dos mereuriaes, ao escorbuto, á sy- philis, ao rheumatismo e a nevralgias. Tratamento. Sendo cilas symptomas das diversas affec- ções acima enumeradas, o seu tratamento é idêntico ou o da causa especial que as produzio. UYSEIYrERIA. COLITE, LIENTERIA. .DIARRHÉA DE SANGUE, CAIMBRAS DE SANGUE--VULGAR.) Irritação inflammatoria da membrana mucosa do grosso intestino com colicas, tenesmos e puxos, seguida de dejecções pouco abundantes, mucosas, vitreas, pu- rulentas, saniosas ou sang uinolentas. Symptomas.—Locaes. Dores no colou; colicas; eva- cuações freqüentes, mais ou menos abundantes, de um liquido soroso, esverdinhado, sanguinolento, com alguns coágulos glutinosos; detritos do intestino; ardor, te- nesmos depois das dejecções. G-eraes. Algumas vezes nullos, outras muito pro- nunciados. Complicações: anemia, paralysia, cedema das articu- lações. Tratamento.— § 1. Os medicamentos melhor indicados são:~~l) Acon., ars., merc, rhus., sul/.—2;) Bry., carb.-v., cham., chin., coloe, ipee, n.-vom., puls., ou ainda:—3) Bell, caps., colch., dulc, gran., hep., kreos., lach., nitri.- ac, n.-mos., staph.—4;) mill, ox.-ac, ais. Aconitum, se a dysenteria se manifestar em tempo quente, com noites frias; com dores rheumatismaes na DYSEN TERIA 245 nuca, na cabeça e nas espadoas; com calefrios violentos, forte calor e sede. (Se acon. não bastar, cham., merc, n.-vom, ou pids., convirão denois.) Arsenicum, se as dejecções se tomarem pútridas, mesmo com dejecções involuntárias; grande fraqueza, ourinas fétidas; hálito fétido; estado de estupor, com appare- cimento de manchas vermelhas ou azuladas. (Se ars. não bastar, carb.-v. convém depois; ou n.-vom. se o estado se aggravar depois do uso dov ars.) Bryonia, muitas vezes depois de acon., sobretudo du- rante o calor do estio, e se foi por effeito de um res- friamento que a dysenteria se manifestou. Carbo-veg., se ars. *não foi sufficiente contra o estado de podridão, sobretudo se o hálito <ío doente for fétido o elle ^e queixar de dores ardentes. (Se depois de carb.-v. o cheiro pútrido das dejecções não desapparccer, será chin. que se deverá empregar.) China, se nem ars. nem carb.-v. são suficientes contra o estado de podridão; ou ainda contra a dysen- teria que se desenvolve nos lugares pantanosos, ma- xime se a moléstia tomar o caracter intermittente. Colocynthis, um dos principaes medicamentos contra a dysenteria depois de merc, havendo:—colicas cram- poides forçando o sujeito a dobrar-se sobre si, com grande agitação; evacuação de mucosidades sanguino- lentas, plenitude e pressão no ventre; lingua carregada de um endueto branco. Ipecacuanha, um dos mais poderosos medicamentos nas dysenterias que se desenvolvem no outono, sobre- tudo depois do uso do acon., ou havendo: tenesmo vio- lento e colicas com evacuação a principio de matérias liliosas, depois de mucosidades sanguinolcutas. (Se ipee Hão for sufficiente, é muitas vezes coloe que se deve dar.) Mercurius, medicamento que em muitos casos será imasi especifico, com especialidade se houver: antes e ainda ínais depois das dejecções, tenesmo violento, como se todos os intestinos fossem sahir em conseqüência dos esforços, 246 DUODENITE es/orços que entretanto não faiera evacuar senão sangue puro, ou mesmo s.mgue misturado com matérias esver- dinhadas, cortadas, assemelhanclo-se a ovos batidos; durante as dejecções grites (nas crianças), colicas vio- lentas, náuseas, arrotos, calefrios e horripilação; suor frio na face, grande esgotamento e tremor cios mem- bros. Nux-vomica, particularmente havendo pequenas dejec- ções freqüentes, com tenesmo o evacuações de mucosidades sangidnolentas; puxos violentos na região umbilical; grande calor o sede; sobretudo depois d.eacon. ou bry. contra as dysenterias que se manifestão durante o calor do estio; ou ainda se houver cheiro pútrido das evacuações e que ars. não tenha feito senão aggravar este estado. Pulsatilla, com especialidade se as evacuações não con- tiverem senão mucosidaucs esfriadas de sangue; gosto pas- toso da boca ; lingua carregada de um end.;cto branco; von- tade de vomitar, ou mesmo vômitos mucosos; calefrios fre- qüentes, mormente á tarde1. Rhus, principalmente se no periode avançado da mo- léstia ha evacuações noctmnas involuntárias, sem colicas nem tenesmos. Sulrar, muitas vezes nos casos mais desesperados, quando nenhum dos outros medicamentos pôde tornar- se senhor da moléstia, essencialmente dando-se: dysp- néa, evacuaçõe > de mucosidades estriadas de sangue; ne- cessidade excessivamente freqüente de ir á banca; te- nesmo violento, sobretudo de noite; ou ainda nas pess)as sujeitas á- hemorrhoides. DUODENBTE. INFLAMMAÇÃO DO DUODENUM. Vide Enterite. LYSMENORRHEA 247 DIPHTHERITE. INFLAMMAÇÃO PELLICULAR. Vide Croup, Angina Diphterica. DOTHINE3ÍTERITE, E DOTmWENTERIA.. Vide Enterite Folliculosa, e Febre Typhoide. DYSMEXORRHÉA. DYSMEXIA. ISCHOMENIA, MENOSTASE. Chama-se dysmsnorrhéa a difficuldade da menstruação caracterisada por colicas e sahida, em pequenas quanti- dades, do fluxo catamenial. É devida umas vezes a obstáculo mecânico á sahida do sangue menstrual, outras á irritabilidade e espasmos hystericos. Estas duas espé- cies são: a primeira devida a um vicio de conformação dos órgãos sexuaes, e a segunda a Ischomcnia, Menos- tase, e a Dysmenia dos autores. Symptomas. Difficuldade do corrimento menstrual; mal estar precursor; dôr, congestão, repuxamentos, picadas na bacia e nos seios. Perturbações nervosas, enxaqueca; nevralgias lombares; attaques hystericos; caracter sus- ceptível. Perturbações digestivas, náuseas, vômitos, cor- rimento, gotta a gotta ou abundante, de sangue vermelho, 248 dysmenorrhéa mucoso, soroso; melhora logo quo o corrimento se esta- belece. Formas: l,a nervosa; 2a, congestiva. Tratamento.— § 1.° Os melhores medicamentos são em geral:—1) Bell, cale, cham., coce, coff.. graph.,ign., n.-vom,, phos., plat,puls., see, sep., sul/., veratr.—2;) Amm., carb.-v., caus., cupr., kreos., lach,, magn., mag.-m., merc, natr.-m., n.- mos., petr., sil, zinc 3;) Baryt, bor., chel, con., phos.-ac, sabin., stram. e tabac § 2.° Se os soffrimentos se declarão nas moças, na época em que as regras deverião apparecer: Puls., sul/., ou: Caus., coce, graph., kal, natr.-m., sep. o veratr. Nas mulheres que têm as regras muito fracas, muito tardias ou de muito cúria duraoão: Cale, con., caus., graph, kal, lye, magn., natr., phos., puls., sil, sul/, veratr. e zinc. Nas que as têm muito abundantes, muito activas ou de longa duração: Acon., bell, bry., cale, cham., ign., ipee, magn.-m., natr.-m., n-vom., phos., plat, see, sep., sil., sulf e veratr. Nas mulheres na idade critica:—1) Lach., nilrigl, puls. 2;) Caus., coce, con., graph., leal, lyc.,natr-m.,rut., sep., sidf. Quando ha affecções mentaes: Hipp. § 3.° Além disto, os espasmos na época cias regras» exigem de preferencia: Coce, cupr., ign.,plat, puls., ou- Con., chin., graph., magn.-m., n.-vom. e s"7f. As colicas: Bell, cale, cham., coce, o??., n.-vom.. phos., pids., plat., see, sep. e sulf. E se houver leucorrhéa, quer na época das regras, quer fora cio tempo: Puls.-, sep., sul/., ou: Amm., mie, carb.-v., caus., coce, con., magn,, magn.-m,, merc, n.-vom. c petr. § 4.° Belladona, sendo as regras pi\ cedidas de coli- cas com fadiga, anorexia, obscurecimento da vista; an- gustia de coração;.sede ardente, dores nas cadeiras e nas costas; entorpecimento das pernas estando sentada bYSMEXORRHÉA 249 e pressão no recto como para ir á banca; ou se houver congestão para a cabeça e peito, com dôr pulsativa, calor na cabeça, rubor e turgencia da face, sobretudo nas moças plethoricas. Bryonia, congestão para o peito e cabeça, com tosse curta ou sangramento do nariz freqüente; fluxos bran- cos; dores rheumatisníaes nos membros; constipação. Calcarea, se houver congestão para a cabeça, com ver- tigens; fluxos brancos; soffrimentos asthmaticos; d Ores nos dentes, náuseas e vômitos. Cocculus, sendo as regras muito prematuras, com espasmos abdominaes, ou pouco abundantes com fuxos brancos nos intervallos; ou se não se escoão senão al- gumas gottas de um sangue negro e coagulado, com colicas pressivas, flatuosidades, náuseas até des/allecer; fra- queza paredytica, oppressão e caimbras de peito; anciedade e movimentos convulsivos dos membros: ouse em lugar das regras ha leucorrhéa encarnada, entremeada de soro- sidades sanguinolentas e purulentas. Coffea, havendo : colicas excessivamente violentas e dolo- rosas, sobretudo se o sangue corre em abundância, com forte secreçâo mucosa, prurido voluptuoso e excitação immediata das partes genitaes. Graphite^, se as regras não apparecem senão com diffi- culdado e vem muito fracas e são de muito curta du- ração, com evacuação de sangue negro e espesso ou soroso e pallido; collas e espasmos abdominaes, cephalalgia, náu- seas, dores de pato, catarrho bronchico ou nasal. Dôrcs rheumatismaes nos membros; inchação cedematosa dos pés e pernas; erupção de dartros. Nux-vomica, se as regras forem muito abundantes, muito prematuras e de muito longa duração, sendo precedidas de dores tractivas nos músculos da nuca; ou ainda: caim- bras do utero, com dores no hypogastrio até as coxas; náuseas com desfallecimento, sobretudo pela manhã; von- tade freqüente de curinar, com tenesmo da bexiga; con- gestão na cabeça com vertigens o cephalalgia, humor irascivel ou inquieto e inconsolavel 250 DYSMENORRHÉA Platina, quando as regras são muito abundantes, de muito longa duração ou muito precoces, com corrimento de sangue negro e mucoso; fluxos brancos antes ou de- pois da época; colicas espasmodíeas com pressão dolorosa nas partes genitaes; desejo freqüente de ourinar; consti- pação com dejecções duras; colicas, anorexia; accessos freqüentes de vertigens ou de angustia, com inquietação e choro ; corrimento de um sangue negro e espesso; insomnia á noite. Pulsatilla, na maior p.irte dos casos de dysinenorrhéa e do colicas menstruaes, principalmente sendo as regras muito tardias, com corrimento de sangue negro e coagu- lado, ou mesmo pallido e soroso; ou colicas, espasmos ab- dominaes, dores hepaticas, gastralgia, dores de cadeiras, náuseas, vontade de vomitar ou mesmo vômitos azedos ou mucosos; enxaqueca, vertigens; cale/rios com pedlidez da face; tenesmo do ânus ou da bexiga; fluxos brancos;humor choroso ou angustia, tristeza, melancolia. Secale, sendo as regras muito abundantes ou de muito longa duração, com colicas, frio das extremidades, pallidez da face, suor frio; grande fraqueza ; pulso pequeno e quasi supprimido. Sepia, sendo as regras muito abundantes ou muito fracas, com leucorrhéa, colicas espasmodicas e pressão nas partes; cephalalgia; lassidão dos membros; odontalgia e melan- colia. Sulfur, mormente sendo as regras muito prematuras, muito abundantes, ou muito fracas, com evacuação de sangue muitj pallido; ou havendo durante ou depois das regras : eólica-, espasmos abdominaes, cephalalgia, congestão na cabeça e epistaxis; dores nas cadeiras, grande inquie- tação, odontalgia e pyrosis; gastralgia; prurido nas par- tes e fluxos brancos; soffrimentos asthmaticos, toss- ou mesmo convulsões epilépticas. Eegimes. Vcgetaes; carnes brancas; abster-se dos al- coólicos; banhos de assento o pediluvios nas épocas menstruaes. DYSrEPSIA 251 DYSPEPSIA. BRADYPEPSIA. Chama-se dyspepsia a difficuldade ou demora da di- gestão, caracterisada por peso, dôr mais ou menos viva no epigastrio, flatuosidades, etc. A dyspepsia, constituindo uma modalidade nervosa especial, acompanha muitas vezes a gastrite chronica, confundindo seus symptomas com os delia, e adquirindo por este facto e pela atonia qac affecta o órgão, uma physionomia especial. Symptomas. Boca sêcca ou cheia do saliva ácida ou amarga; hálito insipido, i; áo; inappetencia ou bulimia, malacia; algumas vezes polydipsia, outras náuseas, vô- mitos, pituitas, eruetações, borborygmos,'caimbras de es- tômago e ardor; ás vezes lienteria. Tosse, dyspnéa, ne- vralgias intercostaes, cephalalgia; s annolcncia, enfraque- cimento; palpitações; hypocondria. Variedades. £$. gástrica.—Digestão difficil, penosa, dependente de alterações orgânicas, tendo sua sede habi- tual no estômago ou no intestino. Appetite augmentado, diminuido ou pervertido; sede forte ou nulla; boca sêcca ou pastosa; saliva ácida; dôr, pe-jo o tensão ou calor no epigastrio durante ou após as comidas, algumas vezes me- lhorando ou mesmo desapparecendo pela pressão. D. intestinal.— Dores intestinaes, colicas depois das refeições, borborygmos, flatuloncias fétidas. Fôrmas.— I>. flaíulosita. Desenvolvimento conside- rável de gazes, com ou sem dyspnéa, com ou sem plethora, com palpitações ou sem ellas. D. gastralgica. —Dores estomacaes como na gas- tralgia, com espasmos antes, durante ou depois da t 252 DYSPEPSIA digestão, ás vezes muito vivas, ou simplesmente irritati- vas, com violenta constricção epigastrica. ©. aeisla.—Hálito ácido, azedo, flatulencias ardentes e pyrosis. O. atônica, neutra ou alcalina.—Lentidão, difficul- dade da digestão; preguiça, atonia do estômago, coinci- dindo com a chlorose; boca pastosa, amarga; desejo de bebidas e alimentos ácidos; arrotos e vômitos biliosos. BB. dos liqnidos.— Lentidão da digestão, augmen- tando-se pela ingestão dos líquidos; agitação estomacal caracteristica. ID. Hsnlâsaaica. —Appetite excessivo;, crescimento anormal das forças digestivas, que não está em relação com a força muscular ou orgânica; augmento de gordura; dejecções normaeí. S&. pitsaiéosa. — Producção no estômago e expulsão de liquidos claros, glutinosos, aquosos, antes ou depois da digestão, ordinariamente porém pela manhã em jejum. Tratamento.—Hygienico. Alimentação em pequena quan- tidade quer de sólidos, quer de líquidos, os quaes serão augmentados gradualmente á proporção que o soffrimento fôr diminuindo; subordinar a escolha dos alimentos á sus- ceptibilidade funccional cio individuo. Carnes assadas, de grelha, pouco cozidas em certas condições; carnes leves, brancas na D. gastrcdgica, vermelhas, negras nas outras fôrmas; geléas de carnes, ovos frescos na JD. atônica; nada de carnes de porco; pouco ou nenhum condimento, ma- xime na fôrma ácida e gastrcdgica. Distanciar conveniente- mente as refeições; não comer depressa; mastigar e insa- livar bem as comidas; beber pouco e a miúdo. O. flatulenta.—Nem manteiga, nem leite, nem quei- jo; nada de feculentos; carnes negras, peixes de rio ; le- gumes herbaceos, espinafres, chicorea; batatas fritas, cozidas antes na cinza do que em água; pão torrai o bem cozido com pouco ou nenhum miolo ; nem massas, nem amêndoas, nem nozes, nem alimentos assucarados. DYSPEPSIA 253 Vinho velho pouco ácido, Bordeaux com água; vinhos de Frontignam, Malaga e Porto; cognac, kirsch. W>. atônica.—O mesmo regimen. ». gastrnlgica.— Manteiga, leites, ovos frescos, queijo fresco; peixe de rio. D. ácida.—O mesmo regimen : nada de feculentos ; legumes herbaceos: privar os feculentos do seu envol- tório. Medico.—§ 1.° Os medicamentos mais eíficazes são em geral: Hep. e sul/., os quaes mesmo nos casos mais obstinados podem obter a cura, comtanto que se não repitão as doses senão com longos intervallos e nunca antes de nova aggravação. Se, porém, nem um nem outro destes medicamentos tiver produzido effeito, os mais eíficazes serão : Arn., bry., cale, chin., lach, merc, n.-vom., puls., rhus., ou ainda : Ais., carb.-v., natr., natr.-m., rut, sep., sil, ou talvez ainda : Amm., anae, ars., aur., baryt., bell, con., dros., fer., graph, hyos., ign., kal, kreos., lye, milleff., n.-mos., petr., phos., staph. e veratr. § 2.° Se a fraqueza da digestão fôr tal que quasi tudo quanto o doente tomar lhe cause incommodos: Carb.-v., chin., lach., nedr., n.-vom. e sul/. Se particularmente a água fria não puder ser suppor- tada, são: Ars., ou: Caps., cham., chin.,/cr., natr., n.-vom., puls., rhus., sul/.-ac e veratr. Se a cerveja causa soffrimentos: Ars., bell, coloe, ferr., rhus., sep. e sulf. As pessoas a quem o leite incommoda: Bry., cale, n.-vom., sulf., ou : Ars., lach, lye, nedr., natr.-m. e sep. Para os que soffrem com o uso do pão. Bry., caus., merc, natr.-m., n.-vom. puls. e sulf. Se são os ácidos: Ars., natr.-m., n.-vom., phos.-ac, sep., sulf., ou : Dros., ferr., lach. e staph. Se a carne não puder ser supportada: Ferr., rut., sil e sul/. 20-í ÜVSI-EPSIA Quando os alimentos gordos fazem mal: Carb.-v, natr.- m., puls , sep. e sulf. § 3.° Para a dyspepsia nas crianças : Baryt.-c, devida á irritação, inflam- mação, embaraço por um tumor qualquer, o nevrose di- recta e indirecta dos órgãos da respiração. Tratamento. Dependente da causa que a tiver produzido. (V. angina, croup, pneumonia, coqueluche, asthma.) DYSERIA. STRANGURIA, URODYNIA, ARDOR DAS OURINAS. Excreção difficil, incompleta e dolorosa da ourina por lesão physica, orgânica ou vital (phlegmasias, ne- vroses, nevralgias), dos órgãos genito-urmanos, ou dos contidos na cavidade pelviana e hypogastrica, 25G DYSURIA Tratamento. Os melhores medicamentos, são em geral: — 1) Acon., cann., canth., dulc, mags-a-s., merc, n.-vom , puls., sulf. — 2 ;) Aps., arn., ars., aur., bell, cale, colch., con., dig., hyos., kal-, n.-mos., phos., sass. e staph. Sendo estes soffrimentos devidos a um resfriamento: Acon., bell, dulc, ou: Merc, n.-vom. o puls. Depois de um resfriamento n'agua: Puls., sass., ou : Cale. o sulf. Depois do abuso de bebidas espirituosas : N.-vom., ou: Puls. e sulf. Depois do abuso das cantharidas : Camph. ou: Acon. e puls. Nas pessoas sujeitas ás hemorrhoides, depois da sup- pressão de um fluxo hemorrhoidal habitual: N.-vom.,pvis., sulf, ou: Acon., ars., cale, carb.-v., laça. e merc. Nas mulheres pejadas ou mal regradas : coce, phos.-ae, puls., ou: Con., n.-vom. e sulf. s Nas crianças: Acon., bell, n.-vom., puls., e se fôr por effeito de uma queda de costas ou sobre o ventre: Am. Depois de um susto : Acon. E ECEAMPSIA. Affecção convulsiva e epileptiforme das crianças na primeira idade, o das mulheres paridas. Eclampsia das crianças. —Symptomas. Algumas vezes symptomas precursores, lassidão, agitação e in- somnia, depois ataque confirmado: olhar fiso, olhos es- pantados, dirigidos para cima, depois para todos os lados; estrabismo: dilataçâo dás pupillas, algumas vezes con- tracção; ranger dos dentes, agitação da maxilla inferior ; boca espumosa, cabeça para traz; movimentos desorde- nados dos ante-braços e dos braços, dedos duros; rijeza do corpo; contracção do larynge e respiração ruidosa ; diminuição ou abolição da sensibilidade; diminuição da intelligencia; pulso pequeno, accelcrado; resfriamento das extremidades; ás vezes respiração esícrtorosa, emissão involuntária das dejecções e das ourinas. Algumas vezes a convulsão é parcial, não oecupando senão uma parte do corpo, ou de um membro ou um músculo. Tratamento. Os melhores medicamentos contra esta affecção >-ão em geral:—1) Bell, hyos., plat., stram.—2;) Cham., cie, cupr., ign., ipee, op., zinc. —S;)Acon., arn., ars., cale, laur., n.-vom., rhus., see, stram.—4,) Nitral. e millef. Nas crianças em particular: — 1) Bell, cham., ign., 258 ECTBYMA ê ipee, op. — f;) Ars.. cie, cin., cupr., hyos., stram., zinc;—3;) Am., caus., n.-vom., rhus., He. o stann. Durante a dentição:—1) Bell, cham. — 2;) Cale, ign., ipee, op., plat;—3) cie, hyos., stann. e stram. Nas mulheres pejadas e nas paridas :— 1) Bell, hyos., laur., op., plat, stram.—2) Caus., cham., cie, ign., ipee, n.-vom. — 3;) Cin. magn.-e, n.-mos. e phos. ECclatnpsia das mulheres pejadas e pa- riíías. — Symptomas. Invasão precipitada ou precedida de cephalalgia; vertigens, allucinações. Perda do conheci- mento; movimentos convulsivos e rijeza, alternativas dos membros; face vultuosa, livida; respiração irregular, em- baraçada; coma, paralysias. As ourinas são albuminosas em muitos casos; abundantes na razão directa da fre- qüência das convulsões. Os accessos são intermittentes e de intensidade sempre crescente. O tratamento homoeopathico foi indicado quando tra- tamos do das crianças; resta-nos aconselhar alguns meios que são do dominio da obstetrícia. Se a prenhez continua a seguir seu curso, sendo ella a causa immediata dos soffrimentos, não só pela com- pressão que produz nos vasos, como pela influencia sympathica, os medicamentos aconselhados muitas vezes falhão; e é necessário favorecer a parte, se já a dilataçâo do collo tiver começado, ou provocar o aborto. (Veja na secção dos partos.) ECTHYMA. PHLYSACIA, PHLYSACIÃO, PSORIASIS CRUSTÁCEA, SARNA GRANDE. Erupção vesiculo-pustulosa, phlysaciada, devida á in- flammação dos folliculos sebaceos da pelle. ECTROPION 259 Ecthynia agudo. — Symptomas. Pústulas largas, arredondadas, de base vermelha inflammada, dura, ás quaes succedem crostas escuras, espessas e uma ci- catriz. E chronico infantil, livido e cachetico. Pús- tulas mais largas, menos circumscriptas, tendo uma au- réola vermelha, violaeea, contendo humor purulento, ennegrecido, convertendo-se em crostas escuras, abaixo das quaes fica uma cicatriz. Apparecem o mais ordinaria- mente nas pernas, nas pessoas cacheticas. Tratamento. Os medicamentos contra esta moléstia são: Ars., merc. e rhus., ou: Bor., cham., staph e sulf. ECTMOPIOIV. Reviramento para fora de uma ou de outra palpebra, devido á ruptura de equilibrio na tensão de seus liga- mentos interno e externo. Tratamento. É cirúrgico. O tratamento composto dos agentes pharmaceuticos é somente usado quando se des- envolve inflammação da conjuntiva por effeito quer da influencia directa das causas externas, quer como resul- tado de operações feitas sobre o olho. Sendo sarcomatoso. Cauterisação e excisão não só da conjunctiva no bordo livre da palpebra, mas da carti- lao-em tarso, e da orla; divisão do músculo levantador da palpebra. Sendo senil. Excisão da conjunctiva palpebral. Havendo paralysia do orbicular, além do fricções com ether e óleo animal de Dippel, electricidade. Havendo lagophtalmia, blepharoplastia 260 ECZEMA ECZEMA. DARTRO ESCAMOSO, HUMIDO, DARTROS VIVUS, DARTRO VIVO DE SAUVAGES. Erupção de vesiculas pequenas e confluentes, dispostas em grupos irregulares, seguida de descamaçâo epidér- mica, e devida á inflammação da camada vascular e reticular do derma e dos folliculos cutâneos. Eczeiusi agudo üczenia simples.—Symptomas. Caracterisa-se por vesiculas pequenas, achatadas, numero- sas, agglomoradas sobre superfícies inflammadas, algumas vezos com transsudação de serosidade, e formação de es- camas, cuja queda deixa excoriaçõcs. Eczcnaa rubrum.— Inflammação cutânea prodro- mica; superficie rubra, tumefacta ; depois vesiculas, cuja transsudação excoría a pelle ; formação de escamas cuja quéd i põe a descoberto uma superficie rubra, humida, inflammada; duração de 15 a 20 dias; depois passa ao estado chronico. Eczeina impeliginoido.— Inflammação mais in- tensa, vesiculas purulentas, amarelladas; escamas mais espessas. Eczcina caronico.— Symptomas. Secreçâo abun- dante ; superfícies rubras, excoriadas ou e-camosas ; estas erupções suecedem-se com exacerbações. Outras vezes secreçâo minima : escamas sobre uma superficie sêcca, fendida; prurido intenso, com exacerbações á tarde, ou por effeito de causas diversas. Sede principal Io, couro cabelludo nas crianças (tinha amantacea, furfuracea) ; 2o, orelhas, maxime nas crian- ças e nas mulheres ; 3o, órgãos genitaes, escroto, grandes lábios, ânus e coxas; 4°; mamas ; 5o, mãos, nos droguistas. EMBARAÇO SDA PRIMEIRAS VIAS 261 Tratamento.— Os melhores medicamentos são em geral: —1) Acon., bell, dulc, merc, phos. — 2;) Ars., aur., carb.-v., ciem., con., petr., rhus. e sulf. Contra o eczema simples e rubrum : —1) Ars., dulc merc, phos., sul/ — 2;) Aur., carb.-v., ciem., n.-jugl e rhus. Contra o eczema febril:—1) Acon., bell, dulc—2;) Petr. e phos. Contra o eczema chronico : Ciem., dulc, merc, petr., phos., sul/ O eczema produzido pelo abuso do mercúrio :—1) Chin., hep., su/., ou : — 2) Acon., bell. ou dig. O produzido por excesso do sol: — 1) Acon., bell, camph.—2;) Ciem., hyos. EMBARAÇO DAS PRIMEIRAS YIAS. EMBARAÇO GÁSTRICO, INTESTINAL, FEBRE BILIOSA, GASTRICIDADE, SABURRAS. Cumulo de residuos dos alimentos mal digeridos, de mucosidades, de bilis em um ponto do tubo digestivo, com irritação da membrana muccsa, mas sem pyrexia. Sendo no estômago chama-se embaraço gástrico ; no in- testino delgado e no grosso—embaraço intestinal. A febre bilíosa é o resultado as, algumas vezes sanguinolentas, com tenesmos e borborygmos. Geraes. Pouco ou nada pronunciados; ás vezes cale- frios; calor e suores ; acccleração do pulso; prostração; cephalalgia; ou náuseas, vômitos com lingua normal. Mios recean-nascidos. Colica e diarrhéa ; tensão no ventre; complicação de stomatite. Enteríte chronica. — Symptomas. Nem dôr nem tympanite ; diarrhéa rebelde cessando para reapparecer com mais intensidade; gargarejos ; emmagrecimento ; sec- cura da pelle; matérias evacuadas de ditferente natureza; umas vezes é conseqüência do lymphatismo ou complica- se com elle ; como herpetismo, o arthritismo, a tubercu- lose o os vermes intestinaes ; outras ó effeito da insuffi- ciencia da alimentação por muita abundância ou mal apropriada ao indivíduo. Tratamento dietetico.— Água de arroz; água panada ; aguaalbumiiDsi; clysteres emollientes; amylaccos ; ba- nhos momos prolongados. Dieta severa; repouso. Sendo chronha. Dieta menos severa; carnes brancas. Na convalescenç i. Regimen lácteo, feculento, gelatinoso, caldos de frango ou de carneiro. Chocolate, ovos frescos. Medico. O melhor medicamento na maior parte dos casos, é : Acon., do qual algumas doses administradas do 18 d. H. i 274 EJSTROPION hora em hora, ou de 2 e de 3 em 3 horas diminuirão a infl tinmação ao ponto que depois : Lach, bell, ou merc, farão o resto. Nos caso3 mais complicados so poderá também con- sultar: Ars., bry., hyos., n.-vom., ou aiuda : Ant, aps., canth, cham., chin., colch, iatr., ipee, nitri.-ac, ex.-ae, phos., plus., rhus., see, squill, ou sulf. ENTORSE. TORCEDURA. Abalo ou ruptura dos ligamentos de unia articulação sem descollamento permanente dos ossos. Tratamexto. Io, prevenir, ou combater o affluxo sangüí- neo, e a reacção inflammatoria; 2°, favorecer a reunia) dos ligamentos despedaçados; 3°, vel.tr o estado da articulação para restiuir-llie sua força e movimentos. Repouso abso- luto ; immersão prolongada da parte nagua fria, no gelo, renovada; compressas embebidas em solução de tintura de arnica. Fricções com op deldoch de arnica ou de rhus.; atadura compressiva e dextrinada. ENTROPIOA, Reviramento do bordo livre das palpebras para dentro. Tratamento. Restabelecer o equilíbrio de tensão entre o tegumento palpebral e a membrana mucosa. Operação pelo processo de Pagenstecher; operação de Grraefe. ENVENENAMENTO 275 ENVENENAMENTO. INTOXICAÇÃO. Affecção orgânica vital, apresentando symptomas e phenomenos mórbidos dependentes da espécie de veneno ingerido ou absorvido o sua quantidade. Estes pheno- menos se desenvolvem na occasião da íntroducção no seio do organismo e da absorpção do corpo tóxico, quer seja solido, liquido ou gazoso, de natureza vegetal, mi- neral ou animal, quer da acção deletéria mais ou menos violenta e súbita sobre a economia, mas com a pro- priedade de produzir a moite. Prcsunipção vezes característico. Tratamento.— Nada de óleos; óleo essencial de tere- binthina diluído em água com assucar. A indicação principal ó fazer vomitar o doente o mais promptameute possivel, applicando-lhe uma pitada de rape ou um pouco de mostarda sobre a lingua, se a titu- lação da garganta não tiver sido sufficiente. Depois póde- se applicar café forte; e no fim de algumas horas uma colher de magnesia. Se depois do uso da magnesia restão ainda soffrimentos, n.-vom. será muitas vezes o medica- mento por excellencia; ás vezes tambeai se pôde dar algumas gottas de vinho generoso com assucar, se o doen- te manifestar desejos de o tomar. Tartaro stibiado.—Symptomas. Vômitos abundantes, re- petidos, incessantes; dejecções diarrheicas, sanguinolentas; dores epigastricas; desfallecimentos, syncopes, vertigens; calor na garganta ; ourinas raras ; pequenez do pulso ; resfriamento das extremidades; erupção vesiculo-pustu- losa alguns dias depois do envenenamento. Tratamento. Cozimento concentrado de tannino em ENVENENAMENTO 283 muitas doses; quina, chá ; cm uma palavra, todas as sub- stancias adstringentes. Saes de cobre. — Symptomas. Sabor desagradável, vo- * mitos numerosos, dolorosos; colicas violentas, dejecções freqüentes, verdes; convulsões, prostração, pequenez do pulso ; alteração dos traço da face; anciedade pre- cordial; syncope ; embaraço crescente da respiração; ás vezes paralysia e insensibilidade geral. Tratamento. O melhor contra-veneno é o ferro re- duzido pelo hydrogenio, o qual deve ser empregado em quantidade pelo menos igual ao sal de cobre ingerido. O hydrato de peroxydo de ferro cm água com xarope simples é também de grande vantagem. Deve-se igual- mente usar seis claras d ■ ovo-: diluídas em um litro d'agua para tomar aos meios copos, com a iutenç io de se tornar insoluveis os saes de cobre ingeridos; assucar eu água com assucar; leite, substancias mucilaginosas. Aconselha-se também como meio eíficaz a limalha de ferro dissolvida em vinagre e misturada com aguagammosa. Sublimado corrosivo e saes de mercúrio.—Symptomas. Sabor metallico, acre ; sensação de queimadura e de con- stricção na garganta; constricção nj estômago e nos intestinos; náuseas, vo ritos, cuja matéria não ferve no chão e não obra sensivelmente ;• obre o papel de Tour- nesol; arrotos freqüentes e fétidos; soluços; ourinas diffi- ceis; dôr e tumefacçâo do ventre; di jecções alvinas muitas vezes sanguinolentas; pulso pequeno, cerrado, desigual, ás vezes forte. Caimbras, frio das extremidades, pros- tração ; decomposição da face, ás vezes erecção do penis; inflammação da boca e do pharynge, e salivação. Tratamento.— Alguns copos de claras e gemmas de ovos diluídas em água; nã > dar muita albumina; fa- vorecer os vômitos e as dejecções, por abundantes be- bidas aquosas ; leite; ferro reduzido pelo hydrogenio; proto- sulfato de ferro hydratado. Administrar o ferro o mais depressa possível. Amidonmisturado com água, ou gom- ma preparada com o amidon. 281 ENVENENAMENTO Os soffrimentos consecutivos não exigem outra medi- cação que os soffrimentos mereuriaes em geral, taes como sobrevem muitas vezes pelo abuso das preparações destes remédios. Neste ultimo caso o antídoto principal e que convirá o maior numero de vezes, é hep. administrado na dose de 3 a 6 glóbulos (<>a dynamisação), dissolvidos em 8 onças d'agua e tomados ás colhéres «randes. Este me- dicamento é particularmente indicado quando houver: cephalalgia nocturna, queda dos cabellos, nodosidades do- lorosas na cabeça ; olhos inflammados, com sensibilidade dolorosa no nariz; crostas ao redor da boca; salivação e ulceração das gengivas; inchação das amygdalas e das glândulas do pescoço; inchação e ulceração das glân- dulas inguinaes e axillares; dejecções diarrheicas, com tenesmo; inflammação e ulceração fácil da pelle. Depois da acção do hep. convém, o mais das vezes, bell. ou nitri.-ac. Se depois da acção do nitri.-ac. restarem ainda soffri- mentos, uma dose de sulf. prestará grandes serviços por muitas semanas; depois deste medicamento convém ás vezes também cale Quando o doente tiver abusado do mercúrio e do en- xofre, os medicamentos mais conv enientes são : Bell, puls. ou mesmo merc. Em alguns casos particulares, e sobretudo nos soffri- mentos chronicos por abusa do mercúrio, se pôde ainda consultar: Contra as affecções da boca e da-; gengivas, e a sali- vação, etc. : Carb.-v., dulc, hep., nitri.-ac, staph, sulf, ou ainda: Chin., iocl, natr.-m. Contra as anginas: Bell, carb.-v., hep., lach., staph., sulf, ou: Arg., lye, nitri.-ac. o thui. Contra a fraqueza nervosa e physica: Chin., hep., lach., ou ainda: Carb.-v. e nitri.-ac Contra a super-excitação nervosa: Carb.-v., cham., hep., nitri -ac. e puls. Contra a grande impressionabilidade ás mudanças de tempo, ao frio, etc. : Carb.-v. ou chin. Contra as dores rheumaticas, as nevralgias: Carb.-v., ENVENENAMENTO 285 chin., dulc, guai, hep., lach, phos.-ae, pule, sass., sulf, ou ainda: Amm., bell, cale, cham. e lye Contra as affecções do systema ósseo, as exostoses, a carie, etc: Aur., phos.-ae, ou ainda: Asa., cale, dulc, lach, lye, nitri-ac, sil e sulf. Contra as affecções das glândulas, os bubões, etc: Aur., carb.-v., dulc, nitri-ac. e thui. Contra as affecções hydropicas : Chin., dulc, bell. e sulf. Digitalis, digitalina.— Symptomas. Yomitos líquidos, vis- cosos, esverdeados, cephalalgia, vertigens, atordoamentos; perturbações da vista; dilataçâo das pupillas; zumbido de ouvidos ; pulso a principio forte, precipitado, depois muito lento. Fraqueza, epigastrio doloroso, dejecções abundantes, suppressão das ourinas, pelle fria. Tratamento. Fazer vomitar com o emetico c a peca- cuanha, ou titillando a campainha; algumas gottas de am- moniac) em água assucarada; alcoólicos. Venenos estupefacientes.—São: o Chumbo, ácido carbô- nico, oxydo de carbono, hydrogeneo sul/urado, carb matado, o ether, chloro/ormio, belladona, tabaco, meimendro, os cogu- mellos, herva-moura, etc. Symptomas. — Geraes. Acção directa, espacial sobre o systema nervos:); acção depressiva produzindo estupor, acompanhada algumas vezes de uma irritação local sem- pre pouco intensa; mal-estar, desfallecimento, vertigens, náuseas, vômitos; allucinações; coma, paralysia, anesthesia; dyspnéa. Chumbo.— Sympto uas,— Forma aguda. Náuseas, vômi- tos, colicas, com ou som diarrhéa; algumas vezes consti- pação. Entorpecimento ; abatimento, pallidez, voz extincta; liseré azulado ao redor dos dentes; voz alterada; soluços; syncopes; convulsões; enfraquecimento; paralysia dos membros inferiores. Fôrma lenta. —Pallidez, emmagrecimento, estado chloro- ancaiico, tez amarello-palha, sub-icterica, ourinas ama- rello-carregado, perda das forças, halilo fétido, liseré (orla) 286 ENVENENAMENTO perigengival, constipação obstinada, ourinas raras, dores articulares (arthralgia saturnina), convulsões epilcpti- formes (encephalopa hia saturnina), paralysia saturnina, anesthesia, algum cheirar tod :s os minut >'s uma solução alcoólica, ou fazendo frieionar a parte inferna das coxas ou dos lombos com o espir.to de camphora, se houver dores nephreticas ou cystite, etc Se a cantharida se tem introduzido nos olh-'s, uma ap- plicação de clara de ovo ou de substan-ias mwilaoinosas, será o melho. meio de uiminuir as dores violentas, sub- stancias que também se pôde fazer tomar em p ção, se as canth tridas forão ingeridas e tiverem produzido dores ar- dentes no estômago. Ao mesmo tempo não se deve deixar de fazer o doente cheirar a camphora. EPHBLIDES 239 Os accidentes menos violentos que seguem ás vezes o abuso deste vegetal, como vesicatorio, cedem a acon. e puls. ENERÊSIA. INCONTINENCIA DE OURINAS. Emissão involuntária de ourinas em conseqüência: Io, de lesões traumáticas ou de alteração dos órgãos ourina- rios (permanente e ordinariamente incurável) ; 2o, de le- sões vitaes (intermittente ou symptomatica). Symptomas.—Locaes e punccionaes. Emissão involuntá- ria das ourinas sem dôr, trazendo como conseqüência ru- bores erythematosos, ulcerações no escroto e nas coxas (incontinencia permanente.) Emissão involuntária durante o somno, ou por commo- ções e abalos nervosos (incontinencia intermittente) : ob- serva-se principalmente nas crianças. Tratamento. Havendo atonia muscular do sphincter. Ba- nhos de assento frios; banhos de mar; douches frias ; im- mersão n'agua fria; applicações frias alcoólicas no perinêo; quartos de clyster frios; faradisação. A incontinencia paralytica demanda, sobretudo: Cie, mags.-aus., ou talvez ainda: Acon., ars., bell, caus., dulc, hyos., lach., laur., magn., natr.-m., millef., petr. o zinc. Contra a incontinencia de ourinas espasmodica : Bell, caus., cin., con., hyos., ign.,magn., natr.-m., puls., rhus., ou ainda: Baryt., bry., lach., lye, etc. EPHÉEIDES. BARDAS, P ANNOS, CLOASMAS. Manchas cutâneas, lentiformes (hepaticas, melanicas) resultantes de uma hypercrinia do corpo pigmentar ou talvez de uma alteração de textura da rede mucosa da pelle. 290 EPHIDROSE Tratamento.—§l.°Os principaes medicamentos são em geral:—1) Bry., lye, natr., phos., sep., sulf.—2;) Alum., ant., ars., cale, carb.-v., con., graph., hyos., lach., merc, n.-vom., oleand., sabad , staph. o sulf.-ae § 2.° As sardas (lentiginas, ephélides) demandão de preferencia:—1 (Lye, phos., sulf.,veratr. —2;) Amm., ant., bry., cale, dulc, graph., natr., nitri. -ae, o puls. As manchas hepaticas (grandes ephélides, ephélides hepa- ticas) exigem sobretudo :— 1 ) Lye, merc, nitri.-ac, sep., sulf.—2;) Ant, carb.-v., con., dulc, hyos., lach., natr., n.-vom. e phos. As manchas furfuraceas (pityriasis) demandão de pre- ferencia: Alum., ars., bry., lye,phos., sep., e as que oc- cupão a cabeça ou o bordo do couro cabelludo: — 1) Ars., cham.—-2; ) Cede, graph., oleand. e staph. As manchas das mulheres pejadas cedem ordinaria- mente a sep., ou a acon. § 3.<> Além disso se pôde tomar em consideração, con- tra as manchas leprosas, quando são brancas: — 1) Ars., sil— 2; ) Alum., phos., sep., sulf., e quando são de côr, rosea: Natr., phos e sil. Contra as manchas syphiliticas: Merc. e nitr.-ac EPHIDROSE. Solução critica de um estado mórbido, meio de puri- ficação, excreção supplementar de um corrimento habi- tual supprimido, ou resultado de uma superexcitação própria e directa da pelle. O ephidrose é um augmento anormal do suor. Tratamento. Io, respeitar o ephidrose; 2\ modera-lo; 3o, favorecê-lo algumas vezes. Os medicamentos serão usados com prudência. EPILEPSIA 291 EPILEPSIA. GOTA-CORAL, MAL DE SIAM, MAL SAGRADO. Nevrosa chronica e intermittente por irritação primi- tiva ou sympathica do eixo cerebro-espinal. Symptomas. — Precursores : Irritabilidade; suffocações, constricções — aura epiléptica. 1. ° Ataque. Distracção.— E uma perturbação momen- tânea e muito curta da intelligencia e do sentimento. 2.° Vertigens epilepAicas ou pequeno mal.—O doente sen- ta-se, cahe ou dobra-se ; face pallida, immovel, olhos es- pantados ; tremores dos membros superiores, da face; movimentos; actos involuntários; volta rápida da in- telligencia depois de dous a três minutos de vertigens. 3.° Grande mal. Gota coral. — Gritos e perda súbita do conhecimento, da sensibilidade e da intelligencia; ri- jeza tetanica dos músculos; parada da respiração; côr anormal da face; depois intelligencia seguida de fadiga muscular, de cephalalgia e de estupidez. Tratamento. O* melhores medicamentos são em geral: —lj Cale, sic, hyos., plumb.—2;) Bell, caus., cin., cupr., lach., op., stram., sulf. — 3;) Ars., camph., canth, cham., coce, ign., ipee, lye, n.-vom., sep., sil. —4;) Millef., cep. e hipp. Os accessos recentes achão seu principal remédio entre: Bell, ign., nux-vom. e op., segundo as circum- stancias. As epilepsias chronicas demandão sul/, seguido de : 'Cale, caus., cupr., sil.: ou bell, seguida de: Lach, hep. ou sil. Para fazer cessar immediatamente um accesso muito 292 ÉPISPADIAS violento, basta algumas vezes fazer respirar a tintura forte de camph., molhando as extremidades do dedo em um frasco que contenha esta tintura, e friccionando abaixo do nariz do do nte. ÉPINYCTIDE. PÉRINYCTIDE. Dermatose eczematosa, papulosa ou pustulosa , com prurido incommodo e doloroso, reapparecendo ou exas- perando-se com a noite (pústulas mais ou menos nu- merosas, brancas, avermelhadas, lividas, cercadas de uma auréola inflammatoria, donde se escoa um pús esbran- quiçado, sanguinolento ou gelatinoso). Tratamento. Tratar localmente a irritabilidade do corpo papillar, e variar o tratamento geral segundo a natureza da causa. Regimen brando, ar fresco, renovado, exercicio. Os medicamentos sã j : Acon., ars., bell, bry., cale, dulc, phos., rhus., merc, sep., sil. e sul/. ÉPISPADIAS. Vicio congenital de conformação, o qual faz abrir o meato ourinario no dorso do penis, mais ou menos perto do púbis. Tratamento. Corrigir esta de/ormidade , estabelecendo ao canal uma parede superior artificial. Cirúrgico. Avivar os bordos da gotteira do penis, destacar a pelle de cada lado e reuni-la sobre uma sonda [penis raphia) ou um retalho tirado das partes vizinhas e abatê-lo sobre o penis (penis-plastia). EPISTAXIS 293 EPISTAXIS, PHINORRHAGIA. Corrimento de sangue pelas narinas. Tratamento. Se o corrimento é pouco abundante ou supplementar, expectação; se é considerável, collocar o doente ao ar fresco, com a cabeça alta; compressas frias e com água avinagrada sobre a fronte e as têmporas; ether ou chloroformio sobre a fronte; levantar os braços, do lado da hemorrhagia, acima da cabeça e conserva-lo nesta posição por algum tempo. Fazer injecções na narina, sede da hemorrhagia, com solução de perchlorureto de ferro , de arnica ou com água phenicada. § 1.° Os melhores medicamentos são em geral: —1) Acon., arn., bell, bry., chin., croe, merc, n.-vom., puls., rhus., sulf. —2;) Amb., carb.-v., cin., /err., gran., kreos., led., see, sabin., sep., sil, mille/., op., ox.-ac. e ais. Para a hemorrhagia nasal ou o sangramento por ondas, são principalmente : Acon., arn., bell, chin.,merco puls. § 2.° Se a epistaxis fôr conseqüência de congestão de sangue na cabeça, são de preferencia:—1) Acon., bell, chin., croe, con. ou : — 2) Alum., cham., graph., rhus. Se ella se manifestar durante um coryza: Ars. ou puls. Nas crianças atacadas de affecções verminosas: Cin. ou merc. e gran. Nas mulheres que têm as regras muito fracas: Puls. see ou sep. Nas que têm as regras muito abundantes : Acon., cale, croe, sabin. Com amenorrhéa: Bry., puls. e sep. 294 EPISTAXIS Nas pessoas fracas ou esgotadas por perdas debili- tantes, por evacuações sanguineas: Chin. Em conseqüência de uma escandescencia, do abuso de bebidas espirituosas : N.-vom., ou: Acon., bell. e bry. Em conseqüência de uma contusão ou de uma queda, sobretudo nos homens : Arn. § 3." A disposição a sangrar pelo nariz, na menor oc- casião, demanda de preferencia: Cale, carb.-v., sep., sil, ou sulf. Tamponamento. — 1.° Introduzir-se uma sonda flexivel á qual se liga um fio solido, ou mesmo a sonda de Belloc (Fig. 13) pela narina, fazendo-se sahir a extre- Fig. 13- — Sonda de Belloc. midade pela boca; amarra-se nesta extremidade as duas pontas de um fio encerado, no meio do qual deve li- gar-se uma porção de fios longos de linho; retira-se a sonda pelo nariz, e faz-se ser arrastado o tampon de fios até que aperte perfeitamente a narina: afasta-se então as duas extremidades do fio que servio para ligar o chu- maço de fios longos; introduz-se em seu intervallo bolas de fios curtos e se enchem bem as fossas nasaes ; fixa-se as extremidades na carapuça ou barrete do doente; deixa-se um fio bocal para poder retirar o tampon, quando tiver cessado a hemorrhagia. (Fig. 14.) 2.° Sacco de pellica de Martin SaintAnge ou uma bexiga que se insuffla depois de ter introduzido, como se faz com o tubo de cautchouc vulcanisado de Gariel. Introduzir na fossa nasal, por meie. de mandrin, o tubo de Gariel até o orifício pharyngeo, de maneira a passar EPULIA 295 além de um centímetro; dilatar por insufflação o incha- mento ohvar; impedir,'por um nó a sahida do ar ; puxar Fig. 14 — Applicação da Sonda de Belloc. ligeiramente pela haste de modo a trazer o inchamento contra a fossa nasal, e fixa-la com chumaços de fios. EPUEIA. Tumor fungoso, pediculado ou não das gengivas ou do periosteo maxillar sub-gengival. Tratamento. Destrui-la. Arrancamento, ligadura (sendo pediculada), excisão, algumas vezes cauterisação. 296 ERYSIPELA ERYSIPELA MAL OU FOGO DE SANTO ANTÔNIO. Inflammação aguda pyretica da pelle, do tecido cel- lular subjacente e dos vasos lympathicos da parte, não contagiosa, com rubor, tumefacção irregularmente circum- scripta; aspecto luzente dos tegumentos; terminando-se o mais ordinariamente por descamaçâo furfuracea. Symptomas.—Locaes. Rubor, tumefacção da pelle, tendo extensão pouco considerável; transição rápida das partes doentes para as partes sãs, por uma sorte de orla, dita erysipelatosa; calor vivo , doloroso ; placas erysipela- tosas vermelho-claro, vivo-amarellado (erysipela biliosa), desapparecendo momentaneamente pela pressão; depois vesiculas miliares, phlyctenas, bolhas (erysipela phlyc- tenoide, bullosa, phlegmonosa); engorgitamento dos gânglios vizinhos ; infiltração do tecido cellular sub-cutaneo (erysipela ozdematosa); diminuição do sétimo ao nono dia: descamaçâo. Quando sobrevem ao redor de uma chaga (erysipela traumática) : dores locaes, rubor dos bordos da chaga; superficie sêcca, ardente; suppuração serosa; engorgi- tamento dos gânglios vizinhos. Geraes. Prodromos: calefrios; cephalalgia; náuseas, vômitos; constipação ou diarrhéa; pulso duro, freqüente; endurecimento doloroso dos gânglios vizinhos do lugar onde apparece a erysipela; duração de dous ou três dias antes do exanthema ; calor podendo subir até 42° ou mais. Variedades. Erysipela traumática, espontânea, biliosa, simples, ozdematosa, phlegmonosa, phlyctenoide, bolhosa,fixa, ambulante, epidêmica, esporádica, benigna e maligna. Tratamento.— Local. Unturas com azeite doce, gly- cerina, banha fresca, cataplasmas de amidon; coíodion elástico quando a pelle estiver intacta, sem rachas. ERYTHEMA 297 Geral.—§1.° Os melhores medicamentos contra as di- versas espécies de erysipelas, são em geral:— 1) Acon., aps., bell, graph, lach. , merc. , puls., rhus.— 2;) Am., ars., bry., cale, camph, canth. , carb.-an., cham., hep., nitri.-ac, phos., plumb., sil, sulf.—3;) Amm., aur., carb.--., chin., croe, euphorb., hyos., iod., kal, lye, sep., stram. e thui. § 2.° Para a erysipela simples: Acon,, bell, hep., lach. Para a erysipela fugaz : Bell. ou rhus., ou mesmo graph. Para a erysipela vesiculosa : Rhus. ou graph, ou ainda: Ars., bell, hep. e lach. Para a erysipela escarlate:—1) Amm., bell, hyos., merc, phos.—2;) Acon., ars., bry., croe, lach., stann. e sulf. Para a erysipela phlegmonosa : Bell, graph, hep., lach, puls. e rhus. Para o zona do tronco: —1) Rhus.—2;) Graph., puls.— 3;) Ars., merc, sil. e sulf. § 3.° As erysipelas secundarias acompanhadas de oede- ma, pedem de preferencia:—lj Rhus.—2;) Ars., chin., kal, merc e sulf. As erysipelas dartrosas de superfície ulcerada:—1) Ciem., rhus.-r-2 ;) Ars., graph, merc, sil. e sul/ As erysipelas gangrenosas:—l)Ars., carb.-v.—2;) Bell, camph, chin., lach, sabin. e see As erysipelas que aggravão algumas vezes as chagas oil as feridas, achão ordinariamente seu remédio por excel- lencia no apis. ER\THEMA. INTERTRIGO. Dermatose eezematosa, caracterisada por manchas ver- melhas superficia^ e ligeiras, mais ou menos extensas. Symptomas.—Locaes. Rubores ligeiros, superficiaes, 298 ESCARLATINA mal circumscriptos, com ou sem saliência, desappa- recendo sob a pressão; pouco ou nenhum calor; nenhu- ma inchação; ás vezes transsudação por effeito de exco- riações (erythema superficial). Placas salientes pouco extensas, rubras, violaceas (erythema papuloso). Os mesmos symptomas, mas persistência das placas (ery- thema tuberculoso). Manchas mais altas, tendo de 1 a 3 centimetros de diâmetro, durando dez a doze dias, c manifestando-se, sobretudo, nas pernas; e algumas vezes nos braços (erythema nodoso). Geraes. Ordinariamente nullos, excepto na fôrma no- dosa, ou symptomas gástricos e arthriticos. Tratamento. Os melhores medicamentos são em ge- ral :—1) Ars., sul/, cham., graph, ign., lye, puls., sep.—2;) Acon., arn., bell, cale, carb.-v., caus., hep., mang., merc, oleand., petr., phos., phos.-ac, rut. e sul/.-ae As excoriações e esfoladuras dos doentes, demandão de preferencia: Arn., carb.-v., chin., plumb. e sulf.-ae A erosão dos mamelons, exige, sobretudo:—1) Arn., sul/., ou ainda :—2;) Cale, caus., cham., graph., lye, n.-vom. esep. As excoriações das crianças demandão principalmente: Cham., lye, sul/, ou ainda: Graph. ou sep. No caso de abuso da chamomilla: ign. ou puls. Erythema epidêmico, V. Acrodynia. Escara, Y. Gangrena. Estiomene, V. Lúpus. |ESCAREATINA. FEBRE RUBRA. A'; escarlatina é um exanthema" agudo, febril e conta- gioso, com rubor e dôr na garganta, começando na face, e dahi estendendo-se ao pescoço e demais partes do corpo, constituido por manchai escarlates, confluentes, ou pon- tos vermelhos. ESCAR LATINA 299 A escarlatina tem quatro periodos: Io, incubação; 2o, invasão; 3o, erupção ; 4o, descamaçâo. 1.° Incubação. Este periodo dura de 2 a 5 dias, queixando-se apenas o doente de sentimento estranho de mal estar, e molleza de corpo. 2.° Invasão. Passado o tempo da incubação, calefrios, febre, dores de cabeça, e epistaxis, sangue pelo nariz; náuseas, vômitos; delirio, ás vezes coma e convulsões; dores na garganta. 3.° Erupção. Symptomas.— Locaes. Dous dias depois do frio inicial, apparece no pescoço, face, pomos, nas mãos e pés, por todo o corpo, uma infinidade de pon- tos vermelhos sobre um fundo roseo sem saliência visível; depois declara-se coloração escarlate uniforme da pelle, desapparecendo sob a pressão do dedo, tendo alguns intervallos de côr normal; pelle ardente, sêcca, rugosa e pruriginosa; tumefacção da face e dos mem- bros ; rubor intenso do pharynge e da lingua; inchação das amygdalas, as quaes se cobrem muitas vezes de placas molles, unidas, esbranquiçadas, pultaceas; engor- gitamento dos gânglios sub-maxillares, freqüentemente, vesiculas miliares ao redor do pescoço e nas axillas. Geraes. Febre mais ou menos violenta; face anciosa; olhos brilhantes; agitação, delirio, sôde, inappetencia. Pelle muito quente, de 40 a 42°. 4.° Descamaçâo. Quatro a cinco dias depois cessação da febre, diminuição progressiva da côr da pelle, descol- lamento ou levantamento da epiderme; e queda por pla- cas, escamas, ou em fôrma pulverulenta. Variedades. Io, escarlatina anômala; 2° , maligna; 3o, adynamica, pútrida; 4o, gangrenosa; 5o, hemorrha- gica; 6o, complicada de pharyngite, anazarca e albumi- nuria. Tratamento.— § Io Os melhores medicamentos são : — 1) Bell.—- 2;) Acon., amm., ars., baryt., carb.-v., lach, merc, phos., sulf.—3 ;) Camph., con., coff., ipee, phos.-ae, rhus. e chlor. 300 ESCARLATINA § 2.° Para a febre no periodo de incubação é acon. que deve ser preferido, se bell. não fôr sufficiente. Para a angina são baryt o merc que devem ser empregados logo depois de bell. Para a angina gangrenosa, são : Amm., ars. e carb.-v., ou : Lach. ou sul/. Para os vômitos que não cederem a bell, os medica- mentos são: Acon. ou ars. Para o tenesmo e a estranguria, é con., e para os es- pasmos pulmonares, é ipee que deve ser preferido de- pois de bell. A insomnia exige ás vezes acon. ou coff. § 3.° Quando houver repercussão do exanthema, os medicamentos principaes, são: Aps., bry., phos., phos.-ac. e sul/. Elles gozão da propriedade de fazer reapparecer a erupção; vindo, porém, symptomas cerebraes com somno comatoso, o medicamento é op. oubell, se houver sobresaltos fechando os olhos. Para a Parotite, se ella se declarar em conseqüência de exanthema, são : — 1) Cale, kal.— 2 ;) Bell, carb.-v., phos., rhus., sil, ou mesmo merc. Para as affecções hydropicas, depois da escarlatina, são: Aps., ars., arn., bell, dig., hell, phos.-ac ou sen. Para o hydrocephalo: Arn., bell, hell e phos.-ac. Para o hydrothorax : Ars., hell, sen., ou : Arn. ou dig. Para a ascite : Dig. ou hell; e para a anazarca: A rs. ou hell ou bar.-m. Para a otite ou otorrhéa, em conseqüência da escar- latina, são: Bell, hep. ou puls., ou: Colch., lye, men., merc, nitri.-ac, ou ainda havendo carie dos ossiculos: Aur., cale, natr.-m. e sil. § 4.° Para a escarlatina miliar, ou miliar purpurea, são principalmente : Acon. e coff., ou : Sulf. e bell, se os dous primeiros não forem sufficientes. Havendo com- plicação da miliar purpurea com a escarlatina, dulc deve ser o preferido. § 5.o Aconitum, havendo : colicas freqüentes com vô- mitos biliosos; febre intensa com calor sêcco, pulso fre- ESCORBUTO 301 quente, cheio e accelerado ; congestão para a cabeça, com face vultuosa, vertigem e atordoamento ; delirios ; inflam- mação da garganta. Belladona, medicamento que deve ser empregado como preservativo, fazendo-se usar ás pessoas da familia, todos os dias pela manhã, durante o reinado da epidemia da escarlatina uma colher grande da solução da 30a dyna- mização. Como meio curativo deve ser empregada, quando houver: Inflammação violenta da garganta e das amygda- las, com dores lancinantes e constricção espasmodica; impossibilidade de engulir a menor quantidade de liquido, o qual, quando pôde ser engulido, sahe pelas narinas ; perigo de suffocação, voltando a cabeça ; sede violenta, ás vezes com hydrophobia; olhos inflammados e dolorosos, com photophobia ; pressão violenta na fronte como se os olhos tivessem de saltar das orbitas; vertigens, com obscure- cimento da vista, lingua vermelha e sêcca; insomnia, com superexcitação nervosa. Phosphurus, havendo: lingua e lábios sèccos e duros, cobertos de crostas denegridas ; perda da palavra e da audição; queda abundante dos cabellos. § 6.° Arsenicum, se houver: perda total das forças, emmagrecimento súbito, febre nocturna, com calor ar- dente; angina gangrenosa; ulceração fétida. E igualmente indicado nas hydropisias conseqüentes á escarlatina. Mur.-ac, na escarlatina maligna, com rubor carregado dos pomos; côr livida do pescoço, olhos vermelhos e extinetos. ESCORBUTO. AFFECÇÕES ESCORBUTICAS. O escorbuto é uma affecção geral, não febril, con- seqüente, por causas deprimentes moraes ephysicas, a uma modificação profunda de toda a economia — sólidos e 302 BSOROFULAS fluidos — e manifestada por falta de assimilação; estado asthenico dos systemas muscular, venoso e capillar, e falta de plasticidade do sangue, acompanhando-se, o maior numero de vezes, de alteração, mais ou menos notável, das gengivas. Symptomas. — Locaes. Apparecimento súbito debaixo da pelle, levemente comprimida, de manchas negras, amarelladas, de pequenos tumores molles e indolentes, de ecchymoses, ou de um pontillado azulado, ou aver- melhado; depois ulcerações da pelle fungosas.de bordos salientes, inchados e irregulares, sangrando á menor pressão; derramamentos sanguineos nos músculos, he- morrhagias das mucosas, do véo do paladar, dos intes- tinos e de outros; inchação, amollecimento, ulceração e hemorrhagias das gengivas, com côr violaeea; epistaxis, fétido do hálito ; abalo e queda dos dentes. Geraes. Face pallida e vultuosa; fraqueza; lassidâo; palpitações; ruido e sopro anêmico; embaraço da res- piração; côr esverdinhada dos lábios e dos carrunculas lagrimaes; cedema dos pés; infiltração que começa na articulução tibio-tarseana, estendendo-se depois a todo o membro;resfriamento geral; dores vagas articulares. Tratamento.— Hygienico. Ar puro, sêcco e quente ; insolação; legumes verdes; fruetas ; vinho velho, roupas de lã; grande asseio; exercicio moderado; distracções; nutrição fácil de digerir, abundante; carnes brancas e assadas, uso moderado dos alcoólicos. Medico. Os medicamentos melhor indicados, são:—1) Amm., amm.-m. e merc. ESCROFEEAS. AFFECÇÕES ESCROFULOSAS, LYMPHATISMO. A escrofula é um estdo mórbido constitucional, hereditário, não contagioso, manifestado por affecção especial das glândulas, vasos lymphaticos, systema BSCROPULAS 303 tegumentar (pelle e mucosas) e tecido ósseo, com ou sem tuberculisação dos gânglios lymphaticos superficiaes, particularmente dos do pescoço. Symptomas. — Locaes. Desenvolvimento de pequenos tumores, moveis, indolentes, nos gânglios do pescoço principalmente, isolados em principio; depois, reunião destes tumores em uma massa bosselada e dura; endureci- mento dos gânglios sub-maxillares; hypertrophia das amygdalas. — Os gânglios depois de reunidos soffrem uma sub-inflammação, com calor intenso e rubor obscuro, terminada por suppuração, manifestada por fluctuação na massa total dos tumores reunidos. Afinal a pelle adelgaça-se, rompe-se e dá sahida a um liquido purulento, contendo grumos de consistência cazeosa, havendo for- mação de uma ulcera irregular, profunda, mas pouco extensa, de bordos descollados. A cicatrisação feita nestas ulceras tem fôrma franjada particular, que se não con- funde com outra qualquer. Nota-se igualmente leucorrhéa, ophtalmias, erythemas, abscessos frios, osteites, caries e necroses por extensão da escrofula ao systema ósseo, aos tecidos brancos, aos tendões, cartilagens, etc. Tratamento. — Hygienico. Ar puro, sêcco e quente ; habitação bem arejada; asseio; roupas de flanella sobre a pelle; gymnastica, equitaçâo, natação, dansa e esgrima, apropriadas ás forças do doente ; insolação; regimen tô- nico; carnes negras, assadas; vinho generoso; café puro, maxime depois do jantar: nada de leites, nem de fa- rinosos. Banhos salgados de mar em costa onde seja bem batido. Medico. — § 1.° Os melhores medicamentos são em geral:—1) Ars., asa., baryt, bell, cale, cin., con., hep., iod., lye, merc, rhus.,sil, sul/.—2;) Aur.-m., carb.-an., carb.-v., cist, dulc, graph, lach, kreos., pin., staph.—3;)Amb., amm., aur.,baryt-m., bry., chin., coce,/err., ign., magn.-s., mez., mur-ac, natr., natr.-m., nitri.-ac, n.-vom., phos., petr.} puls., ran., rhab., sep. e veratr. 304 ESGOTAMENTO § 2.° No começo da moléstia, quando as crianças tardão a caminhar, são principalmente: Bell, cale, sil, sul/, ou ainda: Ars., chin., cin., /err., lye, magn.-c, pin., puls., rhab. e sep. Quando ha affecção das glândulas, são principalmente : —1) Bar.-e, bell, cale, dst, con., dulc, hep., lye, merc, phos., rhus., sil, staph., sul/.—2;) Ars., bry., carb.-an., ciem., graph., kal, natr., n.-vom. e puls. Para as affecções cutâneas, como sejão erupções, dar- tros, ulceras, etc, os melhores medicamentos são:—1) Aur., bar.-e, cale, cist, ciem., con., dulc, hep., lye, merc, murc-ae, rhus., sil, sulf.—2;) Canthar., calc,mez., nitri.-ac, ol-jec, petr. e ran. Para as affecções do systema ósseo, são principalmente : —1) Aur., cale, cist, lye, merc, phos., phos.-ac, puls., sil, sul/.—2;) Asa., bell, hep., mez., nitri.-ac, rhus., rut., sep. e staph. Para o carreau ou atrophia mesenterica, são principal- mente: Sulf., seguido de: Cale: ou ars., bar.-c, bell, chin., cin., lye, n.-vom., puls. e rhus. ESGOTAMENTO. Perda das forças, da energia vital e da sensibilidade por alimentação insufficiente ou insalubre, por evacua- ções, fadigas excessivas, abuso dos estimulantes phy- sicos e moraes. Tratamento. Subtrahir o organismo d influencia das causas e combater a atonia. Repouso ou exercicio moderado; vida regular ; dis- tracções; alimentação leve e gradualmente analeptica. Os medicamentos serão os apropriados ás moléstias de que é elle a conseqüência. ESPASMOS 305 ESPASMOS. Perversão nos movimentos e funcções contractivas dos músculos não submetticlos á vontade, com tensão, aperto ou dilataçâo fibrilar, devida a um estado irritativo ou phlegmasico, ou a erethismo nervoso. Neste capitulo tem sido reunidas, para maior facilidade de apreciação, todas as diversas affecções espasmodicas, como sejão : catalep.rla , choréa, convulsões hystericas, eclam- psia, epilepsia, tetanos, etc, não só pelos pontos de similitude que apresentão entre si, como principalmente porque, quando os symptomas concomitantes não contra- indicão, o me-mo medicamento tem acção efficaz sobre todas ellas. Tratamento.— $ 1.° Os medicamentos mais eíficazes contra as diversas affecções espasmodicas, são em geral: —1) Bell, cale, caus., cham., cupr., hyos., ipee , lach, n.-vom., op., sil, stram., sulf.—2 ;) Acon., ang., arn., ars., camph., cie, citr., coce, merc, mosch. , plat, rhus., si!,, stann., sul/., veratr., zinc—3;) Agar., arg.,hell, laur.— 4;) Aps., cep., hipp., millef, nitri.-ac. o ox.-ac. § 2.° Sendo a affecção recente, ^áo principalmente: Acon., ang., arn., bell, camph., cham., cie, citr., roce, hyos., ign., ipee, merc, mosch, n.-vom., op., rhus., stram. e veratr. Para as affecções chronicas, principalmente : Ars., cale, caus., cupr., lach, plat., sil, stann., sul/ e zinc, se bell, coce, croe, hyos., merc, _ n.-vom., rhus., stram. e veratr., não forem igualmente indicados. & 3.o Para as convulsões das crianças, principalmente: Acon., caus., cham., cin., coff., cupr., ign., ipee, la^h., merc, n.-vom., op., stemn. e sul/. D. H. I 306 espasmos Em conseqüência de affecções verminosas, os medica- mentos são: Cie, cin., hyos., merc e sul/. Para os espasmos das mulheres hystericas:—1) Aur., bell, coce, ign., ipee, mosch., stram., veratr.—2 ;) Bry., cale, caus., cham., con., magn., magn.-m., plat., see, sep., stann. e sul/. Se ellas apparecerem na época das regras, principal- mente : Coff., coce, cupr., ign. e puls. Nas mulheres paridas, são especialmente: Bell, cham., cie, hyos. e ign. § 4.° Quando as affecções espasmodicas se declarão por effeito da acção de causas traumáticas eu mecânicas, os medicamentos são: Amm. ou ang., ou ainda: Rhus., puls. e sul/. Sendo effeito de um susto ou medo, ou de outra qual- quer commoção súbita, são principalmente : Cham., cupr.. hyos., ign., n.-vom., op., plat. ou art Para as provenientes de masturbação ou outros abalos do systema nervoso, são: Sul/, cale, lach., n.-vom., sil, ou : Arn., chin. e phos.-ac. Para as por effeito do abuso de substancias narcóti- cas, como vinho, opio, cerveja, tabaco, etc, os medicamentos são: Bell, cupr., cham., citr., coff., hyos., ign., n.-vom. e op. Para as provenientes de erupção repercutida: Cale, caus., ipee, lach, n.-vom., stram. e sulf. Para as produzidas por um resfriamento ou por uma transpiração supprimida: Acon., bell, cham., chin., cie, lach., n.-vom. e sil Para as causadas por vapores de mercúrio: Bell. e stram. Para as produzidas pelos vapores de cobre ou do ar- sênico: Ars., camph., cupr. e merc. § 5.° Belladona, contra: Tetanos, trismus, espasmos hys- tericos, convulsões das crianças, eclampsía, dansa de S. Guido, epilepsia, etc, quando houver: Começo das con- ESPASMOS 307 vulsões pelas extremidades superiores, com sensação de formigamento e torpor nessas partes; estremecimento do alguns membros, sobretudo dos braços, movimentos con- vulsivos da boca, dos músculos cia face o dos olhos; congestão para a cabeça, com vertigens, face vermelha, quente e vultuosa, ou pallida e fria; photophobia; olhus convulsos ou fixos, pupillas dilatadas, caimbras no la- rynge e na 'garganta com deglutição embaraçada eperigo de suffocação, espuma na boca; emissão involuntária das dejecções e das ourinas; oppressão do pato; renovação dos accessos pelo menor contacto ou conirariedade; perda completa dos sentidos com simples itordoarnento; insom- nia entre os accessos, ou somno profundo e comatoso com sorrisos c caretas; despertar em sobresaltos com gritos; angustia, medo e visões. (Comp. Cham., hyos., ign.,op. e stram.) Gausticum, contra: convulsões epilépticas, dansa de S. Guido, etc, com gritos e movimentos violentos dos mem- bros ; reuovacão dos accessos pela água fria. Chamomilla, principalmente contra: os accessos espas- modicos das crianças ou das mulheres paridas, maxime se houver: espreguiçamentos, convulsões dos membros, dos olhos, das palpebras e da lingua; estremecimentos convulsivos durante o somno ; calor sêcco e ardente da pelle, com sede ardente; suor quente na fronte e no couro cabelludo; anciedade, gemidos e lamentações; respiração anciosa e rápida; tosse sêcca, rápida e estertorosa ; co- licas e dejecções diarrheicas esverdeadas. (Comp. Bell. e ign.) Cuprum, contra: convulsões das crianças, espasmos tô- nicos, epilepsia e dansa de S. Guido, principalmente se houver: começo das convulsões pelos dedos ou pelos ar- telhos, ou pelos braços, retracção dos pollegares; perda dos sentidos e da palavra; salivação ás vezes espumosa; rosto e olhos vermelhos, choro e anciedade: appareci- mento dos accessos todos os mezes, sobretudo depois das regras. Hyosciamus , - contra: espasmos clonicos, dansa de S. Guido, epilepsia, principalmente havendo : côr azulada e 308 ESPASMOS entumescencia do rosto, espuma na boca, olhos proeminentes, movimentos convulsivos de alguns membros ou de todo o corpo ; angustia, gritos, ranger dos dentes; perda dos sentidos; emissão involuntária das ourinas, congestão ce- rebral, somno profundo e comatoso, com roncos; tosse sêcca, nocturna, divagações e delirios. (Comp. Bell. e op.) Ignatia, contra: espasmos clonicos e tônicos: (chamão-se espasmos ou convulsões clonicas, quando os espasmos ou convulsões se caracterisão por movimentos de contrac- ção e relaxamento alternativamente: são tônicos quando elles se compõem somente de contracção e que esta é permanente) ; espasmos hystericos, convulsões das crianças, epilepsia, dansa de S. Guido; maxime havendo : movi- mentos convulsivos dos membros, dos olhos, das palpebras, dos músculos da face e dos lábios, reviramento da cabeça, retracção dos pollegares; face vermelha e azulada ou ver- melha de um lado e pallida do outro; ou alternativa- mente pallida e vermelha; espasmos da garganta c do larynge, com accessos de suffocação e deglutição difficil; perda dos sentidos, abrimentos de boca freqüentes, ou somno soporoso, suspiros profundos. Ipecacuanha, contra: espasmos clonicos e tônicos, ma- xime nas crianças e nas mulheres hystericas, principal- mente se houver: reviramento da cabeça, perda dos sen- tidos, gritos, face pallida e entumescida; movimentos con- vulsivos dos músculos da face, dos lábios, das palpebras e dos membros; soffrimentos asthmaticos com estertor mu- coso, náuseas, desgosto, accesso de vomituração ou de vô- mitos e diarrhéa. Lachesis, contra convulsões epilépticas, e outros es- pasmos clonicos e tônicos, com gritos, pés frios, perda dos sentidos, arrotos, pallidez da face, vertigens, cabeça pesada, palpitações de coração; somnolencia comatosa. Nux-vomica, contra: espasmos clonicos e tônicos, epilepsia dansa de S. Guido, sobretudo havendo: gritos, revira- mento da cabeça, tremor e estremecimentos convulsivos dos membros ou dos músculos; os accessos se renovão depois da menor contrariedade, ou commoção desagradável; ESPERMACRJiSIA 3Ui' evacuação involuntária das dejecções e ourinas; sen- sação de torpor e de entorpecimento nos membros ; vômitos, suores abundantes; constipação, máo humor. Opium, contra: espasmos tônicos c clonicos, epilepsia, principalmente se houver: apparecimento dos accessos á noite ou á tarde; reviramento da cabeça ou movi- mentos violentos dos membros c sobretudo dos braços ; perda dos sentidos, insensibilidade, gritos, punhos fecha- dos; accessos de suffocação, somno profundo e comatoso. (Comp. Bell, hyos. e ign.) Stramonium, contra: espasmos clonicos e tônicos, cata- lepsia, eclampsia, dansa deS. Guido, espasmos hystericos. etc, sobretudo havendo : reviramento da cabeça ou mo- vimentos convulsivos dos membros, principalmente da parte superior do corpo e do ventre; riso sardonico, ga- gueira ou perda da palavra; face decomposta, com ar estúpido ou rubor c entumescencia da face; perda dos sen- tidos, ás vezes com gritos, gestos de furor ou de devoção, visões, risos, lamentações; os accessos se renovão pelo contacto, assim como á vista de objectos brilhantes. (Comp. Bell) ESP mi! ACR -ri..SI A. ESPERMATOERHÂGIA , ESPEIíMATORRHÉA , POLLÜOÒES NOCTUEXASE DIURNAS, OXASIS.MO, MASTUHBAÇAO. A espermacrasia é a excreção involuntária e espon- tânea do fluido spermatico, devida á asthenia ou sthenia geral dos órgãos sexuaes, resultante do abuso do coito, de excesso de continência ou do habito da masturbaoao. Symptomas.—Locaes. Perdas mais ou menos abundantes de spernia, cada vez mais fluido, provenientes de sonhos eróticos, ou devida á influe: cia desses sonhos, ajudados 310 ESPERMACRASIA pela dormida em leito quente, pelo decubitus dorsal c pela plenitude da bexiga, mas sem a menor sensação voluptuosa (pollução nocturna.) As polluções diurnas se fazem sem erecção, sem pra- zer : durante a evacuação das matérias fecaes ou das ou- rinas , com ou sem contracção da uretra; nas ourinas se observa uma nuvem floconosa, ou em fôrma de gra- nulações semelhantes á farinha. As polluções diurnas são provocadas ou augmentadas por passeios em carro e pela equitação: impotência viril. Geraes. Quando a moléstia é ligeira não ha symptomas geraes; em caso contrario,se nota: languidez, tristeza, perda da memória, do appetito e do somno; magreza que pôde ir até o marasmo hypocondriaco ; perturbações digestivas; colicas sêccas, constipação, alternando ás vezes com diarrhéa; perturbações respiratórias e da circulação, com oppressão, anhelação, tosse sêcca e palpitações. Tratamento.— Hygienico. Casamento, distracções para acalmar o sentido venereo ; refrigerantes ; banhos de bica frios sobre o perinêo; clysteres frios; banhos frios nos lombos e nas partes genitaes, natação; regimen analeptico; leite, carnes assadas, vinho de Bordéos ; exercicio mus- cular, gymnastica; dormir em leito duro, travesseiro de crina, coberturas leves. Medico. Os medicamentos melhor indicados são: — 1) Canth., graph., phos.-ac, puls.,'sil, sep., sulf. —2;) Bell, calad., con., mos., n.-vom. e sabad. Para o corrimento prostatico : Cale, hep., phos.-ac, sep., sil. e sulf. As polluções nocturnas são muitas vezes curadas prin- cipalmente por: Carb.-v., caus., chin., con., kal, lye, nitri.-ac, petr., phos., phos.-ae, puls., sep. e sulf. As que se declarão por excessos sexuaes, como a masturbação, por- Chin., phos., phos.-ae, puls., sep. o sulf. ESPINHA BIF1DA 311 ESPERMATOCEEE. Tumor formado no testiculo, no epidedymo ou em um ponto indeterminado do canal excretor, por effeito da retenção ou cumulo de sperma no testículo, devido á abstinência absoluta dos prazeres venereos. Tratamento. — Hygtenico. Exercicio corporal em ex- cesso até a fadiga; dieta, regimen vegetal; coito com o fim de remover o obstáculo mecânico, banhos frios ; compressas frias, suspensorio, repouso absoluto do órgão. Medico. Os melhores medicamentos são: Aur. , arn., berb., cede, cann., carb.-v., canth., con., lach., hep., merc, n.-vom., phos., phos.-ac, puls., sep., sil. o sulf.-ae ESPHACEEO. Vide Gangrena. ESPK\MA BIFIM. HYDRORACHIS. A espinha bifidla é um tumor arredondado ou ovoide único ou bilobado, do tamanho de uma noz até o da cabeça de um adulto, coberto pela pelle ou por membranas da natureza das sorosas, implantado no tra- jecto do rachis, de consistência molle quando o individuo 312 ESTAPHYLOMAS está em decubitus, e dura quando na posição vertical, feito á custa do afastamento das lâminas e apophyses espinhosas das vertebras incompletamente ossificadas ; com hérnia das meninges rachidianas distendidas por sorosidade, e tendo, como caracter especifico, produzir a paralysia de todos os músculos, aos quaes são distribuidos os nervos que sabem da medulla, abaixo do ponto af- fectado, nos casos de parceria do hydrocephalo ; com a . particularidade característica de distenderem-se os tu- mores, ou tumor, quando se exerce pressão sobre o ce- rebm Tratamento.—Cirúrgico. Compressão graduada, e me- thodica ; puncção repetida com agulhas de catarata; ligadura; sutura encavilhada; compressão lateral. Medico. Os melhores medicamentos são :—1) Acon., bell.—2;) Am., ars., cin., con., dig., hyos., lach., merc, op. e stram. ESPICHA VENTOS A. Yidc Fungus medullar. ESTAPHYLOMAS. Os esáaphylomas são tumores bosselados, de vo- lume variável, effeito de procidencia anormal de uma parte ou de totalidade da cornea, com opacidade branco- cinzento ou nacarada, devida: P, á falta de resistência do tecido da cornea á pressão intra-oceular; 2o, a hérnia de partes internas do olho através de aberturas prove- nientes de ulceras da cornea ou da esclerotica, com cumulo do humor aquoso. O estaphy3oiaifò pôde ser parcial ou total. ESTAPHYLOMAS 313 1.° fSstapkyloina parcial.—Symptomas. Objectivos. Esta espécie é mais freqüente na parte inferior ou lateral da cornea; a iris é attrahida para o lado affectado e unida á face interna da saliência opaca; a câmara anterior fica diminuida e a pupilla deforme. Subjectivos. A vista perturba-se na razão directa do gráo de alteração da pupilla. O doente soffre de pes- tanejaduras, que fatigão o cstaphyloma e as palpebras, devidas á exposição da proeminencia á acção irritante e deseccativa do ar, além da qualidade do corpo estra- nho que cila pelo seu desenvolvimento adquire. A iris torna-se fraca, c costuma ser atacada de inflammação. lüstapliyRoma espheric© íotal. — Caracteres objectivos. A proeminencia opaca que representa a cornea, e que neste caso pôde adquirir proporções consideráveis, distende e abre as palpebras proeminando entre ellas desmesuradamente. Sy3iptomas.—Subjectivos. Avista fica inteiramente per- dida, restam o somente uma percepção da sombra e da luz. Os estaphylomas podem ficar estacionarios, o que é mais freqüente, porém adquirirem um gráo de crescimento tal que a distensão do olho e a dôr circum-orbitaria, conseqüências deste desenvolvimento, impeção o somno e esgotem o doente. Estes symptomas só desapparecem com a ruptura do olho e sahida dos humores e do crystallino, desapparecendo se somente tiver sido o humor aquoso o evacuado e que a ruptura se tenha cicatrisado. Quando lia ruptura da cornea, por ulceração, e que ha sahida de partes internas do olho, como, por exemplo, da iris — o cstaphyloma se estabelece de um lado, se a porção desta membrana herniaÉa foi tal que ímpedio a completa cicatrisação da cornea, ou quando a perda de substancia nesta membrana impedio que a regeneração se pudesse effeituar;a iris herniada, portanto, forma esta- phyloma parcial e lateral quando a ulceração foi em um ponto da cornea que lhe corresponda; sendo ao contra- rio total, se toda a cornea foi destruída pela ulceração. Em ambos os casos, a iris projectada para diante ou 314 ESTAPHYLOMAS somente herniada se enche de humor aquoso lateral- mente, e se cobre de um tecido cada vez mais opaco, mais ou menos espesso, da classe do cicatricial ou pseudo- cornea, havendo igualmente então deposição na parte posterior de uma camada especial de lympha. A pseudo- cornea é depois invadida de vasos varicosos. A iris em sua dilataçâo para acompanhar as dilatações da pseudo- cornea, pela distensão produzida por effeito do cumulo de humor aquoso, rompe-se em diversos pontos e fôrma retalhos, dando lugar á qualificação de estaphyíoma ra- moso aos estaphylomas desta espécie. Tratamento.—Medico. O indicado para as ophtalmias, com particularidade os seguintes medicamentos especiaes ás inflammações da cornea %—1) Aps., cann., euphr., hep., merc, nitri.-ac, seneg., sil.— 2;) Acon., ars., bell, puls., sulf.—3;) Cale, chin., lach, rut, sep. o spig. Cirúrgico. Quando o estaphyíoma é anterior, isto é, o ordinário, que é o que ficou acima descripto, a operação é a iridesis, aconselhada por M. Crichett, praticada com o instrumento de M. Waldan e modificada por Wecker. Faz-se em tres tempos : 1.° Prende-se o olho com uma pinça de garras ; afastão- se as palpebras com os levantadores ordinários e pratica-se, com uma agulha de paracenthese, uma incisão na união da cornea com a esclerotica, a qual possa medir um a dous millimetros na cornea do lado da câmara anterior, e tres a quatro na superficie da esclerotica, não devendo estas dimensões ser excedidas. 2.° Introduz-se através da chaga uma pinça fina e especial e prende-se a iris a dous millimetros de seu bordo livre, retirando-se para fora, fazendo quo o bordo pu- pillar fique introduzido entre os lábios da chaga. 3.° Este tempo ainda foi modificado em dous: Io, ap- plica-se um apparelho sobre o olho, constante de um chumaço de fios, que encha perfeitamente a exeavação orbitaria, e sobre elle uma prancheta de panno de linho molle, contida por uma atadura de flanella; vinte e quatro horas depois é levaatedo o apparelho, e a parte ESTAPHTLOMAS 315 da iris que sahe da chaga cortada com tesouras curvas, reapplicando-se depois o apparelho por mais um dia; 2o, corta-se logo a porção da iris herniada, poupando o bordo pupillar, que deve, como se disse no primeiro processo, ficar encravado entre os bordos da chaga. Quando o cstaphyloma está em começo deve-se pra- ticar repetidas puncçõcs com a agulha de paracenthese; fazer evacuar o humor aquoso, com o fim de preve- nir a pressão intra-ocular, e praticar cauterisações no estaphyíoma — com nitrato de prata, chlorureto de anti- monio ou potassa cáustica — para provocar um trabalho inflammatorio lento, afim de produzir a retracção do turnor. Logo depois da queda da primeira escara, pro- cede-se á segunda cauterisação, e as-im por diante, até completa cura. É de notar quo a cauterisação deve ser começada pela base do turnov, circumscrevendo-o á medida que fôr subindo para o vértice, sendo ajudada, para maior segurança do resultado do tratamento, de repetidas eva- cuações do humor aquoso pela paracenthese. Para o estaphyíoma total deve-se praticar a extracção do crystallino e a iridectomia como meios preventivos do seu maior desenvolvimento, chegado ao qual a operação é a excisão. A extracção do crystallino faz-se da fôrma seguinte: com a faca* de cataratas cie Graefe, com o dorso vol- tado para a base do estaphyíoma, introduz-se perto desse ponto, de fora para dentro, praticando-se rapida- mente a contra-puneção, e abrindo-se o estaphyíoma na sua maior extensão; feito o que, se o crystallino não tiver sido expellido pela onda do humor aquoso, mtro- duz-se pela abertura um cystitomo para abrir a cápsula, o que determina immediatamente a sahida do crystallino transparente. A operação do estaphyíoma total esphenco, deve ser a indicada por Crichett, que consiste em passar, de duas a cinco agulhas, conforme o volume do tumor, moderadamente curvas, tendo um fio de seda — em cada uma, na base do estaphyíoma — deixando ficar as agulhas no lugar até terminar a operação. Logo depois 316 ESTRABISMO faz-se a secção horizontal, não dando á incisão senão uma extensão de quatro millimetros. Quando o csta- phyloma se abaixa pela sahida do humor aquoso e de parte do vitreo, excisão-se com tesouras dous retalhos semi-elipticos, de sorte que fique entre a secção curva e a sahida das agulhas porção sufficiente de tecido para serem affrontados os bordos sangrentos (pouco mais ou menos um a dous millimetros); retirão-se as agulhas, ficando os fios de seda, com os quaes so faz a sutura. Estes pontos são tirados algumas semanas depois, ou deixa-se que sejão eliminados pc]a suppuração. ESTEATOUIAS. Hypertrophia do tecido cellular adyposo, formando tumor, que contém gordura. Tratamento. Incisão; enucleação; evacuação do con- teúdo ; curativo simples; abrir com uma pasta de massa de Yienna. ESTKAEIS^ÍO. VESGUEIRA. O esís-alíiiggSB© é a perda de correspondência nor- mal dos eixos ópticos, devida á falta de harmonia nos movimentos dos olhos, em opposição ao luscitas, que é o desvio fixo dos globos oculares com perda de cor- respondência normal, devida não só á paralysia de um dos músculos que movem o olho para a direcçao opposta ao desvio, como á retracção orgânica, ou a adherencias do músculo situado no lado para o qual o olho se desvia. O estrabisrno pôde ser igualmente devido á irritação cere- bral, a obstáculos á visão, ou á hyposthenia da retina. O estrabisrno se divide em convergente, divergente, superior e inferior. ESTRABISMO 317 O e&ftrabismo convergente tem por caracter óbjeciivo, que a pupilla de um olho affectado está habitual- mente voltada para o angulo interno da cavidade orbi- taria, emquanto que a do são olha normalmente para diante. Deve-se notar que, quando está fechado o olho são, o affectado pôde á vontade ser dirigido para todos os lados, o que não acontece ficando o são aberto. Como symptomas subjectivos se nota que a visão de um olho atacado de estrabisrno convergente ó imperfeita e apre- senta os objectos duplos, estando ambos os olhos abertos. Tratamento. Quando o estrabisrno é recente e que a causa que o produzio pôde ser atacada, c sobre ella que deve ser dirigido o tratamento, com o fim de restabelecer a harmonia nas contracções musculares, e despertar a sensibilidade reriniana. Os medicamentos melhor indi- cados para esse fim, são :— 1) Bell, hyos.—2;) Alum. Como meios do acção directa sobre o estrabisrno, de- ve-se tentar o tratamento pelo emprego dos óculos pa- nopticos cie Serre, dos estenopoéicos de Donders, e final- mente com o exercicio forçado do prisma de vidro, aconselhado por Kürke, e ratificado por Giraud-Teulon e Wcatstone, com a modificação por elles imposta da producção fatiganto da diplopia exagerada, para o fim de forçar o individuo a mudar a direcçao anormal da pupilla, fazendo a harmonia regular na correspondência dos eixos ópticos. Falhando, como muito commummentc falhão, estes exercícios, convém lançar mão do meio mais enérgico. Este meio ó a operação da tenotomia applicada ao olho ou myotomia ocular, a qual se pratica da seguinte forma : presas as palpebras, como para a operação da catarata, faz-se o paciente olhar em sentido opposto á direcçao da pupilla, tendo antecedentemente, para facilitar o mo- vimento ocular, fixado o olho são. Então o cirurgião com uma pinça de gancho, presa com a mão esquerda, prende a conjuntiva a um quarto de pollegada do bordo da cornea, no lado nasal, e levanta uma prega trans- versal, que é logo cortada com tesouras rectas e de pontas arredondadas, fazendo uma incisão vertical na 318 ESTaARISMO conjuntiva c tecido conjuntival, do tamanho que chegue para pôr completamente a mi a inserção tendinosa do recto interno. (Fig. 15.) Fig. 15.—Operação do estrabisrno. Este músculo, como se sabe, so insere na esclerotica a um sexto de pollegada do bordo da cornea. Depois do que passa-se um estylctc curvo e rombo entre o tendão e a esclerotica, fazendo-o sahir no angulo opposto da incisão. O cirurgião attrahe o globo do olho para fora do angulo interno e corta o tendão do recto com as tesouras acima referidas. Se o olho não seguir immo- diatamente para o lado opposto do que tinha a pupilla, é necessário verificar se existem adherencias cellulosas que prendão o globo; havendo, devem ser destruídas com o próprio gancho ; quando, ao contrario, verificando-se que não existem bridascellulosas, o d!.o não vem á sua direcçao normal, deve-se immediatamente praticar, pelo mesmo processo, a incisão do recto interno do olho são. Estrabisrno divergente.—Este é raro e quando existe é em tudo análogo ao convergente, com a diffe- rença da direcçao da pupilla ser para fora. Tratamento. Os medicamentos aconselhados para o con- vergente, ajudados dos exercidos do olho, tem applicação no caso presente. A operação da myotomia não tem os mesmos bons effeitos que no convergente, a começar da ESTRANGÜRIA 319 harmonia nos eixos, que só se faz gradualmente. A secção é feita no recto externo, como se disse, para o interno, com a única differença de qu; a incisão da conjunctiva, em razão da inserção do tendão do músculo ser mais longe da cornea um quarto do pollegada, pouco mais ou menos, deve corresponder á altura desta inserção; po- denclo-sc ou devendo-se fazer também a secção do tendão do olho são, havendo necessidade prevista para o caso de não correspondência dos eixos ópticos. Ustrabisfltto superior e i«ferior.— A. não ser de preferencia casos de luscitas, confundidos com estra- bisrno propriamente dito, estes desvios se dão nos casos de secção do recto interno. Tratamento. A operação deve ser praticada tendo-se sempre em mira as inserções dos músculos recto superior e inferior. A secção deste ultimo, quasi se pôde dizer que é dispensável, porque em caso algum se achará conveniência em fazê-la. 5 Os meios curativos subsequentes ás operações não passão dos seguintes : repouso por um ou dous dias de- pois da operação; locções frias sobre o olho, c em caso de dores, fomentações quentes. ESTRANGULAÇÂO E SUBMERSÃO. Yide Asphyxia. ESTRANGURIA. Vide Dysuria. 320 EXCRESCENCIAS Kíl C' HESCENCI AS. CONDYLOMAS, RHAGxVDES, VERRUWAS. Ilypertropiiia, desenvolvimento mórbido sessil ou pediculado das pregas da pelle e das membranas muco- sas, no orificio das cavidades naturaes por compressão, ropuxamento, attrito, inflammação chronica, syphilitica ou outra qualquer. Tratamento. Os medicamentos contra os condylonias e outras excrescencias, são: Thui. e nitri.-ac, ou ainda: Cie, euph., lye,phos.-ac, sabin. o staph. Muitas vezes obtem-se prompta cura, administrando alternativamente de tres em tres dias: Merc. e sulf. i F EAAUS. TINHA FAVOSA. Dermatose contagiosa e rebelde, parecendo ter sua sede nos folliculos pillosos do couro cabelludo, inflammados, ulcerados e secretando uma matéria albuminosa que se concreta nos caualiculos sebaeeos, produzindo pequenos pontos pruriginosos, branco-amarellados, com escamas de- primidas em dedo de luva, imbricadas. A atrophia do couro cabelludo e a alopecia são muitas vezes sua con- seqüência. Symptomas. Pequenas pústulas do couro cabelludo, amarelladas, deprimidas, atravessada- por um cabello, cujo diâmetro vai augmentando, isoladas ou confluentes, de cheiro característico, acompanhadas de rubor da pelle, deprimidas e trazendo alopecia. Tratamento.—L ocal. Epilação com uma pequena pinça de dentes, depois de ter friccionado, durante alguns dias, com um pouco de glycerina; immediatamente depois da epilação lavagens com água de sabão. Geral. Os melhores medicamentos são em geral:—1) Ars., cale, hep., lye, rhus., sul/, assim como:—2;) Baryt, cie, graph, oleand., phos., see, staph. e zinc^ Para a tinha amiantacea ou asbestina [eczma capilitii), em particular: Ars., carb.-an., merc, rhus. e sul/. 322 FEBRE AMARELLA Para a tinha annular: Cale, cie e sep. Para a tinha favosa ou lupinosa (favus, tinha malig- na:—1) Merc, phos.—2;) Baryt., cale e sul/. Para a tinha furfuracea (pityriasis capitis :—1) Alum., mez., oleand.—2;) Bry., cale, graph, kal, lach, rhus. e staph. Para a tinha granulosa ou sêcca:—1) Cale, sul/.—2;) Ars., hep., merc, phos. e rhus. Para a tinha humida (Achor, thica mmifluu:—1) Lye, ■*ulfl, sep.—2;) Hep.,rhus.—3;) Baryt., cale, cie,graph, oleand., staph. e zinc. FEBRE AMARELLA. FEBRE NOSOCOMIAL, PETECHIAL, PURPUREA, DOS CAM- POS, TYPHUS AMARILLUS, VOMITO NEGRO, TVPHUS ICTEROIDE. Moléstia, que se caracterisa pela côr amarella da pelle e das mucosas visíveis, constituindo esta côr seu caracter especial quando ó intensa, além dos vômitos negros e da retenção das ourinas. Symptomas. Phenomenos precursores precedem o esta- belecimento da febre em muitos casos, como sejão dis- plicência, prostração e anorexia. Depois desenvolve-se calor, com rubor da face, seguido de suor ; cephalalgia intensa e olhos vermelhos; sede viva, agitação pronun- ciada e orla pontilada nas gengivas, circumdando cada um dos dentes incisivos, caninos e pequenos mollares. Dores epigastricas ; vômitos que em começo são biliosos, depois escuros, e mais tarde com estrias, semelhando borra de café ou escarros de tabaco, e afinal negros e sanguinolentos. Côr amarella, ictericia, em começo nas conjunctivas, depois gradualmente em toda apelle;ou- rinus raras; quando a terminação tem de ser a morte, FEBRE AMARELLA 323 espasmos, delirios, sobresalto dos tendões, molleza e pequenez do pulso. A febre amarella pôde ser ligeira ou intensa. Esta tem tres periodos: Io, cephalalgia, dores nos membros, nuca, dorso e cadeiras, e calefrios; 2o, amarellidão caracterís- tica, com calma dos symptomas precedentes; 3o, ictericia, vômitos negros, hemorrhagias, etc. Deve notar-se que, quando a ictericia se manifesta desde o primeiro periodo, as curas são muito raras. A febre amarella, nas épocas de epidemia intensa, apre- senta grande freqüência de casos fulminantes; ordinaria- mente, porém, os seus tres periodos se passão regular- mente em um ou dous septenarios. A febre é tanto mais grave quanto mais abundantes são os vômitos negros, as diarrhéas desta côr e as hemorrhagias. Tratamento. Os melhores medicamentos contra a febre amarella são em geral: Acon., arg.-nitri., bry. e crotalus. Havendo vomito negro, são, segundo o Sr. Jahr: Ars.; segundo o Dr. Sabino: Bry. João Vicente Martins em- pregava com feliz resultado, em sua pratica, na epide- mia que reinou no Rio em 1850, nitrato de prata em solução e tomado ás colhéres. Em nossa pratica, da qual contamos sessenta e dous factos de cura de vomito negro, muitos dos quaes vem descriptos em nossa these de doutoramento do anno de 1856, empregamos de preferencia o crotalus-horridus. O nosso methodo seguido foi: no primeiro periodo acon. ás colhéres, de tres em tres horas, até estabelecer- se suor abundante, obtido o qual faziamos cessar im- mediatamente o emprego deste medicamento, porque verificamos que continuado, durante o suor, tem a pro- priedade de supprimir rapidamente a transpiração pro- duzida, e fazer passar a moléstia, com intensidade cres- cente, para os periodos subsequentes. No segundo periodo dávamos bell, bry. ou ars., conforme ião ou não em declinação os symptomas. No terceiro crotalus, em doses tanto mais repetidas quanto mais intensos erão os symptomas. Depois delle bry. para os vômitos, se se tornavão rebeldes, e ars. se as dejecções erão negras. 324 FEBRE BILIOSA, MENINGO-GÁSTRICA No caso de reluctancia dos phenomenos o pratico deve dirigir sua attenção para: Am., carb.-v. ou amm., rhus., ou i:inda: Cep., chin., rhinin.-s., ipee, merc e n.-vom. O pratico não deve perder de vista que a persistência no emprego dos primeiros medicamentos aconselhados é uma condição sine qua non da efficacia de sua acção, e somente deve despreza-lo para empregar o seu succe- daneo quando a marcha dos soffrimentos lhe indicar a inutilidade da acção do medicamento escolhido de entre os tres primeiros indicados. N. B.—A ultima epidemia nesta corte (1873) auto- risou o emprego da Ergotina— da 3a dynam. — dada ás gottas-—; a preparação era — 3 a 4 gottas em 4 onças dágua—uma colher de quarto em quarto de hora — até a cessação dos vômitos e das hemorrhagias. FEBRE ATAXICA. FEBRE MALIGNA. Irritação primitiva, o mais das vezes inflammatoria, dos centros nervosos e de suas dependência.-;, ou sympto- matica e i eaccional de uma inflammação, acompanhada de estado pyretico, com asthenia, hypersthenia ou ataxia das diversas funcções, particularmente das dos systemas nervoso e muscular. Esta denominação, segundo o estado da sciencia, nãu quer explicar senão uma forma da febre typhoide, para a qual remettemos o pratico, não só para a sua descripção symptomatologica como para o tratamento especial que a esta fôrma convém. FEBRE BILIOSA, MEftTAGO-GASTMICA. Yide Embaraço gástrico. FEBRE HECTICA 325 FEBRE BIJLLOãA. Vide Pemphigus. FEBRE HECTICA. FEBRE LENTA. HECTISIA. Febre hectiea é a reacção pyrectica (febre) lenta, contínua, proveniente de alterações profundas da eco- nomia por effeito de absorpção de pús contido em focos, de inflammações chronicas e de nevroses intensa>, ca- racterisando-se por fraqueza e emmagrecimentü do in- dividuo, suores, diarrhéas colliquativas e exacerbação á tarde. Tratamento.—§ 1.° Os medicamentos que até hoje têm sido empregados com mais resultado contra as diversas febres de consumpção, são em geral:—1) Ars., cale, chin., coce, ipee, phos., phos.-ac, sil, sulf.—2;) Bell, con., cupr., dig., hell, hep., ign., iod, kal, lach., lye, merc, n.-vom., puls., sep., staph., veratr., zinc—3 ;) Sang. e chin.-s. § 2.° Para as febres hecticas nervosas (febres nervosas lentas), ão principalmente: Ars., chin., coce, merc, mosch., n.-vom., phos.-ae, staph. e veratr. As febres hecticas com affecções e lesões orgânicas locaes, taes como inflammações chronicas, suppurações, etc. (febres hecticas propriamente ditas), exigem, antes de tudo, medicamentos apropriados á lesão de que ellas dependem, mas que de ordinário entrão no quadro de: Phos., sil, sulf., ou ainda: Bell, cale, canth, hep., lach, lye, merc. e puls. 326 FEBRE IMFLAMMATORIA As febres hecticas causadas por commoções moraes, pe- sares prolongados e nostalgia, pedem de preferencia Phos.-ac. e staph., ou talvez ainda: Ign., lach, merc, e mesmo: Ars. ou graph. Para as que são conseqüentes a perdas debilitantes (perda de sangue, excesso de coito, onanismo, etc), são sobre tudo: Chin., n.-vom.,phos.-ae,sulf., ou ainda: Cale, cin., lach., staph, etc. As que se declarão em conseqüência de moléstias gra- ves, sobretudo de moléstias nervosas, febres typhoides, cholera, etc, exigem de preferencia: Coce ou bell, hyos., phos.-ac., ou ainda : Ars., chin. e veratr. Para as febres hecticas causadas por dyscrasias, taes como as escrophulas, etc. Veja estas moléstias. FEBRE IMFLAMMATORIA. FEBRE CONTINUA SIMPLES, SYNOCA SIMPLES, AGUDA, SANGÜÍNEA, FEBRE ANGIOTENICA, ANGIOCARDITE, PHLOGOPYRA, PLETHORA SANGÜÍNEA COM REACÇÃO PYRETICA. Estado febril contínuo desnudado de todo o symptoma grave e de toda a preponderância local. Symptomas. Mais intensos que os da febre ephemera, porém menos que os da forma inflammatoria da febre ty- phoide. Cephalalgia, quebramento dos membros; algu- mas vezes vômitos; em começo um pouco de agitação á noite, constipação ligeira, ourinas vermelhas e carre- gadas, pulso de 90, 100 e 110 pancadas, cheio, forte e regular. No estado de perturbação da circulação podem sobrevir congestões, inflammação nos diversos órgãos, donde as febres pneumonia», pleureticas, gástrica dos FEBRE IMFLAMMATORIA 327 antigos. A moléstia pôde, além disto, revestir a fôrma mucosa e biliosa; calor de 39 a 41°. A febre inflammatoria simples dura de quatro a oito dias. Não tem convalescença. A terminação é quasi sem- pre feliz, sendo annunciada por um herpes labialis, por suores ou movimentos críticos, como epistaxis, fluxo he- morrhoidal, evacuações alvinas. Tratamento — § 1.° Os melhores medicamentos são em geral:—1) Acon., bell, bry., cham., merc, n.-vom., assim íomo em outros casos —2;) Ars., chin., coff., hyos., \>je, puls., sul/-— 3;) Cann., chin.-s., coce, hep., ipee, kal, kch, mez., natr.-m , nitri., nitri.-ac, op., phos., sep. e ve- rctr. 5 2.° Para as febres iuflammatorias francas ou a syroca, são principalmente: Acon., bell, bry., e talvez que ainla: Ars., cham., hyos., merc, rhus., puls. esulf. Se as febres tomão um caracter nervoso ou ataxico com symotomas cerebraes, se deverá preferir : Bell, bry , chan,., hyos., n.-vom., op.,phos.-ac. e rhus. § S.° Aconitum quando houver: calor ardente precedido de calefrios ou misturado de horripilações, sede arden- te, pele o mais das vezes sêcca e ardente, /ace vultuosa, quente ? rubra, ou placas vermelhas nas faces; ou rubor da face aWxnando (sobretudo endireitando-se) com pallidez ; olhos \ermelhos, inflammados e dolorosos: insomnia; grande %gitação ejactação, ás vezes com anciedade, temor da more com gritos e gemidos; pulso cheio e duro ou supprimdo; dores de cabeça violentas ; gravativas e pulsa- tivas, delrios nocturuos, lábios e boca sêccos ; lingua limpa e humida; palavra precipitada e balbuciante; ourinas vermelho-carregado; oppressão de peito, com respiração curta, ancosae rápida ;pontada no peito ou nos lados; tosse curti; batimentos de coração ; dores nos membros. (Comp. BeL, bry. e cham.) Belladont, havendo : calor interno e externo, com rubor carregado di facee dos olhos ; sede ardente com desgosto das bebidas e desejo contínuo de beber sem o poder 328 FEBRE INFLAMMATORIA conseguir;pelle humida e viscosa; vontade de dormir de dia, com insomnia á noite; ou somno agitado com sobresaltos e repuxamento nos membros; perda do conhecimento, mur- múrios e carphologia, ou gritos e convulsões, ou delírios furiosos, visões medonhas e desejo de fugir; cabeça quente; dores de cabeça violentas, sobretudo na fronte; pupillas dilatadas; olhar furioso e incerto ; photophobia ; boca e lábios sêccos ; cantos da boca ulcerados; palavra pre- cipitada e indistincta; dores de garganta com disphagia; tosse com dores de cabeça e rubor da face; ourinas raras, amarellas; picadas nos membros; apparecimento de manchas na pelle. 'Comp. Acon., cham. emerc.) Bryonia, havendo: calor intenso ou calefrio, um ou outrí com rubor e calor da cabeça e da face; suor nocturno, maxime ao amanhecer; sede inextinguivel, seguida ts vezes de vômitos; desejo de dormir; com sobresaltos, gritos e delirios, desde que os olhos se fechão; delírios de dia e de noite; grande fraqueza geral; pulso duro, chíio e accelerado; cephalalgia estupefaciente, com vertigens, endireitando-se; embotamento dos sentidos, do ouvido í da vista; lábios sêccos; pressão na cavidade do estomego ; constipação; tosse sêcca com dôr na cavidade do estô- mago ; pontadas no peito e nos lados; dores lancinantes e despedaçadoras nos membros. (Comp. Aon., bell, tham. e n.-vom.) Chamomilla, havendo: calor interno e externo prece- dido ás vezes de calefrios ; ou calor na face e noi olhos com rubor (sobretudo de uma) das faces; sede ardente com ardor da boca até o estômago; insomnia con agi- tação, ou somno com sonhos anciosós e sobresaltos; grande inquietação e anciedade ; dores de cabeça semi- lateraes; vertigens, endireitando-se, com obscurdade ou scintillamento diante dos olhos e accessos de desmaio ; lingua vermelha e fendillada; gosto amarje^daboca e dos alimentos ; arrotos e vômitos azedos ou biliosas; grande anciedade, tensão e pressão no epigastrio e nof hypocon- drios ; colicas e diarrhéa ; ourinas quentes, ardeites; dôrea nos membros, na face, na cabeça; hálito féido, soffri- mentos asthmaticos. (Comp. Acon., bell e n.vom.) FEBRE INTERMITTENTE 329 Mercurius, havendo: calefrios alternando com calor; pelle vermelha; sede ardente, ás vezes com desgosto das bebidas; pulso freqüente e cheio ; dores gravaticas e com- pressivas na cabeça; face vermelha e vultuosa ; vertigens, endireitando-se; lábios sêccos e ardentes ; lingua humida e carregada de um enducto branco ou amarello; sensibili- dade dolorosa das regiões hypocondriaca, precordial e um- bilical; grande angustia ; agitação, sobretudo de noite, com insomnia; desejo de dormir de dia; humor iras- civel. (Comp. Bell.) Nux-vomica, havendo: calor, sobretudo na face, mistu- rado ás vezes de horripilações; pelle sêcca, ardente; pulso duro e freqüente; grande fraqueza e accessos de des- maio ; angustia com batimentos de coração, ou com temor da morte; superexcitação de todo o systema nervoso; in- somnia ou somno comatoso; dôr de cabeça compressiva, aggravada abaixando-se; face rubra, quente, ás vezes com frio no corpo; lingua sêcca e branca; sede com ardor na garganta; dôr pressiva no estômago e no epigastrio; cons- tipação; membros como quebrados; caracter irascivel e susceptível. (Comp. Bry e cham.) FEBRE TATERMITTEIWE. Accessos pyreticos caracterisados pelos estádios de frio, calor- e suor, voltando periodicamente com intervallos quasi iguaes e mais ou menos afastados (quotidiana, terça, quarta, etc), entre os quaes existe uma apyrexia completa. Tratamento.— §1.° Os melhores medicamentos são :—1) Ars., chin., ign., ipee, lach, natr.-m., n.-vom., puls., rhus. —2;) Acon., ant, arn., bell, bry., cale, caus., carb.-v., cham., cin., op., veratr.—3°) Canth, coce, coff., dros,, hep., hyos., men., merc, mez., n-mos., sabad., samb., sep., staph, sulf., thui., valer. — 4;) Ang., chin.-s., cupr., hell, kal, n.-jugl, phos., e sang. 330 FEBRE INTERMITTENTE § 2.° Contra as febres dos pântanos, principalmente: —1) Ars., chin., ipee;—2;) Arn,, carb.-v., cin., ferr., natr.-m., rhus., sang. e veratr. Contra as febres que se manifestão no estio ou na pri- mavera, assim como nos paizes quentes, sobretudo :— Ars., bell., cale, caps., cin.,ipee, lach., sulf., veratr. — 2;) Ant, bry., carb.-v., natr.-m., n.-vom., puls. e thui. Contra as febres desnaturadas pelo abuso da quina, principalmente:—1) Arn. ars., bell, ipee, ferr., lach., puls., veratr.—2;) Cale, caps., carb .-v., cin., merc, natr.-m., n.-vom., sep. e sulf. Contra as febres do outomno: Bry., chin., n.-vom.> rhus. e veratr. § 3.° Quanto ao que diz respeito ao typo das febres, os medicamentos que parecem corrresponder a todos oa typos simples, são:—1) Am., ars., bell.j bry., carb.-v., chin., cin., hyos., ign., ipee, natr.-m., n.-vom., puls., rhus., sulf., veratr.—2;) Acon., ant,, cale, caps., cham., coce, coff., dros., ferr., hep., merc, mez., n.-mosch, op., sabad., samb., sep., staph., thui e valer. Para as febres de typo duplo: Ars., bell, chin., dulc, graph, n.-mos., puls., rhus. e stram. Tem-se curado as febres quotidianas com :—1) Acon. ars., bell, bry., cale, caps., carb.-v., chin., cin., ign., ipee lach, lye, natr.-m., n.-vom., puls., rhus., stram., sulf. veratr.—2;) Alum., con., graph, petr., sabad. e veratr. As febres terças com:—1) A's., bell, bry., canth, carb.-v., chin., ipee, n.-vom., puls., rhus.—2;) Ant, arn., cale, caps., cham., chlor., cie, dros., dulc, lach, lye, mez., natr.-m., n.-mos., n.-vom., rhus., sabad., staph. e veratr. As febres quartas com: —1) Ars., puls., veratr. — 2;) Acon., arn., carb.-v., hyos., ign., iod., lye, n.-mosch. e sabad. As que voltão todos os quinze dias, com: Ars. Contra as que voltão todos os annos tem-se recom- mendado : Ars., carb.-v. e lach. FEBRE INTERMITTENTE 331 § 4.° Quanto á hora em que as febres apparecem, os medicamentos que correspondem a todas as horas do dia, são principalmente: Ars., bell, bry., chin., ipee, natr.-m., n.-vom., puls., rhus., sulf. e veratr. Para as febres matutinas (que apparecem de manhã ou na madrugada) de preferencia:—1) Ars., bell, bry., cale, cham., lach, natr.-m., lach, n.-vom., sabad., staph., veratr.—2;) Ars., carb.-v., chin., con., graph, guai., hep., lye, merc, nitri.-ac, sep., sil, spig., spong., sulf e zinc. Para as febres vespertinas (que apparecem depois do meio dia ou d tarde:—1) Arn., ars., bell, bry., carb.-v,, lach, nitri.-ac,puls., rhus., sulf.—2;) Acon., alum., cale, carb.-an., carb.-v., dulc, graph, ign., ipee, lye, merc, n.-vom., petr., sabad., sep. e staph. Para as febres nocturnas:—1) Bell, carb.-v., cham., merc, n.-vom., rhus., veratr.—2;) Amm.-m., ars., baryt, borax., cale, caps., carb.-an., caus., hell, hep., nitri.-ac, phos,, puls., sep., squill, staph, stram., sulf. e thui. § 5° Quanto á composição das febres, se achará con- stantemente indicadas de preferencia: a) Contra as febres que somente constão de frio com pouco ou nenhum calor nem suor, de modo que haja predominância do frio:—1) Bry., canth, caps., cham., n.-vom., puls., sabad , veratr.—2;) Coff., hyos., iper.., petr., phos., rut. o staph. b) Quando houver somente frio e calor, mas que ainda falte o suor, ou pelo menos sendo em tão pequena quan- tidade que não seja apreciável:—V)Arn., ars., bell, bry., carb.-v., cham., dulc, ipee, nitri.-ac, n.-vom., rhus., sulf. — 2;) Acon., caps., carb.-an., hell, lye, merc, phos., phos.-ac, puls., sabad., sep., spig., sulf., tart. e valer. c) Havendo frio e suor e que falte o calor ou que este seja pouco considerável:— 1) Caus., mags.-aus.,puls., rhus., veratr.—2); Amm.-m., ars., bry., carb.-an., lye, sabad., sulf. e thui. d) Quando predominar o calor e que sejão minimos íaDto o frio como o suor:—1) Acon., bell, bry., ipee, 332 FEBRE INTERMITTENTE n.-vom., sabad., sil, valer., veratr.— 2;) Ars., cale, coff., dulc, lach., lye, op., phos., puls., staph. e sulf. e) Quando predominar o suor e o calor e que o frio quasi não exista :— 1) Ars., caps., carb.-v., cham., coff., led., n.-vom., op., phos., rhus., stram.— 2;) Acon., amm., bell, bry., carb.-an., chin., cin., hep., hell, ign., ipee, puls., sabad., spig., staph, tart, valer, e veratr. f) Quando é o suor quem predomina:— 1) Bell, bry.> cale, chin., hep., merc, rhus., samb., sep., sul/.—2;) Acon., ars., carb.-v., graph, natr.-m. e %>uls. g) Quando são igualmente intensos tanto o frio como, o calor e o suor:—1) Arou., ars., bry., caps., cham,, graph., ign., ipcr., rhus., sabad., spong., veratr.—2;) Chin., cin., hell., hep., lye, mags.-aus., nitri.-ac, n.-vom., phos. puls., sabin., staph. e sulf. § 6.° Quanto á ordem que seguem os phenomenos ou os symptomas febris, achar-se-ha preferíveis : a) Quando a febre começa pelo frio e que lhe succede o calor:—lj Acon., arn., bell, cin., natr.-m., n.-vom.,puls., rhus., spig., sulf.—2;) Bry., caps., dros., chin., carb.-v., hyos., ign., ipee, natr.-m., petr., phos., phos.-ae, sabad. e veratr. b) Quando ella começa por calor e que o frio \ em depois:—1) Bry., cale, raps., n.-vom.,sulf.—2;) Bell, lye, puls., sep. e staph. c) Quando o calor alterna com o frio :—1) Ars., bry.> cale, chin., merc, n.-vom.—'2;) Asar., baryt, bell, coce, lye, natr.-m., phos., phos.-ae, sabad., sil, spig., sulf. e veratr. d) Quando o calor e o frio existem simultaneamente: —l)Acon., ars., bell, cale, cham., hell, ign., merc, n.-vom., puls., rhus., sep.—2;) Anae, asa., bry., chin., ipee, lye, nitri.-ac, oleand,, rhab., sabad., spig., sulf. e veratr. E se então o calor é no exterior e o frio no interior: —1) Acon., ars., bell, cale, coff., ign., lach, lye, merc, nitri., n.-vom., phos., sep., sil, squill, staph , ou sendo o calor interno e o frio externo : Am., bry., chin., hell, FEBRE INTERMITTENTE 333 merc, mosch., puls., phos.-ae, rhus., sab., spong., stann. e veratr. e) Quando logo depois do frio apparece o suor, sem que tenha havido ainda calor :—1) Carb.-an., caus., lye, rhus., thui., veratr.— "2; Bry., caps., lye, mags-aus. e sab. Se o suor existir simultaneamente com o frio:-—1) Lye. puls., sabad., sulf. — 2 ;) Ars., cair., led., n.-vom, e thui. f) Quando o suor não vem senão depois do calor :— 1) Ars., cham., ipee, rhus., veratr.— 2 ;) Bry , carb.-v., chin., cin., coff., graph, hep., lye, nitri.-ac, op.,puls., spong., staph, sulf.— T£> se o suor acompanha o calor:—1) Bell, caps., cham., hep., n.-vom., op., rhus.— 2 ;) Acon., bry., chin., cin., hell, ign., ipee, merc, phos., sabad., spig., valer., staph. e veratr. § 7.° Em relação á sede, são particularmente indi- cados : a) quando ha sede desde o começo da febre prece- dendo os calefrios : Ars., chin., puls. Quando ella appa- rece durante os calefrios : — 1 ) Acon., bry., caps., carb.- v., cham., cin., ign., natr.-m., n.-vom., rhus., veratr.—2;) Ant., arn., ars., cale, hep., ipee, kal., natr. o sulf. Quando só apparece depois dos calefrios: Ars., chin., dros., puls., sabad. e thui. b) Quando não apparece a sede senão durante o calor '■ —1) Acon., bell, bry., cale, cham., hep., hyos., lach, merc, sep., natr.-m., rhus., sulf.—2;) Caps., chin., n.-vom., puls., sil,, valer, e veratr. E se não ha sede nem mesmo durante o calor : —-1 ) ,lr*., camph., caps., carb.-v., chel, chin., kal,ign.,ipee, meu., merc, n.-mos., sabad.— 2;) Bell, lach., n.-vom., puls., rhus., samb., sep., spig., sulf. e veratr. c) Quando não ha sede senão depois do calor: Amm.- m., chin., n.-vom., op., puls, e tart Se ella se realisa durante o suor : .Ir*., eham., chin., hep., merc, natr., natr.-m., puls., rhus., stram. e veratr.; manifestando-se, porém, depois do suor: Lye, n.-vom. o sabad. 334 FEBRE INTERMITTENTE § 8.° Quanto aos symptomas accessorios que costu- mão acompanhar as febres, como sejão : Dores fortes nos membros : Ars., chin., hell, ign., natr.-m., n.-vom., rhod., rhus. e veratr. Havendo fraqueza e molleza geraes: Ars., chin., ferr., hyos., lach, lye, mez., natr.-m., n.-vom., phos.-ae. e rhus. Symptomas hydropicos : Ars., chin., ferr., hell. e stram. G-rande vontade de dormir e somnolencia : Bell, hell, carb.-v., hyos., lach., op., puls., rhus. e tart. Forte superexcitação nervosa e cerebral: Acon., ars., bell, bry., cham , coff., ign., lye, n.-vom. e puls. Congestão tia cabeça (delírios, vertigens, etc): Acon., bell, bry., camph., carb.-v., coloe, hyos., lach., n.-vom., op., puls., rhus., stram. e valer. Dores agudas na cabeça: Arn., ars., bell, chin., ign., lach., lye, mez., natr.-m., n.-vom., phos., rhod., rhus., sep. o spig. Havendo excesso de symptonias gástricos : Ant., ars., asar., bell, bry., cham., chin., dig., ign., ipee, natr -m., n.-vom., puls., stram., sulf. e tart. Diarrhéa : Arn., ars., cham., chin., coloe, ipee., phos., phos.-ae, puls., rhus. o veratr. Constipação: Ars., bry., cale, lye, natr.-m., n.-vom. e veratr. Havendo soffrimentos hepaticos: Ars., chin., merc, n.-vom Soffrimentos splenicos : Ars., caps., cham., chin., mez., n.-vom. Soffrimentos catarrhaes (de fluxos do peito ou da cabeça, dores de garganta, etc): Acon., bell, bry., ehin., con., hep., kreos., lach., merc, n.- vom., puls., rhus., sabad., spig. e sulf. Soffrimentos asthmaticos :Acon , ant., arn., ars., bry., chin., ferr., hep., ipee, lach., n.-vom., phos., puls., sep. e sulf. Quando antes do accesso de febre propriamente dita ap- parece algum destes soffrimentos: —1) Am., ars,, carb.- v,, chin., ipee, natr.-m., puls. e rhus. —2;) Bell, cale, cin., hep., ign., n.-vom.,phos., spong. e sulf. Se apparecerem durante os calefrios: —- 1 ) Ars., bry., FEBRE INTERMITTENTE 335 caps., chin., hep., ign., natr.-m., n.-vom., puls., rhus., veratr.—2;) Am., cale, carb.-v., cin., hell, ipee, lach, merc, mez., n.-mosch., sabad. e sep. Durante o calor :—1) Acon., ars., bell, carb.-v., cham., ign., natr.-m., n.-vom., op., puls., rhus.— 2;) Bry., cale, caps., chin., coff., dros., hyos., ipee, lach., merc, op., phos.-ac, sep., sil, sulf. e veratr. Durante o suor : Acon., ars., bry., cham., lach., merc, natr., n.-vom., op., phos., puls., rhus., sep., sul/, veratr. e zinc. Depois do accesso febril: Ars., bry., carb.- v., cie, coff., ign., lach., lye, n.-vom.,plumb.,puls., rhus., sabad. e sil § 9.° Arsenicum. Desenvolvimento simultâneo de cale- frios e calor, ou calefrios alternando com o calor; ou frio interno com calor externo ou vice-versa; calor ar- dente com ausência de suor ; ou calor e calefrios pouco desenvolvidos ; soffrimentos accessorios com os calefrios, como sejão: dores nos membros, anciedade, calor passa- geiro, oppressão de peito, dores de cabeça, vertigens ou mesmo delirios; fraqueza extrema; dores de estômago vio- lentas, acompanhadas de náuseas i- vontade de vomitar ; dores violentas nos membros: disposição a affecções hy- dropicas. (Comp. Chin., /err., ipee e veratr.) China. Sede ordinariamente antes dos calefrios e do calor, depois delles ou durante o suor. Durante os calefrios adyp- sia; congestão e dores na cabeça ; pallidez da face. Du- rante o calor, boca, lábios sêccos e ardentes, com face rubra; somno agitado, depois do accesso; tez amarellada ; symp- tomas biliosos ou hydropicos; inchação do baço e fí- gado com endurecimento. Ignatia. Allivio do frio pelo calor exterior ; horripilações internas, durante os calefrios; náuseas e vômitos, com tez pallida; durante o calor adypsia, dores na cabeça, vertigens, face pallida ou alternativamente pallida e ver- melha, ou rubor somente de uma das faces; cephalalgia, dor no estômago com fadiga; erupções nos lábios e noa cantos da boca. 336 FEBRE INTERMITTENTE Ipecacuanha. Medicamento que tem a propriedade de, quando não é indicado, poder todavia mudar a natureza da febre alterando-a de modo que depois: Am., chin., ign , n.-vom., ou ars., carb-v. o cin. podem cura-la. Aggravação dos calefrios pelo calor exterior, com adypsia; durante ou entre os accessos, náuseas, vômitos e vários outros symp- tomas gástricos, com lingua limpa ou saburrosa. Nux-vomica. Durante os calefrios, pelle, mãos, pés e rosto azulados e frios, bem como as unhas ; durante o calor, dores de cabeça e zunido de ouvidos; calor na cabeça e na face com rubor dos pomos e sede; durante os calefrios e o calor affecções gástricas ou biliosas; constipação. Este medi- camento convém depois de ipee (Comp. Ars., bry., chin., ign. e puls.) Pulsatilla. Exacerbação depois do meio dia ou á tarde; soffrimentos gástricos e biliosos. (Comp. Ign., n.-vom., chi- ou : Ant. e cham.) Rhus. Durante os calefrios, dores nos membros, ver- tigens e dores de dentes; durante ou entre os accessos febris, em geral, estremecimentos convulsivos; erupção ur- ticaria, colicas, etc. (Comp. Ars., ign., n.-vom. e puls.) § 10. Aconitum. Calor ou calefrios violentos; calor na cabeça e na face; angustia e palpitações do coração; pontadas pleureticas. Belladona. Dores de cabeça violentas com atordoa- mento ; calefrios e horripilações parciaes. Bryonia. Predominância do frio e dos calefrios; calor predominante, seguido, porém, de calefrios, com pontadas do lado; durante o calor dores de cabeça e vertigens ; lingua saburrosa; aborrecimento dos alimentos; sede excessiva; constipação ou diarrhéa. Capsicum. Cumulo excessivo de mucosidades viscosas na boca, na garganta e no estômago; diarrhéa com eva- cuações mucosas e ardentes; máo humor ; anciedade e ator- doamentos que augmentão com o frio. Cina. Vômitos e bulimia, antes, durante ou depois dos FEBRE MUCOSA, FITUITOSA, CATARRHAL 337 dos accessos; pupillas dilatadas; emmagrecimento ; symp- tomas verminosos. Mercurius. Calor misturado com calefrios; suores abun- dantes, ácidos ou fétidos, com palpitações de coração. FEBRE MUCOSA, PITIJITOSA, GATARRH&L. ADENO-1ÍENINGÉA. A febre mucosa não sendo senão uma modificação da gastro-interite folliculosa, é, como ella, uma irritação dos folliculos da mucosa digestiva com hypercrinia e excesso de actividade da secreçâo, desenvolvida de pre- ferencia nos individuos lymphaticos, sob a influencia de causas que tem por fim abater-lhes as forças. Tratamento.—Htgienico. Ar puro, sêcco e renovado; roupas de flanella sobre a pelle; regimen tônico e esti- mulante; fricções sêccas, exercicio moderado e distracções; ngua vinosa. Medico.—§ 1.° Os melhores medicamentos são em ge- ral:—1) Acon., bell, bry., cham., coce, ipee, merc, n.-vom., puls.—2;) Ant, coloe, dig., rhus., squill, tart., veratr.—3;) Daph, gran. e sulf. § 2.° Se a affecção gástrica franca predomina (febre saburral): Ant, ipee, n.-vom , puls., ou :Bry., cham., coce, dig., rhus., sulf., tart, verat, ou: Bell, daph. c squill. Havendo predominância de symptomas biliosos (febre biliosa), principalmente: Acon., bry., cham., chin., co<-c, n.-vom., puls., ou: Ars., coloe, daph., dig., gran., ipee e sulf. Havendo predominância das secreções e excreções mu- cosas (febre mucosa), de preferencia: Bell, chin., dig., merc, puls., rhus., ou: Ars., cham., cin., dulc, ipee, n.-vom., rhab., spig. e sulf. 338 FEBRE MUCOSA, PITUITOSA, CATARRHAL Se as febres se caracterisarem ou complicarem-se de affecções verminosas (febre verminosa), são principal- mente: Cie, cin., merc, sil, spig., sul/., ou: Acon., dig., hyos., n.-vom., sabad., stann., stram., teuc. e valer. § 3.° Quanto ao caracter que estas febres podem affectar, se houver symptomas inflammatorios bem pronunciados (febre gástrica inflammatoria), são princi- palmente: Bell, bry., cham., merc, puls. e tart. 0 aconito só será indicado quando houver sympto- mas biliosos, mas nunca contra um estado puramente gás- trico, por mais pronunciada que seja a inflammação. Se se apresentarem symptomas nervosos (febre gás- trica nervosa ou ataxica), serão sobretudo : Bell, bry., coce, rhus e veratr., ou ainda: Ars., chin., carb.-v. o hyos. A febre com symptomas de podridão (febre gástrica pútrida), de preferencia: Ars., carb.-v., chin,, onere, phos.- ac, rhus., sul/, e sulf.-ac. § 4.° Quando estas febres provierem de uma indigestão exigem: Ipee. oupuls., ou ainda: Ant, bry., n.-vom., tart e sul/. As por effeito de um resfriamento, principalmente: Acon., bell, bry., cham., ipee, merc, n.-vom.,puls. e sul/. As provenientes de um resfriamento do estômago por água fria, gelados ou ácidos, são : Ars. e puls., ou ainda: Natr.-m., sul/., sul/.-ae e mesmo lach. As que forão provocadas por uma contrariedade ou cólera, exigem o mais das vezes: Cham. ou coloe, ou ainda : Acon., bry., chin., n.-vom. ou staph. Tendo o doente já feito abuso da chamomilla, puls. § 5.° Aconitum no começo da moléstia, havendo predomi- nância dos symptomas biliosos, com lingua carregada de mucosidades amarelladas, gosto amargo da boca, de todos os alimentos e bebidas; sede ardente; arrotos e vômitos amar- gos, esverdeados (vômitos de lombrigas), dejecções suppri- mldas ; ourinas vermelhas e raras; calor sêcco, com pulso cheio e freqüente; insomnia com agitação. (Comp. Bry. e cham.) FEBRE MUCOSA, PITÍTTOSA, CATARRHAL 339 Bellar7ona: Lingua carregada de uni enducto espesso amarellado ou esbranquiçado: aversão ás bebidas; gosto ácido do pão de centeio ; vômitos de matérias ácidas, amar- gas ou mucosas; calor sêcco, maxime na cabeça, com sede, alternando com calefrios; dores violentas na cabeça, como se fosse tudo sahir pela fronte; somnolencia de dia, com insomnia á noite, (Comp. Cham. e merc.) Bryonia : Gosto amargo, principalmente depois de ter dormido, ou pútrido; gosto pelo café, bebidas ácidas, ou vinho, com repugnanáa dos alimentos sólidos; vômitos de bilis, sobretudo depois de ter bebido ; picadas no estômago ou no lado, na cabeça, ou nos membros, principal rente tossindo ou andando; pressão e tensão no estômago, sobre- tudo depois de comer; (onstipação, calor intenso, com sede ardente ou /rio e calefrios por todo o corpo, com rubor e calor da face; grande fraqueza. (Comp. Acon , cham, o n.-vom.) Chamomilla : Gosto amargo da boca c dos alimentos; chei- ro/étido da boca; anorexia, náuseas, ou arrotos e vômitos amargos e ácidos; grande anciedade, tensão e pressão no epigastrio, nos hypocondrios e no estômago; constipação, ou dejecções diarrheicas, esverdinhadas, ou de cheiro azedo, as- semelhando-se et ovos batidos; calor sobretudo na /ace e nos olhos, com rubor (especialmente de uma) das faces ou calor misturado de horripilações. (Comp. Acon., bell, n.-vom. e puls.) Ipecacuanha : Lingua carregada de mucosidades espes- sas amarelladas, repugnância de todos os alimentos (sobre- tudo das cousas gordas), com vontade de vomitar; náuseas, com regurgitação e vômitos dos alimentos ingeridos ; dejec- ções diarrheicas amarelladas: tez pallida, amarellada; do- res de cabeça, na fronte. (Comp. N.-vom. e puls.) Mercurius : Lingua humida e carregada de um enducto branco, gosto nauseabundo, pútrido ou amargo; vômitos de matérias mucosas ou amargas; sensibilidade dolorosa dos hypocondrios, do estômago, do epigastrio ou da região um- bilical, maxime á noite; somno de dia com insomnia á noite; sede ardente. (Comp. Bell.) 340 FEURE PDERPERAL Nux-vomica: Lingua sêcca e branca, sede ardente, com ardor da garganta; gosto amargo ou pútrido; arrotos amar- gos, náuseas contínuas, sobretudo ao ar livre; vômitos dos alimentos ingeridos; gastralgia;prisão etensão dolorosa em todo o epigastrio e nos hypocondrios; colicas espas- modicas ; constipação, com desejo freqüente mas inútil de ir á banca, ou pequenas dejecções freqüentes, diarrhei- cas, amarelladas, mucosas ou aquosas; dor de cabeça com- pressiva na /ronte, com vertigens; /ace rubra, e quente ou amarellada e térrea; membros como quebrados. (Comp. Acon., bry., cham., ipee o puls.) Pulsatilia: Lingua carregada de mucosidades esbran- quiçadas; gosto pastoso insipido ou amargo, sobretudo depois da deglutição ; repugnância pelos alimentos, sobre- tudo gorduras ou carne, com appetite pelos ácidos e be- bidas espirituosas; pituilas, regurgitação dos alimentos, náuseas e vontade de vomitar insupportaveis; vômitos de matérias mucosas e esbranquiçadas, amargas e esverdeadas ou ácidas; vômitos dos alimentos ingeridos; constipação ou dejecções diarrheicas brancas, mucosas ou biliosas e esverdinhadas; cale/rios freqüentes, com adypsia. (Comp. Cham., ipee e n.-vom. ) Colocyntis : So depois de uma indigestão se declara: febre biliosa com gastralgia, colicas espasmodicas e diar- rhéa, renovando-se depois de ter comido, por pouco que seja; caimbras nas barrigas das pernas, e quando bry., n.-vom., cham. o puls. não tem bastado para a cura. FEBRE PUERPERAE. METROPERITONITE-PUERPERAL. Febre que sobrevem depois do parto, conseqüente á inflammação do utero ou do peritoneo. Symptomas.—Locabs. Dôr no abdômen, ás vezes ligei- ra, com abobadamento; entumescencia do ventre; utero FEBRE PUERPERAL ?41 volumoso; sonoridade geral, com algum som massiço nas partes declives, renitencia; calor no collo uterino e na vagina; o mais das vezes diminuição dos lochios; decu- bitus dorsal. Geraes. Calefrios freqüentes; náuseas, vômitos esver- deados, inappetencia e alteração; constipação; dysuria; pulso pequeno, muito freqüente; pelle sêcca; calor; face contrahida; hippocratica; respiração accelerada. Tratamento. Os melhores medicamentos são em geral:—1) Acon., bell, bry., cham., coff., coloe, n.-vom., rhus.—2;) Am., ars., hyos., ipee, laur., merc, plat., puls., see, stram. e veratr. De entre estes medicamentos se deve escolher de preferencia: Aconiíum, quando houver: Febiv violenta, com calor sêcco e ardente, sôde intensa de bebidas frias; face rubra e quente; respiração curta e oppressa; ventre inchado, com grande sensibilidade ao toque e colicas periódicas; lochios raros, sanguinolentos e fétidos. (Depois de Acon. convém bell. ou bry.) Belladona : Enchimento meteoristica do ventre, com dores lancinantes ou colicas violentas, espasmodicas, como se parte do intestino tivesse sido agarrado por unhas; ou pressão penivel nas partes genitaes; grande sensibilidade do ventre; oppressão; calefrios em algumas partes do corpo, com calor simultâneo de outras; — ou calor ardente, prin- cipalmente da cabeça ou do rosto, com /ace e olhos_ ver- melhos; cephalalgia na íronte, com pulsação das carótidas; dysphagia, com espasmos da garganta; insomnia com agitação, ou somnolencia soporosa, delírios /uribundos ou outros symptomas cerebraes; lochios pouco abundantes, serosos c mucosos; ou mctrorrhagia, com sahida dj sano-ue cohgulado e fétido; seios inchados e inflamma- dos! ou flaccidose sem leite; constipação ou dejecções diarrheicas mucosas. (Se bell não fòr sufficiente, será hyos. o medicamento que lhe deve sueceder.) Bryonia: Ventre inchado e excessivamente doloroso á 342 FEBRE OU AFFECÇÃO TYPHOIDE pressão, e ao menor movimento do corpo, com constipação; dores lancinantes no ventre, aggravadas pela pressão; febre com calor ardente por todo o corpo e sede exces- siva de bebidas frias. Chamomilla: Mamas flaceidas e vasias, com metastase do leite para os órgãos abdominaes, e diarrhéa esbran- quiçada; lochios pouco abundantes; ventre inchado e muito sensivel á pressão; colicas como as dores do parto; calor, com face rubra; sede; exacerbação nocturna e suor, depois grande agitação e superexcitação nervosa. Nux-vomica: Quando os lochios tiverem desapparecido subitamente, com sensação de peso e ardor nas partes genitaes e no ventre; ou sendo muito abundantes, com dores de cadeiras violentas, dysuria e ardor ourinando; constipação; náuseas e vontade de vomitar, ou mesmo vô- mitos; /ace rubra; dores rheumatismaes nas coxas e pernas, com entorpecimento destas partes; cephalalgia pressiva, ou pulsativa; com vertigens, obscurecimento da vista, zumbido de ouvidos e accessos de des/allecímento. Bhus: Indispensável quando o systema nervoso é affectado desde o começo, que a menor contrariedade ag- grava os soffrimentos, e quando os lochios brancos tornão-se sanguinolentos, com sahida de coalhos. FEBRE mi AFFECÇÃO TYPHOIDE. FEBRE EXTERO - MESENTERICA , DATHINENTERITE, GASTRO - ENTERÍTE ADYNAMICA. ILIO-DYCLIDITE, PÚTRIDA, MALIGNA, SYNOCA PÚTRIDA, ENTERO-ME- SENTERITE, ENTERÍTE - FOLLICULOSA, EXANTHEMA INTESTINAL. A febre typhoide é uma affecção proveniente de intoxicação miasmatica particular, a qual invadindo os apparelhos digestivo, respiratório, circulatório, cerebral, FEBRE OU AFFECÇÃO TYPHOIDE 343 nervoso e muscular produz symptomas especiaes, que por contagio podem ser reproduzidos em uma massa considerável de individuos de differentes idades e sexos, atacando uma só vez na vida. A febre typhoide tem tres periodos, além do dos pro- dromos. Tem fôrmas e variedades. Fôrmas, são: Ia, inflammatoria; 2a, biliosa; 3a, mu- cosa; 4a, adynamica ou pútrida; 5a, ataxica ou nervosa; 6a, latente. Variedades: Cerebral, thoracica, abdominal. Pôde complicar-se: Io, de peritonite por perfuração; 29, de hemorrhagias intestinaes; 3o, de enterite; 4o, de inflainmação dos órgãos pulmonares; 5o, de erysipela da face, de phlegmons parotidianos; 6o, de otites; 1°, de escaras. Symptomas.—Prodromos. Diminuição das forças; aba- timento ; prostração; inaptidão para o trabalho; epistaxis; diarrhéas; dejecções fétidas; agitação nocturna, sonhos. Primeiro periodo. Cinco a quinze dias depois dos prodromos prostração forte; cephalalgia viva; epis- taxis; ar espantado, estúpido; sonhos penosos; perda ou diminuição da intelligencia; surdez; hálito fétido; lin- gua sêcca, fuliginosa, tremula; alteração; inappetencia; desapparecimento dos vômitos; abdômen inchado; man- chas roseas lenticulares; sudamina; gargarejo na fossa iliaca direita mais sensível; diarrhéa fétida; expulsão de alguns vermes lombricoides; pelle quente e humida; febre mais forte á tarde; pulso forte, dicroto, freqüente de 90 a 120; intelligencia conservada de dia, sonhos á tarde e á noite; insomnia; tosse sêcca; estertor si- bilante em toda a extensão do peito. Ourinas vermelhas, sedimentosas; sobresaltos dos tendões. Segundo periodo, do 8o ao 12° dia. Manchas roseas len- ticulares; pallidez; estupor; apathia; emmagrecimento prooressivo com prostração das forças; delirio; surdez; coma vigil; palavra lenta, balbuciante e quasi inintelli- givel; ausência de dôr e de consciência; seccura da 344 FEBRE OU AFFECÇÃO TYPHOIDE boca e da lingua; fuliginosidades na boca, dentes e fossas nasaes; tympanite; dejecções líquidas e involun- tárias; hemorrhagias intestinaes; outras vezes retenção de ourinas; tosse; estertores sonoros, sibilantes; outras vezes som massiço no peito, produzido de ordinário pela êstase do sangue (pneumonia hypostatica); suda- mina, petechios. Terceiro periodo. Neste ou nota-se augmento de todos os symptomas, ou diminuição; no primeiro caso ha es- tupor mais profundo; pulso muito freqüente e irregular; a respiração torna-se embaraçada e difficil; suores vis- cosos; dejecções involuntárias; escaras no sacrum; perda absoluta das forças; carphologia e morte. Deve notar-se que no caso de perfuração intestinal declara-se uma dôr local súbita; vômitos e calefrios. A morte succede de 6 a 40 horas. Tbatamento.—Hygienico. O doente deve conservar-sc pouco coberto; grande asseio não só em derredor, como no corpo do doente: lavagens frescas freqüentes com uma esponja, pela face e por todo o corpo; sempre que hou- ver dejecções — lavagens de esponja com água alcooli- sada; a cabeça deve ser conservada um pouco alta nos travesseiros; limpar com água fresca os dentes, as gen- givas e a boca das fuliginosidades; isolamento; roupas de lã sobre a pelle; ar sêcco e puro, renovado freqüen- temente. Medico. — § 1.° Os medicamentos que tem sido empre- gados com melhores resultados são, em geral:—1) Bry., bell, hyos., lach, merc, n.-vom., phos.-ac», rhus., stram., sulf.—2;) Acon., arn., ars., camph, carb.-v., cham., chin., coce, lye, natr.-m., nitri., n.-mos., op., puls.—3;) Chlor., daph., gran., phos. o sulf.-aç. § 2.° Para as febres nervosas com caracter de erectismo (febres nervosoe versatiles), são principalmente: Acon., bell, bry., cham., hyos., lye, natr.-m., n.-vom., rhus., stram., ou çhinin.-s. Para as febres com caracter de estupidez (febres FEBRE OU AFFECÇÃO TYPHOIDE 345 typhoides propriamente fiitas), são principalmente : Amm., ars., bell, bry., chin., coce, hyos., lach., n.-vom., op., rhus., stram., veratr. e chinin. As febres typhoides com predominância da affecção cerebral (typhus ccrebralis, febre cerebral) exigem de pre- ferencia: Acon., bell, bry., hyos., lach., lye, n.-vom., op., phos.-ae, rhus., stram. e chinin, Para as com predominância das affecções pulmonares (typhus ptdmonaris ou pneumonia typhoide), são princi- palmente: Bry., rhus., ou ainda: Ars., bell, chin., hyos. e sulf. As com predominância das affecções abdominaes (ty- phus abdominalis, febre podre) exigem de preferencia: Rhus., bry., ou: Ars., chin., merc, nitri.-ac, ou ainda: Am., carb.-v., n.-vom., pids., sulf., ou : Canth. e mosch. § o.° Quando a febre typhoide puder ser tratada no seu periodo de incubação ou nos prodromos, serão prin- cipalmente : Bry. ou rhus. que prevenirão seu desen- volvimento, fazendo-a abortar; ou ao menos diminuindo sua intensidade. O periodo inflammatorio, exige principalmente: Bry., ou mesmo: Acon., bell, cham., hyos., lye, n.-vom. c stram. O periodo da debilidade será debellado de preferencia com: Rhus., ou: Ars., carb.-v., chin., merc, ou ainda por : Arn., lach., n.-mos., phos.-ac. e sulf. Na ultima extremidade, quando a vida está a ponto de extinguir-se, carb.-v. iem a propriedade de chamar á vida o individuo — collocando-o em estado de poder ser, por outro qualquer medicamento melhor indicado, restabelecido. No periodo da convalescença, havendo ainda grande fraqueza physica ou nervosa, serão: Coce, chin., veratr., ou ainda: N.-vom. ou sulf. § 4.° Belladona, havendo: Calefrios alternando com calor, ou calor interno e externo, com rubor e calor ar- dente das faces, olhos rubros e brilhantes; pupillas dila- tadas; photophobia; zumbido de ouvidos; olhar incerto ou 346 FEBRE OU AFFECÇÃO TYPHOIDE furioso; sede ardente, com desgosto das bebidas, ou Com vontade de beber sem poder engulir; estremecimento ou sobresedtos, estando dormindo ou acordado; perda do conhecimento, com murmúrios e carphologia, ou delírios com visões espantosas, medo e vontade de fugir; dores de cabeça violentas, sobretudo na fronte; anorexia, re- pugnância pelos alimentos, com lingua sêcca c rubra ou carregada de um enducto amarellado; ourinas raras e vermelhas; pulso freqüente; palavra precipitada, fraca e indistineta. (Comp. Hyos.) Bryonia: Calefrios seguidos de calor contínuo por todo o corpo, sobretudo na cabeça, com face rubra, suores abundantes; lingua e lábios sêccos, escuros e rachados; repugnância a todos os alimentos, mesmo com náuseas e vontade de vomitar, ou com vômitos mucosos ou biliosos; constipação ou dejecções diarrheicas amarella- das; ourinas vermelho-escuras ou amarello-claras; cepha- lalgia pressiva, estupefaciente; ouvidos tapados com dureza da audição; cumulo abundante de mucosidades tenazes, espessas, nas fossas nasaes e no alto das narinas; grande caducidade, com tremor e vertigens, endireitando-se; delí- rios de dia e de noite com visões phantasticas; insomnia com cedor fugaz e jactação ou somnolencia comatosa, com sobresaltos e sonhos; carphologia; pulso accelerado e fre- qüente; ou irregular, pequeno e intermittente; respira- ção curta, oppressa; picadas no peito ou nos lados; desespero da cura e receio de morrer. (Comp. Rhus.) Hyoscyamus: Delírios furibundos com visões de toda a espécie, superexcitação nervosa com insomnia e agi- tação ou somnolencia comatosa, interrompida por delírios, ora pacificos, ora furiosos; apathia, estupidez e fraqueza principalmente das mãos; face rubra e quente; olhos fixos,, ternos ou rubros e brilhantes, com dilataçâo ou contrac- ção das pupillas; dureza da audição com zumbido nos ouvidos; lingua sêcca, árida e coberta de um enducto escuro. (Comp. Bell.) Lachesis: Vertigens, endireitando-se; palpebras como paralyticas; somno comatoso com deitar em supinaçâo; maxilla pendente (inferior); delírios com murmúrios, FEBRE OU AFFECÇÃO TYPHOIDE 347 olhar estúpido ou como se estivesse com somno; lingua vermelho amarellada, rachada ou lisa e sècca ou carre- gada de mucosidades esbranquiçadas; ou lingua pesada com grande difficuldade de sahir da boca, e palavra difficil; sôde com repugnância ás bebidas. Mercurius: Yertigens; estupidez e incapacidade de reflectir, cephalalgia pressiva, sobretudo na fronte; lin- gua carregada de mucosidades espessas, amarello sujo ou lingua limpa com gosto amargo, pútrido; gengivas sangrentas; grande sensibilidade e dôr no estômago, na região hepatica e no ventre, em derredor do umbigo, com dores sobretudo de noite; constipação ou dejecções diarrhei- cas amarellas; ourinas de côr carregada; pelle ardente e sêcca; ou suores abundantes, debilitantes e viscosos; insomnia completa; delírios nullos. Nux-vomica : Predominância dos symptomas gástricos e biliosos; entorpecimento como por embriaguez com perda do conhecimento; grande fraqueza e prostração; lingua sêcca e branca ou negra, com bordos A*ermelhos e gre- tados; gosto amargo ou pútrido das bebidas; cephalal- gia despedaçadora ou pressiva com vertigens; pressão e tensão dolorosa em todo o epigastrio e nos hypocondrios. Phosphori-acid. Apathia completa; atordoamento e estupidez; grande fraqueza e prostração; laconísmo e repugnância para a conversação; olhar fixo, estúpido, com olhos vidrados ou encovados, insomnia á noite, com anciedade ou somnolencia invencível, e somno cheio de sonhos; ou delírios com murmúrios e carpho- logia ; forte zumbido nos ouvidos, com dureza da audição; lingua sêcca; pelle sêcca e ardente; dejecções diarrhei- cas, ou constipação, com peso e pressão no ventre; suor frio na face, na região do estômago e nas mãos. (Convém antes ou depois de op.) Rhus: Grande fraqueza e prostração, que não permit- tem epiasi o doente mover-se; insomnia com angustia e sobresaltos freqüentes, ou somnolencia comatosa com mur- múrios, roncos e carphologia; calor sêcco, estupidez ou idéas confusas; ou perda completa do conhecimento; delírios loquazes com vontade de fugir cdtemando com 348 FERRO QUENTE intervallos lúcidos; cephalalgia estupefaciente; vertigens, endireitando-se e movendo-se; face rubra e ardente; olhos vermelhos e ardentes, ou fixos e embaciados; dureza da audição, lingua e lábios sêccos e gretados, escuros ou denegridos; ou lingua vermelha e tremula; forte sede; Ventre duro e inchado com dores violentas no epigastrio, sobretudo ao toque; dejecções diarrheicas sanguinolentas; ourinas de côr carregada o quentes ou de côr clara, turbando-se depois; suores viscosos; peiechias. (Comp. Bry.) Stramonium: Cephalalgia pulsativa, principalmente no vértice, com accessos de desmaios, obscurecimento da vista e dureza da audição; delírios violentos, palavras em lingua estrangeira; vontade de fugir do leito, etc; pu- pillas dilatadas, insensíveis ; estado soporoso com ronqueira. § 5.° Arsenicum: Petechias ; somnolencia comatosa com delírios; carphologia, sobresaltos freqüentes e gemidos; grande fraqueza e 'prostração ; maxilla inferior pendente. Carbo-veg.: Estado soporoso com estertor. face hippocra- tica; pupillas insensiveis; suor frio nas extremidades e na face. China: Lingua e lábios sêccos, áridos o gretados; diar- rhéa de dia e de noite, com defecções aquosas amarelladas, ou com matérias não digeridas. Nitri-acidum: Um dos medicamentos mais importan- tes, havendo : ulceração intestinal, com dejecções diarrheicas pútridas, de cheiro cadaverico. Opium: Entorpecimento ou somnolencia comatosa, com ronqueira ; boca aberta, delirios c murmúrios. (Depois de op. convém phos.-ae) fí-:seí© (gUErSTE. Vide Pyrosis. FISTULAS 349 FETI0O ISO MAEITO. DYSODIA BOCAL. Dependente ordinariamente da carie dos dentes, de suppurações bronchica s, nasaes, ou de digestões imper- feitas. Tratamento. Cuidar do estado dos dentes e das mem- branas mucosas; nedralisar as emanações fétidas. FSSTUE.AS. Trajecto ulcerado e mais ou menos sinuoso, resultante de uma inflammação suppurativa, communicando um foco purulento com um ponto da peripheria ou com outra qualquer cavidade, e entretida por alteração local ou por causa geral. As fistulas também servem de viaductos a productos normaes, sólidos, gazosos e líquidos. As fistulas têm symptomas relativos ao ponto onde ellas se desenvolvem, circumstancia que foi aproveitada para lhes dar denominação. Espécies. Lagrimal, facial, salivar, biliar, mamarea, ourinaria, anal Fistula lagrimal.—Symptomas. Augmento da se- creçâo lagrimal; inchação; pequeno tumor indolente, compressivel, augmentando-se pelo frio e trabalho, no angulo interno e inferior do olho, contendo um liquido, que a principio é limpido, mas depois turba-se, tor- nando-se muco-purulento e viscoso; augmento do tumor 350 FISTULAS com inflammação das partes circunivizinhas; tensão c peso no olho; rubor da pelle; ulceração; seccura da narina correspondente e fistula. Variedades. Conhecem-se duas, que são autes a ma- neira de ser da inflammação promotora do que espécies á parte : Ia, dacryocystite, inflammação; 2a, hypersecre- ção e obstruição dos conductos. Tratamento.—Cirúrgico. Injecções nas vias lagrimaes de água fria, de água distillada e tintura de iodo, com a seringa dAnel, introduzida no ponto lagrimal inferior. Restabelecer o curso livre das lagrimas pela ampliação com os dilatadores de Galezowki, por cordas de tripa e pelas sondas de Bowmann, as quaes devem ser dei- xadas na fistula 10 a 15 minutos por dia. Augmen- tar ligeiramente o ponto lagrimal para permittir a íntroducção da sonda; cauterisar o sacco lagrimal com o fim de o obliterar. Medico. Os medicamentos que merecem a preferencia, são: — 1) Bell, cede, chel, puls., sulf., ou:—2;) Bry., natr., flúor.-ae, natr.-m., petr., phos., sil, stram., staph. e sulf. Fistula facial, gengivai oia salivar. —Sympto- mas. Estas fistulas podem existir com ou sem carie dos ossos maxillares; com abertura, ora para dentro da ca- vidade bocal, ora para a superficie exterior da face. Suspeitando-se carie dos ossos, deve introduzir-se uma sonda, a qual encontrando o osso dá a sensação especial desse corpo. Em todo o caso nota-se uma pe- quena abertura no fundo de uma chaga, a qual, de ordinário, fornece pús ou saliva quando a fistula é completa, isto é, quando communiea a cavidade bocal com o exterior ou quando atravessa pontos de qualquer glândula salivar ou mesmo do canal de Stenon. Quando ella é completa deixa durante as refeições passar partículas dos alimentos e bebidas. Tratamento.—Cirúrgico. Operação de Deguise; aviva- mento dos bordos da fistula, approximar estes bordos e FISTULAS 351 mantê-los reunidos por uma sutura; favorece-se sua cicatrisação conservando a immobilidade das faces e das maxillas; obturador de marfim. Medico. Os medicamentos a empregar, são : — 1) Cale, sil, staph, sulf, ou ainda :—2;) Caus., lye, natr.-m., petr. o canth. Fistulas biliares.—Symptomas. Abertura fistulosa na região ou vizinhança do fígado, dando sahida á bilis e a cálculos biliares. Tratamento.— Cirúrgico. Extrahir os cálculos, sendo possivel; curar a fistula por occlusão; cauterisação mo- derada das bordas da fistula; reuni-las pela sutura, ou por fios metallicos, tendo o cuidado de avivar-lhe as bordas. Medico. Os melhores medicamentos, são principalmen- te :—Ant, bry., cale, lye, phos, sil, sidf.—2;) Asa., bell, carb.-v., caus., con,, nitri.-ac, puls. e rut, Fistulas uiamares.—Symptomas. Em conseqüência de um tumor formado nas mamas, ou em alguma dellas somente, fistula dando sahida a uma sorosídade mucosa, purulenta, ou mesmo a um corrimento leitoso. Tratamento.—Cirúrgico. Compressão; cauterisar com o lápis de nitrato de prata; augmentar a fistula para cauterisar o fundo; tiras de diachylão em fôrma de couraça em derredor da mama doente; cessar a lactação deste mesmo lado. Medico. Os melhores medicamentos são: Bell, bry., carb.-an., hep., merc, phos., sil. e sulf. Fistulas ouriuarias.— Symptomas. Estas podem occupar ou fazer communicar directamente a bexiga com o exterior, abrindo no perinêo; ou fazer commu- nicar qualquer ponto do trajecto das ourinas em toda a extensão do canal da uretra. Nas mulheres pôde abrir-se pelas mesmas razões na vagina. As causas que as produzem são variadas e diversas, 352 , fistulas sendo nas mulheres a mais freqüente um parto labo- rioso. Dôr viva no trajecto das vias ourinarias, ou- rinas pouco abundantes, dolorosas, sanguinolentas; de- sejos freqüentes de ourinar; sahida das ourinas pela chaga. Tbatamento.—Cirubgico. Sonda de demora na bexiga; repouso absoluto ; cauterisar a chaga exterior. Contra as infiltrações ourinosas, escarificações profundas. Nas fistulas vesico-vaginaes, operação pelo processo americano Marion Sims. No canal da uretra: operação da incisão urethroraphia. Medico. Os melhores medicamentos são : Ars., caie, carb.-an., sil. e sulf. Fistulas asaaes.— Symp- tomas. Fistula cega externa. Coceira incommoda, sobretudo durante a estação — sentado ; humidade contínua manchando as roupas; dôr e sensação de plenitude; pequena ulceração no fundo de um lacuna ou ao nivel de uma tuberculo; resu- dação por este orificio de um liquido amarellado, sanguino- lento, fétido, purulento; im- possibilidade de fazer caminhar Fig. 1C- Fistula do ânus. pei0 trajecto até certa distancia um estylete ou sonda elástica flexivel. (Eig. 16.) Na cega interna ; dores pulsativas no recto ; calor, du- reza no contorno do ânus ; sahida de pús pelo recto quan- do se comprime nos arredores do ânus; sensação de uma pequena depressão quando se pratica o toque rectal. A fistula completa apresenta os mesmos symptomas que a cega externa, com sahida de gazes acompanhados de matérias fecaes; o estylete penetra livremente até o recto; pelo toque rectal acha-se um pequeno crescimento em fôrma de funil, pouco doloroso, que é a abertura rectal f fistulas 353 da fistula; sondando-se, o dedo encontra no recto a extremidade interna da sonda. Tratamento.—Cirúrgico. Ha dous processas : Io, incisão; 2o, esmagamonto linear. Incisão. Introduz-se uma sonda de prata canulada (nas cegas externas) até o seu ponto de parada e com o bisturi recto incisa-se toda a porção de tecidos até o fundo. Nas completas, faz-se sahir no recto uma sonda de prata flexivel, traz-se para fora peli ânus com o index esquerdo e corta-se todo o tecido intermédio, es- corregando com firmeza e rapidamente o bisturi pelo rego da sonda ; exrisa-se todos os retalhos da pelle des- collados com uma tesoura e cura-se a chato com fios in- duzidos de cerôto simples. * Esmagamento linear (Fig. 17). Introduz-se uma sonda Fig. 17.—Tratamento das fistulas pelo esmagamento linear. canuladana fistula; faz-se passar no rego da sonda uma vela fina até o intestino ; traz-se para fora a extremidade 23 D. H. I 354 FISTULAS da vela com o index introduzido no recto; ligão-se as duas extremidades e retira-se a sonda conductora. Dous dias depois amarra-se a uma das extremidades da vela uma das extremidades, da cadêa do esmagador de Chas- saignac, e puxando-se pela outra extremidade, faz-se en- trar na fistula até sahir fora, de modo que possa ser armada ao instrumento, tendo comprehendido em seu seio todos os tecidos que têm de ser divididos; traba- lha-se como para todas as operações por esse processo geral. Assim se procede em todos os diverticulos de que se acompanha a fistula. (Fig. 18.) Fig. 18.—Tratamento das fistulas com vários diverticulos pelo esmaga- mento linear. Hoje este processo está mais simplificado ; a cadêa do esmagador é levada por um estylete agulhado e passa im- mediatamente pela fistula, vindo ser articulada ao instru- mento fora: o mais como no processo precedente, tendo a cautela de fazer a operação com lentidão. Medico. Os medicamentos principaes são: Cale, caus., sil. e sulf. FLUXÃO 355 FEEXÃO. É a chegada de sangue ou lympha para um ponto qualquer do organismo, em quantidade superior á distri- buição normal, dando em resultado congestão, hyperemia, tumefacção, rubor, calor, muitas vezes inflammação. A fiuxão é sempre o resultado de uma superexcitação, de uma irritação ou de reacção da economia, por effeito de causas estimulantes. A fiuxão que reclama mais freqüentemente, como ele- mento mórbido, o emprego de meios therapeuticos, é a da face. Não raras vezes a fiuxão serve de meio thera- peutico para cura das moléstias de que é o symptoma saliente. Tratamento.—Fiuxão da face. Os melhores medicamen- tos contra a fiuxão da face, por effeito de odontalgia, são em geral:—1) Am., cham., merc, n.-vom., puls., sep., staph, ou ainda :—2 ;) Ars., aur., bell, bry., carb.-v., caus. e sulf. Se o tumor estiver vermelho e quente, são principal- mente : Am., bell, bry., cham. e merc. Se estiver duro, são : Am., bell. ou cham. que merecem preferencia. Se estiver pallido : Bry., n.-vom., sep. e sul/. Se se tornar erysipelatoso: Cham., sep.; bell, graph., hep., lach., rhus. e sul/. Tendo antecedentemente á fiuxão sido empregados medicamentos com o intuito de curar as dores de dentes que forão causa efficiente delia, dar-se-ha puls., se os medicamentos empregados forão merc ou cham.; ou merc. , se ao contrario forão puls. ou bell.; ou bell tendo'sido merc. ou sul/., ou ainda bell, ou bry. 356 FRACTUIÍAS FORMIGAMENTO E ENTORPECIMENTO. Diminuição da sensibilidade e do movimento em uma parte qu ilquer do corpo, com sensação de peso (entorpeci- mento) ou de formigamento. Estas affecções dependem sempre de uma irritação dos centros nervosos, de congestão local, de obstáculo á inner- vação ou da compressão de um cordão nervoso. Tratamento. Fricções sêccas, espirituosas, flagellação, galvano-punctura; banhos de vapor; applicação de corpos metallicos frios; exercicio. FRACTURAS. EM GEKAL. A fractura é uma solução de continuidade dos ossos por effeito da acção de uma causa mecânica. Esta pôde ser uma violência exterior, ou uma contracção exagerada e súbita dos músculos, que se inserem no próprio osso frac- turado, ou nelle e no seu immediato. A fractura pôde ser directa, indirecta ou por contrapan- cada: a primeira produz-se quando a causa vulnerante obrou directamente sobre a parte onde a fractura se pro- duzio; a segunda, quando a causa, obrando em ponto afas- tado do em que a fractura se produzio, o choque lhe foi communicado sem diminuição ou perda da força na trans- missão. A fractura é simples, complicada e comminutiva; esta ultima ainda, na opiniãa de Malgaigne, se subdivide em —por esmagamento, quando alguns fragmentos, mais ou menos volumosos, fluctuão no meio dos tecidos isoladamente. Simples, quando somente o osso foi affecta Io; FRACTURAS 357 Complicada, quando além do osso as partes circum- vizinhas forão compromettidas na lesão; Coniminutiva, quando o osso ficou dividido em frag- mentos, esquirolas ou partes maiores ou menores e mais ou menos numerosas, com esmagamento das partes molles que circumdão a fractura. A fractura pôde ter direcções diversas: transversa, oblí- qua e longitudinal. A transversa é quando o osso foi quebrado no sen- tido horizontal, limpamente. (Fig. 19.) Fig. 19. Obliqua ou em bico de flauta, quando a fractura se fez seguindo uma linha obliqua. (Fig. 20.) Fig. 20. Longitudinal, quando o osso longo se quebra no sentido do seu maior comprimento. As fracturas podem ser completas ou incompletas. As primeiras, quando todo o osso foi quebrado; as segundas, quando somente parte de sua circumferencia soffreu a lesão. Estão incluidas nas completas as transversas, dentadas, obliquas, longitudinaes, em bico do flauta e em espiraes; nas incompletas as fendas, incompletas propriamente ditas, as esquirolas, as perfurações por qualquer corpo perfu- rante e por balas. 358 FRACTURAS Symptomas. Os symptomas dividem-se em racionaes e sensíveis; os primeiros são: a dôr, a perda da acção do membro e a crepitação; Os sensíveis são : a deformação do membro, a inchação secundaria de todos os tecidos da parte compromettida, e a mudança das relações de continuidade dos frag- mentos. Como signaes especiaes temos : a crepitação, a mobili- dade anormal do membro em ponto onde ella não pôde existir, e a facilidade de dar direcções aos fragmentos, dif- ferentes dos normaes. Tratamento. A indicação principal é — reduzir a frac- tura. Para isso empregão-se os tres seguintes meios: Extensão, con- tra-extensão e coaptação. Yem depois a con- dição sine qua non da consoli- dação , que é manter a re- ducção. Esta se obtém por meio de repouso , immobilidade, „. n, , , . , e ,. . conservação Fie. 21.—Atadura ou gualapo de Scultet. n , * do membro em meia flexão com os músculos em relaxamento, e por apparelhos conten- tivos, os quaes po- dem ser simples, com talas ou ami- donados; ataduras de 18 tiras, de Scul- tet e do Hôtel-Dieu. (Fig. 21 e 22.) Fig. 22.— Lençol enrolado para conter as , .. K , fracturas. bom resultado da consolidação, prevenir e combater todos os accidentes e FRACTURAS 359 complicações que sobrevierem durante o curso da mo- léstia. Havendo inflammação, além de dieta severa, cataplas- mas emollientes e o uso de compressas embebidas em solução de tintura de arnica, com o uso interno de: — 1) Cale, kal, rut., sil. — 2;) Acon., amm., arn., bry., cie, hep., lach, millef., puls., rhus., sulf.-ac, staph. — o;) Bell,borax., dulc, iod., n.-vom., nitri.-ac, phos., petr. e zinc. Havendo contusões e phlyctenas, deve-se esvasiar as phlyctenas e usar de arn. interna e externamente. Se a contusão não trouxer symptomas nervosos ou outros quaesquer: — 1) Euphr., iod., pule, rut, sul/.-ae — 2;) Croe, hep., mez., petr., phos. e sul/. Havendo chaga superficial, deve-se approximar os lábios da chaga, empregando-se para isso esparadrapo ou tiras agglutinativas. Havendo chaga penetrante, depois de feita a reducçâo deve-se curar a chaga, e desbrida-la com o fim de impedir o desenvolvimento da gangrena, empregando também para este fim os meios médicos, e ter o membro em ex- tensão contínua. Os meios médicos são externos ou tó- picos c internos. Os primeiros compõem-se do uso de compressas embebidas de tintura de arnica e de espirito camphorado ; este ultimo não pôde ser usado em commum com os medicamentos internos, porque lhes destróe a acção. Os internos são: — 1) Ars., chin., lach, sil.—2;) Acon., amm., bell, carb.-v. e euphor. Sendo a fractura comminutiva, é indispensável extrahir as esquirolas e muitas vezes amputar o membro. Se a fractura não se consolidar, deve-se irritar as extre- midades dos fragmentos onde a consolidação não se pôde verificar, fazendo-as friecionar-se mutuamente e empre- gando um sedenho na parte. Não se conseguindo a consolidação deve-se praticar a resecção das extremi- dades não consolidadas e em ultimo caso a amputação do membro. Se havendo consolidação o callo /ormado /ôr vicioso ou dis/orme deve-se quebrar de novo o osso por esse ponto e 3G0 FRACTURAS procurar dar-lhe a configuração normal, applicando-se ap- parelhos apropriados. Sendo o callo vicioso, — o definitivo —, o recurso ó a resecção das extremidades dos fragmentos. Sendo o provisório procura-se, não havendo indicação para immediata fractura, endireita-lo por meio da exten- são contínua, da compressão, e pelo parafuso de pressão. Fraclurns do cranco. — Em conseqüência de violência exterior directa ou indirecta os ossos do cra- neo podem ser fracturados de dous modos : ou em fôrma de /enda rectilinea, ou de fragmentos maiores ou me- nores, segundo a causa vulnerante. A fractura póde-se produzir sem contusão notável e sem solução de continuidade da pelle e do couro ca- belludo; é raro, porém, que, principalmente a /enda, seja produzida sem a referida solução de continuidade, no fundo da qual ella é encontrada com o caracter acima referido, isto é, rectilineo. Symptomas. Os symptomas locaes e os geraes, são: no momento do accidente — corrimento de sangue pelo nariz, ouvidos e boca; abolição ou diminuição das facul- dades intellectuaes, com anesthesia e coma:—nos casos de fractura em fragmentos ou completa, 24 ou 48 horas depois do accidente, o doente sente dôr local, fixa, aug- mentada não só pela pressão, mas por qualquer movi- mento, inclusive o da mastigação. Quando não houve solução de continuidade na pelle ou no couro cabelludo e nem contusão notável, o que faz diagnosticar a fractura é, além da dôr acima refe- rida, um empastamento cedematoso da parte, a crepi- tação dos fragmentos e o apparecimento, no fim de 24 horas, de ecchymoses na cabeça, nas palpebras, maxime na inferior, e nas conjunctivas, devendo notar-se que a da cabeça apparece em ponto onde grande numero de vezes não houve contusão. Tratamento.—Local. Não havendo chaga ou solução de continuidade, água fria sobre a cabeça. Havendo signaes de compressão, paralysia, torpor sem FRACTURAS 361 febre logo depois do accidente ou mesmo dias depois, sentindo-se a crepitação feita pelas esquirolas, deve-se applicar a coroa do trepano, maxime se houver: depressão dos ossos sobre o cérebro : apparecendo chaga depois de extrahidas as esquirolas, reunião dos bodos da chaga. Geral. O aconselhado para as fracturas em geral. Fract. do maxillar inferior. — O maxillar inferior pôde ser fracturado no collo e no corpo do osso. Symptomas.—No collo. Dores augmentadas pela tenta- tiva de movimentos do osso, movimentos que são difficeis; crepitação; depressão notável na parte anterior do con- dueto auditivo externo; immobilidade completa do con- dylo nos movimentos da maxilla. No corpo. A dôr é variável; ha crepitação, inchação e deformidade da face; os dentes perdem a relação e mudão de nivel, sendo confrontados com os do lado são; ha excesso de mobilidade dos fragmentos com paralysia do lábio inferior, e salivação. Tratamento. A alimentação deve consistir em caldos, sopas e alimentos líquidos. A principal indicação é immobilisar os fragmentos por meio de apparelhos apropriados, constantes de atadu- ras de quatro pontas em fôrma de fundas, e ataduras do mento, feitas especialmente de gutta-percha. Fract. das vertcliras cervicaes.—Symptomas. Nesta fractura sãouas paralysias do sentimento e movi- mentos de todas as partes que ficão abaixo do ponto fracturado, como sejão — braço, pernas, recto, bexiga — quem a denuncia, porque os signaes das fracturas em geral, como a crepitação e a deformação, faltâo o maior numero de vezes. Por effeito da compressão exercida na medulla e nos pares de nervos que sahem do eixo medullar o doente tem dyspnéa e a respiração diaphragmatica. Tratamento. O paciente deve conservar-se deitado de costas, em colchão hydrastatico de Galante, com a cabeça pouco elevada. 362 FRACTURAS Os medicamentos são os indicados para as fracturas em geral. (Fig. 23.) Fig. 23 —Colchão hydrostatico de Galante. Fract. do sterno.—Symptomas. Crepitação, defor- mação na parte anterior do peito, com dôr ao nivel da fractura, inchação e estalos. Tratamento. Repouso, compressas embebidas em so- lução de tintura de arnica e atadura de corpo. Fract. da clavicula. — As fracturas da clavicula podem ser directas ou indirectas; ter sua sede nas extre- midades do osso ou na parte média, havendo ou não em ambos os casos mudança de relações ou descoUocamento dos fragmentos. As mais communs, porém, são as da parte média e da extremidade externa. Ellas podem complicar- se de ferida da artéria ou veia subclavea, e de contusão do plexus brachial. Fract. da extremidade externa ou acro- mial. — Symptomas. Esta fractura, além da dôr local viva, a difficuldade ou impossibilidade dos movimentos do braço do lado fracturado e a inchação, nenhum outro symptoma apresenta que lhe possa servir de característico. v Fract. da parte média. — Dôr local viva. 1.° Deformação. O fragmento interno cavalga o ex- terno, o qual por essa razão fica abatido ou deprimido: o coto abaixa-se e approxima-se do sterno. 2.° Dimensão. A região clavicular fica diminuida transversalmente. 3.° Posição. A cabeça e o corpo do paciente não FitACTURAS 363 guardão a posição vertical, ao contrario inclinão-se para o lado da clavicula fracturada; o doente vê-se forçado a sustentar o braço do lado affectado com o opposto, isto é, com o são; o ante-braço fica cm pronaçáo. 4.° Alobilidade. Crepitação, difficuldade ou impossibili- dade dos movimentos voluntários. Tratamento. A principal indicação é reduzir a frac- tura; o que feito, convém empregar meios contentivos que possão inimobilisar a parte; o que infelizmente grande numero de vezes é de difficuldade qmisi invencivel. O methodo mais seguido para a reduc- çao é o cha- mado de am- plexação, o qual se pra- tica da se- guinte fôrma: senta-se o doente cm uma cadeira que não seja muito alta; o cirurgião abraça-o col- locando-sedo lado opposto á clavicula fracturada e de modo que O coto doFig.24.—Reducção da fractura pelo methodo da amplexão. braço não fique applicado sobre o peito, prende as mãos por baixo do cotovello doente e levanta o humerus o mais alto possivel. Desta fôrma o fragmento externo sobe e põe-se em contacto com o interno. (Fig. 24.) Os apparelhos contentivos são de diversas fôrmas, conforme o autor que as aconselha. Conhecem-se tres espécies: o de Chassaignac, o de Mayor c o de J. Levis. 364 FRACTURAS Apparelho de Chassaignac. Amollece-se em água uni pedaço de papelão duro e largo; forra-se todo elle com algodão cardado, envolve-se o ante-braço com uma atadura enrolada; põe-se um coxim espesso sobre a espádoa sã e faz-se passar sobre elle, de uma parte e sobre o ante-braço de outra, um certo numero de vol- tas de atadura, tão fortemente apertadas quanto baste para fazer subir o coto do braço a uma altura suffi- ciente e ser ahi conservado até completa consoli- dação. Apparelho de Mayor. Dobra-se uma toalha quadrada ou um lenço grande em triângulo; dobra- se o ante-braço sobre o braço; appro- NÍma-se o cotovello do tronco e a mão por sua face palmar applicada sobre o peito; applica-se então a base do triân- gulo um pouco acima do cotovello, fixâo-se atrás as suas duas ex- tremidades , levanta-se o vértice do triângulo entre o braço e o peito, fixa-se ao vértice duas tiras de ataduras ou sus- pensorios, as quaes são fixas, cruzando-se na parte po sterior do appa- relho , sendo passadas uma na espádoa sã e outra na doente; sobre a fractura applicão-se compressas graduadas embebidas em álcool camphorado ou tintura de arnica, mantidas por uma das pernas dos suspensorios. (Fig. 25.) Apparelho de J. Levis. Consta de uma atadura de mola em fôrma de funda e contendo um coxim, que se colloca debaixo do braço (na cavidade axillar); uma Fig. 25.—Atadura de Mayor. FRACTURAS 365 atadura larga qucprende o cotovello e o ante-braço, a qual deve ter uma fivela para prender a afadura quan- do o apparelho estiver applicado na clavicula do lado opposto; uma outra tira com fi- vela, a qual pas- sando pelo bordo posterior da funda, atrás do cotovello, ,passa por detrás das costas e vem pren- der a facha ou a atadura larga que faz a volta do peito _do lado são, pren- dendo desta fôrma a pelota da funda sobre a parte fractu- rada ea outra sobro a parte dorsal, com o fim do conservar immobilisados OS _pjg_ 26__ Apparelho de R. J. Lewis para a frao-mcnt0S.(Fio\26) fracturada clavicula ; apparelho applica io. (*) i Fract. das costellas. A fractura das costellas pôde ser directa ou indirecta. Tendo sido uma única costella que se fracturou, os signaes diagnósticos caracteristíeos são: dôr local augmen- tada pela pressão e pelos movimentos respiratórios; mo- bilidade relativa e sensivel da costella; crepitação, a qual é percebida mais facilmente quando fazendo-se o doente respirar fortemente se pratica a auscultação na parte. Se foi mais de uma costella fracturada, ou so uma só se fracturou em muitos fragmentos, a mobilidade é exagerada e evidente, e a crepitação franca. A fractura das costellas póde-se complicar de pleuriz, de hemoptysia, de emphysema e de pneumonia quando foi produzida por causa directa, o que deve fazer , (*) A-coxim sub-axillar; B—larga atadura q-ie prende o cotovelo e o ante-braço: C- fivela que serve quando o apparelho é applicado para a clavicula d > lado opposto : D - livela que parte do bo do posterior da funda por deiraz do cotovelo, passa atravessando sobre o_dorso e vem juntar-se á larg^ atadura que faz a volta do peito do lado sao. 366 FRAC1URAS suppôr que o pulmão e as pleuras tenlião sido feridos por algum dos fragmentos. Havendo emphysema do pescoço e dos mediastinos, póde-se afíirmar que houve ruptura extensa da pleura e do pulmão; o mesmo se deve pensar se se declarar pneumothorax e emphysema sub-cutaneo. Tratamento. Quando a fractura ó simples e de uma só costella, usa-se de compressas embebidas em tintura de arnica, de aguardente com sal, ou com água de sabão applicadas na sede da fractura ; applica-se por sobre uma atadura de corpo com duas tiras pelos hombros, em fôrma de suspensorio, para conter as compressas applicadas e manter o thorax em seus movimentos. Sendo a fractura de mais de uma costella, ou com- municativa de uma só, é preferivel o apparelho acon- selhado por Malgaigne, o qual consta de uma tira larga, de 20 centímetros, de diachylão, passada pelo ponto oc- cupado pela fractura, e que dá duas voltas ao corpo. A reducção das fracturas múltiplas obtem-se por vá- rios meios: os mais aconselhados são os prescriptos por Malgaigne e Ravaton, havendo ainda os de Duverney e Callisen, os quaes têm applicação quando algum dos frag- mentos se introduz e fere o pulmão. Processo de Ravaton. Recommenda-se ao doente fazer fortes inspirações ou comprime-se sobre o sterno para fazer que as costellas se curvem e projectar para fora o fragmento que estiver voltado para dentro; ou ainda suspende-se o doente pelas axillas. Processo de Malgaigne. Este autor introduz o fragmento que está levantado para fora, até que encontre e se ponha em relação com o abatido para dentro, o que o faz pren- der-se a este ultimo; por este meio toda a costella vem a seu lugar. Processo de Duverney e Callisen. Incisa-se a pelle no ponto fracturado e levanta-se o fragmento abatido para o affrontar com o fragmento sabido para fora; reune- se a ferida por primeira intensão e põe-se a tira agglu- tinativa de corpo, como Malgaigne. Fract. do oanoplata.— O omoplata pôde ser FRACTURAS 367 fracturado no corpo, no acromion, na apophyse cc racoide e na cavidade glenoide. Fract. do corpo.— Segundo Heylen, esta fractura pôde fazer-se suspendendo o indivíduo pelo braço, o que infelizmente é muito commum, maxime entre í:s pessoas que tratão de crianças, as quaes por menosprezo desta causa ou por ignorância do mal que praticão, suspendem-as assim quando têm de carrega-las, para evi- tar um pouco mais de trabalho levantando-as pelo corpo, como é mais natural e accommodado ás funcções dos órgãos. A fractura faz-se commummente abaixo da espinha do osso : seus signaes característicos são : crepitação, dôr á pressão pelos movimentos do braço e pelos esforços de tosse, ecchymose e mobilidade anormal do osso ou de um dos fragmentos. Fract. do acromion.—Estaó produzida por queda sobre a espádoa ou por pancada. Os signaes caracterís- ticos são : dôr sobre o acromion, augmentada pelos movi- mentos do braço; inchação, ecchymose ; mobilidade anor- mal; deformação da espádoa, a qual fica um poueo bai- xa e approximada do tronco. O diagnostico differen- cial entre esta fractura e a da extremidade externa da clavicula é fácil; pas a-se a mão por toda a clavicula e • encontra-se sem embaraço o ponto fracturado. Fract. da apophyse coracoide. — Estas são muito raras e por conseguinte pouco conhecidas. Reina a mesma incerteza a respeito de sua possibili- dade de producção, apezar da indicação para a reducção feita por Boyer. Se, porém, se encontrar crepitação sobre a apophyse ou suas immediações, sem que outra qual- quer fractura possa ser diagnosticada, poder-se-ha attri- buir a esta. Fract, da cavidade glenoide.— Esta ainda mais raramente do que a da apophyse coracoide, pôde ser encontrada isoladamente. Quando o doente aceusar dôr aguda durante os movimentos do braço ; crepitação e inchação da articulação, juntas á ausência de signaes 368 FRACTURAS de fractura do corpo do omoplata, ou qualquer luxação da espádoa, e apparecendo ou augmentando-sc a dôr por effeito dos movimentos communicados ao omoplata, póde- se dizer que ha fractura da cavidade glenoide, a qual de ordinário acompanha ou complica outras fracturas do omoplata e luxação do humurus. Tratamento. A principal indicação é immobilisar o bra- ço por tanto tempo quanto baste para completa consolida- ção da fractura. Para as fracturas do acromion Malgaigne exige 30 dias e Boyer 45 de immobilidade, tendo ante- cedentemente sido reduzida a fractura. Havendo descollo- cação do acromion, deve-se repellir para cima o fragmen- to descollocado, levantando-se o braço proso pelo cotovel- lo. Emprega-se compressas embebidas em tintura de ar- nica, applicando-se desde logo ataduras contentivas; usa- se do apparelho de Malgaigne, que consiste no emprego de uma compressa sobre a fractura e uma atadura com uma fivela, a qual deve tomar ponto de apoio sobre o co- tovello e a espádoa: ou finalmente sendo o descoUocamen- to muito considerável, lança-se mão do processo de Heis- ter, que consta de uma almofada po-ta na axilla, que a levanto convenientemente, e uma atadura que tem o nome de — Spica da espádoa. Fract. das vertebras. — As vertebras podem fracturar-se nas apophyses espinhosas, nas lâminas verte- braes e no corpo. Fract. das apophyses espinhosas.—Ainda que raras, estas fracturas podem-se produzir por causai direc- tas. Os signaes são: dôr ao nivel da fractura, augmenfa- da pelos movimentos do tronco; mobilidade anormal da apophyse com crepitação; depressão da parte. Tratamento. Repouso; decubitus horizontal, em cama igual, feita de colchão duro. Fract. das lâminas vertehraes. —Do ordinário esta fractura é dupla, isto é, faz-se em ambos os lidos da apophyse espinhosa, trazendo, como conseqüência quasi inevitável, morte súbita; quando não se dá este resultado, FRACTURAS 369 •succedem paralysias, que começão desde o momento do accidente, e contractura-; por effeito do desenvolvimento de inflammação no canal rachidiano, devidas a compres- são da medulla e á inflammação consecutiva, resultado da fractura. Os seus signaes são: dôr no ponto fr cturado, saliência, ou depressão por descollamento da apophyse espinhosa correspondente. Tratamento. Repouso ; havendo chaga tirar as esquiro- las, ou segundo Paulo d'Egina ir buscar com uma coroa do trepano o fragmento que se tiver introduzido para o interior da caixa, ou mesmo do canal rachidiano. Applicar ventosas e compressas embebidas em tintura de arnica. Além do tratamento geral indicado para os casos de frac- turas complicadas de febre traumática e de escaras no sa- crum, convém tirar muitas vezes por dia com a sonda as ourinas que estiverem ou se forem depondo na bexiga, effeito da paralysia da bexiga conseqüente a estas frac- turas. Fract. do corpo das vertebras ou da co- Innina vertebral. — Esta fractura é ordinariamente effeito de queda sobre uma das extremidades do tronco sobre corpos dures, ou, segundo Malgaigne, de exagera- ção da curvadura da columna vertebral para diante. Os seus symptomas são : dôr local, augmentada peia pres- são e pólos movimentos; deformação do dorso pela descol- locação dos fragmentos, segundo a parte fracturada; pa- ralysia do tronco e dos membros abaixo da fractura ; gi- bosidade; mobilidade anormal na parte; piralysia da be- xiga edo recto; ventre inchado ; respiração embaraçada. Tratamento. Apparelho de Bonnet, o qual consta de uma gotteira feita de fios de ferro bem acolchoada e que tem a propriedade de immobilisar o tronco; deita-se o doente sobre um leito horizontal duro, com a cabeça baixa, de- pois de applicado o apparelho. Para permittir algum mo- vimento ao doente, prende-se por meio do cordas, presas ao apparelho por suas pontas; apanhão-se no centro com um gancho preso á extremidade dé uma outra corda, que vai passar e n uma roídana presa ao tecto ou a qualquer 370 FRACTURAS travessa, ficando a extremidade livre entregue ao doente para utilisar-se nos movimentos necessários. Além da ne- cessidade de repetidas sondagens para a extracção das ou- rinas, convém o tratamento geral, e lavagens locaes no sa- cro com água alcoolisada, com o fim de impedir a for- mação das escaras. Havendo esquirolas, convém extra- hi-las nos casos possíveis. Fract. do humerus. O humerus pôde ser frac- turado na sua extremidade superior, no corpo do osso, na extremidade inferior ou sub-condyliana e nos dous con- dylos ao mesmo tempo. Fract. da extremidade superior. Esta ainda se subdivide em intra-cap- £ sular ou do collo anatômico, e extra-capsular ou do collo cirúrgico. (Fig. 27.) Symptomas. Intra-capsular ou do collo anatômico. 1." Deformação. A espá- doa com saliência da cabeça adiante e depressão tub- acromial, ecchymose. 2.° Dimensão. Encurta- mento do braço. 3.° Mobilidade. Os movi- mentos anormaes e commu- Fig. 27. —Fractura do collo e da nicados são possiveis, mas extremidade superior do numero (o 0S voluntários impossíveis; b, collo anatômico; a, collo cirur- . -i gico; e, d, extremidade superior do OS primeiros, porém, desen- humero; {, apophyse coracoide.) volvem dôr e Crepitação. Fract. do collo cirúrgico ou extra-cap- sular. — 1.° Deformação. Inchação da espádoa e do braço com ecchymoses, achatamento da parte externa da região deltoidiana, saliência dos fragmentos, maxime do infe- rio •, que é percebido na cavidade da axilla. 2.° Dimensão. Encurtamento do membro por effeito da separação dos fragmentos; se ao contrario elles estiverem em relação, o comprimento ó normal. FRACTURAS 371 3.° Posição. O cotovello colloca-se no sentido con- trario á extremidade fracturada do fragmento inferior. 4. > Mobilidade. Impossibilidade dos movimentos volun- tários; movimentos communicados possiveis, mas dolo- rosos; crepitação. Tratamento. Se os fragmentos não se tiverem separado o único tratamento é o contentivo, como preventivo do descoUocamento; havendo, porém, o que é mais commum, a separação dos fragmentos, é necessário reduzir a frac- tura, o que se obtém mandando por um ajudante fazer a extensão, puxando pelo ante-braço dobrado em angulo recto e levantado o braço em posição horizontal: outro ajudante pratica a contra-extensão. Este deve-se collocar do lado são e cruzar as duas mãos por baixo da axilla do lado doente—o operador empurra com os dedos postos de- baixo da axilla a extremidade superior do fragmento infe- rior e faz a coaptação. Depois do que põe-se compressas de arnica e colloca-se um coxim na axilla. Póde-se usar do ap- parelho de Mayor aconselhado para a luxação da clavicula. Fract. do corpo do humerus. — Symptomas. 1.° Deformação. Esta se observa quando os fragmentos se separão e cavalgão-se ou se põe atrás um do outro; outras vezes um para dentro e outro para fora; ecchymose mais ou menos pronunciada. 2.° Dimensão. Normal ou encurtamento, em relação com o gráo de afastamento dos fragmentos. 3.° Posição. O braço fica estendido e fixo contra o corpo. 4.° Mobilidade. Mobilidade anormal com crepitação, a menos que a fractura não seja dentada e que os frag- mentos não estejão presos um ao outro; perda das func- ções do membro e dôr local. Tratamento. Para a reducção se faz a contra-extensão sobre a espádoa e a extensão sobre o ante-braço dobrado; a coaptação é feita levando o epicondylo sobre a linha de inserção humeral do deltoide ou da parte mais saliente da espádoa, com a mão, a qual repelle para dentro e para fora o fragmento inferior. Reduzida a fractura convém immobilisar o membro até completa consolidação e, 372 FRACTURAS applicar apparelhos para este fim com a mira de conter af- frontadas as extremidades fracturadas dos fragmentos. Yarios têm sido os apparelhos propostos; de Boyer, de Velpeau, de Laugier, de Maisonneuve, de Amesbury e outros. São os seguintes: Depois de effectuada a reducção manda-se sustentar o membro por um ou dous aju- dantes e applica-se quatro talas de madeira ou papelão. Suppor- tadaspor compressas almofadas, collocadas por cima de uma atadura enrolada, que envolve o braço e o ante-braço (processo de Boyer), cobre-se todo o appa- relho com uma tira enrolada > u, como fazia Amesbury, com cinco correias com fivelas, ou com tiras de diachylão longas. Põe-se então o braço em uma atadura suspensa ao pescoço, ou em uma atadura de corpo, du- rante 15 dia» (Fig. 28). Quando a fractura é simples, e que não existe descoUocamento dos fragmentos, póde-se usar do apparelho inamovivel de Scutin, conhecido por amido- nado, o qual se faz da seguinte fôrma: cortão-se talas de papelão proporcionadas á grossura e comprimento do braço, humedece-se bem e cobre-se o braço com uma ata- dura enrolada; bezunta-se esta atadura com gomma de amidon e por cima applicão-se as talas de papelão; tendo ellas tomado perfeitamente a fôrma do braço, passa-se se- gunda atadura enrolada para fixar as talas. Ha ainda o apparelho dextrinado de Yelpeau, que é feito com duas ataduras enroladas: a primeira enrola-se sêcca no braço, a segunda embebida de dextrina, por cima desta. Depois põe-se uma camada de dextrina sobre o apparelho e deixa-se seccar. Se a fractura fôr comminutiva com chaga exterior, o apparelho deve consistir em uma gotteira de ferro, bem acolchoada e com uma jane.la na altura da chaga, Fig. 28.—Apparelho da frac- tura do numero. FRACTURAS 373 e curvada de modo a poder conservar o ante-braço em meia flexão. A chaga deve ser curada duas vezes por dia com fios e cerôto simples, tendo-se posto de ante- mão um panno encerado entre o braço e a gotteira. Para qualquer complicação, se fôr, por exemplo, ferida de al- guma artéria, convém liga-la immediatamente; sendo febre, — o tratamento indicado nos casos de fractura em geral, — inflammação muito intensa, além do tratamento geral, irrigação contínua da parte com água fria. (Fig. 29.) Fig. 29.— Apparelho de irrigação contínua. Fract. da extremidade inferior ou sub- condyliana. —Symptomas. Ella póde-se confundir 374 FRACTURAS com a luxação do cotovello, dá qual se differencia pelos signaes abaixo, porque na fractura a relação da ole- crana com as tuberosidades humeraes não muda. 1.° Deformação. Saliência anterior dos fragmentos acima do cotovello; saliência da olecrana atrás; augmento de diâmetro antero-posterior; acima da saliência da olecrana, vasio transversal; tumefacção, relevo rugoso na prega do cotovello. 2.° Dimensão. Encurtamento do braço com os signaes geraes de fractura, outras vezes normal. 3.° Posição. Membro meio debrado. 4.° Mobilidade. Crepitação notável durante o^ movi- mentos de rotação do braço, mobilidade anormal. Tratamento. Hippocrates reduzia estas fracturas fa- zendo tracções sobre o ante-braço meio dobrado; Boyer, depois de assim reduzida, collocava um apparelho com- posto de uma atadura enrolada, por cima da qual punha duas talas de papelão molhado, uma no sentido da flexão e outra no da extensão. As taias de páo são prefe- ríveis havendo descoUocamento dos fragmentos em an- gulo. A. Cooper punha um apparelho composto como o de Boyer de duas talas, que erão, porém, de madeira, sendo a tala posterior acotovellada, estendendo-se além da articulação para o ante-braço (que devia ficar em meia flexão), e outra anterior somente assentava sobre o braço, fazendo o officio de outra tala; depois punha por cima uma atadura enrolada. Póde-se apertar as talas com tiras de esparadrapo. Dupuytren aconselha levantar o apparelho — nas crianças no fim de tres semanas, e — nos adultos depois de um mez, convindo fazer movi- mentos moderados da articulação ao décimo quinto dia, para evitar a anlrilose. Póde-se igualmente usar dos apparelhos inamoviveis amidonados ou dextrinados, e as gotteiras de ferro mo- dernas. (Fig. 30.) Fract. dos dous condylos—O que differencia estas fracturas da luxação é a crepitação e a mobilidade exagerada, ainda que dolorosa, da articulação na fractura. FRACTURAS 375 Symptomas. — 1.° Deformação. Alargamento conside- rável do cotovello por effeito da separação dos condy- Fig. 30.—Apparelho de Desormeaux. los; inchação; saliência adiante do fragmento superior; fragmenta inferior em cima e atrás; algumas vezes crepitação franca e signaes das fracturas em geral. Tratamento. Reducção como a precedente; approximar os qondylos; apparelhos como para as precedentes. Fract. dos ossos do ante-braço.—Ordinaria- mente esta fractura se faz no terço médio dos ossos. Nas crianças, ás vezes, a fractura é incompleta e os ossos se curvão. Elles se podem quebrar na mesma altura ou em 376 FRACTURAS pontos differentes. No primeiro caso os fragmentos apresentão grande afastamento, o que não to dá no segundo. Symptomas. — 1.° Deformação. Inchação. 2.° Dimensão. Normal. 3.° Posição. Pronação. 4.° Mobilidade. Anormal; perda dos movimentos de pronação e supinação; movimentos communicados e dolo- rosos; crepitação. Tratamento. Reduz-se a fractura fazendo tracçõcs sobre os dedos dobrados, emquanto o ajudante faz a contra-extensão no cotovello. O apparelho deve compôr-se de duas compressas gra- duadas, embebidas em aguardente, collocadas ao nivel do intervallo inter-osseo, e sobre ellas duas talas da largura do ante-braço, uma palmar e outra dorsal e presas por uma atadura enrolada. Do décimo quinto ao vigésimo dia deve-se substituir este apparelho por uin amidonado. Se a fractura fôr comminutiva deve-se collocar o ante- braço em uma gotteira e tratar-se com irrigação con- tinua ou cataplasmas frias. (Fig. 31.) Fig. 31.—Apparelho para a fractura do ante-braço. Fract. da olecrana. — Symptomas. 1." Defor- mação. Inchação do cotovello, ecchymose e derrama- mento sanguineo; tumor produzido pela olecrana, que subio acima da linha das tuberosidades; e depressão abaixo do humerus. 2.° Dimensão. — Normal. 3.° Posição. O membro em meia flexão não podendo ser estendido sem forte dôr. FRACTURAS 377 4.° Mobilidade. A flexão e extensão imposeiveis; o fragmento destacado é movei; dôr local durante os movimentos communicados, e crepitação quando se praticão movimentos de lateralidade. Tratamento. — Estende-se o ante-braço sobre o braço, e empurra-se o fragmento para baixo, conserva-se o braço na extensão incompleta. O methodo inglez, em opposição ao francez, manda pra- ticar a extensão completa. Como meio contentivo applicâo-se compressas gra- duadas, em fôrma de cunba, na parte posterior do coto- vello para repellir a olecrana para baixo, mantendo-as com uma atadura enrolada sêcca; por cima passa-se uma outra dextrinada. Qualquer apparelho só deve ser posto depois de des- apparecer a inchação. Fract. da extremidade inferior do radius. — (Fig. 32.)—Symptomas. Inchação, crepitação; dôr viva Fig. 32. augmentada pela pressão no ponto fracturado; deforma- ção característica no dorso do punho; tensão dos mús- culos radiaes externos contracturados (Yelpeau); desvio para dentro do eixo da mão (Dupuytren], augmento de diâmetro antero-poste ior do punho (Diday); abolição total ou parcial dos movimentos da mão. Tratamento. No momento do accidente não se deve fazer mais do que collocar o membro em uma almofada e applicar uma cataplasma, com o fim de diminuir as dores. 378 FRACTURAS No fim de vinte e quatro horas pratica-se a exten- são sobre o punho, approximão-se os fragmentos e se mantêm por meio de compressas graduadas postas transversalmente sobre o dorso do carpo, e o fragmento inferior do radius, contidas por duas talas, uma dorsal, que desça até o metacarpo, comprimindo esta o frag- mento inferior, e outra applicada na face palmar do ante-braço, que não exceda a extremidade inferior do radius, com o fim de repellir para trás o fragmento superior que tende a proeminar para diante (Nelaton). Malgaigne aconselha que os dedos e as mãos devem ser mantidos dobrados sobre uma atadura enrolada. (Fig. 33) Fij. 33.—Apparelho para a fractura do ante-braço. No fim de quatro ou seis dias pôde applicar-se oa apparelhos inamoviveis dextrinados ou amidonados, tendo, porém, o trabalho de os renovar de oito em oito dias, durante duas semanas. Fract. do femur.—O femur é susceptivel de frac- turar-se em vários pontos de sua extensão: assim pôde fracturar-se no collo, dentro e fora da cápsula articular, no corpo e nos condylos. ±.° Fract. intra-capsular do collo.—O collo, segundo Colles, se pôde fracturar com ou sem conservação do periosteo, completa ou incompletamente; devendo, porém, notar-se que o mais freqüente é que a fractura seja comminutiva, se complique da extra-capsular e de esmagamento da parte. As causas que as produzem, mais commummente, são : um passo em falso quando o individuo tem attingido FRACTURAS 379 idade em que a substancia calcarea predomina, na ve- lhice por exemplo (Cooper); uma queda em que o in- dividuo cahe em pé (Bon- net, A. Berard, Rodet), e uma queda sobre o quadril (Nelaton). (Fig. 34.) Symptomas. Dôr na prega da virilha, augmentando-se pelos movimentos; incha- ção. l.° Deformação. A incha- ção torna-se pouco conside- rável. 2.° Dimensão. O membro fica curto apenas alguns millimetros, maxime se o periosteo foi conservado. r n _ . ___ _ Fig. 34.— Fractura do collo ínter- 3.° Posição. O pé faca em capsular. rotação para fora ; o grande trochanter sobe (Cooper) ou é lançado para trás (Desault). Ás vezes o pé fica inchado em adducção, o que indica fractura commi- nutiva de toda a parte anterior do collo, ou frac- tura com conservação do periosteo na parte anterior; ou mesmo contracção muscular enérgica desta parte. (Fig. 35.) 4.° Mobilidade. Crepitação ás vezes difficil de perceber. Havendo conservação do periosteo o membro conserva a faculdade de movimentos por algum tempo; não ha- vendo esta conservação, abolição completa das funcções do membro. Ttatamento. Convém reduzir a fractura e immobi- lisar o membro até completa consolidação , o que se obtém por meio dos apparelhos de Desault, de Heister, de Boenninghausen, ou do de Desault modificado por Boyer, sendo este ultimo o que deve ser preferido na maioria dos casos. (Fig. 3b\) 380 FRACTURAS Fract. extra-capsular conhecem do collo.— Destas se tres espécies: Ia, a em que o collo do femur penetra no grande trochanter (W. Smith, Ro- bert) ; 2a, as descriptas por Guthrie e "Velpeau, denominadas as sub- trochanterianas ; 3a, as produzidas na união do collo com o corpo, as quaes são ao mesmo tempo intra e extra- capsulares, com divisão do trochan- ter em esquirolas, e que penetrão as partes molles circumvizinhas. (Fig. 37.) Symptomas. Dôr mais viva do que na intra-capsular; inchação enorme e ecchymose. l.° Deformação. Quando a incha- ção começa a desapparecer nota-se um fragmento ósseo movei e que simula a cabeça do femur; augmento de volume da saliência do grande trochanter. 2.° Dimensão. Encurtamento pouco considerável do membro, quando Fig. 35. —Fractura doa fractura é da espécie descripta C0ll%o°pé7ara;fôra.aÇãOP0r W' Smit^ **> é, por pene- tração. 3.° Posição. Rotação do membro para fora, nas frac- turas múltiplas e sub-trochanterianas, ou mesmo para den- tro em alguns casos. __ 4.o Mobilidade. Nas por penetração, ausência de cre- pitação ; abolição das funcções do membro. Tratamento. Havendo inflammação, cataplasmas emol- lientes, feitas com farinha de mandioca ou miolo de pão banhadas de tintura de arnica. Feita a reducção, como para as fracturas do corpo, deve immobilisar-se o mem- bro como no caso precedente. Além disso convém FRACTURAS 381 empre- porém, praticar uma tracção contínua sobre o membro, gando-se para esse fim uma roídana, prendendo-se, a bacia com um apparelho que, pas- sando por debaixo da coxa, faça o officio de contra-extensão. Quando houver ao mesmo tempo fractura de fragmentos múltiplos intra e extra-capsular, a gotteira dupla de Bonnet deve ser prefe- rida. Malgaigne simplifica o meio con- tentivo dos fragmentos affrontados depois da reducção, nos casos de fracturas com penetração do collo, mantendo o membro em um duplo plano inclinado, ao qual Pott addi- ciona almofadas. Fract. do corpo do femur. —Estas fracturas são sempre denta- das, excepção feita das produzidas nas crianças. Ellas são o effeito da acção de uma causa directa sobre a parte. Symptomas. Dôr e estalo no mo- mento do accidente. l.° Deformação. Deformação do membro, com desvio do joelho para fora e convexidade na parte externa ou na anterior da coxa; inchação na altura do ponto fracturado. 2 ° Dimensão. Encurtamento va- riável entre tres a seis centímetros. 3.° Posição. Pé voltado para fora. ^ ^,.,.77 a i Fig- 36.—Apparelho de 4.° Mobilidade. Anormal, com cre- Desault modificado por pitação ao nivel da parte quebrada. Boyer. Procurando-se mover a coxa, fórma-se um angulo pro- duzido pelos fragmentos e a crepitação torna-se ma- nifesta. A as crianças este phenomeno é mais difficil de 382 FRACTURAS produzir-se pela flexibilidade maior dos ossos. Perda da funcção do membro. Tratamento. A reducção se obtém fazendo-se a contra-extensão sobre a bacia ou sobre a raiz da coxa, com uma toalha que a abrace completamente. A extensão deve ser feita por um ajudante sobre o pé, prendendo com uma das mãos o calcanhar e com a outra a parte anterior, e applicando a face palmar sobre o dorso do pé e o pollegar na face plantar. A coaptação é feita pelo ope- rador por pressões ligeiras e metho- dicas. Mantem-se a reducção com a atadura de Scultet, que consiste.: Io, de uma tira de panno mais longa que o Fíít. 37. membro fracturado, com quatro palmos pouco mais ou menos de largura; 2o, de talas cujo numero pôde variar de duas a quatro, segundo a sede da fractura; 3o, de almofadas pequenas e longas como as talas, para impedir que estas contundão as partes sobre que são applicadas; 4o, de tiras de panno de quatro dedos de largura, tendo de comprimento quanto seja preciso para dar duas voltas ao membro e em numero que chegue pari cobri-lo completamente; 5o, de com- pressas finas variáveis em tamanho, segundo as necessi- dades; 6o, de fios, compressas crivadas, induzidas do sub- stancias medicamentosas, ou de licores resolutivos; 7o finalmente, de cadarços collocados por fora de todo o apparelho para aperta-lo depois de applicado. (Yid. Fig. 21 á pag. 358). Ou com o de Desault, cuja differença da precedente é somente em que as duas talas, a interna e externa, vão além do pé. (Fig. 38.) Nas fracturas obliquas deve ser esta a preferida. Ou com a gotteira deBonnet, de Lyon, cheia de algodão e acolchoada, cingida de tiras de ataduras na altura da parte fracturada. Ou com os apparelhos inamoviveis ou mesmo nos casos de indicação especial, por meio do FRACTURAS 383 &- - ^ apparelho de Desault modificado por Boyer (Vide Fig. 36 á pag. 381), ou com os planos inclinados (Fig. 39;, ou com os de suspensão. (Fig. 40.) Qualquer desses apparelhos só deve / ^^e ser levantado nas crianças, 30 ou 35 Wç^ ,~ dias depois da applicação; nos adultos tÉltf'.' n*. depois de 50 dias. Deve-se ter em vista a eircumstancia, de que os appa- relhos não devem ser muito apertados, o que traria inevitavelmente a gan- grena do membro. Fract. dos condylos do fe- mur. Symptomas. O joelho fica acha- tado, a rotula se introduz entre os condylos fracturados, e só ó percebivel á vista, quando se procura approximar os dous condylos ; mobilidade anormal dos condylos; crepitação ; dôr e der- ramamento de sangue considerável na articulação do joelho ; quando a frac- tura é complicada de chaga e que o fragmento superior faz saliência, póde-se afiançar que a articulação foi aberta. Tratamento. Nos casos de abertura da articulação a indicação urgente, maxime se os tecidos estiverem con- tundidos e os ossos a nú ou que seja feita por arma de fogo, é a amputação no terço inferior da coxa ou a resecção se apenas o fragmento superior proe- mina na chaga. Se, porém, a fractura não assume estas proporções deve-se collocar o membro em extensão, e usar de com- pressas de arnica em larga escala, applicando um apparelho, composto extensão continua para de tiras de papelão molhado, na a fractura do femur. cavidade poplitea, tendo a cautela de fazer movimentos >/ Fig. 38.—Apparelho de 384 FRACTURAS moderados da articulação, depois de cinco ou seis se- manas, para preservar o individuo do estabelecimento da ankilose, effeito da demora na restituição das func- ções do membro. Fig. 39.— Apparelho de planos inclinados paia a fractura do femur. Fract. da rotula. — Symptomas. Dôr viva e estalo percebido pelo paciente; impossibilidade de levantar e Fig. 40.—Apparelho de suspensão para a fractura do femur. estender a perna; ecchymose; derramamento de sangue na articulação; inchação. 1.° Deformação. Inchação. Na fractura transversa ha queda immediata e afastamento dos fragmentos da ro- tula, que se augmenta durante os esforços de extensão. FRACTURAS 385 2.o Dimensão. Normal, fluctuaçâo franca na articu- lação. 3.° Posição. A posição vertical é impossivel ou muito difficil. 4.° Mobilidade. Os movimentos de extensão ou fle- xão são impossiveis; crepitação. Na fractura vertical ha dôr e inchação ; os fragmentos se afastâo durante a flexão; ecchymoses; crepitação no movimento de extensão forçada. Na múltipla a crepitação é facilmente percebida; ecchymose, e inchação considerável do joelho; aug- mento apparente do volume da rotula. Tratamento. Na transversa. Como de ordinário a causa destas fracturas obra directamente sobre a parte, convém acalmar a inflammação antes do emprego de qualquer apparelho, o que se obterá applicando com- pressas embebidas em solução de tintura de arnica cons- tantemente molhadas, ou mesmo cataplasmas emollien- tes, feitas em cozimento de flores de arnica. Não ha- vendo derramamento algum ou excesso de inflammação deve applicar-se immediatamente os apparelhos apro- priados com o fim de impedir a contracção dos mús- culos fiexores e extensores da perna, o que traria como resultado inevitável o afastamento dos fragmentos. 1.° Apparelho de Boyer, o qual consta de uma gotteira, com duas chapas para comprimir os fragmentos superior e inferior. 2.° Apparelho de Laugier (Fig. 41), que consta de uma Fig. 41. prancheta larga, coberta por uma almofada com duas 386 FRACTURAS de madeira D D, ao nivel da curva da perna e que servem de ponto- de parada dos laços C C, os quaes comprimem cada fragmento da rotula por intermédio das placas de gutta-percha B B. 3.° Apparelho de Fontan (Fig. 42), que consiste em uma placa de 25 centí- metros de comprimento e 12 a 15 de largura, com duas chanfraduras nos bordos lateraes, á distancia do 7 ou 8 cen- tímetros dos bordos su- perior e inferior A, guarnecida toda ella por um pequeno coxim B; applica-se em derredor do membro á distancias iguaes para cima e para baixo do joelho, cinco ou seis Afoitas de ata- dura A D e E; depois passa-se, de cada lado da arti- culação, um laço forte, apertado convenientemente. 4.» Apparelho de Trelat (Fig. 43). Compõe-se: Io, de duas placas de gutta-percha de 10 centimetros de compri- mento, com 6 de um lado e 4 de outro de largura, o 5 de espessura; 2o, de tiras de diachylão; 3o, da garra de Malgaigne (Fig. 44). O apparelho é empregado da se- guinte fôrma: As placas são amollecidas em água quente, applicadas assim á parte para que tomem o molde da perna, o que sendo obtido, são arrefecidas em ao-ua fria. FRAC1URAS 387 e applicadas de novo, presas á parte por fortes tiras de diachylão, que dêm duas voltas aj membro e postas nas extremidades externas, sendo as internas, que devem conservar atfrontados os frag- mentos, presas pela garra de Malgaigne. As fracturas verticaes da rotula se consolidáo com ap- parelhos simples, constantes _Fig_ 44 de dous coxins lateralmente applicados sobre os fragmentos, cantidos por uma ata- dura enrolada, conservando-se a perna em extensão con- tinua: ou ainda, segundo Malgaigne, por meio de com- pressas graduadas, mantidas por tiras de diachylão. Fract. da perna.—A perna pôde fracturar-se de modo que um só dos dous ossos seja compromettido na lesão (Fig. 45) ou ambos ao mesmo tempo. A fractura se pôde fazer, quando são ambos os ossos atacados, no mesmo nivel ou na mesma altura em ambos os ossos, ou um acima e outro mais abaixo. Ella pôde ser múltipla, simples, complicada ou commi- nutiva, (Yide Fig. 19 e 20 á pag. 357.) Symptomas. Quando a fractura se fez de ambos os ossos da perna, os fragmentos não se afastão muito, por causa da acção do ligamento inter-ósseo. Quando ella é simples : 1.° Deformação. Variável, inchação da perna; saliência do fragmento superior para diante; ecchymose. 2.° Dimensão. Quando não ha afastamento, ó variável; em caso contrario, encurtainento. 3.° Posição. Pó voltado em sentido da obliqüidade da fractura. 4.° Mobilidade. Crepitação; mobilidade anormal na parte; os movimentos voluntários difficeis. Nas fracturas múltiplas ha chaga produzida pela ponta 388 FRACTURAS de algum dos fragmentos do tibia ; mobilidade das esqui- rolas. Nas comminutivas: além dos symptomas acima, crepitação; en- curtamento do membro e contusão das partes molles. Tratamento. (Fig. 46.) As frac- turas simples são perfeitamente curadas com o apparelho de Scultet, já descripto para os casos de fracturas do femur (Fig. 47). Se não houver inchação, convém usar um apparelho amydonado inamovivel (Fig. 48). Nos casos de complicação de chaga, é ne- cessário abrir uma janella na altura da chaga e cura-la duas vezes ao dia. (Fig. 49 e 50.) Tivemos occasião de usar de um apparelho fácil e barato, com- posto de duas gotteiras de folha de Flandres, feito ao molde da perna, acolchoado por dentro e bem forrado de algodão. A got- teira posterior excedia um pouco o calcanhar vindo desde a cavi- dade poplitea, emquanto que a anterior, que começava em altura correspondente á posterior, che- Fig. 46 — Tala de gomma gada ao nivel da articulação modelada para as fiacturas tibio-tarsiana se revirava para o peiua* dorso do pé, que acompanhava até a extremidade anterior dos metatarsianos. Estas gotteiras tinuão em altura correspondente, aberturas para passa- gem de correias, que apertadas por fivelas conservarão o apparelho perfeitamente applicado durante todo o tempo necessário á cura da chaga, e consolidação (56 dias); na altura da chaga havia uma janella que se abria e fechava á vontade, pormittindo a cura duas vezes ao dia. FRACTURAS 389 O apparelho de Gaillard de Poiturs (Fig. 51) se compõe de uma chapa de madeira com buracos dos lados; de quatro cavilhas e de duas pran- chetas lateraes; colloca-se uma <^^ almofada pouco ____.,____ espessa de- "* baixo da perna no meio da cha- pa^ duas outras Fig. 47.—Apparelho de Scultet paia a fractura lateraes , ser- da Perna- vindo de coxins as pranchetas, que aqui fazem o officio Fig. 48. de talas; as quatro cavilhas passadas nos buracos apertão Fig. 49. as pranchetas sobre os coxins e estes o membro. Uma corda mantém as cavilhas. 390 FRIEIRAS Na extremidade inferior da chapa principal existe um Fig. 50. gancho, onde é pre-a uma laçada da atadura, em fôrma de gravata, que mantém o pé. Fig. 51. O apparelho polydacleto de Jules Roux obra da mesma. fôrma que o de Gaillard (Fig. 52). FRIEIRAS. Rubor erythematoso, com inchação inflammatoria da pelle e do tecido cellular sub-cutaneo, occasionada pelo frio e seguida ou não de ulcerações. FUNGOSIDADES 391 Tratamento. Evitar as transições precipitadas do frio e do calor, gelo pilado e água fria. Os me icamentos em- pregados com melhor re- sultado são: —1) Agar., bell, nitri-ac, pelr., phos., puls., sulf. — 2;) Am., carb.-an., carb.-v., cham., chin., hyos., iod., lye, mags.- aus., phos.-ae, rhus., sulf.- ae, cep. e ais. FUNGOSIDADES. HYPERSARCOSES. Excrescencias ou vege- tações carn tidas, vascu- lares, esponjosas, desen- volvidas na superficie das ^ chagas e das ulceras. j^ Tratamento. Destrui-las por meio da compressão, & cia cauterisação com ni- trato de prata, excisão, ligaduras, cataplasmas com Fig. 52. farinha de mandioca ou com miolo de pão e leite. 392 FURUNCULO OU PREGO FUNGUS MEDUIXAR. TUMOR ENCEPHALOIDE. Inflammação chronica da membrana que forra interna- mente os ossos longos, com desenvolvimento de fungosi- dades, dando em resultado, além da rarefacção do tecido próprio dos mesmos ossos, a secreçâo de matérias cretáceas e lardaceas. Tratamento. Os principaes medicamentos são, em geral: — 1) Ars., carb.-an., carb.-v., phos., sep., sil, sul/. — 2;) Ant, bell, cale, ciem., con., kreoe, lach, lye, merc, nitri-ac, staph.—3;) N.-vom., petr., rhus., sabin., tart. e thui. O JFungus liesnatotle exige de preferencia: — 1) Ars., phos., carb.-an., sil. — 2;) Carb.-v., lach, lye, merc, nitri-ae, sid/. — 3;) Cale, ciem., kreos., n.-vom., rhus., sep., sabin., staph., tart. e thui. O Fisngus inedullar: Bell, carb.-an., phos., thui., sil. e sul/. O Fungns auricular ou das articulações: — 1) Ant., kreos., lach, sil. — 2;) Ars., iod., lye, phos., staph. — 3;) Ciem., petr., rhus., sabin. e staph. FURUNCULO OU PREGO. ANTHRAX BENIGNO. Inflammação do tecido cellular que enche as areolas do tecido fibroso da pelle, complicada de estrangulaçâo, manifestada por pequeno tumor vermelho quente, duro e doloroso, contendo um humor soro-sanguinolento e um carnicâo. FURUNCULO OU PREGO 393 Tratamento. Os principaes medicamentos são: — 1) Aps., arn., bell, hep., lye, phos., sulf.—2;) Alum., ant, cale, lach., led., merc, mur.-ae, nitri.-ac, n.-mos., n.-vom., oxal-ae, phos.-ac, see, sep., sil, staph, tart. e thui. Os grandes furunculos reclamão de preferencia: — 1) Hep., lye, nitri-ac, sil. — 2;) Hyos., natr., phos. e tart. Os pequenos, ao contrario: — 1) Am., bell, sulf.— 2;) Gral, magn.-e, natr.-m. e zinc. Quando tarda a estabelecer-se a maturidade: Hep., ou havendo forte inflammação e muitas dores: Bell ou merc. Sendo tratados logo depois do seu apparecimento, os furunculos cedem á cale Para os que tendem a gangrènar-se e a passar a carbún- culos, os principaes medicamentos são: — 1) Ars., bell, SH—2;) Caps., hyoê., lach, rhus., see esil . Para tirar a disposição aos furunculos, são principal- mente : Lye, n.-vom., phos. e sulf. G GAGUEIRA. PSCHISMO. Nevrose com instabilidade muscular; estado tônico ou clonico dos músculos da phonação e dos órgãos da res- piração. Tratamento. Conforme ataca as crianças ou os adultos, o tratamento se modifica. Para ambos, porém, convém faze-lo acompanhar pelos agentes pharmaceuticos. Modificadores physicos. Tenotomia, gymnastica dos ór- gãos respiratórios e bocaes. Canto, declamação (Demos- thenes), articular os sons o mais limpamente possivel le- vantando a ponta da lingua, ou mesmo sua totalidade, para o paladar (Leigh e Malbenche). Pronunciar precipitada e separadamente cada syllaba (Serres). Regularisar os movimentos da respiração por largas inspirações, e juntar exercícios gymnasticos (Lindt, Du Soit). Retirar a lingua para o pharynge revirando a ponta para a campainha; afastar transversalmente os lá- bios, afim de distanciar suas commissuras; fazer preceder cada phrase de uma profunda inspiração; fal'ar com ca- dência e sem precipitação (Colombat). Modificadores intellectuaes. Perseverança invencivel, vontade firme, attenção sustentada, trabalhos de memó- ria, esforços de imitação. GALACTOCELES 395 Meios therapeuticos. Para a gagueira das crianças são, segundo Jahr, principalmente: Bell, euphr., merc. e sulf., os medicamentos que, ajudados dos meios acima pro- postos, concorrem para a cura deste inconveniente. ^e este defeito da palavra affecta os adultos, quer. o tenhão adquirido desde criança ou me-mio por alguma moléstia ou vicio, os melhores medicamentos são: — 1) Bell, caus., dulc, euphr., graph, lach., merc, nttr., n.- vom., stram., sul/.— 2;) Acon., ars., cie, con., natr.-m., op., rut, see—3;) Anae, arg., các., emn., carb.-an., carb.-v., hep., lye, oleand.,plucb., thui. o veratr. GAI.ACTOCEEES. TUMORES LEITOSOS. Tumor desenvolvido nas mamas por effeito da retenção do leite no tecido cellular ou cellulo fibroso, ou nos con- ductos-gal ctophoros dilatados, com obliteração da aber- tura exterior destes conduct<\s, tensão, maxime quando o seio é dado á criança e dilataçâo das voas superficiaes. Tratamento. Desmamar a criança; puncção; incisão dos pequenos tumores. Sendo duro, butyroso—extirpação. Os medicamentos principaes para a inflammação das msmas com ou sem tumor já formado, são : Bell, bry , carb.-an., hep., merc, phos., sil. e sulf. Belladona: Quando os seios estão inchados e duros, com dores lancinantes ou despedaçadoras e rubor erysi- pelatoso que se estende de um ponto central p ira a peri- pheria em fôrma de raios. (Este medicamento deve ser administrado alternando com bryonia). Bryonia: Quando os seios estiverem duros, rijos e en- gorgitados de leite, com dores tensivas ou lancinantes 396 GALACTOPTRA no tumor e calor ardente no exterior, maxime juntan- do-lhe movimentos febris com calor e superexcitação do systema vascullar. (Se bry. não fôr sufficiente deve-se recorrer a bell.) Hepar: Se apezar do emprego de bell, bry. e mer., a suppuração começar a estabelecer-se. Mercurius: Quando nem bry. nem bell. forem suffi- cientes para debellar a inflammação erysipelatosa, e que restem partes duras e dolorosas no peito. Phosphorus: Quando hep. não puder prevenir a sup- puração ou se já houver ulceração completa das mamas, e mesmo ulceras fistulosas com bordos duros e callosos; ou havendo suores e diarrhéas colliquativas, com tosse suspeita, calor febril á tarde, rubor circumscripto nas faces e outros symptomas de febre hectica. Silicea: Se phos. não bastar contra a suppuração das mamas com ulceras fistulosas, e contra t s symptomas de febre hectica. GAE ACTOP YR A. FEBRE DE LEITE. Pyrexia passageira, symptomatica de fiuxão e activi- dade anormal da secreçâo das mamas na época do parto (de ordinário 2 a 3 dias depois). Symptomas. Quarenta e oito horas depois do parto a mulher sente dores de cabeça, calefrios ligeiros e calor; a pelle, que em principio estava sêcca, cobre-se de suor no fim de algumas horas; o pulso torna-se vivo e fre- qüente, batendo de 90 a 100 pancadas; depois molle e largo; apparece sôde, inappetencia; face animada, lingua esbranquiçada e prostração geral; inchação dos seios com dôr; respiração acceleiada; agitações; as dores dos seios se irradião para cs braços e espadoas; lochios menos GANGRENA 397 abundantes. Este estado tem 24 a 48 horas de duração, findas as quaes apparece suor geral ; o leite corre em abundância è a reacção febril desapparece inteiramente, se não tem havido rupturas na vagina ou começo de alguma affecção pucrperal, o que convém examinar para pre- venir o desenvolvimento de symptomas mais graves. Tratamento. Os medicamentos com os quaes se pôde seguramente debellar a febre de leite nas mulheres recem- paridas, são: Acon., coff., ou: Am., bell, bry. e rhus. GAEACTORRHÉA. Corrimento exagerado e espontâneo de leite pelo ma- melão, devido a excesso de secreçâo leitosa normal ou á secreçâo mórbida em época estranha ao aleitamento. Symptomas. Quando a mulher aleita, os seios estão constantemente cheios de leite, distendidos, sensiveis. En- fraquecimento, repuxamentos no peito, nas costas, no estômago e fraqueza geral. Não aleitando ou mesmo sendo virgem: secreçâo leitosa exagerada, com dôr, tensão, estendendo-se ao peito e estômago. Tratamento. O melhor medicamento para o corrimento de leite fora do tempo do aleitamento, é: Cal, maxime se os seios estiverem sempre cheios, ou: Bell, bor., bry. e rhus. GANGRENA. ESPHACELO. É a mortificaçâo e putrefacção de um tecido, de um órgão ou de uma parte qualquer do corpo humano com reacção vital das partes circumvizínhas por effeito de 398 GANGRENA inflammação ou de obstáculo á circulação, á innervação, ou finalmente por desorganisação e intoxicação geral ou parcial do organismo. Symptomas.—Em geral. A gangrena pôde ser externa e interna. Esta de ordinário se desenvolve nas vísceras e nos órgãos parenchymatosos inaccessiveis á vista. Seus symptanas são os mesmos da moléstia que a originou, com a differença porém de que á intensidade dos phe- nomenos succede uma espécie de calma, com pulso que se vai enfraquecendo insensiveluiente até a morte; a face torna-se pallida e hippocratica. Na externa, sendo senil, as extremidades do membro tornão-so insensíveis, os artelhos cobrem-se de manchas amarollas ao principio, depois denegridas; manchas que se vão augmentando cada vez mais, estendendo-se debaixo para cima, até invadir toda a parte e ser completa a mor- tificaçáo. Não sendo senil os phenomenos são idênticos, menos o c unôço pelas extremidades; irradiando-se ao con- trario do ponto ou sede da invasão, e estendendo-se como a descripta acima, vai marchando até encontrar algum tecido quo lbe sirva de barreira, onde se estabelece suppu- ração que destróe (zona divisória) o tecido cellular, os vasos e nervos, os quaes expellidos deixão em seu contorno par- tes vivas. As partes gangrenadas exhalão um cheiro infecto carac- terístico. Os symptomas locaes e geraes da gangrena varião não só nas diver as espécies da affecção como nos periodos de seu desenvolvimento. Considerando a gangrena em gcr.J ella tem tres periodos, que são: mortificação dos tecidos, eliminação das escaras, cicatrisação das chagas. Ella pôde ser produzida por inflammação, por contusão, por compressão, pelo frio e pela applicação do centeio espi- gado em doses desproporcionadas, e pôde finalmente ser local ou difusa. A glycosuria pôde produzir uma espécie de gangrena, que se chama glycoémica. Ilorliíl ração dos tecidos. — Io .periodo. Symp- tomas. Por effeito da intensidade das causas supiaditas, GANGRENA 399 a pelle adquire còr violeta ou cinzenta na gangrena branca de Qucsnay; o tecido cellular côr escura, quando tiver sangue infiltrado ou cinzento, sendo banhado pelo pús: os músculos adquirem côr escura, as mucosas côr branca e.nbaeiada, que passa progressivamente a amarel- lada. Na gangrena humida perda completa da sensibili- dade e cheiro infecto especial; resfriamento das partes doentes. Eliiiaiaaação das escaras.—2° periodo. Symp- tomas. Inchação, rubor e calor da parte sã que circumda as escaras com depressão das partes gangrenadas; formação de um sulco entre as partes mortificadas e as sãs, com derramamento de um liquido, que em principio é seroso e depois purulento, levantamento e queda das escaras. Cicalrisacao. — 3o periodo. (V. Chagas.) Deve-se notar que na "gangrena sêcca não ha perda completa da sensibilidade, nem cheiro próprio cia gangrena, que é privativo da humida. Tratamento.— § 1.° Os medicamentos que merecem a preferencia são : —1) Ars., chin., lach, sil—2;) "Asa., bell, euphr., hell,plumb., sabin., see, squill—• 3;) Acon., con., merc, sulf, sul/.-ae e tart. § 3.<> Para a gangrena humida os principaes medica- mentos são: Chin., bell, squill e ais. Para a gangrena fria ou o esphacelo:— 1) Ars., asa., chin., see, squill— 2;) Bell, con., euphor., lach, merc, plumb., ran., sil, sul/., sul/.-ac. e tart. Para a gangrena inflammatoria ou quente:—1) Sabin., see— 2 ;) Ars., bell. e mur.-ae Para a gangrena senil:—1) See — 2;) Chin., con. e plumb. § 3.° As erupções gangrenosas, as pústulas negras ou malignas exigem de preferencia: —1) Ars., carb.-v. — 2;) Bell, hyos., lach., rhus., see, sul/.— 3;) Ant, mur.-ae e sep. 400 GASTRALGIA O carbúnculo ou anthrax: — 1) Ars., bell, sil. — 2 ; Caps., hyos., rhus., see e tart. Em particular. Gangrena do pulmão. Symptomas. Displicência, fraqueza, dores thoraxicas; tosse, expectoração amarello-esverdeada, escuro-carre- gada, saniosa, denegrida, opaca, não viscosa, de cheiro gangrenoso característico; hálito gangrenoso. Oppressão, som massiço; estertor sub-crepitante mais ou menos abun- dante, com sopro bronchico; bronchophonia; algumas vezes gargarejo, respiração cavernosa, pectoriloquia. Pulso freqüente, pequeno, pelle quente, sôcca, face pal- lida, alterada, fraqueza; fuliginosidades negras na lin- gua e dentes. Algumas vezes delírios, agitação, estupor, sobresaltos dos tendões; diarrhéa fétida, marasmo. Tratamento. Os medicamentos que podem ser com van- tagem empregados, são : Ars., chin., merc, phos., phos.-ac, see, sil, sul/, squill, veratr. e plumb. GASTRAEGIA. GASTRO-DYPSIA, COLICAS, CAIMBRA DE ESTÔMAGO, CARDIALGIA. Affecção nervosa do estômago, caracterisada por dores, espasmos mais ou menos fortes, devida á exaltação da sensibilidade e á irritação chronica, sem febre ou symp- tomas de inflammação. Symptomas. Dôr espontânea, forte, atroz, apparecen- do por accessos, principalmente depois das comidas ; não GASTRALGIA 401 provocada, nem augmentada pela pressão, a qual, ao con- trario, produz allivio ; sensações locaes extravagantes ; dores irradiando-se para as partes vizinhas ; appetite nor- naal augmentado, diminuído ou pervertido; náuseas e ra- ramente vômitos ; arrotos nidorosos, ácidos ou acres ; py- rosis ; eruetações ; soluços ;lingua normal; constipação, flatuosidades, colicas, meteorismo ; dejecções líquidas mu- cosas, acres, sanguinolentas; ourinas límpidas; hypocon- dria, ás vezes ictericia. Tkatamento.—Hygienico. Distracção, oecupação manual e exercicio moderado; temperatura branda, ar sôcco, ha- bitação no campo; dieta láctea; alimentação vegeto-ani- mal, por meio de feculas, ovos frescos e carnes brancas assadas; vinho de Bordéos Cjm água; banhos frios e de- pois tepidos. Medico.—§ 1.° Os melhores medicamentos sio em ge- ral: — 1) Bell, bry., cale, carb.-v., cham., chinn., cocc,ign., n.-vom., puls. o sul/—2;) Bis., carb.-an., caus., graph., grat., la:h., lye, magn.-e^nitri.-sp., sil, stann., staph., stront— 3;) Amm., ant, cep., coff., coloe, cup., daph., eu- phorb., gran., iatr., kal, kreos., millef., natr., nair.-m., n.- mos. e sep. § 2 o Pa-a as gastralgias por abuso do café, de prefe- rencia : Cham., coce, ign. e n.-vom. Para as que são devidas ao abuso da chamomilla: N.- vom., ou bell e ign. Para as devidas a commoções moraes, como a cólera e indignação: Cham., coloe, ou talvez: N.-vom. e staph. As provenientes de fraqueza, perda de humores, assim como nas mulheres durante o aleitamento ou depois dos partos; e nas pessoas enfraquecidas por suores, purgantes, etc. Carb.-v., chin., coce, ou mesmo n.-vom. Para as gastralgias conseqüentes a uma indigestão: Bry., n.-vom. e puls., ou mesmo : Ant, carb.-v. e chin. Nos bêbados ou depois de um acto de devassidão: Car- b.-v., e n.-vom.: se os soffrimentos forem chronicos : Cale, lach. esulf. 402 GASTRALGIA § 3.° Contra as gastralgias por estagnação de sangue no systema da veia porta: Carb.-v. e n.-vom. Nas pessoas hystericas ou hypocondriacas: Cale, coce, grat, ign. n.-vom., magn. o stann. Nas mulheres durante as regras: Cham., coce, n.-vom. e puls. Se as regras forem muito fracas: Coce e puls. Se forem muito abundantes : Cale ou lye Em conseqüência do abuso do sal de cozinha : NVri.- sp. ou carb.-v. § 4.° Belladona, principalmente quando cham. parecer indicado sem todavia bastar para a cura. Ordinariamente nas mulheres ou nas pessoas delicadas, sensiveis, princi- palmente se houver pressão roedora forçando a curvar-se e a reter a respiração ; dôr de tal fôrma violenta que faz perder os sentidos e cahir em fraqueza ; sôde com aggra- vação das dores depois de ter bebido; dejecções tardias; insomnia á noite. Bryonia, contra: sensação como se tivesse uma pedra no estômago, principalmente comendo ou logo depois da comida, com enchimento da região estomacal, ou dores que allivião comprimindo o epigastrio ou arrotando; aggravação das dores pelo movimento, com picadas no epi- gastrio dando um passo em falso; constipação; compressão nas têmporas, na fronte e no occiput, alliviadas com- primindo essas partes. Carbo-veg., sobretudo se n.-vom. tiver produzido bene- ficio sem completar a cura; ou havendo : pressão dolorosa, ardente, com anciedade; tremor e aggravação ao simples toque, assim como á noite ou depois da comida, maxime depois de alimentos fiatulentos : flatuosidades abundantes, com oppressão de peito e constipação. Chamomilla, havendo : enchimento no epigastrio e nos hypocondrios, com pressão como por uma pedra, ou como se o coração fosse ser esmagado, com oppressão, dyspnéa, e fôlego curto; aggravação das dores depois da comida ou á noite com angustia insupportavel; melhora curvando- se sobre si mesmo; allivio momentâneo pelo café. (É alter- nando com coff. que em muitas oceasiões a cham. ema; GASTRALGIA 403 se ella não produzir bem algum, apezar da similitude apparente dos symptomas, é bell. que a substituirá com melhor resultado.) China, principalmente havendo: grande fraqueza da digestão, com enchimento e pressão dolorosa no estômago depois de ter bebido ou comido por pouco que seja; azias, pyrosis, embaraço mucoso ou bilioso das primeiras vias; pituitas do estômago; aggravação das dores no repouso; preguiça, humor hypocondriaco e inaptidão para o tra- balho, maxime depois de comer; selei ótica amarella. Nux-vomica, sendo as dores coniractivas, pressivas e como caimbras, com sensat ão de garras ou de um bolo no estô- mago ; difficuldade de ter as roupas sobre o epigastrio; aggravação das dores depois da comida e pelo café, assim como de noite, pela manhã ou depois de se ter levantado; durante as dores de estômago náuseas e vômitos dos ali- mentos ; pyrosis e cumulo de água na boca, gosto azedo ou pútrido; flatulencia e enchimento no ventre; consti- pação, soffrimentos hemorrhoidaes; humor hypocondriaco, moroso e irascivel (A n.-vom. é medicamento que na maior parte das gastralgias se acha indicado no começo do trata- mento, e do qual, o maior numero de vezes, bastará administrar duas ou tres doses para obter-se a cura radical, ou pelo menos uma melhora tal, que depois carb.-v. fará o resto. Ha entretanto casos em que n.-vom. não produz senão um allivio momentâneo, o qual é im- mediatamente substituído por nova aggravação. Neste caso deve-se administrar, segundo as circumstancias: Puls., cham. ou ign. Se, apezar da semelhança apparente dos symptomas, n.-vom. não fizer nada em começo, cham. ou coce o substituiráõ com o melhor resultado. Jahr.) Pulsatilla, sendo as dores lancinantes, aggravadas pelo andar, ou dores de caimbras, tanto em jejum como depois de ter comido, ordinariamente com náuseas, vontade de vomitar e vômitos dos alimentos, sem sede, excepto quando as dores estiverem em seu apogêo; pulsação no epigas- trio, com anciedade; aggravação das dores á noite, com calefrios que augmentão na proporção das dores, gosto ácido ou amargo da boca e dos alimentos. 404 GASTRITB Sulfur, dôr pressiva como por uma pedra, principal- mente depois da comida, com náuseas, pituitas do estô- mago ou vômitos; maxime se além disso houver : az\as, pyrosis, regorgitação freqüente dos alimentos ; disposição ás hemorrhoides ou aos embaraços mucosos das vias diges- tivas. Sondo chronica com atonia : evitar os excessos;regimen gradualmente tônico; carnes assadas; leito de jumenta; banhos de mar e de rio. GASTRITE. Inflammação da membrana mucosa que reveste o estô- mago. Divide-se em aguda e chronica, com amollccimento simples da mucosa c com ulceração. Gastrite aguda.—Symptomas.—Locaes. Dôr epi- gastrica augmentando-se pela pressão e por qualquer movimento mesmo dos músculos abdominaes, espontânea ou em fôrma de picadas; constricção e ardor que se pro- pagão para as partes vizinhas; perda do appetite, vômitos biliosos com ou sem náuseas ; sede nulla ou forte; lingua larga, humida, com enducto na gastrite simples, sêcca e vermelha na secundaria; constipação. Geraes. Calefrios, pulso accelerado; calor que oscilla do 37, e 4 décimos a 40°; respiração oppressa, agitação. Gastrite clironica.—Symptomas.—Locae3. Sensa- ção de embaraço, picadas, constricção e calor no estômago; dores epigastricas, mais ou menos fortes, espontâneas ou provocadas pela ingestão dos alimentos e das bebidas; inappetencia ; alternativas de sede ; lingua normal ou um pouco vermelha na ponta; ordinariamente humida; náu- seas e vômitos biliosos. Geraes. Pouco ou nada pronunciados. Alguma vez pulso freqüente; dyspnéa, melancholia, vertigens; GASTRITE 405 Tratamento.—§ 1.° Os melhores medicamentos são em geral:—1) Acon., ars., bell, bry., chelid., hyos., ipee, n.-vom., puls. e veratr.— 2;) Ant., canth, euphor.,ran. e stram. Nos casos mais obstinados : Asa., baryt, baryt.-m.., brom., camph, cann., colch, coce, cupr., dig.,hell, iat., laur., mez., nitr., ox.-ac, phos., sabad., sang., see, squill. e tereb. § 2.° Entre estes medicamentos se deve consultar de preferencia: Accnitum, quasi sempre no começo do tratamento, sobretudo havendo: febre inflammatoria com dôrcs vio- lentas ; ou se a affecção fôr causada por um resfriamento ou por bebidas frias tomadas estando suado. Antimonium, sendo a moléstia causada por saburras on em conseqüência de indigestões, maxime se houver: vômitos freqüentes com lingua carregada de mucosidades brancas ou amarelladas. Arsenicum, ordinariamente alternando com acon., ma- xime sendo a moléstia causada por um resfriamento do estômago por gelados, etc, ou se o caso se caracterisar por queda rápida das forças, com face pallida hippocratica e extremidades frias, ou mesmo se veratr. não fôr suffi- ciente. Belladona, se se juntarem symptomas cerebraes com estupor, perda dos sentidos, e delirio, e quando hyos. não tiver aproveitado neste caso. Bryonia, depois do acon. ou da ipee, principalmente se a moléstia fôr devida a resfriamentos por bebidas frias tomadas estando suado. Hyosciamus, havendo soffrimentos hydropicos ou symp- tomas cerebraes, com estupor, perda dos sentidos ou deirio, e que o doente não tenha a consciência da gravi- dade do seu mal. Ipecacuanha, se predominarem os vômitos, principal- mente se a moléstia fôr causada por saburras no estô- mago, em conseqüência de indigestões; ou havendo dores violentas ; ou sendo a moléstia devida a resfriamentos ou a bebidas frias, e que o acon. não tenha produzido beneficio. 406 OASTRORRHAGIA Nux-vomica, muitas vezes depois de uma indigestão ou de um resfriamento por bebidas frias, sobretudo depois de acon., bry., ipee ou ars., se nem um nem outro destes medicamentos têm sido sufficientes para a cura. Pulsatilla, tendo sido a moléstia causada por saburras ou resfriamento do estômago por gelados, maxime se nem ars. nem ipee têm produzido bem. Veratrum, todas as vezes que o caso se caracterisar por frieza extrema dos membros, queda rápida das forças, face palli Ia, hippocratica. § 3.° Para o resto dos symptomas dos medicamentos citados vide Cholera, Gastroses, Dyspepsia, Gastralgia. G ASTRORRH AGI A. HEMATEMÉSE. Yomito de sangue devido á exhalação deste liquido na superficie da membrana mucosa que reveste o estômago. Symptomas.—Precursores. Calor, embaraço, tensão no epigastrio, dôr, mal-estar, anciedade, perturbações diges- tivas ; gosto de sangue ou salgado na boca ; lipothymias, pallidez, resfriamento; suores frios, horripilações. Característicos e concomitantes. Náuseas e vômitos, sem tosse, de sangue negro e vermelho, em coalhos ou liquido, algumas vezes misturado com as substancias alimentares; syncopes. Sentimento de bem-estar, se a hemorrhagia é supplementar; desperecimento se ella complica qualquer moléstia chronica do estômago, uma ulcera, por exemplo; dejecções negras sanguinolentas, com ou sem colicas. Sendo a hemorrhagia interna, anciedade; horripilações, resfriamento das extremidades; suores frios; abatimento; pequenez e freqüência do pulso; lipothymia. GASTR0SE 407 Tratamento.— Desembaraçar o doente de todas as rou- pas que o opprimem; deita-lo horizontalmente com a cabeça alta em aposento onde gyre ar com franqueza; livra-lo de commoções moraes, de movimentos e esforços de qualquer natureza. Os medicamentos que mais resultados tem produzido são: —1) Acon , arn., hyos., ipee, n-vom.—2;) Amm., bell., bry., carb.-v., caus., lach., lye, mez., mill. sulf., e veratr. G ASTRORRHÉ A. PITUITAS, CATARRHO CHRONICO DO ESTÔMAGO. Yomitos mais ou menos freqüentes de matérias mucosas ou de aguadilhas mais ou menos límpidas, albuminosas, insipídas ou salgadas, ou ácidas, devidas á irritação nervos \, chronica da mucosa gástrica com perversão da secreçâo, e sem esforços. Tratamento. Os melhores medicamentos são:—1) Ars., cale, carb-v., lye, natr.-m., nitri.-ac, n.-vom., phos.,sep., sulf.—2;) Baryt., bell, bry., caus., cupr., dros., graph., hep., ipee, led., merc, natr., petr., puls., rhus., sabad., sil, staph. e veratr. GASTROSE. Vide Embaraço gástrico. 408 GENGIVITE GENGTiTTE. ULITE. Inflammação das gengivas. Tratamento.— § Io Os melhores medicamentos contra as diversas affecções das gengivas, são em geral:—1) Amm., amm.-m., bell., bor., carb.-v., chio., hep., merc, mur.-ae, natr.-m., nitri.-ac , n.-vom.,phos.-ae,rhus.,staph, sulf—2;) Ars., baryt, bry., cale, caps.,caib.-an., caus., dulc, graph, kal, kreos., phos., puls., rut, sep., sulf.-ae, e thui. § 2o Para a inchação e inflammação das gengivas [gen- givite propriamente dita) : —1) Bell, cale, caus., chin., cist, graph., hep., merc, n.-vom., phos.-ac, S'p., staph., sulf.— 2;) Amm., baryt, bor., natr-m., sil. e nitri-ac. Para o sangramento fácil das gengivas, são sobretudo: Ars., cale, carb.-v., cist, merc, natr.-m., nitri.-ac, phos., phos.-ac, sil, staph. e sulf-ae Para a ulceração das gengivas, principalmente: Ais., alum., cale, carb.-v., kal, lye, merc, millef. o natr.-m. Para as fistulas e os abscessos nas gengivas, sobretudo: —1) Cale, sil, staph, sulf.— 2) Caus., lye,natr.-m., petr., ou mesmo canth. Para as excrescencias : staph. e thui. Para as affecções escorbuticas:— 1) Caps., carb-v., merc, natr.-m., nitri.-ac, staph., sul/, ou ainda:— 2) Amm., amm.-m., ars., bry., caus., dulc, gran., kal.-ch, krsos., mur.-ae e sep. § 3o As affecções das gengivas causadas pelo abuso do mercúrio, exigem principalmente: Carb., chin., ou ainda : Hep., nitri-ac. e staph. As que sobrevem por abuso do sal de cozinha: Carb.-v., ou nitri.-sp. GLAUC0MA 409 GIBOSIDADE. DESVIOS DA COLUMNA VERTEBRAL, CYPHOSE, LORDOSE, SCOLIOSE. Alteração de fôrma e direcçao da columna vertebral com saliência de parte delia, e retracção das partes mus- culares ou ligamentos. De ordinário conseqüência de Osteites, Osteomalacia, Rachites, Caria, etc. Tratamento. Em primeiro lugar ter sempre em vista e procurar remover a causa que a produzio, applicando os meios aconselhados para taes soffrimentos. Depois vencer os obstáculos que retêm a columna desviada; restituir aos músculos sua contractilidade normal. Gym- nastica, extensão forçada, temporária ou permanente e gradual; apparelhos especiaes—orthopedia, tenotomia. Estabelecer o equilíbrio de nutrição; desenvolver a energia e regularidade no crescimento e na assimilação; regimen tônico, analeptico; exercicios apropriados ás necessidades do corpo. GEAUCOMA. CATARATA VERDE. É uma apparencia opaca esverdinhada do corpo vi- treo, visível atrás da pupilla, mudando de lugar segundo a direcçao impressa á luz. Alguns autores ainda chamão o glaucoma catarata 410 GLAUCOMA verde; Brisseau chama opacidade verde do corpo vitreo, como a catarata — opacidade do crystallino. O glaucoma divide-se nas espécies seguintes: 1", sim- ples; 2a, glaucoma com catarata; 3», chronico com amau- rose ; 4a, chronico com catarata e amaurose; 5a, glauco- ma agudo com amaurose. l.a Glaucoma simples. — Symptomas. Cornea clara, pupilla animada; vista regular; aspecto esverdeado atrás da pupilla. É commum nos velhos. 2.a Glaucoma simples com catarata.—Symp- tomas. A côr verde é obscurecida pela brancura da catarata. Retina sã; corpo vitreo amollecido. Tratamento. — Cirúrgico. Operação da catarata. Medico. O medicamento é phos., do qual se pôde multiplicar o poder ou força, variando de dynamisações, segundo as necessidades da medicação. 3.a Glaucoma chronico com amaurose ou glaucoma propriamente dito. É o typo dos glaucomas. Symptomas. Globo do olho duro; esclerotica obscura; conjunctiva esclerotical invadida por vasos varicosos; cor- nea ligeiramente rugosa e nebulosa. Iris inclinada para a cornea; pupilla preguiçosa, dilatada em oval; aspecto esverdinhado, especial, atrás da pupilla. Vista alterada ou destruída; moscas e espectros luminosos e córados diante dos olhos, dores na fronte, nas temperas, nas orbitas e na face. Tratamento. Operação de iridectomia, a .qual nem sempre produz resultados; todavia é bom tentar a cura por este meio. 4." Glaucoma chronico cossi amaurose e catarata.—Este é o mesmo que o precedente, com a differença seguinte : insensibilidade completa á luz; ca- tarata visível, atravessando a pupilla para a câmara anterior, ás vezes ao ponto de vir tocar a cornea, a GL0SSITE 411 qual, por effeito da irritação succedida na membrana de Descemet pela presença do crystallino, pôde ulcerar- se e dar sahida a este corpo. Tratamento. Secção da cornea e extracção da cata- rata combinada, pelo processo de Jacobson. 5.a Glaucoma agudo.—Idêntico á ophtalmia inter- na aguda. Tratamento. Operação da iridectomia ou simplesmente a evacuação do humor aquoso do olho. Paracenthese da câmara anterior. Medico. Emprego nas diversas fôrmas ou espécies de glaucoma, dos medicamentos (além do phos.) aconselha- dos para a cura da catarata. GLOSSAEGIA. Dôr nevrálgica e inflammatoria da lingua. Tbatamento. Os medicamentos indicados para a Glossite. GLOSSITE. Inflammação do parenchyma da lingua ou de sua membrana mucosa. A glossite pôde ser superficial, profunda ou paren- chy matosa. Superficial e chronica. — Symptomas. Lingua sêcca, fendida, ennegrecida, aphtosa. Profunda ou parenchymatosa. — Inchação dolorosa da lingua, tão considerável ás vezes que ella 412 GOTA não pôde ser contida na cavidade bocal; difficuldade ou impossibilidodc de mastigar, comer ou mesmo respirar; ameaças de asphyxia e de congestão cerebral; estado febril; sôde viva. Glossite chronica. — Engorgitamentos circum- scriptos, não só nos cscrophulosos, mas mesmo por effeito do contacto de dentes cariados. Tratamento.—Cirúrgico. Uma, duas ou tres escarifica- ções profundas da lingua, da base até a ponta, tendo tido antecedentemente a cautela de conservar a boea aberta mediante o emprego de uma rolha de cortiça entre as arcadas dentárias. Estas incisões devem ser feitas rapida- mente, e profundas, tendo prendido para isso a lingua com um panno dobrado em fôrma de compressa longa. Medico. Os melhores medicamentos são: — 1) Acon., aps, arn., ars., bell, lach., merc—2;) Cale, canth, con, dig., dros., dulc, hell, kal, lach., lye, natr.-m.,phos.-ac, plumb., ran.-s., see, sil. e thui. Se a glossite provém de lesões mecânicas ou de picadas de abelhas, são principalmente : Acon. e arn. administra- dos alternativamente. Se a inchação fôr excessivamente volumesa, ou havendo endurecimento, serão: Bell. e merc, que depois de acon. devem ser usados de preferencia. Se a inflammação ameaça passar á gangrena, os me- lhores medicamentos sã o: Ars. e lach. GOTA. ARTHRITE GOTOSA. Affecção geral dyscrasica manifestada por phenomenos locaes de natureza inflammatoria, atacando, por accessos, especialmente os tecidos fibrosos e fibro-sorosos articulares, GOTA 413 dando cm resultado a producção do concreçõos tophaceas, e ligada não só a modificações especiaes das vias diges- tivas o v isceralgL as, mas a uma alteração especial do sangue. A gota divide-se em aguda e chronica. Quando ataca os pés, chama-se Podagra; as mãos, Chiraga; os cotovellos, Pechyagra ; os joelhos, Gonagra; a columna vertebral, Rachisagra; as cadeiras, IsMagra; a coxa, Sciatca; as vísceras abdominaes, Visceralgia; a gota irregular, Dysa- thrite. 1.° Gota aguda.—Symptomas.—Locaes. Dôr espon- tânea, forte, dilaceradora, com exacerbações, em um ou nos dous grossos artelhos, raramente nos dous ao mesmo tempo. Depois no dorso do pé e em uma das mãos; dôr provocada ou aggravada pelo menor movimento e pelas coberturas. Dôr ordinariamente á noite e geralmente mais violenta á noite do que de dia, apparecendo por espasmos, convulsões ou caimbras nas articulações. Depois: inchação irregular ou empastamento, rubor te^umentario sombrio e ditfuso, calor intenso. Dilataçâo nas voas das proximidades d i parte affectada, suor viscoso (no fim do accesso), descamaçâo das superfícies affectadas. Geraes. Perda do appetite, lingua branca e saburrosa, eêde, tensão e sonoridade do epigastrio; náuseas, arrotos ácidos, constipação; ourinas pouco abundantes, córadas fortemente, contendo menos ácido urico do quo no es:ado normal; sedimentosas; insomnia ou somno agitado; al- quebramento e constricção dos membros. 2.° Gota chronica.—Symptomas. — Locaes. Dôr menos pronunciada, mais contínua do que na gota aguda, atacando as pequenas articulações ou as grandes, sem todavia abandonar as pequenas ; pouco rubor e calor; in- chação, deformação, depósitos tophaceos nas articulações. Geraes. Os da gota aguda, mais os de grande numero de nevro cs e affecções cutâneas: complicações ou metas- tases para o cérebro, os bronchios, o estômago e a bexiga. 414 GOTA Tratamento.—§ 1.° Os medicamentos que nas affecções arthriticas se mostrão mais efficazes, são em geral:—1) Acon., lye, caus. e colch.-2;) Ant, ars., bell, bry., cale, chin., coce, ferr., coloe, guai., hep., iod., led., mang., n.-vom., phos., phos.-ae, puls., rhus., sabin., sass. e sulf— 3;) Canth, chel, cie, con., daph., dulc, men., merc, stann., tart, thui.—4;) Arn., chin.-s., cin., n.-jugl, ran., ran.-sc, sang. e staph. § 2.° Para a arthrite ou gota aguda, são principal- mente:— 1) Acon.—2;) Ant, ars., bell, bry., chin., ferr., hep., n.-vom., puls.—3;) Berb., canth. e colch. Para a chronica, além dos precedentes: Cale, caus., coloe, iod., guai., mang , phos.-ae, rhod., sass. e sulf, § 3.° Para a arthrite vaga, principalmente: Arn., mang., n.-mos, n.-vom., puls., ou ainda: Asa., daph, plumb. e rhod. As nodosidades arthriticas, exigem:—1) Cale, lye, rhod.—2;) Agn., ant, bry., carb.-v., caus., graph., led., lye, n.-vom., staph—3;) Acon., arn., aur., carb.-an., cie, ciem., dig., hep., merc, nitri.-ac, phos., puls., rhus., sabin., sep., sil e zinc. As contracturas arthriticas: Bry., caus., guai., sulf, ou: Cale, coloe, rhus., sil. e thui. § 4° Para os prodromos arthriticos, são além dos medicamentos indicados acima para os differentes casos de arthrite declarada, mais os seguintes nos casos parti- culares: Ant., bell, bry. e n.-vom. Para as metastases arthriticas, de preferencia: Acon., bell, n.-vom., sass. e sulf. Deve-se, porém, attender não só á lesão constituinte conhecida pela metastase, mas também á qualidade do órgão affectado. § 5° As affecções arthriticas das pessoas dadas ás bebidas espirituosas, exigem de preferencia: Acon., cale, n.-vom., sulf., ou: Ars., chin., hep., iod., lach, led. e puls. GOTA 415 Para os que se alimentão de comidas muito succu- lentas: Ant., cale, iod., puls. e sulf. Para os que trabalhão n'agua: Cale, puls., sass., e sul/., ou: Ant., ars., dulc, n.-mos., e rhus. § 6.° Para os casos de arthrite chronica a escolha do medicamento está dependente dos symptomas constitu- cionaes, do estado do estômago, dos intestinos, do ence- phalo, etc, devendo-se tomar em séria consideração os seguintes symptomas particulares: Havendo agitação e inquietação nas partes doentes: Arn., /err. e rhus. Se o calor alliviar: Ars. Se a mudança de tempo ag- gravar: Cale Quando só o contacto bastar para augmen- tar o soffrimento: Chin. Se descobrindo o membro houver melhora: Puls. Havendo picadas : Ferr. e rhus. Havendo dores erráticas: Puls. Quando a face estiver pallida: Ferr. Havendo febre intensa: Acon. Lingua muito carre- gada de saburras: Ant. Havendo dôr de luxação: Am. e rhus. Sendo ellas aggravadas pelo movimento: Bry. Se houver náuseas e vontade de vomitar: Ant. Havendo dores nocturnas : Ferr. e rhus. Se houver rijeza dos membros depois de cada ac- cesso : Cole Rubor diffuso: Bell. § 7.° Quando a gota affecta o coração e quo tem tendência a propagar-se das partes inferiores para as superiores, ou quando invade da esquerda para a di- reita, o medicamento mais importante é: Benz.-ae Ha outros casos de gota que são perfeitamente cura- dos com: Aps. e millef. § 8.° Para os casos especiaes de gota nas mãos, os me- lhores medicamentos são: Agn., ant., bry., caus., coce, graph, led., lye, n.-vom., rhod., sul/., ou: Aur., cale, carb.-v., dig., lach, phos., rut, sabin., sep., sil. e zinc. § 9.° Para a gota nos pés, são: Am., ars., bry*, cale, sabin., sul/., ou ainda mesmo: Ambr., amm., amm.- m., aps., cep., coce. e led. 416 GRIPPH GOTA SERENA. Yide Amaurose. GRIPPE. INFLUENCIA. Pyrexia epidêmica constituindo uma variedade da bron- chite. de natuieza inflammatoria. A inflammação selo- calisa nas mucosas das vias rcssúratorias e algumas vezes nas das vias digestivas, acompanhadas de depressão no- tável do systema nervoso. Symptomas. Em começo sensibilidade ao frio, abatimento notável, dores de cabeça, anorexia. Depois: cephalalgia frontal, violenta. Desarranjos da digestão, zumbido de ouvidos. Face anciosa, vermelha, animada; olhos bri- lhantes, lagrimejantes, sensiveis á luz; alquebramento dos membros. Começo de um coryza que pôde tornar-se violento. Epistaxis freqüentes; dores de garganta; cócegas atrás do sterno. Bronchite; ás vezes estertor subcrepi- tante; constipação ou diarrhéa com colicas, pelle quente, ás vezes humida; pulso accelerado; lipothymia; exacer- bação febril á noite. § 1.° Os medicamentos que tem sido empregados com melhor resultado são, em geral: —1) Acon.., ars., bell, caus., merc, n.-vom., assim como :—2) Arn.. bry.. camph, chin., hep., ipee, phos.,puls., sen., sabad., sil, spig. squill'. e veratr. GRIPPB 417 § 2.° Aconitum. Se a moléstia se reveste do caracter in- flammatorio bem pronunciado, com pleurizia ou pneu- monia, havendo somente tosse sêcca, violenta, com o usem oppressão de peito. Arsenicum, havendo: Cephalalgia rheumatismal com dores violentas, coryza fluente, com mucosidades > orro- sivas:1 tosse espasmodica com vontade de vomitar ou vô- mitos e expectoração de mucosidades sorosas; olhos vermelhos ou inflammados com ulceras na cornea e pho- tophobia excessiva. (Neste ultimo caso serão convenientes também : Bell, ou lach.) Belladona, sendo a tosse espasmodica, ou quando a affecção ataca o cérebro ou suas membranas, com calor intenso, agitação, delirio e convulsões. Mercurius: Dores rheumatismaes na cabeça, na /ace e nos ouvidos, nos dentes, e nos membros com < ores de garganta; coryza sScco ou fluente; sangramento do nariz freqüente; diarrhéa mucosa ou biliosa. Nux-vomica, sendo a tosse rouca e ôca com estertor mucoso ; cephalalgia violenta, com peso na cabeça, e ver- tigens, dores de cadeiras; constipação, náuseas e vontade de vomitar; insomnia ou somno agitado, com sonhos anciosós. d. u. i 27 H HEOHNTHI ASES. AFFECÇÕES OU MOLÉSTIAS VEEMINCSAS, VERMES. É a moléstia devida á presença de vermes no tubo di- gestivo, dando occasião a phenomenos locaes ou sympa- thicos mais ou menos pronunciados, relativos á espécie do entozoario existente. Nãa sendo esta obra um curso de pathologia, onde venhão beber luzes os alumnos das escolas de medicina, e sendo os symptomas das moléstias produzidos pelas espécies particulares de vermes, quasi idênticas, damos adescripção symptomat. lógica geral destas affecções, única aproveitável na pratica como indicativa do tratamento. Symptomas. Colicas, dôr no ventre, diarrhéa sorosa ou sanguinolenta, sensibilidade exagerada em todo o ventre, perda do appetite; eructações freqüentes; vômitos gluti- nosos; lingua saburrosa, sede; hálito fétido; sensação de um corpo que se move no ventre; somnolencia, ce- phalalgia, abatimento ou agitação; dilataçâo das pupillas ; coceira no nariz ; pallidez da face, emmagrecimento, olhos abatidos; febre, convulsões, sobresaltos á noite dor- mindo ; olhos abertos dormindo (signal pathognomonico); expulsão de vermes. HELM1NTHIA8ES 419 Tratamento.—§ l.o Os mehores medicamentos para as affecções verminosas são em geral:—1) Acon., cin., merc, sul/.—2;) Cale, carb.-v., chin., cie, /err., fil, graph, ign., n.-mos., sabad., sil, spig., assim como:—3;) Ais., ars., cep., iatr., kal, natr.-m., nitr.-gl, petr., phos., puls., rut, sabin. e valer. § 2.° Para o verme solitário ou a tenia poder-se-ha, na maior parte dos casos, administrar em começo do trata- mento uma dose de sul/., no quarto minguante da lua, depois na nova seguinte uma dose de merc, oito dias depo.s outra de sulf., e assim por diante, alternando estes dous medicamentos, até sua expulsão. Ficando sem effeito esta medicação, deve empregar-se os seguintes medicamentos: — 1) Cale, carb.-v., graph, magn.-m., n.-vom., puls , sabad., sil—2;) Ign., petr., phos.—3;) Fil, frag. e gran. § 3.° Para os soffrimentos produzidos pelas lombrigas ou ascarides lombricoides, o < melborcs med camentos Bão:—1) Acon., cie, merc, sabad., sul/.—2;) Bell, cale, cham., chin., cie, graph,hyos., lye, natr.-m., n.-vom., rhus., rut., sil. e spig. Havendo febre com colicas, vontade de vomitar, ventre duro e inebado, tenesmos ou pequenas dejecções viscosas, o medicamento que deve ser cni primeiro lugar empre- gado, é acon , o qual, no fim de algumas horas, deve ser substituído por cin. e depois por merc, se depois de 24 ou 36 horas a cin. não tiver trazido melhora notável nos incommodos. Havendo com a febre e as cilicas: sede, forte excita- rão nervosa, sobresaltos e < spantos, bell é o preferivel, ou lach, se bell. não pro luzir effeito. Também se tem empregado com resultado contra as febres: Chin., cie, sil. e spig. Contra as colicas com convulsões: Cie; contra as colicas com bulimia, diarrhéa e frio : Spig.; e coutra as febres nos indivíduos escrophulosos : Sil. Se restarem incommodos ou houver receio de repetição dos debellados pelo emprego dos medicamentos acima, 420 HEMACELINOSB sul/, é indicado mesmo para prevenir qualquer recahila ou reproducção dos mesmos symptomas, d vendo neste caso nao dar-se senão este medicam nto um i só vez, ou uma só dose durante tres, quatro semanas, o no fim deste tempo sibsituir-se por: Baryt, ede, graph., lye ou natr.-m , so ainda subsistir magrem, appct to voraz e pal- lidez da face, que facão suspeitar existência de soffrimentos conseqüentes á presença de vermes no intestino. § 4.° Para os soffrimentos produzidos pelas ascarides sao:—l)^4ron., cale, chin., /err., ign., merc, sul/.— 2;) Graph, n.-vom. ephos. Havendo febre, principalmente á noite, com insomnia e jactaçflo, é aon. o preferivel; ou mesmo ign. se acon. não produ ir (ffeito. Resistindo o mal á applicação destes dous medicamentos e que os incommodos voltem nas luas nova e cheia, deve se empregar immed atamente depois de cada uma destas épocas uma dose de sulf. em 8 onças de água, applicando uma colher todos os dias pela manhã ao i.oente. Ficando incfficaz o sulf, deve-se empregar da mesma fôrma cale. ou ferr. ou chin., se depois dj emprego do ferr se declarar diarrhéa. HÉMACÉLINOSE. PUBPURA, MOLÉSTIA MANCHADA DE WORLHOF, PÉLIOSE. A hémacélinose é uma alteração do sangue, dando como resultado a asthmia dos systemas venoso e capillar, e o apparec mento de ecchymoses, petechias e hemorrhagias passiivas. Dvidc-seem hémacélinose ou purpura simples ehemor- rhagica. HEMALOPIA 421 Symptomas. — Simples. Erupções de manchas de côr vermclho-livida, passando depois a amar< liado; distinctas, arredondadas, do diâmetro de uma hervilha, acompanhadas algumas veze, de inchação da parte afixctada e de ligeira febre. Hemorrhagica. As manchas silo mais largas do que as da simples, mais extensas, menos regularei Formação das manch s nas mucosas, onde se produzem hemorrhagias mais ou menos abundantes, que esgotão ts doentes. Symptomas geraes mais pronunciados: f.bre, prostração, diarrhéa ou constipação; anemia. Tratamento. Os medicamentos melhor indicados são: Bry., rhus., ou: Coce, iod., led. e see Para a purpura senil são principalmente:— 1) Coce—2;) Ars., bry., rhus., see, sulf.-ac.—3;) Baryt, lach, op. e sulf. HEMALOPIA. HEMOPHTALMIA. Derramamento de sangue no globo ocular. A Iieniophtnlniia divide-se cm externa e interna. A externa é ordinariamente conseqüente a causas trau- máticas ou á purpura hemorrhagica. Fsta espécie de hemalopia é conhecida pelo nome de ecchymose da conjunctiva; affecção que ordinariamente pouco valor tem na therapeutica pela facilidade de re- solver-se quando abandonada ás próprias forças da natu- reza, ou quando é sujeita a tratamentos simplicissimos. A interna ainda se subdivide em hemalopia das câ- maras do olho e em hemalopia do segmento posterior. Rcma!opia ou heniophtalmia interna an- terior ou hjpohemia— Symptomas. Por effeito de 422 HEMALOPIA contusões, de chagas do globo ocular, ou por feridas da iri- nas operações da y upilla artificial, por exemplo, as câmaras do olho apresentão-se cheias de sangue, visivel não só a olho nu, como armado do ophtalmos- copio. Tratamento. Punctura da câmara anterior. Ileniophtalmia interna posterior. — Sympto- mas. Esta tem sua sede ora no corpo vitreo, ora debaixo da retina e da choroide, ora na espessura destas membranas. Os symptomas são os da amaurose, devidos á pressão exercida sobre a retina. Estas hemorrhagias, quasi se pôde affiançar, serem sempre resultado da apoplexia, quer dos vasos da choroide, quer dos da retina. Nestas circumstancias o doente sente um peso no olho, pertur- bação súbita da vista, mais sensivel na occasião de despertar. Pelo ophtalmoscopio na apoplexia da choroide, nota- se atrás do crystallino uma massa avermelhada, mal definida, outras vezes um ou muitos frocos escuros irre- gulares, cercados de humor vitreo de côr escura, que impede vêr-se as partes situadas atrás, dando ao fundo do olho um aspecto sombrio. Estes frocos apresentão os bordos avermelhados. Os coalhos antigos do corpo vitreo fórmão frocos fluetuantes, escuros e ás vezes cin- zento-amarellados. A apoplexia retiniana deixa no fundo do olho uma ou muitas manchas vermelho-vivas sendo recente, as quaes sendo numerosas são pequenas; sendo raras, mais largas. As vezes, porém, encontra-se uma só irregular- mente arredondada e cobrindo completamente a pupilla; quando a suffusão sanguinea é antiga, as manchas per- dem a côr vermelho-viva e tornão-se granulosas na su- perfície e cnnegrecidas. Tratamento. — Cirúrgico. Yentosas de Heurteloup, Medico. Os medicamentos prinepaes, são:—1) Bell, carb.-v., n.-vom.-~2;) Arn., cale, crot, cupr., lach, rut. 1 seneg. hematocéle 423 HEMATEMESE. Vide Gastrorrhagia. HEMATOCÉLE. Tumor sangüíneo formado por causa traumática ou por infiltração em qualquer ponto do corpo humno. Ordinariamente a hematocéle procura como lugar de eleição os órgãos ge itaes do homem e da mulher. E as^iin que se conhece as hematoceles do epididymo, do cordão spermatico (hematocéle funicular), hematocéle parietal (a dos envoltórios testiculares exteriores á túnica vaginal) hematocéle peri-uterina ; hematocéle do testículo, finalmente da túnica vaginal Dematocéle funicular.—Symptomas. Dôr viva na região inguina!; formação de um tumor duro alon- gado, estendendo-se ordinariamente do epididymo ao annel abdominal e ás vezes até a fossa iliaca; irreducti- vel, independente do testiculo, tendo-se desenvolvido rapidamente, e acompanhado de ecchymoses tegumenta- rcs, as quaes raramente faltão, e de infiltração sangüí- nea do penis, do escroto e da pelle das coxas. Tratamento.—Cirúrgico. Puncção ou incisão. Neste ultimo processo (incisão) prevenir a hemorrha- gia comprimindo o canal inguinal por uma atadura ner- niaria. (Malgaigne.) II. parietal.-Symptomas. Este pôde ser produzido por infiltração ou por derramamento. MnMBlira Por infiltração. O sangue extravasando-se na espessura 424 HEMATOCÉLE da pelle do escroto fôrma com ello um tumor de aspecto liso, de côr violaeea ou denegrida As eccbymoses es- tendem-se aos tegumentos do pubis, ao prepucio, e mesmo ao perinêo, ao abdômen e á parte superior e interna das coxas. Tratamento Suspensão das bolsas e repouso. H por derramamento.— Symptomas. As bolsas, por effeiro da inchação, e da tensão, tomão a fôrma de um tumor violaceo pyriforme, molle, fluctuante. não t ans- parente;coma grossa extremidade voltada para baixo. Ordinariamente, porém, a côr da pelle é normal e o des- envolvimento espontâneo. Pela palpação sente-se cre- pitação no tumor, que é o effeito do esmagamento ou quebramento do coalhos sanguineos. O tumor é inteira- mente independente do testiculo. Tratamento.— Cirúrgico. Abrir o tumor, incisando camada por camada; evacua-lo e reunir por segunda in- tenção, enchendo de pequenos bolos de fios. H. pelviana.— Symptomas. Apresenta dous periodos : 1% diarrhéa, vômitos e colicas; 2o, dores abdon.inaes, for- mação de um tumor no epigastrio, estendendo-se para a ca idade pelviana, e para o cul-de-sac vesico-rcctal. H. peri-uterina.—Symptomas. Locaes. Durante as regras, dô cs, exacerbando-ee pela palpação bypogastrica e por qualquer exame physico da parte,. Tumor liso, arredondado, pouco movei, resistente, e al- gumas vezes fluctuante na fossa iliaca direita. Som u as- siço á percussão. Geraes. Febre, náuseas, vômitos e abobadamento do ventre. Tratamento.— Cirúrgico. Nos casos e tremos abertura do tumor, primeiramente por puncção pela vigina, depois incisão no sentido do órgão. Injecções. H. «Io testículo.—Symptomas. Testículo mais volumo- so, maisduro e n sisknte, doloroso, bosèdlado; tegumento* infiltrados de sangue. hematocéle 425 Tratamento — Cirúrgico. Desbridamento, se a infiltração é do tal natureza que a túnica se despedaça e o tjcticulo torna-se apparente. II. o tumor molle e elástico, e estando ainda o espes- samento da túnica no primeiro gráo. Sendo mais adian- tado o espessamento: applicar um sedenho ou tubo de drenao-e, ou praticar a decorticação. Não sendo praticavel esta operação, castração. Tratamento. — Medico. Sendo a hematocéle causada por contusão ou pancada, ou por qualquer lesão mecânica, 426 HEMATURIA é arn., o medicamento por excellencia. Em outro qual- quer caso, deve-se também empregar: Puls. ou zinc, ou mesmo : N.-vom. e sulf. HEMATURIA . CYSTIERHAGIA, NEPHRORRHAGIA. Sabida de sangue puro ou misturado com ourina pela uretra. A hematuria pôde ser uretral (o sangue sahe puro) (uretrorrhagia.) Pôde ser da bexiga (cistirrhagiá) ou dos rins. (nephrorrhagiá). Uretrorrhagia. — Symptomas. Ordinariamente symptomatica; as causas traumáticas são as que mais freqüentemente produzem esta espccie de hematuria, a qual apresenta de ordinário, por symptoma pathognomo- nico, a sahida de sangue puro e sem mistura com a ourina, :-endo dado no intervallo das emissões normaes da ou- rina. Tratamento.—Injecções de água fria, gelo em derredor do penis; compressão interna do ponto da lesão por meio de um i sonda de demora, coberta por uma bexiga con- tendo água geladi ou fria. 81. Stenal. —Symptomas.—Funccionaes. Ourinas avermelhadas, denegridas, contendo sangue em quanti- dade variável. Pelo resfriamento ou repouso da ourina, coalhos denegridos, fibrinosos, gelatinosos; concreções fibrinosas, filiformes: coalhos sangüíneos de fôrma alon- gada, semelhando ascarides, devido á demora da descida do sangue pelos urethéres. Geraes. Variáveis segundo a hematuria foi produzida por contusão, choque, esforços violentos, lesões orgânicas; hemeralopia 427 pela influencia de certos climas quentes, ou pela sup- pressão de uma hemorrhagia habitual. II. vesicnl.— Symptomas. Sensibilidade exagerada da bexiga; vontade freqüente de ourinar, dysuria, ancie- dade, ten ão, calor e ardor no hypogastrío; presença na ourina de uma matéria viscosa puriforme, fétida ; ouri- nas sanguinolentas, denegridas. O sangue é nienos intima- mente misturado com a ourina do que na hematuria renal. As vezes ausência completa de dôr. Tratamento. Os medicamentos melhor indicados são : Arn., ars., cann., canth, chin., ipee, lye, merc, mez., mill, puls., ou: Cale, con. e sulf., os quaes farão desapparecer os diversos symptomas nas fôrmas i.e hematuria, de que dêmos a descripç o acima. HEMERALOPIA. VISTA DIURNA, CEGUEIRA NOCTURNA. Cegueira ou enfraquecimento da vista, não só quando o sol desapparece do horizonte, como até durante o dia, se a claridade diminue ao ponto de produzir o que se chama vulgarmente dia escuro (Forster). Symptomas. Em começo o doente sente que sua visão á sombra, ou depois do sol posto, se enfraquece. Este enfra- quecimento da vista vai gradualmente augmentando ao ponto que em pouco tempo o doente não pôde vêr os objectos mesmo os mais volumosos, ainda que para isto empregue a luz (por forte que seja) de uma ou mais velas. As pupillas, que durante o dia têm sua mobilidade normal, para a noite se dilatão e não se contrahem senão mui lentamente, quando expostas á luz. Esta dilataçâo, 428 hem.crania quando a moléstia marcha, conscrva-se durante o dia; ás vezes, porém, as pupillas se contrahem fortemente, quando a hemeralopía tem duração longa, o que prova evidentemente que a luz já não pôde ser supportada. A hc cralopia pôde ser congenital, ou adquirida por empobrecimento do sangue, por uma retinite pigmentar ou por etfc.to < a intensidade d s raios solares, ou mesmo por alterações do apparelho digestivo. Tratamento.—A7ém do uso da água fria, que não deve ser desprezado no curativo desta moléstia, empregada em banhos, ou em locções continuadas, os medicamentos melhor indicados são:—1) Bell, veratr.—2 ;) Merc, hyos., puls. e stram. (Yeja para os pormenores Amblyopia.) HEMICRANIA. ENXAQUECA. Nevralgía orbíto-frontal, com dores lancinantes gra- vativas, intermittentes, irregulares ou periódicas, e de um só lado da cabeça. Syiiptomas. A hemiçrania ou enxaqueca manfesta-se por accessos. Os signaes prodromicos são os seguintes: espreguiçamentos, molleza, e diversas perturbações ner- vosas. Vômitos desde o começo; dôr supra-orbitraria, estendendo-se a todo um lado da cabeça, com senti- mento de pressão, tensão e batimentos dolorosos, os quaes se exasperão pelo movimento. Sensibilidade dos olhos á luz, náuseas e vômitos; pulso normal. Estes symptomas varião de intensidade, são intermit- tentes, e os accessos separados por intervallos mais ou menos longos. HEMOPTYSIA 429 Nas mulhc es os accessos produzcm-sc de ordinário nas époc s menstruaes. Durão de 12 a 24 horas. Tratamento. Os principaes m°dicamcnt^s são: —1 ) Bry., caps., coloe, ign., ipee, n.-vom., puls., rhus., sang,, sep., veratr.—2;) Acon., aps., arn., ars., bell, chnm., chin., cie, coff., hep., nitri.-ac, petr., sil, sulf.—3 ;) Agar., asar., caus., chin.-s., con , graph, hyos., mang., mosch, nalr.-m., phos., plat, sabin., spig. e zinc. (Para os pormenores consulte-se Cephalalgia.) HEMIPLEGIA. Vide Paralysia. HEMOPTYSIA. PNEUMORRHAGIA, ESCARROS DE SANGUE, VOMITO DE SANGUE. O rigor da significação da palavra hemoptysix quer explica° — escarros de sangue—; mas de ord.nario — he- moptysia é — a hemorrhagia bocal proveniente da sa- hida de sangue das vias aéreas, com especialidade dos ramos bronchicos do certo calibre. Symptomas. Quer haja ou não phenomenos percur- sores, nota-se: calefrios, peso no peito, tosse sêcca, pallidez ou rubor das faces; coceira no larynge; sabor salgado na garganta; sendo o sangue em peq ena quan- tidade sahe por expuição, com pouca ou nenhuma tosse: 430 HEMOPTYSIA sendo em maior quantidade, tosse com sahida de sangue em escarros mais ou menos volumosos: sendo então vomito abundante, anciedade, suffocação, sahida de san- gue em ondas pela boca e pelo nariz; ás vezes vômitos de matérias alimentares produzidas pela coceira ou ti- tulação do sangue ao passar pelo pharynge; sangue espumoso, vermelho, rutilante; denegrido, quando é exha- lado depois de algum tempo. Percussão negativa ou som massiço: pela auscultação estertores mucosos. Symptomas geraes.—Pronunciados ; pallidez, fraqueza, cephalalg a e syncopes. Tratamento.—§ 1.° Os melhores medicamentos são em geral:—1) Acon., arn., chin.,ferr., ipee, milleff., nitri.-ac, phos., puls., sulf.—2;) Ars., bell., carb.-v , dros., dulc, hyos., ign., n.-vom., op., rhus., ou ainda:—3;) Ais., amm., bry., coce, coff., con., croe, cupr., kal, kreos., lach., led., lye, sep. e sulf.-ae § 2.° So, tossindo, o sangue não é expectorado senão em pequena quantidade (hemoptysia propriamente dita), os medicamentos especiaes são:—1) Arn., bell, bry., carb.-v., chin., dulc, lach, merc, puls., rhus., sil, slaph, sulf.—2;) Amm., ars., bry., con., cupr., kal., led., lye, nitri-ac, sep. e sulf.-ae Mas, se o tangue vem em abundância (Hemorrhagia pulmonar), os medicamentos mais apropriados são:—1) Acon., arn., bell, carb.-v., chin., dulc, ferr., hyos., ipee, n.-vom., op., puls., rhus., ou ainda:—2;) Ars., croe, ign., led., mill, sulf. e sul/.-ae Nos casos mais graves e de perigo imminento os me- lhores medicamentos são: Acon., ipee, chin. e op. Contra os soffrimentos que persistirem depois das hemor- rhagias pulmonares, os me licamentos mais convenientes são : Carb.-v., chin., ars., coff., ign. e sulf. Para prevenir as reincidências são : Ars., n.-vom., sulf, administrados alternativamente em uma só dose e com longos intervallos (Jahr). HEMORRHAGIA 431 HEMORRHAGIA. HEMORRHÉA. É toda a sahida, extravasação ou corrimento de sangue dos vasos que o encerrão. A hemorrhagia é essencial quando tem existência própria e que não dependo de outra qualquer moléstia. E traumática, accidental ou activa, quando é devida a uma causa traumática ou dynamica. E passiva ou asthenica quando é conseqüente a uma debilidade geral. E sthenica quando é devida a um estado plethorico. Membranosa quando se faz quer na superficie da pelle, quer na superficie das mucosas ou das sorosas. E externa- quando o sangue se derrama para fora por abertura accidental ou natuial. E interna quando se faz para dentro de qualquer cavi- dade. E intersticial ou intra-organica, quando o sangue fica interposto na espessura ou parenchyma dos tecidos, como acontece no pulmão e nos músculos, donde lhe provem impropriamente o nome de apoplexia. Uemorrhagia.— Constitucional, quando é devida a um estado particular e dominante da economia. É supplementar, quando substitue um fluxo habitual, como sejão as regras e as hemorrhoides. É critica, quando apparecendo no curso ou fim de uma moléstia, produz uma melhora nos phenomenos. Tratamento. Os melhores medicamentos contra as di- versas espécies de hemorrhagias são em geral: —1) Acon., arn., bell, cale, chin. croe, ferr., ipee, merc. nitri.-ac, n.-vom., phos.,puls., sabin., sep., sulf.—2;) Ant, ars., cann., 432 HEMORRHOIDAS caps., carb.-an.,carb.-v.,cham., cupr., dros., hyos., iod., kal, lach., led , lye, nitri., plumb., rhus., see, sil, stam., sul/.-ac .e zinc. Para as hemorrbagias activas ou sthenicas sOo prin- cipalmente : — 1) Acon., bell —2;) Croe, ferr., hyos., puls. — 3;) Am., cale, cham., chin., ip<'c, kal, lye, merc, nitri.-ac, n.-vom., phos., rhus., sabin., sep., stram. e sulf. HEMORRHOIDAS. TUMORES HEMORRHOIDAES, FLUXOS HEMORRHOIDAES, MARISCOS. Tumores situados no contorno do anu*, ou a rima das sphyncteres, formados á custa da dilataçâo varicosa das veias e das capillares do recto. Estes tumores são sede habitual de congestões e inflammações mais ou menos dolorosas, e de fluxos sangüíneos, tanto mais abundantes quanto maior foi a congestão. Symptomas.—Da fluxãohemorrhoidal. Flux o sangüínea, embaraço, pesa, e ás vezes dôr viva na pa, te inferior do recto, sobretudo depois de ter estad > em pé pur muito tempo, constipação; dores lombares irra liando-se para o sacro, perinòo, partes genitaes e toda a baci ; calor na extremidado inferior do recto. Agitação, inso nia, inappe- tencia e irascibilidade. Dureza e inchação do contorno di ânus. Desejos fre- qüentes, mas inúteis de ir á banca, ás vezes co n dejec- ções difficeis e dolorosas. Symptomas.—Da moléstia confirmada. G-astralgias, fla- tuosidade; tumores violaceos em redor do ânus, re itentes, diminuindo pela pressão, podeudo-so eavasiar e dar HEMORRHOIDAS 433 sahida a uma quantidade considerável de sangue verme- lho, que se escapa em jorro, ou lavando o ânus, e em todo o caso cobrindo as matérias fecaes. As hemorrhoidas são: internas ou externas, sêccas ou fluentes, reductiveis e irreductiveis, /ácidas, turgescentes ou endurecidas. Tratamento.— Dietetico. Regimen severo, legumes herbaceos, mucilaginosos. Fructas aquosas, ácidas, féculas com leite, vinho com água; não fazer uso dos espiri- tuosos; exercicio moderado; evitar as humidades, o frio nos pés. Cirúrgico. Cauterisar as hemorrhoidas vivamente por quatro ou seis vezes, com os intervallos seguintes: a 2» 8 dias depois da 1*, a 3a 15 dias depois da 2a, e assim por diante, com um pincel de fios embebido ligeiramente em ácido nitrico ordinário ou monohydratado ; depois enxuga-se perfeitamente a parte cauterisada, e reduz-se as hemorrhoides. Esmagament) linear. Depois de chloroformisar o indi- víduo, pedicula-se o tumor com uma ligadura e applica-se a cadòa do esmagador, que se faz caminhar na proporção de um quarto de minuto por cada entalho da haste den- tada (Chassaignac). Incisão e picadas, contra a distensão excessiva do tumor. Medico.—§ 1.° Os medicamentos mais indicados para as affecções hemorrhoidaes são em geral:—1) Acon., ant, ars., bell, cale, carb.-v., caps., cham., ign., mur.-ae, n.-vom ,puls., sulf.—2;) Amb., amm., amm.-m., petr., rhus., sep., ais., millef. e cep. § 2.° Para as colicas causadas pelas hemorrhoidas, são principalmente: Carb.-v., coloe, lach., n.-vom., puls. e sul/ Para o prurido no ânus: Acon., n.-vom. e sul/. Para a inflammação dos botões hemorrhoidaes : Acon., cham., puls., ars., mur.-ae, n.-vom. e sul/. Para as hemorrhagias: Acon., bell, ipee, cale, chin. e sul/. . 1 Para as anomalias das affecções hemorrhoidaes e os 434 HEPATALGIA soffrimentos pela suppressão de um fluxo hemorrhoidal habitual: N.-vom., sul/., cale, carb.-v. e puls. Para os corrimentos mucosos (hemorrhoides mucosas): Ant, caps., carb.-v., puls., sul/.', borax., ign., lach. e merc. Pará a disposição constitucional ás hemorrhoidas: N.-vom., sul/., cale, carb.-v., caus., graph., lach., petr. HEPATALGIA. COLICA HEPATICA. Dôr nevrálgica do fígado sem augmento pela pressão e sem hypertrophia. Symptomas.—LoôAes. Dôr espontânea, viva, atroz, par- tindo do hypocondrio direito e estendendo-se ao umbigo, acalmada ás vezes pela pressão e por certas posições, não dando repouso ao doente, arrancando gritos; vertigens, delirio, convulsões, syncopes. Geraes. Durante o accesso, que é sempre na occasião da passagem de um calculo, seccura da boca e do pha- rynge, inappetencia, constipação, vômitos repetidos, biliosos, aquosos, Viscosos, penosos, mais ou menos abun- dantes; difficuldade da respiração; pelle sêcca, suores frios. Febre ardente, quando o accesso se prolonga. No fim de dous dias, ictericia que varia segundo os cálculos estão nos conductos cystico, hepatico ou cho- lédoco. Em alguns casos, tumor formado pela vesicula biliar e sensação dos cálculos pela apalpação. Cessação das dores, quando os cálculos têm franqueado os canaes biliares. Tratamento. Os medicamentos que têm sido emprega- dos com melhor resultado são:—1) Bell, cale, hep., lach., lye, sil, su!/.—2;) Acon., bry. é n.-vom. nEPATiTE 435 HEPATITE. INFLAMMAÇÃO DO PARENCHYMA DO FÍGADO. A- hepatite divide-se em aguda e chronica. Aguda.—Symptomas.—Locaes. Dôr no hypocondrio direito, irradiando-se para a espádoa e pescoço do mesmo lado e para grande parte do abdômen. Pela apalpação (condição de exame indispensável para segurança do diagnostico; bem como a percussão da parte, isto é, do hypocondrio direito) acha-se o fígado volu- moso e descendo do rebordo das falsas costellas direitas. Como terminação da hepatite, pôde estabelecer-se um abscesso, o qual faz saliência no hypocondrio direito determinando accidentes ataxicos ou adynamicos. A dysenteria ordinariamente precede a hepatite; nos paizes intertropicaes andão de parceria. Geraes e punccionaes. Ictericia, appetite nullo; boca pastosa, sede viva, calefrios intensos, seguidos de calor e suores abundantes; vômitos biliosos e diarrhéa; outras vezes constipação ou dejecções sanguinolentas, purulentas ou córadas de amarello; dyspnéa; decubitus fácil do lado esquerdo, ourina avermelhada ou alaranjada; pulso muito freqüente, regular ou irregular; agitação, delirio, , vertigens e somnolencia; abscessos que se podem abrir na veia cava, nos intestinos, no peritoneo, nas pleuras, nos pulmões, etc. Tratamento.—Dietetico. Repouso do corpo e espirito; alimentação sã, roupas quentes. Depois da dieta severa necessária, ir diminuindo-a gradualmente á proporção que a melhora se fôr sustentando. Médico.—§ 1.° Os melhores medicamentos são em geral:—1) Acon., bell, bry., cham., chin., lach., merc, 436 HEPATITE n.-vom., puls., sulf.—2-A Aur., cale, kal, lye, magn.-m., natr., natr.-m., nitri.-ac. — ZAAlum., ambr., am.-e, berb., cann., canth., n.-mos.—4;) Cie, dig., mang., nitri., petr., ran.—5 ;) Ais., benz., mille/. e ox.-ac. § 2.° Os medicamentos dentre estes, que especialmen- te devem ser usados logo em começo são: Acon., bell, merc, n.-vom., bry., cham., chin., lach, puls. e sul/. Aconito: No começo do tratamento, havendo forte febre inflammatoria com dores lancinantes na região he- patica ; dores insupportaveis. Belladona: Dores pressivas propagando-se para o peito, espadoas e pescoço. Enchimento do estômago; tensão no epigastrio; respiração difficil e anciosa; congestão na cabeça; obscurecimento da vista; vertigens; sede ar- dente; insomnia. (Convém depois de acon. ou alternando com merc. ou lach.) Bryonia: Dores compressivas com tensão nos hypo- condrios ; lingua com indueto amarellado ; forte oppressão de peito com respiração rápida e anciosa; constipação e aggravação das dores pelo movimento. Chamomilla: Dores surdas e que não se aggravão, nem pela pressão exterior, nem pelo movimento, nem respirando, com pressão no estômago, tensão nos hypocondrios; op- pressão de peito; côr amarellada da pelle; lingua com indueto amarello; amargo da boca e accessos de an- gustia. China: Intermittencia das dores lancinantes; inchação e dureza da região hepatica e do epigastrio; cephalalgia compressiva. Lachesis: Depois de bell. ou merc, se estes não forem sufficientes; ou alternando com um ou outro destes dous medicamentos, maxime nas pessoas dadas á embriaguez. Mercurius: Muitas vezes depois de bell, quando este não produzir todo o effeito esperado; havendo dores que não permittem^ estar deitado sobre o lado direito; calefrio continuo; côr amarella muito pronunciada da pelle e dos olhos. (Depois de merc convém ás vezes lach.) HEPATITE 437 Nux-vomica : Quando as dores forem lancinantes e pul- sativas, com sensibilidade exagerada da região hepatica; gosto amargo e azedo; vontade de vomitar ou mesmo vômitos; pressão nos hypocondrios e no epigastrio, com fôlego curto; sede ; ourinas vermelhas; cephalalgia; vertigens e angustia. (Depois de n.-vom. convém fre- qüentemente sulf.) Fulsatilla : Havendo freqüentes accessos de angustia, sobretudo d noite, com dejecções diarrheixas esverdinhadas e mucosas ; vontade de vomitar; amargo da boca, lingua amarellada; oppressão de peito; tensão nos hypocondrios e gastralgias. Sulfur: Muitas vezes depois de nux.-vom. sobretudo quando as dores lancinantes continuão; ou em todos os casos em que os medicamentos precedentes não produ- zirão melhora em poucos dias, ou mesmo quando tendo-a produzido, fique estacionaria. § 3.° Os abscessos hepaticos parecem exigir de pre- ferencia além da indispensável puncção, a qual nenhum perigo acarreta quando é praticada com a cautela conveniente, os seguintes medicamentos :—1) Lach, sil, tart—2;) Bell, merc. e hep. Deve-se notar que a abertura do abscesso deve ser tentada e praticada quando se conhecer, não só que os medicamentos administrados nenhum resultado trazem, como quando o perigo fôr imminente. Hepatite chronica.—Symptomas.—Locaes. Aperto no hypocondrio direito; dôr surda, gravativa, augmen- tando-se pela pressão, a qual pouco a pouco se vai tornando cada vez mais forte e intermittente, irradiando- se mais que no estado agudo; hypertrophia regular do fígado. Geraes e funcctonaes. Tez icterica mais constante que no estado agudo. Augmento de volume do fígado; ordi- nariamente ausência de febre, excepção feita nas proxi- midades da morte; perturbações da digestão; inappeten- cia ; alternativas de constipação e diarrhéa; dyspepsia; 438 HÉRNIA dejecções descoradas ou biliosas, ás vezes purulentas, (havendo abscesso aberto no intestino). As vezes infil- tração dos membros, ourinas normaes, quando não ha ictericia; ascite; hemorrhoides; epistaxis; manchas he- paticas. Tratamento. Para hepatite chronica, os melhores medicamentos são:—1) N.-vom., sulf.— 2;) Aur., lach., lye, magn.-m., natr.— 3;) Alum., amb., cale, chin., sil. — 4;) chel, ign., iod. Para o enfarte ou endurecimento do fígado os medi- camentos são:—1;) Ars., cale, chin., n.-vom., sulf.— 2;) Ais., benz., caps., graph., lye, magn.-m., merc, puls., nátr.-m., e n.-mos. Para as affeeções hepaticas por effeito de febres in- termittentes, supprimidas ou mal tratadas, serão de grande soccorro:—1) N.<-vom., sulf.— ; 2) Cale., caps., lach., natr.-m. e puls. IIERrVIA. Tumor formado em um ponto qualquer de alguma das cavidades do corpo humano, por partes conteúdas, sahidas de sua sede primitiva pelos anneis naturaes ou accidentaes, feitos á custa do afastamento ou da ruptura de fibras musculares ou albugineas. (Fig. 72.) Chama-se enterocele quando é o intestino que sahe. (Mello Reis.) As hérnias são completas, incompletas, ou intersticiaes, engasgadas ou estranguladas, reductiveis ou irreductiveis. Em geral se pôde dizer que os symptomas das hérnias são dependentes do órgão que sahe para constitui-las. Symptomas.—Locaes. Tumor molle, elástico, sonoro á percussão. Entra facilmente na maioria dos casos quando o paciente está deitado sobre o dorso, fazendo ouvir um ruido particular, dito gargarejo^ Epiplõcele. Quando é o epiploon o hérnia do. HÉRNIA 439 Symptomas. Tumor menos elástico, molle, pastoso, igual- mente reductivel, mas sem dar lugar ao gargarejo. Fig. 72.—Hérnia crural (b), e inguinal (a) no homem. Havendo ao mesmo tempo enterocele e epiplocele os symptomas são os das duas espécies de hérnias. Symptomas.—Geraes. Communs a ambas; colicas surdas, digestão difficil, flatulencia, perdas das forças. Tratamento.— Geral. E palliativo ou curativo. Palliativo. Reducção pelo taxis; manter a hérnia por meio de fundas as quaes comprimem o órgão herniado em direcçao opposta exactamente a que tomou para produzir a hérnia. Curativo. O fim que se tem em vista no tratamento curativo da hérnia é obliterar, ou ao menos diminuir, o collo do sacco herniario. Para is^o na infância, e mesmo nos casos recentes dos adultos, deve-se usar a funda, ajudada do emprego de substancias de. acção especial; como sejão : leite de mangabas verdes, embebendo pran- chetas de algodão, e cataplasmas feitas com a raspadura 440 HÉRNIA da pelle do peixe-boi. A compressão deve, quer nos casos recentes, quer nos antigos, obrar não só sobre o annel externo, mas também sobre o trajecto que vai deste ao annel interno. Esta compressão tem por fim de- terminar uma inflammação adhesiva entre as folhas sorosas do peritoneo. Quando este meio ó insufficiente deve-se recorrer ás operações especiaes que são : castração, ponto dourado, sutura real, incisão dos envoltórios, excisão do sacco, cauterisação, dilataçâo e escarificação do collo do sacco, íntroducção de um corpo estranho no sacco (processo de Bennet); autoplastia ; invaginação simples (processo G-erdy) ; invaginação e compressão (Leroy d'Etioles); in- vaginação e cauterisação (Valete); sedenho (Maesner); e enrolamento do sacco (Vidal de Cassis). Estes meios são applicaveis de ordinário aos casos de reductibilidade; podem porém as hérnias complicar-se e tornar-se : Io, irreductiveis; 2o, engasgadas ; 3o, injlam- madas; 4o, estranguladas; 5o, finalmente, complicadas da perfuração do intestino. 4. Irrcdiictibilidade* Nesta circumstancia o meio de remediar a complicação ó o emprego de um suspen- sorio ou funda que sustente o tumor, ajudaelo de repouso no eleito e dieta; a funda deve ter uma pellota concava em fôrma de colher. Esta applicação deve ser feita com prudentes esforços de taxis estando o doente em um banho. Esta complicação é produzida, umas vezes pelo estado particular do sacco, outras, pelo volume conside- rável da parte herniada ou por adherencias que já se hajão formado. Engasga snento. Esta complicação é devida a accu- mulação de gazes, de matérias fecaes, de vermes n* porção intestinal herniada; além dos clysteres, o taxis deve ser mais prolongado, applicado em ordem a fazer entrar no intestino não herniado as matérias que fizerão o engas- gamento. Inflammação Os symptomas desta complicação são os seguintes, os quaes têm merecido seria consideração da parte do pratico, para que possa ser prevenida a tempo a estrangulaçâo da hérnia: dôr viva no sacco, HÉRNIA 441 inchação, dureza, porém menor do que na estrangulaçâo; irreductibilidade completa; dôr aggravada pelo taxis ; côr normal da pelle, colicas, soluços, náuseas, vômitos e constipação. Tratamento. Sendo a hérnia reductivel, deve-se pro- ceder ao taxis com todas as cautelas, cessando immediata- mente para se proceder á operação logo que se conheça a impossibilidade de reducção. Havendo peritoníte hemiaria, convém empregar um tratamento enérgico, o qual deve ser o das peritonites, dado no capitulo especial. Dieta. Repouso e banhos prolongados em um vaso ou bacia em que possa a água cobrir o corpo do doente até a base do peito. Terminando-se a inflammação por abscesso no sacco, pratica-se a abertura, tendo o cuidado de respeitar as porções de epiploon existentes. Depois da evacuação do abscesso, reduz-se a hérnia, estando ella sã ; no caso con- trario, espera-se que o fique para ser então reduzida. Perfuração do intestino. Esta complicação é devida á presença de corpos estranhos na norção intes- tinal herniada, ou á ulceração da hérnia, conseqüente á iuflammação do sacco, a qual é annunciada pelos symp- tomas próprios desta complicação. Estrangulaçâo. — Symptomas. — Locaes. Tumor duro, doloroso e" ir reductivel logo ao principio; depois côr vermelha dos tegumentos, infiltração e augmento pro- gressivo do tumor. Geraes. Náuseas, vômitos a principio de alimentos, depois de matérias fecaloides, e depois fecaes; constipa- ção obstinada, amollecimento do ventre; pulso inter- mittente; suor frio e viscoso; peritonite. Tpatamento. Segundo o Dr. Mello Reis o taxis nestas hérnias, passadas as primeiras horas, é altamente> depo- nente dos conhecimentos cirúrgicos do assistente, opinião que a pratica nos tem mostrado verdadeira niaisdeuma vez • todavia o mesmo doutor aconselha o uso da anesthesia 442 HÉRNIA local pelo frasco de Richardson, como coadjuvante do taxis quanâa ainda é elle possivel, e que o estado da estrangulaçâo demonstra disposição para a reducção (These de doutora- mento). O meio, porém, efficaz por excellencia, e do qual deve o pratico immediatamente lançar mão, sem attender ás. reclamações dos que circumdão o doente, é a operação do desbridamento do annel (Kelotomia). Dos processos conhecidos a pratica moderna indica como preferível o de Marc -Girard, como o que tem dado melhores resultados. Não escrevo para os mestres. Como é provável que este meu pequeno t; abalho tenha de presencear, em algum lugar onde não hajão facultativos habilitados, algum caso de hérnia estrangulada, não termino este artigo sem a des- cripção do que seja Taxis e a maneira de o praticar, e bem assim uma ligeira descripção da operação do desbrida1- mento do annel nas hérnias. O Taxis é o processo pelo qual se faz uma parte her- niada entrar para a cavidade d'onde sahio sem o emprego de operações sangrentas, usando-se apenas das mãos collo- cadas sobre o tumor (Fig. 73). Pratica-se da seguinte fôrma: antes do co- meço do trabalho deve evacuar-se a be- xiga das ourinas; depois deitar - se o doente de costas com as coxas e as pernas dobradas e com o assento um pouco ele- vado: o medico col- loca-se á direita do doente, levanta o fundo da hérnia com a mão direita; applica os dedos da mão es- Fig. 73.-Reducção ou taxis. 4UOrda á raiz do f" croto (por exemplo, tomando-se por norma a hérnia escrotal ou inguinal ex- terna); com o fim de fazer o intestino seguir para o annel HÉRNIA 443 e ahi o conter; antes de empurrar o intestino deve-se puxar um pouco o tumor como para desenrola-lo, a palma da mão deve abraçar o fundo do tumor; os dedos ficão applicados na raiz, á qual comprimem brandamente para diminuir a hérnia. Então empurra-se o tumor a principio de diante para trás, depois de dentro para fora, fazendo assim entrar em primeiro lugar as voltas do intestino. Operação da hérnia estrangulada.—Depois de ter deitado o doente de modo que os músculos abdo- minaes fiquem no maior relaxamento possivel, o operador levanta uma prega da pelle que cavalga o tumor, entrega a um ajudante a extremidade opposta e pratica com um bisturi recto uma incisão de dentro para fora, ou de baixo para cima. Outros operadores (e eu sou deste numero) fazem distender a pelle, praticão uma incisão larga que exceda alguma cousa o tumor, depois vão desbridando camada por camada todos os tecidos sub- jacentes, empregando para isso ora o bisturi, ora uma sonda canulada, até chegar ao sacco, o qual deve então ser bem reconhecido não só com a vista, mas com o dedo, para que não sejão confundidos gânglios, fóeos purulentos, ou mesmo kystos, com a hérnia. Emquanto não se chega ao saeco e em geral em todo o curso da operação, o operador nunca dispensa mais cuidados, delicadeza e attenção. Os vasos que forem feridos devem ser torcidos ou comprimidos. O sacco estando á vista, com uma pinça levanta-se uma pequena prega e corta-se com o bisturi; por esta abertura introduz-se a sonda canulada e sobre ella incisa-se todo o sacco até á altura do annel. Então procura-se com o dedo destruir algumas adherencias formadas na hérnia ou com a tenta canulada ou mesmo com o bisturi; depois procura-se com o dedo, introduzido na chaga, reconhecer o annel herniario, e com o bisturi abotoado ou rombo introduzido -a chato e protegido pelo dedo, faz-se escorregar até o annel onde voltado se faz em toda a circumferencia superior do annel varias incisões não muito profundas (Vidal de Cassis). Estas incisões, é prudente, serem feitas no segmento anterior do annel, para evitar ferir a artéria epigastrica. Depois do desbridamento, puxa-se para fora as partes 444 HÉRNIA estranguladas, vô-se se o intestino não está gangrenado, e então pratica-se a reducção, introduzindo-se successiva- mente as ultimas partes herniadas do intestino em pri- meiro lugar. Esta reducção deve ser dirigida de baixo para cima; estando o epiploon gangrenado deve ser cortado; ligâo-se ou torcem-se os vasos. Estando o intestino muito distendido por gazes devem ser comprimidos com a palma da mão brandamente, para que os gazes possão espalhar-se por todo o intestino que não fez hérnia, o que não sendo conseguido e oppondo obstáculo á reducção, pica-se com uma agulha para que seja desprendido por esta abertura. Depois lava-se a chaga, cura-se com cerôto simples e fios. Não se deve reunir por primeira intensão, mas somente com tiras agglutinativas ou com dous ou tres serra-finas de Vidal de Cassis. ** O apparelho deve ser mantido por uma atadura trian- gular, mas sem comprimir a chaga. O doente deve ficar em repouso e na posição horizontal por seis ou oito dias. O processo de Marc-Girard consiste na não reducção do intestino, o qual deve ser reduzido pelos simples esforços da natureza, visto como foi desbridado o annel, des- truido o obstáculo que impedia a entrada para o recinto abdominal das porções de intestino herniado. Todos os demais tempos da operação são como os do processo descripto. Tratamento.—Medico.—§ 1.° Os medicamentos que têm dado melhores resultados na cura radical das hérnias são: — 1) Amm.-m., aur., coce, magn., n.-vom., sil, sulf.-ae, veratr.—2;) Cham., ciem., mags., are, millef., nitri.-ac, rhus. e sulf. As hérnias das crianças, á força de gritar, exigem sobretudo: Aur., coce, n.-vom., nitri.-ac, veratr. § 2.° Contra as hérnias estranguladas póde-se obter reduzi-las promptamente, sem o soccorro de operações cirúrgicas por: Acon., n.-vom., op., sulf.; ars., bell, lach., veratr. e millef. Aconitum, quando houver: Inflammação intensa das partes herniadas, com dores ardentes no ventre, sensibi- HÉRNIA 445 lidade excessiva, náuseas, vômitos amargos, biliosos; an- gustia e suores frios. Na maioria dos casos a melhora se pronuncia depois da 2.a dose, a qual deve ser administrada uma hora de- pois da primeira. Se depois da terceira, administrada com o espaço da segunda, não houver melhora, deve recorrer- se ao sulf. ou a alguns dos subsequentes, escolhidos se- gundo os symptomas circumstanciaes. Nux-vomica. Havendo menos sensibilidade e dôr no tumor, vômitos menos violentos, porém respiração mais embaraçada, maxime se a estrangulaçâo foi devida a resfriamentos, ou a contrariedade, e cólera; ou a desvio de regimen. (Este medicamento deve ser repetido de uma ou de duas em duas horas.) Opium. Se duas horas depois do emprego da n.-vom. não houver mudança alguma; ou se desde o começo houver : face vermelha, ventre inchado e duro, arrotos pútridos ou vômitos de matérias fecaloides e estcrcoraes. (Deve ser repetido de 10 em 10 minutos até que a me- lhora se estabeleça.) Se no caso precedente se manifestarem com os vô- mitos, suores frios e frieza das extremidades, o medica- mento é veratr. que pôde ser substituído por bell, se depois da segunda dose não houver melhora alguma. Sulfur. Merece a preferencia se uma ou duas horas depois da administração da 2a dose de acon. a reducção da hérnia não foi possivel; ou se os vômitos biliosos se tornarem ácidos. Depois de sulf. deve-se esperar algumas horas e deixar repousar o doente, se elle adormecer. Quando o tumor apresentar symptomas de gangrena será la:h. o preferido ou mesmo ars. se lach. nada fizer. Segundo a definição que demos das hérnias não ha órgão contido em cavidade que não possa fazer hérnia; pelo que tratando das hérnias em particular temos: Hérnia do appendice ilio-coecal. Hérnia do cérebro, encephalocele. 446 HÉRNIA 83. Encephalica —r Symptomas. Tumor liso, arre- dondado, incolor e indolor, tendo de particular bati- mentos isochronos aos do pulso. Pela compressão, torpor e paralysia. Tratamento. Manter o tumor sustentando-o por meio de uma atadura ligeiramente applicada. Garantir o tumor contra pancada ou qualquer lesão exterior. Havendo hydrocephalia.— Puncção. H. «Io coeeuiii.—Symptomas. Tumor irregular bossel- lado, reductivel emquanto é limitado á virilha, e irre- ductivel quando estiver descido no escroto: colicas, repu- xamentos e peso, depois da comida e antes de ter defecado ; aggravação pelos desvios de regimen, ou retenção de alimentos não digeridos. Tratamento.— Manter o tumor por meio de uma funda. II. da cornea. (Keratocele.) Pode ser produzida ou por uma ulcera perfurante da cornea ou por effeito da operação; da catarata. Symptomas. Vesicula cinzenta, pallida, oval, semi- transparente, cheio de humor aquoso, formada pela mem- brana de Descemet, ou mesmo por parte do tecido próprio da cornea (por falta de destruição completa de toda a substancia, no caso de ulceração). Tratamento. Tópicos frios e trazer o olho com ligeira compressão para se oppôr á ruptura da membrana de Descemet, o que traria em resultado a formação da hérnia da iris. H. crural.—Sahida do intestino do recinto abdo- minal até abaixo da arcada crural, quer pelo canal crural quer por uma rasgadura accidental. (Vid. Fig. 72 á pag. 439.) A hérnia crural ou femoral é externa, interna ou média, Begundo a sahida se faz pelas fossetas externa, in- terna ou média da região inguino-crural. (Fig. 75.) HÉRNIA 447 Symptomas. Tumor globuloso ou avalar um pouco para dentro da prega da virilha, obliquo, circumscripto no homem mais do que na mulher. Fig. 74.-Hérnia crural do lado direito (a b), e ingninal obliqua externa do lado esquerdo (a b); a coxa 'd). Ao principio os symptomas são muito obscuros, dando apenas uma simples intumescencia da virilha, e |pouca sensibilidade. Quanto aos demais symptomas vide os das hérnias em geral. Diagnostico diferencial das hérnias inguinaes e cruraes HÉRNIA CRURAL. HEKNIA INGUINAL. Tumor arredondado ou Tumor pynforme e^ver- avalar transversalmente. tical, ás vezes arredondado, Na nres-a da virilha, mais globuloso. mra fora Situado acima da prega pílra 1Óra' da virilha, para dentro. 448 HÉRNIA Tratamento.—1.° Reducção e ataduracontontiva; fundas. 2.° Desbridamento, pelo processo descripto acima. H. gordurosas da linha alha, da região umbilical.— Symptomas. Tumores geralmente peque- nos, globulosos, de superficie igual ou ligeiramente glo- bulosa, muitas vezes irreductiveis. Tratamento. Sendo o tumor indolente — expectação —, no caso contrario, excisão e desbridamento, praticados com muita reserva. H. i n guinai.—As hérnias inguinaes se fazem haven- do sahida do intestino pelo canal inguinal, ou por um dos dous orificios deste canal; apresentão tres varie- dades devidas á situação da hérnia, com relação á ar- téria epigastrica. (Fig. 75.) 4.a Variedade. Hérnia obliqua ou inguinal externa quando ella se faz pela fosseta externa á artéria. (Fig. 76.) 2." Hérnia directa ou mé- dia, quando se faz através das rasgaduras dos músculos transversos e pequeno oblí- quo. 3.* Hérnia interna, quando 6 pela fosseta inguinal in- Fig. 75.—Hérnia inguinal privada terna, que ella se faz por da pelle e aberta. dentro da artéria epigas- trica, e sobre o bordo externo do músculo recto do ab- dômen. (Fig. 77.) Além disso, a hérnia é completa ou incompleta e in- tersticial. Pôde ser congenitál ou accidental. Constituída por intestino (enterocele), por epiploon, HÉRNIA 449 Fig. 57.— Hérnias inguinaes externas. Symptomas. —Locaes. Tumor de volume variável na prega da virilha, sem mudança de côr na pelle, oblongo, indolente, movei em sua ponta, immovel na base, aug- mentando-se pelos esforços da tosse, ou outros quaesquer ; reductivel. Quando é antigo e volumoso, permitte a Íntroducção do dedo no annel, o qual pára no homem ao nivel da penetração do cordão do testículo ou seguin- do este cordão, adiante do qual fica colocado ao princi- pio, descendo algumas vezes ao escroto (H. escrotal). Na mulher: a hérnia pôde descer até a vulva ; repellir o grande lábio para o lado opposto á hérnia: na parte superior nota-se um pequeno crescimento, que é o ponto de emergência da hérnia, a qual pôde estrangular-se no annel inguinal externo. Na H. congenital, inguinal externa, a parte herniada pode occupar o fundo ou a totalidide do escroto. Na H. directa, o tumor tem no annel a fôrma globular, levanta o pilar interno, mas não é percebido no resto 450 do canal, HÉRNIA pára ordinariamente na raiz das bolsas; sahe directamente do ventre , simu- lando proe minar de detrás para diante, o não desce muito. O cordão fica occupando o lado externo, facilmente reductivel. Na H. intestinal ou enterocele, o tu- mor é vasio ou ch io de gazes ou de ma- térias ester oraes. Os caracteres sao os seguintes: con- tendo gaz o tumor é elástico e igual em toda a superficie; Duas hérnias inguinaes, externa a contendo matérias direita, e interna a esquerda. fecaes é desigual Na H. epiploica, o tumor é pastoso, desigual, mais difficil de ser reduzido, e quando se consegue a re- ducção, faz-so sem ruido, diversamente do que acon- tece quando^é o intestino, porque se ouve um ruiJo particular. Geraes. (Y. Hérnias em geral.) Convém para firmar o diagnostico differencial entre a hérnia inguinal e outros tumores da virilha e escroto, ter bem presentes as differenças do quadro seguinte: Fig. 58.- Hebnia. O tumor se desen- volve de cima para baixo. Augmento de vo- lume do tumor quando o doente dorme. Hydeocele. O tumor se desen- volve de baixo para cima. Transparência. Ir- reductibilidade, a menos que haja communicação da tú- nica vaginal com o peritoneo. Adenite inguinal. Irreductibilidade ab- soluta. Os antecedentes es- tabelecem a differença. HÉRNIA 451 H. da Iris.— Esta hérnia tem por causa uma fe- rida penetrante da cornea ou uma ulceração dessa mem- brana: os cignaes são quasi os da hérnia da cornea, so- mente alli era a membrana de Descemet, e aqui é a iris que faz a hérnia. Tratamento. A attenção do pratico deve ser dirigida para a inflammação do olho. Deve procurar evitar com- primir fortemente o tumor. O tratamento deve assentar sobre a cauterisação com o nitr.ito de prata eai lápis, como aconselha Scarpa, ou pela excisão como quer Wharton Jones; ou como faz De=marivs cauterisando forte i ente em dous ou tres pontos nas vizinhanças da hérnia sobre a conjuntiva, ou sobre a cornea mesma,' se acaso o tratamento pelas instillações de belladona e tropina não aproveitarem. Estas instillações se fazem com uma solução fraca de belladona ou de atropina dentro do olho. H. umbilicaes. —Sahida de visceras através do um- bigo. Ellas são congenitaes e accidentaes. H. umbilicaes congenitaes.— Symptomas. Tumor no umbigo, conico, liso, transparente; a base que não é transparente adhere á parede abdominal. O vértice parece servir de continuação ao cordão umbilical. O volume augmenta com os gritos, esforços da respiração e por todo e qualquer movimento. Tratamento. Sendo pouco volumoso, procura-se reduzir e ligar o cordão umbilical, com uma atadura. Sendo im- possível a reducção, o remédio é a expectação, ajudada por alguns meios apropriados aos symptomas que se des- envolvem. H. umbilicaes das crianças—Symptomas. Os das congestões e mais: formação de tres sulcos sobre o tumor distendido, um superior e dous inferiores; quando elle é bilobado só ha um sulco. Tratamento. Reducção, contensão por meio das fundas ajudadas dos meios aconselhados no tratamento geral das hérnias. 452 HYDARTHROSE H. umbilicaes dos adultos.—Symptomas. Tumor molle, elástico, reductivel, augmentando pelos gritos, tosse e outros esforços; rodando, cylindrico ou conico, de base circular e coberto de uma pelle muito fina. A aber- tura que dá passagem ao intestino é irregular e oblonga: colicas, borborygmos; estrangulaçâo. Tratamento. Reducção pelos meios ordinários; fundas; kelotomia (Fig. 59). Fig 59 — Funda umbilical. A hérnia umbilical feita por epiploon e tornada dura e carnuda, chama-se epiplomphale: ó hydro-epiplomphale quando existe sorosídade amontoada no sacco. Chama-se pneumatomphale quando são gazes que a dis- tendem; hydro-enteromphale ou hydromphale quando a sorosídade que enche o sacco ó em quantidade capaz de produzir a hydropisia da parte. HERPES. Vido Dartros. HYDARTHROSE. HYDARTHROS, HYDROPISIA DAS ARTICULAÇÕES. Inchação hydropica de uma articulação, devida á accu- anulação mórbida de serosidade, em conseqüência de HYDRARGYRIA 453 arthrite, de rheumatismo, de synovite, de repercussão de exanthemas, etc. A hydarthrose do joelho sendo a mais freqüente é a que nos ha de servir de typo para a descripção. Hydarthrose do joelho. — Symptomas. Saliência dupla dos lados da rotula e de seu ligamento no começo da moléstia, estendendo-se ás partes lateraes dos tendões. Na flexão do joelho o tumor torna-se duro, largo e saliente; molle e fluctuante na extensão: a rotula na—flexão— comprime fortemente as superfícies articulares, emquanto que na—extensão — é movei, muito depressivel e pres^- tando-se a ser movida sobre a superficie articular do femur. Tbatamento. — Cirúrgico. Immobilidade e compressão da articulação por apparelhos dextrinados e tiras de dya- chilão. Punção da parte, quando a moléstia resistir ao tratamento medico; a punção deve ser feita estando o membro em extensão. A punção faz-se na parte externa ou interna da rotula, para o que um ajudante comprime com a mão o lado opposto ao que tem de ser puncio- nado. Segundo Yelpeau e Bennet, deve injectar-se com uma solução de iodo o tumor depois da punção, como para a operação da hydrocele. Cauterisação transcurrente. Medico. O medicamento mais efficaz è sulf, que pôde eer seguido, havendo precisão, de: Cale, iod., merc. e sil. HYDRARGYRIA. Erupção eezematosa com ou sem febre, resultante do atÁiso' cíos mereuriaes. Tratamento. O melhor medieamento é hep. admirns* trado ás colhéres, em solução, com o intervallo de 12 horas de uma á outra dose. 454 HYDROCELE Este medicamento não é só o antídoto do mercúrio no caso de hydrargyria, mas é ainda particularmente indi- cado, havendo: cephalalgia nocturna, queda dos cabellos, nodosidades dolorosas na cabeça ; olhos inflammados e ver- melhos, com sensibilidade dolorosa do nariz; crostas ao redor da boca; salivação e ulceração das gengivas ; incharão e ulceração das glândulas inguinaes e axillares; dejecções diarrheicas ; inflam.mação fai il da pelle. Depois da acção de hep. convém bell. ou nitri-ac Se depois da acção deste ultimo restarem soffrimentos, uma dose de sulf. prestará grandes serviços p >r muitos dias. Depois de sulf. convém também cale Quando o doente tiver ao mesmo tempo abusado de merc e de sulf., os medicamentos mais convenientes serão: Bell,puls., ou mesmo: Merc HYDROCELE. Hydropisia do escroto, do cordão espevmatico, e da túnica vaginal, devida a cedema ou infiltração de serosi- dade no tecido cellular do escroto, do cordão esperma- tico, ou ainda a derramamento na túnica vaginal. Hydrocele da túnica vaginal.—Symptomas. Tu- mor ovoide, elástico, pyriforine, redondo, indolente, trans- parente, pouco fluctuante, mais ou menos volumoso, de superficie lisa, não diminuindo nem pela pressão, nem pela posição horizontal. Na hydrocele congenital pôde fazer-se refluir o liquido para o peritoneo, por meio de compressão. Tratamento. — Cirúrgico. Depois de proceder-se ao exa- me do tumor com uma vela accesa, para o fim de conhecer-se a posição occupada pelo testículo, e mesmo a transparência própria, devida á côr citrina do liquido, pratica-se a paracenthese do escroto com um trocáte. Senta-se o doente na borda de uma cama ou cadeira, HYDROCELE 455 abrange-se o tumor com a mão esquerda, estendendo os tegumentos de deb ixo para cima, iutroduz-se o trocáte na parte antero-inferior do tumor; tira-se a haste do trocáte, deixando a canula, a qual devo ser mantida com a mão esquerda para que não . se e:-cape. (Fig. CO.) Tendo s-ahido todo o liquido, injecta- e com uma solução de iodo " da fórmula de Yelpeau; espalha-se.. o liquido injectado por todo o rc- ^ V. cinto da túnica; demora-se alguns Fig. GO. — Punção e in- minutos e depois evacua-se a in- JecçSo do hydrocele. jecção. Retira-se a canula c suspende-se o escroto com um suspensorio. O doente deve ficar na cama por alguns dias em repouso: dieta. Modernamente pratica-se esta operação com um tro- cáte fin<>, f,izendo-se evacuar a metade do liquido contido na bolsa, injecta-se então uma pequena porção de álcool, podendo o doente tratar de seus negócios, sem necessidade de estar de cama. Ha além destes o processo do Sr. Barão de Itapoã, preferido e usado pelo Dr. Mello Reis em sua pratica, o qual é feito sem o emprego de injecção alguma, apezar do que, a cura é quasi infallivel o maior numero de vezes. Não damos delle a descripção por falta de autorisação de seu autor. Medico. Os medicamentos que têm sido empregados com melhor resultado são: Graph., puls., sil, rhod., sulf. e tabac. Para a hydrocele nos escrophulosos o medicamento é : SV. Hydrocele enkystada do cordão. —Symptomas. Tumor oval no trajecto do cordão, bem circumscripto, distincto do testículo, liso, fluctuante, indolente, mais ou menos transparente, molle, situado a distancia variável do testículo e do annel inguinal. Tratamento. Ê o mesmo do precedente. Alguns autores aconselhão o emprego da injecção da solução de nitrato de prata em lugar da de iodo. 456 HYDRO-OPHTALMIA HYDROCEPHALO. HYDROGEPHÁLIA, HYDROCEPHALITE, HYDRENCEPHALO. Derramamento de sorosídade na arachnoide, nos ven- triculos rercbrae?, e na cavidade craniana. O hydrocephalo pôde ser congenital ou adquirido. II. congenital.—Symptomas. Cabeça volumosa, afas- tamento e mobilidade dos ossos do craneo; em seu in- tervallo o couro cabelludo tem a apparencia de uma membrana transparente, contend > um tumor fluctuante; quando se comprime o tumor, declarão-se convulsões, estado comatoso e torpor. H. adquirido.—Symptomas. Enfraquecimento gra- dual da criança; apathia; emmagrecimento; andar va- cillante; diminuição ou perda completa da memória; vômitos; somnolencia; estrabisrno; dilataçâo das pupillas; vertigens; augmento de volume da cabeça; fronte abo- badada; cephalalgia ou simples poso na cabeça; olhos encovados; convulsões; salivações; appetite voraz. Tratamento. E palliativo. O da hydropisia em geral. H YDRO-OPHT AOIIA. HYDROPISIA DO OLHO. Esta hydropisia divide-se em anterior, posterior, geral; sub-esclerotical, e em sub-choroidiana. H. anterior.— É a accumulação mórbida definido aquosoonas câmaras do olho. HYDRO-OPHTALMIA 457 Symptomas.—Quer por effeito de uma keratite, quer por outra qualquer causa, augmento progressivo do globo do olho com proeminencia, no Io caso da cornea e sem augmento notável de seus diâmetros, ficando porém umas vezes transparente, outras opaca. Saliência do globo, inchação cedematosa das palpebras. Iris sombria, preguiçosa e ás vezes tremula. Pupilla fixa, preguiçosa e dilatada; globo do olho duro como marfim, exceptj no estado avançado da moléstia, caso em que se torna molle por atrophia incipiente. Moscas volantes e enfra- quecimento amaurotico da visão, suecedendo a myopia. Dôr, insomnia. Tratamento.—Medico. O aconselhado para todas as hydropisias em geral. Cirúrgico. Evacuação repetida do humor aquoso, pra- ticando-se a paracenthese da camar i anterior (Wardrop), com a ponta de um trocáte fino, ou por meio de uma incisão na cornea ou na esclerotica, a qual dô sahida aos liquidos que a enchem. H. posterior. — Accumulação mórbida de li- quidos no corpo vitreo. Symptomas. Iris comprimida contra a cornea, pupilla immovel, muito larga. Esclerotica azulada e distendida. Globo do olho duro e quasi sem movimento, humor vitreo amolecido. Sen- sação de calor excessivo no olho, em comôço da mo- léstia, vista fraca, diminuindo-se atoa perda completa da visão : photopsia. Tratamento.— Cirúrgico. Punção do globo através da esclerotica e cornea, com uma faca lanceolar no ponto em quo ellas estiverem mais tensas e dirigindo-se para o centro do olho, ou a alguns millimetros perto do bordo da cornea. Depois de duas ou tre? operações destas, se a cura julgar-se impossível por este meio, operação da extracção do crystallino e de parte do humor vitreo, afim de 458 HYDRO-OrHTAl.MIA reduzir o 0'ho a dimensões taes que permittáo a collo- cação de um olho artificial (se o outro estiver são). Pôde acontecer que na occasião de praticar-se a ex- tracção supradita, parte do humor vitreo se insinue no tecido cellular sub-conjuntival, e que produza inchação e ícrtes dores; o meio a empregar é a compressão cm todo o olho vasio, portanto tempo quanto fôr necessário (10 ou 15 dias). H. geral - Esta espécie é a hydropisia das câmaras e do corpo vitreo ao mesmo tempo.- Symptomas. Esta m lestia é conhecida ordinariamente pelos nomes de olho de boi ou buphtalmia, por causa do volume excessivo que adquire o globo .ocular. O globo sahe da orbita, distende as pa pebras; perda da vista pela alteração do órgão. Tratamento. Tem por fim alliviar as dores produzidas pelas alterações que experimenta o olho. Evae ação do grande parte dos líquidos encerrados no olho, com o duplo fim de tirar as dôrcs e diminuir o volume. H. sub-esclerotical.— E feita pela aecumulação de fluido aquoso entre a esclerotica e a choroide. Symptomas. Perda da vista com os demais symptomas communs ao estaphyíoma. H. sub-choroidiana, ou hydropisia subretiniana, descollamento soroso da retina. Esta espécie ó produzida pela deposição de líquidos entre a choroide e a retina, a qual é levantada adiante. Symptomas. Perda completa da vista; paralysia mais ou menos completa da audição; ligeira nuvem diante da pupilla. Pe o ophíhalmoscopio vê-se a retina descol- lada e levantada em seu centro, penetrando no corpo vitreo debaixo da fôrma de uma vesicula azulada ou cinzenta, tensa ou enrugada, e tornando visiveis as ra- mificações dos vasos retinianos. Esta massa ondula pelos movimentos do olho; os vasos simulão interrupção por acompanharem o enrugamento da membrana Póde- se conhecer perfeitamente a extensão do descollamento HYDROPEKICARDITE 459 da retina prestando-se attenção ao ponto de linvte, quo é denunciado pelos vasos que nesse lngar curvão-se de repente, da porção da retina levantada para a sã; além da differença exibem e entre o aspecto normal do iundo do olho e o da choroide, inteiramente turvo ou obscuro. O doente conhece o começo de seu soffrimento, por- que observa que o campo da visão ó dimii.uido pro- gressivamente cm relação á deposição do liquido e o descollamento da retina. Sente diante dos olhos como uma linha sinuosa que lhe limita parte do objecto. Esta linha soffre ondulações, se o doento faz movimentos fortes com o olho affectado. Tratamento.—Medico. O geral para as hydropisias. Cirúrgico. Secção do músculo ciliar pelo processo de Hancock: Iridectomia. HYDROPERICARDITE. Hydropisia idiopathica ou symptomatica activa ou passiva do pericardio. Symptomas. Som massiço na região do coraçsío, com abobadamento; afastamento dos ruidjs do coração; aos doentes parece que o coração nada em água; palpitações; fraqueza e intermittencia do pulso; lipothymias; difficul- dade do decubitus dorsal; allivio estando assentado. Tratamento. —Medico. O aconselhado para a hydropisia em geral. Cirúrgico. Paracenthese do pericardio. Operação que não deve ser praticada senão por operador experimen- tado. 460 HYDROPHOCIA HYDROPHOBIA. RAIVA, PHARYNGOSPASMO. Simples horror aos liquidos, ou intoxicação por absorp- ção do vírus rábico, cujos effeitos se transmittem por con- tagio. Symptomas. Tendo sido mordido por um animal com raiva (damnado), o individuo apresenta: tristeza, cepha- lalgia, agitüção, náuseas, espasmos; picadas na ferida; ruptura da cicatriz; dores, inchação das bordas da chaga, horror aos liquidos, constricção na garganta, suffocação, convulsões, exaltação, delirio, allucinação, furor e def-ejos de merder; ás vezes ternura; satyriasis, nymphomania; soluços, sôde ardente, pupillas dilatadas, olhos animados e espantados, pulso pequeno, fino e freqüente, horror aos objectes brilhantes; asphyxia. Tratamento. Immediatamente depois do accidente ap- plicar uma ventosa sobre a ferida, até fazê-la sangrar bastante, depois lava-la bem com ourina; cauterisar segundo Hering, com o calor a distancia, ou com um ferro em braza. Havendo necessidade, antes da cauterisação, incisa-se ou faz-se a ablação da parte. Hering manda continuar a applicação do calor até que appareção: horripilações febris, e que sejão continuadas todos os-dias até que a chaga esteja curada sem deixar cicatriz córada. Ao mesmo tempo o doente tomará todos os cinco ou sete dias, ou quando uma nova aggravação exigir, uma dose de bell. ou de laçh. ou de hydrophobina, a;éa cura radical da chaga. Se no fim de sete ou oito dias apparecer uma pequena vesicula debaixo da lingua, com movimentos febris, deve-se HYDROPISIA 461 abrir com um bisturi ou com tesouras pontudas, e depois lavar a boca com água salgaila, Se a raiva se declarou antes de se ter administrado soecorros ao doente, os medicamentos são: Bell, lach., canth, hyos., merc, stram. e veratr. HYDROPISIA. Accumulação de sorosídade na cavidaie das sorosas (liydrocephalo, hydropericardio, hydrothorax, ascite, etc.) e das synoviaes (hydarthrose) ou infiltrada nas malhas do teci Io cellular (cedema, anazarca). A hydropisia é activa ou passiva. Aetiva quando ha excesso das funcções da exhalação: passiva quando as funcções absorventes eníraquecem e ha lalta de har- monia entre a exhalação e absorpção. Symptomas. Os symptomas são dependentes da causa da hydropisia e da sede que ella occupa. Os mais geraes, porém, são: compressão, descoUocamento dos orgaos vi- zinhos ; mudança de fôrma das visceras e dos tecidos affectados, especialmente distensão das paredes dos en- voltórios; perturbações digestivas; augmento e dimi- nuição da actividade geral. Tratnmento.— § 1.° Os medicamentos empregados con- tra as hydropisias em geral são:—1) Aps, ars., chin., dig., dulc, hell,kal, led.,lye, merc,sulf.—2;) Bry., camph., canth., con., ferr., lach, phos., prun., rhus., samb., sep., sal, nig., squill— 3;) Ant, bar.-m., chel, con., hyos., sabad., sabin. — 4;) Antr., chin., cep., ais. e natr. § 2.8 As affecções hydropicas por effeito de um exan- thema repercutido, têm sido curadas por: Aps., ars., dig., hell, rhus. e sulf. As por effeito de febres intermittentes: Ars., dulc, ferr., merc, sol-mg. e sulf. 462 HYDROPISIA As por effeito do perdas debilitantes: Chin., ferr., merc e sulf. As pessoas que abusão das bebidas espirituosas: Ars., chin., chell, hell, led., rhus. e sulf. As por abuso de mercúrio : Chin., dulc, hell e sulf. § 3.° Em geral se tem empregado apis. em giande numero de casos, principalmente nas mulheres, na idade critica. Arsenicum, contra: Anazarca, hydrothorax, ascite e cedema dos pés, principalmente havendo : côr térrea ou pallida o esverdinhada da pelle, sobretudo na face; grande fraqueza e prostração de todas as forças ; lingua sêcca e rubra; sede; soffrimentos asthmaticos, com accessos de suf- focação estando deitado de costas; extremidades frias; dores despedaçadoras nas costas, cadeiras e pernas. Bryonia, contra : anazarca e osdema dos pés, com augmento da inchação de dia e diminuição á noite. Camphora, contra: anazarca com ourinas vermelhas formando deposito espesso. Cantharidas, contra: affecções hydropicas dependentes de atonia dos órgãos ourinarios, com estranguria, tenes- mo do collo da bexiga, dores nos membros, coryza chro- nico, etc. China, contra : anazarca e ascite, mesmo nas mulheres idosas. E te medicamento convém sobretudo se houver leso.s orgânicas do fgado ou do baço, ainda que ars, e ferr. convenhão igualmente nas mesmas circumstancias. Convolvulus, contra: inchações cedematosas de toda a . espécie, assi n como co itra offe-ções hydropicas, com cons- tipação, soffrimentos abdominaes e fraqueza. Digitalis, contra: ascite, anazarca e hydrothorax, sobre- tudo com affecção erganica do coração e pulso accelerado. Dulcamara, contra: anazarca e sobretudo depois da suppressão de transpiração por frio humido, ou quando houver: calor nocturno com grande agitação, ourinas raras e fétidas, sôde, anorexia, caducidade e arrotos. HYDROTHORAX 463 Helleborus, contia: anazarca, ascite, e hydrothorax, sobretudo contra hydropisias agudas e quando houver grande fraqueza, somnolencia comatosa, symptomas fe- bris, dores lancinantes nos membros, dejecções diarrhei- cas, gelatinosas, secreçâo das ourinas quasi supprimida. Kali, contra: ascite e outras affecções hydropicas, mesmo nas mulheres idosas. Ledum, contra: hydropisia com Jôres nos membros e seccura da pelle. Mercurius, contra: ascite, hydrothorax e anazarca aguda ou chronica, ás vezes com affecções he aticas, oppressão do peito, calor e suor geral, tosse curta e contínua. Phosphorus, contra : hydropisia com inchação oedema- tosa das mãos, pés e face. Prurtnus, contra: ascite e hydropisia geral. Rhus, sambucos, solanum-nigrum, contra: hydropisia geral. HYDROTHORAX. HYDROPISIA DE PEITO. É o derramamento de sorosídade na cavidade das pleu- ras, sem inflammação, differente do derramamento nos casos de pleurizes chronicos, que são effeito de inflamma- ção dessas sorosas; ainda se differencião estas duas mo- léstias porque no hydrothorax, f\zendo-se o düente mudar de posição, sente-se que o liquido cahe facilmente para as par.es declives, o que não acontece no pleuriz chronico pelas adherencias produzidas nas pleuras á custa de falsas membranas formadas. Para mais pormenores—Yide Pleuriz chronico. Tratamento. Os medicamentos melhor indicados são: —1) Amm., aps., ars., bry., carb.-v., dig., hell. kal, lach., merc , spig.-2;) Aur., cale, dulc, lye, sm., squill, stann. —3;) Brom. e lact. 464 HYPERTROPniA HYPERTROPHIA. Irritação nutritiva e exageração de nutrição dando como conseqüência immediata, augmento do volume e peso dos órgãos e caracterisando-s • por notáveis pertur- bações nas funcções e texturas dos mesmos or âos; ás vezes, porém, nenhuma alteração se observa a não ser o augmento referido tanto do volume, como das funcções. Hypertrophia do coração.— Dilataçâo geral do coração com adelgaçamento das paredes, ou aneurisma passivo de CJorvisart (hypertrophia excêntrica, mo- léstia rara.) Symptomas. Difficuldade, embaraço na região precor- dial. Ruídos do coração, claros, breves e brilhantes ; nenhum ruido de sopro. Obscuridade do som á percussão, impulso fraco e ausência de abobadamento. Pulso molle, fraco c dcprcssivel; pulso venoso, havendo dilataçâo do ventriculo direito; dyspnéa. Em conseqüência da perda de energia soffrida pelo coração, ôstase de sangue, congestão passiva, hydropisia, cephalalgia, syncopes, osdema dos membros interiores, anazarca. Tratamento. Os medicamentos que tôm sido empre- gados cam melhor resultado são:— 1) Carb-v., lach., lye — 2 ;) Cale, caus., graph., guai., puls., rhus., spig, ou ainda—3;) Ambr., am., ars., ferr., natr.-m. e ziac. _,HvP- c.»m augmento das paredes ou aneu- risma activo. Symptomas. Em geral começa lenta e insensivelmente; palpitações intermittentes, depois continuas e cada vez mais violentas. Som massiço, precordial, extenso e pro- nunciado ; percepção dos batimentos da ponta do coração entre a 8> e 9a costella esquerda ; sensação de resistência debaixo do dedo percutindo ; abobadamento: primeiro ruido do coração surdo, obscuro, abafado, muitas vezes prolongado, raras vezes de concomitância com sopro HYPERTROPHIA 465 brando e aortico ; fraqueza notável do segundo ruido. Impulso forte, visível repellindo a mão applicada sobre a região do coração. Pela escutação nenhum ruido anor- mal : ás vezes ligeiro ruido de sopro, ou musical, ou tinido metallico no primeiro tempo. Dyspnéa variável. Sentimento na região do coração como se houvesse um peso comprimindo-a. Symptomas.—Geraes. Pulso forte, cheio, largo, regular; outras vezes pequeno e deprimido quando a hypertrophia é com diminuição notável da capacidade do órgão. Embaraço da circulação venosa, congestão da face, cedema, anazarca, congestão pulmonar, epistaxis, hemor- rhagias. Quando a hypertrophia ó só do ventriculo esquerdo os symptomas especiaes são : batimentos do coração na altura ou sobre as cartilagens da 5», 6a, 7a e 8* costellas es- querdas; o pulso é forte, vibrante; rosto cora Io, bafo- radas de calor, vertigens, sangramento do nariz. Quando ó só o ventriculo direito : batimentos, som massiço na parte inferior do sterno; pulso mediano, hemorrhagias pulmonares, turgencias das veias, pulso venoso. Diagnostico differencial entre a hypertropnia do coração e as palpitações nervosas. hypertrophia do coração. A moléstia é geralmente contínua. Toda a melhora é incom- pleta. (Edema das extremidades quando a moléstia tem at- tingido certo gráo e quando ha lesão de válvulas. Som massiço pronunciado na região precordial. d. h. i PALPITAÇÃO NERVOSA. A moléstia é intermit- tente Pôde dcsapparecer por effeito da medicação. Não ha cedema. Não ha augmento de som massiço. 30 466 HYPOCOKDRIA Tratamento. — Hygienico. Este presta quasi o officio de preventivo. Alimentação leve, ov, s, leite, carnes brancas, frangos, carneiro, peixes, frutas em pequena "quantidade; vinho com água, nada do excitantes alcoólicos, nem chá nem café e nem vinho branco. Abster-se de ex- cessos de qualquer natureza. Mim co. Os medicamentos a consultar são: Ars., brom., iod., kalm., phos. e spong. HYPOCONDRIA. SPLEEN, MELANCOLIA. Affecção de caracter nervoso com alteração das func- ções orgânicas, acompanhada de tristeza, pezar ou de- sespero, tendo predilecção pelos apparelhos digestivo e circulatório. Symptomas.—Divide-se em dous periodos. Primeiro. Os doentes se considerão mais gravemente atacados do que realmente estão, resultando d'ahi preoecupação contínua de suas funcções physiologicas (digestão, excreções, etc), desgosto, egoismo exagerado, desconfiança de tudo e de todos. Segundo periodo. — (Hypocondria secundaria). Mo- léstias do corpo reunidas ás do espirito; perturbações reaes das funcções do estômago, dos intestinos, do peito e da bexiga, com dyspepsia flatulenta, palpitações, com suffocaçào. Tratamento.— Hygienico. Yida sóbria; regimen brando, vegeta!; comidas regulares;exercicio, passeios, equitação; distracções, viagens, gymnastica; ar puro, habitação no campo. HYPOPION 467 Medico.—§1.» Os medicamentos preferidos fão em geral: N.-vom.% seguido de sulf, ou cale, continuado de chin., e de natr., ou ainda: Anae, aur., con., graph., lach, mosch, natr.-m., phos., phos.-ac, sep., staph, agn., aur.-m. e aur.-s. Sendo a hypocondria conseqüência de excessos se- xuaes, de perda de humDres, ou de outras quaesquer causas débil.tantes : Cale, chin., n.-vom., sul/, anae, con., phos.-ac. e sep. Para a que resulta de desordens nas funcções abdo- minaes por effeito de vida sedentária, de estudos forçados, são sobretudo : N.-vom., ml/., ou : Aur., cale, lach, natr. e sil HYPOPION. O hypopion é uma collccção do pús ou do matéria puriforme, oecupando o fundo da câmara anterior do olho. Quando o hypopion é pequeno, a porção de pús fa-lo assemelhar-se ao onix. Esta circumstancia traz para o li.popion a necessidade de dividi-lo cm duas fôrmas, as quaes se differcnciâo pe'o seguinte: moven- do-se a cabeça do doente a matéria do onix não muda de lugar, emquanto que no hypopion cila tem mobi- lidade, que só não é perceptivel quando o pús é muito espesso e viscoso. Ainda outra circumstancia: examinando-se a cornea de pi rfil o deposito de pús no onix parece mais perto da superficie do que no hypopion. Tratamento.— Cirúrgico. Sendo a collecção de pús grande ao pmto de produzir teisão e dores, puncção da cornea nos pontos mais próximos da collecção. Mf.dico. Além do tratamento geral das inflammações do olhas, aconselhado no capitulo especial, instiLações 468 HYSTERALGÍA de tintura de iodo, pelo methodo de Rivaud, Landrau— o qual é como segue: tres vezes por dia ins,illa-se no olho um collyrio composto de 12 gottas de tintura de iodo em 70 granimos de água distillada, até a cura. HYPOSPADIAS. Vicio congenital de conformação, consistindo na aber- tura da uretra na base da glande, mais ou monos perto do escroto. Tratamento. — Cirúrgico. Perfuração da glande com um trocáte, conservando depois da abertura uma sonda de gomma elástica no novo conducto até a cicatrisação e restituição da situação da abertura normal. Oblitera- ção da abertura congenital. HYSTERALGÍA. HYSTERODYNIA, METRALGIA, METRODYNIA, CAIMBRAS DO UTERO. Dores mais ou menos intensa-s, no utero sem inflam- mação consecutiva ou preexistente, tendo por causa per- turbação da innervação local (hysteralgía propriamente dita). A hysterodynia é, porém, o resultado da irritação do órgão como a hysteroptose o é do descollamento. (Pro- lapso.) Symptomas. Dores vivas, exacerbantes com sensação de calor ardente nas partes genitaes. Accidentes hystericos. HYSTERIA 469 Ausência do reacção febril. Estes incommodos de ordi- nário provêm de desarranjos da menstruação ou por distensão (nos casos de prenbez), ou prolapso do utero, como na hysterodynia pela irritação. Tratamento. Os melhores medicamentos contra estes espasmos uterinos são: Coce, con., ign., magn., magn.- m., ou ainda: Ais., bell, bry., cham., caus., hyos., natr- m., n.-vom., plat, sep. e stann. HYSTERIA. HYSTERICIA, ESPASMOS DO UTERO, VAPORES. Nevrose apyretica e intermittente, devida á irritação dos nervos do utero e do encephalo. A hysteria tem duas fôrmas: convulsiva e não convul- siva. Symptomas. A hysteria tem prodromos que convém conhecer, são os seguintes: mudança de caracter, com mobilidade incessante do espirito e do humor, impaciên- cia, irritabilidade, mesmo sem que seja contrariada; caimbras, formigamentos nos membros inferiores, com particularidade idéas tristes, choros ou risos sem motivo, sonhos extravagantes, insomnias, perturbações da diges- tão ; palpitações de coração e espasmos. Symptomas dos accessos. — Fôrma convulsiva. Sensação de uma bola que partindo do utero faz subir ao estô- mago calor exquísito ou frio glacial, ganha o peito e o pescoço e produz suffocação e uma espécie de estran- gulaçâo (bola hyslerica). Dôr particular, viva e circum- scripta no alto da cabeça (prego hysterico), face vultuosa, 470 HYSTERIA pelle quente, hunrda; olhar espantado, inchnçfío das jugularos, ranger dos cientes, convulsões ás vezes tão violentas quo se observão curvaturas tetanicas do corpo; muitas vezes perda da palavra e da intelligencia, gritos desricdaçadorcs, soluços, riso convulsrvo, delirio alegre ou furioso ; exaltação ou diminuição das funcções dos sentidos, das faculdades moraes ou affectivas, com és- tase, paralysia, anesthcsia; outras vezes exaltação da sensibilidade do utero, das paredes abdominaes, da bexiga, e das mamas; perturbações da circulação res- piratória com dyspnéa e palpitações; perturbações di- gestivas com meteorismo, eruetações, e emissão abundante de ourinas claras e pallidas. Fôrma não convulsiva. Os mesmos symptomas, porém, menos intensos e sem convulsões, mas caracterisando-se pela bola hysterica ou pelo prego hysterico. Tratamento do accesso. Afrouxar as roupas, impedir as quedas, pancadas ou outras quaesquer lesões j or effeito dos movimentos convulsivos; dar entrada a ar fresco; água fria na face, cabeça e têmporas da doente ; fazer res- pir r fumaç i do algodão queimado : collocar a doente em um leito com a cabeça elevad i ; assenhorcar-sc dos seus movimentos. Empregar os seguintes medicamentos: Bell, coce, cham., ign., mosch, plat. e valer. Tkatamento. — Curativo. — Dietetico. Afastar tudo quanto puder despertar os desejos venereos; trabalhos corporaes, exercícios, passeios, banhos frios, hydrothc- rapia ; tratar com es meios apropriados as lesões uterínas que possão ser causi da hysteria. Dieta láctea, absti- nência de licores espiritucsos e e timi.lantes; banhos do mar, de rio, casamento e equitação. Medico. Os medicamentos que podem ser empregados com melhores resultados bão :—1 ) Agn., aur., bell, cale, caus., cie, coce, con., grat,ign., lach, mosh., n.-mos., n.- vom., phos., plat, puls., sep., sil, stram., sulf., veratr., ou ainda : — 2 ) Anae, aps., ars , asa , bry., cham., chin., iod., natr.-m., nitri.-ac, stann., staph, valer, e viol-od. HYSTER0PT0SB 471 HYSTEROPTOSE. METKOPTOSE, QUEDA OU DESCIDA, RELAXAMENTO, REVIRAMENTO, PROLAPSUS, PROCEDÊNCIA DO UTERO, EXOMETRO. A hysteroptose ó a queda do utero. Pôde ser completa ou parcial Ella é devida ao relaxamento mais o a n eno3 con-id m avel não eó dos ligamentos Je^I2W .«jsÊÉk do ute:o, como mesmo da parede superior da va- gina. (Fig. 61.) Symptomas Drs- cida do utero além do limite normal, sahindo cm certos casos por entre os grandes lábios e proeminando — parte do órgão — fora das partes ge- nitaes ; plenitude e peso na bacia; ropuxamento nos rins e umb go; dores na3 cad iras, dífficulda Io de conservar-se em pé, ou andar, max.me á noite; difficuldade de ou- rina r, ás vezes impossibilidade; menstruação regular, leucorrhéa, dyspepsia. Tratamento. Reluzir o utero, e conserva-lo assim por meio de pessarios de Gariel, tendo a cautela de oa Fio. 61. —Prolapso do utero. \ 472 HYSTEUOPTOSE retirar todas as noites, e cada vez que tiver de lavar-se, tornando a pô-los pela manhã (Figs. 62, 63, 64e65). Os medicamentos dos quaes se tem usado com melhor resultado são: Aur., bell, cale, n.-vom., sep., stann., ou ainda : Fig. 62. Fig. 63. Benz.-ac, gran. kreos., merc. e nux.-mosch. Tratamento prophylac- tico. Evitar as cami- nhadas, as fadigas, a equitação, as longas via- Fig. 64. Fig. 65.—Pessarios. gens em carros cujas molas não sejão brandas; hydrotherapia e injecções frias ascendentes. fim do primeiro volume. DAS MATEEIAS COITIDAS IO PEDIEIEO YOLTJME Ao leitor, t. íntroducção, yii. Preparação dos medicamentos. Ablactação, 1. Aborto, 3. Abscessos, 5. — da fossa iliaca, 10. — do fígado ou hepaticos, 9. — frios ou chronicos, 7. — por congestão, 8. — quentes ou phegmonosos, 6. Achores, 17. Acnéa, 12. — indurata, 12. — mentagra, 13. — rosacea, 13. — sebacea, 13. Acrodynia, 18. Adenite, 14. — aguda, 14. — chronica, 15. Agalactia, 19. Ainhum ou ainhoum, 20. — humido, 22. — sêcco ou exerése espontânea, 23. Repetição das doses, xxti. Abreviaturas (Quadro de) dos me- dicamentos, sua duração, etc, XXXIII. Albuminuria, 25. Alienações mentaes, 26. Alopecia, 30. Amaurose, 32. Amblyopia, 46. Amenorrhéa, 41. Amygdalite, 47. Anaphrodesia, 46. Anazarca, 47. — primitiva, 47. — symptomatica, secundaria, ou consecutiva, 48. Anchilops, 49. Anemia, 49. Anesthesia, 51. Aneurisma, 52. _. — varice aneurismal, 53. — varieoso, 53. Anginas, 56. Angina do peito, 59. Angioleucite, 61. Ankilose, 62. Anorexia, 63. A 174 IHDICH Anosmia, 63. Anteversão do utero, 51. Anthrax, 64. —benigno,furunculo, ou prcgo,64- — maligno, 65. Aortite, 84. Aphonia, 67. Aphtas, 68. Apoplexia, 69. — cerebral, 70. Areias, 100. Balanite, 102. Beriberi, 103. Blenorrhagia, 105. — chronica ou blenorrhéa, 106. Blepharite, 108. — cilar,109. — erysipelatosa, 110. — forma diffusa ou gangrenosa, 109. Cachexia, 122. — cancerosa, 123. — mercurial, 123. — nervosa, 123. — paludosa, 123. — syphilitica, 123. Caimbras, 223. — do estômago, 223. Cálculos, 124. — areias, cálculos renaes, 125. — biliares, 124. — forma, 125. — vesicaes, 127. Callos, 217. Cancro, 128. — cavallo, chaga gallica, 130. — secundários na garganta, 132. Cancroides, 129. — endurecimentos scirrosos, 129. Carbúnculo, 132. — pústula maligna 133. Cardialgia, 134. Cardiopalmia, 135. Cardite, 136. Arteríte, 85. Arthrite, 72. Arthrocace, 75. Ascite, 76. Asphyxia, 78. Asthenia, 85. Asthma, 86. Ataxia, 94. Atrophia, 96. Azias, 101. — das crianças, 100. Blepharite simples ou phlegm» nosa, 108. Blepharoplegia, 112. Blepharoptose, 112. Blepharo-spasmo, 113. Bronchite, 113. — aguda, 113. — capillar, 114. — chronica, 115. Bulimia, 120. Carie, 137. Carreau, 138. Catalepsia, 141. Catarata, 142. — capsular, 143 — lenticular, 142. Catarrho utero-vaginal, 144. — diphterica, 145. — leucorrhéa, 145. — uterina, 145. — vaginal, 145. — vaginite, 145. ----granulosa e chronica, 145. Cephalalgia, 146. Chagas, 149. — por armas de fogo, 152. -----bala de artilharia, 152. — — chumbo de caça, 152. — do abdômen, 154. — — estômago, 156. — — intestino, 156. — processo de Lambert, para cu- ra, 157. Cheilodieresia, 158. « C ÍNDICE 475 Chlorose, 159. Cholera-morbus, 160. — cholerina, 165. — confirmada (algidez), 168 Choréa, 187. Cirsocéle, vnriocélp, 188. Colicas, 188. — hepatica s, 193. — nephreticas, 194. — nervosa, 194. — ventosa, 194. Commoção, 195. — cerebral, 195. — da medulla espinhal, 196. Composição e variedades, 125. Condylomas, 196. Congelação, 196. Congestões, 197. — cerebral ou hyperemia cere- bral, 197. Conjuntivite, 199. Dansa de S. Guido, 229. Dartros (Herpes), 229. Delirium tremens, 230. Dentição, 233. Derramamento, 234. Deslumbramento, 235. Diabetes, 235. — assucarada ou glyeosuria, 236. — não assucarada, 236. Diarrhéa, 238. Diastase, 242. Didymalgia, 242. Diphterite, 247. Diplopia, 242. Disphagia, 255. Distichiasis, 243. Dothinenterite, 247. Eclampsía, 257. — das mulheres pejadas e pari- das, 258. Ecthyma, 258. — agudo, 259. Conjuntivite catarrhal, 200. — purulenta, 201. — pustulosa, 199. Constipação, 202. Contusão, 204. Convalescença, 206. Convulsão, 206. Coqueluche, 212. Coryza, 218. — agudo, 218. — chronico, 218. — das crianças, 218. — ulceroso ou ozena, 218. Coxalgia, 222. Cretenismo, 223. Croup, 224. Cyanose, 227. Cystite, 227. — aguda, 227. — chronica ou catarrho da be- xiga, 228. Ecthyma chronico infantil, livido e cachetico, 259. Ectropion, 259. Eczema, 260. Embaraço das primeiras vias, 261. D Dores osteocopas, 243. Duodenite, 246. Dysenteria, 244. Dysmenorrhea, 247. Dyspepsia, 251. — ácida, 252. — atônica, 252. — bulimica, 252. — dos liquidos, 252. — flatulenta, 251. — gastralgica, 251. — gástrica, 251. — intestinal, 251. — pituitosa, 252. Dyspnéa e orthopnéa, 255. Dysuria, 255. E 476 ÍNDICE Embriaguez, 266. Emphyzema, 267. — pulmonar ou vesicular, 267. Empyema, 268. Encanthis, 269. Encephalite, 269. — aguda, '269. — apopletica, 269. — chronica, 270. Endocardite, 272. Enjôo, 272. Enteríte, 273. — aguda, 273.. — chronica, 273. — nos recém-nascidos, 273. Entorse, 274. Entropion, 274. Envenenamento, 275. — (Presumpção de) 275. Enurêsia, 289. Ephélides, 289. Ephidrose, 290. Epilepsia, 291. Epinyctide, 292. Epispadias, 292. Favus, 321. Febre amarella, 322. — ataxica, 324. — biliosa, meningo-gástrica, 324. — bullosa, 325. — hectic , 325. — inflammatoria, 326. — intermittente, 329. — mucosa, pituitosa, catarrhal, 337. — puerperal, 340. — ou affecção typhoide, 342. Ferro quente, 348. Fétido do hálito, 349. Fistulas, 349. — anaes, 352. — biliares, 351. — facial, gengival ou salivar, 350. — lagrimal, 349. — mamares, 351. Epistaxis, 293. Epulia, 295. Erysipela, 296. Erythema, 297. Escarlatina, 298. Escorbuto, 301. Escrophulas, 302. Esgotamento, 304. Espasmos, 3Ó5. Espera, acrasia, 309. Espermatocele, 311. Esphacelo, 311. Espinha bifida, 311. — ventosa, 312. Estaphylomas, 312. — espherico total, 313. — parcial, 313. Esteatomas, 316. Estrabisrno, 316. — convergente, 317. — divergente, 318. — superior e inferior, 319. Estrangulaçâo e submersao, 319. Estranguria, 319. Excrescencias, 320. Fistulas ourinarias, 351. Fiuxão, 355. Formigamento e entorpecimento, 356. Fracturas, 356. — do acromion, 367. — da apophyse coracoide, 367. -----■ cavidade glenoide, 367. — da clavicula, 362. -----da extremidade externa ou acromial, 362. -----da parte média, 362. — comminutiva 357. — complicada, 357. — do corpo do femur, 381. -----dos condylos, 383. " v -----dos dous condylos, 374. -----das vertebras ou da co- lumna vertebral, 369. — das costellas, 365. — do craneo, 360. F ÍNDICE 477 Fracturas extra-capsular do collo, 380. — da extremidade inferior do radius, 377. — do femur, 378. — do humerus, 370. — — do collo cirúrgico ou ex- tra-capsular, 370. — — do corpo do humerus, 371. -----da extremidade inferior ou sub-condyliana, 373. --------superior, 370. — intra-capsular do collo, 378. — longitudinal, 357. — maxillar inferior 361. — obliqua, 357. — da olecrana, 376. Helminthiases, 418. Hémacélinose, 420. Hemalopia, 421. — ou hemophtalmia interna an- terior ou hypohemia, 421. — interna posterior, 422. Hematemese, 423. Hematocéle, 423. Fracturas do omoplata, 366. — — do corpo, 367. — dos ossos do antebraço, 375, — da perna, 387. — da rotula, 384. — simples, 356. — do sterno, 362. — transversa, 357. — das vertebras, 368. — — apophy.- es espinhosas, 368. — — cervicaes, 361. -----lâminas vertebraes , 368. Frieiras, 390. Fungosidades, 391. Fungus medullar, 392. Furunculo ou prego, 392. Glaucoma agudo, 411. — chronico com amaurose e ca- tarata, 410. —--------ou glancoma pro- priamente dito, 410. — simples, 410. — —> com catarata, 410. Glossalgia, 411. Glossite, 411. — chronica, 412. — profunda ouparenchymatosa, 411. — superficial e chronica, 411. Gota, 412. — aguda, 413. — chronica, 413. — serena, 4l6. Grippe, 416. Hematocéle espontânea, 425. — funicular, 423. — parietal, 423. — pelviana, 424. — peri-uterina, 424. — por derramamento, 424. — do testículo 424. — traumática, 425. G Gagueira, 394. Galactoceles, 395. Galactopyra, 496. Galactorrhéa, 397. Gangrena, 397. — cicatrização, 399. — eliminação das escaras, 399. — mortifieação dos tecidos, 398. Gastralgia, 400. Gastrite, 404. —. aguda, 404. — chronica, 404. Gastrorrhagias, 406. Gastrorrhéa, 407. Gastrose, 407. Gengivite, 408. Gibosidade, 409. Glaucoma, 409. H 478 ÍNDICE Hematocéle da túnica vaginal, 425 Hematuria, 426. — renal, 429. — uretrorrhagia, 426. — vesical, 427. Hemeralopía, 427. Hemicrania, 428. Hemiplegia, 429. Hemo, tysia, 429. Hemorrhagia, 431. Hemorrho.das, 432. Hepatalgia, 434. Hepati e, 435. — aguda, 435. — chronica, 437. Hérnia, 438. — do ccecum, 446. — congenital inguinal externa, 450. — crural, 446. — directa, 449. — encephalica, 446. — (engasgamento), 440. — escrotal, 450. — (estrangulaçâo), 431. — gordurosas da linha alba, da região umbilical, 448. — (inflammações), 440. — da iris, 451. — (irreductib.lidade), 440. — (operação da hérnia estrangu- lada), 443. — (perfuração do intestino nas) 441. Hérnias umbilicaes, 451. — — congenitaes, 451. -----das crianças, 451. -----dos adultos, 452. Herpes, 452. Hyd rthroses, 452. — do joelho, 453. Hydrargyria, 453. Hydrocele, 454. — da túnica vaginal, 454. — enkysstada do cordão, 455. Hydrocephalo, 456. — adquirido, 456. — congenital, 456. Hydro anterior, 457. — geral, 458. — ophtalmia, 456. — pericardite, 459. — posterior, 457. — sub-choroidiana, 458. — sub-esclerotical, 458. Hydrophobia, 460. Hydropisia, 461. Hydrothorax, 463. Hypertrophia, 464. — com augmento das paredes, ou aneurisma activo, 464 — do coração, 464. Hypocondria, 466. Hypopion, 467. Hypospadias, 468. Hysíeralgia, 468. Hysteria, 469. Hysteroptose, 471. Rio de Janeiro, Typ. Universal de Laemmert, r. dos Inválidos, 61 B. ADVERTÊNCIA. Nas paginas 438, 439, 442, 446, 447 e 448, as estampas e as respectivas citações no texto, são ns. 53, 54, 55 e 56, e não ns. 72, 73, 74 e 75. MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE r- i ivnoiívn 3Ni3ia3w do Aavaan IVNOIÍVN "D 3NI3I03W do Aavaan wnoiívn 3 NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE r- VN 3NIDIQ3W dO Aavaan WNOIÍVN 3NIDIQ3W dO Aavaan WNOIÍVN 3NIDI03W INE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL 1VN 3NIDIQ3W dO Aavaan WNOIÍVN 3NOI03W dO Aavaail WNOIÍVN 3NIDIQ3^ "O INE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL I1VN 3NIDI03W dO Aavaail WNOIÍVN 3NIDI03W dO Aavaan WNOIÍVN 3NIDIQ3V CINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATIONA ,iivn aNOiasw do Aavaan wnoiívn snidiosw do Aavaan wnoiívn 3ni3iq3 NATIONAL LIBRAR^ OF MEDICINE NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATION> 3,ivn 3Ni3ia3w do Aavaan wnoiívn 3NiDia3w do Aavaan WNOIÍVN 3NIDI0; NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE NATION