Imperfect copy: title page wanting. Errorsin pagination: p. 113-120 misnumbered as p. 107-114, respectively. DE ou EXPOSIÇÃO DAS DOUTRINAS HOMOEOPATHlf.AS. tRADUr.ÇÃO DO CIRURGIÃO PORTUGUEZ João Vicente Martins LFNTE DE ANAÍOMlA K PI1ÍMOÍ.Or.lA NA EcCHOLA DE MEDICINA UOMOKOPATHIC.V DO RIO DE JAMEUiO, SÓCIO FU>OADO l E 1.° SKCHETAHIO DO ISSTITUTO DOMOKUPATHICO DO ÜIIAS1L , UiniiCVOU DOS COKSULTOKIOS GtlATUITOS PABA OS PUBUES . ClC. DEDICADA AO EXCELI.KNTISSIM.0 SENHO* SILVESTRE PINHEIRO FERREIRA. MCTHKUOY. TVP XICTIIEROYEXSE DE IlEGO E COMP. PRAÇA MUNICIPAL N. 17. j M5 X. .'/fn. $;$£; 1L~ J+t*-**-* ^ ExCELLKNTlSSIMO SfcKHOR SILVESTRE PINHEIRO FERREIRA. Consenti que vos seja dedicada esta imperfeita traducção, para que ella ganhe cora o vosso nome o que poderá ter per- dido com o meu. O vosso nome he já synonimo de amor á pátria, ás letras, sciencia, e humanidade; o meu começa apenas a ser soletrado, e não tem por ora significação. Assim me honraes; assim no meu peito alentaes a coragem, de que tanto hei mister para servir com dignidade a nossa causa; e assim, por Deos que irei caminho Da alta torre de Sião, A' qual não posso subir Se ma vós nao daes a mão. J. 7. Martins.. PREFACIO DO TRADUCTOR. ----«ma»»--- Depois de procdosa tempestade, Nocturna sombra, c sibilante vento, Traz a manhã serena claridade, Esperança de porto e salvamento. Assim, depois de mil erros, depois de milhões de desastres, que ern luto, hao sepultado a humanidade, e em trevas sub- iu ergido toda a sciencia vaidosa do homem, uma aurora di- vina radia por sobre as urnas sepulcraes, como a da resur- reição. Sem nenhuma regra ou lei se ingcrião nos estômagos enfer- mos as mais repugnantes drogas; e o estudo da matéria me-; dica, consistindo quasi no das propriedades physicas dessas drogas, parecia dirigir-se a saber quaes por mais desagradá- veis deverião ser preferidas. A pelle dos míseros doentes era arrancada, era desnudada ou consumida pelos exutorios, pelos cáusticos, e pelo ferro O ferro em brasa percorria os mem-r bros, queimando-os muitas vezes até aos ossos, e nellesdeixava indeléveis marcas da barbara rutina A mais ligeira alteração da saúde tornava-se mortal sob a influencia da medicina ; e mais devastadora que a peste e a guerra a medicina atulhava qs cemitérios, ç inutilisava os berços. Era um castigo do ceo. A cólera divina se aplacou, e a pomba trouxe para a arca santa o simbolo da paz. Hahneoiann d«scobrio a homoeopathia ; e virão todos os que linhao olhos, qu<- se alguma vez alguém p^ude curar en- fermidades foi tò quando, sem o saber, seguido teve a lei da similitude symptoniatica. Hahnemann methodsm sua descoberta e n'um compêndio a expoz. Esse compêndio be o Organon. A Itália, a França, a Inglaterra, a Hespanha, e os Esti- dos-Luidos possuem já traducções desta immortal obra, escripta em Allemão: vergonha era que o Brasil, e Porlu gal privados ainda estivessem deste rico thesouro, tão fe-. cundo, que por toda a terra tem de espalhar cm breve, e com prodigalidade, seus cabedacs immensos. Feliz eu,, porque esta fonte de verdadeira riqueza aos meus franqueio; pouco apreço dar-me hc dado a tão pequenos sa- crifícios, que hei já feilo. Quaesquer que as imperfeições sejão da traducção que ofíe- reço, ellas terão desculpa na multiplicidade de trabalhos em que me hei visto empenhado, para o fim sempre de pôr ao alcance e proveito de todos a homoeopathia ; quaesquer que sejâo, compensada" ficão pela utilidade de um livro, em nossa lingua, que ensine cabalmente o que homoeopathia seja, e corno hade exercer-se. Não me afadigo por tanto a pedir desculpas; mas, para indemnis~ç\o dos por demais exigentes, prometto nova edi- ção, o mais I r^ve que ser possa, e a mais correcta ; e desis- tindo de todo o direito que a lei me concede, e que tacita- mente se respeita entre todas as nações, consinto em que esta, ou por ella outra melhor traducção, seja publicada simples- inenta com a condição de ser vendida por não mais dos dois terços do preço porque a dou. Tenho em mira unicamente fa- zer de todos conhecida a homoeopathia, e de bom grado sacri- fico a meu desejo todo o trabalho e despeza que hei tido. Seja bem conhecida a homoeopathia seja exercida t>o pura quanto ella o he, por ser ella um dom do céo: convenção-se os médicos e os enfermos de que ella só e unicamente he capaz de resgatara humanidade dessas tão ascherosas moléstias, qua os vicios, o desleixo, e a medicina multiplicado tem: e gri- tem, grasnen, grunham contra mim zoilose pedantes; fica-me sempre tranqüila a minha consciência, que me exalta aos olhos do verdadeiro amigo do homem. Desde que abri meus olhos á lu* desta ^edade eterna, que abracei, que defenda, e que ensinando vou, tenho elevado contra mim odiosque meassoberb o,calum iíes ]ue me cxsitio; v aguardo perseguições que longe estão de abater-me, porque sinto na alma o germen daquelle fogo sagrado que os martyre* extasiava, e que sobre os apóstolos desceo. ( ircumstaneias fortuitas decidirão que fosse o Brasil o pri" meiro terreno a que confiasse estas sementes fecundos, que pa" recém ter sido colhidas da frondosa arvore do Golgota. Homem de todo o mundo, se for útil ao Brasil e a Portugal, nações! irmãs, pouco me importa haver começado aqui ou na terra do meu nascimento esta obra que tenho por digna e hu- manitária; E desta gloria só fico contente Que estas amei, não minhas, terra e gente. J. V, Martins. PREFACIO DO AUCTOR. A antiga medicina, ou allopathia, para dellasdúôr alguma cousa em geral, suppõe, no tratamento das moléstias, umas vezes, superabundantia de sangue, que não tem lugar jamais, outras vezes principios e acrimonias morbificos. Por conse- qüência cila tira o sangue necessário à vida, e procura, ou var- rer a pretendida matéria morbifica, ou attrahi-la para fora, por meio de vomitorios, purgantes, sudorificos, sialalogos, diureticos, vesicatorios, cauterios, etc. Ella imagina que assim diminue a moléstia e a destroe materialmente. Mas ella náo faz senão augmentar os soffrimentos do enfermo, e privar o organismo das forças e dos suecos nutritivos necessários á cura. Ella ataca o corpo com doses consideráveis, muito tempo con- tinuadas, e freqüentemente renovadas, de medicamentos he- róicos, cujos effeitos prolongados e muitas vezes assaz temiveis lhe sí'0 desconhecidos. Ella parece até que toma a peito a acção tornar-lhes inconcebível, quando accumula muitas sub- stancias na mesma formula. Euifimporuso prolongado desses medicamentos ella addiciona á moléstia que já existia novas moléstias médicas muitas vezes impossíveis de curar. Para manter seu credito entre os enfermos ella jamais deixa de em- pregar, quando pôde, meios, que por sua opposição supprimem e palião por algum tempo os symptomas, mas que apoz si dei- xao mais forte disposiçio para se reproduzirem, isto he, exas- perao a moléstia. Olha erradamente as moléstias que oecupão as partes exteriores do corpo como sendo puramente Iocaes, iso- ladas, independentes, e pensa te-las curado quando as faz de- sapparecer com tópicos que obrigào ornai interno a concen- trar-se numa parte mais nobre, mais importante. Quando não sabe que mais hade fazer contra a moléstia que recusa ceder, ou que se agrava mais continuamente, cega emprehende mo- difica-la ao menos pelos alterantes, sobretudo pelos calomela- nos, sublimado, e outras preparações mercuriaes, em altas doses. Tornar ao menos incuráveis, se não mortaes, os noventa e nove sentecimos das moléstias, que affectão a forma chro- nica, ou debilitando e atormentando sem cessar o fraco enfer- mo acabrunhado já com os próprios malles, ou lhe acerescen- tando novas e terríveis aftecçôes, tal parece ser o fim dos fu- nestos esforços da antiga medicina, fim qne se attinge facil- mente quando uma vez se tem ficado perito nos methodoí acreditados e surdo á voz da consciência. Argumentos ilão faífãò de aílopaiha para defender todo o mal que faz; maselle.se não serve jamais senão dos prejuízos de seus mestres e da authoridade de seus livro-. Abi tem elle com que justificar as mais oppostas acções, o mais contrarias ao bom senso, por mais altamente que s >jão condemnados pelo resultado. Quando longa pratica o tem convencido dos tristes effeitos de sua pretendida arte, elle se limita a dar insignifi- cantes beberagens, isto he, e nada fazer, mesmo nos casos mais graves, e he só então que menos doentes peorão e morrem nas suas mãos. Esta arte funesta que lia tantos séculos decide da vida e morte dos enfermos, que faz perecer dez vezes mais homens que as guerras mais mortíferas, e que deixa milhões de homens infinitamente mais atormentados do que originalmente esta- vão, eu as examinarei com vagar antes de expor os princípios da nova medicina, que lie a única verdadeira. Differcnte he a homoeopathia. Ella mostra sem custo a to- dos os que raciocinão que as moléstias não dependem de uma acrimonia, de um principio morbifico material mas que con- sistem somente d'um desaccordo dynamico da força que anima virtualmente o corpo humano. Ella sabe que a cura não pode ter lugar senão por meio da reacção da força vital contra uni medicamento apropriado, eque elia se opera tanto mais segura e promptamente quanto mais energia esta 'orça vital se conserva ainda no enfermo. Assim também ella evita quanto poderia debilita-lo; assim quanto he possível evita excitar a menor dor, porque a dor enfraquece ; assim também não emprega ella medicamentos cujos effeitos lhe não sej o bem conhecidos, isto he, a maneira de modificar dynamicamente o estado do homem : (dia escolhe entre estes aquelle cuja faculdade modificadora (moléstia medicinal; he ca- paz de fazer cessar a moléstia por sua analogia com ella [simi- lia similibus); e este o administra ella sósinlio em doses ra- ras e fracas, que, sem causar dor nem debilitar, excitao com- tudo uma reacção sufficicnte Resulta daqui que ella exin^ue a moléstia natural sem eulraquecer atormentar ou torcidar o doente; e que as forças por si mesmas vem acompanhando as melhoras Esta obra, que chega a restabelecer a saúde dos doentes em pouco tempo, sem inconvenientes e de uma ma- neira completa, parece fácil, mas he penosa e exige muita me- ditação. A homoeopathia se nos offerecc pois como uma medicina muito simples sempre e mesma em seus princípios c nos seus processos, formando um todo á parte, perfeitamente indepen- dente e recusando-se a toda a associação tom a perniciosa ru- tine da antiga rutina. DA DOliTíffiA MEDICA HO.WPATIHÜ vv ©rganoii da arte de curar, nu»; INTRODl-CÇÃO. Desde que homens ha na Icrra tem elles ficado expostos, in- dividualmente ou todos, á influencia de causas morbiiicas, phy- sicas ou moraes. Em quanto ellcs se conservarão no puro esta- do da natureza poueos remédios lhes bastarão, por que a sim- plicidade de seu gênero de vida os fazia accessiveis somente a poucas moléstias. Mas as causas de alteração da saúde e a ca- rência de soecorros forao crescendo na proporção dos progres- sos da civilisação. Desde então, isto he, desde os tempos que de perto seguirão Hippocratcs, ou desde ha dois mil e quinhen- tos annos, homens houverão, que se dedicarão eo tratamento das moléstias cada dia mais complicadas, e a quem a vaidade induzio a procurar na sua imaginação meios de as combater. innumeras cabeças produzirão uma infinidade de doutrinas so- bre a natureza das moléstias, e de seus remédios; todas essas doutrinas condecoradas com o nome de systema, e qual mais contradictoria até comsigo mesma. Cada uma destas lheoriüs subtis maravilhavão logo pela por sua profundidade ininteligí- vel, e attrahião a seu autor uma multidão de proselilos enthu- siastas, que cm vão pretendião tirar d'essas theorias alguma in- dução útil na pratica; até que novo systema, às vezes diametral- mente opposio, fazia esquecer aquelíe, e por algum tempo an- dava em voga. Mas nenhum desses sysícmas era conconle com a natureza e com a experiência. Erão todos um lessido de suh- tilpsas fundadas cm conseqüências ülusorias, que de nada apru- (I veilíivão á cabeceira do doenfe, e que prestavão somente para1 eníreler \ans disputas. A par de taes theorias, esem dependência alguma «íellas, for- mou-se um methodo que consiste em administrar misturas ile medicamentos desconhecidos contra formas de moléstias arbi- trariamente admittidas, tudo segundo princípios materiaes em contradicção com a natureza e com a experiência c por tanto sem resultado vantajoso. Eis à antiga medicina, chamada allo- patíiia. •Sem desconhecer Os serviços que um grande numero de mó- dicos tem prestado ás sciencias accessoriàs cia arte de curar, á ph)sica, á chimica, á historia natural nos seus diflcrentrs ía- mos, e h do homem em particular, á anthropologia, á phvsio-» logia, á anatomia, &:•.., eu não me oCcúpó anui senão da parte pratica da medicina, para mostrar quanto he imperfeita a ma- neira por que as moléstias tem sido tratadas até hoje. Minhas vistas se elevão muito acima desta rutina rnechanica, que zom- bada vida tão preciosa dos homens, tomando por guia collcc-» ções do receitas, cujo numero cada vez maior prova até que pon- to he desgraçadamente extensivo o uso qucdoilas se faz. Dei- xo este escândalo para a escoria do povo medico, e me oecupo so-> mente com a medicina reinante, que imagina ter adquirido real- mente pela antigüidade o caracter da sciencia. Essa velha medicina se vangloria do ser a única que haja me- recido o titulo de racional, por que he a única, diz ella,que in- daga e afasta as causas das moléstias, a única que segue os pas- sos da natureza no tratamento das enfermidade?. Tolle cau-iam! grita eila sem cessar; ma; se liisita a este rãa clamor. Aíigura-se-lhe poder encontrar a causa da moléstia, ínas real nente não encontra, por que se não pode conhece-la, nem por conseqüência reconhecer. Com effeito grande parte, a immcnsa maioria das moléstias sendo de origem e de natureza dynamica, sua causa não poderia ser accessivel aos sentidos. Houve então de imaginar-se uma. Comparando, de um lado, o estado normal das partes internas do corpo humano depois da morte (anatomia ) com as alterações vi-iveis dcvsas partes nos indivíduos mortos de enfermidade (anatomia pathologica ) e, do outro lado, as funeções do corpo \ivo ( physiologia ) com as observações infinitas que ellas sofrem nos ímnumeraveis estados morbificos ! patheologia, setneioíica ), c daqui concluindo para a maneira invisível por que se effectuão as alterações no intimo do enfermo, ehcyava-se a crear uma imagem vaga e fantástica, que a medicina theorica olhava como causa primaria da molés- tia, de que fosse depois causa proxim», e ao mesmo teuqo a essência intima dessa molcstia. a moléstia mesma» posto que »»J o bom senso mostre que a causa de uma oousa não possa vir a ser essa mesma cousa. E agora, como se poder ia, sem pretender asi próprio enganar, fazer desta essência inapreciavel umobjec- to de cura, prescrever contra ella medicamentos cuja tendên- cia curativa era igualmcntedcsconhecida, ao menos pela maior parte, o sobretudo accumular muitas destas substancias des- conhecidas no que chamavão formulas? Todavia o sublime projecío de achar hpriori urna causa in- terna e invisível da moléstia se reduzia, ao menos entre os mé- dicos reputados mais rasoaveis da antiga escola, a procurar, to- mando na verdade também por base os symptomus, o que se poderia presumir ser o caracter genérico da moléstia presente, Queria-se saber se era o spasmo, a fraqueza ou a paralysia, a febre, ou a inflamação, a induração ou a obstrução de tal ou tal parte, a pletheora sanguinea, o excesso ou falta d'oxigenio, d« carbono, de hydrogenio ou de azoto nos humores; a exaltação ou o abatimento da vitalidade do svsíema arterial, venoso, ou capillar; uma falta nas proporções relativas dos fauetores da sen- sibilidade, da irritabilidade ou de nutrição. Estas conjecturas, honradas pela escola com o nome de indicações procedentes da causa, c olhadas como o único modo de raciocinar possível em medicina, crão muito hvpotheticas, e muito falases para que podessem terá maior utilidade na pratica. Incapazes, até quando fossem fundadas, de fazer conhecer o melhor remédio que houves- se de empregar-se em tal ou tal caso dado, assáz lisongeavão o amor próprio de quem a custo as engendrara; mas cilas quasi sempre o induzião em erro quando por ellas queria obrar. Era mais por ostentação que por seria esperança de com ellas po- der chegar á verdadeira indicação curativa que se arriscavão a concehel-as. Quantas vezes o spasmo ou paralysia parecia existir em uma parte do organismo em quanto a inflamação figurava ter sua sede n'outra parte? Alem disse» de onde podião vir remédios seguros contra ca- da um desses pretendidos caracteres geraes? Semelhantes meios só poderião ser os específicos, isto he, os medicamentos aná- logos á irritação mórbida na sua maneira de obrar; mas a antiga escola os prosereveo como muito perigosos, porque com cfíeito a experiência linha demonstrado que nas grandes doses em uso elles compromettião a vida dos enfermos , nos quaes he tão desenvolvida a aptidão a sentir irritações homo- gêneas. Oraaantiga escola não supunha que se podessem ad- ministrar os medicamentos em muito fracas doses, e até extre- mamente pequenas. A.isim não poderia curar pela via directa e mais natural , isto lie, com remédios homo opalhicos e esj•■< - IV cilieos, pois que a maior parle dos eliei tos dos medicamentos ficavão desconhecidos, ou ((liando mesmo conhecidos fosse ja- mais se poderia, attonto o costumo de generalisar, saber qual era a substancia mais própria para ser empregada. Entretanto a antiga escola, que muito bem precebia que mais rasoavel he seguir o caminho direito do que perder-se por atalhos, pensava ainda em curar directamcnte as moléstias iliminando sua pretendida causa material. Ou procurando ob- ter uma imagem da moléstia ou querendo descubriras indi- cações curativas, o que tanto em seu poder estava corno reco- nhecer a natureza, ao mesmo tempo espiritual e material, do organismo por um ser tão elevado, que as alterações de sen- sação e acção vital, chamadas moléstias, neile resultem princi- pal e quasi unicamente de impressões clynainicas, e de nenhu- ma outra causa, quasi impossível se lhe fazia renunciar a suas idéas grosseiras. A escola considerava por tanto toda a matéria alterada pela moléstia, ou fosse ella só turgente, ou fosse expelida como causa excitante desta moléstia, ou pelo menos, em razão de sua pretendida reacção, como a que a entreíia; e esta ultima opinião a conserva aie.da hoje. Eis porque ella julgava conseguir curas atacando as causas, fazendo todos os esforços para expulsar do corpo as causas materiaesque ás moléstias suppunha. Dahi provinha o seu cui- (ladí) de fazer vomitar para 'evacuar a biljs nas febres biliosas; o seu metbodo de prescrever vomitorlos nas affecções de es- tômago; a sua preça, em expulsar a pituiía e os vermes na pa- lidezcbi faee bolimia eólicas e inchaçáo do ventre das crianças; o seu costume de sangrar nas hemorrhagias, e principalmente a importância que dá ás emissões sanguineasde toda a espécie como indicação principal nas inflamações. Assim procedendo ella julga que obedece a indicações verdadeiramente dedusi- das da causa, e que trata as moléstias de uma maneira rasoa- vel. Igualmente imagina que ligando um polypo, extirpando uma glândula entumecida ou fazendo-a suppurar com irritan- tes loeaes, dessecando um kysto, operando um aneurisma, uma fistula lacrimal ou uma fistulado ânus, amputando um seio cancroso, ou um membro cujos ossos estejão cariados etc., tem curado as moléstias radicalmente e lhes ha destruído a causa. Ella tem a mesma crença quando emprega os reper- cussivos e secea velhas ulceras das pernas pelo emprego de adstringentes, de oxidos de chumbo, de cobre e de zinco, asso- ciados com purgantes que sem diminuir o mal fundamental o que fazem he enfraquecer; quando cauterisa os cancros, des- txoe localmente as esponjas e verrugas, e secca a sarna por v meio de unguentos de enxofre, de chumbo, de mercúrio ou de zinco; e quando em fim faz desaparecer uma ophtalmia pelas dissoluções de chumbo c de zinco, e acalma as dores dos membros por meio do balsamo d'opodeldoch, poniadas am- moniacaes ou fumigações de cinabrc e de âmbar. Em todos estes casos ella imagina ter aniquilado o mal, e posto ein pra- tica um tratamento racional dirigido contra a causa. Mas quaes são as conseqüências? Novas formas da moléstia, que mais tarde ou mais cedo infalivelmente se n-onifestão, eque então são dadas por moléstias novas, eque sempre são mais perigosas que a primitiva afíécção, refutão altamente as thco- rias da escola. Estas clevião esclarece-la, provando que o mal tem uma natureza immatcrial profundamente oceulta, que sua origem he dynamica, e que elle não pode ser destruído senão por urna potência também dynamica. A hypothcse que a escola geralmente preferio até aos tem- pos modernos, ou para melhor dizer até nossos dias, hc a dos princípios morbiíicos, e das acrimonias, que na verdade muito subtilisou. De taes principios era necessário desembaraçar os vasos sanguineos e lymphaticos pelos órgãos ourinarios ou pe- las glândulas salivares; o peito pelas glândulas tracheaes e bronchicas; o estômago e o canal intestinal pelos vômitos, e dejecções alvinas; e sem isto ninguém tinha o direito de dizer que o corpo estava limpo da causa material excitante da mo- léstia, e que se havia effectuado a cura radical segundo o prin- cipio tolle caumtv. Praticando na pelle aberturas que a presença constante de um corpo estranho convertia em ulccras chronicas (cauterios, sedenhos) imaginava ella subtrahir a matéria peccante do cor- po, que jamais enferma senão dynamicamcnte, como se ex- trahe a borra de um tonei pelo furo de uma verruma. Da mes- ma forma acreditava que attrahia para o exterior os mãos hu- mores por meio de visicatorios perpétuos. Mas todos estes pro- cessos, absurdos e contrários á natureza, conseguião somente enfraquecer os doentes, e tornal-os incuráveis. Convenhocm que era mais commodo á fraqueza humanasup- pôr nas moléstias um principio morbifico cuja materialidade podesse o espirito comprehender, ainda mais prestando-se os enfermos voluntariamente a semelhante hypothcse. IílTeciiva- mente admittindo-a restava só tomar uma quantidade de me- dicamento suflíciente para purificar o sangue e os humores, provocar o suor, facilitar a expectoração, e alimpar o estômago e os intestinos. Eis-abi porque todas as matérias médicas que tem apparocido desde Dioscarides guardão quasi absoluto silen- cio sobre a acção própria e especial década medicamento esc VI hmilão, depois de ler contado suas pretendidas virtudes contra talou tal moléstia nominalde pathologia. e dizer (pie elle pro-r voca as ourinas, o suor, a expectoração, o fluxo menstrual, e sobretudo que elle tem a propriedade de expulsar por cima ou por baixo o contido no canal alimentar, porque sempre os ex- forços dos práticos tem tido por fim principal a expulsão de um principio uoibilico material e de muitas acrimonias que elles tem supposto causadas moléstias, isto erão sonhos vãos, supposiçoes gratuitas, hypolhes.t-s sem base, habilmente imaginadas para commodo da therapeu- lica, a que mais fácil era ter de combater principios morbifi- cos materiaes. Mas a essência das moléstias e a sua cura não se amoldão aos nossos sonhos nem aos desejos de nossa preguiça. Para romprazer com as nossas loucas hypotheses não podem as mo- léstias deixar de ser aberrações dynamicas que a nossa vida espiritual sofre na sua maneira de sentir, e obrar; isto he, mu- danças immateriaes no nosso modo de ser. As causas de nossas moléstias não podem ser materiaes, pois que a menor substancia material extranha, por mais inno- cente que pareça, introduzida que seja nos vazos sangüíneos he repelida logo como veneno pela força vital, e se o não po-. de ser então mata. O mais pequenino corpo extranho venha insinuar-se cm parles sensíveis; o principio de vida espalhado por todo o nosso interior não repousará emquanto não tiver iluminado esse corpo pela dor, pela febre, pela suppuração, p?la gragrena. E n'uma moléstia de judie que datasse de vin- te annos este principio vital, cuja actividade he infaligavel, sofreria com paciência por vinte annos em nossos humores um principio exanthematico material , um vírus dartroso , scrofuloso, ou gotoso ! Que nosologista vio jamais um só de taes principios morbificos de que falia com tanto desembaraço, e sobre os quaes pretende assentar um plano de condueta me- dica? Quem jamais hade por á vista d'alguem um principio gc- toso, um virus scrofuloso? Quando mesmo a applicação de uma substancia material sobre a pelle, ou sua introducção n'uma ferida tenha propa- gado moléstias por infecção, quem poderia provar que a me- nor parcella da matéria desta substanca penetra, como affirmão tantas vezes as nossas pathognesias, nos nossos humores ou he absorvida? Debalde se lavão as partes genitaes eom o maior cuidado e promptidão possíveis, esta precauçTo não livra de contrahir a moléstia venerea cancrosa. Uasta um fraco sopro de um homem aíTectado de bexigas para produzir esta terrível doença na crian ;a mais sã. MI Quanto *>m peso deve ter penetrado deste principio material hos humores para produzir, no primeirt caso, uma moléstia a syphilis) que não sendo tratada durará por toda a vida, c, no segundo caso, uma affccção(as bexigas (pie tantas vezes mntá rapidamente no meio de urna suppuração quasi geral? Será possível adinittir nestas d«as circunstancias, e n'outras análo- gas, um principio morbifieo material que tenha passado para o sangue? Tem-se visto muitas vezes cartas escriptas no quarto de um doente communicarcm a mesma moléstia miasmatica aquelle que as lê. Pode-se então pensar em alguma coiisa ma- terial que penetre nos humores? Mas para que são estas pro- vas? Quantas vezes se tem visto uma o fie risa causar uma lebre biliosa que põe a vida em risco, uma indiscreta prophecia cau- sar a morte na época predicta, e uma surpresa agradável <>u desagradável suspender subitamente o curso da vida? Onde está então o principio morbifieo material que se insinuou em substancia no corpo, que ahi produziu a moléstia, que a entie- tem, e sem a expulsão material do qual, por medicamentos, toda a cura radical soria impossível? Os partidários de urna hypothcse tão grosseira ermo a do* principios morbificos deverião corar por desconhecerem até eslu ponto a natureza espiritual de nossa vida e o poder ilynamico das causas das moléstias, e por se rebaixar desta maneira até ao oílicio ignóbil daquelles que com seus vãos esforços para var- rer as pretendidas matérias peccantes matão os enfermos cm vez de os curar. Os escarros, tantas vezes nojentos, que se ohservão nos en- fermos, serião elles mesmos a matéria que os engendra, e os entrrtem? Não são elles sempre produetos da moléstia, isto he, da perturbação puramente dynamica que a vida sofre? Com estas falsas idéas materialistas sobre a origem c essên- cia das moléstias não he de admirar que em todos os tempos, os pequenos assim como os grandes práticos, e mesmo os in- ventores dos systemas mais sublimes tenhão tido por fim prin- cipal sómcntc"a iluminação o expulsão de uma pretendrla ma- téria morbiíica, e que a indicação mais freqüentemente esta- belecida tenha sido a de incisar esta matéria, tornal-a movei, e procurar a sua sahida pela saliva, escarros, suor, e ourma, e purificar o sangue p;da acção intelligcnts das tisanas, desem ■ baraçando-o assim das acrimomas, e impurezas que jamais teve,'subtrair o principio imaginário da moléstia pelos sede- nlios cautflrios visicatorios permanentes, mas principalmente fazer sahir a matéria peccanle pelo canal intestinal por meio de laxantes e de purgantes, condecorados com o titulo de apenti- VIII vos e dissolanles para lhes dar mais importância, e revestil-o.s de um exterior grandioso. Agora se admittimos, o (pie não tem duvida, que â cxcepção de moléstias provocadas pela introducção de substancias absolu- tamente indigestas ou nocivas nos órgãos degestivos ou n'oulras vísceras ocas ou polo penetrar de corpos extranhos atravez da pelle etc, nenhuma exi-te que tenha por causa um principio material, que todos pelo contrario são unicamente e sempre o resultado especial de uma alteração virtual e dynamica da .-.an- de, quanto mãos devem parecer ao homem sensato os metho- dos de tratamento que tem por base a expulsão desse principio imaginário, pois que nada pode resultar d'elles que bom seja nas prineipaes moléstias do homem, as c irônicas, e que pelo contrario < l'es prejudicão sempre ?. . As matei iasdegeneiadas e as impurezas que são visíveis nas moléstias outra cousa não são mais que pioduclos da mesma moléstia, dosquaes sabe o organismo desembaraçar-se, as ve- zes violentamente, sem o soccorro da medicina evaciiante, e os quaes renascem por tanto tempo quanto a moléstia dura. Es- sas matérias seapresentão muitas vezes ao verdadeiro ined <•<> como sjmptomas mórbidos, e o ajudão a traçar o quadro da moléstia (pie lhe serve depois para buscar o agente medicinal homipopatíiico próprio para cura-la. Mas os partidários actuaes da antiga escola não querem mais que se diga que elles tem por íiui nos seus tratamentos expul- sar os principios morbificos materiaes. í)ão ao emprego dos evacusntes numerosos e variados o nome de methodo diriva- tivo, e pretendem com isto imitara natureza do organismo en- fermo, que nos seus esforços para restabelecera saúde termina a febre pelo suor c ourina, a pleurisia pela hemorrhagia na- sal suores e catarro mucoso, outras moléstias pelo vomito diar- rhea e hcmorrhagias, as dores articulares por ulcerações nas pernas, a angina pela salivação metastasese abeessos em luga- res afastados da sede do mal. Nestas idéas julgão que nada he melhor que imitar a natu- reza e tomão afastadas vias no tratamento da maior parte das moléstias. Assim, imitando a força vital molesta abandonada a si mesma procedem de uma maneira indirecta applicando ir- ritantes heterogêneos mais fortes em partes afastadas da sede do mal e provocando, e de ordinário entretendo evacuações ou secreções nos orgaõs que mais diferem dos tossidos affectados, afim de distrair de alguma sorte o mal para esta nova sede. Esta dirivação tem sido e he ainda um dos principaes nie- thodos curativos da escola reinante até hoje. Imitando assim a natureza ;::edica';iz, segundo o dizer de outros, elles procurão 1* excitar violentamente, nas partes menos enfermas, eque me- lhor podem suportar a moléstia medicamentosa , novos symp- tomas, que com a apparencia de crises, e a forma de evacua- ções devem, segundo elles, dirivar a moléstia primitiva, afim de que seja permittido ás forças medicatrizes da natureza effec- tuar pouco a pouco a sua resolução. Os meios de que se servem para chegar a este fim são as substancias que provocão suor e ourinas, as emissões sangüí- neas, os sedenhos e os cauterios, mas de preferencia os irritan- tes do canal alimentar próprios a determinar evacuações ou por cima ou principalmente por baixo, irritantes dos quaes osultimos tem recebido os nomes de aperitivos, e dissolventes. Em soccorro deste methodo dirivativo he chamado outro que tem com elle muita affinidade e que consiste em usar de irritantes antagonistas:os tessidos de lã sobre a pelle, os pedi- luvios, os nauseantes, os tormentos da fome, os meios que ex- citão dor, inflamação e suppuração nas partes visinhas ou afe- tadas, comoossinapismos, os visicatorios, os sedenhos, os cau- terios, etc. Nisto ainda seguem os processos grosseiros da na- tureza, que a si mesma abandonada procura desembaraçar-se da moléstia dynamica por dores que faz apparecer em regiões afastadas, por methastases e abeessos, por erupções cutâneas ou ulceras suppurantes, e que ainda assim se debate em vãos es- forços quando a moléstia he chronica. Não he por tanto uni calculo razoável, senão uma indolente imitação que induzio a antiga escola a estes methodos indhree- tos, tanto dirivativo como antagonista, que a tem conduzido a precessos tão pouco eflicazes, tão debilitantes e tão nocivos, simulando haver acalmado ou afugentado a moléstia por algum tempo, massubstituindo um mal ao mal antigo. Semelhante resultado poderá ser chamado cura? Limitárão-se a seguir a marcha instinct.va da natureza nos esforços que cila tenta, eque não são seguidos de algum iraco resultado senão nas moléstias agudas pouco intensas. Nao se fez senão imitara potência vital conservatr.z abandonada a Sl mesma, que, repousando unicamente sobre as leis orgânicas do corpo, também não obra senão em virtude dessas leis, sem raciocínio, sem reflexão. Copiou-se a grosseira natureza que não pode, como o cirurgião intelligente, confrontar os lábios de uma ferida e unil-ospor primeira intensão ; que n uma fra- tura he impotente, por maior que se,a a quantidade demater.a o sea que produza, para confrontar c unir os topos ósseos; que não sabendo ligar uma artéria ferida deixa um homem cheio de vida e força suecumbir á perca de todo o seu sangue, que ignora a arte de reduzir á sua situação normal uma cabe- X ça de osso deslocada por luxação, e torna mesmo em pouco tem- po a reducção impossível pela inchação que excita em torno da articulação; que para se desembaraçar de um corpo extra- nho introduzido violentamente na cornea transparente destros todo o olho pela supuração; que n'uma hérnia estrangulada não sabe remover o obstáculo senão pela gangrena e pela mor- te; e que em fim nas moléstias dynamicas torna muita vezes, pelas mudanças deforma que lhes imprime, a posição do doen- te muito mais penosa do que antes era. Ha mais ainda: esta for- ça vital não intelligente admittesem hesitação no corpo os maio- res flagellos de nossa existência terrestre, as fontes deinnume- raveis moléstias que affligem a espécie humana desde séculos, istohe, osmiasmaschrenicos,a psora, asiphilis, a sycose. Bem longe de poder desembaraçar o organismo de um só destes , miasmas, ella nem mesmo pode abranda-los; ella os deixa pelo contrario continuar traquillamcnte os seus estragos até que a morte venha fechar os olhos do enfermo, ás vezes depois de longos e tristes annos de sofrimento. Comohe que a antiga escola, que se diz razoável, n'uma cousa tão importante como he a cura, numa obra que exi- ge tanta meditação e tanto discernimento, poude tomar es- ta cega força vital por sua instruetora, por seu guia único, imitar sem reflexão ©s actos indirectos e revolucionários que ella consuma, seguil-a em fim como o melhor e mais perfeito A modelo, quando a razão, este magnífico dom da Divindade, nos foi conferido para sermos infinitamente eminentes a essa força soecorrendo os nossos semelhantes? Quando a medicina dominante, applicando desfarte, como soe fazer, seus metbodos antagonista e dirivativo, que assen- tão unicamente sobre uma imitação irreflectida da energia grosseira authomatica, e inintelligente da força vital, ataca os órgãos innocentese lhes inflinge dores mais agudas que as da moléstia contra que são dirigidos, ou como quasi sempre suc- cede, os obriga a evacuações que dissipão inutilmente as for- ças e os humores, seu fim he desviar para a parte que ella ir- rita a actividade mórbida que a vida desenvolve nos órgãos primitivamente affectados, e assim desenraisar violentamente a moléstia natural, provocando uma moléstia mais forte, e dou- tra espécie, no ponto que havia até então sido poupado, isto he, servindo-sc de meios indirectos, e afastados, que esgotão as forças, e quasi sempre são dolorosos. Verdade he que, por esses falsos ataques, a moléstia, quan- do he aguda, e seu curso não pode por conseqüência ser d« longa duração, se transporta para órgãos afastados e não se- melhantes aos que ella oecupava a principio, mas nem por is- XI *o ella fica curada. Nada ha naste tratamento revolucionário qu« tenha relação directa e iminediatamente com os órgãos primitivamente enfermos, e que mereça o titulo de cura. Se se tivessem abstido dosses ataques perigosos contra a vida do restante organismo, terião visto freqüentemente a moléstia agu- da dissipar-se por si mais rapidamente, deixando após si me- nos sofrimentos , e causando menor consumpção de forças. Não se pode pôr em paralello nem o processo grosseiro seguido pela natureza nem a sua copia allopathica com o tratamento homoeopathico directo e dynamico, que, poupando as forças, extingue a moléstia iinmediata e rapidamente. Mas na grande maioria das moléstias, nas alíecções chronicas, estes tratamentos perturbadores, debilitantes e indirectos da an- tiga escola nenhum bem jamais produzem. Seu effeito se li- mita a suspender por alguns dias tal ou tal symptomaencommo- do, que reapparece logo que a natureza se acostuma á irritação longiqua; a moléstia reapparece então mais encommoda porque as dores antagonistas, e as imprudentes evacuações tem enfra- quecido a energia da força vital. Emquanto a maior parte dos allopatha?, imitando geralmen- te os esforços salutares da natureza grosseira entregue a seus próprios recursos, introduzindo assim na pratica essas diriva- ções chamadas uteis, que cada um varia segundo as indicações subgeridas por suas próprias idéas, outros attingindo a um fim ainda mais subtil, favorecendo quanto podem a tendência que a força vital mostra nas moléstias para desembaraçar-se das mo- léstias por evacuações e methastases antagonistas, procurão de alguma sorte ajudai-a activando estas dirivações e estas eva- cuações, crendo poder desfarte arrogar-se o titulo de ministros da natureza. Acontecendo muitas vezes nas moléstias chroni- cas as evacuações provocadas pela natureza darem algum alli- vio nos casos de dores agudas de paralysias, de spasmos &c.; a antiga escola imaginou que o verdadeiro meio de curar as mo- léstias consistia em favorecer, entreter ou mesmo atigmeníar es- sas evacuações. Mas ella não percebeo que todas essas preten- didas crises produzidas pela natureza abandonada a si mesma não dão senão um allivio paliativo e de curta duração, e que longe de contribuir para a verdadeir?. cura aggravão pelo con- trario o mal interior primitivo pela comsumpção que fazem das forças e dos humores. Jamais se virão semelhantes esforços de uma natureza grosseira conseguirem o restabelecimento du- radouro de um enfermo; jamais essas evacuações excitadas pe- lo organismo curarão moléstia chronica. Pelo contrario, em todos os casos deste gênero se ve, depois de breves melhoras cuja duração vacsempre diminuindo, aggravar-se manifestamen- XII te a affecção primitiva, os accessos voltarem mais freqüentes e fortes, posto que as evacuações não diminuão. Da mesma sorte quando a natureza abandonada a seus próprios meios nas affec- ções chronicas internas que compromettem a vida não encon- tra recursos senão na provocação de symptomas externos afim de preservar do perigo os órgãos indispensáveis á vida operan- do methastases sobre os que o não são, estes esforços de uma força vital enérgica, mas sem inteiligencia, sem reflexão, sem previdência, nem melhorão realmente, nemcurão; apenas são paliativos, curtos allivíos á custa de grande perca de humores e forças, sem que a affecção primitiva tenha nada perdido de sua gravidade. Elles podem quando muito, faltando o soccorro de um verdadeiro tratamento homceopathico, procrastinar a mor- te inevitável. A allopathia da antiga escola, não contente de exagerar mui- to osesforçosda grosseira natureza, lhe dava muito falsa inter- pretação. Imaginando que elles são verdadeiramente salutares, procurava favorecel-os e lhes dava maior desenvolvimento, es- perando chegar desta maneira a destruir o mal inteiro e obter uma cura radical. Quando n'uma moléstia chronica a força vital parecia que acalmava algum symptoma grave da moléstia interna, por exemplo, por meio de um exanthema humido, então o chamado ministro da natureza applicava um epispastico ou outro exutorio sobre a superfície supurante que se tinha formado para tirar da pclle uma quantidade de humor ainda maior, e ajudar a natureza lesta maneira a curar iluminando do corpo o principio morbifieo. Mas umas vezes, quando a acção deste meio era muito violenta, o dartro já antigo, e o doente muito irritavel, a affecção externa augmentava muito sem allivio do mal primitivo, e as dores ainda mais vivas tira- vão o somno ao doente, diminuião-lhe as forças, até determi- • navão a apparição de uma febre erysipelatosa de máo caracter; outras vezes quando o remédio obrava mais brandamente sobro a affecção local, pode ser que ainda recente, exercia uma espécie de homceopathismo externo sobre o symptoma local, que a na- tureza tinha feito apparecer na pelle para allivio da affecção in- terna, renovava por isso esta ultima, que então ficava mais gra- ve, e expunha a força vital por esta supressão do symptoma lo- cal, a provocar mais perigosos symptomas na parte mais no- bre. Sobrcvinha então por substitutos uma ophtalmia, a sur- dez, os spasmos de estômago, as convulsões epilépticas, os ac- cessos de süfocação, os ataque? de apoplexia, as moléstias mentaes &c A mesma pretenção de ajudar a força vital nos seus esfor- ços curativos, induzia o ministro da natureza, quando a mo- XIII lestia fazia afluir o sangue as veias do recto • do ânus (hcmor- rhoidas cegas) a recorrer ás sanguesugas, muitas vezes em grande numero, afim de dar uma sahida ao sangue por este lado. A emissão sangüínea obtinha um pequeno allivio, ás vezes tão passageiro que nem merecia ser mencionado; mas ella enfraquecia o corpo e dava lugar a uma congestão mais forte ainda para a extremidade do canal intestinal, sem que obtivesse o menor melhoramento para o mal primitivo. Em todos os casos em que a força vital molesta procurava evacuar algum sangue pelo romito, expectoração etc., afim de diminuir a gravidade de uma affecção interna perigosa, apressavão-se a prestar apoio a esses pretendidos esforços sa- lutares da natureza e tiravão abundante sangue das veias, o que jamais deixava de ter inconvenientes para o futuro, e de- bilitava manifestamente o corpo. Quando um doente era sujeito a freqüentes náuseas prodi- galisavão-lhe emeticos sob pretexto de entrar nas intensões da natureza, o que jamais fazia um bem real, mas ao contrario muitas vezes trazia comsigo funestas conseqüências, accidentes graves e até mesmo a morte. Algumas vezes a força vital, acalmando um pouco o mal interno, provoca engorgitamentos nas glândulas superficiaes. O ministro da natureza cria que bem servia a sua divindade trazendo estes tumores á supuração com toda a espécie de fricções e applicações irritantes, para depois cravar seus ins- trumentos cortantes nos abcessos, e fazer assim sahir para fora a matéria peccante. Mas a experiência tem mil vezes demons- trado quaes são os males intermináveis que quasi sem excep- ção resultão desta pratica Como o allopatha via muitas vezes grandes sofrimentos se- rem minorados, nas moléstias chronicas, por suores noctur- nos sobrevindos espontaneamente, ou por certas dejecções na- turaes de matérias líquidas elle se julgava encarregado de se- guir estas indicações da natureza; elle pensava até que devia auxiliar o trabalho que presenceava prescrevendo um trata- mento sudorifico completo, ou o uso continuado por muitos annos do que elle chamava laxantes brandos afim de desem- baraçar mais seguramente o doente da affecção que o ator- mentava. Mas este seu proceder jamais deixou de produzir contrario, isto he, de aggravar sempre a moléstia primitiva. Cedendo ao império desta opinião qu3 abraçava sem exan apesar de sua falta absoluta de fundamento, o allopatha c tinuava a ajudar os esforços da ferca vital molesta, a exag até mesmo as dirivações e evacuações, que não conduzer mais á cura mas sim a ruina dos enfermos, sem compr XIV der que todas as afTecções locaes, evacuações e apparenteí dirivações, que são effeitos provocados c entretidos pela forço Tital abandonada a seus próprios recursos, afim de alliviar um tanto a moléstia primitiva, fazem por si mesmo parte da reu- nião dos symptomas da moléstia, contra a totalidade dos quaes não haveria remédio verdadeiro e expedito senão um medi- camento escolhido pela analogia dos phenomenos determina- dos por elle no homem são, isto he, um remédio homojpa- thico. Como tudo o que a grosseira natureza opera para mitigar as moléstias ou agudas, ou principalmente chronicas, he muito imperfeito, e constitue por si uma enfermidade; e bem se pode pensar que os esforços da arte trabalhando no sentido desta mesma imperfeição, para lhe engrandecer os resultados, muito mais prejudicão, e que, ao menos nas moléstias agudas, elles não podem remediar os defeitos das tentativas da natureza, porque o medico, sem poder seguir as vias oceultas pelas quaes a força vital opera essas crises, não poderia operar se- não no exterior por meios enérgicos cujos effeitos são menos beneficentes que os da natureza a si mesma entregue, e pelo contrario mais pcrtui badores, e mais funestos. Este mesmo incompleto allivio que a natureza chega a conseguir por diri- vações e crises não o consegue o medico seguindo a mesma via; e por muito que faça muito abaixo fica deste misero soc- corro que a força vital abandonada a si pode ainda prestar. Sacrificando a pituitaria tem-se querido provocar sangrias imitando as hcmorrhagias nasaes naturaes para acalmar, por exemplp, os accessos de uma cephalalgia chronica. Sem duvida podia-se tirar assim do nariz bastante sangue para enfraque- cer o doente; mas o allivio era muito menor que o d'outro tompo em que de moto próprio a força vital instinetiva tinha feito sahir somente algumas gotas de sangue. Um desses suores ou diarrheias chamados críticos, que a força vital sempre activa excita depois de um incommodo pro- vocado pelo desgosto, pelo susto, por um resfriamento, etc., tem muito mais eflícacia para dissipar, ao menos momentanea- mente, os soffrimentos agudos do doente do que todos os su- dorificos, e purgantes de uma botica que servem só de aug- mentar o mal. A experiência quotidiana não permitte duvidas. A força vital, que não pode obrar por si mesma senão con- forme a disposição orgânica de nosso corpo, sem inteiligencia, sem reflexão, sem juizo, não nos foi dada para que a olhásse- mos como o melhor guia na cura das moléstias, e menos ainda para que "imitássemos servilmente os esforços incompletos e mo- lestos que ella faz para restabelecer a saúde, accrescentando-Ihe XV actos mais contrários que os seus ao fim a que se attinge, isto para pouparmos expensas da inteiligencia e reflexão necessárias á descoberta da verdadeira arte de curar, e collocarmos no lu- gar da mais nobre de todas as artes humanas uma ruim copia dos soccorros pouco efíicazes que a grosseira natureza pode pres- tar abandonada a si. Que homem de bom senso quereria imitar a natureza nos seus esforços conservadores? Esses esforços são precisamente a própria moléstia, e he a força vital morbidamentc affectada que produz a moléstia que se observa! A arte deve portante augmentar necessariamente o mal se imita a natureza nos seus processos ou suscitar perigos quando süpprime seus esforços. Ora a allopathia faz uma e outra cousa. E he a isso que ella chama uma medicina racional! Não ! Esta força innata no homem, que dirige a vida da ma- neira mais perfeita em saúde, cuja presença se manifesta em todas as partes do organismo, na fibra sensível como na fibra irritavel, c que hea molla infatigavel de todas as funeções nor- maes do corpo, não foi creada para soecorrer-se a si mesma nas moléstias, para exercer uma medicina digna de altenção. Não! A verdadeira medicina, obra de reflexão e juízo, he uma crea- ção do espirito humano, que, tendo sido a authomaticaenergia da força vital impellida pela moléstia a acções anormaes, sabe, por meio de um remédio honwcopathico, imprimir-lhe uma modificação mórbida análoga, mas pouco mais forte, de ma- neira que a moléstia natural não possa influir sobre ella, e que depois da desapparição da moléstia provocada pelo medica- mento, ella torne ás condições de seu estado normal, ao seu destino de presidir á manutenção da saúde, sem ter soíTrido nesta conversão, nenhum insulto doloroso ou capaz de enfra- qucce-la. A medicina homoeopathica ensina os meios de chegar a este resultado. Grande numero de doentes tratados pelos methodos da an- tiga escola escapavão a suas moléstias, não nos casos chron.cos (não venereos), mas nos casos agudos, que são menos perigo- sos Com tudo elles conseguião isto por tão penosos rodeios, e muitas vezes tão imperfeitamente, que não se podia dizer que fossem devedores de sua cura á influencia de uma arte branda nos seus processos. Nas circunstancias em que o perigo nada tinha de urgente, umas vezes satisfazião-se com reprimir as moléstias agudas com emissões sangüíneas, ou suppnmindo um de seus principaes symptomas por meio de um paliativo cnantiopathico, outras vezes também as suspend.âo com ir- ritantes e revulsivos applicados sobre pontos nao afTectados até que o curso de sua revolução natural se completasse, isto he XVI oppunhão-lhes meios afastados produzindo uma depreciação de forças e de humores. Obrando assim, a maior parte do que era necessário para dissipar- inteiramente a moléstia e repa- rar as perdas sofridas pelo doente ficava para ser feito pela força conservadora da vida. Esta tinha então de triumphar tan- to do mal agudo natural como das conseqüências do tratamento mal dirigido. Era ella que em certos casos, designados somente pelo acaso, tinha de desenvolver sua própria energia para trazer as funcções a seu rhythmo ordinário, o que ella não conseguia sem custo, nem completamente, e nem sem accidentes de na- tureza diversa. He duvidoso que este methodo, seguido pela medicina da escola nas moléstias agudas abrevie ou facilite realmente o tra- balho a que a natureza se deve dar para conseguir a cura, pois que nem a allopathia nem a natureza podem obrar direc- tamente, pois que os methodos dirivativo e antagonista oão são próprios senão para atacar mais profundamente o organismo, e produzir maior perca de forças. A antiga escola tem ainda outro methodo de curativo, he o que ella chama excitante e íortificante, e que procede com substancias chamadas excitantes, nervinas, tônicas, conforta- tivas. Admira que ella fique vaidosa de tal methodo. Chegou ella jamais a dissipar a fraqueza que produz, que entretem ou augmenta tantas vezes uma moléstia chronica prescrevendo vinho do Rheno ou de Tokay? Não podendo es- te methodo curar a moléstia chronica, origem dessa fraqueza, as forças do doente diminuião tanto mais quanto mais vinho se lhe fazia tomar, por que aos excitantes artificiaes a força vi- tal oppunha o abatimento na roacção. Vio-se jamais a quina, ou as tantas substancias que tem o nome collectivo de amargos, restabelecer as forças nestes ca- sos tão freqüentes? Estes produetos vegetaes, que se pretendia serem tônicos e fortificantes em todas as circunstancias, não tinhão elles, assim como as preparações marciaes, a preroga- tiva de addicionar muitas vezes novos malles aos antigos, em conseqüência de sua acção morbifica própria, sem poder fazer cessar a fraqueza depente de antiga moléstia desconhecida? Osunguentos nervinos e os outros tônicos espirituosos e balsamicos terão diminuído jamais de uma maneira durável ou mesmo somente instantânea a paralysia incipiente de um braço ou de uma perna, que procede, como tantas vezes acon- tece sem que esta haja sido curada? As commoções elétricas e galvanicas tiverão já outro resultado que não fosse, em taes circunstancias, tomar pouco a pouco mais intensa, e final- mente completa a paralysia da irritabilidade muscular e da excitabilidade nervosa? xvn Os excitantes e aphrpdisiacos tão elogiados, o âmbar, a tin- tura de cantharidas, o cardamomo, a canella e a baunilha não acontece acabarem constantemente por converter numa im- potência completa o enfraquecimento gradual das faculdades viris cuja causa he um miasma chronico desapercebido? Como podem blasonar de uma acquisição de força e de ex- citação que dura algumas horas quando o resultado que se se- gue conduz ao estado contrario segundo as leis da natureza de todos os paliativos? O pouco beneficio que cs excitantes e fortificantes fazem ás pessoas tratadas de moléstias agudas segundo a escola antiga he mil e mil vezes sobrepujado pelos inconvenientes que delles resultão nas moléstias chronicas. Quando a antiga medicina não sabe como haver-se nas mo- léstias chronicas usa ás cegas de medicamentos que designa pelo nome de alterantes. Recorre aos mercuriaes, aos calome- lanos, ao sublimado corrosivo, ao unguento mercurial, terrí- veis meios que ella mais que tudo estima, até mesmo nas molés- tias não venereas, e qua administra com tanta prodigalidade, que ella deixa obrar por tanto tempo sobre o enfermo que a saúde finda por se arruinar sem remédio. Ella assim opera grandes mudanças, mas estas não são jamais favoráveis, e cons- tantemente a saúde he destruída sem recurso por um metal pernicioso no mais alto gráo todas as vezes que não for admi- nistrado a propósito. Quando em todas as febres intermittenles epidêmicas, mui- tas vezes reinando"por largo espaço, ella prescreve altas doses de quina, que não cura homccopatbicamente senão as verda- deiras febres dos charcos, admittindo que a psora não se oppo- nha, ella dá uma prova palpável de seu proceder leviano e in- considerado pois que estas febres affectão caracter differente, por assim dizer, todas as vezes que se manifestão, e portanto reclamão quasi por cada vez também outro remédio homoeopa- thico do qual pequena dose, única ou repetida basta para as curar radicalmente em alguns dias. Como estas moléstias reap- parecem por accessos periódicos, corno a antiga escola não via mais que o typo em todas as febres intermittentes, como em fim ella não conhecia, e não queria conhecer outro febrifugo senão a quina, imaginava que para curar estas febres lhe bas- tava extinguir o typo por doses accumuladas de quina ou de quini- na, o que o instineto irrefletido, mas agora bem inspirado, da força vital procura impedir ás vezes durante mezes inteiros. Mas o doente, enganado por este tratamento falaz, depois que se lhe tem supprimido o typo de sua febre, jamais deixa de ter sofrimentos mais fortes do que os da mesma febre. Fica asthmatico, seus :3 xvm hypocondrios parecem cingidos por uma atadura, perde o ape- tite, seu somno jamais he calmo, não tem força nem coragem, inchão-lhe ás vezes as pernas, o ventre, o rosto, as mãos. As- sim deixa o hospital, curado, como pretendem, e muitas vezes um tratamento homoeopathico trabalhoso por annos be neces- sário não para lhe restabelecer a saúde, mas somente para li- vra-lo da morte. A antiga escola fica vaidosa de chegar a dissipar por algu- mas horas o torpor de que são acompanhadas as febres nervo- sas, empregando a valeriana que em tal caso opera como meio antipathico. Mas como o resultado he passageiro, como ella he obrigada a augmentar suecessivamente a dose de valeriana pa- ra reanimar o doente por alguns instantes, não tarda em ver as mais fortes doses não produzirem o resultado que espera, emquanto a reacção determinada por uma substancia, cuja im- pressão estimulante não passava de um ligeiro effeito primitti- vo, paralysa inteiramente a força vital, e vota o enfermo a uma morte próxima, que semelhante tratamento chamado racional torna inevitável. E comtudo a escola não vé que mata decidi- damente em tal caso, e não attribuc a morte senão ô maligni- dade da moléstia. Um paliativo talvez mais temivel ainda he a digital purpu- rea de que a escola se mostra tão zelosa quando quer afrouxar o pulso nas moléstias chronicas. A primeira dose deste pode- roso agente, que opera como enantiopatbico. diminue segura- mente o numero das pulsações arteriaes por algumas horas; mas o pulso não tarda em recuperar a sua velocidade. Aug- menta-se a dose para obterque elle se afrouxe ainda alguma cou- sa, o que tem lugar com effeito até que doses cada vez maia fortes nada operem neste sentido, e que durante a reacção, que se não pode impedir, a ligeiresa do pulso venha a ser maior do que antes do emprego da digital: o numero das pul- sações augmenta então a tal ponto que não se podem contar, o doente perde o appetite, tem perdido todas as suas forças, e n'uma palavra torna-se um cadáver. Nenhum destes que as- sim setratão escapaá morte, senão para ficar presa de uma mo- léstia incurável. Eis aqui como o allopathista dirigia seus tratamentos. Mas os doentes erão obrigados a submetter-se a esta triste necessida- de, porque nada melhor encontravão n'outros médicos, tendo todos bebido a mesma instrucção na mesma fonte impura. As causas fundamentaes das moléstias chronicas não vene- reas, e os meios capazes de as curar ficavão desconhecidos para este» práticos, que se pavoneavão de suas curas dirigidas, se- gutido elles, contra as causas e do cuidado que dizião ter tido XIX de prescrutar nos seus diagnósticos a fonte destas afTecções. Como terião elles podido curar o numero immenso das mo- léstias chronicas com seus methodos indirectos, imperfeitos, e perigosas imitações dos esforços de uma força vital autho- matica, que não são destinados para guia de conducta em medicina? Elles olhavão o que acreditavão ser o caracter do mal com« causa da moléstia, e assim dirigião suas pretendidas curas ra- dieaes contra o spasmo, a inflamação (plethora) a febre, a fraqueza geral e parcial, a pituita, a podridão, as obstruções, «Sc. , que imaginavão afugentar por meio de seus antispasmodicos, antiphlogisticos, fortificantes, excitantes anticepticos, funden- tes, rovulsivos, dirivativos, evacuantes, e outros meios antago- nistas, que nem mesmo conhecião senão superficialmente. Mas indicações tão vagas não bastão para achar remédios que prestem verdadeiro soccorro, muito menos na matéria medica da antiga escola, que se basca em siinpliccs conjectu- ras, e cm conclusões tiradas dos effeitos obtidos nas moléstias. Procede-se também ao acaso quando levado por indicações mais hypoteticas ainda, se opera contra a falta ou superabun- dancia de oxigênio, de azoto, de carbono ou de hydrogenio nos humores, contra a exaltação ou diminuição da irritabilida- de, da sensibilidade, da nutrição, da arterialidade, da venosi- dade, ou do capilaridade, contra a asthenia &c. , sem conhe- cer nenhum meio de attinguir a estes fins tão fantásticos. Eis o que he ostentação. Eis abi curas mas em pura perda dos en- fermos. Mas até mesmo a apparencia de tramento racional desappare- ce no uso consagrado pelo tempo, e mesmo erigido em lei, de misturar substancias medicamentosas diííerentes para consti- tuir o que se chama uma receita ou formula. Colloca-se em pri- meiro lugar nesta formula, e debaixo da denominação de base um medicamento que não he por isso melhor conhecido por seus effeitos medicinaes, mas que se acredita dever vencer o ca- racter principal attribuido á moléstia pelo medico, ajunta-se- Ihe como coadjuvantes uma ou duas substancias não manos desconhecidas na maneira porque affectão o organismo, e que são destinadas ou a preencher alguma indicação accessoria, ou a corroborar a acção da base; depois ajunta-se-lhe um preten- dido correclivo , de que não melhor sg conhece a virtude me- dicinal propriamente dita; mistura-se tudo fazendo ainda en- trar algum xarope ou alguma agoa destilada possuindo igual- mente suas propriedades medicinaes á parte, e imagina-se que cada um dos ingredientes desta mistura representará no corpo #) papel que lhe foi destribuido pelo pensamento do medico, XX sem se deixar pertubar nem conduzir mal pelas outras cousas que o acompanhão, o que rasoavelmente não he de esperar. Um destes ingredientes destroe o outro em totalidade ou em parte na sua maneira de obrar, ou lhe dá assim corno aos ou- tros urn novo modo de acção em que se não tinha pensado, de sorte que o elTeito com que se contava não tem lugar. Muitas vezes vem o inexplicável enigma das misturas que senão esperava nem poderia esperar, nova modificação da moléstia, que se- não percebe senão pelo tumulto de symptomas, mas que se torna permanente quando he prolongado o uso da receita, e por conseqüência uma moléstia facticia que se addiciona á moléstia original, uma aggravação da moléstia primittiva; ou se o doente não usa por muito tempo da mesma receita, se se lhe dá outra ou outras compostas de ingredientes diversos. resulta ao menos o augmento de fraqueza , porque as substan- cias prescriptas em tal sentido tem pouca ou nenhuma relação directa com a moléstia primittiva, e não fazem senão atacar os pontos sobre que a moléstia menos influe. Mesmo quando a acção de todos os medicamentos sobre o corpo humano fosse conhecida (e o medico que formula a re- ceita não conhece muitas vezes nem a da centésima parte del- les) o misturar muitos, sendo alguns já mui compostos, c deferindo cada um na sua energia especial, fazer tomar aò doente esta mistura inconcebível em doses copiosas e muitas ve- zes repetidas, e pretender comtudo inculcar que se espera um effeito curativo determinado, isto he o maior absurdo que re- volta qualquer homem sem prevenções e acostumado a reflec- tir. O resultado está naturalmente em contradicção com o que se espera tão positivamente. Muitas alterações na verdade so- fcrevêm; mas uma só não ha que seja bôa, nem conforme ao fim proposto. Fora curioso saber a qual destas manobras imprimidas ás cegas ao corpo do enfermo se pretenderia dar o nome de cura. Não se deve esperar cura senão do resto de força vital en- ferma depois de se haver trazido esta força ao rhythmo nor- mal de sua actividade por um medicamento apropriado. Em vão se lisongearião de isto obter extenuando o corpo segundo os preceitos da arte. Comtudo a antiga escola não sabe oppôr ás affecções chronicas senão meios próprios a martyrisar os en- fermos, esgotar os humores e as forças, encurtar a vida! Pode- rá ella salvar quando destroe? Merecerá titulo de arte de cu- rar? Ella opera, lege artis, da maneira mais opposta a seus fins, e podia-se pensar que de propósito ella faz precisamente o contrario do que seria necessário fazer. Poder-se-ha ella exal- tar? Deverá sofrer-se por mais tempo? XXI Modernamente se excedeo ella na crueldade com os doentes, e no absurdo de suas acções. Todo o observador imparcial, e os próprios médicos sahidosdo seu seio, Kruger-Hansan,devião n'isto convir, e se virão constrangidos pela consciência a con- fessa-lo publicamente. Era tempo de que a sabedoria do divino Creador e conser- vador dos homens desse fim a estas abominações, e que fizesse apparecer uma medicina inversa, que em lugar de esgotar os humores e as forças por meio de emeticos, e purgantes, banhos quentes, sudorificos ou sialagogos, derramar o sangue indis- pensável á vida, torturar com meios dolorosos, ajuntar cons- tantemente novas moléstias ás antigas, e tornar estas incuráveis pelo uso prolongado de remédios heróicos desconhecidos na sua acção, n'uma palavra jungir os bois atraz do arado , e abrir desapiedadamente um largo caminho á morte, poupasse quanto possível as forças do enfermo, e as conduzisse tão suave como promptamente a uma cura durável, por meio de um pe- queno numero de agentes simples perfeitamente conhecidos e administrados em doses minimas. Era tempo de apparecer a homa^pathia. EXKMPLOS DE CURAS HOMOEOPATIIICAS OPERADAS INVOLUNTA- RIAMENTE POR MÉDICOS DA ANTIGA ESCOLA. A observação, a meditação e a experiência me fizerão des- cobrir que o inverso dos preceitos delineados pela allopathia, a marcha a seguir para obter verdadeiras, suaves, promptas, certas e seguras curas, consiste em escolher, em cada caso individual de doença , um medicamento capaz de produzir por si mesmo uma affecção semelhante á que se quer curar. Este methodo homceopathico ensinado por ninguém tem sido e tão pouco praticado antes de mim. Porém, se elle só he conforme áverdade, como cada um se poderá disso convencer comigo, deve-se esperar, apesar de que por tão longo tempo se te- nha conservado desconhecido, que cada Século offereça d'el- le vestígios palpáveis (1)- He na realidade o que acontece. Em todos os tempos as doenças que forão curadas de uma maneira real, prompta, durável e manifesta, por medicamentos, e que não deverão sua cura ao que se tem descuberto, a nao (1, eo,queareraa^^^ ^tTS?^M^S5^a™4^*^^K?«. e espPa»h-ao sobre o gênero ta-*» „« cllrão bemfaZe£ qu.nada para , fucti.ro pôde exlmpur XXII ser alguma outra circunstancia favorável, a que a doença agu- da tenha terminado sua revolução natural, ou em fim a que as forças do corpo tenhão recobrado gradualmente a preponde- rância durante um tratamento allopathico ou antipathico, (por que ser curado directamente differe muito de ser curado por uma via indirecta), estas doenças, repito, cederão ainda mes- mo sem o saber do medico a um remédio homceopathico, isto he, tendo o poder de suscitar por si mesmo um estado mor» bido, semelhante áquelle, que se quer destruir. Até mesmo nessas verdadeiras curas obtidas por meio de me- dicamentos compostos, cujos exemplos são a'ias bem raros não se tem deixado de reconhecer que o remédio cuja acção do- minava a dos outros era sempre de natureza homceopathica. Porém esta verdade apresenta-se-nos ainda mais evidente em certos casos em que os médicos, violando ouso que só admit- te misturas de medicamentos formulados, sob a fôrma de re- ceitas, curarão prornptamente com o socccrro de um medica- mento simples. Vê-se então com surpreza, que a cura foi sem- pre o effeito de uma substancia medica, muito capaz de produ- zir uma affecção semelhante à de que o doente era atacado, ainda que o medico ignorasse o que fazia, e assim não obrasse senão por um instante esquecido dos preceitos de sua escola. Dava um remédio, quando a therapeuthica adoptada lhe teria prescrip- to que administrasse exactamenteo contrario, e era por isto so- mente, que seus doentes se curavão com promptidão. Eu vou referir aqui alguns exemplos d essas curas homceo- pathicas, que achão sua interpretação clara e exacta na doutri- na hoje reconhecida e existente da homoeopathia, porém, que não he necessário encaral-a como argumento, em favor desta ultima, visto que ella não tem necessidade nem de apoio, nem de sustento. ('2) Já o autor do tratado das epidemias attribuido a Hyppocrates, fallou d'umachol<3ra-morbus rebelde a todos os remédios, e que elle a curou unicamente por mei® do helleboro branco, subs- tancia que todavia excita por si mesma a cholera, como o vi- rão Foreest, Ledel, Reimann e muitos outros. O suormalignoinglezque pela primeira vezse manifestou em 1485, e que mais matador do que a mesma peste, arrebatava inçontinente na presença de Wiílis noventa e nove doentes so- tt) Se nos casos qne se vão referir, as doses de medicamentos excederão á que prescreve a medicina homceopathica, deve naturaln ente será demonstrado no Organon. Porém quasi sempre dão enormes doses, de maneira tal, que necessariamente os doentfg morrer, não da doença, mas sim do remédio. No entanto que pode mui hem acontecer que haia mais d'um gráo ou d'uma espécie de hydrophnbia e de raiva, e que por con equencia segundo a diversidade dos symptoma?, o remédio homocopathi- co mais conveniente seja o meimcmdro e ás vezes também o stramonio. '2) Simplesn.ente pof conjectura se tem honrado a belladona collocando-a no* numero dos remédios da gotta. A doença que direito tivesse de arrogar a si o nome de gotta por janaist se curaria com ella. XXII mui análogas á epilepsia, como se acha indicado nas obras d'E. Camcrarius, C. Seliger, Hunerwolf, A. Hamilton. Plan- ehon, Da Costa e muitos outros. FothergiII, Stoerck, Hellwig, Ofterdinger empregarão o mei- mendro com suecesso em certos casos de alienação mental. Porém elle seria mais bem indicado por um maior numero de médicos, se não se tivesse emprehendido curar com seu soccorro outras alienações mentaes, como aquellas que tem analogia com a espécie de desvario stupido, a qual Van Hel- mont, Wedel, J. G. Gmelin, Laserre, Hunerwolf, A. Hamil- ton, Kiernander, J. Stedmann, Tozzetti, F. Fabcr e Wendt vi- rão resultar pela acção desta planta sobre a economia. Reunindo-se os effeitos que estes últimos observadores virão produzirão meimendro, forma-se a idéa d'uma hysterica alcan- çada já em um alto grão. Ora, nós achamos em J. A P. Ges- sne-r, em Stoerck e nos actos dos curiosos da natureza, que uma hysterica que tinha muita semelhança com aquclla foi curada pela applicação desta planta. Schenkbecher não conseguiria curar uma vertigem que já durava vinte annos, se este vegetal não possuísse em um alto gráo a faculdade de produzir geralmente um estado análogo, assim como certiíicão Hunerwolf, Blom, Navier, Planchon, Sloane, Stedmann, Greding, Wepfer, Vicat e Bernigau. Maycr Abramson atormentava desde muito tempo um ma- níaco cioso, com remédios que nenhum effeito produzião so- bre elle, porem logo que lhe fez tomar, a titulo de soporifico o meimendro, alcançou uma cura rápida. Se elle soubesse que esta planta excita o ciúme e manias nos indivíduos sãos. e se conhecesse a lei homceopathica, única base natural da thera- peutica, certamente que de principio o teria administrado com toda a segurança, e evitado por este meio cançar o doentecom remédios que não sendo homceopathicos, não lhe devião ser- vir d'utilidade alguma. As formulas complicadas que Hecker poz em pratica, com o mais notável suecesso, em um caso de constricção spasmo- dica das palpebras, tonar-se-hião inúteis se um acaso feliz não fizesse entrar nellas o meimendro, que segundo a opinião de Wepfer provoca uma affecção análoga entre osindividuossadios. Withering, não menos conseguio triumphar d'uma cons- tricção spasmodica do pharynx, com impossibilidade de engu- lir, senão no momento em que administrou o meimendro, cu- ja acção especial consiste em determinar uma constricção spas- modica da garganta, com impossibilidade de executar a de- glutição, effeito este que Tozzetti, Hamilton, Bernigau, Sau- vages c Hunerwolf observarão produzir elleem alto grão. XXX Como seria possível que a camphora fosso tão salutar assina como o pretende o verídico Huxbam nas febres chamadas ner- vosas lentas, onde o calor he monos intenso, a sensibilidade embotada o as forças geraes consideravelmente diminuídas, se o resultado de sua acção immcdíata sobre o corpo nãe fosse a manifestação d'um estado semelhante em todo o sentido áquel- le, assim como G. Alexander, Cullen e F. Hoffinann obser- varão? Os vinhos generosos tomados em pequenas doses curão ho- mceopaticamente a febre inflamatoria pura. C. Crivellati, H. Augenius, A. Mond^lla e dous anonymos, colherão delle to- das as provas. Já Asclepiades tinha curado uma inflamação do cérebro por meio d'uma pequena dozede vinho. Um delí- rio febril acompanhado d'uma respiração stertorosa, as«eme~ lhando-seá embriaguez profunda que o vinho produz, foi cu- rado em uma só noite por vinho que Rademacher fez o dovnte beber. E será possível desconhecer-se aqui o poder d'uma irri- tação medicinal análoga? Uma forte infusão de chá oceasiona ás pessoas qus não estão habituadas a uzar delle palpites de coração e anxiedadc; do mesmo modo que, tomada em pequenas doses, he ella umex- cellente remédio contra estes mesmosaccidentes provocados por outras causas assim como G. L. Rau o observou. Cm estado semelhante á agonia, no qual o doente soffria convulsões que lhe tiravão os sentidos e que se alternavão com accessos de respiração spasmodica e soffreada, ás vezes também suspirosa e stertorosa, acompanhadas d'um frio glacial na cara e no corpo, com lividez dos pés e das mãos e fraqueza do pulso, (estado inteiramente análogo á maior parte dos accidentos que Schweikert e outros virão resultar da acção do ópio) foi im- mediatamente tratado sem suecesso algum por Stutz com o alcali, porem curado ao depois rapidamente por meio do ópio. Quem não conhece aqui o methodo homoeopathico applicadc, sem o saber daquelle que o emprega? O ópio também pro- duz segundo nos referem Vicat, J. C. Grimm e outros, uma forte e quasi irresistível tendência para o somno, acompanha- da de abundantes suores e de delírios. Foi este o motivo de Osthoff não o administrar em uma febre epidêmica que apre- sentava symptomas mui análogos; e porque o systema cujos principios seguia prohibiào-lhe lançar mão delle em igual cir- cunstancia. No entanto depois de ter esgotado inutilmente todos os remédios conhecidos, e ju'gando seu doente em esta- do de morrer, lançou mão pelo acaso d'um pouco de ópio cujo effeito foi muito saudável, e cffoctivamente o devia ser avista da lei eterna da homceopathia. J. Lind, igualmente confessa XXXI que o ópio provoca peso de cabeça com calor na pelle, e ma- nifestação diflicil de suor, que a cabeça se desembaraça, o calor ardente da febre desapparece, a pelle se amacia e um suor abundante banha a superfície. Porôm, Lind não sabia que este efleito saudável do ópio, resulta de que, cm despeito dos axiomas da escola, esta substancia tem a propriedade de pro- duzir no individuo são symptomas mórbidos mui análogos a estes. Comtudo tem se encontrado médicos na opinião dos quaes esta verdade tem passado como um relâmpago, porCm, sem fazer suspeitar mesmo da lei homceopathica. Alston diz que o ópio he um remédio escandecente, certamente que não o he menss para moderar o mesmo calor quando elle já exista. De Ia Guerenne, administrou o ópio n'uma febre acompanha- da d'uma violenta dòr de cabeça, de tensão e dureza do pulso, de seceura e aspereza na pelle, de calor ardente, e finalmente de suores debilitantes, cuja apparição diflicil era continuamente interrompida pela agitação extrema do doente. Este remédio produzio bom efleito; porem De Ia Guerenne não sabia que, se d'applicação do ópio lhe tinha apparecido este resultado, he porque elle possue a faculdade de produzb1 um estado febril inteiramente análogo nas pessoas que gozão d'uma perfeita saúde, assim como o reconhecerão muitos observadores. Em uma febre soporoza onde o doente privado da falia, estava es- tendido com os olhos abertos, os membros rijos, o pulso pe- queno e '"ntermitlentc, a respiração opprimida, e stertorosa, symptomas perfeitamente semelhantes aos que o ópio pode excitar , segundo o referido por Delacroix , Radernacber , Crumpe, Pyl, Vicat, Sauvages e muitos outros, esta substancia foi a única que C. L. Hoffmann vio produzir bons effeitos que naturalmente todos forão um resultado homoeopathico, Wírthenson, Sydenham e Marcus, conseguirão curar febres lc- thargicas por meio do ópio. A lethargia da qual de Meza ob- teve a cura não pôde ser vencida senão por meio desta subs- tancia, que em tacs casos obra homa;opathicamente, visto que ella só por si oceasiona a lethargia. O mesmo autor depois de ter por muito tempo atormentado por meio de remédios im- próprios ao seu estado, isto he, não homceopathicos, um ho- mem attacado d'uma moléstia nervosa pertinaz, cujos prin- cipaes symptomas erão insensibilidade e adormecimento dos braços, coxas, e baixo-vente, C. C. Mathaei acurou finalmen- te por meio do ópio; o qual segundo nos referem Stulz, J. Young, e outros , tem a propriede.de de excitar por si mesmo accidentes semelhantes d'uma grande intensidade, e que por conseguinte , como cada um ve, não alcançou a cura nessa oceasião senão pela yia da homoeopathia: por- XX.X11 que bii se effectuou a cura d'uma lethargia datando já de muitos dias, a qual Hufeland conseguio por meio do ópio, a não ser pela da homceopathía que se tem desconhecido até agora? Uma epilepsia que só se declarava durante o somno do doente, de Haen reconheeeo que este soinno não era natural mas sim uma somnolencia lethargica, inteiramente semelhan- te aquclla que o ópio succita entre os indivíduos sadios; e só foi por meio de ópio que elle o transformou em somno saudá- vel e verdadeiro, e ao mesmo tempo livrou o doento da epilep- sia. Como seria possivel que o ópio, que, como todos o sabem, he de todas as substancias vegetaes, aquella cuja applicação em pequenas doses produz a mais forte e pertinaz constipaçno, fosse entretanto um dos remédios infalliveis nas constipações as quaes põe a vida do doente em perigo, senão fosse em vir- tude da lei homceopathica tão desconhecida, isto he, se a na- tureza não tivesse destinado medicamentos para vencer as doenças naturaes por uma acção especial de sua parte, a qual consiste em produzir uma affecção análoga? Este remédio cuja primeira impressão he tão poderosa para constipar o ventre, Tralles reconheeeo também nelle o único meio de sal- vação n'um caso que inutilmente elle tinha tratado até abi por evacuantes e outros meios impróprios á circunstancia. Lenti- lius e G. W. Wedel, Wirthenson, Bell, Heister e Ríchter veri- ficarão a efíicacia do ópio, administrado mesmo só, ne ta mo- léstia. Bohn se convenceo também por experiência que os opiados podião só por si desembaraçar o ventre na eólica cha- mada miserere ; e o grande F. Hoffmann, nos casos mais pe- rigosos deste gênero, se servia do ópio combinado com o licor anodino. Todas as theonas contidas nos duzentos mil volumes que pesão sobre a terra, poderião ellas nos dar uma explica- ção racional deste facto e de outros semelhantes, quando el- las são inteiramente estranhas á lei theraupetica da homoeopa- thia? São suas doutrinas que nos levão á descoberta desta lei natural, tão francamente exprimida em todas as curas ver- dadeira?, rápidas e seguras, saber que quando se applicão os medicamentos no tratamento das doenças, he necessário tomar por guia a semelhança dos effeitos que elles produzem no ho- mem são com os symptomas destas affecções? Rave e Wedekind suspenderão metrorrhagias inquietantes pormeiodasabina, plvnta que,como todoss«bem, determina he- morrhagias uterinas e por conseqüência o aborto nas mulhe- res sadias. Poderá desconhecer-se neste caso a lei homceopa- thica, a que prescreve curar simitia similibus? O almiscar seria quasi especifico nas especieis de asthma spasmodica ás quaes se tem chamado de Millard, se elle não XXX11I tivesse por si mesmo a propriedade de occasionar sufloeações spasmodicas sem tosse como observou F. Hoffmann ? lie possível que a vaccina preserve da bexiga de outra ma- neira que não seja homceopathicamente ? porque sem fatiar de maiores faclos de semelhança que existem muitas vezes en- tre estas duas doenças, ellas tem de comraum, que só se po- dem manifestar uma só vez no curso da vida, que deixão cica- trizes igualmente profundas, que determinão ambas a entu- mescencia das glândulas axillares, uma febre análoga, uma vermelhidão infiamatoria ao redor de cada borbulha, e final- mente a ophthalmia e as convulsões. A vaccina destruiria tam- bém as bexigas que arrebentassem, istohe, curaria essa affecção já existente, se as bexigas não prevalecessem sobre ella em inten- sidade. Só lhe falta pois para produzir este effeito, o excesso de energia que conforme a lei natural deve coincidir com a se- melhança homceopathica para que a cura possa effectuar-se. A vaccina considerada como meio honuropathico não pode ter eíTicacia senão quando se a emprega antes de apparecer ne corpo as bexigas, as quaes são muito mais enérgicas do que ella. Desta maneira ella provoca uma doença mui análoga ás bexigas, opor conseguinte homreopathica, depois de seu curso, o corpo humano que em geral não pode ser atacado so não uma só vez duma semelhante moléstia, acha-se para o fu- turo ao abrigo de qualquer contagio semelhante. (1) Todos sabem que a retensão de ourina he um dos acciden- tes mais ordinários e mais peniveis que produzem as canthari- das. Este ponto foi suficientemente explicado por J. Camera- rius, Baccius, Fabrice de Hilden, Forevst, J. Lanzoni, Van- der Wiel e Werlhoff. As cantharidas administradas interna- mente com cautella, devem por conseqüência ser um remédio homceopathico muito saudável nos casos análogos de dysuria dolorosa. Ora eííectivamente ellas o são. Sem nomear todos os médicos gregos que em lugar da cantharida empregavão o illeloe cichorii de Fabricius, nomearei tão somente Fabri- ce d'Aquapendentc, Capo di Vacca, Riedlin, Th. Bartholin, Young, Smith, Raymond , de Meza, Brisbane e outros que perfeitamente curarão com cantharidas ischurias muito doloro- sas que não provinhão de obstáculo algum mechanico. Sydc- nham vio este meio produzir os melhores effeitos cm casos do mesmo gênero; e por isso a gaba muito, e de boa vontade a teria empregado , se as tradicções da escola crendo-se (1) Esta 'Mira homo-on.ithica aiitieuieda ÍÇ"e se cliwna preservação ou prophy.axi.O ucs parece possível tambem em alguns outros ca/.os. Pu mesmo moAi imaginamos, que o r«- Niilíe puherNado, sobre o corpo bo um preservativo .!» sanw dos opernrios que trxlialhfui na lã, e que tomr.irlo-se iim«< dose de bciladona. tã« h-a.-j ruanto poviivel. fii-a-se lhre da Irhr s-arlatiun. VXXIV mais sabia do que a natureza, não prescrevesse linitivos e re- lachantes em igual circunstancia, e não o dissuadissem, contra sua própria convicção, de querer usar d'um remédio que he especifico ouhomteopathico. Na gonorrhéa inflamatoria recente na qual Sachs de Lewenheim, Hannasus, Barlholin, Lister, e antes de todos estes, WerJhoff, administrarão as cantharidas em muito pequenas doses com feliz suecesso, esta substancia tem manifestamente feito desapparecer os mais graves sympto- mas que começavão a declarar-se. 1 Ella tem produzido este effeito em virtude da propriedade de que goza, avista do teste- munho de quasi todos os observadores, de occasionar uma is- churia dolorosa, o ardor d'ourina, a inflamação da uretra e até mesmo por sua simples applicação exteriormente, uma espécie de gonorrhéa inflamatoria. O uso do enxofre internamente causa muitíssimas vezes nas pessoas irritaveis, um tenesmo acompanhado algumas vezes de dores no baixo-ventre e de vômitos, assim como attesta Wal- ther. He em virtude dessa propriedade devoluta ao enxofre que se tem podido, por seu meio, curar afTecções dysentericas, um tenesmo hemorrhoidal, e segundo Westhoffe Rave, eólicas oceasionadas por hemorrhoides. Todos sabem que as agoas de Toeplitz, assim como todas as outras sulphurosas, tepidas e quentes, fazem apparecer um exanthema que se parece mui- to com a sarna dos indivíduos que trabalhão na lã , he justamente essa virtude homceopathica que as fazem próprias para curar diversas erupções psoricas. O que haverá de mais suffocante do que o vapor do enxofre? No entanto que com elle mesmo em combustão he que Bucquet cita como meio que acertou para melhor reanimar as pessoas asphyxiadas por outra qualquer causa. Lemos nas obras de Beddoes e em outras partes, que os médicos inglezes acharão o ácido nitrico d'uma grande vanta- gem na salivação e ulcerações da boca oceasionadas pelo uso do mercúrio. Este ácido não poderia ser útil em semelhante caso, se não possuísse por si só a faculdade de provocar a sa- liva e ulceras na boca, effeitos que na sua apparição basta ap- plical-o em banho por todo o corpo, como certificão Scott e Blair, e igualmente se vê sobrevir depois de sua applicação internamente, assim como também certificão Alyon, Luke, J. Ferriar o G. Kellie. Fritizc vio de um banho carregado de potassa cáustica, (I) Eu tVnro " os symptomas os mais graves que começavão a declarár-se " porque o fi- nal do tratamento exige outras considerações, bem que bajão gonorrhéas t3o Hgeiras que lnp;o desappareção por si mi s nas r quasi sem soccorro algum; cgmtudo achão-se outras muito mais graves, principalmente como aqucllas que apparecerão depois das campanhas dos Im-mvczks r que se ronimunicão por meio do ooito, como a doen>;n chancreza. )w>*to que cila s-ja «Vumi naturc/,;< intei a nente dilltrente. XXXV resultar uma espécie de tétano, e A. deHumbordt, conseguio por meio do sal de tartaro fondido, espécie de potassa meio cáustica levar a irritabilidade dos músculos até o ponto de provocar a rijoza tetanica. A virtude curativa que a potassa cáustica exerce em todas as sortes de tetanos, onde Stutz e ou- tros a acharão tão vantajosa poderia ser explicada d'um modo mais simples e verdadeiro do que pela faeuldade que este al- cali goza de produzir effeitos homoeopathicos? O arsênico, cuja ímmensa influencia sobre a economia faz com que se não ouse decidir, se elle não pode tornar-se mais temível entre as mãos d'um imprudente do que saudável nas^ de um sábio, o arsênico não obraria tão admiráveis curas de* cancros no rosto, debaixo das vistas d'uma multidão de médi- cos, entre os quaes eu citarei somente Fallope Benhardt e Roennoy, se esse oxido metallico não tivesse a faculdade ho- mceopathica de produzir, nos indivíduos sadios, tuberculos mui dolorosos e difííceis de curar, segundo Amatus Lusitanus, ulcerações muito profundas e de máo caracter, e conforme Heinreich e Knapo, ulceras cancrosas, no testemunho de Hcinze. Os antigos não concordarião no elogio que fazem do emplastro magnético ou arsenical d'Angc Sala, contra os bu- bões pestilenciaes e o carbúnculo, se o arsênico não tivesse no sentido de Degner e de Pfann, a propriedade de fazer nascer tumores inflamatorios que promptamente passão á gangrena, carbúnculos ou pústulas malignas, como o observarão Verzas- cha e Pfann. E donde proviria a virtude curativa que elle ma- nifesta em algumas espécies de febres intermittentes, virtude attestada por tantos milhares de exemplos, porém que na sua applicação pratica não se emprega ainda bastante cautella, e que proclamada já a séculos por Nicolas Myrepsus, fora ao de- pois mais esclarecida por Stevogt, Molitor, Zacobi, J. C. Ber- nhardt, Jnugken, Fauve, Brera, Darwin, May, Jachton e Fow- ler, se elle não estivesse fundado sobre a faculdade de provocar a febre que assignalarão quasi todos es observadores inimigos dessa substancia, em particular Amatus Lusitanus, Degner, Buchholz, Heun e Knap? Podemos acreditar em E. Alexander, quando diz que o arsênico he um soberano remédio contra a angina de peito, visto que Tachonius, Guilbert, Preuss.us, Thilenius e Pyl o virão determinar uma forte oppressão de peito, e Griselius uma dyspsia a ponto de suffocar, e finalmente Maujautl, sobre todos, accessos de asthma provoerdossub.íamen- te pelo andar e acompanhados d mua grande prostração de forças. As convulsões que determinão o cobre, e segundo Tonei, Rainsav, Fabas, Pylo cCosmier, o mo de alimentos carregados de partículas e r de cobre, os reiterados ataques de epilepsia xxxn que apparecerão, debaixo das vistas de J. Lazerme, a introdu- ção d'uma moeda de cobre no estômago, e das de Pfundel, a ingestão do sal ammoniaco cor de cobre nas vias digestivas, explicãosem difliculdade alguma aos médicos que não se que- rem dar ao trabalho de reflectir, como o cobre poude curar a pechoria, no testemunho de R. Willan, de Walcker, de Tues- sinck e de Delarive, como as preparações de cobre tem conse- guido tão repetidas vezes, a cura da epilepsia, assim como o attestào, os factos referidos por Batty, Baumes, Bierling, Boer- haave, Gansland, Cullen, Duncan, Feuerstein, Hevelius, Lieb, Magennis, C. F. Micbaelis, Reil, Russel, Stisser, Thile- nius, Wcissmann, Weizenbryer, Whithers e outros Se Poterius, Wepfer, F. Hoffmann, R. A. Vogel, Thierry, e Albrecht, curarão com o estanho uma espécie de phtisica, uma febre hetica, catarros chronicos e uma asthma mucosa, he porque ei ti metal tem de sua natureza própria, a propriedade de determinar uma espécie de phtisica, assim como Stahl já se tinha convencido. E como lhe teria sido possivel operar essa cura de males de estômago que Geischlaeger lhe attribue, se elle não podesse por si mesmo produzir alguma cousa de semelhante? Ora, essa faculdade que elle gosa, o mesmo Geis- chlaeger eStahl antes verificarão. O terrível effeito que o chumbo tem de occasionar uma cons- tipação pertinaz e mesmo a paixão iliaca, como a observarão Thunbcrg, Wilson, Luzuriaga e outros, não nos dá a enten- der que este metal possue também a virtude de curar estas duas affecções? Porque elle deve, assim como todos os outros medi- camentos que existem, poder vencer e curar d'uma maneira estável, pelo poder que tem de excitar symptomas mórbidos, males naturaes com muita semelhança aos que elle gera. Ora Ange Sala curou uma espécie de iléus, eJ. Agrícola uma ou- tra constipação que punha a vida do doente em perigo, por meio d'applicaçã@ do chumbo internamente. As pílulas satur- ninas, com as quaes muitos médicos, como Chirac, Yan Hel- mont,Naudeau,Pererius, Rivinus, Sydenham, ZacutusLusita- nus, Bloch eoutros, curarão a paixão iliaca e a constipação inve- terada, não obrarião somente d'um modo mecbanico c poi seu peso, por que se tal fosse a origem de sua efficacía, o oiro, cu- jo peso alcança sobre o do chumbo ter-se-hia mostrado preferí- vel em semelhantes casos; porém elles obrarão principalmente como remédio saturnino interno, e curavão homoeopathica- mcnte. Se Otton Tachenius e Saxtorph antigamente curarão hypochondrias rebeldes por meio do chumbo, he necessário lembrarem-se que este metal tende por si mesmo a provocar affecções hypochondriacas, como se pode ver na descripção que Luzuriaga dá de seos effeitos nocivos. XXXVII Não he de admirar que Marcus, curasse rapidamente uma inchação inflamatoria da lingoa e do pharynge, com a applica- ção do (mercúrio) visto que a experiência diária e mil vezes repetida de médicos, elle possue uma tendência especifica para resolvera inflamação e a entumescencia das partes inter- nas da boca, phenomenos estes que elle mesmo occasiona com a simples applicação na superfície do corpo, debaixo da forma de unguento ou de emplastro, como o experimentarão Degner, Friese, Alberti, Engel e muitos outros. O enfra- quecimento das faculdades íntellectuaes ( Swediauer ) , a embecilidade, (Degner), ea alienação mental, (Larrey), que se tem visto resultar do uso do mercúrio, reunidas á faculdade quasi especifica que se conhece nelle de provocar a saliva, ex- plicão claramente como G. Perfect conseguio curar d'uma ma- neira estável, com o mercúrio uma melancolia que se alter- nava com um fluxo de saliva. Porque razão os mercuriaes tem produzido tão bons effeitos applicados por Seelig, na an- gina acompanhada da scarlatinas e por Hamilton, Hoffmann, Marcus, Rush, Colden, Bailey e Michaelis em outras esqui- nencias de máo caracter? He evidentemente por que este metal suscita por si mesmo uma espécie de angina, a qual he das mais terríveis. (I) Não foi homoeopathicamente que Sauter curou uma inflam- mação ulceroza da boca, acompanhada de aphtas e d'um alito fétido semelhante aquelle que apparece no ptyalismo, pres- crevendo gargarejos com a dissolução de sublimado, e que Bloch fez desapparecer aphtas na boca por meio de prepara- ções mercuriaes, visto que, entre outras ulcerações bocaes, esta substancia produz especialmente uma espécie d'aphtas, como Schlegel e Th. Acrey nos attestão? Hecker empregou com suecesso muitos medicamentos mis- turados em uma caria sobrevinda em conseqüência das bexigas. Por felicidade, entrava em todos estes mixtos o mercúrio, ao qual se suppoz que a doença podia ceder, visto que elle per- tence ao pequeno numero dos agentes medicinaes que tem a faculdade de provocar por si sós a caria, como provão min tos tratamentos mercuriaes exagerados, quer contra a syphilis, quer mesmo contra outras doenças, como entre outras as de G. P. Michaelif. Este metal, tão temível quando seu uso he prolongado, em razão da caria, que então elle se torna a causa (1) Também se tem querido curar o croup por meio do mercúrio, Porfm quasi sempre tem silo malogrado fa' in-ento,, orque esse metal por si so nao pode produwr nan lembia- na mucosa da trach a-artería uma mudança análoga a modi6ca<;ao particular que esta doença fez apparecer. O ligado de enxofre calcário que excita a toss-opprrmndo a respiiaçao,e muito mais ainda como tenho verificado; a esponja queimada obrao d'uma maneira muito mais hom(Popathica em seus effeitos especiaes, e por conseguinte sao muito mais emeazes, principalmente na* Miais !'ta.-as doses pissiveis. XXtfYlll excitadora, exerce com tudo uma influencia homceopathica extremamente saudável na caria que suecede nas lesões mecha- nicas dos ossos, da qualJ. Lchlegel, Joerdens e J. M. Muller nos transmittirão exemplos muito notáveis. Curas de canas não venereas d'um outro gênero, que forão igualmente conse- guidas por meio do mercúrio por J. F. G. Neu e J. D. Metz- ger, fornecem uma nova prova da virtude curativa homoeopa- thica da qual esta substancia he dotada. Lendo-se as obras que se publicarão sobre a electricidade medica, fica-se surprehendído da analogia existente entre os incommodos ou accidentes mórbidos que ás vezes este agente tem determinado, e as doenças naturaes compostas de sympto- mas inteiramente semelhantes, que elle tem conseguido a cura por homoeopathia. He immenso o numero dos autores que observarão a acceleração do pulso entre os primeiros effeitos da electricidade positiva; porém Sauvages, Delas e Barellon virão paroxismos completos de febre que forão excitados pela electricidade. Esta faculdade que ella tem de produzir a febre, be a mesma a que se deve attribuir, que só ella tenha bastado a Gardini, Wükinson, Syme e Wesley, para curar uma febre terçan, e também a Zetzel e Willermoz, para fazer desappare- cer as quartans. Sabe-se também que a electricidade determina além disso, nos músculos, contracções que se assemelhão a movimentos convulsivos. De Sans, também podia, por sua influencia, pro- vocar todas as vezes que lhe aprouvesse convulsões duráveis no braço d'uma menina. He em razão desta faculdade devolu- ta á electricidade que de Sans e Franklin a applicarão com suecesso no tratamento das convulsões, e que Theden alcançou por seu soccorro curar uma menina de dez annos, á qual um raio lhe fizera perder a falia e o movimento do braço esquerdo, dando tudo logar a um movimento involuntário continuo dos braços e das pernas, acompanhado d'uma contracção spasmo- dica dos dedos da mão esquerda. A electricidade igualmente determina uma espécie de sciatica, que Jallaber e um outro observarão: do mesmo modo elle pôde curar homceopathica- mente esta affecção, como fo verificarão Hivrtverg, Lovet, Ar- rigoni, Daboueix, Maudevyt, Syme e Wesley. Muitos médi- cos curarão uma sorte de ophtalmia pela electricidade, isto he, por meio do poder que esta ultima tem de provocar ella mes- ma inflamações nos olhos, o que resulta das observações de P. Dickson e Berthoton. Finalmente ella tem curado varises, ap- plicada por Furcher, e deve esta virtude curativa a faculdade que Iallabert verificou-a, de fazer nascer tumores varicosos. Albers refere que um banho quente a cem gráos do ther- XXXIX mometro de Fahrenheit," acalmara muito activo calor d'uma febre aguda, em que o pulso batia cento e trinta vezes por minuto, e que elle reduzira a cento e dez. Loffer achou asfo- mentações quentes muito úteis na encephalite occasionada pe- la imolação ou acção do calor dos poélas, e Callisen, encara as effusões d'agoa quente sobre a cabeça, como mais efficaz de todos os meios na: inflamação do cérebro. Se abstrahirmos casos em que os médicos ordinários apren- derão a conhecer, não por suas pesquizas, mas sim pelo empi- iismo do vulgo, o remédio especifico que permanece sempre semelhante á mesma doença e por conseguinte aquelle que com sua applicação elles podião cural-ad'uma maneira directa, como mercúrio na doença venerea cancroza, a arnica na doen- ça produzida pelas^contusões, a quinquina na febre intermit- tente de charcos, o enxofre em pó na sarna recentemente de- senvolvida, &c. ; se, repito, abstrahirmos estes casos, vemos que por toda a parte, sem quasi excepção alguma, os trata- mentos emprehendidos d'um modo tão idôneo pelos partidá- rios] da antiga escola, não tem tido por resultado senão ator- mentar os doentes, aggravar seu estado, conduzil-os mesmo ao túmulo e impor despezas ruinozas as famílias. Algumas vezes também um puro acaso os conduzia ao tra- tamento homoeopathico; (1) porênT não conhecião a lei natu- fl) Como por exemplo,' elles crém expeliir da pelle a matéria da transpiração, assim como elles dizem, detida nessa membrana depois dos resfriamentos, quando no meio do frio da febre dão a beber uma infusão de flores de sabngueiro, planta que tem a faculdade homceopathica de fazer cessar uma febre semelhante e de restabelecer o doente, cuja cura he tanto mais «rompia e mais segura, sem suor quanto mais pouco se beba delia e nao se tome ou tia consa. Cobrem de cataplasmas quentes e renovadas muitas vezes os tumores agudos e duros cuja inflamação excessiva h» acompanhada de insnpportaveis dores que nao permittem a supu- ração declarar-se: debaixo da influencia deste tópico, a inflamação pouco tarda em desap. parecer, as dores diminuem, e o abeesso se debocha, como se reconh. e ■ P^.f^0»"^ da ckagk pela sua cor amarèllae pela sua moleza. Crêm então eles ter amollecido o tumoi pela humidade, em quanto que elles nada mais fizerão do que destruir homceopathicaroente o eícesòdè inflamação pelo calor mais forte da cataplasma, e tornar assim =a roamfes t-icão da suDuracão Porque empregão elles com vantagem em algumas ophtalmias, o oxjdo •obro de nePrcuioqueaTa bise da pommada Saint-Yves, e que a conceder-se . qualquer b tkncia o poder' de innamàr os olhos necessariamente elle também o deve possuir ? H, drf. ficil ronhêwííe qne em tal caso elles obrão hom.eopath.camente;í Como por meio do sum- nã„ venem» na garganta por meio de peq.ien« *b*m «lejr«£™J ' J do rhuibarbo, que tbicamente. Muitas vezes se tmi suspendido a da,il,«ra cora' ^P11™ < d OCCasiona resolve evacuações alviua. le™ **«%£$£^mo'p™"e^Xmento^o%ma, tão pe- uma espécie de liydio) bobid. lera se ieiio P-» d £ d ■ substancia dotada de rigoso nas febres agudas, por meio «1-uma 1^''^ ^ l^tos e-cemp os que tão alto fallão, virtu.les escandecentes e entorpecem**. E av.s...cie i..tom ™W ^ .^ ^ „„. Sar ^n^rS^ZÍ iS^fZZZlZ Coração incapaz de cor- XL ral em virtude da qual obrão-se e devem obrar-se as curas deste gênero. He pois da mais alta importância para bem da humanidade indagar como se lizerão essas curas tão notáveis por sua ra- ridade quanto admiráveis por sens effeitos. O problema he de grande interesse. Nós effectivamente vimos e os exemplos ci- tados bem claramente o demonstrão que todas essas curas se operarão com o soccorro de meios homoeopathieos, isto he, meios que possuem a faculdade de provocar um estado mór- bido semelhante aquelle que se tratava de curar. Ellas forão operadas d'uma maneira prompta e durável por medicamen- tos sobre os quaes aquelles que os prescrevião estando em contradicção com todos os systemas e todas as therapcuticas do tempo, erão levados como por um acaso, muitas vezes mesmo sem saberem o que fazião e porque obravão de tal maneira, para confirmar desse modo por meio do facto c bom contra a sua vontade a necessidade da única lei natural na therapeutica, a da homoeopathia, lei que até hoje os precon- ceitos médicos tem feito com que elles se não entreguem em sua descoberta, apesar do numero infinito de factos e de in- dícios que devião guial-os. A mesma medicina domestica exercida por pessoas estra- nhas á nossa profissão, porém dotadas de juízo são e de espi- rito observador, acharão que o methodo homoeopatbico era o mais seguro, o mais racional e o que menos podesse falhar. Applica-se couve fermentada (choucroute) sobre os membros congelados ou se esfrega com a neve (1). (1) M. Lux estabeleceo sobre estes exemplos, tirados da pratica domestica, s u methodo cu- rativo per idem (aequali aeqvalibus ), que elle designa pelo nome de Isnjmthin. e que algumas cabeças excêntricas olhão já como o nec plus ultra da arte de curar, sem saber como poderão realisa-la. Porém se judiciosamente se julgão esses exemplos, a cousa apparece debaixo de um outro aspecto. As forças puramente physicas são d'uma outra natureza que as forças dynamicas dos medi- camentos em sua acção sobre o organismo vivo. O calor e o frio do ar ambiente, da água, ou dos alimentos e bebidas, não exercem por si sós uma influencia nociva absoluta sobre nm corpo sadio. He uma das condições do sustento da sande, que o frio e o calor altemão um com outro, e por si sós não são medicamentos. Logo que elles obrem como meios curativos nas doenças do corpo, não he em virtude de sua essência ou a titulo de substancias nocivas por si mesmas como são os medicamentos, mesmo nas mais'pe- quenas doses; mas sim em razão de sua quantidade mais ou menos considerável, isto he do "ráo da temperatura, da mesma maneira que para servir-me d'um outro exemplo nas forcas pura- mente physicas, um maço de chumbo esmaga dolorosamente minha mão, não porque ella lie de chumbo, visto que uma chapa delgada não produziria este etíeito, mas sim porque ella em si encerra muito metal e he muito pesada. Se pois o frio eo calor são úteis em certas afTecções do corpo, taes como as congelacões e as queimaduras, não o são mais do que em razão de seu gráo. Bem estabelecido isto vemos que, nos exemplos tirados da pratica domestica, não he a ap- plicação prolongada do gráo de frio a que o membro foi gelado quem o restabeleceo isonathica- mente,\isto que, longe disso, elle extinguida a vida sem recurso, mas sim a d'um frio aproxima- do daquelle(Áoma?opaí/i!'camenfe),e levado gradualmente até uma temperatura supportaveí. Por- tanto, choueronte gelada que se applicasobre um membro congelado, n'um aposento não tarda a se degelar, a tomar por gráos a temperatura do aposento, e acurar assim o membro d'uma manei- ra physicamente homoeopathica. Do mesmo modo, uma queimadura feita na mão pela a<*ua frrvente, não se cura por meio da mesma água. mas somente pela acção d'uin calor nm pouco menos activo. pela imniersão do membro n'um liquido quente a sessenta gráos. cuja tem- peratura abai.xe a cada minuto até iju.. (orne a rheg.ir ao apos"!itn. l)o mesmo moda. para dar LXI O cosinheiro que escaldasse a mão, apresentava-a ao fogo em uma certa distancia, sem attentar no augmento da dor que ao principio d'ahi lhe resultava, e isto por ter elle aprendido de experiência que fazendo assim podia em mui pouco tempo e ás vezes em alguns minutos curar perfeitamente a queimadu- ra e fazer desapparecer até mesmo o menor vestígio de dor. (1) Outras pessoas intelligentes porém igualmente extranhas á medicina, como por exemplo os envernisadores, applicão so- bre as queimaduras uma substancia que só por si excita igual sentimento de ardor, como seja espirito de vinho quente (2) ou essência de terebentina (3) e assim se curão em poucas horas por saberem que esses unguentos chamados refrigerantes não um outro exemplo da acção physica, adôr, e aintumescencia causadas por uma pancada na testa diminuem homoeopathicamente logo que se apoia o pollegar sobre a parte, com vigor ao principio e depois com uma força decrescente, em quanto que uma pancada semelhante aquella que a determinou, longe de acalmal-a não faria mais do que accrescentar isopathiea- uiente o mal. Quanto aos factes que 1VI. Lux refere como curas isopathicas, adelgaçamentos nos homens, e uma paralysia de rins n'um cão, ambos causados por um resfriamento, e que cederão ern pouco tempo ao banho frio, he injusto que elle os explique pelaisopathia. Os accidentes que se designão pelo nome de resfriamento, são impropriamente attribuidos ao frio, visto que muitíssimas vezes, se os vê sobrevir nos sujeitos que para elles tem predisposição, depois da acção d'uma corrente rápida de ar que não he mesmo frio. Os effeitos diversificados d'um ba- nho frio sobre o organismo vivo, no estado de saudc e Ai* doença, não podem por maneira al- guma serem encarados debaixo d'outro ponto de vista para que se esteja autorisado a fundar um systema tão arriscado. Que o mais seguro meio de curar a mordedura das cobras vene- nosas, seja applicar sobre a ferida pedaços desses animaes, assim como diz M. Lux, he uma asserção para degradar entre as fábulas que nossos pais nos transmittirão, e até que fora confirmada por experiências que não admittem duvida alguma. Finalmente que um homem já hydrophobo, !6ra, como dizem, curado na Russia, pela saliva d'um cão enraivado que lhe tizerão tomar, não he sufriciente para induzir um medico consciencioso a repetir uma seme- lhante experiência, nem para justificar a adopção d'um systema tão pouco verosimil como o ■ia isopathia. (I) Fernel {Therap., lib. VI, cap. 20) já considerava a exposição da parte queimada ao fogo como o mais próprio meio para fazer cessar a dor. J. Hunter '.Tratado do sangue) faz ver os graves inconvenientes que resultão do tratamento das queimaduras por meio d'agoa fria, e prefere muito o methodo de aproximar-se as partes ao fogo. Elle desvia-se nisto das doc- trinas médicas tradiecionaes que prescrevem os refrigerantes contra a inflamação (contraria contrariis): porem a experienoia lhe fez conhecer que um escandecente homoeopatbico (similia similibus) era o que melhor convinha, (2) Sydenhão (Opera, p. 271) diz que as repetidas applicações do álcool são preferíveis a qualquer outro meio contra as queimaduras. B. Bell. (curso completo de cirurgia) igualmente rende homenagem á experiência por 'he ter mostrado como elhcazes os remédios homoeopa- thicos. Eis aqui como elle se exprime. "O álcool he um dos melhores meios centra as quei- maduras de qualquer natureza que sejão. Applicado a principio parece augmentar a dor, po- rém immediatamente se acalma substituída por uin sentimento agradável de socego. Methodo ests que nunca he tão poderoso como quando se mergulha a parte no álcool, porém »e u ímmersão não pode ser praticada, he necessário ter a queimadura continuamente coberta com uma compressa embebida desse liquido." Ainda mais sendo o álcool excessivamente quente allivia mais promptamente por ser mais homoeopathico do que sendo frio. He isto o que a experiência confirma. (3) E. Kentish no tratamento das queimaduras feitas pelo carvão de pedra applicava a essência de terebentina ou o aleool, por ser o melhor remédio que mais convém empregar nas queimaduras graves. (F.ssayon bums, Londres, 17as- • ''a uma meia hora no primeiro já não havia mais dor, em quanto qn:> no s: gundo continua- rão a ser muito dolorosas pelo espaço de seis horas: apenas a doente o retirava d\igoa ressen- tia dores mais agudas, e sra cura exigio muito mais tempo do que a do outro. .!. Anderson (cm Kentish, loc. cit. p. 43) tratou do mesmo modo d'uma mulher que tinha queimado o rosto e uni braço com gordura fervente. " O rosto que estavr muito vermelho <• dolcroso, foi coberto de óleo de terebentina alguns minutos depois do surce»sn: quanto ao .braço adoente já o tinha m et tido n'a;oa fria, e bem depressa testemunhou animas horas de- pois o jeffi-iro deste tratamento. No fim de sete horas o rosto estava melhor e a doente ali- via-la dessa parte. A respeito do braço que muitas vezes se tinha renovado o liquido vi- vas dores se fàzião ressentir apenas se o ret.-ava d'agoa, e a inflamação claramente se tinha auiruientado. ]Vo dia seguinte eu vi qu- a doente tinha sentido grandes dores, que a inflama- ção se tinha estendido além do cotovelo, e que muitas empolias grossas tinhão arrebentado e formado expessas oseaias sobre o hrç.ço e a mão qu- ao depois foi coberta com uma cata- plasma quente. O rosto já não causava a menor sensação dolorosa; porém o braço foi neces- sário lançar mão dos emolientes para conseguir a cura. " Quem não c.onheoe em tal caso a iminensa vantagem do tratamento homoeopathico, isto he de um agente produzindo effeitos semelhantes aos do mesmo mal, sobre o methodo antipathico presciipío pela antiga escola? (1) J. Honter não he o único qur- assignala os graves resultados do tratamento das queima- di"-is por meio d\igu-i fi ia. Pabiice de Hilden. (De vouihiistionibus Hbeltus, Bale, 1G07, caiv "•■ . ,). 11) igualmente a >seg-ira que as íòmeutações frias são muito nocivas nestas sortes de à< - ci-lmtes, que prorluzcm os mais terríveis efíe.tos como seja a inflamação, a supuração V as vezes a gangrena. ' (2) Zimmennaiui !Dn erperiencia. t. 11) nos refere que os_habitantes dos paizes quentes nsã > (Vila do mesmo modo com muito suecesso, e que elles tem por costume beber uno pequena quantidade do licor espiritnoso quando se sentem fortemente esquentados. 1, MioSia inti-niTio eilande as p:isva do coipj n;io lenha >ido aniquilada. [3] 9. No estado de saúde a (orça vital, que anima dinami- camente a parte material do corpo, exerce um poder illimi- tado. Ella conserva todas as parles do organismo n'huma ad- mirável harmonia vital a respeito do sentimento o da actiu- dade, de sorte que o espirito dotado de razão, que reside em nós, pode livremente empregar esses instrumentos vivos e sãos para conseguir o elevado fim da nossa existência. 10. O organismo material, supposto sem força vital, nem pode sentir, nem obrar, nem nada lazer para sua própria con- servação. He somente ao ser immaterial, que o anima no es- tado de saúde e de doença, que elle deve o sentimento e o complemento de suas funcçoes vitaes. 11. Quando se adoece esta força espiritual, adira por si mesma, e presente em toda a parle do corpo, he logo incon- tinente a única que se resente da influencia dynamica do agente hostil á vida. Ella só, depois de haver sido perturbada por esta percepção, pôde communicar ao organismo as sensa- ções desagradáveis que tem. e conduzil-o ás acçoes insólitas que chamamos doença. Sendo invisível e somente apreciável pelos effeitos que produz no corpo, esta força não exprime nem pode exprimir sua perturbação senão por huma manifes- tação anômala na maneira de sentir e de obrar da parte do organismo, accessivel aos sentidos do observador e do medico, isto he por symptomas de moléstia. 12. Não he senão a força vital perturbada o que produz: doenças. Os phenomenos mórbidos accessiveis pelos nosso* sentidos exprimem pois a hum tempo toda a alteração interna, isto he, a totalidade da perturbação da potência interior. N"huma palavra elles põe a moléstia toda inteira em evidencia. Por conseguinte a cura, isto he, a cessação de toda a manifes- tação mórbida, a desapparição de todas as alterações apreciá- veis que são incompatíveis com o estado normal da vida tem por condição, e suppoe necessariamente que a força vital fot restabelecida em sua integridade, e todo o organismo restUui- do â saúde. 13. Segue-se daqui que a moléstia, inaccessivel aos pro- cessos mechanicos da cirurgia, não he,como o suppõeos al- lopathas. uma cousa distineta de todo o vivente, do organismo, c da força que o anima, occulta nointerior do corpo e sem- pre material qualquer que seja o gráodesubtilesa quese lhe> queira atribuir. Semelhante idéa só pôde xir a cabeças imbur- : * ] das de doutrinas materialistas. He que ella por milhares de annos tem arrastado a medicina por falsos caminhos, que allastado a tem de seu verdadeiro destino. 1 \. De todas as alterações mórbidas invisíveis, que se pas- são no interior do corpo, e cuja cura pôde operar-se, uma só não ha que signaes e symptomas não dêem a conhecer ao at- tento observador. Assim quiz que fosse a vontade infinita- mente sabia do soberano conservador da vida humana. 15. O desarranjo para nós invisível da força que anima o corpo, com todos os symptomas que essa íorça provoca no organismo, que affectio nossos sentidos, que represenlão a mo- léstia existente, não faz mais de huma entidade. O organismo he certamente o instrumento material da vida; mas nem se poderia conceber nao animado pela íorça vital sensiente o governante instintivamente, nem esta força vital seria con- cebida independente do organismo. Ambos não fazem mais do hum; e se nosso espirito divide esta unidade por duas ideas he só para própria commodidade. 16. Nossa força vital sendo uma potência dynamica, sobre o organismo são a influencia nociwi dos agentes hostis, que do fora Yem perturbar a harmonia dos phenomenos da vida, nao poderia aflectal a senão de uma maneira puramente dyna- mica. O medico não pôde portanto remediar est-s pertur- bações (moléstias) senão fazendo obrar sobre ella substan- cias dotadas de forças modificadoras igualmente dynamicas ou virtuaes de que ella percebe a impressão pela sensibili- dade nervosa presente em todo o organismo. Assim os medi- camentos não podem restabelecer , nem restabelecem real- mente a saúde e harmonia da vida, senão acluando dinamica- mente sobre essa força, depois de terá observação attenta das mudanças accessiveis por nossos sentidos no estado do indiví- duo (reunião dos symptomas' dado ao medico noções da mo- léstia, tao completas quanto elle carecia para ficarem estado de obterá cura. 17. A cura que suecede ao desapparecimento de toda a reunião de signaes e accidentes perceptíveis da moléstia tendo ao mesmo tempo em resultado a desapparição da alteração interior sobre que esta ultima se funda, isto he, em todos os casos, a destruição do total da moléstia, claro fica que o me- dico tem só de subtrair a somma dos symptomas para fazer si- multaneamente desapparecer a alteração interior e cessar u [5 ] desacordo mórbido da foçça vital, isto he, aniquilar o total da moléstia, a enfermidade mesma. Mas destruir a enfermidade he restabelecer a saúde, primeiro e único fim do medico pe- netrado da importância de sua missão, que consisto em soc- correr seu próximo e não em perorar em tom dogmático. 18. Desta verdade incontestável —fora de reunião dos sym- ptomas nada ha que encontrar nas moléstias pelo que sejSo suscepliveis de exprimir a necessidade que tem de soccorro — nós devemos concluir que não pode haver outra indicação para a escolha do remédio senão a som ma dos symptomas ob- servados em cada caso individual. 19. As moléstias não sendo portanto senão alterações no estado geral do homem, que se annunciâo por signaes mórbi- dos, e a cura não sendo possivel também senão pela conversão do estado de doença em estado de saúde, concebe-se facilmente que os medicamentos nao poderião curar as moléstias senão tivessem a faculdade de alterar o estado geral do homem, con- sistindo em sensações e acções, que he unicamente sobre esta faculdade que assenta sua virtude curativa. 20. Não ha meio de reconhecer em si mesma, só pelos es- forços da inteiligencia, esta faculdade occulta na essência in- tima dos medicamentos, esta aptidão virtual a modificar o esta- do do corpo humano, c por isso mesmo a curar enfermidades. He só pela experiência, pela observação dos effeitos que ella produz, influindo sobre o estado geral da economia, que se chega a conhecel-a o ter delia idéa clara. 21. Não sendo apreciável por si mesma, (o que ninguém ousará contestar) a essência curativa das substancias ; não po- dendo as experiências puras, ainda as feitas por observadores dotados da mais rara perspicácia, cousa alguma fazer-nos per- ceber do que verdadeiramente as torne medicamentos ou meios curativos, senão essa faculdade de produzir alterações manifestas no estado geral da economia, sobre tudo no homem sao, em que suscitão muitos symptomas mórbidos bem carac- terisados, devemos deduzir que , quando os medicamentos operao como remédios, elles não podem igualmente exercer sua virtude curativa, senão por essa faculdade^que possuem de modificar o estado geral da economia, fazendo nascer svmp- tomas particulares. Por conseqüência he necessário altcnder somente aos accidentes mórbidos, que os medicamentos provo- tão nu corpo são, como á única manifestação pos^ud da vir- [«] tude curativa de que são dotados, se se quer saber, relativa- mente a cada hum, que moléstias elle está habilitado a curar. 22. Mas como se não descobre nas moléstias outra cousa que seja necessário destruir, para as converter em saúde, senão a reunião de seus signaes e symptomas; como se não percebe nos medicamentos outra cousa de curativo além de sua facul- dade de produzir symptomas mórbidos no homem são, e de os fazer desapparecer no doente, segue-se que os medicamentos não tomâo o caracter de remédios, e se não tornâo capazes de anniquillar as doenças senão excitando certos accidentes e symptomas, ou, para fallar mais claro, uma certa moléstia ar- tificial que destroe os symptomas já existentes, isto he, a mo- léstia natural que se pretende curar. Segue-se também que, para anniquillar a totalidade dos symptomas de uma moléstia, he necessário escolher um medicamento que tenha a proprie- dade de produzir symptomas semelhantes ou contrários, se- gundo se tem aprendido da experiência que a maneira mais fácil, mais certa e mais durável de anniquillar os symptomas da moléstia, de restabelecer a saúde, he oppôr a estes últimos os symptomas medicinaes semelhantos ou contrários. 23. Ora todas as experiências puras, todos os ensaios feitos com cautela nos ensinão que os symptomas mórbidos contí- nuos, longe de poder ser minorados ou anniquillados por symptomas medicinaes oppostos, como os que excita ó methodo anthipatico, énantiopathico , ou paliativo , reapparecem ao contrario mais intensos que d'antes, e aggravados de maneira bem manifesta depois de haverem parecido por algum tempo acalmar-se. (V. 58, 62, e 69.) 24. Não fica por tanto outra maneira de empregar con* vantagem os medicamentos contra as enfermidades senão a de recorrer ao methodo homoeopathico, no qual se procura, para o dirigir contra a universalidade dos symptomas do caso mórbido individual, aquelle medicamento que, entre todos cuja maneira de obrar sobre o homem são he bem conhecida, possue a faculdade de produzir a moléstia artificial mais se- melhante á natural que se observa. 25. Mas o único oráculo infalível da arte de curar, a ex- periência pura, nos ensina, em todos os ensaios feitos com cuidado, que na verdade o medicamento que obrando sobro o homem são pôde produzir o maior numero de symptomas semelhantes aos. da moléstia cujo tratamento se propõe, possue [7] realmente também, quando empregado em doses sufiicientc- mente attenuadas, a faculdade de destruir de uma maneira prompta, radical e durável a totalidade de symptomas desse «aso mórbido, isto he (V.6-16.) a moléstia presente toda in- teira; eHa nos ensina que todos os medicamentos curão as mo- léstias cujos symptomas se aproximão o mais possivel dos seus, e que d'en tre esses últimos um só não ha que lhes não ceda. 26. Este phenomeno assenta sobre a lei natural da ho- moeopathia, lei desconhecida até ao presente, ainda que va- gamente supposta, ainda que em todos os tempos fundamento de toda a verdadeira cura; a saber— uma affecc,ão dynamica no organismo vivente he extincta de maneira durável por outra mais fòrle, quando esta, sem ser da mesma espécie, muito se lhe assemelha em quanto á maneira porque se manifesta. 27. A potência curativa dos mediamentoshe pois fundada (V. 12 e 26,) na propriedade que elles tem de produzir symp- tomas semelhantes aos da moléstia, excedendo-os em força. Donde se segue que a moléstia não pôde ser aniquilada ecurada de uma maneira certa , radical, rápida c durável, senão por meio de um medicamento capaz de provocar a reunião de symptomas mais semelhantes á totalidade dos seus e dotado ao mesmo tempo de uma energia superior a que elles possuem. 28. Como esta lei lherapeutica da natureza altamente se manifesta em todos os ensaios puros, e cm todas as experiên- cias, em cujos resultados pôde haver confiança, e como por conseguinte o facto he positivo, pouco importa a theoria scien- tifica da maneira porque isto tem lugar. Dou pouco peso ás explicações que se poderião dar. Comtudo a seguinte rne pa- reGe mais verosimilhante porque assenta unicamente sobre da- dos fornecidos pela experiência. 29. Toda a enfermidade, que não pertence exclusivamente ao doininio da cirurgia, não provindo senão de um desarranjo particular da nossa força vital, em relação á maneira porque se effectuao as sensações e as acçoes, o remédio homoeopathico suscita nesta força uma perturbação, uma moleslia medicinal ou artificial análoga, mas um pouco mais fórle, que fica em lugar da moléstia natural. Então cedendo ao impulso do ins- tineto a força vital, que não está mais influída senão da af- fecção medicinal, mas que o está um tanto mais que de an- tes, acha-se obrigada a desenvolver maior energia contra esta nova doença; mas a a<çao da potência medicinal que a per- [8] turbou sendo de menos dura, delia não tarda em triumphar a força vital, de sorte que, desembaraçada em primeiro lugar da moléstia natural, ella se livra logo da moléstia medicinal artificial substituída ãquella, e por conseguinte he capaz de restituir a vida do organismo á via de saúde. Esta hypothcse, que he muito verosimilhante, basea-se nas proposições seguintes. 30. Os medicamentos, sem duvida porque de nós depende variar-lhes as doses, parecem ter um poder de perturbar o corpo humano muito superior ao dos perturbadores moibifieos naturaes ; porque as moléstias naturaes são curadas e vencidas pelos medicamentos apropriados. 31. As potências inimigas, tanto phisicas como moraes, que atacão nossa vida, e que se chamão influencias morbifi- cas, não possuem absolutamente a faculdade de alterar a saú- de; nós não adoecemos sob sua influencia senão quando nosso organismo está sufficientemente predisposto a resentir a ac- ção das causas morbificas, e a deixar-se levar por ellas a um estado em que as sensações que experimenta, e as acçoes que executa differem das que tem lugar no estado normal. Essas potências não íazem pois apparecer a moléstia em todos os ho- mens, nem no mesmo homem em todos os tempos. 32. Mas de outra sorte acontece com as potências morbi- ficas artificiaes a que chamamos medicamentos. Com eíTeito, em todos os tempos, em todas as circumstancias um verdadeiro medicamento opera sobre tedos os homens, excita nelles symp- tomas que lhe são próprios, e provoca mesmo alguns que im- mediatamente são sensíveis quando se empregâo grandes doses; de sorte que todo e qualquer organismo humano vivente deve ser em todos os tempos e absolutamente atacado, e de alguma sorte infectado pela moléstia medicinal, o que, como já disse, nao está no caso das moléstias naturaes. 33. Resulta pois incontestavelmente de todas as observações que o organismo humano lem muito mais propensão a deixar- se perturbar pelas potências medicinaes que pelas influencias morbificas e miasmas contagiosos; ou, o que he o mesmo, que as influencias morbificas nao tem senão um poder subordinado e muitas vezes bem condicional de provocar moléstias, em quanto as potências medicinaes o tem absoluto, directo e infi- nitivamente superior. 3Í-. Provocar maior intensidade das m destias artificiar? por [ o ] meio de medicamentos não he comtudo a única condição que se exija para que ellas tenhão o poder de curar as moléstias na- turaes. Antosde tudo he necessário, para que uma cura se ef- f;ctue, que haja a maior semelhança possivel entre a moléstia que^se trata e a que o medicamento tem aptidão de produzir no corpo humano, aíim de queesla semelhança, junta á inten- sidade um pouco mais forte da affecção medicinal, permitta a esta substituir a outra, e tirar-lhe assim Ioda a influencia sobre a forca vital. Tanto isto he verdade que a mesma natu- reza não pôde curar uma moléstia já existente ajuntando-lhe outra disscmelhanle, por mais lortequc seja, e que igualmente o medico não tem tão pcuco o poder de obter curas, quando emprega medicamentos que não são susceptiveis do fa/cr ap- parecer no homem são um estado mórbido semelhanteà molés- tia que pretende curar. 35. Para fazer mais salientes estas verdades, vamos exami- nar três casos diffcrenles ; a saber, a marcha da natureza cru duas moléstias naturaes dissemclhantes que se encontrão reu- nidas no mesmo indivíduo, e o resultado do tratamento me- dico ordinário das moléstias por medicamentos allopalhicos, incapazes de provocar um estado mórbido artificial semelhante aquelle que se pretende curar. Este examo demonstrará, do hum lado. que não está no poder da mesma natureza curar huma moleslia já existente por outra moléstia disscmclhante, ainda mesmo-mais forte; e de outra parte, que os medica- mentos, ainda os mais enérgicos, nao poderião jamais alcançar a cura de qualquer enfermidade, não sendo homoeopalhicos. 36. —I—Se as duas moléstias disseuielhantes que se en- contrão no indivíduo tem força igual, ou se a mais antiga ho mais forte que a outra, a nova será repelida pela que existia de antes c não poderá eslabeleccr-se. Assim um homem já ator- mentado por uma affecção chronica grave não sentirá os ataques de uma disrmteria do outono ou de outra epidemia moderada. Secundo Larrcy a peste do Levante não se manifesta nos lu- gares onde reina o scorbuto, e as pessoas que t«m darlos também não são delia afiectadas. O rachitismo impede o desen- volvimento da vaccina, segundo dizJenner. Hildebrand asse- gura qncus phlhisicos não se resenlem das febres endêmicas, Sw' estas nao são mui violentas. :'>7. Da mesma sorte uma moléstia chronica antiga não cedo ao n odo ordinar o de curativo pelos medicamentos allopa- Ikicrs, ílIo hc. nao produzindo no homem são um estado ana- [ io J logo ao que a caractcrisa. Ella resiste aos tratamentos deste gê- nero, prolongados quesejão por annos inteiros, comtantoque não sejão muito violentos. Esla asserçâo se verifica todos os dias na pratica, e não carece de ser apoiada eui exemplos» 38 —II— Se a nova enfermidade, que se não assemelha à antiga, he mais lorte que esta, ella a suspende até que tenha completado seu curso ou sido curada; mas então a antiga reap" parece. Tulpius nos ensina que duas crianças tendo contra- indo a tinha deixarão de ter accessos de epilepsia a que erão sugeitas, mas que esses accessos voltarão logo que desappare- ceo o exanlhema da cabeça. Schoepf vio a sarna desapparecer com a manifestação do scorbuto, e renascer depois da cura desta ultima moléstia. Cm violento typho suspendeo os pro- gressos de uma phthisica pulmonar ulcerosa, que seguio sua marcha logo depois da cessação da affecção typhoide. A mania qüe se declara n'um phthísico obscurecea phthisica com todos os seus symptomas, mas a moléstia do pulmão reapparece e ma- ta o enfermo se he curada a alienação mental. Quando a escarlatina e as bexigas reinão juntamente, e que ambas ata- cão a mesma criança, de ordinário a escarlatina, já declarada, he supprimida pelas bexigas, que invadem, e só toma de novo seu curso ordinário depois da cura daquellas; comtudo Magnet xiu também as bexigas plenamente declaradas depois de ino- tulação ser suspensas por quatro dias por uma escarlatina que sobreveio, e depois da descansação desta reanimarem-se e per- correr seus períodos ordinários até ao fim. Vio-se até a erupção da escarlatina, no sexto dia de inoculacão, sustar o trabalho inílamatorio desta ultima, e as bexigas não encherem senão quando o outro exanlhema findou seu periodo septcnario. N'uma epidemia a escarlatina appareceo cm muitos inocula- dos quatro ou cinco dias depois da inserção, e demorou, até seu complecto desappareciuento, a erupção das bexigas, que se fez somente então, e que marchou depois regularmente. A verdadeira febre escarlatina de Sydenham , com angi- na, foi obscurecida no quarto dia pela manifestação da vac- cina, que percorreo seus períodos, e somente depois da ter- minação daquclla se vio a escarlatina manifestar-se de novo. Mas, como estas duas moléstias parecem ter força igual, tem- se visto da mesma sorte a vaccina ser suspensa no oitavo dia por uma erupção de verdadeira scarlatina, e sua aureola rubra desmaiar até que ãquella tenha terminado seu curso , mo- mento em que ella o seu retoma e regularmente acaba. Uma vaccina estava a ponto de altingir sua pcifeição, quando ap- pareceo um sarampo, que a deixou immediatamente estado- [ ti ] naria, e depois somente da descamação daquelle poude ella continuar, de maneira que, ao dizer de Horton, ella linha no 16.° dia o aspecto que ao 10.' de ordinário apresenta. Eu mesmo tive occasião de observar uma angina parotidiana desapparecer mal se estabelecia o trabalho particular da vacci- na. Foi somente depois de a vaccina ter findado seu curso e de a aureola rubra dos bolões haver desapparecido, que nova incharão, acompanhada de febre, se manifestou nas glândulas parolidas e submaxilares, e percorreo seu período ordinário de sete dias. He sempre assim com as uiolestias dissemelhantes; a mais forte suspende a mais fraca, se ellas se não compticao juntamente, o que he raro acontecer com moléstias agudas; mas jamais e'las se curão reciprocamente. 39. A escola medica ordinária tem sido ha séculos teste- munha destes fuctos. Ella tem visto a própria natureza impo- tente paia curar uma moléstia por addição de outra, por mais intensa que fosse, quando nao he semelhante á que já existia. E que se hade pensar delia, que nem porisso deixa de tratar as moléstias chronicas por meios allopathicos, isto he por substancias que a maior parte das vezes não podem pro- vocar senão um estado mórbido não semelhante á affecção cuja cura está em problema ? E quando mesmo os médicos- não tivessem até agora observado a natureza com bastante at- tenção, não lhes teria sido possivel julgar, pelos tristes effeitos de seus processos, que estavão n'um.caminho errado, próprio somente a desvial-os de seu fim ? Não comprehendião elles,. que recorrendo, segundo seu costume, a meios allopathicos violentos conlra as moléstias chronicas, não faziâo senão crear uma moléstia artificial não semelhante á primitiva, que sim encobria esta, e a suspendia por todo o tempo de sua própria duração, masque a deixava reapparecer logo que a diminuição., das forças do doente não mais permittia continuar a suplantar o principio da vida pelos vivos ataques da allop.alh.ia? He as- sim c«ue os purgantes enérgicos, e muitas vezes repetidos, lun- pao realmente'bem depressa a pelle do exantbema psorteo; mas quando o doente não pode supportar mais a aflição dis- s,m.elhanic, que violentamente se-tem feito nascer nas entran- has quando se he obrigado a renunciar aos.purgantes, a crup- ção'cutanea reaoparece tal qual existia de antes, ou então a i.sora interna se manisfesta por um symploma lalal qual- quer altento que alem da affecção primitiva, em nada reme- diada o doente agora tem sua digestão perturbada, e suas forças'abatidas. Damcsma sorte quando os médicos ordinários produzem e entretem ulceras na superfície do corpo, crenda [ 12] destruir com -ellas uma affecçiiu chronica, jamais attingem o fim a que se propõe, isto he, jamais curão, porque essas ulce- vas faelicias são totalmente estranhas, c allopathicas ao mal interno. Com tudo, como a irritação causada por muilos cau- terios he um mal, posto que dissemelhante, superior ao estado mórbido primitivo, acontece ás vezes que ella acalma aquelle por algum tempo; porOm não íaz senãususpcndel-o, e enfra- quecer g.adualmente o enfermo. Uma epilepsia, que por mui- tos annos tinha sido suprimida por cauterios, reappárecia cons- tantemente, e mais violenta sempre, quando se procurava sup- primir o exutorio, como attestão Pechlin e outros, Mas os pur- gantes não são mais allopathicos relativamente á sarna, ou os cauterios em relação à epilepsia, do que a mistura de ingre- dientes desconhecidos de que se usa na pratica vulgar o sao relativamente ás outras inumeráveis fôrmas de enfermidades. Essas misturas não fazem senão enfraquecer o doente e suspen- der o ma! por um lapso de tempo mui curto sem poder cu- ral-o, além de que seu emprego repetido jamais deixa de ajun- tar novo estado mórbido ao antigo. 40.—III—Pôde acontecer também que a nova enfermida- de, depois de ter obrado por muito (empo sobre o organismo, venha alliar-se com a antiga affecção, apesar da falta de se- melhança entre ellas, c que dahi resulte uma moléstia com- plicada, de tal sorte comtudo que cada uma oecupe uma re- gião especial no organismo, eque abi se estabeleça nos órgãos que lhe convém, abandonando os outros á contraria. Assim um syphilitico pôde tornar-se sarnoso, e reciprocamente. As duas moleslias sendo dissemelhantes cilas nao poderião aniquilar- se, nem curar uma a outra. Os symptomas venereos se acal- mão no principio, quando a erupção psorica começa; mas com o tempo a moleslia venerea sendo ao menos tão forlo. como a sarna as duas affecções se allião , isto he , cada uma se ampara unicamente das partes do organismo que lhe são apropriadas, e o sugeito fica por isso mais doente q mais diflicil de curar. Em caso de concorrência de duas moléstias agudas contagio- sas, que não tenhão semelhança entre si, por exemplo a vaiio- la e o sarampo, ordinariamente uma suspende a outra como fica dito. Comtudo tem acontecido n'«;iquinas epidemias, cm casos raros, duas moléstias dissemelhantes invadirem simulta- neamente o mesmo corpo, c por assim dizer complicarem-se uma a outra por curto espaço à>, te.opo. N'uma epidemia, cm quo as bexigas e o sarampo rcinavao juuíamente, houveráo trezentos cases cm que uma das duas moleslias suspendeu a [ 13 ] outra, cm que o sarampo não appareceo senão vinte dias de- pois da erupção das bexigas, c estas dezcsete ou dezoito dias depois daquellc, isto he depois do curso total da primeira en- fermidade; mas um caso houve em que P. HusseJ encontrou simultaneamente estas duas enfermidades dissemelhantes no mesmo indivíduo. Hainey observou a varíola e o sarampo jun- tos em duas meninas. J. Maurice diz não ler encontrado senão dous fados deste gênero na sua pratica Enconlrão-se exem- plos semelhantes em Ettmuller e mais a'guns outros. Zencker vio a vaccina seguir seu curso ordinário junto com o sarampo e a febre miliar purpurea, c Jenner percorrer a vaccina tran- qüilamente seus períodos no meio de um tratamento mcrcurial dirigido, contra a syphilis. 41. As complicações ou coexistoncias de muitas nvdeslias no mesmo indivíduo, (|ue resulfão de um longo uso de me- dicamentos não apropriados, e devem sua existência aos de- sastrados processos da medicina ídlopathica vulgar, são infinita- mente mais freqüentes que as produzidas pela natureza. Repe- tindo incessantemente remédios, que não convém, termina-se por addicionar á moleslia natural qu,..! houve em vista curar novos estados mórbidos, ás vozes bem teimosos, que os remé- dios provocâo cm virtude de suas faculdades especiaes. listes estados não podendo curar por uma iriilação análoga, isto lie, por homo.eopal!iia, urna affecção chronica, com que nao tem semelhança, pouco a pouco se associão a esta ultima, e addicio- não desta arte uma nova moléstia factícia á que já existe, de sorte que o sujeito fica dobradamente enfermo, e muito mais diflicil de curar, ás vezes mesmo incurável. Muitos fados, con- signado:; rios j orna es e nos tratados do medicina, vem apoiar esta a-serção. Ainda se depara com uma prova mais nos casos freqüentes cm que a moleslia cancrosa veoerea. complicada sobre tudo com a affecção psorica, e mesmo com a gouorrea ç- a sycose, longe de ser curada por tratamentos longos, c reiteradas doses consideraveisdo preparações mercuriaes mal es- colhidas, persiste no organismo a par da moléstia mcrcurial chronica, que a pouco e pouco se desenvohc, e com ella forma uma monstruosa complicação, designada pe'o nome de syphilis larvada, que se não ho absoiucíamouie incurável não pôde ao menos voltar ao Catado de saúde senão com as maiores difli- culdadcs. 45. A própria natureza, como já disse, permitte algumas vezes a coincidência de duas ou f res moléstias spontaneas no mesmo indivíduo, Vias he necessário notar que esta complicação não [ 14] tem lugar senão com moléstias dissemelhantes, que, segundo as leis eternas da natureza, se nao podem abaler e curar reci- procamente. Ellaseiffcctua, segundo parece, de maneira que as iluasou três moléstias repartem entre si, porassim dizer, oorga- nismo, e cada uma oecupa as partes que melhor convém; par- tilha esta que pôde fazer-se sem prejudicar a unidade da vida, por causa da íalta de semelhança entre essas enfermidades. 43. Outro porém he o resultado quando duas moléstias se- melhantes vem ajuntar-se no organismo, isto he, quando a moléstia já existente vem ajuntar-se outra mais forte que Iho he semelhante. He então que se percebe como acura pôde operar-se pela natureza, e como o homem deve proceder para curar. 44. Duas moléstias que se assemelhão não podem repelir-se mutuamente, como na primeira das três hypolheses preceden- tes, nem uma suspender a outra, como na segunda, de sorte que a antiga reappareça depois de debelada a nova, nem em fim, como r,a terceira existir a par uma da outra no mesmo sujeito, e formar uma moleslia dupla ou complicada. 45. Não ! duas moléstias que diffcrem uma da outra em- quanto ao gênero, mas que muito se assemelhão em quanto á sua manifestação e seus effeitos. isto he, symptomas e soflrimen- tos que determina, sempiese aiiniquiüão reciprocamente quan- do se encontrão no mesmo organismo. A mais forte destroe a mais fraca. Este phenomeno não he diflicil de conceber. A moléstia mais forte quesobrevém, tendo analogia com a antiga na maneira de obrar, invade, e mesmo de preferencia aspades que tinha alé então atacado ota ultima que, mais que cila fraca, se extingue, não mais achando onde uxercer sua acli- vidade. Por outras pdavras. desde que a foiça vital, peiiu;- bada por uma potência morbifica, hc atacada por uo\a pote; - cia forte análoga, mas superior cm energia, ella nao sente mais que a impressão de4a só, c a precedente, reduzida á condi- ção de uma simples força sem matéria, de\e cessar de exercei uma influencia morbifica, c portanto anniquilai -se. 46 Podcriâo cilar-re muitos exemplos de moléstias que a natureza tem curadobomoeopathicaiiieiite por outras moléstias provocando svmptomas semelhantes Mas querendo-se fados precisos o a abrigo de contestação ho necessário lerem vi-la somente o pequeno numero de moléstias sempre semelhantes que nascem de um miasma permanente, o que, por esla ruzJio, sa.j dig-iu, de receber um nome particular. [ 15 ] Entre estas affecções se apresenta em primeiro lugar a va- ríola tão famosa pelo numero e intensidade de seus sympto- mas, e que tem curado uma multidão de males caracterisados por symptomas semelhantes aos seus. Ophtalmias violentos atè a abolição da vista são acci- dentes dos maiscommuns das bexigas. Ora Dezorteux e L. Va- lentim e Leroy referem cada um um caso de ophtalmia chro- nica que foi curado perfeita e duravelmente pela inoculação. Uma cegueira que datava de dous annos e que tinha sido causada pela repercussão de uma tinha cedeo completamente á varíola, segundo diz Klein. Quantas vezes acontece que as bexigas oceasionão surdez e dyspnea? J. F. Closs as viu curar estas duas affecções quando chegarão a seu máximo de intensidade. Uma tumefacção muito considerável dos testículos he um symptoma freqüente da varíola Também se ha visto segundo Klein este exanthema curar homoeopathicamente uma entumecencia volumosa e du- ra do testículo esquerdo, resultantede uma constricção. Umen- gorgitamento análogo do testículo foi por elle curado debaixo das vistas de outro observador. Conta-se uma espécie dedysenteria no numero dos funestos accidentes que produzem as bexigas: he por isso que esta affec- ção curou homoeopaticamente a dysenteria n'um casp refe- rido por F. Wendt. Ninguém ignora que quando a variola sobrevem á inserção da vaccina destroe logo homoeopaticamente esta, e lhe não permitte chegar à sua perfeição, tanto porque tem mais força, como porque muito se lhe assemelha. Mas, pela mesma razão, quando a vaccina está próxima de sua materidade. sua grande semelhança com a variola faz que homoeopaticamente ella di- minua, c ao menos abrande-a muito, quando vem a declarar- se, o lhe imprime um caracter mais benigno, como otestemu- nhão Muhry, e muitos outros autores. A vaccina, além das pústulas preservativas de variola, pro- voca ainda uma erupção cuta.iea d'outra natureza. Este exan- thema consiste em botões conicos. ordinariamente pequenos, raras vezes grossos e supurantes, seccos, repousando sobre au- r*olas rubras pouco extensas, muilas vezesentremeadas de pe- quenas manchas arredondadas, rubras, e acompanhadas ás vezes da mais viva comichão. Em muitas crianças precede mui- tos dias a apparição da aureola rubra da vaccina, mas a maior parle das vezes declara-se depois, edesapparece no fim de al- guns dias deixando na pelle pequenas manchas rubras o duras. He em razão de sua analogia com este outro exanlhema, que a vaccina logo que tem pegado faz homoeopaticamente desap- [ 16 ] parecer de uma maneira durável e completa as erupções cutâ- neas, ás vezes muito antigas o encommodas, que existem nas crianças, como attesta grande numero de observadores. A vaccina cujo symptoma principal lio causar inchação no braço, tem curado depois de sua erupção um braço entu- mecido e meio paralysado. A lebre da vaccina, que sobrevém na época cm que se forma a aureola rubra, curou homoeopathicainente duas febres in- termitentes, segundo nos diz Hardcge; o que confirma a ob- servação já feita por J. Hunter que duas febres (ou mo- léstias semelhantes) não podem subsistir juntas no mesmo corpo. O sarampo e acochcluche tem muita semelhança entre si no que diz respeito á febre e caracter da tosse. Também Bos- quillon observou, n'uma epidemia em que estas duas moléstias reinavâo juntas, que entre as crianças que tinhão tido sarampo muitas se encontravão que não soffrião cocheluchc Todas le- rião sido preservadas , e para sempre inaccessiveis ao contagio do sarampo, se a cocheluchc não fosse uma moléstia que só em parte se assemelha ao sarampo, isto he, se c Ia tivesse um exanthcma análogo ao desta ultima enfermidade; eis abi por- que não pode garantir homoeopathicaincnte da cochelucbe se- não um certo numero de crianças, e o não pode fazer cm quanto dura a epidemia presente. Mas quando o sarampo encontra uma moleslia que se lhe assemelha no seu principal symptoma, o exanthcma, elle pode sem contradicção aniquila-la, e a curar homoeopaihicainenlc. lie assim que foi curado um dartos chronico do uma maneira prompta, perfeita, e durável pela erupção de um sarampo, como observou Kortum. Uma erupção miliar que desde se s annos cobria a face , o pescoço, e os braços, onde causa-a ardor insuportável, c que se renovava com as mudanças <'e tempo, foi reduzida pela apparição do sarampo a uma simples inchação de pelle ; depois da cura do sarampo a erupção mi- liar se achou curada e não mais apparecco. 47. Nada melhor pode ensinar ao medico, de mais clara maneira e mais persuasiva, qual he a escolha a fazer entre as potências capazes de suscitar moléstias artificiaes (os medica- mentos) para curar de uma maneira certa, prompla, c durá- vel , segundo as leis da natureza. 4S. Todos os exemplos que vem de ser apontados fazem v*"r que nem os esforços da natureza , nem a arte do medico po- derão jamais curar um mal qualquer por uma potência mor- bilica di^ciucihanlc por nmis enendea que seja . c que a cura t»] tiSo he exeqüível senão por uma potência morbifica apta para produzir symptomas semelhantes um tanto mais fortes. A causa está nas leis eternas e irrevogáveis da natureza, que tem sido até hoje desconhecidas. 49. Nós encontraríamos maior numero destas verdadeiras curas homoeopathicas, se, de um lado, os observadores tives- sem prestado attenção a estes phenomenos, e se, do outro , a natureza tivesse á sua disposição maior numero de moléstias capazes de curar outras homoeopathicamente. 80. Apropria natureza quasi que não tem outros meios homoeopathicos à sua disposição alem das moléstias miasmati- cas pouco numerosas, que renascem sempre semelhantes a si mesmas, como a sarna, o sarampo, a variola. Mas destas po- tências morbificas umas, a variola, o sarampo, são mais pe- rigosas e mais temíveis que o mal a que poderião dar remédio, e a outra , a sarna , exigia ella mesma , depois de haver con- seguido uma cura, o emprego de meios capazes de a seu turno a anniquilar; circunstancias estas que tornão diflicil, incerto e perigoso o emprego de taes meios como homoeopathicos. E de mais quão poucas moléstias haverião que achassem seu remé- dio homoeopathico na variola , no sarampo , na sarna etc. ! A natureza não pode pois curar mais que um pequeno numero de moléstias por seus meios aventureiros Delles se não servo sem perigo para o doente, porque as doses destas potências morbificas não são, como as dos medicamentos, susceptíveis do attenuação segundo as circunstancias; epara curaraantiga mo- léstia análoga de que o homem he tocado, cilas o açabrunhao com o pesado e perigoso fardo da moléstia toda inteira, vario- lica, rubolica, ou psorica. Com tudo tem-se visto que esso encontro de moléstias semelhantes tem produzido beijas curas homoeopathicas, que são outras tantas incontestáveis provas em apoio desta grande e única lei therapeulica da natureza : Curai as moléstias com medicamentos produzindo symptomas semelhantes aos dei Ias. 51. Estes fados terião bastado já para revelar ao gênio do homem alei que acaba deser annunciada. Mas vede que vantagem leva o homem a uma natureza grosseira , cujos actos saoirrellcciidos! Como os medicamentos espalhados por toda a creaç.o multiplicão as potências morbificas homoeopathicas do que elle pôde dispor para alivio de seus irmãos que sof- rem! Ali encontra meios de fazer nascer estados mórbidos Mo variados como as innumeiaveis moléstias naturnos a que elles [ 18 ] devem servir de remédios homoeopathicos. São potências mor- bificas cuja força se acalma por si mesma depois de operada a cura, e que não reclamão , como a sarna , outros meios para a seu turno ser curadas. São influencias que o medico pode atenuar indefinidamente, e cuja dose pode diminuir até ao ponto de lhes deixar força unicamente um pouco superior á da moléstia natural semelhante ., cuja cura tem de operar. Com tão preciosos recursos nenhuma necessidade ha de ata- ques violentos contra o organismo para extirpar um mal an- tigo e pertinaz e a passagem do estado de sofrimento ao de saúde durável se faz de uma maneira suave e insensível, posto que muitas vezes rápida. 52. Depois de exemplos de tão palpável evidencia im- possível he a todo o medico, que raciocina, insistir ainda na applicação do methodo allopathico ordinário, no emprego de medicamentos , cujos effeitos nenhuma relação directa ou homoeopatica tem com a moléstia, e que atacüo o corpo em suas partes menos doentes provocando evacuações . contra irrita- ções , derivações etc. He impossível que elle presista na adop- ção de um methodo que consiste cm provocar , á custa das forças do doente , a manifestação de um estado mórbido diffe- rente da affecção primitiva por doses elevadas de misturas em que entrão medicamentos pela maior parte desconhecidos. O uso de semelhantes misturas não pode ter outro resultado a ôm do que se deduz das leis geraes da natureza, quando uma moléstia differente se ajunta a outra no organismo humano, isto he, a aíTecçno longe de ser curada he pelo contrario sem- pre agravada. Três elíeitos podem então ter lugar : 1.° Se o tratamento allopathico, posto que mui prolongado, he brando a moléstia natural ficará no mesmo estado , e o doente terá somente perdido suas ío:ças , porque , como já vio:os, a affec- ção que exislia anligameute no corpo não permittirà a outra affeoção dissemelhante , que fòr mais fraca, estabelecer-se. 2." Se os remédios allopathicos atacão a economia com violência, o mal primitivo parecerá ceder por algum tempo, c reappire- cerá, animado ao menos da mesma força, logo que fjr inter- rompido o tratamento, porque, comoqá dissemos, a nova mo- léstia sendo íorte por algum tempo faz calar e suspende a mais fraca e dissemelhante que antes delia existia. 3.° Em fim se as potências allopathicas sao empregadas em doses muito elevadas e por muito tempo, semelhante tratamento , sem curar jamais a moléstia primitiva, não fará mais que uddicionar moléstias Indicias, e tornará a cura mais diflicil de obter, porque, como vimos, quando duas affecções chronicas dissemelhantes e de [ 19 ] igual intensidade se encontrão. ellas lomão sede uma a par da outra no organismo e se estabelecem nelle simultaneamente. 53. As curas verdadeiras e suaves tem pois lugar somente pela via homoeopathica. Esta via, como nós temos reconhe- cido, consultando a experiência e raciocinando, he a única pela qual a arte pode curar as moléstias da maneira mais certa, mais rápida e mais durável, porque assenta sobre uma lei eter- na e infalível da natureza. 5^. Já precedentemente fiz notar que única verdadeira he a via homoeopathica, porque das três únicas maneiras de eu pre- gar os medicamentos contra as moléstias não ha senão esla que conduza em linha recta a uma cura suave, segura e durável, sem prejudicar o enfermo, sem o enfraquecer. O methodo ho- moeopathico puro he tão seguramente o único pelo qual a arte do homem pode obter curas como he certo que senão pode tirar mais de uu;a recta de um a outro ponto. 55. A segunda maneira de empregar os medicamentos nas, moléstias, aquclla a que chamo allopalhica ou hetcropalhica he a que tem sido mais geralmente adoplada até ao presente. Sem nenhuma relação com o que he propriamente enfermo no corpo, cila ataca as parles que a moléstia mais tem poupado* para derivar ou atlrair o mal para ellas. Já tratei deste me- thodo na introducção; não fallarci mais delle. 56. A terceira e ultima maneira de empregar os remédios , contra as molesiias he a nntipalliicn, rr.antiopathica , ou palia-* tiva. He ãquella pela qual os médicos tem até hoje melhor con- seguido figurar de haver aliviado os enfermos e sohre a qual mais contão para captar-lhe a confiança illudindo-os com um alivio momeiitano Nós vamos demonstrar quanto cila he- pouco oíicaz, e ainda mesmo até que ponto he nociva nas moléstias que não tem uma marcha mui rápida Na verdadu he a única cousa que na execuç io do plano de tratamenlo dos allopathas se refere a uma parte dos sofrimentos causados pela moléstia natnial. Mas em que consiste semelhante referencia? Nós vamos \ér que ella he tal que precisamente he isto que de- veria evitar se si se quizesse nao enganar os doentes, não fa- zer escarneo dei cs. f>7. Um medico vulgar que quer proceder segundo o metho- do antipathico não dá attencfso senão a um symptoma aquello de que o doente se queixa mais, c despreza lodosos outros poj* [ 20 ] mai* numerosos que sejáo. Prescreve contra o lymptoma um remédio conhecido por produzir o efleito directamcnte con- trario , porque, segundo o systema contraria conlrarus, pro- clamado ha mil equinhentos annos pela antiga escola, este re- médio he aquelle de que deve esperar o soccorro (paliativo) mais pronipto. Assim elle dá fortes doses de ópio contra as dores de toda a espécie, por que esta substancia embola ra- pidamente a sensibilidade. Prescreve a mesma droga contra as diarreas porque em pouco tempo ella suspende o movi- mento peristaltico d > canal intestinal , que ella torna insen- sível. Adminisíra-a igualmente contra a insomnia porque ella promptarnente faz cahir n'um estado do torpor, e atordoamen- to. Emprega purgantes quando o doente está muito tempo atormentado de falta de deífecção. Faz mergulhar a mão quei- mada e;n agoa fria que parece tirar de repente e como por encanto as dores da queimadura. Quando um doente se quei- xa de ter írio e de faltar-lhe o calor vital elle o manda entrar n'um banho quente e immcdiatamente o aquece. AqueUe que .se queixa de fraqueza habitua1 recebe logo o conselho de be- ber vinho , que logo o rcanima e parece fortalecer. Alguns outros meios antipathicos, isto ho, opposlos as ymptomas, são igualmente postos em patica : comtudo além destes que acabo de enumerar, poucos ha mais porque o medico ordinário não conhece os effeitos primitivos senão de muito pequeno nu- mero de medicamentos. o'->. Não insistirei sobre o vicio que tom este methodo. do não atle::d-r senão a um sy< píon a , e por conseguinte a uma pequena parle do todo, proceder do qual nada se deve evidentemente esperar para alivio da totalidade dos sympto- mas. que heaun ca couca a que o doente aspin. Eu inlcrroga- i■■•: comtudo a experiência para sabei' deüa se de entre os casos cm que assim se ha feito unia applicação anlipathica de medi- camentos contra uma mo'estia chronica ou continua poderá c"tar me um só cm que o alivio passageiro que se obícm nào íenba sido seguido <'e » »n'f.sta agravaçao não só do symp- toma avim palia.];) mas te.:;.bem da mde-lia toda inteira. Oia todo que tem o!> "rvado com alterçlo concordão em dizer quo depois deste ligeiro alivio antipalhico que nHo duia muito tem- po, o esiado do doente pena sempre o ve.n excepção . po f > que o mc-ilic-» vulgar procure de ordinário explicar c to c.i- fieri e pcora a'tiihuindo-a á mafgmdade da moleslia primiti- va, ou á manüdinçao de uma moie.-.tia nova. ^9. J-ímiis "f ha tratado «rmpfoma a'gum grave de uma [ 21 ] moleslia continua por laes remédios oppostos e paliativos sem que algumas horas depois o mal tenha reapparecido eviden- temente agravado. Assim para dissipar uma tendência ha- bitual ao somno dava-se café, cujo effeito primitivo era des- pertar, mas logo que esta acção era esgotada a propensão para o soinno reapparecia como d'antes. Quando um homem era sugeito a insomnias, sem attender a nenhum outro symp- toma da uolestia , fazia-se lhe tomar, ao deitar-se, ópio, que, em virtude de sua acção primitiva lhe produzia por essa noite um somno de atordimento e tqrpor, mas a insomnia se tornava ca Ia vez mais teimosa nas seguintes noites. Oppunha- se o ópio ás diarreas chronicas, sen attender aos outros symp- tomas, por que seu cüeito primitivo ho resecar o corpo, mas as dijecçoes depois de suspensas por algum lempo rcappare- cião mais fataes que d"antes Dores vivas e vindas por accessos freqüentes se acalmavao momentaneamente debaixo da in- fluencia do ópio, que embota a sensibilidade; mas cilas já- m.iis deixavão de renovar-se mais violentas, ás vezes mesmo em gráo insuportável, ou então erão substituídas por outro mal ainda mais perigoso. O medico vulgar nada de melhor conhecia contra uma antiga tosse , cujos accessos vinhão prin- cipalmente de noite, que o ópio, cujo elTeito primitivo he acalmar toda a irritação; podendo acontecer que o doente sen- tisse alivio na primeira noite , mas renascendo a tosse nas noi- tes seguintes mais que nunca íatigante. appareccndo febre e suores nocturnosse o medico se obstinava cm combatei-a com o mesmo paliativo augmentando gradualmente as doses. Tem- se julgado poder dissipar a ftaqueza da bexiga e a relensão de ourina que se lhe segue administrando a tinclura de canthari- das que estimula as vias ourinarias; disto resultão na veidade a principio algumas evacuações forçadas de ourina, o as a be- xiga vem a ficar depois menos irritavcl , menos susceptível de contrair-se, e está em vesporas de cahir cm paralysia. Tem- se lisongeado de poder combater uma disposição inveterada á resecaçiocom purgantes em aita dose que provocão abundan- tes e freqüentes dijecçoes ; mas este tratamento tem por effeito secundário tornar o ventre ainda mais resecado. Lm me- dico vulgar aconselha beber vinho para ía/er desapparecer uma fraqueza chronica , mas este liquido não estimula se- não por a'gum tempo de seu effeito primitivo e a reacção que se segue teu em resultado enfraquecer ainda mais as forças. Espe1 a-se aquecer e fortificar um estômago frio e perguiçoso com amargos c especierias mas o effeito secundário destes pa- liativos , que só excit o durante sua seção primitiva, he nug- mentar ainda a inacçãado. fa víscera Imaginou-se que os ba- [ 22 ] nhos quentes convinhIo para remediar a falta habitual de ca- lor vital ; mas, sahindo da agoa, os doentes ficão ainda mais enfraquecidos , mais difficeis de aquecer e mais frioren- tos do que estavão A immersão na agoa fria alivia instanta^ neamente as dores causadas por uma forte queimadura, porém depois esta dor augmenta a um gráo incrível, a inflamação se estende ás partos visinhas e adequire muito maior intensi- dade. Pretende-se curar uma sequidão chronica do nariz por sternutatorios que excitão a secreção das muscosidades nasaes e não se nota que em ultimo resultado este methodo acaba sempre por agravar o accidente a que se pretende pôr ter- mo. A eletricidade e o galvanismo . potências que a princi- pio excercem grande influencia sobre o movimento muscular, reslituem promplainentea faculdade deobrar a membros enfrar quecidos ha muito e quasi paraliticos; mas o effeito secun- dário he o aniquilamento absoluto de toda a irritabilidade muscular e uma paralysia completa A sangria he própria. para fazer cessar o afluxo habitual de sangue para a cabeça ; mas segue-se sempre a seu emprego subir o sangue em maior abundância as partes superiores. A única cousa que o com- mum dos médicos sabe oppôr ao abatimento quasi paralylico do physico e do moral, symptoma predominante em muitas es-» peces de typhos , he a valeriana. em altas doses , porque esta planta he um dos mais poderosos estimulantes que se conhe-* ce . mas tem-lhes escapado que a excitação produzida pela valeriana he um puro eíTeito primitivo . eque depois da reac- ção do organismo, o torpor, ca impossibilidade de obrar, isto he a paralysia do corpo eo enfraquecimento do espitito aug- menlão infalivclmentc : elles não tem visto que os a quem se tem prodigamado a valeriana, em semelhante caso opposla ou antipathica, são precisamente aquelles que a morte ceifa quasi f.e um golpe. Quando o pulso he pequiMO , c freqüente, nas cachcxias. os médicos da antiga escola cíiegão a demoral-o por algumas horas com'uma doso de digital purpurca, cujo eíTeito primitivo he afrouxara circulação; mas o pulso não tarda a tomar a me^ma íige:i'e:.:a que de antes; repelidas dosee cada vez mais fortes de digital cada vez menos aproveitio e finduo por não poder mais afrouxal-a ; e longe disso o numero das puls ções tirna S3 incalculável durante a reacção, o somno so perde com o apetite e forças , c prompta morte he inevital , íc a mania senão declara. N'uma palavra, a escola antiga ja- mais contou quantas vezes acontece aos medicamentos antipa-i tüicos ter por effeito secundário o augmento do mal ou mes- mo agiota rmnsa do peor, mas a experiência nqs tem dado, provas capais de fizer nos estremecer. [â3] GO. Quando estes fataes resultados, que naturalmente se devem esperar de medicamentos antipathicos, se manilestao; o medico vulgar julga que se sahe bem administrando uma dose mais forte cada vez que o malaugmenla. Mas daqui se nao segue mais que um alivio passageiro; e da necessidade de tíugmentar continuadamente a dose do paliativo resulta, umas vezes que outra moléstia mais grave se declara , outras que a vida he posta em risco , ou que o doente suecumbe. I orem jamais desta maneira se obtém a cura de um mal existente ha teuipo , ou , com maior razão , inveterado. 61 Se os médicos tivessem sido capazes de reflectir sobre os tristes resultados da administração de remédios ant.patlucos , de que o outro (effeito primitivo) ; mas tire-sc da água e aii.mpo-se bem tornar-se-ha não só mais quente que o outro, mas até mesmo abrasado, rubro e infla- mado (effeito secundário'.. O café forte nos estimula a princi- pio ! efleito primitivo1', ma-depois nos produz um pezo, e um.a tendência ao somno effeito secundaiio ) (jue muito tempo dura se a não com.bate-nos p r algum tempo de uma maneira t 25 ] puramento paliativa tomando novas porções de café. Depow do haver obtido somno ou antes um atordoamento prolundo por meio do ópio (effeito primitivo) muito mais custa a ador- mecer na segunda noite (eíTeito secundário). A* resecacão pro- vocado pelo ópio (effeito primitivo), segue-se a diarrèa i.etlei- lo secundário) , c às evacuações provocadas pelos purgantes (effeito primitivo) uma resecacão que dura muitos dias (elTeito secundário). Assim he que ao effeito primitivo de altas doses de uma potência que modifica profundamente o estado de um corpo são, a força vital pela sua reacção jamais deixa de op- por um estado directamente contrario, quando algum pode la- zer declarar-se. 66. Mas concebe-se bem que o corpo são não dá signal algum de reacção em sentido contrario, depois da acção de uma dose frac;> e homoeopatica das potências, que mii- dâoomodo da sua vitalidade. He verdade que mesmo uma pequena dose de todos esses agentes produz effeitos primitivos apreciáveis por quem lhes dá a necessária atlençao ; mas a reacção que exerce depois o organismo não excede jamais o gráo necessário ao restabelecimento do estado normal. 67. Estas verdades incontestáveis, que por si se nosapre- sentão quando interrogamos a natureza e a experiência, ex- plicão de um lado porque o methodo homoeopathico he tão vantajoso em resultados e de outro lado quanto he absurdo aquelle que consiste em tratar as moléstias por meios anti- pathicos e paliativos. (23) 68. Nós vemos na verdade examinando o que se passa nas curas homoeopathicas que as infinitamente pequenas doses , que bastão para vencer e destruir as moléstias naturaes, pela analogia existente entre os symptomas deslas ultimas e os dos medicamentos , deixao no organismo, depo-s da extineção da moléstia primitiva , uma ligeira affecção medicinal que subsiste depois daquella. Mas a exiguidade das doses torna esta moleslia tão ligeira, passageira e susceptível de se dis- sipar por si mesma , que o organismo n.o carece de desenvol- ver contra cila uma reacção superior á que he necessária para elevar o estado presente ao gráo habitual de saúde, isto he , para restabelecer esta completamente. Ora todos os symptomas da moléstia primitiva sendo exibidos nao Iho são necessários grandes esforços para o conseguir. V. 65) 6(> Mas o contrario lem precisamente lugar no mclhodu h [ 26 ] anlipathico ou paliativo. O symptoma medicinal opposto pelo medicamento ao sympto r.a mórbido (como o entorpecimento que constitue o efleito primitivo do ópio , opposto a uma dor aguda) não he totalmente estranho e allopathico a este ul- timo, lia entro osdous sympto ruas uma relação evidente . mas inversa. O aniquilamento do symptoma mórbido deve ser effectuado aqui por um symptoma medicinal opposto. Ora eis o que he impossível. íle verdade que o remédio antipathi- co obra precisamente sobre o ponto enfermo do organismo , tao bem como o faria um remédio homoeopathico ; mas elle se limita a cobrir por assim dizer o symptoma mórbido na- tural, e a tornal-o insensível por certo tempo. No primeiro instante da acção do paliativo o organismo não soffre acçao alguma desagradável nem da parte do symptoma mórbido nem do symptoma medicinal que parecem ter-se anniquila- "o reciprocamente e neutrdisado por uma maneira, por as- sim dizer, dynamica. He o que acontece, por exemplo, á dôr e á faculdade torpente do ópio , porque logo o organismo parece são não experimentando sensação dolorosa, nem en- torpecimento. Mas o symptoma medicinal opposto não po- dendo oecupar no organismo o imsmo lugar da enfermidade existente, como acontece com o methodo homoeopathico, em que o remédio provoca uma moléstia artificial semelhante á natural, e somente mais forte que eila, a íorça vital não po- dendo portanto achar-se aífectada , pelo medicamento em- pregado, de uma moléstia nova semelhante áquella que a atormentava até então, esta u'lima não he reduzida ao na- da. A nova moléstia torna com efleito o organismo insensível e nos primeiros momentos por uma espécie de neutralisação dynamica [2'i) se assim nos podemos explicar; mas ella mes- ma nao tarda a extinguir-se como toda a affecção medici- nal, e então nao somente deixa ella a moléstia no mesmo es- tado em que estava d'antcs, mas ainda, não podendo os pa- liativos ser já mais dados senão em grandes doses para produzir y apparente allivio, ella poe a força vital na necessidade de pro- duzir um estado opposto (V 63 e6o; aquelle que tinha pro- vocado o medicamento paliativo, de determinar um effeito contrario ao do remédio, isto he, de fazer nascer um estado tle cousas análogo á moléstia natural ainda não destruída. Lo- go esta addição proveniente da mesma força vital (a reacção cortia o paliativo) não pode deixar de augmentar a intensi- dade e a gravidade do mal. 2o) Assim o symptoma mórbido p.rloda moléstia i se aggrava logo que o paliativo tem termi- nado seu cffe.ío, la.ilo mais quanto o paliativo f.;i administra- do v iu d >s«:> m;i;s «levadas. Para uao sahir dn exemph de [ 27 ] que já usámos , mais a quantidade de ópio dada para acalmar a dor tem sido avultada, mais também a dòrsc augmenta além de sua violência primitiva depois que o ópio leu» deixado de obrar. (26~) 70. Depois do que vem de dizer-se não se poderião desco- nhecer as seguintes verdades : 1.° O medico não tem a curar oulra cousa mais que os sofTri- mentos do enfermo e as alterações do rylhmo normal que são apreciáveis pelos senlidos, isto he , a totalidade dos sympto- mas pelos quaes a moléstia indica o medicamento próprio a remedial-a; todas as causas internas, que se poderiáo attri- huir a esta moléstia, todos os caracteres oceultos, que se que- reria assignar-lhe, todos os principios materiaes do que a quererião fazer dependente, serião outros tantos sonhos vãos. 2.° A perturbação, que chamamos moléstia, não pode ser convertida em saúde senão por outra perturbação provocada por meio de medicamentos. A virtude curativa destes últimos consiste pois unicamente na mudança que elles fa/em soffrer ao homem, isto he. na provocação de symptomas mórbidos especí- ficos. A experiência feita sobre individuos sãos he o melhor. e mais puro meio de reconhecer esta virtude. 3.° Segundo todos os fados conhecidos he impossível curar uma moléstia natural por meio de medicamentos que pos- suem por si mesmos a faculdade de produzir, no homem são, um estado mórbido ou um symptoma medicinal dissime- Ihanlc. O methodo allopathico não consegue jamais cura real. A mesma natureza jamais opera cura em que uma moléstia seja anniquilada por uma segunda moléstia dissemelhante addicionada ãquella,. por mais forte que seja esta nova affecção. ri.° Todos os lados se reúnem lambem para demonstrar que um medicamento susceptível de fazer apparecer, no homem são, um symptoma mórbido opposto á moléstia que se trata de curar nao produz senão um allivio passageiro n'uma moléstia já antiga, jamais lhe opera a cura, e deíxa-a sempre reappa- recer depois de certo tempo mais grave que d'antes. O me- thodo antipathico e puramente paliativo hc pois absolutamente contrario ao fim que se tetu em vista nas moléstias antigas e de alguma importância. "í.0 O terceiro uielhodo, o único qoe fica a que possa re- [ 28 J r.irrer-se, o homoeopathico, que, calculando bem a dose » emprega contra a totalidade dos symptomas de uma moléstia natural um medicamento capa/ de provocar no homem sao symptomas tão semelhantes quanto possivel aos que no doen- te se observão, lie o unico realmente salutar, o unico que ítimiquila as moléstias ou as aberrações puramente dynamicas da foiça vital, de uma maneira facil, completa e durável. A piopria natureza nos dá exemplos neste sentido, em certos ca- sos fortuitosem que. ajuntando a uma moléstia existente ou- tra nova que se lhe assemelha a cura com proirtplidão « para sempre. 71. Como não pode mais duvidar-se de que as moléstias do homem consislão em grupos de cerlos symptomas, a pos- sibilidade da os destruir por medicamentos, isto he, de restabe- lecer a saúde, fioi de toda a verdadeira cura, depende unica- mente da facudade inherenle ás substancias medicinaes do provocar symptomas mórbidos semelhantes aos da affecção natural, e a marcha que se deve seguir nos tratamentos re- duz-se aos tres pontos seguintes: 1.° Por que via o medico chega a conhecer o que tem ne- cessidade de saber relativamente á moléstia para poder empre- bender a cura?. 2." Como deve el'e esludar os instrumentos destinados á cura das moléstias naturaes, islo hc, a potência morbifica dos medicamentos? 3." (Jual he a melhor maneira de applícar estas potências morbificas artificiacs (medicamentos) na cura das moléstias? 72. O primeiro pon';o exige que entremos primeiro em con- siderações geiaes. As moléstias dos homens lôrmão duas clas- ses. Umas são operações rápidas da força vital, sabida do seu rhylhmo normal, que termínso cm um tempo mais ou menos longo, mas sempre do medíocre duração. Chamão-se moleslia» agudar. As outras pouco dislinetas, e muitas vezes até imperceptíveis no feu começo, atacâo o organismo cada uma a seu modo, o pcrlurbão dynamicamcnle, e pouco a pouco o afastão de tal forma do talado de suude, que a aulho- matica energia vital de-tinada á >-ua manutenção , chamada força vital, não podo mais oppor-lhe que uma residência incompleta., mal dirigida o inútil, eque, na sua impotência rjara as destruir por si mesma,'he obriirada a deixal-as crescer [ 29] alé que emfim destruão o organismo. Essas são conhecidas pelo nome de moléstias chronicas. Ellas provêm de infecção por miasma chronico. 73. As moléstias agudas podem ser distribuídas por duas tathegorias. Umas atacão homens isolados , quando tem soffrido a influencia de causas nocivas. Excessos de be- bida , de comida , privação dos alimentos necessários, vio* lentas impressões physicas, resfriamentos, calores, fadigas, exlorços, etc. ou excitações. affecções moraes, são freqüente- mente a causa. Mas a maior parte das vezes ellas depen- dem de recrudescencias passageiras de uma prova latente , que recahe no seu estado de somno, de entorpecimento, quando a moléstia chronica não he muito violenta ou tem sido curada promptamente. As outras atacão muitos indivíduos a um tem- po aqui e alli (sporadicamente) debaixo do império de iufluen- cias meteoricas ou telluricas, cuja acção, por emquanto, he só sentida por pequeno numero de homens. A eslaclasse quasi pertencem aquellas, que atacão muitos homens a um tempo , dependendo então da mesma causa, manifestando-se por sym- ptomas muito análogos (epidemias) e costumando tornar-se contagiosas, quando obrão sobre massas serradas e compactas de indivíduos. Estas moléstias ou febres (27) são cada uma de natureza especial, e como os casos individuaes, que se ma- nifestão, tem a mesma origeai, constantemente também ellas põe aquelles, que atacão, em um estado mórbido por toda a parte idêntico , masque abandonado a si mesmo termina em pouco tempo pela morte ou pela cura. A guerra , as inunda- ções e a fome são freqüentemente as causas destas moléstias ; mas ellas podem depender também de miasmas agudos que rcapparecem sempre debaixo da mesma forma, eao* quaes por conseguinte se tem dado nomes particulares: miasmas dos quaes, uns não atacão o homem senão uma vez na vida como a variola, o sarampo, a cocheluche, a febre escarlatina (28) do Sydenham, ele. e outros podem atacal-o muitas vezes, co- mo a peste do Levante, a febre amarei a , a cólera morbus asiática, etc. ' 74. Devemos desgraçadamente contar ainda entre as mo- léstias chronicas essas affecções tão vulgares, que os allopathas produzem pelo uso prolongado de medicamentos heróicos em doses elevadas e sempre crescentes, pelo abuso dos calome- lanos , do sublimado corrosivo , do unguento mercurial, do nitrato de prata, do iodo, do ópio, da valeriana, da quina, c da quinina, da digital, do ácido prussico, do enxofre e do [30] ácido sulfurico, dos purgantes prodigalisados por annos intei- ros , das sangrias, das sanguesugas, dos cauterios, dos sede- nhos, etc. Todos esses meios debilitão desapiedadamente a for- ça vital, c quando ella por elles não succumbe pouco a pou- co ede uma maneira particular para cada um, elles alterão- Ihe seu rythmo normal de tal sorte, que para garantir a vida de ataques hostis he ella obrigada a modificar o organis- mo, a extinguir ou exaltar desmedidamente a sensibilidade e a excitabilidades sobre um ponto qualquer, a dilatar ou apertar, amolecer ou endurecer certas partes, a provocar aqui, alli le- sões orgânicas, a mutilar, n'uma palavra o corpo interna e externamente. (29) Outro recurso não tem para preservar a vida de uma destruição total, no meio dos renascentes ataques de potências tão destruetivas. 7o. Esses transtornos da saúde devidos ás desastradas pra- ticas da allopathia, e de que já mais se vio tao tristes exem- plos como nos tempos modernos, são as mais tristes, as mais incuráveis de Iodas os moléstias chronicas. Pesa-me dizer que parece impossível que jamais se descubra ou se imagine um meio de as curar, quando ellas tem chegado a certo ponto. 76. O Todo Poderoso creando a homoeopathia não nos deu armas senão contra as moléstias naturaes. Em quanto a essas desordens que uma falsa arte tem fomentado ás vezes por annos inteiros no interior e no exterior do organismo hu- mano por medicamentos e tratamentos nocivos, só á força vital pertence reparal-as, quando ella não tem sido esgotada c pode sem que nada a perturbe consagrar muitos annos a obra tão laboriosa. Quando muito he permittido chamar em seu soccorro meios dirigidos contra algum miasma cbronlco que poderia ainda existir oceulto Não ha nem pode haver ine-- dicina humana que traga ao estado.normal essas innumeraveis anomalias produzidas tantas vezes pelo methodo allopathico. 77. Muito impropriamente se dá o epitheto de chronicas ás moléstias do que vem a ser acommcttidos oshomens que se achão expostos de continuo a influnecias nocivas a que po- derão suhtrahir- se , que usao sempre alimentos ou bebidas nocivas á economia, quese entregão a excessos ruinosos para a saude, que tem falta a todo o instante dos objectos necessários á vida, que vivem cm lugares insalubres, e sobre tudoem lu- gares pantanos paíhologias, como outras tantas moléstias próprias. d:stinctas, e independentes umas das outras. 81. A passagem deslc miasma alravez de milhões de orga- [•32] nismos humanos no curso de algumas centenas de gerações e o desenvolvimento extraordinário que por isso elle deve ter ad- quirido, explicão até certo ponto como elle pode agora moi- trar-se debaixo de tanlas formas differentes, sobro tudo alten- dendo-se ao numero infinito de circunstancias (31) que con- tribuem ordinariamenle para a manifestação desta grande diversidade de affecções chronicas (symptomas secundários da psora ), sem contar a variedade infinita de compleições in- dividuaes. Não he pois surprehendente que organismos tão differentes, penetrados do miasma psorico e submettidosa tan- tas influencias nocivas exteriores e interiores, que muitas vezes influem sobre elles permanentemente, dêem também um numero incalculável de affecções, de alterações, e de males que a antiga pathologia (32) tem até hoje citado, como ou- tras tantas moléstias distinctas designando-as por uma multidão de nomes particulares. 82. Posto que a descoberta desta vasta origem de afTecções chronicas tenha feilo que a medicina dô alguns passos para a descoberta da natureza da maior parte das enfermidades, com tudo, em cada moléstia chronica (psorica) que o medico hecha- mado para tratar, ohomoeopatha não menos deve insistir, como d'antes, em beui discernir os symptomas apreciáveis, e tudo que teua de particular; porque não he mais facil nestas molés- tias do que nas oulras , obter uma verdadeira cura sem indivi- dualisar cada caso particular de uma maneira rigorosa e abso- luta. Somente he necessário distinguir se a moléstia he aguda ou chronica , porque no primeiro caso os symptomas prin- cipaes se desenhão mais rapidamente, o quadro da moléstia se csbossa em muito menos tempo, e ha muito menos questões a fazer, offerecendo-se a maior parte dos signaes por si mes- mos ao observador. (*) 83. Este exame de um caso particular de moléstia, que tem por fim apresenlal-a debaixo das condições íormaes e da individualidade, somente exige da parte do medico espirito sem prevenção, sentidos perfeitos, attenta observação, e fideli- dade de traçar o quadro da moléstia. Eu me contentarei em expor aqui os principios geraes da marcha que deve seguir-se; coníorinar-se-hão somente àquelles que são applicaveis a cada caso especial. 8Í-. O doente faz o relatório do que soffre, os circunstantes (*) Por isso a marcha que eu \ou tr.iç.:r para procurar os symptomas so cm partes convém ás moléstias agudas. [33] eôhtSo de que se queixou elle, como tem passado , e o que lhe notão ; o medico vé, escuta, numa palavra, observa com todos os seus sentidos o que ha de differente e extraordinário no doente. Escreve tudo nos próprios termos de que o doenta e assistentes se tem servido Deixa-os acabar sem os inter- romper, se elles se não perdem em digreções inúteis. Tem cuidado somente a principio de exhortal-os a fallar lentamente, para poder seguil-os, escrevendo o que julga necessário notar. 85. A cada nova circunstancia que o doente e os assis- tentes referem, o medico começa outra linha, afim de que os symptomas sejão todos escriptos separadamente uns por baixo dos outros. Procedendo assim elle terá, para cada symptoma, a facilidade de ajuntar ás noticias vagas, que lhe tiverem com- municado ao principio, noções mais rigorosas que tiver depois adcquirido. 86. Quando o doente e as pessoas que o cercío acabão o que tinhão a dizer de seu motu próprio, o medico toma informações mais precisas a rospeito de cada symptoma e pro- cede da maneira seguinte. Elle torna a lér todos os que lhe tinhão designado e para cada um em particular pergunta por exemplo: Em que época tal accidente teve lugar? foi antos do uso dos medicamentos que o doente tem tomado até hoje, ou em quanto os tomava, ou somente alguns dias depois? Que dor, que sensação, exactamente descripta, se manifestou em tal parte do corpo? que lugar oecupava ella precisamente? vinha por accessos somente? ou era continua e sem descanço? Que tempo durava? Em que época do dia ou da noite, em que posição do corpo era elia mais violenta ou de todo se des- vanecia? qual era o caracter exacto de tal accidente , de lal circunstancia? 87. O medico faz restringir desta maneira cada um dos indícios que lhe são dados, sem que jamais suas perguntas sejão feitas de sorte que dictem as respostas ou ponhâo o enfermo no caso de ter só que responder sim ou nãrx Pro- ceder d'outra maneira seria expor o interrogado a negir ou aflirmar, por indiferença ou por condescender com o medico, uma cousa falsa ou por metade verdadeira ou totalmente diffe- rente do que tem lugar. Resultaria então um quadro infiel da moléstia, e por concequcncia uma escolha má dos meios. curativos. 88. Quando o medico acha que nesse relatório spontaneo 5, [8*1 sc não fez menção de.muitas partes ou funcções do corpo, ou das disposições do espirito, pergunta se alguma cousa ha mais que dizer de tal parte ou tal luncçoo, desta ou daquella disposição moral; mas tem grande caulella em conservar-se nos termos geraes afim de que a pessoa que lhe fornece escla- recimentos seja obrigada a explicar-se de uma u.aneira ca- thegorica sobre esses diversos pontos. 89. Quando o enfermo (porque he a elle, exccpto nos ca- sos de moléstias simuladas , que nos devemos de preferencia referir para tudo o que diz respeito a sensações) tem desfarte por si mesmo fornecido todas as informações necessárias, e bem completado o quadro da moléstia, o medico pôde fa- zer-lhe perguntas mais especiaes, se ainda senão cré sufíicien- temente esclarecido. 90. Acabando o medico de escrever todas as respostas, nota ainda o que elle próprio observa, e indaga se o que vê tinha ou não lugar em quando havia saúde. 91. Os symptomas que tem lugar e o que o doente soffre emquanto usa remédios, e pouco tempo depois, não dão ima- gem pura da moléstia. Pelo contrario, os symptomas e os en- coininodos que se tinhão manifestado antes do emprego de me- dicamentos ou muitos dias depois de ter cessado sua adminis- tração, esses são os que dão uma noção verdadeira da forma originaria da moléstia. São pois estes que o medico deve de preferencia notar. Quando a affecção he chronica, e tem o enfermo tomado remédios, pode-^e deixar ficar alguns dias sem tomar nenhum medicamento, e deferir-se para depois o exame rigoroso por ser o meio de colher os symptomas perma- nentes em toda a sua pureza, e poder conseguir um quadio liei da enfermidade. 92. Mas quando se trata de uma moléstia aj;uda apre- sentando bastante perigo para nao peimittir delongas, e nao pode o medico nada saber a respeito do estado que precedeu o uso dos remédios, então se satisfaz com observar a reu- nião de symptomas lal qual os remédios a tem modificado,, afim de apreciar ao menos o estado presente da moléstia, isto he , poder reunir n'um só quadro a affecção medicinal con- juncla que , tornada ordinariamente mais grave e mais peri- gosa |. elos meios qüasi sempre contrários aos quedeviãoser administrados, reclama soecorros promptos e a administração rápida do remédio homoeopathico apropriado para que não [ 35 ] morra e doente pele tratamento irracional, que linha soffrido. 93. Se a moleslia aguda foi de presente occasionada , ou se a moléstia chronica o tem sido ha mais ou menos tempo por um acontecimento notável que o doente ou seus parentes in- terrogados e em segredo não descobrem , hc necessário que o medico tenha muito geito ecircumspetçSo para chegar a co- hecer esta circumstaricia. 94. Quando se indaga o estado de uma doença chronica he necessário ponderar bem todas as circumstancias particula- res em que o doente tem estado em razão do suas occupaçóes ordinárias, de seu gênero de vida, de suas relações domesti- cas. Examina-se se nada existe nestas circumstancias , que te- eha podido originar ou que entretenha a moléstia, afim de contribuir para a cura o afastamento daquellas que seriâo re- conhecidas por suspeitas. 95. O exame dos symptomas precedentemente ennume- rados e de todos os outros .-ignaes da moléstia deve, nas af.ee- çóes chronicas, ser tanto quanto possível rigoroso, e descer ato o.esmo a imnuciosidades. Com eíTeito he nestas moléstias que elles são mais pronunciados, que elles menos se assemelhão aos das moléstias agudas, e que pedem ser estudados com utais cauteila se se quer que o tratamento aproveite. Por outra parto os doentes por tal firma se habituão a seus longos soffrimentos que pouca ou nenhuma attenção prestão a pequenos sympto- mas, muitas vezes característicos, e mesmo decisivos para a escolha de medicamento, olhando-os por assim dizer como necessariamente fígados a seu estado phisico, como fa7.endo parle de sua saúde, cujo sentimento verdadeiro tem esquecido em quinze ou vinte annos de sofrimento, e a respeilo dos quaes nem pensão que a menor conexão lenhio com a affec- ção principal. 96. Além disto também os doentes são de humor tão diffe- rente, que alguns, principalmente os hypocondriacos e as pes- soas sensíveis e impacientes, pintão seus soffrimentos com co- res por demais vivas e se servem de expressões exageradas para induzir o medico a soccorrel-os promptamonte. 97. Outros pelo contrario, ou seja por preguiça ou por mal entendido pejo , ou em fim por uma espécie de bonhomia ou timidez calão parte de seus males, nao os indicão senão por termos obscuros , ouos abáignaJão como de pequena impor- ia nina. [36] 98, Se he verdade quo nos devemos referir principalmente Squillo que o próprio doente diz de seus males e de suas sens?- çóes, e preferir as expressões de que se serve para os discrevei porque suas palavras se alterão quasi sempre na bocados cir- cunstanles, não he menos verdade que cm todas as moléstias, e mais especialmente nas de caracter chronico, caresse o me- dico de alto gráo de circunspecção, fado, e conhecimonto do coração humano, prudência e paciência para chegar a formar um quadro verdadeiro e completo da moléstia e de todos os seus detalhes, 99. Em geral a indagação~das moléstias aguadas, e das que se lein declarado ha pouco, apresenta maior facilidade porque o doente e os circunstantes tem o espirito impressionado pela differença entre o estado actual , e a saúde destruída ha pouco cuja imagem recente conservão de memória. O medico nesto caso deve igualmente saber tudo, porém oienos carece do anticipar-se a infarmações que de ordinário seapresentão na- turalmente. 100. Em quanto ao que diz respeito á indagação da reu- nião de symptomas das moléstia epidêmicas, e sporadicas he muito indifferente que alguma cousa semelhante lenha já exis- tido com este ou aquelle nome. A novidade ou o caracter de especialidade de uona affecção deste gênero não importa diffe- rença na maneira de èstudal-a , nem de a tratar; com eíTeito sempre se deve olhar a imagem pura de cada moléstia que domina actualmente como cousa nova e desconhecida, estu- da-la afundo singularmente se se quer ser verdadeiro medico, isto he, jamais collocar hypothese em lugar de observação, e jamais encarar um caso dado de moléstia como conhecido, ou na totalidade , ou tão somente em parte , senão depois de ha- ver profundado com cuidado todas as suas manifestações. Tal proceder he tanto mais necessário neste caso quanto a epidemia reinante he a muitos respeitos um phenomeno do espécie particular que examinado attentamente muito differe d'outras epidemias antigas a que se tenha dado o mesmo nome. He necessário entretanto exceptuar as epidemias que provém de um miasma sempre o mesmo, como as bexigas» a escarla- tina, etc. 101. Pode acontecer quo um medico que trata pela pri- meira vez um homem atacado de moléstia epidêmica a*<* euc ufre iinmediatamente a imagem perleita da affecção^ [ 37 J itfendendo-so. a que senão chega a conhecer bem a totalidade dos symptomas e signaes destas moléstias collectivas senão de- pois de ter observado muitos casos; comtudo um medico ex- ercitado poderá muitas vezes, logo depois do primeiro ou do segundo doente, aproximar-se por tal forma ao verdadei- ro estado de cousas que conceba da moléstia uma imagem ca- ratcristica e que até •? esmo tenha logo meios de determinar qual seja o remédio homoeopathico a que haja de recorrer para combater a epidemia. 102. Havendo o cuidado de escrever os symptomas ob- servados em muitos casos desta espécie o quadro qua se ha traçado da moléstia se aprefeiçoa de continuo. Elle riso fica mais extenso, nem mais verboso, senão mais graphico, mais característico, e melhor abraça as particularidades da moléstia collectiva. Duma parte os symptoma* geraes (por exemplo a falta de apetite, a perca de somno, etc, adequirem mais alio gráo de precisão; por outra os symptomas salientes, especiaes, raros na epidemia, e próprios somente de pequeno numero de affecções se desenhão, o formão o caracter da moléstia. Todas as pessoas atacadas da epidemia lem na verdade uma moleslia proveniente da mesma fonte e por conseqüência igual; porém toda a extensão de uma affecção deste gênero, e a totalidade de seus symptomas, cujo conhecimento hc ne- cessário para se formar uma iuiagem completa do estado mór- bido, e procurar por ella o remédio homoeopathico mai> har- mônico com esta reunião de accidentes, não podem ser obser- vadas num só doente; he necessário para chegar-lhes extrahil- as por abstracçáo do quadro dos soffrimentos de muitos doen- tes dotados de constituição differente. 103. Este methodo , indispensável nas moléstias epidêmi- cas que são de ordinário agudas, o devo applicar também de maneira mais rigorosa do que tem sido seguida até hoje ás moléstias chronicas produzidas por um miasma sempre o mes- mo essencialmente, ecom particularidade á psora. listas afíec- ções requerem com effeito que se indague a reunião de seus symptomas; porque cada enfermo não apresenta senão alguns, não offerece por assim dizer senão uma porção dos phenome- nos mórbidos cuja inteira collecção fôrma o quadro completo da cacbexia considerada no seu todo. Não he senão observan- do muito grande numero de pessoas atacadas desfas espécies rTaíTecçóes que se chega a apreciar a totalidade dos sympto- mas pertencentes a cada miasma chronico, ao da psora em parl-cular, condição indispensável para chegar ao conheci- [38] mentodos medicamentos que , próprios para curar a cachexia inteira, sao ao mesmo leinpo os verdadeiros lemedios do to- dos os mallcs chronicos individuaes de que ella hc fonte. 104. A totalidade dos symptomas que caraclerisão o caso presente , ou jior outra, a imagem da moléstia uma vez escri- pta o mais deííicil está feito. O medico deve para o diante ter sempre em vista esta imagem que serve de base ao tratamento, sobre tudo nas moléstias chronicas. Pode-se considerâl-a em todas as suas partes, e fazer sobresahir os signaes caracterís- ticos, afim deoppôr - esses symptomas. isto he. á moléstia mes- ma , um remédio exactamenle homoeopathico , cuja escolha lenha sido determinada peles accidentes mórbidos que elle proceder com sua acção pura. Durante o tratamenlo inda- gao-se os effeitos do remédio e as mudanças sobrevindas no es- tado do enfermo para apagar do quadro primitivo os sympto- mas que houverem desapparecido totalmente, notar quaes aquelles , se aiguma cousa existe, e acrescentar os novos in- commodos que. tenhão sobrevindo. 10o. A segunda parte do offício do verdadeiro medico he procurar os instrumentos destinados á cura das moléstias natu- raes, estudar a potência morbifica dos medicamentos, afim de poder encontrar entre todos um , cuja serie de symptoma* constitua uma moléstia fadicia tao semelhante , quanto possí- vel á reunião dos príncipaes symptomas da moleslia natural que se pielcnde curar. 106. Convém conhecer cm toda sua extensão a potência morbifica dos medicamentos. Por outros lermos, he necessá- rio que os symptomas e mudanças que podem sobrevii pela acção delles na economia tenhão sido, quanto possivel , obser- vados todos antes que possa conceber-se a espeiançu de entre elles achar remédios homoeopathicos contra a maior parte das moléstias naturaes. 107. Se para chegar a este resultado se não dessem me- dicamentos senão a enfermos , mesmo prescrevendo-os simpli- ces e um a um , não se havia de colher senão pouco ou nada de seus effeitos puros, porque, misturando-se os symptomas da moleslia natural já existente com os do agente medicinal, mui- to raro seria quo se podessem distinguir claramente. 108. Náo ha pois um mais seguro meio e mais r.alural de aehar infallivelmente os effeitos próprios dos medicamentos do [39] que ensaiai os uns separados drvs outros e por pequenas doses «m pessoas sãos, e notar as mudanças que d abi resultão no es- tado physico e moral, isto he , os elementos de moléstia que estas substancias sao capazes de produzir ; porque , assim co- mo já foi dito , (21-27) toda a virtude curativa dos medica- mentos he fundada unicamente sobre o poder que elles tem de modificar o estado do homem , e se conhece pela obser- vação dos effeilos que resultão do exercicio desta faculdade. 109. O primeiro eu fui que segui esta marcha com uma perseverança que não podia nascer e manter-se senão da con- vicção intima desta grande verdade , tão preciosa para o gêne- ro humano ,. de ser a administração homoeopathica dos medi- camentos o unico methodo certo de curar as enfermidades. 110. Percorrendo o que os autores tem escripto sobre os effeitos nocivos de substancias medicinaes que , por negligen- cia, intensão criminosa , ou d'outra maneira, tenbão sido ingeridas em altas doses no estômago de pessoas sãs , percebi certa coincidência entre esses effeitos e as observações que eu tinha colhido em mim e em outros, fazendo experiências cu- jo fim era reconhecer a maneira de obrar dessas substancias no homem sao. Cita o esses effeilos como casos de envenena- mento e como prova dos effeitos perniciosos inherentes ao uso desses agentes enérgicos. A maior parte dos que os refe- rem tiverao em vista assignalar um perigo. Alguns também os annuncião para lazer ostentação da habilidade que mostra- rão achando meios de restabelecer pouco a pouco asaudeáquel- les que perdido a tinhão violentamente. Muitos emíim para descarregar sua consciência da morte dos enfermos allcgão a malignidade dessas substancias a que então chamão vene- nos. Nenhum dentre elles ha suspeitado que os symptomas, onde somente vião provas de venenosidade, indícios erãoccrtos da existência, nesses mesmos corpos, da faculdade de anniqui- lar, com o titulo de remédios, os symptomas semelhantes das moléstias naturaes. Nenhum pensou que os malles que elles excitão são o annuncio da sua salutar homoeopathicidade. Ne- nhum coinprchendeo que a observação das mudanças a que osx medicamentos dão lugar no homem são era o unico meio de reconhecer as virtudes curativas de que sêo dotados, pois que se não pode chegar a esse resultado , nem pelos raciocí- nios á priori, nem pelo cheiro, sabor, ou aspecto das subs- tancias medicinaes, nem pela analyse cbymica , nem pela ad- ministração aos enfermos de reccilas preparadas em que cs- tttjão associadas maior ou menor numero de drogas. Nenhum [ 40} finalmente que essas relações de moléstias medicinaes forno- ceriáo um dia os elementos de uma verdadeira o pura ma- téria medica, sciencia , "que desde sua origem atê nossos dias tem eonsistido n'um montão de conjecturas edeficçoes, oti que, por melhor dizer, nunca existio. 111. A conformidade de minhas observações sobre o» effeitos puros dos medicamentos com essas antigas nolas , que tinhão sido feitas com bem differentes vistas, e mesmo adestas ultimas com outras do mesmo gênero que se cncontrão es- palhadas nos escriptos de diversos autores, nos dão franca- mente a convicção de que as substancias inedicinacs. fazendo apparecer uma mudança mórbida no homem que passava bom, seguem leis naturaes positivas e eternas, e em virtude dessas leis são ellas capazes de produzir, cada uma em razão de sua individualidade , certos symptomas mórbidos que jamais deixão de provocar. 112. Nas descripções que os autores antigos nos deixarão das conseqüências funestas de medicamentos em doses tão exageradas notâo-se lambem symptomas que se nao matutas- tavão no principio desses tristes acontecimentos, mas so- mente no fim delles , e que forão de natureza totalmente op- posla à dos do primeiro período. Estes symptomas, contrá- rios ao effeito primitivo (63) ou á acção propriamente dita dos medicamentos sobre o corpo , são devidos á reacção da for- ça vital do organismo. Elles constituem o effeito secundário (62-67) de que raras vezes se observão traços quando se eoi- pregão doses moderadas a titulo de ensaio , e de que se não vô jamais, ou quasi nunca vestígio algum quando as doses são fracas, porque nas curas homoeopalhicas a reacção do organis- mo nao vac além do que he rigorosamente necessário para restabelecer a saúde. (07; 113. As substancias narcóticas são as únicas que fazem cx- cepção a esta regra. Como no seu effeito primitivo ellas attin- gem tanto a sensibilidade e a sensação como a irritabilidade, acontece muitas ve*es, quando se experimentão em pessoas Sãns mesmo em doses moderadas, observar-se durante a reacção uma exaltação de sensibilidade , c augmento de irritabilidade. ■ 114. Mas, exceptuando os narcóticos, todos os medicamen- tos que se ensaiâo a doses moderadas, em indivíduos sãos dei- xão perceber tão somente os seus effeitos primitivos, isto he , os symptomas que indicio modificarem elles o rnyttimo or- [41 ] dinario da saúde , provocarem um estado mórbido destinado o durar mais ou menos tempo. 11S. Entre os effeitos primitivos de alguns medicamen- tos muitos se encontrêo em parte, ou pelo menos a certos respeitos accessorios, oppostos a outros symptomas cuja appa- rição tem lugar antes ou depois. Esta circunstancia não basta contudo para os fazer considerar como effeitos conse- cutivos propriamente ditos ou como simples resultado da reacção da força vital. Elles formão somente uma alteração dos deversos paroxismos da acção primitiva. Chamão-se effei- tos alternos. 116. Alguns symptomas são provocados pelos medicamen- tos freqüentemente , isto he , n^m grande numero de in- divíduos , outros o sã« raramente , ou em poucos homens; alguns outros o não são senão em certos indivíduos. 117. He a esta ultima cathegoria que pertencem as idiosyn- crasias. Entendem-se por isto constituições particulares quo bem que sans tendem a deixar-se pôr cm um estado mais ou menos pronunciado de moleslia por certas causas, que não pa- recem fazer impresão alguma a moitas outras pessoas, e nel- las não produzir mudanças. Mas esta falta de acção sobre tal ou taes pessoas só he apparente. Com effeito como a produção de toda e qualquer mudança mórbida suppõe na substancia medicinal a faculdade de obrar, e na força vital que anima o organismo a aptidão para ser por cila affectada , as alterações manifestas de saúde que tem lugar nas idiosyncrasias não po- dem ser unicamente atribuídas â constituição particular do indivíduo. Devem ser referidas no mesmo tempo às causas que as tem originado, e nas quaes hade residir a mesma in- fluencia para todos os homens , com a differença única de não se achar entre os homens sãos senão um pequeno numero que propenda a ser por ellas levado a eslado tão evidentemente mórbido. Aprova de que essas potências fazem realmente im- pressão sobre todos os homens está em que ellas curâo homoeo- palhicamentc . em todos os doentes , os mesmos symptomas mórbidos similhanlcs aquelles que ellas parecem não provo- car senão nos individuos sujeitos às idiosyncrasias. 118. Cada medicamento produz effeitos particulares no corpo do homem , e nenhuma outra substancia medicinal podo fazer nascer outros que idênticos sejão. 119, Assim como cada especie de planta differe das outras 6 [«] tod.is por sua configuração , seu modo próprio de vegelar c crescer , seu sabor, seu cheiro , assim como cada mineral dos outros difiere pelas suas qualidades exteriores e proprie- dades chimicas, circunstancia que devia ter bastado para evitar Ioda a confusão , assim lambem todos os corpos differein entre si por seus effeitos morbificos, e consequentemente por seus effeitos curativos. Cada substancia exerce sobre a saú- de do homem uma influencia particular e determinada que nao permitte que a confundao com qualquer outra. 120. lia necessário pois distinguir bem os medicamentos uns dos outros pois que delles he que depende a vida c a mor- te , a moléstia e a saúde dos homens. Para isto he necessá- rio fazer com cuidado experiências puras, tendo por objecto descortinar as faculdades que lhes pertencem c os verdadei- ros effeitos que produzem nas pessoas sins. Procedendo as- sim se aprende a conhece-los bem, e a evitar todo o engano na sua applicação ao tratamento das moléstias, porque so- mente um remédio bem escolhido pode restituir ao enfermo do uma maneira prompta o durável o maior bem da lerra , a saúde do corpo c da alma. 121. Quando se estudão os effeitos dos medicamentos sobre o homem são não se deve perder de vista , que he já bas- tante administrar as substancias chamadas heróicas em doses pouco elevada para que ellas produsão mudanças até mes- mo nas pessoas robustas. Os medicamentos de natureza mais branda devem ser dados em doses mais elevadas , quando também se quer experimentar sua acção. Em fim , quando se trata de conhecer a acção das substancias mais fracas, não se pode procurar para experimentador senão pessoa isenta , sim de moléstias, mas dotada contudo de uma constituição delicada irritavel e ssnsivel. 122. Para experiências deste gênero , de que dependem a certeza da arte de curar, c a saúde das gerações futuras não se hade empregar senão substancias que bem se conhe- ção , c a respeito das quaes se tenha a convicção de que sto puras, de que não forão falcificadas , o possuem toda a sua energia. 123. Cada um destes medicamentes deve ser tomado de- baixo de uma forma simples e isento de todo o artificio. Pelo qu? respeita as p'antas indígenas espreme-se-lhe o suco e nrstura-se com algum álcool para impedir que so corrom- [ 43 ] 4 pa. Em quanto aos vegetoes estrangeiros pulverisão-se, ou então prepara-se delles uma tintura alcoólica , que se mistura com certa qualidade de água para se tomar. Os saes e a1; gomas em fim não devem ser desolvidos na água senão mes- mo no momento em que se vão tomar. Se não se pode obter a planta senão secea , e de sua natureza tem ella propriedades pouco enérgicas ensaia-se debaixo da forma de infasão , isto he , depois de havela cortado em pedacinhos cobre-se de água fervente em qua se deixa por algum tempo; esta in- fusão deve ser bebida immcdiatamenle depois de sua pre- paração , e cm quanto ainda está quente ; porque todos os sucos de plantas, e todas as infusões vegetaes a que senão ajunta álcool passão rapidamente á fermentação, á decomposi- ção , e assim perdem sua virtude medicinal. 121. Cada substancia medicinal que se submette a en- saios deste gênero deve ser empregada só e perfeilamente pu- ra. Bem se devem abster de associar-lho outra substancia extia- nha ou do tomar outro algum medicamento no mesmo i-iado , e que dfe mesmo dé oserupu- losa atlcnçao a tudo que se passa no seu interior, mmo que nada o distraca, afim d<í q< e una á saúde do corpo o guio do inteiligencia neces-aria para poder designar e descrever cla- ramente as sensações que experimenta, 127. Os medicamentos dovem. ser experimentados tante em homens como em mulheres a fim do reconhecer rs mudan- ças que dle* sao aptos nora produzir ?dati\anient;> «tossem. [44] 128. As observações mais recenles tem ensinado que as substancias medicinaes não manifestão decisivamente a to- talidade de suas forças , quando são tomadas em estado gros- seiro on como a natureza as apresenta. Ellas não desenvolvem completamente suas virtudes senão depois de ter sido levadas a uui alto gráo de diluição pela trituração e pelosacudimen- to , modo o mais simples de manipulação que desenvolve a um ponto incrível e põe em plena acção suas forças atè então latentes, e por assim dizer adormecidas. Reconhecido he hoje qne a melhor maneira de ensaiar , até mesmo uma subs- tancia reputada fraca , consiste em tomar cm jejum por mui- tos dias quatro ou seis pequenos glóbulos imbebidos na tri- gintessima deluição humedecidos com pequena quantidade de agoa. 129. Se tal dose só produz fracos effeitos pode-se para os tornar mais salientes e sensíveis augmentar cada dia a quan- tidade dos glóbulos até que seja a mudança apreciável. Por que um medicamento não affecta a toda a gente com a mes- ma força , e muita diversidade existe a este respeito. Yô-so algumas vezes uma pessoa que parece muito delicada ser pouco affectada por um medicamento que se sabe ser muilo enérgico e que lhe fura dado em dose moderada entretanto quu o ho fortemente por oulras substancias muito mais iracas. Da mes- ma maneira ha indivíduos muito robustos que soffrem sym- ptomas mórbidos consideráveis por parte de agentes medici- naes brandos na apparencia , e que ao contrario sentem pou- co effeito d'outros medicamentos mais fortes. Ora, como nun- ca se sabe previamente qual destes casos terá lugar he natural começar por pequena dose que se augmenta depois de dia a dia , se se julga necessário. 130. Se desde o principio e pela primeira vez se diurna dose assás forte resulta uma vantagem e he que a pessoa que se submette à experiência aprende logo qual he a ordem cm que se suecedem os symptomas , e pode notar com exaclidão o momento em que cada uoi apparece, cousa muito im- portante para o conhecimento do caracler dos medicamentos, porque a ordem dos effeitos primitivos e a dos effeitos alter- nos se mostra então de maneira menos equivoca. Muitas vezes também uma doso muito fraca basta , quando o experiuienta- dor he dotado de grande sensibilidade e quando se examina com muita attençao Em quanto á duração de acçao do me- dicamento essa nao se chega a conhecer senão comparando a totalidade dos resultados de muitas experiências. [ « ] 131. Quando se he obrigado, para adquirir somente algumas noções, a dar por muitos dias seguidos doses propor- cionalmente maiores de um medicamento á mesma pessoa fi- câo-se conhecendo os diversos estados mórbidos que esta subs- tancia pode produzir em geral , mas nenhuma instrucção se adquire a respeito de sua suecessáo , porque a dose seguinte cura muitas vezes um ou outro dos symptomas provocados pela precedente ou produ* em seu lugar um estado opposto. Symptomas desla natureza devem ser notados entre parenthe- ses como equívocos alé que novas experiências mais puras tenhão decidido se se deve ver nelles uma reacção do orga- nismo ou uni efleito alterno de medicamento. 132. Mas quando se tem em visla somente a indagação dos symptomas característicos de uma substancia medicinal , prin- cipalmente fraca , sem attender á suecessão desses symptomas, e á duração de acção do medicamento, he preíerivel augmen- tar quotidianamente a dose por muitos dias seguidos. O effei- to do medicamento ainda desconhecido, mesmo do mais bran- do , se manifesta desta maneira , principalmente em pessoa sensível. 133. Quando o experimentador sente qualquer encom- modo por parte do medicamento , he ulil, hc mesmo neces- sário para a determinação exacta do symptoma , que elle tome suecessivamente diversas posições e observe as mudanças que Iho sobrevèm. Assim elle examinará se pelos movimen- tos imprimidos á parte molestada, pelo passeio em sua alcova ou ao ar livre , pela estação em pé, sentado , ou deitado, o symptoma augmenta, diminuo ouse dissipa, e se volta ou não tomando-se a primeira posição, se muda bebendo ou comen- do , fatiando , tossindo , espirrando , ou n'outro qualquer acto. Deve notar igualmente em que hora do dia ou da noite apparcce elle de preferencia. Todas estas particularidades rc- velão o que ha de próprio e característico em cada symptoma. 131. Todas as potências exteriores, e principalmente os medicamentos, tem a propriedade de produzir no estado do organismo vivente mudanças particulares , que varião para ca- da um delles. Mas os symptomas próprios de uma substancia medicamentosa qualquer não se mostrão todos na mesma pes- soa , nem simultaneamente , nem no decurso da mesma expe- riência ; vê-se pelo contrario a mesma pessoa soffrer de pre- ferencia umas vezes este outras aquelle symptoma na segun- da, na tcrceira*expcricncia,c\c , desotte que na quarta, oitava. t 40 ] décima pessoa, etc. ver-se-hão reapparecer muitos symptomas, que se mostrão jâ na segunda , sexta, nona, etc. Os sympto- mas também não redpparecem às mesmas horas. 135. He só por multiplicadas observações, em grande nu- mero de indivíduos dos dois sexos, e convenientemente esco- lhidos e tomados em todas as constituições, que se chega a co- nhecer quasi completamente a reunião de todos os elementos mórbidos que um medicamento tem o poder de produzir. Não se tem certeza de saber os symptomas que um agente medicinal pode provocar , isto he , das faculdades puras que elle possue para modificar e alterar a saúde do homem senão quando as pessoas que o cnsaião pela segunda vez nolão pou- cos accidentes novos a que elle dê lugar, e observão quasi sempre os mesmos que já tinhão sido notados por outras pes- soas. 136. Tosto que assim como dito foi um medicamento ensaiado no homem sao nao possa manifestar n'uma só pes- soa todas as alterações de saúde que elle he capaz de produ- zir e as não evidencie senão em certo numero d'individuos differentes uns dos outros pela constituição physica e pelas disposições moraes, não he por isso menos verdade que uma lei eterna e imutável da natureza lhes outorgou o poder de pro- vocar esses symptomas em todos, os homens. (V. 110.) Daqui provêm que olie opera todos os seus effeitos, mesmo aquelles que raramente se observão no homem são, quando he dado a um doente que manifesta incomrnodos semelhantes aos que elle produz, administrado mesmo então em doses as mais fra- cas elle provoca no doente, se tem sido escolhido homoéopa- thicamenle, um estado artificial próximo da moléstia natural, que a cura d'uma maneira rápida e durável. 137. Mais. a dose do medicamento será moderada, sem com tudo ultrapassr certos limites mais também os effeitos primitivos , aquelles (pie sobre tudo convém conhecer , serão salientes ; nem mesmo serão percebidos senão,elle* e nem ha- verá traço de ícação. Nós suppomos por outra parte que a pessoa a quem a experiência hc confiada ama a verdade, que ella ho moderada a todos os respeitos, que tem sensibilidade bem desenvolvida, eque se observa com toda a altenção do que he suscetível. Pelo contrario se a dose he excessiva não somente se hão de mostrar muitas reações entre os symptomas mas também os effeitos primitivos se hão de.maniíustar duma maneira lão precipitada Ivo \iolenla e tão confusa que ha de [ ■" ] r.cr impossível lazer uma observação precisa. Ajuntamos aifitlâ o perigo que pode resultar para o esperimentador, perigo que nao hadeolhar com indifferença aquelle que respeita os seus semelhantes c vô um irmão no ultimo homem do povo, 138. Suppondo que todas as condições assignaladas prc- cedentemcnle para que uma experiência pura seja validosa tenhão sido postas (v. 12í, 127) os encommodos, os acciden- tes o as alterações de saúde que se mostrão em quanto dura a ucção do medicamento, dependem só desta substancia edevem ser notadas como a cila pertencentes ainda mesmo que a pes- soa tivesse muito tempo antes sentido expontancamente sym- ptomas semelhantes. A rcapparição desses symptomas du- lanle a experiência provão só que em virtude da sua consti- tuição essa pessoa tem uma disposição especial a que taes sym- ptomas tTellu se manifestem. No caso presente são effeitos do me- dicamento porque se não pode admittir que sejão vindos por si mesmos n'um momento em que um poderoso agente medi- cinal domina toda a economia. 139. Quando o medico não tem experimentado o re- médio cm si mesmo , e o tem feito ensaiar por oulrã pessoa he necessário que esta escreva as sensações, encommodos accidentes, e mudanças que soffre no instante mesmo cm que os senlc. He necessário também que cila indique o tempo de- corrido desde que tomou o medicamento até a manifestação de cada symptoma, e que íaça conhecer a duração deste se se prolonga muito. O medico lô este relatório diante de quem fez a experiência immediatamcnte depois delia ser ter- minada ; ou se dura muitos dias , e lé cada dia afim de que o experin.entador ainda lembrado possa responder as ques- tões relativamente a natureza precisa de cada symptoma e estar no caso de ajuntar novas observações que haja colhido e fazer as redilicaçoes necessárias. 1 \0. Se a pessoa não sabe escrever será necessário que rada dia o medico a interrogue j ara saber o que lhe acon- leceo. Mas esto exarne deve limitar-se cm .grande parte a ouvir a narração que ella lhe faz Elle se hade abster cuida- dosamente de adevinhar eu conjedurar : interrogará o me- nos possivel ou quando o faça seja com a mesma prudência , e reserva que já nomendei (v. 81,99) como precau- ioo* indiíq ensaveis quando se tomão infoiinações para for- mar o quadro das moléstias naturaes. líl. Mas de Ioda* as experiências puras relativas as mu> [48] danças que todos os medicamentos simpliccs produzem na saúde do homem, c aos symptomas mórbidos cuja manifes- tação podem elles provocar no homem sfio, as melhores serão sempre aquellas que um medico dotado de boa saude, izento do prejuízos, e capaz ue analysar as suas sensações fizer em si mesmo com as precauções que acabão de ser prescriptas. Jamais se he tão certo de uma cousa como quando se a ex- perimenta eu» si. 112. Em quanto ao saber o que hade fazer-se princi- palmente nas moléstias chronicas, que pela maior parte não tem semelhantes , para descobrir entre os symptomas da ofec- ção primitiva alguns daquelles que pertenção ao medicamen- to simples apropriado á cura, isto he um objecto de in- dagações que exige grande capacidade de juizo, e que hc necessário abandonar aos mestres d'arte d'observar. 113. Quando depois de ter experimentado desta manei- ra um grande numero de medicamentos simplices no ho- mem são se tiverem notado cuidadosa e fielmente todos os elementos de moléstia, todos os symptomas que elles podem produzir por si mesmas como potências morbificas artiliciaes, então somente se hade possuir uma verdadeira matéria medi- ca , isto he , um quadro dos effeitos puros e infalíveis de subs- tancias medicinaes simplices. Possuir-se-ha pois um có- digo da natureza no qual será inscripto um numero considerá- vel de symptomas próprios de cada um dos agentes que te- rão sido experimentados. Ora esses symptomas são os ele- mentos das moléstias artiliciaes com o socorro das quaes se hão de curar um dia ou outro muitas moléstias naturaes semelhantes. São os únicos verdadeiros iustrumentos Ho- moeopaticos , isto hc , específicos capazes d'obter curas cer- tas e duráveis. 111. Tudoo que he conjectura, asserçãogratuita ou ficção seja severamente excluído desta matéria medica. Não se deve encontrar nella «enão a linguagem pura da natureza interro- gada com cuidado e com boa fé. 115. Seria necessário seguramente mui considerável nu- mero de medicamentos cuja acção pura no homem são fosse bem conhecida para que nós podessemosachar contra cada uma das inumeráveis moléstias naturaes que assaltão o homem um remédio homoeopathico, isto he uma potência morbifica arti- ficial que lhe fosso anab>gm Contudo graças à multidão d'clc- [ *9 J menlos mórbidos que cada um dos medicamentos enérgicos sobre que se tem leito ensaio no homem são tem ja peniiiltuio observar, jâ não ha desde hoje se não pequeno numero de mo- léstias contra as quaes se não possa achar entre essas substan- cias um remédio homo?opathico soffrível que restabeleça a saú- de d'uma maneira suave , segura e durável isto he, com cer- teza infinitamente maior do que recorrendo as iherapeutu £ geraes e especiaes da medicina allopath.ca . cujas misluras, de medicamentos desconhecidos não fazem se nao desna urar e agravar as moléstias chronicas e retardar a cura das u,o- lesüas agudas. 116 A terceira parte da obrigação d'um verdadeiro me- dico he empregar as potências morbificas art.üc,-« Me- mentos ) cujos efleitos puros sobre o homem sao lera tlle ver Soda Janeira mais conveniente para operar a cura ho- ma>opalhica das moléstias naturaes. U7 D'entre estes medicamentos aquelle cujos symptomas conhecidos tem mais semelhança com a totalidade dos que ca- ràctSo u«-a dada moléstia natural, esse deve ser o remédio na apropriado c certamente ornais ho.nieopath.co que so possa empregar contra essa moléstia ; esse he o remédio espe- cifico. U8. Um medicamento que possue a aptidão e a tendên- cia , ara produsir uma moléstia artificial tão semelhante quanto nUe à moleslia natural contra a qual s unprega e que se ? Sisía em dose acertada, affecta precisamente, na sua I vnamico sobre a força vital morb.damenle discorde, as rnrtes doorganismo que tinhão até então sido preza da „ o e tia natural, e excita n'ellas a moléstia ar ihcial que | or ,nn lurc/a nóde produ/ir. Ora esta em razão da sua sim- hitúdiedesSa pr ponderancia substitue a moléstia natural. V ,Ís que dle*de este momento a força vital automa,ca no sofre ...rs por esta ultima e he só preza da primeira. ?l,s í dose do remédio tendo sido muito fraca a moles ,a medicu.d estado de saúde perfeita e durável. 1 VO Ouandoa aplicação do medicamento, escolhido de ma- ne ira niio^-ia perfeitamente homoeopathico, hc tem Icit.r a moleda natural aguda que se quer extinguir por ma;, ma- [ 50] ligna e dolorosa que seja se dissipa em poucas horas, se he recente , ou em poucos dias se he mais antiga. Todo o soffrimento desaparece; não se vê nenhum ou quasi nenhum vestígio da moléstia artificial ou medica , e a saúde se resta- belece por uma transição rápida e insensível. Pelo que diz respeito aos males chronicos, principalmente complicados, exigem elles mais tempo para curar-se. As moléstias medi- cinaes chronicas, que a medicina allopatica engendra muita vezes a pár da moléstia natural que não poude distruír, pedem muitas vezes tempo, e até freqüentemente são tornadas incu- ráveis pelas subtrações de força e de sucos vitaes, que são o resultado dos meios de tratamento que empregão osallopathas. 150. Se alguém se queixa d'um ou dous symptomas pou- co salientes que só tenha percebido ha pouco , o medico não deve vêr n'isto uma moléstia perfeita que reclame sérios so- corros da arte. Uma pequena modificação no regimen e no gênero de vida basta d'ordinario para dissipar tão ligeiras indisposições. 151. Mas quando os symptomas pouco numerosos de que se queixa o doente são violentos, o medico observador des- cobre ordinariamente muitos outros menos bem desenhados e que lhe dão uma imagem completa da moléstia. 152. Quanto mais aguda e intensa he a moléstia , tanto mais os symptomas que a compôesão d'ordinario o"rnerosos e salientes, e tanto mais facil he também achar-se um remé- dio que lhe convenha , uma vez que o-* medicamentos co- nhecidos na sua acçao positiva entre os quaes se haja desco- Iher sejão em numero suíTiciente. Entre as series de sympto- mas d'um grande numero de medicamentos não he difícil achar um que contenha os elementos mórbidos de que pos- sa compôr-se um quadro de symptomas muito análogo á totali- dade dos symptomas da moléstia natural que se observa: ora he justamente este medicamento o remédio que se deseja. 153. Quando se procura um remédio homoeopathico es- pecifico,isto he, quando se compara a reunião dos signaes da moléstia natural com as series de symptomas dos medicamen- tos, para achar entre estes uma potência morbifica artificial, semelhante ao mal natural, cuja cura está em problema, he necessário sobre tudo e quasi exclusivamente atender aos symptomas decisivos singulares, extraordinários e caracterís- ticos, porque he a esses principalmente que devem responder [ 31 1 os symptomas semelhantes na serie daquelles que nascem do medicamento que se procura, para que este ultimo seja o re- médio com que melhor convenha einprehender a cura. Pelo contrario os svmptomas geraes e vagos como a falta d apetite, a dôr de cabeça, a languídez, o somno agitado etc. merecem pouca atenção porque quasi todas as moléstias e quasi todos us medicamentos produzem alguma cousa análoga. 151. Tanto mais a contra-imagcm. formada com a serie dos symptomas do medicamento que parecem merecer pre- lereníia, incerra svmptomas semelhantes a esses extraordiná- rios, salientes e característicos na moleslia natural, maior será a semelhança d'uma parte, e de outra, e mais conveniente, homoeopathico e especifico na circunstancia lia de ser esse me- dicamento. Uma moléstia que não existe ha muit» cede or- dinariamente sem graves incommodos, a primeira dose d esse remédio. 155 Eu di<*o sem graves incommodos porque quando um remédio perfeitamente homoeopathico obra sobre o corpo nao ha senão os symptomas correspondentes aos da moles a que sejaoeficases. que trabalhem por aniquilar estes tomando o seo lugar. Os outros symptomas muitas vezes nu« que a substancia medicinal faz nascer e que em nada corres pondemá moleslia presente quas, que se nao inos, rao e o doente vai cada vez melhor. A razão esla em que a d se d um medicamento deque se quer laser aplicação hmuoeopath,u nao carecendo de ser se não muito pequena, a substancia mu to fraca para manifestar symptomas que »«»»la°°' ^^ thicos em parte", do corpo isentas de moléstia. Ella nao deixa ms brarse nm esses symptomas homoeopathicos sobre o pontos do organismo que su, já presa da irritação e Itan e ,os vmptomas análogos da moléstia natural, afim em voe« „-oll«s a força vital enferma para fazer nascer uma aíecç o medicinal análoga, porem mais forte, que extingua a moléstia natural 156 Com tudo quasi que não ha remédio homoeopathico, por mais «colhidoque tenha sido, que sobre tudo em dose nvitò pouco atenuada, nf.o produza ao menos durante ua co incommodos ligeiros com algum pequeno symptoma „?vü n^ doentes muito irritaveis e muito sensíveis. He quasi nnossivd com eíTeito quo os symptomas do medicamento cubrão tao exactamento as da moléstia como um Ir.angulo a ou o cujos ângulos e lados sejão iguaes aos seos. Mas esta [ 52 ] anomalia, insignificante n'flm caso favorável, he remediada sem trabalho pela energia prõpria do organismo vivo e nem o doente a percebe, se não he dotado d'uma delicadeza ex- cessiva: o restabelecimento da saúde nem por isso deixa de progredir, a não ser entravado por influencias médicas extra- nhas, erros de regimen ou paixões. 157. Mas ainda que he certo que um remédio homoeo- pathico administrado em pequena dose aniquila tranqüila- mente a moléstia aguda que lhe he análoga sem manifestar esses outros symptomas não homoeopathicos, isto he.^sem ex- citar novos e graves incommodos ; com tudo acontece quasi sempre produzir pouco tempo depois de ter sido tomado pelo doente, no íim d'uma ou muitas horas segundo a dose, uma espécie de pequena agravaçâo que se parece tanto com a affecção primitiva que o mesmo doente a toma por uma exa: cerbação de sua moléstia. Mas não he na realidade 'ie não uma moléstia medicinal muito análoga ao mal primitivo e que o excede um tanto na intensidade. 158. Esta pequena agravaçâo homoeopathii a do mal nas primeiras horas, feliz presagio que a maior parle das vezes annuncia que a moléstia vai ceder á primeira dose, está justa- mente na regra; porque a moléstia medicinal deve natural- mente ser um fanto mais forte que o maj á extinção do qual he destinada se se quer que osobepuge e cure, as^im como uma moléstia natural não pode distruír e fazer cessar outra que se assemelhe se não quando tem mais força e mais in- tensidade que cila ( V. 13, 18). 159. Quanto mais a doso do remédio homoeopathico he fraca, tanto mais o augmento aparente da moléstia he ligeiro e de curta duração. 160. Com tudo como he quasi impossível atenuar assás a dose dum remédio homoeopathico para que este não seja mais susceptível de corrigir sobrepujar e curar peifeitamente a moléstia que lhe he análoga concebe-se facilmente que toda a dose desle medicamento que não he a mais pequena pos- sível , pode ainda occasionar uma agravaçâo homoeopathica nas primeiras horas que se seguem à sua administração. 161. Se eu refiro á primeira ou ás primeiras horas a agra- vaçâo homoeopathica , ou antes a acção primitiva do remédio homoeopathico, parecendo atigiiicular rrn tanto os sympfo- [ 53] mas da moléstia natural, esta detença se aplica as affecções agudas e sobre tudo recentes. Mas quando medicamentos cuja acção se prolonga muito tem de combater um mal antigo, e muito antigo , e por conseqüência deve uma dose continuar a » hrar por muitos dias seguidos, então se vêem aparecer de tempo a tempo, nos primeiros seis ou oito dias. alguns dos effeilos primitivos dos medicamentos, algumas dcs>as exacer- bações aparentes dos symptomas do mal primário, que durão uma ou muitas boras, em qu*into a melhora geral se pro- nuncia sensivelmente nos intrevallos Decorrido este pequeno numero de dias a meihora produzida pelos effeilos primitivos do medicamento continua ainda por muilos quasi sem per- turbação geral. 162. Sendo ainda muito limitado o numero dos medica- mentos cuja acção verdadeira e pura he conhecida exactamen- te, acontece algumas vezes que só uma porção dos sympl.omas da moléstia que se vai curar se encontra na serie dos sympto- mas do medicamento mais homoeopathico, e que se he cons- trangido por conseguinte a empregar esta imperfeita potência morbifica artificial á falta de melhor. 163. Neste caso não se pôde esperar do remédio que se em- prega uma cura completa e isenta de inconvenientes. Yeem- se sobrevir durante seu emprego alguns accidentes, que se nao notavao antes na moléstia, e que são symptomas acce»sorios rlependentes do medicamento imperfeitamente apropriado. íle verdade que este inconveniente não impede que o remé- dio anniquile grande parte do mal, isto he, os symptomas mórbidos semelhantes aos svmptomas medicinaes, e que d'aqui não resulte um começo bem pronunciado de cura ; mas ob- serva-se a provocação de alguns malles accessorios, que sómen - te sao bem moderados quando houve cuidado de atenuar muito a dose. 16Í-. O pequeno numero de symptomas homoeopathicos que se encontráo entre os d> inelicainento a que, á falta do melhor, se recorre, jamais prejudica a cura quando secompou cm grande parte, de symptomas extraordinários que distin- guem c caraderi ao a moléstia ; a cura sempre se segue sem graves inconvenientes. 163. Mas quando entro os symptomas do medicamento es- colhido nenhum se encontra que se assemelhe exaclamente aos fvinntomas salientes e característicos da mcjeslia, c o me-= [ 8»] dicamento não corresponde a esta senão a respeito de acciden- tes geraes e vagos (anxiedade, languídez, cephalaigía, etc.) o entre os medicamentos conhecidos outros não ha mais homoeo- pathicos de que possa lançar-se mão, não pôde o medico espe- rar um resultado immodiato vantajoso da administração da remédio tão imperfeito. 166. Este caso he comtudo muito raro porque o numero de medicamentos cujo effeito puro he conhecido, tem augmen- tado nestes últimos tempos, e quando elle se dá os inconvenien- tes que se seguem diminuem logo que pôde em seguimenlo administrar-se um remédio cujos symptomas se assemelhem mais aos da moléstia. 167. Com effeito, se o uso do remédio imperfeitamente ho- moeopathico, que primeiro se empregou, produziu rnales ac- cessorios de alguma gravidade, nao se espera nas moléstias agudas que a primeira dose complete sua acção toda inteira , antes que ella seja completa examine-se de novo o estado mo- dificado do enfermo, e adicciona-se o que ha de mais em symp- tomas recentemente apparecidos para formar com todos nova imagem de eníermidade. 168. Enconíra-se então facilmente, entre os medicamentos conhecidos, um reme lio análogo, de que será bastante usar uma vez, se não para destruir de todo a moléstia ao menos para tornar a cura mais eminente Se este novo medicamento não basfa para restabelecer a saúde completamente torna-se a examinar o que ainda resta do estado enfermo e escolhe-se depois o remédio homoeopathico mais apropriado á nova ima- gem que se obtém. Coutinúa-se da mesma forma até que s? tenha chegado ao fim, isto he, á cura.' 169. Pôde acontecer que examinando uma moléstia pela primeira vez, e escolhendo também pela primeira ve/ o remé- dio, se ache que a totalidade dos symptomas não he sufliciente- mente coberta pelos elementos morbificos de um só medica- mento, o que depende de serem poucos os bem conhecidos, e que dois remédios revalisem na conveniência sendo um ho- moeopathico para tal porção de symptomas, e outro para ou- tra. Não he por isso ademissivel, empregando primeiro um destes remédios que parecesse mais conveniente empregar depois o outro porque tendo pela acção do primeiro mudado as circunstancias este nao conviria mais aos restantes sympto- mas; em seiqelhante caso será necessário examinar de novo o [ 5a ] estado da moléstia para julgar pela imagem delia que remédio homoeopathico convirá mais a seu novo estado. 170. Desta, como de todas as vezes que tiver havido mu- dança na moiestia, he necessário indagar o que he que ainda resta dos symptomas, e escolher um remédio tão conveniente quanto possivel ao novo estado presente do mal,seu» attender em nada ao medicamento que no principio parecia melhor de- pois daquelle que realmente servio. Não hade acontecer mui- tas vezes que o segundo destes remédios seja ainda conveniente. Mas se depois de novo exame do estado da moiestia se acha ainda que elle convém será Í6to uma razão de mais para que se lhe dé preferencia. 171. Nas moléstias chronicas não venereas, nas que por conseqüência provém da psora, muitas vezes ha necessidade de empregar um depois do outro, muitos remédios, cada um dos quaes, ou seja dado n'uma só dose ou seja muitas vezes repetido, deve ser escolhido homoeopathico ao grupo de symp- tomas que subsiste ainda depois de finda a acção do prece- dente. 172. Uma dificuldade semelhante nasce do muito pequeno numero de symptomas da moiestia, circunstancia que merece igualmente fixar a attençao, pois que chegando a renova-la tem-se vencido quasi todas as diííiculdades que, á parle e'pe- núria de remédios, pôde apresentar este mais perfeito de todos os methodos curativos. 173. As únicas moléstias que parecem ter poucos sympto- mas, c por isso prestar-se mais úiflicilmente á cura, são aquel- las que se poderião chamar patfciaes, porque não tem senão um ou dois symptomas salientes, que encobrem quasi todos os outros. Esías moléstias sao pela maior parte chronicas. 171 Seu symptoma principal pôde ser, ou um mal interno, por exemplo uma cephalaigía antiga, uma diarrhéa inveterada, uma antiga cardialgia, etc. ou uma lesão.externa. Estas ulti- mas affecções sao as que mais particularmente cbamão moles- tias locaes. 175. Pelo que diz respeito ás moléstias parciaes da primeira espécie, a falta de attençao da parte do medico he muitas ve- zes a única cau^a que impede de perceber os outros symptomas por meio dos quucs se poderia completar o quadroda moiestia. [ 50] 176. Ha comfudo algumas moléstias, em pequeno numero, que apesar de todo o cuidado com que se examinão no prin- cipio (81—98) nao mostrão se n£o um ou dois symptomas violentos, todos os outros não existem se nâo em gráo pouco pronunciado. 177. Para tralar com suecesso este caso, alias muito raro^ começa-se por escolher, pela indicação dos symptomas pouco numerosos que se percebem, o medicamento que parece ser o mais homoeopathico. 178. Poderá acontecer que esse remédio, escolhido segundo todas as exigências da lei homoeopathica offereça a moléstia artificial cuja analogia com a moléstia natural o torne apto a operar a destruição desta; e será isto tanto mais possivel quan- to mais salientes, pronunciados e característicos forem os symp- tomas da moléstia natural. 179. Mas o que acontecerá mais freqüentes vezes he que elle não hade convir á moiestia senão em parte, e que não se lhe adaptará exactamente, porque a escolha não poderá ter sido feita segundo numero suíliciente de symptomas. 180. Ora, operando então contra uma moiestia a que não corresponde se não em parte, o medicamento provocará males accessorios, como no caso (162 e seguintes) em que a escolha fica imperfeita por penúria de remédios homoeopathicos. Elle fará então apparecer accidentes pertencentes á seriede seus próprios symptomas. Mas estes accidentes são igualmente symptomas próprios da mesma enfermidade, os quaes não li- nha o doente percebido ainda, ou não tiiihasdT ido senão raras vezes, e que se desenvolvem agora em mais subido gráo. Acci- dentes hão de apparecer agora ou se hão de exacerbar que o doente não percebia d'antes, ou só sentia vagamente. 181. Hade ohjectar-se talvez que os ma lies accessorios e os novos symptomas da moiestia que apparecem devem ser pos- tos á conta do remédio que se administrou Tal hesua fonte na verdade. Sem duvida elles provém desse remédio (105) ; mas nem por isso deixSo do ser symptomas que a moléstia por si mesma podia produzir nesse indivíduo, e o medicamento. na sua qualidade de provocador de symptomas semelhantes os temsómentc feito pronunciar-se. os tem determinado a appa- recer. Vunia" palavra, a totalidade dos symptomas que se mostrão então deve sei considerada como pertencendo à mo- [ 57 ] lestia, como sendo o seu verdadeiro estado actual, e hc debaixo deste ponto de vista que he necessário encara-la para a tratar. 182. He assim que a escolha dos medicamentos, quasi ine- vitavelmente imperfeita por causa do pequeno numero de symptomas presentes, faz comtudo o serviço de completar a reunião dos symptomas da moiestia e facilita desta maneira a busca de segundo remédio mais homceopathico. 183. A não ser que a violência dos accidentes de novo de- senvolvidos exija promptos soccorros, o que deve ser raro, por causa da exiguidade das doses homoeopalhicas, sobre tndo nas moléstias muito chronicas. he necessário, quando o primeiro medicamento nenhum bem mais produz, traçar novo quadro da moiestia segundo o qual se escolhe um segundo remédio homoeopathico que seja justamente conforme ao estado actual. Esta escolha será tanto mais facil quanto o grupo dos syuipto- mas fôr mais numeroso e completo. 181. Continua-se da mesma maneira, depois do effeito completo de cada dose, a notar o que ficou da moiestia e a marcar os symptomas que subsistem, e a imagem que resulta serve para achar o novo* remédio táo homoeopathico quanto possivel. Esta marcha he a que deve seguir se até à cura. 185. Entre as moléstias parciaes, as que sao chamadas lo- caes occupâo lugar importante. Entende-se por ellas as mu- danças e os soffrimentos quo sobrevôm às partes exteriores do corpo. A escola tinha ensinado atè hoje que só estas partes ex- teriores erão affectadas cm taes casos, e que o resto do corpo nao tinha parte na moiestia ; proposição absurda em theoria e que tem conduzido a applicaçoes as mais perniciosas. 186. D'entre as moléstias locaes aquellas cuja origem ho recente e provém só do uma causa exterior parecem ser as úni- cas que realmente merecem este nome. Mas ho necessário en- tão que a lesão seja bem pouco grave; porque quando ella tem alguma importância todo o organismo se recente, a febre se declara, etc. Pertence á cirurgia tratar esles uialcs em quanta s3o necessários soccorros mechanicos para remover ou destruir obstáculos também mechanicos à cura que ella mesma nao pôde esperar senão da força vital. Neste caso estão, por exem- plo, as reducçoes, a união das feridas, a extracção de-corpos estranhos que tem penetrado nas partes vivas, a abertura das cavidades sphlcnchnicas ou para exlrahir um corpo que sobre- 8. I »*) rarrega a economia ou para dar sabida a derramamentos on i oiiecçoos de líquidos, etc. Mas quando por occazião de se- melhantes lesões o organismo inteiro reclama soccorros dinâ- micos activos para ser posto em estado de completar a cura, quando, por exemplo, tem necessidade do recorrer a medica- mentos internos para extinguir uma febre violenta proveniente de uma pisadura, de uma dilaceração das partes molles, mús- culos, lendoes. vasos, quando he necessário combater a dói' causada por uma queimadura ou uma cauterisação, então co- meção as funcçoes do-medico dinâmico, e são necessários os soccorros da homoeopathia. 187. Mas o contrario acontece com os mallcs. alterações ou sòíTriinõnlos que sobrevôm á superíicie do corpo sem ter por causo uma violência externa, ou quando muito seguidos a uma lesa-,» exterior quasi insignificante. Estas moléstias tem sua oi ig.-m numa affecção interior. Ho pois tão absurdo como perigoso dal-oá por symptomas puramente locaes, e trata 1-os exclusivamente ou quasi só por applicaçoes tópicas, como se se Iralav-e de um caso cirúrgico, como tem leito atè hoje os mé- dicos de todos os séculos. ISS. Dá se a estas moléstias o epilhuto de locaes porque se acredita serem affecções exclusivamente lixas nas partes exte- riores, nas quaes o organismo toma pouca ou nenhuma parte como quem ignora sua existência. 189. Comtudo basta a menor reflexão para conceber que um mal externo , que não tem sido occaztonado por huma vio'encia exterior, nem pôde nascer, nem persistir nem tao pouco peorar sem uma causa interna, sem a cooperação do organismo inteiro, sem que por conseqüência esteja este en- fermo. Não se havia de manifestar-.se a saúde geral não esti- vesse alterada, se. a íorça vital dominante, se todas as partes j sensiveis e irritaveis, se todos os órgãos nao tomassem parte nelle. Sua producção nem mesmo seria concebivcl se nao fosse o resultad de uma alleraçU» da vida inteira, tão ligadas umas ásoulras são todas as partes do corpo formando um todo indi- visível no que diz respeito á maneira de sentir e de obrar. rdo pôde apparecer uma erupção nos lábios, um panaricio. etc. sem que precedente ou simultaneamente deixe de haver alüuin desarrumo interior no indivíduo. 190. Tudo o verdadeiro tratamento medico de um mal so- bi;:vind) ás parte- exteriores do corpo fom que violência exte- [ B9] rior lhe tenha dado causa deve ter por fim o aniquilamento o a cura do mal geral que soffre todo o organismo a favor de re- médios internos. He só desta maneira que elle pôde ser racio- nal seguro e radical. 191. Esta proposição he posta fora de duvida pela experiên- cia que mostra que todo o remédio interno enérgico produz, immediatamenle depois de ter sido administrado mudanças consideráveis no eslado geral do doente, e em particular no das partes exteriores aflectadas, que a medicina vulgar olha como isoladas mesmo quando estas partes são situadas nas ex- tremidades do corpo. E estas mudanças são de natureza a mais salutar: ellas consistem na cura completa do homem fa- zendo desapparecer ao mesmo tempo o mal local sem que seja necessário empregar remédio algum exterior, uma vez que o remédio interior que se dirige contra toda a moiestia tenha sido bem escolhido e seja perfeitamente homoeopathico. 192. A melhor maneira de chegar a este fim consisto, quan- do se examina a moiestia, em tomar em consideração não so- mente o caracter oxacto da affecção local, mas ainda todas as outras alterações que se notão no ostadb do doente sem que possão attribuir-se á acção dos medicamentos. Todos estes svmptomas devem ser reunidos n'um quadro completo afim de que se proceda á escolha de um remédio homoeopathico conve- niente entre os medicamentos cujos symptomas mórbidos sito conhecidos. 193. Este remédio, dado só interiormente, e n'uma só dose quando o mal he recente, cura simultaneamente a moiestia ge- ral do corpo e a affecção local. Semelhante effeito da sua par- te deve provar que o mal local dependia unic;imente de um;( moiestia de todo o corpo, e que he necessário consideral-o co- mo uma parto inseparável do lodo, como um dos symptomas mais consideráveis e mais salientes da moiestia geral. 19í. Não convém, nem nas affecções locaes agudas que m; desenvolvem rapidamente, nem nas que existem ha mais tem- po, applicar sobre a parle tópico algum, ainda mesmo que seja a substancia que tomada interiormente seria especifica ou ho- moeopathica, e ainda quando se houvesse de administrar si- multaneamente esse agente interior. Porque as affecções locaes agudas, como inflamações, erisipelas, etc. que tem sido produ- zidas, não por lesões externas de uma violência proporcional, m;'s por cauie muitas vezes as manobras aventureiras da allopalhia vem ainda desfigurar e exasperar monstruosamente. 207. Sc o que precede he verdade, o medico homoeopatha de e ainda informar-Se dos tratamentos allopathicos a quea pessoa que sofre de moiestia chronica tem sido subineltida athe oitão, dos medicamentos de que tem usado com preferencia o mais freqüentemente, das agoas mineraes a que reccorreo, e effeito que ellas produsirão Ksles apanhamentos lhe sao ne- cessários para conceber athe que ponto a moléstia degenerou do seu estado primitivo, corrigir cm parte essas alterações ar- leficiacs, se isso he possivel, ou ao menos evitar os medicamen- tos de que alé então se abusou. [ 64 ] 208. A primeira cousa que ha logo a fazer he indagar a idade do doente, seu gênero devida e seu regimen, suas occupaçóes, sua situação domestica, suas relações sociaesetc. Examina-seseestasdiversascircunstancias contribuem para aug- mentar o mal e atè que ponto ellas podem favorecer o trata- mento ou ser-lhe desfavorável. Nâo se deixara tão pouco de indagar se a disposição do espirito e a maneira de pensar do enfermo põe obstáculo à cura, se he necessário fazer-lhes to- mar nova direcção, favorece-los ou modifica-los. 209. He somente depois de muitas conferências consagra- dos a colher estes dados preliminares, que o medico procura traçar conforme as regras precedentemente expostas um quadro tão completo quanto possivel da moiestia a fim de poder notar os symptomas salientas e carachristicos segunde os quaes esco- lhe o primeiro remédio antipsorico ou outro, tomando por guia no principio do tratamento a analogia dos symptomas ta- manha quanto possivel. 210. A' psora se referem quasi todas as moléstias que cha- mei ja parciaes, e que parecem mais deficeis de curar em razão desse mesmo caracter, consistindo em que todos os seus outros accidentes desapparessem ante este grande symptoma predo- minante. Aqui entrão as moléstias do espirito e da moral. Estas afTecções nao formão comtudo uma classe â parte e in- teiramente separada das outras; porque o eslado moral e do espirito muda em todas as moléstias chamadas corporaes, e se deve compreende-lo entre os symptomas principaes que impor- ta notar, quando se quer traçar uma imagem fiel da moiestia, pela qual se possa combater o mal homoeopathicainente com bom resultado. 211. Isto vai tão longe que o estado moral do doente he muitas vezes o que decide principalmente a esco ha do remé- dio homoeopathico: porque este estado he característico, uni daquelles que rnenos deve deixar escapar um medico habituado a fazer experiências exaclas. ' 212. O creador das potenciqs] medicinaes attendeo singu- larmente a este elemento principal de todas as moléstias, a al- teração do estado moral e do espirito: porque não existe um só medicamento heróico que deixe de operar uma mudança notável no gênio e na maneira de pensar do indivíduo são a que se administra, e cada subslancia medicinal produz esta mudança a teu modo. 2Í3. Não so curará jamais de uma maneira conforme á na- tureza* isto he, hoinoeopatbicamcnte, em quanto em cada caso individual de moleslia, ainda mesmo aguda, não se attender simultaneamente ao symptoma de mudança sobrevinda no ts- piritoe moral, eem quanto nao se buscar para remédio um me- dicamento susceptível de provocar por si mesmo nêo somente os symptomas semelhantes aos da moléstia mas ainda uni es- tado moral e uma disposição de espirito semelhantes. 211. O que tenho a dizer a respeito do tratamento das af- fecções do espirito e do moral se reduza pouco: porque não podemellasdeixardeser curadas como as oulras moléstias, isto he: em cada caso individual he necessário oppor-lhes um re- médio tendo uma potência morbiíica tao semelhante quanto possivel á da moiestia no qne diz respeito aos effeitos que pro- duz no corpo e na alma das pessoas fãs. 215. Quasi todas as moléstias que se chamão affecções do espirito e do moral outra cousa não são mais que moléstias do corpo, nas quaes a alteração das faculdades moraes e Íntellec- tuaes se tornou por tal forma predominante sobre os outros symptomas, cuja deininuição teve lugar mais ou menos ra- pidamente, que acabou por tomar o caracter de moiestia par- cial ou quasi até de affecção local. 216. |\âo são raros os casos cm que, nas moléstias ditas cor- poraes qne ameação a existência, como a supuração do pulmão, u alteração do outra víscera essencial, a febre puerperal, etc. itugmentando rapidamente de intensidade , o symptoma inoral, a uiolestid degenera numa espécie de mania, de me- lancolia ou de furor, o que afasta o perigo da morte resultante até então dos symptomas physicos. E.desse ucalmão ao ponto de chegar próximos ao estado de saúde, ou antes diminuem por tal fôrma que se nao pôde mais reconhecer sua existência sem muita preseverança e firmeza nas observações. Desta ma- neira elles degenerão em uma moléstia parcial, e por assim di- zer local, em que o symptoma moral, d'antcs muito ligeiro, ganha preponderância tal que se torna o mais saliente de to- dos, oecupa em grande parte o lugar dos outros, e lhes dimi- nue a influencia operando á maneira de um paliativo. N'uma palavra, a moléstia d os órgãos grosseiros do corpo foi transpor- tada para os órgãos quasi espirituaes da alma, que nenhum anatômico poude atlingir ainda, nem hade attingir nunca com i-cu scalpello. 217. Nas affecções deste grn-jro he necessário proceder com 0 i 66 m lito particular cuidado á indagação de todos os signaes, tanto relativamente aos symptomas corporeos, couto ainda mais aó hymptorna principal e caracteristico, o estado do espirito e do moral. He o unico meio de vir a encontrar depois, entre os medicamentos cujos effeitos puros são conhecidos, um remédio homoeopathico tendo o poder de extinguir ao mesmo tempo a totalidade do mal, isto he, um medicamento cuja serie de symp- tomas próprios contenha os que se assemelhem o mais possivel nao somente aos symptomas corporaes do caso presente de mo- léstia, mais ainda e sobre tudo a seus symptomas moraes. 218. Para chegar a possuir a totalidade dos symptomas he necessário cm primeiro lugar descrever exaclamente todos aquelles que a moléstia corporal offerecia antes do momento em que, pelo predomínio do symptoma moral, degenerou em affecção do espirito e da a'ma. Essas informações serão forne- cidas pelas pessoas que tem estado com o enfermo. 219. Comparando esses precedentes symptomas de moiestia corporea com os traços que ainda subsistão, quasi apagados, e que mesmo ainda se tornão às vezes sensíveis n'algum lúcido intervallo ou quando a moiestia mental experimenta diminui- ção passageira, licar-se-ha convencido de que posto que en- cobertos nâo tinhão elles deixado de existir. 220. Acrescentando a isto o estado do moral e do espirito queoscircunstantes o e medico tiverem observado como maior cuidado lem-se uma imagem completa da moiestia e pode-se proceder á busca de um medicamento homoeopathico pioprio para cura-la. isto he, se a affecção mental dura ha muito tem- po, á busca de um dos meios antipsoricos que tem a proprie- dade de produzir symptomas semelhantes, e principalmente uma desordem análoga nas faculdades moraes. 221. Comtudo se o estado de socego e tranquillidade ordi- nárias do enfermo foi subitamente substituído, debaixo da in- fluencia do medo, dos desgostos, de bebidas espirituosas, etc. pela demência ou pelo furor, oflerecondo assim o caracter de uma moiestia aguda, não se pôde, posto que a affecção pro- venha quasi sempre deuma psora interna, procurarcombatel-a immediatamente pelo emprego de remédios antipsoricos. He necessário primeiro oppor-lbe medicamentos apsoricos, por exemplo o aconito, a belladona, o stramonio, etc. em doses extremamente fracas afim de acalmal-o bastante para trazer a psora á sua precedente condição latente, o que faz parecer o doente restabelecido. [ 07 ] 222. Mas não se julgue que ficou curado o sugeito assim livre de uma moiestia aguda do moral e do espirito com remé- dios apsoricos. Longe disso, he necessário ter pressa em faze-r Io passar por um tratamento antipsorico prolongado, para o desembaraçar do miasma chronico, que na verdade se tornou latente, mas que nem por isso está longe de reapparecer. Não ha que recear accessos semelhantes ao que se remediou, quan- do o enfermo fica submisso ao gênero de vida que se lhe sabe prescrever. 223. Mas se não se recorre ao tralamento antipsorico, pó- de-se ficar quasi certo de que bastará uma causa muito menor que a que provocou a primeira apparição de mania, para fa- zer apparecer segundo accesso mais grave e mais prolongado, durante o qual a psora se desenvolverá quasi sempre de uma maneira completa, o degenerará n'uma alienação mental pe- riódica ou continua, cuja cura será mais diflicil de obter pelos antipsoricos. 221. No caso em que a moiestia menlal não estivesse intei1- ramente fornada, e em que se estivesse na duvida de ser ella realmente o resultado de urna affecção corporea, ou ser antes a conseqüência ue educação mal dirigida, de mãos costumes, de moral pervertida, de espirito inculto, de superstição ou de ignorância, o seguinte meio poderia tirar de duvidas. Far-se- hão ao doente exortações amigáveis, dar-se-lhe-hão motivos de consolação, íar-se-lhe-hão serias advertências, propor-se- Ihe-hão sólidos raciocínios: se a mole>lia do espirito não pro- vém senão de moiestia corporea, bem depressa hade ceder; mas se o contrario tem lugar, o mal hade peorar rapidamente, o melancólico ficará mais sombrio, mais abatido e mais incon- solavel, o maníaco mais malicioso e mais exasperado, o demen- le mais imbecil. 225. Ma* ha também, como acabamos de vêr, algumas mo- léstias mentaes, em pequeno numero, que não provem unica- mente de degeneração de uma moiestia corporea, e que, es- tando mesmo o corpo bem pouco affectado, tirão a sua origem de affecções moraes 1a cs como um pesar prolongado, modifi- cações, aborrecimento, offensas graves, e sobre tudo o receio e o terror. Estas também com o tempo influem s >bre a saúde do corpo, e a compromeltem muitas vezes consideravelmente. 226. He só nas moléstias mentaes assim engendradas e ali- mentadas pela alma que se pôde contar com os nemedioe mo- raes, mas ainda somente quando são recentes e eão tem alie.- [ 68-] rado muito o eslado do corpo. Nestes casos he possivel que a confiança que se testemunha ao doente, as exortações benevo- las que se lhe prodigao, os discursos sensatos que se Iho ende- icçao, e muitas vezes uma decepção encoberta com arte resta- beleção promptamente a saudo da alma, e com a assistência de um regimen conveniente restituão o corpo ás condições do es- tado normal. V27. Mas estas moléstias tem igualmente por causa um miasma psorico, que só não eslava ainda em estado de.se de- senvolver completamente, e a prudência exige que se submet- ta o individuo a um tratamenlo antipsorico radical, se se quer evita que elle recaia na mesma affecção mental, o que acon- tece facilmente. 228. Nas moléstias do espirito e do moral, produzidas por urna affecção do corpo, cuja cura se obtém somente por um medicamento homceopathico antipsorico, ajudado por um gê- nero de vida sabiamente calculado, he bom entretanto ajuntar a estes meios um cerfo regimen a (pie a alma deve ficar sub- mettida. lie necessário que a este respeito o medico, e as pes- soas íjue core so o doente conserve.it escrupulosamenlc para com este a condueta que tiver sido julgada conveniente. Ao maniaco furioso oppóe-se o soe- go e o sangue-frio de uma vontade firme inaccessivel ao temor; aquelle que manifesta seus soffrimentos por queixumes e lamentações testemunha-se urna muda compaixão pela expressão da physionomia e pelo caracter dos gestos; escuta-se em silencio a loquasidade do in- sensato, sem deixar perceber que se lhe dá attençao, como se faz ao contrario com aquelle cujos actos ou discursos s3o revol- tantes. Pelo que diz respeito aos estragos que um maniaco po- deria commelter, basta prevenil-os ou impedil-os sem jamais os reprehender, e he necessário tudo dispor para que jamais se recorras aos castigos e tormentos corporaes. Este ultimo pre- ceito he tanto mais facil de executar quanto o uso dos meios coercivos, nem mesmo encontra desculpa na repugnância do doente a tomar remédios; visto que m» methodo homoeopa- thico as doses são tão fracas que jamais as substancias medici- naes se descobrem pelo sabor; e podem-se fazer tomar ao doente na bebida sem que elle pressinta. 229. A contradição, as admoestações mui asporas, as re- prehensões muito acerba-, ea violência convém tão pouco como uma condes* tendência fraca e timida.e não menos que cilas preju- dicão no tra lamento das moléstias mentac, Mashe "obr■•■ tudo'a [ 69 j ironia, e a decepção, que elles podem perceber, que irritâoos maníacos, e agravão seu estado. O medico e os enfermeiros deveai sempre parecer que estão certos de que o doente gosà de sua razão. Deve haver também cuidado em afastar todos os ohjectos exteriores que possão perturbar-lhe os sentidos e alma. Não ha distracção para esses espíritos envoltos n'uma nuvem. Para essas almas revoltas ou languidas encadeadas n'um corpo enfermo nem ha recreações salutares, nem meios de esclareci- mento, nem possibilidade de acalmar-se por palavras, por lei- tura ou d'outra fôrma. Nada as pôde acaluiar senão a cura. A tranquillidade e o bem estar nâo entrão nessas almas senão quando o corpo recupera a saúde. 230. Se o remédio antipsorico de que se fez escolha para um caso dado de alienação mental, affecção que se sabe diver- sificar ao infinito, he perfeitamente homoeopathico á imagem fiel do estado da moiestia, conformidade tanto mais facil de achar, se he grande o numero dos medicai entos bem conhe- cidos, quanto o symptoma principal, isto he, o cstc.do moral do doente se pronuncia altamente, então a mais pequena dose basta muitas vezes para produzir em pouco tempo uma melho- ra muito pronunciada, que se nao leria podido obler por meios allopathicos administrados nas mais altas doses, e prodi- galisados quasi até produzirem a morte. Posso até mesmo af- firmar depois de longa experiência que a superioridade da homoeopathia sobre lodosos outros meios curativos imaginá- veis, jamais se mostra com mais expIendor«do que nas molés- tias mentaes antigas que devem sua origem a «ffecções córpo- reas ou que se desenvolverão ao mesmo tempo que ellas. 231. Ha ainda uma classe de moléstias que merece um exa- me muito particular. São não somente aquellas que reappa- recem em épocas fixas, como as innumeraveis febres intermi- tentes eas affecções de apparencia não febril que apparecem da mesma fôrma, mas também aquellas em que certos estados mórbidos alteruão com outros em épocas irregulares. 232. Estas ultimas, as moléstias alternantes, diversiíicão igualmente muito, mas pertencem todas á grande serie das moléstias chronicas. Pela maior parte são o resultado do de- senvolvimento da psora, algumas vezes, poucas, complicadas com um miasma syphililico. Eis a razão porque se curão no primeiro caso por medicamentos antipsoricos alternados corn antisyphiliticos, como o digo no meu Tratado de moléstias chronicas. [70] 233. As moléstias intermitentes propriamente ditas, ou ty- picas, são aquellas em que um estado mórbido semelhante ao que existia anteriormente reapparece depois de um intervallo regular de bem estar apparentc, ese extingue de dovo depois de haver durado por tempo determinado. Este phenomeno tem lugar, não só nas numerosas variedades de febre intermi- tente, mas ainda mesmo nas moléstias apparentemente apyreti- cas, que appaiecem e desapparecem em épocas fixas. 231. Os estados mórbidos apparentemente apyrelicos, que affeclão um typo bem pronunciado, isto be, que voltão em épochas fixas no mesmo indivíduo, e que em ger;»l se nao manifestáo de uma maneira sporadica ou epidêmica per- tencem todos á classe das moléstias chronicas. A maior parte depende de uma affecção psorica pura, poucas vezes com- plicada com syphiles e combate-se com resultado pelo gê- nero de tratamento que reclama esta moleslia. Comtudo al- gumas vezes he necessário empregar como meio intercor- rente uma dose homoeopathica muito pequena de quina, para extinguir complectamenle o seu typo intermitente. 235. A respeito das febres intermitentes que reinão spo- radicas ou epidemicamenle, e não daquellas que são inde- micas nos lugares pantanosos, nós achamos muitas vezes que cada um de seus accessos ou paroxismos he igualmente com- posto de dois estados alternos contrários, frio e calor, ou calor e frio; porém mais freqüentes vezes elle o he de três, frio, calor e suor. Eis também porque he mister que o remédio que se escolhe contra elles, e que se encontra geralmente na classe dos apsoricos experimentados, possa igualmente, o que he mais seguro, excitar nas pessoas sãs dois ou três es- tados alternos semelhantes, ou pelo menos que tenhão a fa- culdade de produzir, por si mesmo com todos os symptomas necessários, aquelle dos dois ou três estados alternos, frio, ca- lor, suor, que for mais forte e mais pronunciado. Comtudo he principalmente pelos symptomas do estado do doente du- rante a epyrexia que devemos guiamos para escolher o medi- camento homoeopathico. 236. O methodo que melhor convém e que he mais ntil nesta» moléstias consiste em dar o remédio immedia amente <>u pelo menos tão pouco tempo quanto possivel depois do findo o accesso. Administrado desta maneira lem teuipo do p-óduzír no organismo lodo o » ffeito que delle depende para restabelecer a saúde sem violeocia e s ho- moeopathico, torna-se sempre nocivo quando se dá em alta dose, e prijudica tanto mais quanto a dos» he maior. Mas a elevação da dose prejudica tanto n ais o enfermo quanto mais homoeopathico he o remédio, e sua potência dynamica tem sido mais desenvolvida ; e uma forte dose de um medica- mento semelhante fará mais mal que uma dose igual de uma substancia medicinal allopathica, isto he sem relação alguma íle conveniência com a moiestia ; porque então a aggravação homoeopathica (V. 167—169J isto he a moiestia artificial, muito análoga á moleslia natural, quo o remédio tem excitado nas partos mais molestas do organismo, vai ale ao ponlo de [ Si ] prejudicar, em quanto que, ficando entre justos Iimiíc?; feria eff''Ctuado brandamente--a cura. O doente na verdade não sofre mais da moleslia primitiva que tem sido destruída ho- moeopathicamento , mas soffre tanto mais da moleslia medi- cinal, que tem sido muito mais torto e de debilidade que he suaconsequeneia natural. 277. Pela mesma razão j e porque um remédio dado em dose muito fraca se mostra tanlo mais maravilhosamente effi- caz quanto melhor se ha tido o cuidado de o escolher homoeo- pathico , um medicamento, cujos symptomas próprios fo- rem perfeitamente accordes com os da moiestia , deverá ser tanto iiuiis salutar quanto sua dose se aproximar mais da exi- guidade a que carece de ser reduzido para obter suavemente a cura. 278. Trata-se agora de saber qual he o gráo de exguidade que melhor convém para dar ao mesmo tempo o caracter da certeza e de suavidade aos effeitos seguros que se querem pro- duzir, isto he* quanto se deve abaixar a dose do remédio ho- moeopathico n'um caso dado de moléstia, para obter a melhor cura possivel desta. Concebe-se facilmente que não ho ás conjecturas theoricas que convém recorrer para obter a solução desie problema, que não he por ellas que se pode es- tabelecer, relativamentea cada medicamento em particular,em que dose basta da-lo para produzir o effeito homoeopathico e obter uma cura tão prompta quanto branda. Todas as súb- tilesas imagináveis de nada valem agora. Não he senão por experiências puras* por observações exactas, que se pode chegar á conclusão. Seria absurdo objectar com as altas doses empre- gadas na pratica allopathica vulgar, cujos medicamentos não se deslinão ás paites onolestas, mas somente aquellas que não sao atacadas pela enfermidade. Nada pode concluir-se d'aqui contra a fraqueza das doses cuja necessidade , nos tratamen- tos homoeoplhieos, he demonstrada pelas experiências puras; 279. Ora, as experiências puras estabelecem ab.-oluta- inente que, quando a moléstia não depende manifestamente da alteração proíunda de um órgão importante, sendo ainda mesmo da classe das chronicas e complicadas , e quando ha cuidado de afastar do enfermo ioda a influencia medicinal extranha , a dose do medicamento homoeopalhico não seria jamais assás Iraca para o tornar ínlerior em força á moiestia natural , e que pode dtingir e curar esla ultima em quanto conserva a energia necessária para provocar immediatamente depois de ter sido tomada symptomas semelhantes aoi delia, e um pouco mais intensos. ( V. 157—160.) [ 82 ] 280. Esta proposição, sclidamenle estabelecida pela expe- riência, serve do regra para atenuar à dose de todos os medi- camentes homoeopathicos, sem excepçao, alé um gráo tal que depois de lerem sido introduzidos no corpo, não produsao se- não uma aggravação quasi insensível. Pouco importa que a attenuação chegue ao ponto do parecer impossível aos médi- cos vulgares cujo cérebro se não nutre senão de ideas materia- listas e grosseiras. As declamaçoes devem soflrer quando a in- fallivel experiência tem pronunciado a sentença. 281. Todos os doenles, sobre tudo relativamente a suai moléstias, tem uma incrível tendência para resrntir a influen- cia das potências medicinaes homoeopathicas. Nâo ha homem, por mais robusto que seja, que , atacado mesmo só de uma moiestia chronica, ou do que se chama um mal local, não ex- perimente bem depreça uma mudança favorável na parte en- ferma, depois de ter tomado o remédio homoeopathico conve- niente , na mais pequena dose possivel, que n'uma pahvra experimento, por efleito desta sub>t.tncia , uma impressão su- perior aquelia que faria sobre um recém-nascido gosando boa saúde. Quanto he pois ridícula a incredulidade puramente theorica que recusa submetter-se á evidencia dos f^ctos! 232. Por mais fraca que seja a dose do remédio , uma vez que produza a mais ligeira aggravação homoeopalhica , uma vez que tenha o poder de fazer nascer symptomas semelhantes aos da moléstia primitiva , mas um pouco mais fortes , elle affecta de preferenc a , e quasi exclusivamente, as partes já mofestas do organismo, que estão fortemente irritadas, e muito predispostas a receber uma irritação tão semelhante á sua. Ella substituo assim á moiestia natural outra moiestia artifi- cial que se lhe assemelha muito e que he somente um pouco mais forte. O organismo vivo não soffre mais do que esta ul- tima aflecção. que por sua natureza e em razão da exiguidada da dose pela qual foi produzida cede bem depreça aos esforços da força vital para restabelecer a ordem normal e deixa assim, quando a aflicção era aguda, o corpo isento de soíTrim-.inlos , isto be, são. 283. Para proceder de uma maneira conforme á natureza um verdadeiro medico não administrará o remédio homoeo- pathico senão na dose exactamonte necessária para ultrapassar e aniquilar a moléstia presente, de maneira que , se por um desses erros perdoaveis á fraqueza humana , se havia escolhido um medicamento que não convinha, o damno resultante seria Uj leve que bastaria, para o reparar, a energia da força vital [ 83] e a administração de outro remédio mais bomooopathico,dado lambem na mais pequenina dose. 281. O effeilo das doses não dimínue na mesma proporção que a quantidade mateiial do medicamento dimínue nas pro- porções homoeopathicas. Oito gottas de tintura tomadas todas não produzem no corpo humano um effeito quádruplo de uma dose de duas gottas ; ellas não operão senão quasi no duplo. Da mesma sorte a mistura de uma gotta de tintura com dez gottas de um liquido sem propriedades medicinaes não produz eíTeito decuplo de uma golla dez vezes mais deluida , mns continua assim a seguira mesma lei, de sorte que uma gotta da diluição mais atenuada deve ainda produzir, e produz real- mente um effeito muito considerável. 283. Alenua-se assim a força do medicamento diminuindo o volume da do»e, i^to he, quando em lugar de fazer tomar uma gotta inteiia de uma diluiç-to qualquer senão dá mais que uma pequena fracçao desta gotta, o fim que se lem em vista , o de tornar o effeito menos pronunciado , lem-so perfeitamente conseguido. A razão he facil de conceber : o volume da dose tendo sido deminnido segue-se que deve tocar im-uos nervos, e estes com que se poz em contado communi- cao muito bom igualmente a viitude do remédio a todo o or- garémo, mas lh'a transmitem n'um grau muito mais fraco. 286. Pela mesma razão o effeit» de uma doso homoeopa- fhica augmenta em proporção da massa do liquido em que a dí-vsohem para a fazer tomar ao doente , posto que a quanti- dade de substancia medicinal fique sendo a mesma. Mas então o remédio se acha em contado com uma superfice muilo mais ext :nsa e o numero dos nervos que lhe sente o efleito ho mais considerável. Posto que os lheoricos prelend to que se enfra- quece a acção do medicamento d iuindo-o mais, a experiência diz precisamente o contrario; ao menos pelo que d z respeito aos meios homoeopathicos. 287. Deve-se comtudo nolir que muita differença existe entre misturar imperfeitamente a substancia medicinal com uma certa quantidade de liquido e operar esta mistura de uma maneira tão intima que as menores fracçõesde licor contenhão uma quantidade de medicamento proporcionalmente igual ã que exisliao em todas as outras. Com effeito a mistura tem muito maior potência medicinal no segundo caso que no primeiro. Poder-se-hão deduzir dpqui regras que seguir na administraçÍ3 das doses quando for necessário enfraquecer quanto possível o effeito dos remédios para os tornar suportá- veis aos doentes mais sensíveis. .[ 84 ] 288 A acção dos medicamentos liquidos sobre nó< he tão penetrante , ella se propaga com tanta rapidez , e tao geral- mente , do ponto irritavel e s< risível quo recebeo a primeira impressão da substancia medicinal a todas as oulras partes do corpo, que se estaria propenso e cbamar-lhe effeito espiritual, dynamjco ou virtual. 289. Toda a parte do nosso corpo que possue o sen lido da fado he igualmente susceptível de leceber a impressão dos medicamentos e propaga-la às oulras partes. 290. Depois do estômago a lingoa e a boca são as partes do corpo mais susceptíveis de receber as influencias medici- naes. Comtudo o interior do naris, o redo, os org-os genU laes e todas as partes dot. das degrande sensibilidade tem quasi outra tanta aptidão para resenlir a acção dos medicamentos, A mesma causa faz que estes últimos se introduzão no corpo pela superfice das feridas ou ulceras quasi tão facilmente como pela boca ou vias aéreas. 291. Os mesmos órgãos que tem perdido o sentido a que são destinadas, por exemplo, a lingoa e o paladar privados do gosto, o naris privado do olfato^communicão a todas as partes do corpo o effeito dos remédios que não obrão immediata- rneuie senão sobre ellas lão perfeitamente como se gosasse de sua faculdade própria. 292. A superfice do corpo, postoque coberta de pelle e de epiderme, não está menos apla [tara receber a acção dos me- dicamentos sobre tudo liquidos. Comtudo as porções mais sensíveis deste invólucro são também aquellas que maior aplU dão tem. 293. Julgo necessário fallar também aqui do magnetismo animal, cuja natureza tanto difTre dos outros remédios. Esta força curativa, que devia ser chamada Mesmerismo , do nome de seu inventor, e a respeito ua realidade da qual só insensatos podem pôr duvidas, e que a vontade firme de um homem be^ nevolente faz afluir ao corpo enfermo , por meio de toques • opera homoeopalhicamente excitando symptomas semelhantes aos da moléstia, fim a que se chega a favor de um unico passe executado, medianamente sustentada a vontade, passando lentamente a chato as mãos por sobre o corpo desde o alto da cabeça até abaixo das pontas dos pés. Desta forma o mesme- pismo convém, por exemplo, nas hemorrhogias uterinas, mes- mo, nõ seu ultimo período, quando ellas estio a ponto de cau- [ 85 ] «ar a morte. Elle opera também repartindo a força vital cam uniformidade pelo organismo quando ella he excessiva n'um ponto e falta n'outro como quando o sangue sobe à cabeça , quando um subjeito enfraquecido soflíe insomnia acompa- nhada de agitação e mão estar, etc. Neste caso pratica-se um unico passe semelhante ao precedente , mas um pouco mais lorle. Einfim, elle obra rommunicamio immediatamente força vlal a uma parte enlraquccida ou a todo o organismo, effeito que nenhum outro meio produz de uma maneira tão certa e menos própria a perturbar o tratamento medico. Preenche-se esta terceira indicação possuindo-se de uma vontade fixa e bem pronunciad.i, c appTcando as mão- ou as pontas dos de- dos sobre a paite enfiaquecida de que uma affccçíio chronica interna faz sede de seu principal symptoma local, como por exemplo nas ulceras antigas, a go'a serena, a paralisia de um membro, etc. Aqui se coloca'» certas curas apparentes que tem operado em todos os tempos os magnetisa .iíoinas combinando juntamente hypotheses e idéas: ocas sobre a essência intima da vida ca producçào das doer.ças no u terior invisível se não acharia aquiüo que uma doerçi ofle- rece a curar s*'tião no interior do organismo, que he inac- cessivel ás nossas vistas. Não conecv.o que se tenha tido a ri- dícula pretoi.çào uiedeo, vidoqu.» não se pode jamais ver u ser espirlual, a forca v I; 1 quo creeu esta doença, que se não tem n esmo necessidade de a conhi cei e que a inlmção de .véus effeitos morb dos hasía | ar.. p'r em es- tado do cural-a ? Que quer pos demais a antga escola com esta prima causa que vai procurar r.o interior subtraindo à nossas vida?, em quanto que despicva a parle n i.s."ul c apre- 12 88 ciavel da doença, isto he, os symptomas que nos fallão unra linguagem tão clara ? « O medico que se entretem em des- se cobrir cousas occultas no interior do organismo, pôde se « enganar todos os dias. Porém o homoeopathico, delineando « com cuidado o quadro fiel do grupo inteiro de symptomas, « se alcança um guia sobre o qual elle pôde contar, e quan- « do consegue afastar a totalidade dos symptomas, segura- « mente que tem destruído também a causa interna e occulta a da doença. » (Rau. loc. cit. pag. 103.) í § 7. ) Ainda que todo o medico que raciocina comece por afastar a causa accidental, o mal cessa ordinarimente de- pois por si mesmo. Assim também afastão-se as flores muito cheirosas que provocão a syncope e accidentes hystericos, cx- trahe-se da cornea o corpo extranho que provoca uma oph- talmia, levanta-se para o applicar melhor o apparelho muito apertado que ameaça fazer cahir um membro em gangiena, li- ga-se a artéria cuja ferida dá lugar a uma hemorrhagia inquie- tante, procura-se fazer sahir por meio de vômitos as bagas da belladona que poderão ser engulidas, tirão-se os corpos extra- nhos que se introduzirão nas aberturas do corpo (o nariz, a pharynge, o ouvido, a urethra, o intestino recto, a vagina, ) esmigalha-se a pedra na bexiga, abre-se o ânus imperfurado do recemnascido, &c. ( § 7 bis. ) Não sabendo muitas vezes a que outro expe- diente recorrer, a antiga escola tem mais d'uma vez nas doen- ças procurado de combater e de supprimir por medicamentos, um só dos diversos symptomas que ellas fazem nascer. Este me- thodo está conhecido debaixo do nome de medicina symptoma- tica. Com razão tem excitado o desprezo geral, não somente porque nâo apresenta vantagem nenhuma real, mais ainda porque resulta d'elle muitos inconvenientes. Um só dos syrn- tomas presentes não he mais do que a doença por si mesma senão uma só perna não constitue o homem inteiro. O metho- do era tanto mais terrível que atacando assim um symptoma isolado, combatia-se unicamente por hum remédio opposto, (isto he, d'uma maneira enantiopathica e palliativa) de sorte, que depois d'uma melhora de pouca dura via-se apparecer mais grave que antes. ( § 8. ) Quando um doente tem sido curado por um ver- dadeiro medico, de maneira, que não lhe fique nenhum ves- tígio, nenhum symptoma da doença, e que todos os signaes de d d • ,h ,iTi«Lir n's\r; doen- ças para d.stril l-as o re.taSoleaor t.i:u'iMi a sa ide. toe dé.e- riain >; nó> pe.isnr de sua saY.d >r a o do sua bcida Io se, como o pretende a escola d un nauto que nfTocta interpretar na essên- cia intima das eu i-as o que ii; pr vi; • curar nas doenças , achaml.i-sc iiivol\id->s ifu-un ob^curul. d-- invstica e encerrados n<> inter <»r oecult.) d.» organismo, o ho ne n estava por isso mesmo reduzido á imposvb I d.ide d • reconhecer o mal, opor conseqüência aquelle também de o ciliar? ( ^ 22. 1 A outra maneira cm que se pode ainda empre- gar os medicamentos contra as doenças, he o methodo allopa- thico, noqoal se a;>;.l cão remédios produzindo svmptomas que não tem nenhuma td. çe» d.roda com o''stado do doente, nào sendo nem semelhanies, i.em oppostos, porem aboluta- liunto heterogêneos. Eu \ i demonslrei na itilrodm ç 10 quo este methodo he uma imitação grosseira e nociva de cdorços imperfeitos, que um impulso cego o puramente insíincti- vo dá á foiça vital portubada por alguma medonha influen- cia, em tentar para se salvar s» lodo n cm-to ev:citondo e en- treto:i:!;> n'e'la uma moléstia no organismo, porque a cega força vital nao foi creada senão para entreter a harmonia no organismo em quanto dura a saudo, e unia vev alterada nr.oes- to mais epta a restabelecer ao seu o-iado normal, j oiquo os symptomas não const tuem a doença por si trosma. Entretanto p >r mais iudocoroso oues-.i.i, servem-se delle á mu:to tempo ua escola adrnil, não sendo perm !t do ao medico m-ixi.l-o pas- sar em silencio, como ao hidoiduloi de soor r as opi ressoes que o gênero humano tem supportadi durante m.lhares dan- hos debaixo do governos absurdos e dieqmíieos. ( § 2*}. ) Eu não onç > f.illard^imn experienrasemelhan- to âqii.ílhi que ns»>sos co!Ie;.ras ant'gos se gabào. depus de ter d.iranto muitos annos comoait do com um montão de receitas complicadas uma muitMão d • do^n^a* quo elles não examina- rão nunca com euid.d•> porém, que fiéis aos costumes da cs- col i, olh irão co tio su'Ti emito uente conhecidas pelos nomes que tiaíun na patludoupa. julgando der,o;>r:.- n'eilas um pri:iei;)io mor!)'íico i'naí'na'io, oi albina outra nnonir.lüi in- terna não urn->s hvpoíií t'.a. Ni verd de elles véeni sempre algi ni coo-a, po--e:i iri > sa'ie u o qoe vVni. > he .rã o a re- s ilta tos ;çr> d versas adivamlo sobre uma origem desconhecida, cujo resu.UJo não tem nenhuma inducção a ti- [VI] far. Cifefoífit.n anh«s rTriivi s-vnelhnnto experiência «5» corno tintror^nta anuo* a «'nerair nu n k iléidoscope, que cheio ae coutas d Nconlrj-iilas e varia In, voltaria > contni-.:nente so- bre si mirem ■, vnrião-se m li ms d; ligiras mudando a cada indaute sem sô poder fitar sobro nenhuma. { § 23. ) Ha tamYvn l'e;ti nnn Vn qiüse tratâft os ma- . Ics pliysi.os e in->rans, porp» oh:iJnito li )it.u «tos.iopare- ce no rrepusculo da tn.iuhã d >s n;!rvoticos daquelle que to contempla.' por p■>. ii n j)»ler se n rlhi ito. \f\ri u iniis forte, a luz do dia nascen I» obra então sobrj seus órgãos. Com qae se está em uso a.-alnir o; n»r o; d» ulfado oitomlidos por ■cheirosdesagrada,eis .' co n tdn o, qu : affeda o nariz d'uma maneira semelhante porVu á »relativos aos ner- vos d\mtros sentidos. Porque un?u» reprime-se no ouvido com- passivo dos assistentes as 1i n »nt Ç~> s d > desgraçado condem- nado no stippl co dos aÇautes ? pelo sou esganiçado do pi fa- tio casado á hulha do tambor. Por.|ue-«e dissipa o estrondo fahido dò canhão inimigo, quel-vara otorror n'alina dosol- dado ? pcloiub» da graide ca;xa. Nem esta compaixão, nem este terror não polcrião ser reprimidos quer por ad « o •esta- ções, quer por uma d strihição de brPiautes mrtormre. Da mesma maneira, a tristeza e os pczares exlinguem n'alma a nova, ainda mesmo sendo falsa duma aTl Çio mu s firtt? so- brevinda a uma outra pessoa. Os result-id >s d'.nn i alegr a mui foite, «ão previndos pelo café, que por si m *sm » d spõ* a alma ás impressões agradiveis. Foi preciso que os Vlh-mie; mergulhados dYsde tantos séculos na apatYa e na es-rav id jj fossem opprimdos sob o j ig> tvr rn-> I > ^tiiug m> , pa- ra que o sentimento da dgadiledi homem se despertasse n'clles e que finalmente levantassem a cabeça. ( §29. ) A pmi-a torça d'a ç"io d^ potonivasspías á p^o- duzii moléstias artiliciaes ás quaes nós damos o n-riie d < me- dicamentos, fazem com que apezar d.-sua superioridade* i- bre as moléstias naturaes. a forçi vital lenha com tudo me- nus difficuldade a trium diar 1'elias «I > que djuds ultim h. Ten- do uma força (torção mui tonga. a m i'or parte d ) te n;>otão extensa que a vida mes na (sarna. syphlis sycose) nã > pilem nunca ser venci! rs p-l-i firçi vital s*>. II.; preciso para as ex- tinguir que o medVo affedo ;u lis eu'g cam mto esta, por in uo d*Hm agente capn* d; provocar um* doença mui anal >gi, po- rém dotada d'um poder superior ^remédio hoinaeopáthico). w Este agente introduzido no estômago ou respirado pelo nariz faz d'alguma sorte violência á cega e instinctiva força vital, • sua impressão toma o lugar da doença natural atè então exis- tente, de tal sorte, que a força vital não fica mais para o dian- te do que tocada da doença medicamentosa á qual com tudo não permanece na presa senão pouco tempo, porque a acção do medicamento (ou o curso da doença determinado por elle) não dura longo tempo. A cura do doenças datando jâ de mui- tos annos que alcança ( V. 40 ) a apparição da bexiga e do sa- rampo, (que não tem ambas senão uma duração de algumas semanas) lie um phenomeno do mesmo gênero. ( § 31. ) Quando eu digo que a doença he uma aberra- ção ou um desaccordo no estado da saúde, não pretendo dar uma explicação methaphysica da natureza intima das doenças em geral, ou de algum caso mórbido qualquer em particular. Eu quero somente designar por isto que as doenças não são e nem podem ser, isto he exprimir que não são mudanças me- chanicas ou chimicas da substancia material do corpo, que não dependem d'um principio morbifieo material, mas sim, que são somente alterações espirituaes ou dynainicas da vida. ( § 33. ) Eis aqui um facto notável d'este gênero, logo que antes do anno de 1801 a febre escarlatina lisa de Syde- nhão grassava de certo tempo sm diante d'uma maneira epidê- mica entre os meninos, atacava sem excepçãc aquelles que não a tinhão tido na epidemia precedente, porém na epidemia da qual eu fui testemunha á Koenigslutter, todas as crianças que tomarão logo a tempo uma mui pequena dose da belladona ficarão isentos d'esta enfermidade extremamente contagiosa. Para que os medicamentos possão preservar d uma enfermida- de epidêmica, he preciso que seu poder de modificar a força vital seja superior á sua. ( § 38. ) Foi descripta exactamente por Withering o Plenciz. Porém ella differc muito da milliar vermelha (onde Roodvonk), o qual maravilha-se dar o nome de febre escar- latina. Não foi senão n'cstos últimos annos que as duas doen- ças originariamente mui differentes, se assemelharão uma á outra por seus symptomas. ( § rt-0. ) Experiências exactas e curas que tenho obtido d'estas sortes daffecçõcs complicadas me tem convencido que ellas não resultão d'uma amalgamação de duas doenças, po- rém que estas existem simultânea mento na economia, oceu- [03 ] pando cada uma as partos que estão em harmonia com ella. Com effeito, a cura opera-se d uma maneira completa alte- rando-se a propósito o mercúrio e os meios próprios a curar a sarna, administradas todas em doses e debaixo do modo de reparações convenientes. ( § 41. ) Porque independentemente dos symptomas aná- logos aquelles da doença venerea que lhe permittem curar ho- moeopathicamente esta ultima, o mercúrio produz ainda n'el- la muitos outros que não se parecem com os da syphilis, e uma vez que se o administra em grandes dozes, sobretudo na com- plicação tão geral com a sarna, gerão novos males c exercitão grandes estragos no corpo. (§45. ) Assim como a imagem da chammad'umcandieiro he rapidamente apagada no nervo óptico por um raio do sol, que fere nossos olhos com mais força. ( § 46. ) Nas edições precedentes do Organon citei exem- plos d'affecções chronicas curadas pela sarna, que depois das descobertas cujas já publiquei no primeiro volume do meu Tratado de Doenças Chronicas, não podem ser consideradas senão debaixo d'um certo ponto de vista, como curas homoeo- pathicas. As doenças assim curadas (asthmas suffocantes, e phtisicas ulcerosas) erão já d'origem psorica d'esde o princi- pio, erão os symptomas tornados ameaçadores da vida, d'uma antiga psora já completamente desenvolvida no interior, senão a appariçãod'uma erupção psorica primittiva, o que fazia desap- parecer o mal antigo e os symptomas assustadores. Esta volta á forma primitiva não pôde ser tomada como meio curativo homoeopathico de symptomas mui desenvolvidos duma sarna antiga, senão no sentido de que a nova infecção pôe os doen- tes na situação infinitamente mais favorável de poderem para o diante ser curados mais facilmente da sarna pelo emprego de medicamentos antisarnosos. ( § 56. ) Seria-se levado a admittir uma quarta maneira de empregar os medicamentos contra as doenças, a saber, o methodo isopathico, o de tratar uma doença pelo mesmo m;as- ma que a produzio. Porém suppondo-se mesmo que a cousa fosse possivel, seria certamente isto uma descoberta preciosa, como senão administra o miasma nas doenças senão depois de o (cr modificado ale um certo ponto pelas preparações que se Ih e faz soffrer, a cura não teria lugar n'este caso senão oppon- do-sp rfcMa siimlfimitm * simiflimo. [tt] | § 58. ), Ainda que até agora os médicos não, se tenhão acostumado a observar, com tudo não tem podido lhes escapar. que c emprega de palliativos he infallivelmente seguido. d'uma aggravação do mal. Acha-se uni exemplo notável d este gênero em J. II. Schnlze. (Diss. qua orp rí.s- humanl momen- tavenrum alterati mum specimina quoedam expenduntur. Haí- le, 17VI § 28). Alguma cousa de semelhante nos he attc*ta- dapor Wíllis (Pharm. rat., sect. 7, cap. \, p. 298\ Optai* d ãuris atr cisaim.is plerumque sedant. atqueiudolentiam.. , pro- cura nt. eumque... aliqwndiu.et pr> stat-jquodam tempore contir nuant. qw>>sf>ati> cVipso, d lares m>x recrudessunt etbreci ad iolitttm fer< ciam augentur. E p. 293. Exatis opiiviribus Mi- co reteint tarmina, nxc atncitatem suam remittunt, msi dum ab euUm pkarrivto rurnis inri/itiutur. Da m \smi sorte, J. Ilunter diu seu traía Io de doençasvcueroas; diz, que o vinho aiigmeula a energia entre as. pess >as fracas sem lhes, eommu- niear um verdadeiro vigor, e que as forças diminuem depois na mesma proporção que l nháo sido excitadas de maneira que o sujeito nada ganha, antes pelo contrario perde a maior parto do suas forças. ( § 67. ) Não he senão em casos extremamente urgentes onde o perigo que a vida corre e a iminência da morte não darião tempo d'obrar a um medicamento hoiiKeopathico,enão adm tlirião nem horas, nem ás vezes mesmo minutos d'espora em moléstias soVevin Ias de repente enIr.; pessoas antes bem sadias, eu nu as pbvxia*, a fui í iraçüo. a suffocação, a congela ção, a subversão, &c, que he permitido e conveniente de romeçar ao menos, por reauimar a irritahilidade e a sensibili- dade nor;ueiod3 paliativos, taes.omo ligeiras com moções elec- tricas. < listeres de café forte, cheiros excitantes, a acção pro- gressiva do calor, óto. Logo, que a vida physica está reanima- da. o jogo dos órgãos que a entreteui toma seu curso regular, porque nãu havia então aqui a doença (*) porém tão somente suspensão ou oppressão da força vital, que antes se achava por si mesma no estado desande. Aqui se ordenáo ainda diversos antídotos em envenenamentos súbitos, os alçai s contra os áci- dos mineraes. o íig.id > de enx fie contra os venenos mctallieos, o café, acamplíura (e a ipeoacuaiihy; conlra os envenenamen- tos |iclo ópio. Nâo he preciso acereditar que um remédio homoeopathico (•") A nova "b-íja I ■ "rca (i -'os inui ''eien*:s'a<). avo:a-«-. norèm en vã.i.viw • sta ob- servação pari a-1mi"ir p:>r f,l,i a ia»^ fiw^Vs na vj-a.BH dtvnoi* e puder an. picar a na s.i rem lio, bom ~Qpa'.biPO qu" çonv^n »^cae- tameuite f-m ca1a caso morliHo, o a ites para nlo *e ♦ortur meüco horB, p. o03, ai Posser. Horstius Opp. III, p. o9> adiou o vinagre de rc:á muito Hlicaz na sincope. íí, íeí" ^11$. , .£>** veidade também foi reconhecida por Hal- hw quando dia prefacio dcsua//isí. sítrp. ÃLelv. ): Latet im- rutma viriwn dticrritas in iis ipsis plaiUis, quorum faeits eo> tenwi dudum novimus, ânimos quasi «i quodcumque ccelestiw habentf nondum perspexinms, { § 119. ) Todo aquelle que sabe que a acção de cada subs- tancia sobre o homem úiffere da de tod-os os outros, e aprecia a- importância deste fado, sem muita difíjculdade compreliende Miedical-mcnte faltando, que não pôde ahi haver suecedaneos, ido he medicamentos equivalentes e capazes de substituirem- se mtrtuamenle. Aquelle a quem os effeitos puros e positivos das substancias medicinaes são desconhecidos, he que pôde ser tão insensato que queira nos fazer persuadir que um remédio pôde substituir a um outro e produzir o mesmo effeito sauda- rei u'um supposto caso de doença. He assim que as crianças por sua simplicidade, confundem aquellas cousas que na es- ifencialidàdc são mais differentes, porque as conhecem apenas listas pelo seu exterior e não fem idéa alguma de suas pro- priedades intimas e de seu verdadeiro valor intrínseco. |jll9du.s. Se isto he a exacta verdade, como eflecti- vamente o he, um medico zeloso de passar por um homem ra- cional e de pôr sua consciência em socego, não pôde deixar d*ahi cm diante de prescrever senão aquelles medicamentos que elle perfeitamente conhece sua propriedade, isto he aquel- le que elle tem estudado sua acçao sobre indivíduos em estado de saúde, c isto com muiío cuidado para estar persuadir!* que d'entre muitos he esse sobre todos quem pôde provocar o cs- fado mórbido mais análogo na doença natural que se trata de curar; porque assim como já se vio mais acima, nem o homem nem a natureza [amais atcanção cura completa, prompta e du- rável, d'outro qualquer modo que não seja com o soccorro d'um meio homoeopathico. Medico algum para o futuro evi- taria submetter-se a descobertas deste gênero, sem as quaes el- le nao adquerii ia , a respeito dos medicamentos, os conheci- mentos que são indispensáveis para o exercício de sua arte, o que até boje tem sido desprezados. A posteridade com custo acreditará que até aqui todos os práticos se vangloriem de dar cegamente nas doenças remédios que elles ignoravão o verdadeiro valor, c que nunca tinhão estudado os effeitos puros o dynamicos sobre o homem em saúde, que elles lenhão se habituado d'associar juntas muitas dessas substancias desconhe- cida*., cuja acção he tão diversificada, v que ao depois tenhão '•n?r*''i substancia faz augwentar. Se elk' não tivesse administrado se- gundo o costume útt medicina aflopathira aeasca dVImo em altas doses, mas sim como o exigia o caracter homoeopathjco se eHe a fraesse tomar em dozes extremamente fracas no* exan- themas contra os quaes a proserev ia certa mento q«e curaria sem experimentar esse augtwcntode intensidade ou ao menos nwi porte© se terião manifestado. ' § 161. Ainda que o effeito dos- medicamentos que> mais dotados são da mais prolongada acção, se dissipo rapi- damente nas doenças agudas, comtudo elle por muito tempo- dura nas alTecções chronicas, provindo da psora") o d'aqui vem que os medicamentos-antepsotieos nrm sempre produzem essa exasperação homcropathica nas primeiras horas, mas siiu os dclcrminão mais tarde e emboras dtfTercntes nos primeiro* oito ou dez dias. ( § 181. ) Ao menos que não provcnlião d.'um grande desmancho na dieta, d'uma paixão violenta, ou d*um movi- mento tumultuoso no organismo, assim como também a ma- nifestação ou a cessação das regras, a concepção, o parto, Ac í % 183. ) Um «aso bem raro nas doenças chronicas, po- réiu que muitas vezes lambem acontece na* alíecções agudas, hc aquelle em que apesar da exiguidade dos symptomas, o> doente se sento apesar disso rnuíto mal, de maneira que pode- se attribuir este estado ao adormecimento da sensibilidade, o^ qual nao permitte ao doente perceber claramente ts dores e os eocommodos. Em tal caso, o ópio-faz cessar esse estado de torpor do systema nervoso, e os syinptomas da doença se de- signão claramente durante a reacção dío organismo. ( § 188. ' Me isto mudos numerosos e perniciosos ab- surdos da antiga escola. í § 194. ; Por exemplo o aconito, o rfons a belladona, t>- mercúrio, Ac. 1*9 to$ 197. ; A erupção psorica cc*cenlt, os cancros, as car- «osidadcs. ( $ 199. i Afsiin como era antes de mim pana os remé- dios antisycosicos e autipbo ricos. ( .§ 201. ) Gs cauterios, dos nwjdkos da a«ti{^ escola pro- duzem alguma cousa d'analogo, Essas uleeitas que a arte faz apparecer «o exterior, muitas vexes acalmão doenças ehrooi- cas mter.iores, porém por um curto espaço de tempo, sem po- der curai-as.; por outro lado enfraquecem o organismo e tra- zem uni ataque mais profundo, como não o íarião a maior parte das metastoses provocadas instioctivamente pela força vital. ( § 203. ) Porque todos os medicamentos que se davão internamente em semelhantes casos, nada mais faziãosenão aggravar o mal, porque não possuía a virtude especifica de cural-o cm sua totalidade, mas que no entanto ataeavão o or- ganismo, o cnfraquecião c lhe trahião outras doenças medi- camentosas chronicas. ( § 203. j Por conseqüência eu não posso aconselhar* por exemplo, a destruição local do cancro nos beiços ou no rosto ffructo d'uma psora muito desenvolvida) por meio da pomada arsenical do frei Cosme, não só por ser este methodo extrema- mente doloroso e muitas vezes inútil, como também, e sobre- tudo por ser um semelhante meio dynamico, apesar de que desembarace localmente o corpo da ulcera cancrosa, comtudo não dimínue a doença fundamental, de maneira que a força conservadora da vida hc obrigada de levar o foco do grande mal que existe interiormente sobre uma parte mais essencial (assim como acontece em todas as metastoses) c de provocar por este modo a cegueira, a surdez. a demência, a asthma suffocante, a hydropesia, a apoplexia, Ac. Porém mesmo a pomada arsenical nunca chega a destruir a ulceração local, salvo quando esta ultima não he muito extensa c a força vital conserva uma grande energia: ora, em tal caso ainda he pos- sível curar por inteiro o mal primitivo. A extirpação do can- cro quer no rosto, quer no seio. c a dos tumores enkystados absolutamente dão o mesmo resultado. A operação ainda he seguida d'um estado mais terrível, ou ao menos da época da morte que se deve achar avançada. Tiverão lugar estes effeitos em uni grands numero de casos; poréma antiga escola não deixa de sempre persistir cm sua cegueira. Védc fíolktim d'Acadi.-mifí ícal de nredivin", t. IX, p. 330 t seguinte. 110 j ( $ 205 bis. ) Erupção psorica, cancros, , bubôos) earrio- sidadcs. ( § 206. ) Quando se fomão informações de tal natureza, não he bom se deixar levar pelas asserções dos doentes c de seus parentes, que quasi sempre dão por causas nas doenças, ainda mesmo a» mais graves e as mais inveteradas, um resfria- mento soffrido muitos annos antes, um norte experimentado em outro tempo, um esforço, um pesar, Ac. Estas causas são mui insignificantes para gerarem üma doença chronica em um corpo são, entreter-se nelle por annos inteiros e tornal-o cada vez maior, assim como acontece a todas as affecções chro-1 nicas resultantes duma psora desenvolvida. Causas d'outro modo mais importantes do que esta devem ter presidido ao nascimento e aos progressos d'um mal chronico grave c perti- naz, e estas que se acabão de mencionar são pmico mais ou menos próprias para tirar ttm miasma chronico de sua soinifo^ lencia lelhargica. í § 210. ) Quantas vezes se não encontrão doentes o^uc apesar de serem por muitos annos victimas de affecções bem dolorosas, comtudo conservarão um humor suave e tranquillo, de maneira tal que um homem se sente penetrado de respeito e de compaixão para com elles? Porém toda vez que se chega a triumphar do mal, o que muitas vezes he possivel pelo me-> thodo hornipopatliico, vé-se então ás vezes apparecer uma mudança de caracter mais medonho e reappareccr a ingratidão, a dureza de coração, a malignidade purificada, os caprichos revoltantes, que erão a sorte do indivíduo antes de cahir doen- te. Muitas vezes um homem paciente no estado de bom, tor* na-se arrebatado, violento, caprichoso, insupportavel ou inr- paciente e desesperado toda vez que fica doente. Não he de ad- mirar qoca doença embata o homem de espirito c que cila faça d'um espirito fraco uma cabeça mais artiva, e d'um serapathi- co um homem cheio de presença de espirito e de resolução1. ( § 213. ) O aconito raras vezes produz, porém nem sempre, uma cura rápida e durável, qirando o humor do doente he igual e pacifico; nem a noz-vomica, quando o «ca- racter he suave c flegmatico; nem a pulsatiíla, quando lie alegre, sereno, e pertinaz; nem a fava de Santo Ignacio, quan- do o humor hc invariável e pouco sujeito a ressenlir-se quer do pesar quer do susto. '" ^ 222. Itoias vezes acontece que uma afieeçãouVcs*- [ 111 ] plrilo ou do moral durando já d'algum tempo, por si mesmo cesse (pelo transporto da doença interna sobre os órgãos mais grossos do corpo). Nestes casos pouco geraes he que se vêm os homens deixarem uma casa cheia de alienados na apparen- cia curados. Fora d'ahi os estabelecimentos ficão entulhados c os novos alienados só achão lugar quando a morte decreta ferias. Nenhum sabe delle curado real e perfeitamente ! Prova brilhante além de muitas outras do nada dessa medicina que ridiculamente se tem chamado racional. Quantas vezes pelo contrario, a pura e verdadeira medicina, a homoeopathia, não tem ella conseguido repor alienados na posse de saúde do cor- po e do espirito, e trazel-os ao mundo para quem já sejulga- vão perdidos! (§224.) Parece que o espirito sente apezar da verdade destas representações, e obra sobre o corpo como se quizesse restabelecer a harmonia destruída, porém esta reage por sua doença sobre os órgãos do espirito e da alma e augmenta a desordem que já ahi ha regeitando seus próprios soffrimentos sobre elles. Comparai Esquirol: Doenças mentaes consideradas sob as relações medica, hygienica, e medico-legal, Paris, 1832, 2 vol. in 8.°, atlas. (§ 228.) Não saberião admirar-se da crueldade e do dis- parato que ostentão em muitos casos de loucos na Inglaterra e na Allemanha, médicos que sem conhecerem o unico e verda- deiro methodo de curar as doenças mentaes, o emprego con- tra ellas de medicamentos homoeopathicos antipsoricos conten- tão-se em atormentar e opprimir por meio de pancadas leves os mais dignos de compaixão entre todos os desafortunados. Usando de meios tão revoltantes rebaixão-se muito mais a car- cereiros nas casas de correcção, porque estes he em razão da missão que receberão e sobre criminosos que assim praticão, no entanto que aquelles mais ignorantes ou preguiçosos em procurar um methodo conveniente de tratamento, parecem não exercer tanta crueldade sobre innocentes doentes senão por despeito de não poder cural-os. (§ 232.) He possivel que dous ou três estados differentes se alternem juntamente. Pôde acontecer por exemplo, no que diz respeito a alternância de dous estados diversos, que certas dores se manifestem nas extremidades inferiores apenas desap- pareça uma ophthalmia, e que depois esta torne logo que ces- sem as dores; ou que spasmos e convulsões se alternem immc- dialamente com outra qualquer affecção ou de todo o corpo ir; [112] ou de algumas de suas partes. Porém também pôde acontecer em casos d'uma tripla alliança de estados alternativos n'uma doença continua, que uma superabundancia apparente de saúde, uma exaltação das faculdades do corpo e do espirito (alegria fora do ordinário, vivacidade excessiva, sentimento exaggerado de situação,appetite immoderado, Ac.) se veja succe- der repentinamente um humor sombrio e melancólico, uma insupportavel disposição para a hypochondria, com perturba- ção de muitas funcçoes vitaes, da digestão, do somno, Ac, e que o segundo estado dê lugar com mais ou menos prompti- ilão ao sentimento de indisposição que o indivíduo experimen- ta nos tempos ordinários. Muitas vezes não ha vestígio algum do estado anterior quando o novo se declara, e outras pelo contrario. Em certas circumstancias, os estados mórbidos que juntamente se alternão, são de natureza inteiramente oppos- tos um do outro, como por exemplo a melancolia e a loucura alegre ou o íuror. (§235.) Ainda até hoje a pathologia não sahio de seu estado de infância e por isso não conhece mais do que uma só febre intermittente a que também chama febre fria. Ella tão pouco não admitte outra differença senão ãquella do tempo em que voltão os accessos, e he nisto que estão fundadas as denominações de febre quotidiana, febre terça, febre quar- ta, Ac. Porém além da diversidade que ellas apresentão re- lativamente a suas épocas de volta, ellas apresentão ainda outras differenças mais importantes. Entre estas febres, ha uma multidão dellas a que se podem chamar frias, por con- sistirem seus accessos unicamente em calor; outras são carac- terizadas por frio seguido ou não de suor; outras gelão todo o corpo do doente, e no entanto que lhe fazem experimentar uma sensação de calor , ou também lhe excitão a sensa- ção de frio, ainda que seu corpo pareça estar muito quen- te pelo simples tocar da mão; em muitas, um dos paroxis- mos se limita a arrepiamentos ou a frios que immediatamente substitue a existência, e aquelle que ao depois vem só, consis- te em calor, seguido ou não de suor; no primeiro caso he o calor quem a principio apparece, declarando-se ao depois o frio; e no segundo o frio e o calor dão lugar a uma apyrexia completa, no entanto que o paroxismo seguinte que muitas vezes apparece no fim de muitas horas, he simplesmente ob- servado por suores; casos ha em que senão observa signal al- gum de suor, e n'outros o accesso he acompanhado delle, sem frio ou sem calor, ou de suor correndo somente durantod) calor. Também ha uma infinidade de, differenças relativas so- [ 113 ] bretudo nos symptomas accessorios, no caracter particular da dôr de cabeça, no mau gosto na boca, na dôr de coração, no vomito, na diarrheia, na falta ou gráo de sede, nas diversas dores que se sentem no corpo e nos membros, no somno, no delírio, nas alterações do humor, nos spasmos, Ac., que se manifestão durante ou depois do frio ou do calor, ou do suor, sem contar muitas outras diversidades ainda. Eis aqui exacta- mente febres intermittentes bem differentes entre si, e recla- mando cada uma dellas um modo de tratamento homoeopa- thico que lhe seja próprio. He verdade, deve-se confessar que quasi todas estas febres podem ser supprimidas (como muitas vezes acontece) por meio de grandes e enormes dozes de quin- quina ou de sulphato de quinina, isto he que estas substancias impeção sua volta periódica e destruão seu typo; porém quan- do o medicamento foi usado contra aquellas febres intermitten- tes em que elle não convinha, o doente não fica curado por não se ter extinguido o typo de sua affecção, fica então doente d'outra maneira e muitas vezes mais do que antes o era, por- que fica victima da doença quinica especial chronica, que ao depois he diflicil á verdadeira medicina cural-a em curto tem- po. E he isto o que se quer chamar curar! (§ 235 bis.) M. de Boenninghausen foi o primeiro que discutio tão vasto principio e facilitado por suas descobertas a escolha do medicamento que convém nas diversas epidemias de febres intermittentes. (Ensaio d'uma therapia homceopathi- ca das febres intermittentes,. Paris, 1833, in 8.°) (§ 236.) A prova existe nos casos, infelizmente raros ,em que uma dose moderada de ópio administrada no frio da fe- bre tem causado promptamente a morte do doente. (§ 24-4.) Doses consideráveis e ás vezes repetidas de quinquina e o sulphato de quinina podem livrar o doente dos accessos typicos da febre intermittente dos charcos, porém elle não deixa de ficar d'outro modo doente e tanto quanto se não lhe administre remédios antipsoricos. (§ 246.) O autor aqui emprega uma nota muito extensa que nós supprimimos por já tel-a publicado toda no primeiro volume de nossa traducção do Tratado de matéria medicapura: Paris, 1834. (Prolegomcncs, t. 1, p. 87, sobre a repetição d'um medicamento homoeopathico.—) (Nota do traduetor.) (§249-) A experiência tendo provado que he quasi im- [ 11.4 ! possivel d'attenuar muito a dose de um remédio perfeitamente homoeopathico para que não baste para produzir uma melhora pronunciada na doença contra a qual se o dirige (V. §§ 161, 179,) que seria obrarem sentido inverso do fim para que se propoz e querer prejudicar ao doente, imitando a medicina vulgar, que esta apenas não obtém melhores, ou vê as cousas peiorarem, repete o mesmo medicamento redobrando mesmo a dose, na persuasão de que não lhe pôde ser útil em conse- qüência de ter sido dada em mui pequena quantidade. Se e doente não tem feito algum desvio quer no physico quer no moral, todo o augmento que se annuncie por novos symptomas somente attesta que o remédio que foi escolhido não era adap- tado ao caso, porém ella nunca prova que a dose fosse muito fraca. (§251.) Assim como já desenvolvi nos prolegomenes do artigo consagrado á fava de Santo tgnacio. (Tratado de mate~ ria medica pura, Paris, 1834, t. II, p. 378.) ( § 253, ) Os signaes de melhora relativos ao humor e ao espirito do doente se manifestão pouco tempo depois de ter elle tomado o remédio, tendo sido a dose convenientemente ate- nuada, isto he tão pequena quanto possivel. Uma dose mais forte do que ãquella que a necessidade o exigia, ainda mesmo que seja do remédio mais homoeopathico , obra com muita violência e produz uma perturbação nas faculdades íntellectuaes e moraes muito mais prolongada e muito maior, para que se possa reconhecer com antecedência a melhora no estado destes últimos. Farei notar aqui que esta tão importante regra he uma daquellas contra as quaes mais peccão os homoeopathistas que começão e os médicos da antiga escola que passão para a nova. Estes, cegos pelos preconceitos, em tal caso temem lançar mão das mais pequenas doses de diluições as mais fortes de medicamentos e assim se privão das grandes vantagens que mais de mil vezes se tem colhido; não podendo cumprir o que cumprio a verdadeira homoeopathia e injustamente se entregao a seus adeptos. ( § 259. ) Os suaves sons da flauta que de longe e no si- lencio da noite dispõe um coração torno ao enthusiasmo reli- gioso, em vão torem o ar quando elles são acompanhados de lamentos e barulhos dissonantes. ( § 280. ) Por exemplo: o café, o chá, a cerveja contem- do substancias vegetaes dotadas de propriedades medicamento- [ 115] fias que nao sao próprias ao estado do doente, os licoreã prepa- rados com aramas medicinaes, todas as sortes de ponches, os chocolates aromatisados, as agoas de cheiro e perfumarias de toda espécie, osramalhetes muito cheirosos, as preparações para os dentes, pulverulentas ou líquidas, nas que entrão substancias medicinaes, os saquinhos perfumados, as comidas fortemente adubadas, as massas e os gelos aromatisados, os le- gumes consistindo em hervas, raizesou gomos medicinaes, o queijo, as carnes cheirosas, a carne ea gordura de porco, de gansoede pato, a vitella, os alimentos agros. Todas estas cou- sas exercem uma acção medicinal accessoria e devem ser com muito cuidado afastados do doente. Se afastará também do abuso de todos os rigosijos da comida, mesmo do assucar e do sal. Se prohibirá as bebidas espirituosas, o grande calor da al- cova, os vestidos de baetilha sobre a pelle, ( que na estação quente devem ser substituídos pelos de algodão e linho), a vida sedentária n'um ar encerrado, o abuso do exercício puramen- te passivo ( do cavallo, da carruagem, e da redonça ) a ma- mentação, o costume de dormir a sesta e por muito tempo, os prazeres nocturnos, a falta de aceio, os deleites contra a natu- reza, as leituras eróticas. Se evitaráõ as causas que excitão a cólera, o pesar, e o despeito, o divertimento levado até á pai- xão, os trabalhos forçados de cabeça e de corpo, a assistência nos lugares pantanosos, a habitação nos lugares em que o ar não se renova, as necessidades urgentes, Ac. Todas estas in- fluencias devem ser evitadas ou afastadas quanto possivel seja, se se quizer obter a cura ou mesmo que seja ella possivel. Al- guns de meus discípulos prohibindo ainda mais outras cousas que assaz são indifferentes, tornão inútil aos doentes observa- rem tão diflicil regimen, o que não se deve approvar. ( § 261. ) Vede Bigel, Homoeopathia domestica, com- prehendendo a hygiene, o regimen que se deve seguir durante o tratamento das doenças, etc., Paris, 1839, in 8.°. ( § 263. ) Entretanto, que raras vezes isto acontece. Por exemplo o doente quasi sempre tem sede d'agoa pura naquel- las doenças francamente inflamatorias que reclamão tão im- periosamente o aconito, cuja acção seria destruída pela intro- dução de bebidas no organismo com ácidos vegetaes. ( § 266. ) Todas as substancias animaes e vegetaes mais ou menos gosão de virtudes medicinaes, e podem modificar o estado do homem cada uma dellas de seu modo. As plantas e os animaes de que se nutrem os povos civilisados tem a res- [116] peito dos outros a vantagem de conterem em si maior quan- tidade de partes nutritivas, e virtudes medicinaes menos enér- gicas, que se diminuem também pelas preparações que se lhes fazem soffrcrcomo a cxpremedura do sueco nocivo (da farinha de mandioca na America ) a fermentação ( ãquella massa dor que se faz o pão ), as defumações, a cosedura, atorrefacção, Ac. que destroem ou dissipão aquellas partesoVsal ( salgadura ) o do vinagre ( molhos, saladas) também produzem este effeito, e muitos outros inconvenientes que delle resultão. Aquellas plantas que são dotadas de virtudes medicinaes mais enérgicas, igualmente as perdem no todo ou em parte uma vez que soffrão o mesmo choque. As raízes de lírio, de rabão de cavallo ( planta ). O sueco dos mais violentos vegetaes muitas vezes se reduzem* n'uma massa totalmente inerte pela acção do calor que serve para preparar os extractos ordinários. Basta mesmo deixar em? deposito por algum tempo o sueco da mais perigosa planta, pa- ra que elle perca todas as suas propriedades de si mesmo o ra- pidamente passe a fermentação vinbosa, e immediatamente se azeda, corrompe-se e acabe destruindo de si toda a virtude me- dicinal; o sedimento que então se deposita no fundo outra cou- sa não he mais do que uma fecula inerte. As hervas verdes que se depositão em montes também perdem a maior parte das propriedades medicinaes que nellas ha pela espécie de ex- sudação ou de suor que soffrem. ( § 267. ) Bucholz, (Taschenbuch fuer Scheidekuenstler undApotheker, 1815, I, VI) assegura a seus leitores ( e aquel- le que se encarregou de sua obra, na Leipziger Literatur zei- tung, 1816, n.° 82, não o exalta ), que esta excellcnte ma- neira de prepararem-se os medicamentos se deve á campa- panba da Rússia (1812 ), que depois veio para Allemanha. Porém referindo-a com os mesmos termos da primeira edição de meu Organon, Bucholz se esqueceo de dizer que fui eu quem segui o autor, tanto assim que dous annos antes da cam* panha de Moscou já eu a tinha publicado ( em 1810 ). Antes querem fingir acreditar que uma descoberta viesse dos de- sertos da Ásia do que fazer honra a um compatriota! He ver- dade que antigamente misturavão o alcohol com os suecos das plantas, com o fim de poder conservai-as por algum tempo antes de prepararem-se os extractos, porém nunca fazião esta mistura com o fito de dal-a como remédio. ( § 267 bis. ) Ainda que partes iguaes de alcohol c de sueco rescentemente exprimidos geralmente sejão a proporção [ H7 ] que melhor convenhão para determinar a matéria fibrosa eaal- bumina, comtudo elle he uma das plantas mais carregadas de mucosidades, assim como a consolida, o amor perfeito, Ac. que ordinariamente exigem o dobro de alcohol. Quanto ás plantas pouco abundantes em sueco, como o eloendro, o buxo, a sabina, o ledo Ac. , he preciso começar por moel-as em uma massa homogênea e humida o que ao depois se ajunta uma do- brada quantidade de alcohol que se une com o sueco vegetal, e permitte obtel-a pela acção da prensa, porém também se pôde moer estas plantas seccas com o assucar de leite até ao millio- nesimo grão de attenuação, e então dissolver-se um grão des- te pó e servir-se da dissolução para obter as diluições subse- quentes. ( Vede 271 ). ( § 268. ) Para conserval-as em forma de pó tem-se ne- cessidade d'uma precaução desusada até hoje nas pharmacias, onde se não as podem guardar sem que deixem de se alterar os pós de substancias animaes e vegetaes por mais seccos que estejão. He isto assim porque as matérias vegetaes ainda mes- mo que estejão perfeitamente seccas, sempre retém em si uma certa quantidade de humidade, condição indispensável á co- herencia de seu tecido, a qual não impede a droga ficar incor- ruptível tanto quanto se a deixe inteira, mas sim que se torna supérflua apenas se a pulverise. D'aqui resulta que uma subs- tancia animal e vegetal que inteiramente esteja secea, dá um pó ligeiramente humido, que pouco tarda em alterar-se e em- bolorecer-se nos frascos, por mais bem arrolhados que elles es- tejão, se não houve cuidado de levantar com antecedência sua humidade. A melhor maneira de se conseguir isto consiste em estendel-a sobre um prato de folha de Flandres com as bordas levantadas, que se aquece no banho-maria , e depois moer-se atè que nas partes não se agglomerem mais juntas, mas sim que escorreguem umas sobre outras como areia fina. Deste mo- do seccas e conservadas em frascos tapados e sellados, os pós por jamais são inalteráveis e sempre conservão a totalidade de suas virtudes primittivas, sem nunca se embolorecer nem gerar bichinhos. He necessário ter o cuidado de conservar os frascos ao abrigo da luz nas caixas ou gavetas. Quando o ar tem acces- so nestes vasos, quando elles estão expostos á acção dos raios do sol ou da claridade diffusa, as substancias animaes e vege- taes perdem de mais ainda suas virtudes medicinaes, o que já lhes tem acontecido estando em grandes montes, e com mais forte razão na forma de pó. , § 270. ) Fundando-me sobre experiências multiplicadas [118] pela experiência a reduzir a dous sacudimentos, que até então eu chegava a dar dez em cada deluição., ( § 284. ) Supponhamos nós que uma gotta d'uma mis- tura que contém um décimo de grão de substancia medicinal produz um effeito tr a; uma gotta d'uma outra mistura conten- do somente um centésimo de grão dessa mesma substancia não produzirá mais do que um effeito == ~; se ella contém um dé- cimo millesimo de grão do medicamento o effeito será = JL; e se um millionesimo o eíTeito será = »£, e assim por diante, em igual volume de doses o effeito do remédio sobre o corpo hu- mano não se destroe mais do que perto da metade toda vez que sua quantidade diminua dos novcdecimos daquillo que elle an- tescra. Eu vi muitas vezes uma gotta de tintura de noz-vomica no decillionesimo gráo de deluição, produzir exactamente a metade do effeito d'uma outra no quintillionesimo gráo quan- do eu as administrava ambas a uma mesma pessoa e nos mes- mos casos. ( § 285. ) Neste caso o que melhor convém fazer-se, he envolver pequenos confeitos em assucar, da grossura d'um grão da semente de dormideira. Um destes confeitos embebido do medicamento e introduzido na vehicula, fôrma uma dose con- tendo perto da terceira centésima parte d'uma gotta, porque trezentos confeitos desta sorte são sufficientemente embebidos por uma gotta de alcohol. Pondo-se um tal confeito sobre a lingoa, sem beber nada depois, consideravelmente se dimínue a dose. Porém se o doente sendo muito sensível experimenta a necessidade de empregar-se a mais fraca dose possivel e en- tretanto de chegar ao mais prompto resultado, então conten- tar-se-ha com uma simples e única deluição. ( § 287. ) Quando me sirvo da palavra intima, quero dizer que sacudindo-se uma vez a gotta de liquido medicinal com gottas de alcohol, isto he, que tomando-se na mão o frasco que contêm tudo, e fazendo-se mover com rapidez le- vando-se uma só vez o braço de alto a baixo com força, obter- se-ha logo uma mistura exacta, porém que dous, três ou dez movimentos semelhantes tornaráõ a mistura mais intima ainda, isto he, desenvolverão muito mais a virtude medicinal e de al- guma sorte também a força do medicamento, e assim tornaráõ sua acção sobre os nervos muito mais penetrantes. Logo to- da vez que se proceda á deluição das substancias medicinaes he de grande vantagem não dar mais do que dous choques cm [ 119 cada um dos vinte ou trinta frascos successivos, quando se queira moderadamente fazer desenvolver o poder activo. Tam- bém será bom estendendo os pós não insistir sobre a movedura no gral; assim quando fôr necessário misturar um grão do medicamento inteiro com os primeiros cem grãos de assucar de leite, só se deve moer com força por espaço de uma hora, tempo que tão pouco não deve ser excedido nas atenuações subsequentes, afim de que o desenvolvimento da força do re- médio não exceda álêm de todos os limites. ( § 287 bis.) Quanto mais longe se leva a deluição, ten- do cuidado de lhe dar por cada vez dous sacudimentos, mais a acção medicinal que a preparação exerce sobre a força vital no estado indivíduo parece adquirir rapidez e torna-se penetrante. Porisso sua força mui pouco diminue ainda mesmo que se leve a deluição a um gráo muito subido, e que em lugar de parar-se, como he costume, cm X, que quasi sempre he sufficiente, se vá até XX, L, C, e ainda adiante ; neste caso he a duração (facção quem parece diminuir. ( § 288. ) Omittimos a nota que o autor aqui emprega, a qual já se acha nos Prolcgomenes do primeiro volume de nossa traducção do Tratado de matéria medica pura, p. 93. Esta em baixo do titulo devaporosa, etc. até o fim do paragra- pho. (N. Trad.) ( § 289. ) A falta do oi fato num doente não impede aos medicamentos que elle cheira deixem de exercer completa- mente sobre elle sua acção medicinal e curativa. ( § 292. ) A fricção parece não favorecer a acção dos medicamentos senão naquillo que torna a pelle mais sensí- vel e a fibra viva mais apta, não só para de algum modo sentir a virtude medicinal, como lambem para communicar ao resto do organismo essa sensação modificadora do estado geral em que ella se acha. Quando se começa por esfregar entre as co- xas, basta ao depois applicar simplesmente a pomada mcrcu- rial para se obter o mesmo resultado medico como se se tivesse esfregado directamcnte com o unguento. Visto que ainda se ignora se esta ultima operação tom por effeito ou fazer pene- trar o metal no corpo, ou fazel-o ad.niltir pelos lymphaticos. No entanto que a homreopathia por jamais Sem n° "' /^vt <£-" ^ DK MATÉRIA MEDICA PURA. ACON.— Aconitum napelus.— Hahniímaxn*. —Doses usadas: 24, 30. — Duração de effeitos de 8 a 48 horas. Antídotos: Âcc-. vin. par?— emprega-se cj-mo antídoto de1 Chum. coff. n-vom. petrol.'suií. sep. veratr. He sobre tudo depois de arn. e sulf. que aconito he indi- cado como remédio intermediário. —Depois de aconi- to, ou se haja dado no principio ou no decurso de um tratamento, achar-se-ha muitas vezes conveniente: Arn. ars. bell. bry. cann. ipec. sportg. sidf. Ac. SYMPTOMAS GERAES. —'Dores lancinantes, °ou rheuma- tismaes que se renovão pelo vinho ou outros difusivos.— 'Sofrimentos que, prkcipalmcnte de nfiife, parecem insupor- táveis, e que, pela maior parto, des«ipparecem na posição de sentado.—'Accesms de d ,res cnn sede e rubor das fs, principalmente das pernas.— 'Perca rápida e geral de forças.— *Accc.íz.— Compressão atordoanto na raiz do nariz.—'Hemor- rhagia pelo nariz.— Sensibilidade excessiva no olfato. — Espirro violento, com dor no ventre e no lado esquerdo. —Corysa com catarrho, dôr de cabeça, com zumbido nos ouvidos c eólicas. Rosto.— 'Face oupada, quente e vermelha, ou -azulada ou al- ternativamente vermelha e valida.— Endireitando-se, o rosto até então rubro torna-se de uma palidez mortal. — Ilubor de uma face eom palidez da outra, ou mancha rubra em ambas as faces. — Suor-na testa, -no lábio superior e na fa- ce sobre que se está deitado. —Contorsão das feições. — D5r formigante e sensação de inchação nas faces. —Dôr de ulceração nas maçãs do rosto. —"Prosopalgia semi-lateral com .inchação da maxila inferior. -- 'lábios negros e sec- cos. —Djres ardentes, efervescência e ferroadas com repu- chamentos successivos nos queixos. Dentes. —Sacudimentos lancinantes ou "dores puhativas nos dentes, muitas vezes com congestão de sangue para a cabeça e calor no rosto. fioc.\. — 'Sensação de secura ou secura na boca e sobre a língua — °Lingua branca. —Efervescência, picadas e sen- saçãi de queimadura na língua com acummulação de saliva na boca. —Paralysia da linqua. —'Palavra tremula e ha!- buciante. — D'r de escoriação nos orifícios dos duetos sali- vares, como se elles estivessem ulcerados. Gabganta: — *i)jr de garganta com rubor escuro das partes afectadas e deglutição difíicil. —Cocega, efervescência, sen- sação de estrangulamento, ardor c picadas na garganta principalmente engolindo. — Sensação de contracção na garganta como por matérias acres. Appetíte. —Gosto da boca amargo ou pútrido. -—Gosto amargo de todos os alimentos e de todas as bebidas, á ex- cepçao da agoa. — 'Sede excessiva e ine.rlinguirel algumas AC.OMI'0. ri vcícs com desejo de cerveja. —'Perca de appetite e desgosto dos alimentos. — A cerveja pesa no estômago. ;stc*3ago. — Soluços. —Vômitos seccos e arrotos interrom- pidos. — Corrimento'de agoadilha do estômago como de- fluxo com desgosto.— Voiitiale de \om'!;:r como depois de ter comido alguma cousa adocicada ou gorda. —' Vuiniioi biliosos csrerdeados ou mucosos e sanguinolentos. — Vômitos de sangue puro. —Vômitos de vermes.- :— 'Dores no estô- mago depois de ter comido e bebido.— 'Sensação de incha- ção, tensão e pressão cano por um peso r,a regia;) precordial e no estômago, algumas vezes com oppressão na respiração. — Sensação de contraceno no estômago como por substan- cias acres. Vent..e. — Constricção, 'tensão epressa.-)nos hypochondrios al- gumas vezes com plenitude e sensação de peso.—Dor ar- dente , fisgadas , pontadas e 'pressaj na região hepatica com oppressão na respiração.— 'Sensibilidade dolorosa da região do pgo.doà pressa).—'Ictericia.—Dor tractiva no ventre cur.ando-se.— Constricção, beliscamento e ardor na região umbilical algumas vezes com retracção do umbigo.— Golpeamentosinsuportáveis, de manhã na cama. — Tensãoe entaboamento doloroso do ventre principalmente no epigas- trio. — 'Inchação do ventre como na ascite. —'Sensibi- lidade dolorosa do ventre a todo o contado e ao menor mo- vimento.— Colica flatulenta , principalmente de noite, com tensão, pressão, borborigmos e r.uido no ventre. Dejecçõcs. — 'Suppressão de dejecções. —Pequenas dejecções fre- quentes , molies com tenesmo.—'Dejecções diarrheicas, aquosas. — 'Dejecções brancas com ourinas rubra?.— Dejec- ções involuntárias, por paralysia do ânus. —Antes e depois das dejecçõcs diarrheicas náuseas e suor. — Dores no recto. — Pressão e picadas no ânus. — Hcmorrhcidas sangrentas.— Diarrheia com fluxo de ourinas, e eólicas. Oeííinas.— Suppressão das ourinas, pressão na bexiga c do- res nos rins.—Vontade freqüente d'ourinar com anxieda- de e dores.— Pluxo de ourina com suor, diarrheia e eóli- cas.— Emissão involuntária de ourina por pandvsia do coi- to da bexiga.— * G urinas raras, ardentes, ver in elh is escu- ras, o com sedimentoc.;!' de tijolo. — Deposito sanguinolenlo das ourinas. — Ardore tenesmo no collo da bexiga. Partes vi:us.— Appetite venereo alternativamente augmenta- (!) o diminuído.— Accessos eróticos.— Efervescência nas partes.— Dores de contusão nos testículos.— Prurido no prepucío. — Fisgadas ebcliscamentos naglande ourinando. Regras.— 'Regras muito abundantes.— Furor na apparição I) AC.OMIU. das regras.— Perca de sangue pelo utero.— Leucorrhca viscosa e amarellada.— Augmento de leite nos peitos. Larynge.— Sensação de adormecimento na trachea. — Acces- so de paralysia da epiglotte com facilidade de engasgar- se.— 'Larynge durida. —°Voz crescente.— 'Vontade conti- nua de tossir, produzida por uma irritação ou cocega na la- rynge.—Tosse por ter bebido ou fumado.— 'Tosse curta e secea principalmente de noite. — "Tosse convulsiva, ou roca, e crescente algumas vezes com perigo de sufocação e cons- tricção na larynge.— Expectoração de matérias espessas e esbranquiçadas, °ou de mucosidades sanguinolentas, *ou es- carros de sangue pela tosse. — 'Tossindo fisgadas e dores no peito. Peito. — 'Respiração curta principalmente durante o somno, e 0endireitando-se. — 'Respiração penosa, anxiosa e gemida ou rápida e superficial, -ou forte, estrondosa e com a boca aberta.— Respiração lenta durante o somno.— 'Hálito íe- tido. — 'Constricção e oppressão anxiosa do peito com op- pressão da respiração. —"Accesso de suffocação com anxie- dade. — Sensação de peso e compressão no peito. — 'Pon- tadas dolorosas no peito principalmente respirando ou tos- sindo e durante o movimento (mesiho só dos braços;. — 'Pontada do lado com humor choroso e queixoso, um pouco alliviado estando deitado de costas.—Efervescência no peito. —Dores de mortificação no sterno e Eas costellas. — 'Sensa- ção de angustia no peita que corta a respiração. — 'Bani- mentos de coreção com grande anxiedade, calor do corpo, principalmente do rosto, e grande alquebramento dos mem- bros. — °Fisgadas na região do coração durante o movi- mento e subindo uma escada. — Sensação de compressão e pancadas na região do coração. Tronco.—Dores de mortificação no dorso, nos rins e na nuca. — 'Rigesadolorosa da nuca, dos rins, e das articulações co- xo-femoraes. — Dores de furamento no dorso e nos rins. —Ffenfescencia e picadas no dorso. — Fraquesa e doi de mortificação na nuca. Braços. — Dor de mortificação c fraquesa nos braços, prin- cipalmente nas espadoas com inchf.ção. — Peso dos braços com adormecimento dos dedos.— Fraquesa paralytica do bra- ço e da mão sobretudo escrevendo. — Repuchamentodos bra- ços.—Mãos mortas.—Inchação das mãos.—Calor nas mãos com frio nos pés. — Suor fresco nas palmas das mãos. — Efervescência nos dedos principalmente escrevendo.— in- chação inflamatoria no cotovelo com adormecimento c es- tado paralytico dos dedos. ACONITO. / Pernas. — Dor de mortificação nas articulações coxo-femo- raes sobretudo depois de ter dormido ou ter estado dei- tado.— Repuchamento com fraquesa paralytica nas pernas. — °Dor lancinante na articulação coxo-femoral, até ao joe- lho ; dor que força a gritar a cada passo.—Falta de força e firmesa nas articulações do quadril e do joelho. — "Incha- ção inflamatoria do joelho, com rubor lusidio, dores lan- cinantes, immobilidade e grande sensibilidade ao tocar. — Sensação de rigesa nas pernas movendo-as. — Calcanhares doridos com desespero e temor da morte.—Adormecimento das pernas.—Dormencia dos pés.—Frio nos pés, principal- mente nos dedos, e suor na planta dos pés. M.M.ÁÀÃwácm ARN.— Arnica montana.— Hahnemann. —Doses usa- das 0, 0, 12, SO.— Diiraçâi d'acção : ato 12 dias em alguns casos de doenças chronicas. Antídotos: camph. ign. — Emprega-se como antídoto de: Amm. chin. cie. fnr. ipec. seneg. O vinho ag- grava os soffrimentos. He depois de acon. ipec. veratr. que arnica será muitas vezes de grande utilidade, logo que cila seja indicada. —Depois de arnica, convém algumas vezes: Acon. ipec. rlms. sulf-ac. SYMPTOMAS GERAES.—'Repuchamento agudo, picadas formíganles ou dores paralylicas, sensação de pizadura nos membros e nas articulações e também nas partos le ■ sadas. —* Dores de deslocação.— *Dores rheumaticas e ar- thriticas.— "Inquietação nas partos doridas que constante- mente força a movel-as.—Aggravação de dores de tarde c de noite., assim como lambem pelo movimento e mesmo pelo ruído.—Dores vagas que rapidamente passão d'uma ar- ticulação para outra.—Caneasso doloroso de todo o corpo com efervescência.—Rijeza de membros depois de qualquer esforço.—Tremor muscular.—Dormencia e *alquebramento de todos os membros.—'Sensação d'agitação c de tremor no corpo, como se todos os vasos estivessem em pulsação.—Sen- sibilidade exaltada de todo o corpo, principalmente das arti- culações e da pelle.— "Fervor de sangue, e congestão na cabeça com calor e ardor nas partes superiores do corpo e frialdade nas inferiores.—*Accessos de desfalecimento com perca de sentidos, °em seguida de lesões mecânicas.— "Convulsões, trimus e tetanos traumáticos.—Perca geral de forças.—°Estado paralytico (do lado esquerdo) em ra- zão de apoplexias. Pelle.— *Pequenos furunculos —'Inchação quente, dura e luzentedas partes affectadas.—°Manchas vermelhas, azuladas eamarellas, semelhante a sugillações.— Erupção mihar. ARNICA. 9 Somno.—Grande somnolencia de dia, Vem* poder dormir. — Vontade de dormir de tarde e cedo. —"Somnoleircia coma- tosa, com delirio.—Somno insensível c acompanhado du sonhos anxiosos e terríveis, despertando em sobresaltos, o medo.__Sonhos de mortes, corpos mutilados, censuras e indecizão.—Durante o somno, gemidos, palavras, respi- ração estrondoza, dejecções e ourinas involuntárias.—Estado de atordoamento despertando. Symptomas febris. — 'Arripios -principalmente de tarde, e algumas vezes com'sensação como se fosse salpicado tl'agoa fr;a.—Calor, de tarde ou de noite, com ca'afrios, levantando-se somente um pouco a cobertura da cama e algumas vezes com úV.r nos hombros c nos membros.— ' Febre cgmmuita sede, antes mesmo dos'calafrios.—Antes da febre, repuchamento em todos os ossos.—Durante a apyrc- xia dòr de estômago, falta d'apnctitc c aversão, á carne.— Suor nocíurno c azedo. Moral.— 'Anxiedade hypcchondriaca, com receio de morrer e humor desengraçado.—"Grande agitação e angustia com gemido.—Inaptidão ao trabalho e indiffcrença para orne-. gocios.— Approhensões o desespero.— Sobreexcitação e sensibilidade moral excessiva.—Disposição para assustar- se.—Disposição contrariante o bulhcnla.—Choros.—'Re- sistência pertinaz.—"Demência alegre, leviãa e maligna.— Falta de idéas.—Distracção c desvarios.—Perca desmenti- dos.—"Delinos. Cabeça. —* Vertigens volleantcs com escuridão d'olhos princi- palmente endircitando-se, movendo a cabeça ou andando. — 'Vertigens com náuseas. —"Dures de cabeça pressivas, principalmente na testa. — *Compressão crampoide na testa, como se o cérebro estivesse enquerquilhado, principal- mente junto do fogo. —Dòr como se um prego estivesse enterrado no cérebro.—*Picadas, eslalòs e apertos na cabe- ça, principalmente nas fontes. —°D,*r incisiva ao travo: da cabeça. —°Bòr na cabeça sobro um olho, com vômitos verdes (depois d'uma dor de rins). —- 'Calor c ardor na cabeça, com falta delle por todo o corpo, peso c iVaquesê. —Aggravação o apparção do d;-res na cabeça principal- mente andando, subindo, o meditondo, *assim corno iaru- bem depois da comida. —''".fervescencia no ajío da cabe-ea. —Fixidade e imobilidade da pelle cabeüuda. Olhos. —"Dôr de escoriação nos olhos e nas -palpsoras/ccwi difficuldade de movel-õs.-—°OJhos vermelhos e im-fUmados. —• Inendio nos olhos o corrimento do lagrimas ardentes. —Talpebns inchades c Tchvmn^rles. —'PupH!a.> <-onto!- 10 ARNICA. hidas. — 'Olhos ternos, turvos e abatidos. — 'Olhos proe- minentes ou °meio abertos. —Olhar fixo, anxiozo. —"Obs- curecimento da vista. Oüelhas.—Dor de contusão nas orelhas.—Estalo agudo nos ouvidos. —Fisgadas dentro epor delraz das orelhas. —Du- reza e zunido do ouvido. Naiuz. —Dôr de contusão no nariz.—Comichão no nariz. — 'Nariz inchado °e ecchymosado. —Hemorrhagia nazal. — Ventas ulceradas.—Corysa com ardor no nariz. Rosto.—'Face pálida, cavada, °ou amarella e opada.— Ca- lor no rosto sem o do corpo. —Inchação dura, vermelhidão lusente e calor d'uma face com dôr pulsativa.—Efervescên- cia ao redor dos olhos, nas faces e nos beiços. —Erupção pustulosa no rosto, principalmente ao redor dos olhos.—Se- cura, calor ardente, inchação eciciro dos beiços. —Ulcera- ção dos cantos da boca.—Paralysia do queixo inferior.—In- chação dolorosa das glândulas maxillares, e das do pescoço. —°Trismus com boca fechadp. Dentes.—°Dor nos dentes com inchação da face e eferver- cencia nas gengivas.— Repuchameutos nos dentes, comen- do.—A bailo e alongamento dos dentes. Roca. — Secura da boca,com sede.-- Saliva sanguinolenta.— Sensação de excoriação e prurido na lingua. —"Língua sec- ea, ou coberta d'uma pituita branca.— Máo cheiro da boca de manhã. Garganta. — Sensação, como se houvesse alguma couza du- ra na garganta. — Deglutição impedida por huma espécie de náusea.—Huido durante a deglutição. — Ardencia na gar- ganta com anxiedade, como por um calor interior.—Mucosi- dades amargas na garganta. Appetite. — 'Gosto pútrido, amargo ou viscoso. — Sede d'agoa ou desejo de beber, com repugnância para toda a bebida.— 'Fastio de alimentos principalmente ( do leite ), da carne, e do caldo. — Sabor para o vinagre. —Falta d'appetite, com lingua carregada d'uma pituita branca ou amarella.—{De tarde) appetite immoderado, com sensação de enchimento e pressão crampoide no ventre immediatamente depois da comida. — Humor triste e chorozo depois da comida de (tarde.) Estômago,—'-*Arrotos pútridos ou amargos, ou violentos e in- terrompidos. — Regurgitação d'um muco amargo ou de agoadilhas salgadas. — 'Náuseas com vontade de vomitar, principalmente de manhã —'Vcmíturação. mesmo de noi- te, -com pressão na região precordial. —'Vomito d'um san- gue coagula>h c de c.'»rcarregada. —°Depois de ter bebido (ou arnica. 11 comido), vomito do que se tem tomado, muitas vezes mistu- rado de sangue.—Pressão, enchimento, "contracção e dor crampoide no estômago e na região precordial.—"Fisgadas na cavidade do estômago, com pressão até no espinhaço e constricção do peito. Ventre.— Picadas na região esplenica, com oppressão da res- piração.— Pressão na região hepatica.— 'Ventreduro ein- chado,-con\ dor de excoriação incisiva nasilhargas alliviada pela emissão de ventos principalmente de manhã.—Dor na região umbilical durante o movimento.—Zumbido ao travez do baixo-ventre.— Dor de contusão nasilhargas.— Flactos com cheiro d'ovos podres.—Colicas com ischuria. Ânus. —*Constipação com vontade de obrar inútil. —De~ jecçôes em forma de papas, de cheiro azedo. —Diarrheia com tenesmo.—Freqüentes dejecções mucosas.— 'Dejecções involuntárias, principalmente de noite. — 'Dejecções de maté- rias não digeridas. — Dejecções purulentas e sanguinolentas. —tlemorrhoidas.—Pressão no recto.—Tenesmo. Vias urinasuas. —Tenesmo.— Retenção spasmodica de ou- rina, com pressão na bexiga. —Vontade inútil de ourinar. —Tenesmo. —Emissão involuntária de ourina, de noite na cama, e de dia correndo.—* Ourinas vermelhas escuras com sedimento côr de tijolo.—"Fluxo de sangue. Órgãos genitae^.—"Inchação azulada do penis e do escroto. —"Inchação inflamatoria dos testículos (em seguida de con- tusão).—"Hydrocele.—"Inchação dolorosa do cordão sper- matico, com fisgadas desde testículos até ao ventre.—Appe- titevi nereo augmentado, com eretções, polluções e perca se- minal á menor exciteção erótica. Reguas.—Sahida de sangue do utero fora do tempo das re- gras, com náuseas.—"Excoriação eulceiação das mamas. Larynge. —'Tosse secea , curta produzida por uma tilila- ção na larynge.—Tosse de noite durante o semno. — 'Ac- cessos de tosse annunciando-se por choros, e 'tosse nas crianças depois de ter chorado e soluça 10 por capricho e ma- lignidadc.— Mesmo os bocejos provocão a tosse.—'Tosse com espectoração sanguinolenta; °o sangue he claro, escu- inoso, misturado de massas coaguladas e de mucosidades.— "Mesmo sem tosse, expectoração d'um sangue negro coagu- lado, depois de cada esforço corporal. — Impossibilidade de expectorar as mucosidades; he preciso engulir o que a tosse desprendeo.—Tossindo-se fisgadas na cabeça, ou dor de pi- sadura no peito. Peito.—*Respiração curta, arquejante, "difficil eanciosa.— Estertor no peito.—'Oppressão do peito e da respiração.— 12 AI'.MC V. Muitas vezes respiração lenta e profunda.—Hálito d'uiii cheiro pútrido.—Fisgadas no peito e nos lados, com oppres- são da respiração, aggravadas tossindo-sc, -respirando pro- fundamente o pelo movimento.—*Dor de pisadura e com- pressão do peito.—Batimento c palpiíações de coração.— 'Pontada;; dolorosas no coração com aeêe.r>:>os de desfale- ci mento. - Tííonco. — Deres de pisadura e de deslocaçãa no espinhaço, no peito erins.—Efervescência no dorso.—Fraqueza dos mús- culos do pescoço; com a cabeça declinada para traz.—Incha- ção dolorosa das glândulas do pescoço. Braços.—Dor de cançasso e efervescência nos braços e nas mãos.—Dores de deslocação nas articulações dos braços e das mãos.—Sobrcsaiíos nos braços.— Veias inchadas nas roãos',com o pulso cheio e forte.—Falta de força nas mãos agarrando-sc alguma cousa.—Caimbras nos dedos. Pernas. —I/e^res de cançasso ede deslocação, ou repuchamento agudo n às d inerentes partes dos membros inferiores.—'Fra- queza dolorosa, paralytica nas articulações, principalmente do quadril e do joelho.—Falta de força no joelho, com fle- xão andando-se.—Tensão no joelho como por en^urtamento de tendões.—Inchação pálida do joelho.—Inchação infla- matoria, erysipclatosa dos pés, com adormecimento e aggra- vação de dores pelo movimento.—Incitação quente, dolorosa. d>-r* e íusente dospollegares.—Efervescência nos pés. ãmmim AP\S. — Arsênico.— Hahnemann. — Dose usada: 30 , 40.— Duração d'acção: 36 a 40 dias cm algumas af- fecções chronicas. Antídotos : Chin. fer. hep. ipec n-vom. samb. verat.— Contra o envenenamento por fortes doses: O oxy-hy- drato de ferro, ou huma solução de ligado de enxofre, leite gordo tomado em abundância, carbonato do po- tassa misturado com azeite, agoa fervida com sabão.— Emprega-se o arsen. como antídoto de: Carb-veg. chin. graph. ipec. lach. veratr. Depois de arsênico so achará algumas vezes conveniente : Chin. ipec. n-vom. sulf. veratr. SYMPTOMAS GERAES. —'Accessos de soffrimentos com an- xiedade, frio, perca rápida de forças e vontade de deitar-se. — 'Ardor, principalmente no interior das partes afectadas, eom dores agudas e tractivas.— 'Dores nociurnas as quaes são resentidas durante o somno, e de tal maneira insupor- táveis que levão ao desespero e ao furor. — 'Aggravão-se os soffrimentosouvindo-se íallar, assim como depoisda comida, de manhã, ao levayitar-se, de tarde na cama, deitando-se sobre ftparU affectada, ou desça nçando depois de ter feito exercícios prolongados; e al!ivião-se com o calor exterior, conserva ndo-se de pé, andando, ou com o movimento do corpo. — 'Appari- ção de&offrimeníos por intermitencia ou accessos periódicos.— 'Inchação edematoza com dor ardente nas partes affectadas. — Indohncia e horror a qualquer movimento. — Falta de forças, fraqueza excessiva e asthenia completa alé a pros- fopáó'algumas vezes ccorn paralysia do queixo inferior, olhos ternos e profundos, e a boca aberta.— 'Perca rápida dfifor- qqsc sensação de fraqueza, como por falta de ali mento. — "Im- possibilidade de andar, vontade de conservar-se deitado.— *Conservando-se deitado as dores são mais fortes, porém Logo que se levanta, cahe-se em debilidade. — 'Magrezae atrophia de todo o corpo , com suores coliquativos, grande fra- 14 AKSKN1CO. queza, iace terrosa o olhos fundos e cavados. — 'Accessos de convulsões violentas,-spasmos e tetanos.—Accessos de epi- lepsia precedidos de ardor no estômago, pressão e calor nos hombros que sobe á nuca e ao cérebro, com vertigens. — "Inchação edematoza, e inchação de todo o corpo, princi- palmente da cabeça e do resto, com inch.eçio do ventre e engurgitamentodas glândulas.— 'Tremor de membros princi- palmente dos braços e pernas. — Rijezae immobilidade, algu- mas vezes com dores agudas erheumaticas.— Paralysia e con- tracção dos membros.— Accessos de esvaimento, ás vezes com vertigens e inchação da cara. — Sensação de entorpecimen- to como se os membros estivessem mortos. Pelle.— Descamação da pelle do corpo.— 'Pelle secea como o peigaminho, fria, e azul — "Cor amarella da pelle. — Fisgadas, comichão ardente e ardor vi lento na pelle.—*No- doas vermelhas ou azus na pelle.— 'Petechias.—Manchas in- flamadas como morbilias , principalmente na cabeça, no rosto e no pescoço. — Erupções miliares, vermelhas e bran- cas. — Borbulhas conoides, brancas ou vermelhas, com comichão ardente. —"Erupções urticarias.—*Erupção de pústulas pretas, dolorosas.—Erupção de borbulhas sar- nosas, pequenas e pruriginosas. —°Eru| ção de pequenas bor- bulhas vermelhas, -que rebentão e passão a ulceras lavran- tes, cobrindo-se d'uma crosta.— "Pústulas cheias de san- gue e de matéria.—"Nodoas herpeticas cobertas de phlyc- tenas furfuraceas, com dores ardentes nòcturnas. —'Ul- ceras com margens elevadas e callozas , rodeadas d'uma aureola vermelha e luzente ; com centro escuro ou d'um azul escuro, e com dores ardentes ou picantes principalmen- te logo que as partes affectadas se resfriem —'Cheiro fétido, supuração ich rosa, sangramento freqüente, podridão e côr azulou verde das ulceras.—'Crostas delgadas, ou carnes em abandono nas ulceras. —Falta de secreção. —'Tumores inflamatorioscom dores ardentes.—Verrugas.—"Ulceras em forma de verrugas.—Frieiras.—'Varizes.—Unhas descora- das. Somno.—Vontade de dormir freqüente com bocejos fortes e freqüentes.—'Insomnia necturna com agiíoçãi. e gfjlicção continuas.—Somnolencia de tarde.—'Coma vigil, -muitas vezes interrompida por gemidos e ranger de dentes.—Som- no insensível, -parecendo de manhã não ter-se dormido.— Durante o somno sobressaltos, com pavor, g&midos1, palavras e contendas, ranger de dentes, movimentou convulsivos das mãos e dos dedos, sensação d'uma indisposição geral.— Dormindo de costas com a mão embaixo da cabeça. — ARSÊNICO. 15 Somno ligeiro; ouve-seo menor barulho, ainda mesmo que continuamente se sonhe. —Sonhos freqüentes, cheios dz ameaças, cuidados, apprefiensões, arrependimentos, c de in- quietações; sonhos anxiosos, horríveis, fantásticos, alegrese medonhos; sonhos com mão tempo, com incêndios, agoas pretas eobscuras; sonhos com meditação.—'De noite, estre- mecimento de membros, calor e agitação, ardencia scbre a pelle, como se houvesse agia fervendo nas veias: ou frio com impossibilidade d'aquecer-se, sufocação na larynge, acces- sos aslhmaticos, grande agitação e angustia de coração. — "Despertar freqüente de noite, com difficuldade d'adorme- cer-se. Febres. —'Frio de tcdo o corpo, algumas vezes com suor frio e viscoso. —Calafrios, e horripilação, principalmente 'de noite na cama, ou passeando-se ao ar, ou depois de ler bebibo ou comido, e muitas vezes com apparição d'outros padecimentos taes como, dores fortes nos membros, escabecia- mentos, dôr na cabeça, oppressão do peito, e da respiração, fis- gadas nos membros, anxiedade e inquietação. —Calor ge- ral, principalmente de noite, e ás vezes com anxiedade, desa- tocego, delírios, peso e embaraços na cabeça, atordoamento, vertigens, oppressão e pontadas no peito, vermelhidão da pelle etc.—'Accessos febris, principalmente de manhã ou de noite algumas vezes com calafrios e calor pouco desenvolvi- dos , sede ardente , ou adypsia completa , typo quavtan ou terçan, ou as vezes quotidiana; soffrimentos antes do ac- cesso e suores depois, adormecendo-se; aspyrexia (calafrios ou calor) com grande fraqueza e affecções hydropicas, adorme- cimento das regiões do fígado e do baço, dor na cabeça ator- doante, ou latejante, dores fortes e tractivas nos membros, nos hombrose na cabeça, pressão, enchimento, tensão aarde> cia no estômago ano epygastrio, pontadas no peito, e nas ilhar- gas, oppressão da respiração, anxiedade, face inchada, ter- rosa, etc. —'Pulso irregular ou accelerado, fraco, pequeno e freqüente, ou extineto e tuunulo.—'Suores freqüentes, co- licativos, frios e viscosos; 'suor de noite ou de tarde, ador- mecendo-se, ou de manhã, levantando-se; -suores parciaes, principalmente no rosto e nas pernas. —Transpiração que tinge a roupa e.a pelle d'amarello.—Durante o suor peso na cabeça, zumbido douvidos e tremor dos membros. Moral.—'Melancolia, algumas vezes com idéas religiosas, tris- teza, cuidados, pezar, gritos e queixas.— Anxiedade, in- quietação e angustia excessivas que não permittemconseivar- se em parte alguma, principalmente de noite na cama, ou de manh5 levantando-2?, e muitas vezes com tremor, suor frio, to ARSÊNICO. oppressão do peito, oppressão da respiração c accessos de esvaimento.—"Inquietação de consciência, como se se tivesse commettido um crime.—Angustias inconsolavcis, com quei- xas e lamentações.—Humor hypochondriaco, com inquie- tação e anxiedade.—'Temor da solidão, de spectros e de la- drões, com desejo de.occultar-se.—Indecisão e humor muda- vol, que demanda ora isto, ora aquillo, c rejeita tudo de- pois de ter obtido.—'Desanimo, desespero, desprazer da vida, propensão ao suicídio, ou 'temor excessivo da morte, a qual se julga muitas vezes próxima. — 'Grande sensibili- dade e escrúpulos de consciência, com idéas tristes, como se se tivesse offcndido a todo o mundo.—Mào humor, impa- ciência, enfado, disposição para zangar-se, repugnância pa- ra a conversaçãoj desejo de criticar e grande susceptilidade. —-Espirito mordaz e mofador. —Sobre-impressionabilidade de todos os órgãos; qualquer ruido, conversação, ou raio de luz, são insuportáveis.—Grande apathia e indifferença.— Grande fraqueza de memória. —Estupidez e imbecilidade. —'Delírios, com grande afluência de idéas.—Perca de co- nhecimento e de sentidos, disparate, e acçoes maníacas e furor. Cabeça.—'Peso, sensação de fraqueza e embaraços na cabeça -principalmente na alcova, melhorando expondo-se ao ar. —Stupor e atordoamento. — Vertigens, principalmente de noite, feichando os olhos , andando , ou expondo-se ao ar, e algumas vezes com vacilação e risco de cahir, embria- guez, perca dos sentidos, obscurecimento da vista, desejo de vomitar, e dor na cabeça.—'Dores pulsa tivas, oppressi- vas, atordoantes, ou tractivas, latejanles e ardentes, na cabe- ça, muitas vezes só d'um lado, e principalmente por cima d'umolho,ou na raiz do nariz, ou noocciput, -e algumas ve- zes também desejo de vomitar, °e zumbido dos ouvidos.— Tensão, aperto c dor de contusão na cabeça.—*As dures de cabeça apparccem muitas vezes periodicamente, e sobre tudo depois de cada comida, de manhã, de noite, e do noite na cama, e algumas vezes são insuportáveis, °com choros c ge- midos, -sendo alliviadas momentaneamente pela agoa fria, e renovando-se mais violentamente depois.—Sensação, mo- vendo-se a cabeça como se o cérebro batesse contra o craneo. —Estallo ou zunido na cabeça.—'Adormecimento da pelk cabclluda. e dos tegumentos da cabeça, como se estivessem ulcerados, ou pisados, augmentado fortemente pelo menor contacto. —Inchação excessiva da cabeça c do rosto. — Pru- rido ardente, 'erupções crostosa?, pústulas e uloeras.roc.ntes na pelfe cabelluda. ARSÊNICO. li Olhos.—Dorespressivas, ardentes e latejantes nos olhos, "ag- gravadas pela luz, 'assim como pelo movimento dos mes- mos, e algumas vezes com vontade de deitar-se -ou com an- gustia que não pcrmitte ficar na cama.—'Olhos inflamados, vermelhos, com vermelhidão da conjunctiva ou da sclerotica, e injecção das veias da conjunctiva. —Inchação d'olhos.— 'Inchação inflamatoria, ou edematosa das palpebras. — Grande seccura das palpebras, principalmente nas comissu- ras, e Iendo-se á claridade da luz.— 'Lagrimas corrosi- vas.—'Agglutinação das palpebras.—'Occlusâo spasmodi- ca das palnebras, ás vezes por effeito da luz.—'Photophobia excessiva.—"Manchas e idceras da cornea.—Olhos convul- sos e proeminentes; olhar fixo e furioso. — Pupillas contra- hidas.—Cor amarella da sclerotica.—Cor amarella, manchas ou pontos brancos e scentellas diante dos olhos.—Fraqueza, obscurecimento e perca da vista.—Olhos ternos e profundos. Ouvidos. — Aperto, dores fortes, fisgadas fc efervescência vo- luptuosa e ardente nos ouvidos.— Tinido, zoeira, zumbido e som de sinos nos ouvidos. — Sensação e dureza como se os ouvidos estivessem tapados, c dureza do ouvido, sobre- tudo para o som da palavra. Nariz.— Dores osteocopes do nariz.— Inchação do nariz. — Fluxo de sangue do nariz violento.— Descamação da pelle do nariz em furfurecencias.— "Tumores nodosos nas ventas. — Ulceração no alto do nariz, com corrimento d'um ichor fétido e d'um gosto amargo. — Cheiro de pez ou de chifre diante do nariz. — Espirro violento. — Grande seccura do nariz.— 'Coryza fluente, com obturação do nariz, ardor e secreção d'um munco soroso e corrosivo. Rosto.—'Face pálida, profunda e cadaverica.--*Côr amarel- la, azul ou verde do rosto.— 'Côrlivida e terrosa, com manchas eriscos verdes e azues.—'Face decomposta com tor- cimento das feições, ou com olhos arredondados, profundos e nariz aguçado. — 'Vermelhidão e entumecencia do rosto. —Inchação dura e elástica do rosto, principalmente por cima das palpebras, e sobretudo de manhã. — Inchação do rosto com accessos de esvaimento e vertigens. — Pa pulas, borbulhas, 'idceras crostosas, "caparresa e impigens farina- ceas no rosto.— Manchas denegridas ao redor da boca. — —'Beiços azulados ou denegridos, "seccos egretados.—^Sintas denegridas na parte vermelha dos beiços. — Pelle áspera o. herpetica ao redor da boca.—'Erupção na boca e nos bei- ços, na extremidade da parte vermelha.—'Nodosidades du- ras e ulceras cancrosas com crosta espessa e centro lardea- do.—Beiços escoriado? <"om sensação de rjonnenci*. —In- 1$ AUSEMCO chaçào e sangramento dos beiços.—'Inchação das glândulas maxilares inferiores, com dores de contusão, adormecimento ao tocar.—Paralysia do queixo inferior. Dentes.— Dores agudas, pressivas, ou repuchamentos succes- sivos nos dentes e nas gengivas, principalmente de noite, propagando-se algumas vezes até á face, no ouvido e nas fontes, com inchação da face e dores insuportáveis que le- vão a um desespero furioso, ou que se aggravão uma vez que se deite sobre o lado doente, e que só melhorão pelo calor do fogo. —Ranger convulsivo de dentes. —Sensação de afasta?nento e aballo doloroso dos dentes, com inchação, e "hemorrhagia das gengivas. Boca.— Mão cheiro da boca.—'Grande seccura da boca, ou -accumulação d'uma saliva ás vezes amarga ou sanguino- lenta.—'Lingoa azulada ou branca.—Torpor e insensibili- dade da lingoa, com fe cila estivesse queimada. —°Iingoa morena ou preta, secea, gretada e tremida.—'Lingoa d'um vermelho vivo. —Ulceração na parte inferior da lingoa.— "Aphthas na boca.—Falia rápida e precipitada. Garganta.—'Cócegas, dof aguda e ardencia na garganta.—* Inflamação da garganta e gangrena.— Constricção spasmo- dica da garganta e do esophago, com impossibilidade de en- gulir.— Deglutição dolorosa e diflicil, como por paralysia do esophago.— Sensação de grande seccura na garganta c na boca a qual constantemente obriga a beber.— 'Accumu- lação de mucosidades cinzentas ou verdes, -d'um gosto salgado ou amargo na garganta. Appetite.-- 'Gosto amargo da boca, principalmente depois de ter comido ou bebido de manhã. — Aspereza, adstringente ou pútrida ou ácida na boca.— Gosto azedo dos alimen- tos.— Alimentos sem sabor ou muito salgados.— "Insipi- dez dos alimentos.— Gosto amargo ou muito salgado de alimentos, principalmente do pão e da cerveja.— 'Adypsia . completa ou sede violenta, ardente, sufocante e inextingui- vel, com dezejo de 'beber continuadamente porém pouco de cada vez. — 'Dezejo d'agoa fria, de ácidos, cVagoardente, -do . café e do leite.— Fedia d'apretite e de fome, algumas vezes com sôde ardente.— Desgosto insuperável de todos os alimen- tos, principalmente da carne e da manteiga.— 'Tudo quan- to se engole cauza uma pressão no esophago, como se tudo estivesse ahi parado.—°Fome continua, com falta d'appetite e prompta saciedade.— 'Depois da comida, náuseas, vômi- tos, arrotos, dores no estômago, eólicas e muitos outros sof- frimentos.— 'Depois de ter bebido, calafrios ou horripila- çao, renovamentos de vômitos, e da diarrheia, arrotoseeólicas. AR3EN3CO. 39 Estômago.—Arrotos freqüentes, priucipalaiente depois de Ur bebido ou comido, a maior parte das vezes interrompidos, ácidos, ou amargos. — Regurgiíaçào de matérias acres, ou de mucosidades amargas, verdes. — Soluços freqüentes e convulsivos, principalmente de noite. —Náuseas freqüentes e excessivas, algumas vezes subindo até ao pescoço, com vontade de vomitar, necessidade de deitar-se, somno, acces- so de desfalecimento, estremecimento, horripilação ou ca- lor, dores nos pés, &c.—"Regorgitação d'agoa do estômago, como petuitas. — 'Vômitos algumas vezes mui violentos, e principalmente depois de ter comido ou bebido, ou de noite, pela volta da manhã; 'vômitos dos alimentos e dasbebldas, ou de matérias mucosas, biliosas ou serosas, de côr ama- rella, verde, morena ou preta; 'vomito de matérias sangui- nolentas. — *Vomitando-se, dores violentas no estômago, sensação de excoriação no ventre, gritos, calor interior ar- dente, diarrheia e temor da morte. — 'Entaboamento e ten- são da região precordial e do estômago. — Adormecimento excessivo do epigastrio edo estômago, principalmente ao to- car.—* Pressão no estômago , como por uma pedra, ou como se o coração rebentasse, e afilicção excessiva na região pre- cordial, com queixas e lamentações.—'Sensação de constrí- çâo, dores crampoides,-repuchamento, sensação de furamento e roiedura no estômago.— 'Sensação de frio ou calor, ear- dencia insuportável no estômago e na região precordial.— *As dores no estômago se manifeslão principal mente depois da comida, ou de noite. Ventre.— Compressão na região do figado.— Inchação da baço.— 'Dores de ventre excessivas, principalmente do la- do esquerdo, e muitas vezes com grande angustia no ventre.— 'Entaboamento do ventre.— 'Inchação do ventre como na ascite.— *Golpeamentos violentos, dores crampoides, repu- chamento, rasgamento e roimento no ventre.— *As eólicas se manifestão principalmente depois de ler comido ou bebi- do, ou de noite, e são muitas vezes acompanhadas de vomi- to, ou de diarrheia, com frio, calor interno, ou suor frio.— 'Sensação de frio, ou ardencia insupportavel no ventre.— °Dor de chaga no ventre, principalmente tossindo, e rindo- se.— "Inchação e dureza das glândulas do mesenterio.— Muitos (latos, com borborygmos e ronco no ventre.—Flac- tutencias de um cheiro podre.--Inchação dolorosa das glân- dulas inguinaes. — "Ulceras acima do embigo. Dejecções.—'Constipação,com dezejo freqüente de obrar porem sem effeito.— Tenesmo, com ardor no ânus.— Sahida in- voluntária e desapercebida de dejecções.— Diarrhcias rio- i>0 OIStMCO. lentas com dejecções freqüentes, náuseas, vomi(os, sede, gran- de debilidade, eólicas e tenesmo.— *Diarrhcias nocturnas, e renovamentos da diarrheia depois de ter bebido ou comi- do.-'- 'Dejecções ardentes c corrosivas, deje-ções mucosas, billiozas, sanguinolentas, serozas, &c., &c., de côr esverdea- da , amarella, «eshranquiçadas ou 'amorenadas, e pretas; dejecções fétidas e pútridas ; "dejecções com matérias não degeridas. — Sahida de mucosidades pelo ânus com tenes- mo.— Queda do recto, com muitas dores.— 'Comichão, dor de excoriação e ardor no recto e no ânus, assim como nas. borbulhas hemorrhoidaes, principalmente de noite.— Picadas nas borbulhas hemorrhoidaes. Ourinas.—'Retensão d'ourina,como por paralysia da bexiga.— Dezejo freqüente d'oúrinar, mesmo de noite, com evacuação abundante.—Incontinencia d'ourina e evacuações involuntá- rias, mesmo de noite na cama.—°Emissão diflicil e doloro- za de ourinas.— "Ourinas pouco densas e de côr amarella carregada.—Ourinas aquozas, verdes, morenas ou turvas, °com sedimento mucozo.—'Ourinas sanguinolentas.— 'Ar- dor na urethra, ourinando-se. Partes viris.— Comichão, picadas e ardor na glande e no prepucio.— Inflamação, inchação doloroza e gangrena das partes genitaes. — Glande inchada, gretada e azulada.— In- chação dos testículos — Polluções nocturnas.— Corrimeiato de licor prostatico durante as dejecções diarrheicas. Regras.— Dezejo venereo na mulher.—'Regras muito prema- turas e mui abundantes, com' muitos soffrimentos.— Regras supprimidas, com dores no sacro e nas espadoas.— 'Flores brancas, acres, corrosivas, -espessas e amarelentas. Larynge.— Catarro com defluxo, corysa e insomnia.—Voz rouca e endefluxada.—Voz tremula, ou desigual, ora forte, ora fraca.— 'Mucosidades viscosas na laryny e no peito.— 'Sensação de seccura e ardor na larynge.—"Constricçãospas- modica da larynge.— Tosse secea, algumas vezes profunda, fatigante e arquejante, principalmente de tarde depois dis- tar deitado ou de noite, com desejo de endireitar-se, do mesmo modo que de manhã, ou depois deter bebido, estan- do ao ar livre e frio,durante o movimento, ou nas expirações, e muitas vezes com oppressão da respiração, e suffbcação, dôr contractiva, ou sensação de excoriação na cavidade do estômago e peito, dôr de pisadura no ventre, picadas nos hypochondrios, no epigastrio e no peito,&c.—Tosse excitada por uma sensação de constricção c de suffoearãona larynge, como pelo vapor do enxofre.— "Accessos de tosse periódi- ca.— 'Tosse com espectoração de mucosidades sanguino- ARSÊNICO. 21 lentas, °algumas vezes com calor ardente por tedo o corpo.— Expectoração diflicil ou pouco abundante e escumosa. Peito.—'Respiração curta, oppressão da respiração, suffocação, dyspenia eaccessos de suffocação, algumas vezes com suor frio, constricçãospasmodica do peito ou da larynge, angustia,gran- de fraqueza, corpo frio, dorna cavidade do estômago e acces- sos de tosse. — Apparição de soffrimento principalmente de tarde, ou de noite estando deitado, assim como por um tempo ventoso, ao ar livre, e frio, ou "no calor da alcova ou vestindo-se impetuosamente, fatigando-sc , ou zangando-se, andando, movendo-se e mesmo rindo-se.— 'Respiração cm- xiosa, gemida e sibilante.—Oppressão de peito, tossindo, andando e subindo escadas. — 'Constricção e compressão do peito, algumas vezes com grande anxiedade, impossibilidade de fallar e accessos de esvaimento. — Tensão e pressão no peito.— 'Picudas no peitoeno sterno.— Calafrios, ou gran- de calor e ardor no peito.—'Batimentos violentos e insup- portaveis do coração, principalmente estando deitado de costas, e sobre tudo a noite.— 'Palpitações irregulares do coração algumas vezes com angustia. Tronco.— Manchas amarellas no peito.— Dor violenta e ar- dente nos hombros fortemente aggravada pelo contado.— Dores tractivas agudas, no dorso, c entre as omoplatas com necessidade d'estar deitado.— Inchações edematoras e in- sensíveis do pescoço e do queixo inferior.— Impigens en- tre as omoplatas. Rraços.— Dores tractivas agudas nos braços, e nas mãos.— "Inchação dos braços com pústulas denegridas, de cheiro pú- trido.— 'Dores tractivas, agudas, de noite, partindo do co- tovello e respondendo até ao sovaco.— Repuchamento agudo e Iatejante nos punhos.— Caimbras nos dedos.— De noite, sensação de enchimento e de inchação na pal- ma das mãos.— Excoriação entre os dedos.—- Inchação dura dos mesmes, com dores osteocopes.— "Ulceras na ex- tremidade dos dedos com dor ardente.— Unhas desco- radas. Pebnas.— Caimbras nas pernas.— °Dores tractivas agudas tias cadeiras, até ás virilhas, e coxas, e estendendo-se algu- mas vezes até aos maleolos, com inquietação que obriga a mover constantemente o membro.— Dor rheumatica nas pernas e sobre tudo na tíbia.— Fraqueza paralytica da co- xa.— 'Dor de despedaçar na articulação do joelho.— En- curlamento dos tendões da curva da perna,—'Caimbras nas barrigas das pernas. — "Ulceras ardentes e lancinantes na per- na. — Fadiga das pernas e dos pés. —Inchação do pé, ardente, D8 ARSÊNICO dura e lusente , cem visiculas ardentes de côr azul no calcanhar—"Visiculas lavrantes e ulceradas na planta dos pés e nos poPegares.— Dores na parto carnuda dos pol- Igares , como se elles estivessem usado pelo andar. BBUAMBA. BELL.—Belladona atropa.—Hahnemann.— Doses usa- das 12, 30.— Duração d'acção 4 ou 5 dias nas affec- ções agudas, e até 8 semanas n'algumas affecções chro- nicas. - Antídotos: coff. hyos, hep. vin. (contra os envenena- mentos per fortes doses: coffea tosta. —A applicação do vinagre aggrava os soffrimentos.— He antídoto de: acon cufr. fur. hyos, merc. plat. plumb. SYMPTOMAS GERAES. — 'Dores lancinantes, ou dilace- rantes, pressivas nos membros.—Dores de pisadura nas arti- culações e nos ossos.—As dores se aggravão principalmente ã noite, e de tarde pelas 3 ou 4 horas.—O menor contado, eás vezes também o movimento aggravão os soffrimentos.—Al- guns dos soffrimentos se aggravão ou apparecem também depois de ter dormido. — Estremecimento nos membros, palpitações musculares e sobresaltos de tendões. — Sensação nos músculos como se um ratinho os precorresse. — 'Caim- bras, spasmos e movimentos convulsivos e contorsão violenta dos membros; 'accessos de convidsões com gritos e perca dos sentidos; 'convulsões epilépticas. °retracção dos pollegares. — "Accessos de immobilidade e de rigesa spasmodica do corpo ou de alguns membros, -algumas vezes com insensibilidade, inchação das veias, face opada e rubra, pulso cheio e accele- rado, com suor abundante.—'Accessos de tétano, mesmo com reviramento da cabeça.—'Accessos de spasmos com risos in- voluntários.— "Antes do accesso convulsões, formigueiro com sensação de inchação e de torpor nos membros; ou eó- licas e pressão no ventre, estendendo-se até á cabeça; depois dos accessos oppressão no peito como por um peso dormen- te.—°Os accessos se renovão ao menor contacto assim como pela menor contrariedade.—Grande inquietação na cabeça e nos membros, principalmente nas mãos.— 'Tremor dos membros com fadiga e alquebramento.— 'Dormencia nos membros com alquebramento, grande preguiça, e -horror a 21 BF.LLADONA. tod» o movimento e a todo o trabalho.—'Quebra de forças, fraqueza paralytica e paralysia dos membros.—'Paralysia e insensibilidade de todo um lado do corpo.— Accessos de desmaio e de syncope, com perca de todo o sentimento e de todo o movimento como na inerte.—"Ebuliçãp de san- gue, com congestão para acabeça e fadiga até ao desmaio.— Supracxcitação e muito grande impressionabilidade de to- dos os órgãos.— Disposição a resfriar-se facilmente com grande sensibilidade ao ar frio.— Formigueiro nos mem- bros. Pelle.—'Inchação com calor e rubor escarlate de todo corpo e de muitas parles, principalmente do rosto, do pescoço, do peito, do ventre, e das mãos.— 'Inflamação erisipelatosa com flegmão -que algumas vezes passa a gangrena.—Gan- grena e sphacelo de muitas partes.—Placas rubras imflama- das e manchas escarlates por muitas partes do corpo, -algu- mas vezes com pulse pequeno, accelerado", oppressão da res- piração, tosse violenta, delírio, memória mais viva, necessi- dade de esfregar o nariz, pupilas dilatadas.—Manchas ver- melhas côr de sangue, por todo o corpo, principalmente no rosto, no pescoço e no peito.—"Erupção semelhante nas morbillas.— 'Erupção de petechias, com comichão e ver- melhidão de todo o corpo. — Vesiculas que vertem serosidades abundantes, e que são de tal maneira dolorosas que forção a gritar e a gemer.—"Erupção de pústulas com extremida- des brancas, com escaras pretas, e inchação edematosa da parte molesta.—Eiupção vermelha, scamoza, na parte infe- rior do corpo.—Tumores e nodosidades frias e dolorosas.— Dor de excoriação, incêndio e repuchamento nas ulceras, principalmente ao tocar, durante o movimento e de noite. — 'Inchação vermelha, quente e luzente das partes doentes. —As ulceras segregão um pus sanioso e sanguinolento.— ''Furunculos. — "Frieiras.— 'Inchação dolorosa das glân- dulas. Somno.—'Dezejo incessante de dormir, algumas vezes com ob- nubilação da cabeça, escabeceamentos e bocejo, principal- mente pela volta da noite.— 'Accessos de coma somnolentee de lethargia, com somno profundo, Ímmobílidade do corpo, -sobresaltos dos tendões, face pallida e fria, mãos frias, e pulso pequeno, duro e acceilerado.— 'Coma interrompida por momentos de despertar com olhares furiosos.—Depois dos accessos de coma, muita fome, calor ardente o seccura da boca. — Somno comatozo do noite, com despertar fre- qüente e movimentos convulsivos. — 'Insomnia nocturna, algumas vezes com desejo de dormir e esforsos inúteis de BELLADONA. adormecer-se, a maior parte das vezes por causa d'uma an- gustia excessiva ou de grande agitação.—'Em dormindo, so- bresaltos freqüentes com medo, gemidos, gritos, estremeci- mento dos membros, carpologia, aggravação de dores, can- to, palavras, delírios, e sonhos contínuos.— 'Sonhos anxio- sos, -terrireis, medonhos, activos; sonhos de incêndio, la- drões, e assassinos; sonhos com meditação. — "Feichando-se os olhos para adormecer, visões medonhas e estremecimento dos membros.— Despcrlando-se dor na cabeça e "aggrava- ção dos soffrimentos. Febue.—Frio de todo o corpo, com palíidez do rosto, ou frio nas extremidades com inchação e vermelhidão da face.— 'Arripiamentos e horripilação parciaes, principalmente nas tostas, ou na cavidade da estômago, ou fi'ti«i braço, e algu- mas vezes com color por oulras partes, principalmente na cabeça ou seguida de arripiamentos geraes. — *Os» arripia- mentos apparecem a miúdo de noite, algumas vezes "com náuseas, cançasso e repuchamento no espinhaço e nos mem- bros, -picada no peito e obscurecimento da vista. —'Acces- sos febris compostos de arripiamentos, alternando com calor, ou de arripiamentos seguidos de calor com exacerbação noc- turna ou vespertina, typo, quotidiana, ou dupla, ou torçan e adypsia completa, ou sédc ardente e inextinguivel.—'Ca- lor secco, ardente, muitas vezes com inchação das veias, pul- sação das carótidas, calor, vermelhidão, e opacidade do ros- to, sede ardente, agitação, delirios furiosos e arripiamentos por pouco que se descubra.— 'Pulso forte e accelcrudo, ou cheio e lento, ou pequeno e lento, pequeno e accelerado, ou duro e te-o.—Suor com ou depois do calor, suor abundante de noite, ou de manhã, .siíor somente das partes cobertas; suor dormindo-se; suores de cheiro empyreumatico, ou que córão a roupa de amarello. Moral.—"Melancolia com tristeza, humor hypochondriaco, abatimento moral e desanimo. — 'Grande agitação, com afflicção continua, inquietação c agitação, principalmente de noite e depois do meio dia, algumas vezes com dor na cabeça e rubor do rosto.—Desejo de morrer e propensãoaosuicidio. —'Lamentações, gemidos, gritos e choros.—"Malignidade com choros (entre as crianças).—'Timidez, caracter medro- zo, desconfiança e suspeitas, approhensões, e disposição pa- ra fu^ir.—Receio (1'uma morte próxima.—Sobre-excito- ção moral, com grande sensibilidade para toda impressão, alegria immoderada e disposição para facilmente assustar- se.—Disparates, delírios e mania, com gemidos, disposição para dançar, rã1, cantar e assobiar; 'mania com gemidos ou 2<* BELLAD0N.4. com risos involuntários; 'delírios nocturnos; 'delírios com murmúrios; -delírios nos quaes se yô lobos, cães, incem- dios, &c., &c.; delírios por accessos, e algumas vezes com fixidades do olhar.—Grande apathia e indifferença, desejo da solidão, horror da sociedade e de todo o barulho.—Re- pugnância para a conversação. —Máo humor, caracter ir- ritavel, susceptível, com disposição para encolerisar-se, ra- lhare offender.—'loucura, com farças agradáveis e ridicu- las, gesticulações, actos da demência, maneiras impudjn- tes.— 'Furor e raiva, com desejo de ferir, de cuspir, de morder, e de despedaçar tudo, e algumas vezes com brami- dos e uivos como os de um cão.—Abattimento e fraqueza do espirito e do corpo.—Horror de todo o trabalho e mo- vimento.—'Demência, a ponto de não conhecer os seus; il- lusòes dos sentidos, e visões medonhas.— 'Perca completa da razão, stupidez, inadvertencia e distracção , inapitdão parada meditação e grande fraqueza da memória. Cabeça.— Embaraços da cabeça, obnubilação e estado de em- briaguez, principalmente depois de ter bebido e comido, e também de manhã.—'Accessos de vertigens, com vascillação, rodomoinhos na cabeça, atordoamento, náuseas, tremor de mãos, anxiedade e scentellas diante dos olhos; principalmen- te de manhã levantando-se , ou endireitando-se c abai- xando-se.— °Vertigens com angustia, e queda com perca de sentidos, -ou com alquebra mento e fadiga antes e depois do accesso.— *Stupor e perca de sentidos, "de maneira a não reconhecer os seus senão pelo ouvido, algumas vezes com pupillas dilatadas, boca e olhos meios abertos. — *En- chimento , peso e pressão violenta na cabeça, principalmente na testa, sobre os olhos e o nariz, -ou num lado da cabeça, *e algumas vezes com atordoamento, entorpecimento e sen- sação como se o craneo rebentasse, -ou com máo humor, e gemidos, tracção das palpebras e necessidade de deitar-se.— 'Sensação de entaboamento e de dilatação pressiva no cére- bro.— 'Dores agudas, tractivas e latejantes na cabeça.— 'Fisgadas na cabeça como por facas.— 'Pancadas violentas na cabeça.—'Pidsação forte das artérias da c'beça.—'Ebul- lição e congestão de sangue na cabeça, -principalmente em abaixando-se.— 'Sensação de frio ou de calor na cabeça.__ 'Sensação de fluctuação no cérebro, como se houv esse agoa.__ Sensação durante as dores, como se o craneo estivesse muito delgado.— "Sensação d'um balanço dormente no cére- bro e sacudimentos na cabeça, principalmente andando de- pressa e subindo-se.— "Dores de cabeça quotidianas, desde as 4 horas da tarde pouco mais ou menos, até o dia segui»- BELLADONA. 27 te de manhã, petas 3 horas, aggravadas pelo calor da cama e na posição de deitado.— 'Ordinariamente he pelo movi- mento; sobretudo o dos olhos, pelos sacudimentos, pelo contacto, pelo ar livre e pela corrente de ar, que as dores de cabeça se aggravão; -e melhorão-se,em revolvendo eapoian- do-se a cabeça.— Dor crampoide na pelle cabelluda.— "Suor abundante nos cabeüos.— 'Vascillação ou quedada cabeça para traz,— 'Dormindo-se a cabeça enterra-se no travesseiro.— Inchação da cabeça e do rosto. Olhos.— 'Calor c incêndio nos olhos ou pressão como por areia.— 'Dores pressivas nos olhos e nas orbitas até a cabe- ça.— 'Sensação de peso nas palpebras, que se feichão invo- luntariamente.— 'Estremecimento nas palpebras.— "Queda da palpebra, como por paralysia.— 'Fisgada nos olhos e nos ângulos com comichão.— 'Olhos vermelhos, brilhantes e convulsos ou fixos, scintillantes, eproeminentes, ou°ternos e turvos.— 'Olhar fixo, furioso e incerto.— 'Spasmos e movimentos convulsivos dos olhos.— Palpebras largamente aber-as.— "Inflamação dos olhos com injecção das veias e vermelhidão da conjunctiva e da sclerotica.—Inchação infla- matoria e supuração do ponto lacrimal ao angulo do olho.— "Frouxidão da sclerotica.— "Manchas e ulceras da cornea.— "Fungos medular no olho.— "Inchação e queda das pal- pebras.— 'Côr amarella da sclerotica. — "Olhos como ec- chymozados e hcmorrhagia dos olhos.— Sensação d'uma seccura ardente nos olhos, *ou corrimento de lagrimas ás- peras c corrosivas (salgadas).—^Pupilas immoreise ordina- riamente dilatadas, porém algumas vezes também contrahi- das.—'Agglutinação (nseturna) das palpebras.—"Dezejoda luz ou 'photophobia "com movimentos convulsivos dos olhos, logo que a luz os fere.—'Vista turva e enfraquecida, ouobs- curimento e perca inteira da vista. — Presbyopia. — Ne- voeiros, chammas e scentellas diante os olhos. — *Dif- fusão da luz da vella a qual parece cercada d'uma aureola disfarçada. —Esírellas brancas e nuvens prateadas diante os olhos, principalmente olhando-se para o forro do lec- to da alcova. — 'Os objectos parecem duplos ou virados, ou de côr vermelha. — "Cegueira nocturna desde que o sol se deita. — Tremor e scintillamento das letras len- do-se. Ouvidos.— 'Furamento, pressão, dor aguda, beliscamento, apertos, e fisgadas nos ouvidos.— Corrimento de pus pe- los ouvidos.— Tinido, ruídos e zumbidos.— Grande sensi- bilidade do ouvido.— "Dureza do ouvido, -algumas vezes como se houvesse uma pelle diante das orelhas.— 'In- •J.H BELLADONX. citação das parotidas, 'com dores latejantes e tractivas. "que algumas vezes se propagão até a garganta. Nariz.— "Dor de pisadura no nariz, principalmente apalpan- do-se-lho, e algumas vezes com incêndio.— 'Fisgadas noc- turnas no nariz.— 'Inchação, 'vermelhidão e incêndio na ponta do nariz.— 'Ulccração doloroza das ventas.— Nariz muito frio.— Sangramento pelo nariz, -principalmen- te de noite e de manhã.— "Ilemorrhagia nasal e bocal,— Grande seccura do nariz.— 'Olfaclo ou muito sensível, -so- bretudo pela fumaça do fumo, "ou diminuído.— 'Cheiro pútrido do nariz;— Corysa fluente d'uma só venta ou alter- nando com entupimento do nariz.— Cheiro de aranque no nariz, durante a corys.i. Rosto.—■ 'Rosto pallido, alternando algumas vezes subitamen- te com vermelhidão. —*Face cavada com arremessos inquie- tos e ar turbado.— 'Color ardente no rosto, algumas vezes sem ntoor.— "Vermelhidão ardente e entumescencia do rosto, como depois de ter bebido vinno.—' Vermelhidão car- regada , escarlate, ou azulada do rosto.-—■*Inchação dura, <• rubor azul do rosto, principalmente (d'uma) das faces, e algumas vezes com incêndio, fi-«adas, furamenios e pulsa- ções.— Manchas escarlates, ou vermelhas carregadas na fa- ce.— 'Erupção de borbulhas vermelhas nas fontes, nos cantos da boca e na barba.— "Borbulhas purwlentas e cros- tozas, principalmente nas faces e no nariz.— Condensação da pelle do rosto.— Pressão crampoide, dores agudas e trac- tivas nas maçães do rosto. — "Dor nevritica, violenta, incisi- va no rosto, seguindo o curso do nervo infra-orbitario.— "Palpitações musculares e movimentos convulsivos no rosto, principalmente na boca que está puxada para a orelha.— "Induração c *inchação dos beiços, "com fisgadas por um tempo impetuozo.— "Vermelhidão carregada e seccura dos éticos.— 'Borbulhas, crostas e ulceras (com aureola ver- melha) nos beiços e nos cantos da boca.— 'Apeito convul- sivo das queixadas com impossibilidade de abrir a boca.— Sensação como se o queixo inferior se tivesse retractado.—- "Dores agudas nos queixos; 'fisgadas e tensão nas articula- ções maxiílares.— "Inchação das glândulas maxillares e das do pescoço, -com dores (latejantes) nocturnas. Dentes.—- Rangimento violento dos dentes.—Dores agudas e tractivas @u repuchamentos successivos nos dentes, algumas vezes com dores nos ouvidos,c principalmente, de noite ou de tarde. durante um trabalho intellectual, ou também depois de ter comido.— O contado e a corrente de ar aggravão as dores de dentes.— Dores de dentes com fluxão na face.— Furamento BELLADONA. 29 nos dentes cariados e corrimento de sangue chupando-se.— Inchação doloroza das gengivas com calor, comichão c pul- sações, ou com dor de ulceração ao tocar.— Sangramen- to das gengivas.— Vesiculas nas gengivas com dor de queimadura. Boca.— * Sensação d'uma grande seccura ou verdadeira seceu- 7a, excessiva, sufocante na boca.— 'Escuma diante a boca, "algumas vezes de côr vermelha, -ou dum cheiro de ovos podres.— 'Accumulação c corrimento d'uma saliva -visco- za, espessa e esbranquiçada. — 'Muita accumulação de mu- cosidades viscosas, brancas na boca, e na garganta.— Máo cheiro da boca, principalmente de manhã.—"Inchação in- fiamatoria e vermelhidão da cavidade bocal e por detraz da garganta.— *Hemorrhagia violenta da boca.— escoriação do lado interior da face; os orifícios dos conduetos salivares estão como ulcersdos.— Sensação de frio, de torpor e do adormecimento na lingoa.— "Lingoa vermelha, quente, sec- ea *e gretada, *ou carregada de mucosidades esbranquiçadas, amarellas ou morenas; "vermelhidão das extremidades da lingoa.— "Inchação inflamatoria o rubor das papillas da lingoa.—"Inflamação flegmonosa da lingoa.—Dormencia da lingoa, sobretudo ao tocar, -com sensação como se cila esti- vesse coberta de-vesiculas.— °Peso, *tremor e fraqueza pa- ralytica da lingoa com falia difficil e balbuciante.—Mudez.— *Yoz fraca, sibilante e fanhosa. Garganta.—'Dor de excoriação, ardor e fisgadas na garganta c nas amygdalas, principalmente engulindo-se, °e algumas vezes propagando-se até aos ouvidos.— 'Grande seccura e incêndio na garganta e sobre a lingoa.— 'Inflamação e in- chação da garganta, do véo do paladar, "da campainha *e dos tonsillos; supuração dos tonsillos. — 'Deglutição doloro- za e diflicil.—'Impossibilidade completa de engulir mesmo o menor liquido , °que muitas vezes sabe pelas ventas.— 'Necessidade continua de engulir, -com sensação como se suffocasse não o fazendo.-- 'Sensação de aperto, estran- gulamento c constricção spasmodicana garganta.— 'Sensa- ção como se houvesse na garganta um tumor ou uma ro- lha a qual não se podesse desprender.t— Fraqueza paralyti- ca dos órgãos da deglutição. Appetite- — 'Perca do gosto.— Insipidez ou gosto muito sal- gado dos alimentos.— 'Gosto pútrido, insipido, mucozo ou amargo da boca.— Gosto azedo do pão de senleio.— 'Falta de appetite e fastio para todos os alimentos, principalmente para a carne, os ácidos, o café, o leite e a cerveja.— 'Sede ardente, excessiva e insuportável, muitas vezes com horror 30 BELLADONA de toda bebida, ou dezejo continuo de beber, com impossi- bilidade de engulir uma só gotta de liquido.—Bebe-se com uma precipitação tremente.— "Fome forte e insupporta- vel.— Depois de ter comido, embriaguez, colicas, dores no estômago, calor e sede. Estômago.— 'Arrotos freqüentes, muitas vezes amargos, pú- tridos, azedos ou ardentes.— Pyrozes.— Arrotos impedidos e abortados.— 'Nauzcas e vontade de vomitar, principal- mente no momento de comer, ao ar, ou depois de almoçar, algumas vezes com sede ardente.— 'Vomituração e vômitos violentos, principalmente de tarde ou de noite; 'vomitura- ção com impossibilidade completa de vomitar, vômitos de alimentos ou de matérias mucozas ou biliozas, ou "ácidas e serozas; "vomito com diarrheia ou com vertigens, calor e suor.— 'Soluço spasmodico, algumas vezes com suores e con- vulsões.— 'Pressão,dores crampoides e contractivas,sensação de enchimento e de entaboamento no estômago e no epigas- trio, principalmente depois de ter comido, ou comendo-se.— Fisgadas, pancadas, pulsações e incêndio no estômago c na região precordial.— Inflamação do estômago e do duodeno. Ventre.— Colicas com constipação, fluxo abundante de ou- rina, arrotos e dezejo de vomitar.— °Dor violenta no ventre que nao deixa parar em parte alguma.— Fisgadas no lado esquerdo do ventre, tossindo, espirrando, e ao tocar.— Do- res e incêndio nos hypochondrios.— 'Pressão no abdômen como por uma pedra, -principalmente no baixo-ventre e nas virilhas.— 'Entaboamento e tensão do ventre, -princi- palmente nos hypochondrios.—'Dores crampoides contracti- vas e constrictivas, beliscamento no ventre e sobretudo ao redor do embigo, ou no bypogastrio, com sensação como se uma ou outra das partes estivesse apertada ou agarrada por unhas; as dores forção a dobrar-se, e são acompanhadas al- gumas vezes de vomito "ou de entaboamento e salto do co- lo em forma de rolete.—"Remechimento no ventre.—Golpes e fisgadas no ventre como por facas.— Calor e grande an- gustia no ventre.— Borborygmos no ventre com sahida fre- qüente de flactulencias sem cheiro.— 'Dormencia de todo o ventre, como se estivesse excoriado e ardente, e sensibilidade doloroza dos tegumentos do ventre ao tocar.— Fisgadas nas, virilhas.— °Comichão no ventre. Dejecções.— 'Dejecções supprimidas, e constipação, -algumas vezes com entaboamento do ventre, calor na cabeça e suorc abundantes.— Dejecções duras, insuficientes.— Dezejo fre quente de obrar com tenesmo e sem resultado.— Pequena dejecções freqüentes, muitas vezes com tenesmo.— Dejecçõe BELLADONA. 31 brancas como o giz, ou verdes; dejecções aquozas 'ou mu- cozas.— Dejecções diarrheicas, com vontade de vomitar e dores pressivas no estômago.— 'Dejecções involuntárias , por paralysia do sphynter do ânus. Oubinas.—Vontade freqüente d'ourinar. — 'Emissão freqüen- te d'ourinas abundantes, descoradas e aquozas, -algumas ve- zes com 'suores abundantes, sede, appetite augmeratado, diarrheia e obscurecimento da vista.—*Incontinencia e emis- são involuntária d'ourina, -mesmo de noite e durante o somno.— Paralysia do colo da bexiga.— 'Ourinas turvas, de côr amarella, ou cristalinas côr de oiro ou de limão, ou rara e côr escura ou côr de sangue ou vermelha vi- va. — Sedimento rubro ou branco e espesso nas ouri- nas.—Sensação d'um movimento na bexiga como por um verme.— Pressão nocturna na bexiga.—"Dores latejantes, ardentes na região renal. Partes viris.—"Dor aguda e tractiva nos cordões spermaticos, principalmente ourinando.— Retracção do prepucio.—No- dosidade molle e sem dor na glande.—Fisgadas nos testícu- los que estão retractados.— Polluções com flacidez do pe- nis.—Suor nocturno das partes genitaes.— Corrimento de licor prostatico.—Appetite venereo diminuído com indiffe- rença completa para toda excitação libidinosa. Regras.— 'Pressão violenta jelas partes genitaes como se tudo fosse sahir por baixo, -principalmente andando-se e estando abaixado.—'Fisgadas nas partos genitaes internas.—'Grande seccura da vagina.—"Queda e induração do utero.—Regras muito fortes e prematuras, ou muito demoradas.— "Regras muito descoradas. —Antes das regras, alquebramento, coli- cas, falta de appetite e vista turva.— Durante as regras, suor nocturno no peito, com bocejo e arripiamentos passa- geiros, colicas ou angustia de coração, sede ardente, dores agudas e crampoides nos hombros e nos braços, &c óto. — "Corrimento de sangue fora do tempo das regras.—'Metror- rhagia, °d'um sangue vermelho-claro com sahida de postas fétidas.—Flores brancas com colicas.—"Lochios diminuídos. —'Corrimento de leite pelas mamas. Larynge.—'Catarro com tosse, corysa, roquidão e mucosida- des viscosas no peito.—'Voz rouca, fraca e sibilante; voz fa- nhosa.—Perca da voz.—'Grande dormencia da larynge, com perigo de suffocação, apalpando-se a guella, assim como, tossindo, fallando e respirando-se.— "Accessos de coníricção spasmodica da larynge—Tosse, como se tivesse engulido poeira, ou como se houvesse um corpo exlranho na larynge, ou na cavidade do estômago que excitasse a tosse, 'princi- 32 BELLADONA. palmenle de noite, ou depois do meio dia, de tarde na cama, e mesmo durante o somno, *a tosse he, pela maior parto das vezes secea, curta, 'algumas vezes convulsiva, fatigante e es- trondosa, 'ou oca e "ladrante.— 'Antes de tossir, choros ou dores de estômago; 'tossindo-se fisgadas no ventre, vomitu- ração ou dor de despedaçar na nuca; depois do accesso es- pirro.— *0 menor movimento de noite na cama renova a tosse.—'Tosse com estertor no peito, ou com catarro e fisga- das no sterno, -ou com dor na cabeça e rubor do rosto. — 'Espectoração de mucosidades espessas c puriformes, com a tosse.—Tosse com escarro de sangue. Peito.—'Ruído, estertor e crepilação nos bronchios.—* Oppres- são do peito, respiração apertada, dyspenia, e respiração cur- ta, algumas vezes com anxiedade, e principalmente de noite na cama, ou depois de ter bebido (café).—"Respiração irre- gular, °ora pequena e rápida, ora lenta e profunda.—'Resp'- ração curta, anxiosa e rápida. — Falta de respiração d» ma- nhã ao levantar, melhorando ao ar livre. —Andando-sc', oppressão crampoide do peito, com necessidade de respirar profundamente. —'Pressão no peito, -com dor nos omo- platas e respiração curta.—Tensão no peito.— 'Fisgadas no peito, algumas vezes como por facas, e principalmente tos- sindo-se e baillando-se. —Grande inquietação c pancadas no peito.—* Palpites de coração violentos, que respondem al- gumas vezes até na cabeça.—Palpitações de coração subindo. —"Tremor do coração, 'com angustia e°dor pressiva. Tronco. — Vesiculas dolorosas, cheias d'agoa, ou pequen; s manchas de côr vermelha carregada no peito. --Dor de des- locação, dores rheumatismaes e tractivas na espadoa e entre os omoplatas.—Furunculo na espadoa.—Fisgadas como por facas nos ossos da columna vertebral. —Roedura na espinha dorsal, com tosse.—Rigeza dolorosa e dores crampoides nos rins e no espinhaço.—'Inchação dolorosa c rigeza do pescoço e da nuca.— Inchação dolorosa das glândulas do pescoço e das da nuca. —Dores agudas nos sovacos. —Borbulhas ver- melhas e purulentas nas costas e na nuca.—Veias inchadas no pescoço.—Suor ácido, unicamente no pescoço. Braços. —Braços dormentes e dolorosos. —'Pressão tractiva com sensação de torpor e dores agudas nos braços. —Desejo de estender os braços.—Entorpecimento e peso dos braços. —"Inchação e vermelhidão escarlate dos braços e das mãos. —"Na espadoa, dor tractiva c pressiva, percorrendo rapida- mente desde o alto até em baixo do braço, manifestando-se principalmente de noite, diminuída pela pressão exterior, provocada pelo movimento. —'Estremecimentos dolorosos, BELLADONA. 33 caimbras e convulsões nos braços e nas mãos.—Tremor de mãos.—Pressão com dores agudas nos ossos do carpo e do metacarpo.—Rigeza arthritica das articulações da mão.— Dcslocação freqüente das articulações dos dedos. —Retracção dos pollegares. Pernas.—"Fisgadas e dores ardentes, aggravando-se por acces- sos na articulação coxo-femoral, mais insupportaveis de noi- te, e augmenladas pelo menor contacto.—Rigeza nas cadei- ras, depois de setor sentado, com difliculdade de levantar-se. —Dores nas cadeiras que forção a coxear.—Tremor dos joe- lhos. — Dores tractivas nas pernas, sobretudo nos joelhos.— — 'Peso e paralysia das pernas e dos pés. — Frouxidão dos joelhos e dos pés andando. — Tensão dos tendões da cur- va das pernas.—Inchação dos pés.—Effcrvcscencia nos pés. ll¥ÍM^c BRY.— Bryone.— Hahnemann.— Doses usadas 12, 30. — Duração d'acção 4 a 5 dias nas affecções agudas; 30 dias em algumas doenças chronicas. Antídotos: Acon. cham. ign. n-vom. —A bryonia he o antídoto de: Alum. ciem. rhus, mur-ac. seneg. Depois de bryonia se achará algumas vezes conveniente : Alum. e rhus. SYMPTOMAS GERAES.— 'Tensão, dores tractivas, repucha- mentos agudos e fisgadas sobretudo nos membros e principal- mente durante o movimento, com dores insupportaveis ao tocar, suor da parte affectada e tremor da mesma quando as dores diminuem.—Rigesa e fisgadas nas articulações, ao to- car, e duraate o movimento. —De noite, cançasso de mem- bros, com fraquesa paralytica. — 'Torpor e adormecimento dos membros, com rigesa e cançasso. —"Inchação pallida, tensa, quente.—'Inchação vermelha, lusente, de algumas par- tes do corpo, com fisgadas durante o movimento.—Dores de pisadura ou de ulceração cutânea, ou como se a carne se ti- vesse desprendido dos ossos. —Pressão tractiva no periostio. —"Inchação e induração das glândulas. — Nodosidades du- ras, em muitas partes da pelle, como pequenas glândulas endurecidas.—'Dor com arrepiamentos e frio no corpo.—Es- tremecimentos de músculos e de membros.—Convulsões.— 'Aggravação de dores e de soffrimentos de noite, pelas 9 ho- ras, assim como depois de ter comido, e pelo movimento; melhorando durante o repouso.—Indisposição geral, sensa- ção de aperto, com arrepiamentos causados pela pressão dos vestidos.—Repuchamento por todo o corpo. —Tremor dos . membros, endireitando-se depois de ter estado deitado. —Falta de solidez nos membros, andando depois de ter es- tado assentado.—Grande cançasso e fraquesa, sobretudo de manhã ou passeando ao ar. — Necessidade de ficar deitado. —Accessos de esvaimento. — Sensação de fraquesa, princi- palmente passeando ao ar. BRYONIA, 35 Pelle.—Còr amarella da pelle.—Pelle humida, viscosa.—Ar- doiicia e comichão por todo o corpo, como por ortigas, de- pois de ligeiras emoções.—Inflamação "erysipelatosa, so- bretudo nas articulações.—Erupções urticarias. — Miliar, principalmente nas crianças e nas mulheres de parto. — 'Erupções phlycthenoides, com comichão lavrante ou ardente. —Impigcns com comichão ardente.— 'Petechias.—Ulceras, com sensação de frio, ou com dores pulsativas ou ardentes.— Frieiras.--Calos, com pressão ou fisgadas ardentes, ou do- res de excoriação ao tocar. Somno.— Grande necessidade de bocejar. —Grande somno- lencia de dia, sobretudo depois do jantar.—"Somnolencia comatosa, interrompida por delirios anxiosos.—"Insomnia, sobretudo antes de meia noite, causada por calor, cbullição de sangue e anxiedade, sobretudo no peito.—"Somno per- turbado pela sede, com gosto amargo na boca ao despertar. —Impossibilidade de ficar deitado sobre o lado direito. — Sobresaltos, com medo adormecendo e durante o somno. — Somno inquieto, com sonhos confusos c afluência de idéas.— 0Adormecendo-se, gritos e delirios logo que se tem feichado os olhos. — Sonhos desagradáveis, pesarosos. — Sonhos altos de negócios do dia. — Delirios nocturnas e d,osvarios, com olhos abertos. — Gemidos, sobretudo pela meia noite.—'Somnambulismo.— Pesadelo. Febre.—'Frio e arrepiamentos no corpo, mesmo na cama, de noite, ou acompanhados de dores em todos os membros e de suor frio na testa.—'Anepiamentos com tremor, muitas vezes com calor ua cibeça, vermelhidão do rosto e sede; ou seguidos de calor com suor e sede.—Antes dos arrepiamentos vertigens c cephalaigía ; depois delles, calafrios com tensão e tracção nos membros.—"Desgosto para os alimentos e as bebidas durante os arrepiamentos.—"Calor, alternando logo com arrepiamentos; calor ardente c sede; depois forte suor. —'Calor universal, secco, exterior e inferior, quasi sempre com grande desejo de bebidas frias.—"Durante a calor, ver- tigens e cephalaigía.— Accessos febris com frio e arrepia- mentos predominantes, typo terçan, náuseas e necessidade de ficar deitado, ou com dores lancinantes na ilbarga g no ventre, e sede durante os arrepiamentos e o calor.—Na re- missão da febre, tosse secea com voi.-.itos, fisgadas e opprcs- sões no peito.—Suor frio na testa e na cabeça.—Suor abun- dante em quanto se passeia ao ar frio.— Suor oleoso de dia e de noite.—°Suor com anxiedade e inquietação, respiração suspirosa, tosse curta c pressão no peito.—'Suores abun- dantes de noite e de manhã, algumas vezes de um/cheiro agro. 36 BRYONIA. Moral. —Anxiedade e inquietação com temor do futuro. —■ Choros freqüentes.— "Desespero de curar-se, com temor da morte.—'Medo com desejo de fugir.—"Desanimo.—Aversão para a conversação. — "Irrascibilidade e arrebatamento. — Falta de memória.—Ausência de espirito momentânea. — Atordoamento.— "Desejo de cousas que não se possuem e rejeição das mesmas quando as ha.— "Delirios c disparates sobre os negócios do dia. Cabeça. — 'Embaraços, atordoamento e anuviamento da ca- beça.—Vascilação e embriaguez como por congestão na ca- beça. — Vertigens semelhantes na vascilação. — "Verti- gens somente quando se abaixa. — 'Vertigens rodeantes, sobretudo mudando de posição, ou endireitando-se de- pois de ter-se conservado deitado. — Cephalaigía como depois de deboches nocturnos,—'Dor na cabeça, depois de cada comida.— Accessos de dores de cabeça com vomito, náuseas e necessidade de deitar-se. — 'Dor de cabeça de ma- nhã desde que se abrem os olhos. — 'Grande enchimento e peso da cabeça com pressão para xi testa, e quando se abaixe sensação como se tudo fosse sahir pela testa.—'Pressão ex- pansiva ou compressão no cérebro. — 'Fisgadas na cabeça, ás vezes d'um só I*do.—Dores pulsativas, estremecentes, augmentadas pelo movimento, com pressão nos olhos. — Congestão na cabeça com calor no cérebro. — "Dores ar- dentes na testa.—*As dores de cabeça se aggravão pelo mo- vimento e um andar rápido, ou quando se abrem os olhos. —Sensibilidade dolorosa da pelle cabclludn como por ex- coriação. — Dores tractivas e estremecimentos na cabeça, desde a maçã do rosto até á fonte, augmentadas pelo con- tado. — Calor ardente da cabeça, exterior. —Suor frio na testa.—Cabellos muito engordurados. Oluos.—Dores nos olhos movendo-os. — Pressão nos olhos, como se saltassem da cabeça. — 'Pressão nos olhos, como por areia, sobretudo de manhã e do noite. — Dores lan- cinantes e tractivas nos olhos. — Dor ardente nos olhos. — Inflamação dos olhos e das palpebras, com vermelhidão. —Inchação dolorosa dos olhos com supuração e conjunctiva inchada c vermelha. — Inchação vermelha das palpebras, sobretudo das superiores, com dores pressivas. — °Dartros furíuraceos nas palpebras com comichão ardente.—Abcessos no angulo interno do olho. — Agglulinação nocturna das palpebras, com choro de dia, sobretudo ao sol, c com vista turva. — "Olhos tomos, vidrados, turvos ou scintillantes, e como inundados de lagrimas.—Presbyopia.— Confusão das letras lendo.—"Manchas pretas ou chammas diante os olhos. —"Photophobia. BRYONIA. 37 Ouvidos.— Dores contraclivas nas orelhas com diminuição do ouvir. — Fisgadas nos ouvidos, durante e depois do passeio ao ar. —Tumor como unia arnolgadura diante c detraz da orelha. — Sangramento pelos ouvidos. — "Sensação nos ou- vidos como se estivessem tapados. — 'Zoeira nos ouvidos.— "Todo o ruído he insupportavcl. Nariz.—* Inchação do nariz com sensibilidade dolorosa ao to- car e entupimento do nariz. — 'Inflamação c ulceração das ventas.—Ülcera nas ventas com dores lavrantes. — 'Sangra- mento freqüente de nariz, algumas vezes de manhã, ou logo que as regras são supprimidas, ou mesmo dormindo.— "Se- cura c entupimento do nariz, ás vezes pertinazes. — Corysa fluente com pressão lancinante na lesta.— "Corysa secea, ás vezes pertinaz. — Mucosidades duras, secando em crostas. Rosto.—'Côr do rosto pallida, amarella, terrosa.—'Rosto ver- melho, ardente. — Manchas rubras no rosto. — "Incharão quente, azul e morena do rosto. — Dores no rosto, a maior parto das vezes pressivas, alliviadas pela pressão exterior.— 'Inchação do rosto, -ás vezes d um só lado, ou debaixo dos olhos e na raiz do nariz. — Inchação da face, junto da ore- lha. — Pequenas nodosidades e indurações no rosto, como glândulas cutâneas.—'Beiços inchados c gretados, com san- gramento e sensação de queimadura ao tocar.—'Beiços s.c- cos.—Erupção nos beiços com comichão ardente. Dentes. — Dores de dentes cam necessidade de deitar-se, aug- mentadas de noite por cousas quentes; aggravadas deitando- se sobre o lado são, alliviadas deitando-se sobre a parte af- fectada.—Odontalgia estremecente e repuchante, com sensa- ção como se os dentes estivessem sobresahidos ou abalados, sobretudo durante e depois da comida. — Dores de excoria- ção nas gengivas com abalo de dentes. — Gengivas fungozas. Boca.—'Seccura da boca, com sede ardente. —Accumulação d uma saliva saponacea e escumosa na boca. —Salivação.— Cheiro pútrido da boca.— Lingoa "secea, 'carregada d uma pituita branca, ou salgada, ou "amarella.— "Côr carregada e rugosidade da lingoa. — Vesiculas ardentes no bordo da lingoa.—"Palavra indistineta por seccura da garganta. Garganta. — Dor na garganta com rouquidão e deglutição difficil. — Dores de excoriação na garganta engulindo. — *Sensaç'10 de seccura e grande seccura na garganta.—Pres- são no pharynge, como por um corpo duro e pontudo.—• "Fisgadas na garganta ao contado, assim como voltando a cabeça c engulindo. — Mucosidades viscosas na garganta, desprendendo-sc com muito esforço. Appetite.— "Perca do gosto. — 'Gosto insijddo viscoso, -pu- 38 BBVONIA. trido.—"Insipidez dos alimentos.—Gosto adocicado.—Gos- to amargo de todos os alimentos, ou somente depois ou fora do tempo das comidas, assim como de manhã. — "Sede ar- dente, ás vezes depois da comida, augmentada tomando cer- veja. — Bebc-se poucas vezes, porém sempre muito de cada uma dellas. — Grande desejo do vinho, de bebidas ácidas, do café, e 'mesmo de cousas que se não comem. — "Fome de enfermo que força a comer a miúdo e pouco de cada vez. — Bulimia, muitas vezes com falta de appetite ou com sede e calor passageiro, ás vezes mesmo de noite.—Perca do appetite logo no primeiro bocado que se come. — 'Repug- nância e desgosto joara os alimentos. — Depois de cada comi- da, arrotos com pressão no estômago e no epigastrio, colicas ou vômitos, principalmente depois de ter comido pão. Estômago. —Arrotos, sobretudo depois de ter comido, a maior parto das vezes amargos ou azedos, ou com ffosto dos alimen- tos. — Arrotos interrompidos.— 'Regurgitação dos alimentos depois de cada comida. — 'Soluço.—Náuseas e desejo de vo- mitar, sobretudo depois de ter comido alimentos saborosos, ou quando se levante depois de ter estado deitado. —"Náu- seas com desejo de vomitar e anxiedade, quando se assente ou quando se esforce por beber. —Náuseas de manhã.—*Vo- mituração, com corrimento pituitoso. — 'Vomito logo que se tem bebido, sobretudo quando he depois da comida.—De noite vomito de viscosidades. — Vomito de alimentes, com soluço e vomituração, ou vomito d'agoadilha amarga, ou de bile, mesmo de noite.—"Vomito de sangue. —Fisgadas no lado esquerdo do ventre durante os vômitos. — "Pressão co- mo por uma pedra no estômago, sobretudo depois da comi- da, ou andando, algumas vezes acompanhada de máo hu- mor. — Dores incisivas na cavidade do estômago, como por facas.—°Dores contractivas no estômago, algumas vezes com vomito de alimentos. — Aperto na cavidade do estômago e tensão dolorosa ao tocar, com sensação de calor. — 'Fisga- das no estômago deitando-se de lado, assim como na cavi- dade do estômago, durante o movimento, quando se anda ou quando se dá um passo cm falso. — "Dor de excoriação na cavidade do estômago, sensível ao tocar ou tossindo. — °A menor pressão na cavidade do estômago he insupportavel.— "Sensação de queimadura na cavidade e vo estômago, sobre tudo durante o movimento.— Sensação de inchação na cavi- dade do estômago. Ventre. —''Dores no figado e muitas vezes latejantes, tensivas, ou ardentes, sobretudo ao tocar, respirando-se ou tossin- do. — "Dores tractivas no hypochondrio, até no estômago BRYONIA. 39 c no espinhaço, de manhã e depois de jantar e ás vezes com vomito.—Inchação dura nas regiões hypochondriaca e um- bilical.—Fisgadas na região splenica.— 'Colica com tensão do ventre e corrimento d'aguadilha como pituitas. —'Enta- boamento do ventre com pressão no epigastrio, sobretudo depois do jantar.—"Rasgamento no ventre desde as cadeiras até na cavidade do estômago.—'Dores crampoides, belisca- dura ou golpeamentos e fisgadas no ventre, principalmente depois de ter comido ou bebido (sobretudo leite quente), algu- mas vezes com dejecções diarrheicas.—Inchação dura ao re- dor do embigo.—"Inchação hydropica do ventre. — Roncos e borborygmos no ventre, com sahida de ventos; algumas vezes somente de noite na cama. Dejecções.—'Constipação. —"Excrementos grossos com eva- cuação diflicil.—'Dejecções pouco abundantes, porém duras e como queimadas.—Diarrheias com colicas, alternando al- gumas vezes com constipação c gaítralgia.—Dejecções diar- rheicas d'um cheiro pútrido, com evacuação de matérias não dejeridas. — Diarrheias de manhã. — Diarrheias noc- turnas, com dor ardente no ânus.— Diarrheias coliquativas. — Colica constrictiva durante as dejecções. — Dejecções diarrheicas freqüentes, de côr morena (nas crianças de mama.) Oeuinas. —"Ourinas raras, vermelhas, morenas e "quentes. —Vontade urgente d'ourinar, com incontinencia.— Emis- são freqüente d'ourinas aquosas.—Vontade d'ourinar, com suspensão da respiração, levantando fardos. —Necessidade d'ourinar de noite.—Emissão involuntária d'ourinas quen- tes, quando se faz movimentos. —Sensação de queimadura c dores incisivas na uretra, antes d'ourinar.—Sensação de es- treitamento da uretra.—Fisgadas e dores ardentes na uretra. Partes viris.—Miliar vermelha, pruriginosa, na glande.— Fisgadas nos testículos. Regbas. —"Regras supprimidas. —Regras muito prematuras. —"Dores tractivas, agudas, nos membros, durante as regras. —Corri mento de sangue fora doternpodas regras.—"Metror- rhagia dum sangue vermelho carregado, com dor nos rins e na cabeça.—"Dores ardentes no fundo do utero, durante a prenhez, augmentadas pelo movimento, e diminuidas pe- la pressão c o repouzo. —Inchação do lábio, com pústula preta e dura. Laringe. —'Rouquidão com disposição para transpirar. — Tosse e estertor no peito.— Vontade de tossir, como por viscosidades; immediatamente depois, dores de excoriação na larynge, augmcnladasfallando, ou fumando tabaco; tos- 40 BRYON1A. se, a maior parte das vezes, secea, excitada por uma cocega na garganta, ou como cauzada por vapor na larynge, com necessidade de respirar muitas vezes.—Tosse, como por irri- tação do estômago.—'Tosse crampoide, sufocante, sobretu- do depois de meia noite, ou depois de ter bebi to ou comido, e muitas vezes com vômitos dos alimentos.—'Tosse de ma- nhã com corrimento d'agoadilhacomopituitas.— 'Tosse que parece despedaçar o peito. — *Tosse com fisgadas nos lados do peito, ou com dores pressivas na cabeça, como se fosse arrebentar, do mesmo modo com dores latejantes na cavi- dade do estômago, ou com dores nos hypochondrios.—Tos- se com expectoração de mucosidades de côr escura, ou aver- melhadas.—'Tosse com expectoração amarella.—"Tosse com expectoração d'um sangue puro, ou de viscosidades com es- triados de sangue.—Tossindo-se dor de excoriação na cavi- dade do estômago. — Accessos de sufocação antes do acces- so da tosse nocturna. Peito. — "Respiração difficil ou curta, rápida e anxiosa, ou suspirosa.—Oppressão com accesso de sufocação. — ''Respi- ração impedida por fisgadas no peito.— Respiração profun- da e lenta, sobretudo fazendo esforços. — Necessidade con- tinua de respirar profundamente.—Accessos de oppressão da respiração, mesmo de noite, algumas vezes com colica lan- cinante e dezejo de obrar.—Pressão no peito, como por um fardo, com oppressão.—Dor contractiva no peito, provocada pelo ar frio. — Tensão no peito andando. — *Fisgadas no peito e nas ilhargas, como por uma ulcera, sobretudo tos- sindo ou respirando profundamente; obrigando a conservar- se sentado, só permittindo deitar-se de costas, e augmentadas por um movimento qualquer. — 'Calor e dor ardente no pei- to, com anxiedade e aperto. — Sensação no peito, como se tudo estivesse desprendido e cahisse no ventre. — 'Batimen- mentos de coração, -muitas vezes mui fortes e mesmo com oppressão. Tronco. —Dor nos rins, como uma rigesa dolorosa, que não permitte andar direito. — Durante o repouso, dor de pisa- dura nos rins.—Dor contractiva, crampoide, por todo o es- pinhaço. — Ardencia e dores tractivas no espinhaço. — Fis- gadas nos rins e no dorso. — Fisgadas debaixo do omoplata esquerdo, até ao coração, fortemente augmentadas pela tos- se e a respiração. — Pressão sobre a espadoa, com fisgadas respirando profundamente.—'Rigesa rheumatismal e tensão na nuca e no pescoço.—Manchas vermelhas nos lados do pes- coço.—Miliar vermelha no pescoço, com forte comichão,— Suor nos sovacos. BRYONIA. 41 Braços. — 'Dores tractivas nas articulações da espadoa e dos braços, com tensão, fisgadas, e inchação d'um vermelho lu- sente. — Dores tractivas em todo o braço até na ponta dos dedos. — "Movimentos convulsivos, estremecimento e tre- mor de braços.—"Dores ardentes e alquebramento nos bra- ços.—Tremor continuo dos braços e dos dedos. —Inchação do braço ao redor do cotovello. — Fisgadas nas articulações do cotovello e da mão, com peso das mesmas.—Miliar ver- melha no ante-braço.—Dor de deslocação na articulação das mãos, movendo-as. — De noite, inflamação das costas da meio, com dor ardente. —Inchação das mãos.—Sensação de torpor na palma das mãos. — Dores lancinantes nos dedos escrevendo.—Inchação quente e pallida das articulações dos dedos.—Estremecimento de dedos movendo as mãos. Pernas. — Dores tractivas nas coxas. — "Fisgadas na coxa, desde a nádega até o tornozello , com dores insuppor- taveis ao tocar e durante o movimento, e também com suor por todo o corpo.—Alquebramento e falta de solidez nas per- nas, sobretudo sobindo uma escada. — Paralysia das pernas. —'Rigesa tensiva e dolorosa dos joelhos. — Inchação ver- melha e lusente dos joelhos, com fisgadas violentas, sobre tudo andando. —Vascilação e flexão dos joelhos andando. — "Fisgadas tensivas e dores crampoides nos joelhos, com 'tensão até na barriga das pernas. — ""Dores agudas nos joe- lhos, estendendo-se até a tibia. — "Fisgadas tensivas e trac- tivas desde a barriga das pernas até o tornozello, com incha- ção vermelha lusente das partes affectadas. — Caimbra na barriga das pernas, de noite e de manhã.— Alquebramento das pernas andando ou conservando-se de pé.—'Inchação das pernas, estendendo-se até aos pés.— 'Dor de deslocação na articulação do pé, andando. — 'Inchação dos pés, com vermelhidão e calor, dor de pisadura estendendo os pés, tensão movendo-os, c dores de ulceração ao contacto. — Fis- gadas nos pés, na planta delles e nos pollegares, sobretudo apoiando o pé. — Callos com pressão, ou com fisgadas ar- dentes, ou com dor de excoriação ao tocar. 6 GBAXiDKIKiL. CHAM.— Camomille ordinária.— Haíinemann.— Doses us\idas: 12, 30.— Duração d acção: alguns dias. Antídotos: Acon. coce. coff. ign. n-vom. puls.— A ca- momilla he antídoto de: Alum bor. coff. coloc. igf). n-vom. puls. senn. He sobretudo depois magn. que a camomilla faz bem,. logo que he indicada. SYMPTOMAS GERAES.-^ 'Dores rheumatismaes, tractivas, principalmente de noite, na cama , com estado paralytiGO e sensação de entorpecimento nas partes affectadas, e neces- sidade de as mover constantemente; alliviadas pelo calor ex- terior. — * Dor, com sede, calor e vermelhidão (d'uma) das faces, c suor quente da cabeça, mesmo na pelle cabelluda. — 'Dores pulsativas, como num abeesso. —*Sobre-excita- ção e sobre-impressionabilidade de todo o systema nervozo, com sensibilidade excessiva a toda a dor, que parece insup- portavel e leva ao desespero. — * Grande sensibilidade ao ar livre, e -principalmente ao vento. —'Membros, como rijos e paralysados.—Grande fraqueza e caduquez; logo que a dor começa ha perca de forças até cahir em desfallecimen- to.— 'Accessos de esvaimento, com sensação de molleza c dedesconçolo na região precordial. — "Accessos de catalepsia, com physíonomia hypocratica , extremidades frias, olhos meios feichados, pupillas dilatadas e ternas. — 'Accessos de spasmos e de convulsões, com face vermelha, inchada, e mo- vimentos convulsivos dos olhos, das palpebras, dos beiços, dos músculos da cara e da lingoa.—"Convulsões epilépti- cas, com retracção dos pollegares, escuma na boca, precedi- das de colicas, ou seguidas d'umestadosoporozo.—Nas crian- ças grande vontade de conservar-se deitado; a criança não quer andar, nem ser carregada. —Estalo e dor de quebra- mento nas articulações. Pelle. — 'Erupção miliar,«-com prurido e comichão nocturnas. — 'Pelle achacada; qualquer lesão tende para uleerar-se.— C1IAVÍ0MILLA 43 Nas ulceras effervescencia, comichão, ardencia e fisgadas despedaçantes com sensibilidade excessiva ao contacto. — Côr amarella da pelle. Somno. —7 Somnolencia de dia, sem poder dormir logo que se deite.—'Estado amadsrrado e coma-vigil -com dor repu- chante na cabeça e vontade de vomitar ou "com agitação febril, respiração curta e sôde.— 'Insomnia nocturna com accessos de angustia, -vizões, e illusões da vista e do ouvi- do.— 'Dormindo-se sobresaltos com medo, gritos, afflicção, -choros, palavras, disparates, gemidos, aspiração estrondosa è "affastamento continuo das coxas.— Sonhos fantásticos, activos, ralhadores e coléricos, com cara triste e sombria.— Delirios nocturnos. Febhe.— 'Alternativa continua de frio, ou âe horripilação par- cial, como calor parcial, em differentes partes do corpo.— 'Calor geral, pricipalmente de tarde ou de noite, na cama, com anxiedade , sede , vermelhidão das faces, transpiração quente da cabeça na testa e na pelle cabelluda, e algumas vezes, principalmente descobrindo-se, misturado de arre- piamento ou de horripilação. — 'Depois ou durante o calor, suor agro e que cauza uma comichão na pelle. — 'Calor ar- dente e vermelhidão ( muitas vezes somente d'uma ) das faces, principalmente de noite com gemidos, afflicção e frio ou ca- lor no resto do corpo. — °Febre intermittente com exacer- bação nocturna, pressão na cavidade do estômago, vontade de vomitar, ou vômitos biliosos, colicas, diarrheia e emissão doloroza das ourinas. — Suor nocturno dormindo-se. Moral.—'Accessos duma grande angustia, como se o coração fosse rebentar, com desanimo completo, inquietação excessi- va, agitação e afflicção, gemidos e choros, -acompanhados muitas vezes também de colicas tractivas ou de pressão na ca- vidade do estômago.—'Disposição para chorar e encoleri- sar-se, com grande sensibilidade nas offensas.—Humor ra- Ihadir e cólera. —Malignidade entre as crianças. —Sobre- excitação moral, com grande disposição para assustor-se.— Humor hypocondriaco. —O doente não pode suportar que outros lhe dirijão a falia, nem que se lhe interrompa em sua conversação.— Estado de distracção e de inadvertencia, co- mo se estivesse mergulhado na meditação,com concepção difli- cil como se não ouvisse bem.—Espécie de cstupideze d'apa- Ihia para o prazer e para as cousas exteriores.—Desejo de differentes cousas, as quaes se regeitão logo que se possuem. —Paliando e escrevendo, facilmente se engana.— "Delirios frenéticos c furibundos. Cvtíeça.—Embriaguez e vascillação, de manhã, levantando-se. \\ CHAMOMILLA. —Verliqcns com desfallecimento.—"Vertigens com obscure- cimento da vista. — Vertigens, principalmente de manhã, ou de tarde, ou depois da comida, ou depois de ter tomado ca- fé.—Dor na cabeça, de manhã, despertando-se, ou durante o somno, algumas vezes com sensação como se a cabeça fosse rebentar. —Dor de pisadura e 'peso pressivo na cabeça.— Repuchamentos, fisgadas epancadas na cabeça, muitas vezes somente semi-latleraes.—Estallo num lado do cérebro.— Suor quente, viscoso, na testa e na pelle cabelluda. —Dor estremecente na testa, principalmente depois da comida. Olhos.—Dor de chaga nos ângulos dos olhos.—Fisgadas, ar- dencia e calor nos olhos.—'Olhos infamados °e vermelhos, com dores pressivas, principalmente movendo-os e sacudin- do-se a cabeça. —Grande seccura dos bordos das palpe- bras. —"Inflamação dos bordos das palpebras. —"Incha- ção e vermelhidão das palpebras com secreção mucosa, re- mella nos olhos e agglutinação nocturna.—"Côr amarella da sclerotica.—Ecchymose no olho e "hemorrhagia oceular.— "Occlusão spasmodica das palpebras.—EstremecimentoTdas palpebras.— 'Olhos convulsos. —Pupillas controladas. — "Scentellas diante dos olhos. —Vista turva, mais vezes de manhã do que de tarde.— Escurecimento semi-latteral da vista, olhando-se para alguma cousa branca. Ouvidos.— 'Otalgia com dores tractivas e tensivas.—'Fisga- das alongadas nos ouvidos; principalmente abaixando-se, com disposição para encolerisar-se por insignificancias e to- mar tudo em máo sentido.—Tenido e 'zumbido dos ouvi- dos.—Sensação como se os ouvidos estivessem tapados e que um pássaro esgravatassee esvoaçasse.—Sensibilidade do ouvi- do; a musica parece insuportável.—'Inchação inflamatoria das parotidas, assim como das glândulas maxillares e das do pescoço.—"Corrimento pelos ouvidos. Nariz.—Corysa com entupimento do nariz.—Ulceração e in- flamação das ventas.—*Epistax;s.— Olfato muito sensivel. Rosto.—'Rosto quente, vermelho, ardente, ou vermelhidão e calor duma face, com frio e palidez da outra, "ou rosto pallido, cavo, com torcimento dos queixos pela dor. — "Inchação de rosto.—"Erysipela na cara, com inchação du- ra e azul d'uma face.—Inchação d'uma fonte com dores ao tocar.—"Dores latejantes, tractivas e pulsativas em um lado do rosto.— Miliar vermelha nas faces. —Côr amarella da pelle do rosto.—"Movimentos convulsivos dos músculos da cara e dos beiços.—Beiços gretados, excoriados e ulcerados. —^"Caimbras nos queixos com aperto de dentes. Dentes.—'Odontalgia, a maior parte das vezes -semi-latteral CIIAMOMILLA. 43 e principalmente de noite, no calor da cama, com dores in- supportaveis que levão ao desespero, inchação, calor e ver- melhidão da face, inchação ardente das gengivas e engurgi- tamento doloroso das glândulas maxillares.—*As dores or- dinariamente são tractivas e estremecentes, ou pulsativas e latejantes, ou resolventes e roedoras nos dentes furados, e freqüentemente ellas apparecem depois de ter bebido ou comi- do quente (ou frio), e principalmente depois de ter tomado café.—Aballo dos dentes. Boca.—'Seccura da boca e da lingoa, ou corrimento d'uma saliva cscumosa. —Cheiro pútrido da boca.—"Lingoa ver- melha e gretada, ou carregada d'uma pituita expessa e ama- rella. —Sesiculas sobre e em baixo da lingoa , "com dores latejantes. —Aphthas na boca.— "Movimentos convulsivos da lingoa. Garganta. —"Dor na garganta com inchação das parotidas, °das tonsillase das glândulas maxillares.—"Dores no pharyn- ge, latejantes e ardentes, ou sensação como se houvesse uma rolha na garganta.—"Impossibilidade de engolir alimentos sólidos, sobretudo estando deitado.—"Calor ardente na gar- ganta, desde a boca atè o estômago.—"Vermelhidão carre- gada das partes affectadas. Appetite.—Gosto pútrido ou mucoso.—Gosto ácido da boca e do pão de senteio.—'Gosto amargo da boca e dos alimen- tos.—Os alimentos não podem passar.—Insipidez ou desejo pronunciado do café, algumas vezes com vontade de vomi- tar, ou mesmo vomito e accessos de sufocação depois de ter-se tomado.—Depois de ter comido, calor e suor do ros- to, entaboamento e enchimento do estômago e do ventre, arrotos e vontade de vomitar.—'Sede excessiva de bebidas frias. Estômago. — Arrotos que aggravão as dores de estômago e do ventre.—"Arrotos azedos. —Regurgitaçáo dos alimen- tos.— Vontade de vomitar depois de ter comido, e princi- palmente de manhã.—Indisposição e espécie de frouxidão no estômago, como se se exvaisse.—Vomito dos alimentos e de matérias azedas com mucosidades. — 'Vômitos amargos, biliosos.— Pressão excessivamente dolorosa na região pre- cordial, como se o coração estivesse esmagado, com gritos, suor c angustia.—'Gastralgia pressiva, como por uma pe- dra no estômago, com oppressão da respiração, principal- mente depois de ter comido ou de noite com desasocego e afflicção, renovada ou aliviada pelo café.— Dor ardente na cavidade do estômago e nos hypochondrios. Ventre,—"Tensão e enchimento anxioso nos hypocondrios e 46 CHAMOMILLA. no epigastrio, com sensação como se tudo caminhasse para o peito.—'Colica flactulenta com entaboamento do ventre e af- fluencia de fiados para os hypocondrios e para o annel inguinal. —'Colicas excessivamente dolorosas, repuchamentos e golpeamentos no ventre, -algumas vezes de manhã ao nas- cer do sol.—Sensação de vácuo no ventre, com movimentos centinuos nos intestinos, e circulos azues ao redor dos olhos.—"Golpeamentos ardentes no epigastrio com oppres- são da respiração e palíidez do rosto.—'Fisgadas no ventre, -principalmente tossindo, espirrando etocando-lhe.—"Sensi- bilidade dolorosa do ventre ao tocar, com sensaçãod'ulcera- ção por dentro.—'Pressão pelo annel inguinal, como se sa- hisse uma hérnia.—'Spasmos abdominaes. Anis.— Constipação, como por inércia do intestino recto.— 'Diarrheias, principalmente de noite, com colicas spasmodi- cas, a maior parte das vezes com dejecções mucosas esbran- quiçadas, ou aquosas, ou amarellas, e verdes, ou de muco- sidades misturadas de excrementos, como ovos mechidos, ou dejecções quentes, corrosivas e dum cheiro fétido, como ovos podres, ou evacuação de matérias não digeridas.—*He- morrhoides com fendas muito dolorosas, e ulcerações no ânus. Ourinas.—Vontade de ourinar com anxiedade.—Ourinando- se, comichão e ardor na uretra.—"Ourinas quentes, amarel- las com sedimento frocoso, ou ourinas turvas, com sedimen- to amarello.—Emissão involuntária ou jacto fraco d'ouri- nas.—Excoriação ao redor do prepucio. Regras.—Regras supprimidas com inchação e dores pressivas na cavidade do estômago e no ventre, dores como as do par- to e hydropisia geral.— 'Colicas menstruaes, antes das re- . gras.—'Pressão pelo utero, comoparater dsres do parto. — 'Metrorrhagia, com sahida d'um sangue vermelho carrega- do e de coágulos acompanhada de dores semelhantes ás do par- to.—Dores ardentes e picadas na vagina.—Leucorrhéa cor- rosiva com ardor.—'Induração scirrosa das glândulas ma- marias. Larynge.—'Catarro e rouquidão, com accumulação de muco- sidades viscosas na garganta.—Dor ardente na larynge. — Constricção spasmodica da guelIa. -7-*Tosse secea produzida por uma titilação continua na larynge, e debaixo do sterno, -principalmente de tarde e de noite na cama, continuando mesmo durante o somno e acompanhada algumas vezes de accessos de sufocação. — A cólera provoca a tosse (nas crianças).—'Expectoração de mucosidades d'umgosto amar- go eu podre. CHAMOMILLA. kl Peito.—Respiração curta, crescente ou sibílante e estrondosa. —Respiração profunda com allivio sensiveldo thorax.—Ac- cessos de sufocação como por constricção da larynge ou do peito.—'Accessos de asthma flactulenta como anxiedade e en- chimento na região precordial.—'Oppressão do peito.—Fis- gadas no peito, principalmente respirando-se.— Ardor no peito com atordoamento e anxiedade.—Fisgadas na região do coração, com oppressão da respiração. Tronco.—Dores de rins e dores no dorso, principalmente de noite. —Convulsões no dorso com reviramento da cabeça para traz e rigesa tetanica do corpo. Braços.—Adormecimento e rigesa dos braços agarrando um objecto.— Convulsões dos braços.—'Dores nocturnas com fraqueza paralytica no braço.—Inchação ou frio e rigeza pa- ralyt;ca das mãos.—Dormencia ou movimentos convulsivos dos dedos.—Retracção dos pollegares. Pernas.—'Der paralytica e tractiva no quadril e da coxa, até aos pés, principalmente de noite.— "Tensão dos músculos, das coxas e das pernas.—'Caimbras na barriga das pernas, principalmente de noite.—Repuchamento e estado paraly- tico dos pés, de noite.—Ardencia e comichão nos pés como por frieiras.—Inchação do pé e da planta do mesmo. ®&Mjoy CALC.—Casca d'ostra. —Hahnemann. —Dose usada : 30. — Duração d'acção : 50 dias em affecções crho- nicas. Antídotos: Campb. nitr-ac. nitr-spir. sulph.—São: bis. chin. quinine e nitr-ac, que calcarea he antídoto. He sobretudo depois chin, cupr. nitr-ac. e sulf. que cal- carea faz bem logo que he indicada.— Depois de cal- carea se achará muitas vezes conveniente: lyc. nitr-ac. phos. e sil. SYMPTOMAS GERAES.—'Caimbras e contracções dos mem- bros, principalmente dos dedos e dos pollegares.—Dores de deslocação.—Dores pulsativas. — 'Lancinaçõese dores tracti- vas nos membros, principalmente de noite, ou no estio e na mudança do tempo.—Accessos de entorpecimento e palíidez de algumas partes do corpo que parecem como mortos. — Grande facilidade para descadeirar-se, que muitas vezes he seguido de dores de garganta ou de rigeza e inchação da nu- ca com dor na cabeça. — Adormecimento facil dos membros. — 'Efervescência desangue, principalmente entre os indivi- dios pletoricos, e muitas vezes com congestão na cabeça e no peito.— Estremecimentos em differentes membros. — * Convulsões epilépticas, -ás vezes de noite com gritos. — *Os symptomas se aggravão ou se renovão pelo trabalho n'agoa, do mesmo modo que de tarde, de noite, de manhã, depois da comida e com intervallo de dous dias. — Soffrimentos periódicos e intermittentes. — 'Grande agitação, que força a mover-se constantemente e andar muito.—Tremor fre- qüente de todo o corpo, augmentado ao ar livre. — * Dor de pizadura nos braços e nas pernas, do mesmo modo nos rins, principalmente movendo-se e subindo-se uma escada. —Indisposição geral de tarde, como precussor d'um accesso de febre intermittente.— 'Falta de força, abatimento prin- cipalmente de manhã cedo. — Cançasso, e fraqueza nervoza, muitas vezes com palidez do rosto, palpite de coração, ver- CALCA ELA. 49 tigem, arrepiamento, dores de rins, éxc.— Esvaimenlos prtn- ripalmente de noite, com obscurccimento da vista, suor no ros- to e frio no corpo. — 'Grande fadiga depois de ter fallado ou depois d'um excesso moderado,-ao ar livre, assim como depois do menor esforço, e muitas vezes com transpiração facil e abundante.— Dezejo ardente de se fazer magnetizar. —Abattimento excessivo, as vezes com violentos accessos de rizo spasmodico. — "inchação do corpo e do rosto com ven- tre grosso nas crianças. — Magreza, ainda que soffrivel- mente se coma.—"Grande nutrição e muita obesidade.— "Disposição para resfriar-se, e grande sensibilidade para o ar frio chumido. — Em pas cando ao ar, tristeza com cho- ros, dor na cabeça, entaboamento do ventre, palpites de coração,suor, grande fadiga emuitos outros soffrimentos. Pelle.— Estremecimento visível da pelle desde os pés até á cabeça, seguido de atordoamento.— Comichão ardente, » mordicante.—Ephelidcs. — 'Erupção urticaria , desappa- recendo a maior parte das vezes ao ar fresco.-- Erupção de manchas lentictflares, vermelhase elevadas, com calor forte, muita sede, e falta d'appetite. — Pelle quente e secea duran- te o movimento.—"Pelle do corpo áspera ,'secea e como coberta d'uma espécie de miliar.— Invólucro furfuracco d« pelle.— 'Erupções e impigens humidas, crostozas, ou em for- ma de cachos com dores de queimadura. — Pemphigus pru- riginosos por todo o corpo. —Pelle excoriada em diversos lugares.—Pelle achacada; qualquer lezão tende para ulce- cerar-se. —Inflamações erysipelatosas.— 'Furunculos. — 'Verrugas. — Calos com dor de excoriação e ardor.— "Tu- mores enkystados que se renovãoc supuião todos os mezes. — 'Inchação e induração das glândulas com ousem dor.— * Varizes.—'Nodosidadesarthriticas.—"inchação e desvio dos ossos. — Ulceração dos ossos. — Panaricio.—Signaes. Somno.—' Vontade de dormir de dia e de noite muito cedo.— Sunno tardio e 'insomnia por cfjluencia de idéas ou por cau- sa de imagens deleitozas, ou horrendas, quo appareccm Jogo que se feicha os olhos.— 'Durante o somno, pi?lavras, ge- midos, gritos e sohrcsaltos, anxiedade que presiste depois ile despertar, ou movimentos da boca. como se mastigasse e enguiisse. — Ronco durante o somno.— 'Sonhos freqüen- tes, adivos, anxiosos, fantásticos, confuzos, medonhos e hor- ríveis; ou sonhos de doentes e de mortos.— 'Somno agita- do com afflicção, e despertar freqüente.— Somno de mui curta duração, desde 11 horas da noite até 2 ou 3 horas da manhã somente.— Despertar muito cedo, ás vezes mesmo á meia noite.—'Dcnoitr, agitação, soffrimentos a*thmat tens. o« CAI.CAREA. anxiedude, calor, dores no estômago « na região precordial, sede, palpites de coração, dores de dentes, vertigens, dores de cabeça, ebullição de sangue, receio de perder a razão, do- res nos membros -e muitos outros soffrimentos. — Em des- pertando, alquebramento, prostração, c vontade de dormir, como se de todo não tivesse dormido. Febre.— Frio interior, excessivo.—'Arrepiamentos c horri- pilação, principalmente de noite ou *de manhã depois de se ter levantado. — Calor com sede. — Accessos freqüentes de calor passageiro com angustia e battimento decoração.— Calor de tarde ou de noite na cama. — "Febre quotidiana pelas 2 horas da tarde, com bocejos e tosse, seguidos de ca- lor geral com necessidade de deitar-se, ao menos três horas, as quaes findas as mãos tornão-se frias; falta completa de sôde. — 'Febre terça de noite, com calor do rosto', seguida de arrepiamentos.— * Suor forte de dia depois de um exercí- cio corporal moderado.—'Suor co;n anxiedade. — Suor noc-. turno, principalmente no peito.—Suor matutino. Moral.— 'Melancolia, -abattimento e trisiezn. — Disposição para chorar, mesmo por bagatellas. — Pesar e lamentações em conseqüência de antigas ofiensas.—'Anxiedade e angus- tia, excitadas por idéas ou historias medonhas ou com hor- ripilação e susto durante o crepúsculo ou a noite.—Angus- tia excessiva com palpitações de coração, ebullição de san- gue e sacudimentos no epigastrio. — Agitação anxiosa que não permitte conservar-se em parte alguma. —Disposição para assustar-se.— 'Tristeza com cançasso nas pernas. —Appre- hensões. — Desespero em conseqüência da ruina da saúde, ou humor hypochondriaco, com receio de estar doente ou desgraçado, de experimentar accidentes medonhos, de per- der a razão ou de estar infectado por moléstias contagiosas. —Desanimo e temor da morte. — Impaciência, sobre-exei- tabilidade c sobre-impressionabilidade moraes; o menor ba- rulho fa ti ga.—Máo humor e malignidade excessiva com dis- posição para levar tudo a mal. — 'Indifferença, apathia e repugnância para a conversação. — Repulsão e aversão para as outras pessoas.—A solidão he insupportavel.—Desgosto e aversão rara um trabalho qualquer.—Falta de vontade.— Grande fraqueza de memória e de concepção com difíieul- dade de meditar.— Disposição para enganar-se faltando, e tomar uma palavra pela outra.—"Perca dos sentidos e er- ros da imaginação. —"Delírio com visões d'incendios, de homicídios, e de ratinhos. Cabeça.—Cabeça tomada como por um torno.—Atordoamento depois deter cocado atraz da orelha ou também antes do CALCAREA. oi almoço; com tremor.— Vertigens, ás vezes com obscureci- mento da vista, *subindo-se á uma elevação, ou somente uma escada, -andando em ar livre, voltando actívamente a cabeça, ou depois de se ter encolerisado.—Vertigens de noi- te, de tarde ou de manhã. —Dor na cabeça depois de qual- qacr geito nas cadeiras eu -por estar a cabeça envolvida em um lenço, ou em conseqüência dum resfriamento.—Dores do cabeça todas as manhães levantando-se.—Accessos d© doi- do gabeça semi-latteral com arrotos e náuseas.—'Dores de ca- beça atordoantes, -pressivas ou 'pulsativas, aggravadas, prin- cipalmente lendo, escrevendo, ou por qualquer outro tra- balho intellectual, assim como pelas bebidas espirituosas, ou abaixando-se. — Enchimento e dormencia da cabeça, principalmente da testa, com occlusão dos olhos, aggrava- dos pelo movimento e os psforços corporaes. ^-Dor pressiva no vértice, apparecendo ao ar livre.— Dor tensiva e cram- poide com pressão por fora, partindo das fontes, estenden- do-se atè ao vértice.— Dores tractivas no lado direito da lesta; a parte he dolorosa ao tocar.— Dores latejantes na cabeça.—'Furamento na testa, como se a cabeça rebentasse. —"Dores atordoantes na cabeça que forção a deitar-se, e que appareccm principalmente depois do passeio ao ar li- vre.—'Frio glacial dentro e fora da cabeça, principalmente no lado direito. — Congestão na cabeça.—Ruído e dores na cabeça com calor nas faces e na cabeça.—Movimento do cé- rebro andando-se.—"Cabeça volumosa com fontanclles aber- tas nas crianças.—"Suor na cabeça de noite.—Muifa dispo- sição para se rcsfriar a cabeça.—'Crostas na pelle cabelluda. —Descamação da pelle cabelluda.—-"Sensibilidade dolorosa da raiz dos cabellos.— 'Queda dos cabellos.— 'Tumores na pelle cabelluda "que entrão em supuração. Olhos.—'Pressão nos olhos —"Comichão e fisgadas nos olhos. —'Doraguda, ardencia e dores incisivas nos olhos o nas pal- pebras, principalmente lendo-se de d:a, ou na claridade da luz.—Sensação de frio nos olhos.—Olhos inflamados com vermelhidão da sclerotica e secreção abundante de mucosi- dades.— Ulceras, nodoas c obscurecimento da cornea.— Sangramento pelos olhos.—Inflamação e inchação dos ân- gulos dos olhos.—"Fistula lacrymal, supurante.—Os olhos chorão, principalmente ao ar, ou de manhã cedo. — "Estre- mecimento das palpebras.— 'Inchação vermelha e expessa das palpebras, com secreção abundante de remclla e agglu- tinação nocturna.— Occlusão das palpebras de manhã.— 'Pupillas fortemente dilatadas.—'Turvação da vista, como se houvesse um nevoeiro, um véoou penugem diante os olhos, Irl l.ALCAREA. principalmente lendo ou fixando attentamente um objec- to.— 'Obscurecimento da vista lendo-se ou depois da comi- da.—Lendo vô-se um ponto negro que parece acompanhar os caracteres.—'Grande photophobia e deslumbramento por uma claridade muito activa.—*Presbyopia. Ouvidos.—Fisgadas nos ouvidos.—'Pulsação, pancadas e ca- lor nos ouvidos.—Inflamação e inchação do ouvido interno e externo.—"Corrimento purulentopelos ouvidos.—Erupção humida sobre e detraz dos ouvidos.—"Polypo nos ouvidos. —'Ruido, zumbido, tenido ougarganteo, algumas vezes al- ternando com musica nos ouvidos.—'Estallo e "detonação nos ouvidos engulindo ou mastigando. —Accessos de sen- sação d'occlusão da orelha e de dureza do ouvido. — In- chação inflamatoria das parotidas. Nariz.— Inflamação do nariz com vermelhidão e íncleação principalmente na ponta.— Ventas ulceradas e crostosas.— "Epistaxis, principalmente de manhã e á noite, e algumas vezes até o desfallecimento.— 'Cheiro fétido do nariz. — 'Olfato embotado ou excessivamente sensível. —'Seccura penivel no nariz.—r-*Entupimento do nariz por um pus ama- rello e fétido.—'Corysa secea, mesmo de manhã, com espir- ro freqüente.—Corysa fluente excessiva.—Corysa alternan- do com golpeamentos.—Cheiro fétido diante do nariz, como de fumaça, de ovos podres ou de pólvora. Rosto. — Côr amarella do rosto.—'Rosto pallido, cavado, com olhos profundos e redondos. — Placas vermelhas sobre as faces.— Calor, vermelhidão e opacidade da cara. —Erysi- pella na face. — Ephelides sobre as faces. — 'Comichão e erupção no rosto, principalmente na testa, nas faces, e na região das suissas, algumas vezes humida e crostosa, com ealor ardente.— °Crosta de leite.— Dores agudas na face, e nos ossos da cara.— Inchação da cara sem calor. — Erup- ções e crostas nos beiços e ao redor da boca.—* Beiços gre- tados. — 'Inchação do beiço superior. — Commissuras dos beiços ulceradas.— Accessos de torpor e de palidez dos bei- ços que parecem como mortos.—Inchação dolorosa dasglan- dulas maxillares. Dentes.— '.Dores de dentes aggravadas ou excitadas pela cor- rente de ar, ou pelo ar frio, ou tomando-se alguma eousa quente ou fria, pelo barulho, ou também durante ou de- pois das regras; as dores são pela maior parte latejantes, furantes, contractivas, pulsativas, ou lavrantes com sensa- ção de excoriação. — Dores de dentes de noite, como por congestão de sangue. — Sensação de allon-amento e de abalo dos dentes. —Cheiro fétido dos dentes^— 'Sensibili- CALCAREA. ÍÍ3 dade dolorosa das gengivas com fisgadas. — Sangramento facil e inchação das gengivas, com pancadas e pulsações.— Ulceras fistulosas nas gengivas do queixo inferior. Boca.—Accumulação de mucosidades na boca. —Escarro continuo d'uma saliva ácida.—Vesiculas na boca e sobre a lingoa.— Contracção crampoide da boca.—'Seccura da lin- goa e da boca, principalmente de noite e de manhã ao des- pertar. — Inchação da lingoa, algumas vezes d'um só lado. — Lingoa carregada d'uma pituita branca.—Ardencia e dôr de excoriação sobre a lingoa e na boca.— Lingoa difli- cil para mover, com palavra embaraçada e indistincta. — Ranula debaixo da lingoa. Garganta.— Dores de garganta, como por uma rolha ou in- chação na guella.— Constricção na garganta c estreitamento crampoide da gutlla. — Excoriação da garganta com dôr lancinante e pressão engolindo. — Inchação inflamatoria da garganta e da campainha, a qual he d'um vermelho car- regado e coberta de vesiculas. — Inchação das amygdalas, com sensação de estreitamento da garganta engulindo.— Dor na garganta depois de um qualquer geito nos rins. — 'Roncos de mucosidades. Appetite.— 'Mão gosto na boca, a maior parte das vezes amar- go, agrooumetallico, principalmentedemanhã.—Insipidezou gosto azedo ou agro dos alimentos. — Sede ardente ou conti- nua, principalmente pelas bebidas frias, e muitas vezes com falta total d'appetite.—'Fome pouco depois de ter comido. — Bulimia, geralmente de manhã. —Faslio prolongado para a carne e os alimentos quentes. —'Bepugnancia para a fumaça de tabaco ; desejo de couzas salgadas, de vinhos e de golodices.—Fraqueza da digestão. — Depois de ter toma- do leite, náuseas ou rcgurgitaçõos ácidas. — Depois da comi- da, calor ou entaboamento do ventre, com náuseas e dor na cabeça, no ventre e no estômago, ou também arrotos c corrimento d'agoadilha como pituitas, ou fisgadas o vontade de dormir. — Arrotos com gosto dos alimentos ingeridos, ou amargos ou ácidos. Estômago. — 'Pyrozes depois de cada comida, e arrotos estron- dosos e contínuos. — Rcgurgitação de matérias azedas --Náu- seas freqüentes, principalmente de manhã, de tarde, ou de noite, algumas vezes com horripilação , obscurecimento da vista e desfallecimento.— Vômitos ácidos. — 'Vômitos dos alimentos, ou de mucosidades amargas, muitas vezes com golpeamentose dores crampoides na ventre. — Vomito negro ou de sangue. — 'Corrimsnto pituitoso do estômago, ás ve- zes depois da comida.— Os vômitos se manifestão principal- oí CALCAR EA. mente de manhã, de noite ou depois da comida.— 'Dor pressiva ou beliscaduras no estômago, ou dores crampoides e contractivas, principalmente depois da comida e muitas ve- zes com vomito dos alimentos. — Caimbras de estômago de noite. — *Pressão no estômago mesmo estando em jejum, ou tossindo, ou com pressão nos hypochondrios, ©u também com aperto como por uma garra, andando. — Beliscadu- ras, golpeamentos e pressão nocturna no epigastrio. — En- taboamento e inchação do epigastrio e da região do estôma- go, com sensibilidade dolorosa destas partes ao tocar.— Dor de excoriação e ardencia no estômago. Ventre. — Dores geralmente latejantes, ou tensivas , ou pres- sivas, com inchação e induração da região hepatica.— Re- puchamento doloroso desde os hypochondrios até ao espi- nhaço, com vertigem e obscureci mento da vista. — * Ten- são nos dous hypochondrios. — Impossibilidade de supportar vestidos apertados ao redor dos hypochondrios. — Tensão e entaboamento do ventre. — "Golpeamentos freqüentes e fis- gadas nos lados do ventre nas crianças. — Colicas com dores crampoides e contractivas roentes, principalmente de- pois do meio dia, e algumas vezes com vômitos dos alimen- tos.— 'Accessos freqüentes e golpeamentos principalmente no epigastrio. — 'Fisgadas ou beliscaduras eprêssão no ven- tre, mesmo sem diarrheia.—■ As dores de ventre se manifes- tão principalmente de manhã, de tarde ou de noite, assim como depois da comida.- —'Sensação de frio no ventre.— —Dor de excoriação e ardencia no ventre. — "Inchação e induração das glândulas do mesenlerio. — 'Grossura e du- reza do ventre. — 'Incarcei ações de flactulennas.— 'Pres- são de ventos para o annel inguinal, como se uma hérnia fosse apparecer, com ruído e borborygmos.—Pressão do- lorosa, estremecimentos, golpeamentos e fisgadas, ou peso e tracção nas virilhas.— Inchação e sensibilidade dolorosa das glândulas inguinaes. Dejecçõíís.— 'Constipação.—■ Dejecções suspensas, duras, em pequena quantidade, e muitas vezes com matérias não do- jeridas.—Vontade inútil de obrar, algumas vezes com dor. — Dejecções dilíicieis e somente de dous em dous dias.— Relachamento do ventre, freqüente ou continuo ; duas eva- cuações por dia.—Dejecções como barro, pouco abundantes o nodosas ou serosas, ou em forma de papa. — Dejecções brancas, algumas vezes com riscos d» sangue e dores hepa- ticas ao tocar e respirando. — "Diarrheia durante a sahida dos dentes.—Dejecções involuntárias e escumosas —"Diar- rheia de cheiro azedo, ou fétido e amarello, nas crianças.— CALCAREA. OO Sabida d'ascarídes e de Iombrigas. — Queda do recto du- rante as dejecções. — Antes da dejecção, grande irrascibili- dade.—Depois da dejecção, abatimento e cançasso dos mem- bros. — Corrimento de sangue pelo ânus durante e fora.do tempo das dejecçõcs.—Inchação e 'sahida freqüente de borbu- lhas hemorrhoidaes, sobretudo durante as dejecções,^com dor ardente.—Caimbras, tenesmos e contracção do recto.—- Ardor no recto e no ânus, com comichão e •effervescencia.— Erupção ardente em forma de cacho, no ânus.—Excoriação no ânus, entre as nádegas e as coxas. Ourinas.— Tenesmo da bexiga. —Emissão d'ourina muito freqüente, mesmo de noite.—Sangramento na cama. — Ou- rinas carregadas sem sedimento. — Ourina vermelha côr de ssngue, ou morena, de um cheiro azedo, picante, fétido, com sedimento branco e farinaceo.— "Fluxo de sangue pela uretra. — Sahida abundante de mucosidades com as ouri- nas.—Corrimento de sangue pela uretra. — "Polypo da be- xiga. — 'Ardor na uretra, durante e fora do tempo da emissão das ourinas. Partes viris.—Inflamação do prepucio, com vermelhidão e dor ardente.—Pressão e dor de pisadura nos testículos.— 'Fraqueza das funcçoes genitaes, e falta do appetite venereo. —'Appetite venereo exaltado, com idéas libidinosas e lasni- vas. — Falta ou 'mui grande freqüência de polluções. — 'Erecções de mui curta duração, e emissão de esperma mui tardia e mui fraca, -durante o coito.—"Lancinações e ardor nas partes genitaes durante a emissão do esperma no coito. —Depois do coito embaraços de cabeça e fraqueza. — Cor- rimento do licor prostatico depois das dejecções e da emis- são das ourinas. Regras. —'Regras muito prematuras e muito abundantes. — "Antes das regras, peitos inchados e dolorosos, fadiga, dor na cabeça, disposição para assustar-se, colicas e arrepiamen- tos. — Durante as regras, congestão na cabeça, com calor por dentro ou golpeamentos no ventre e dores crampoides nos rins, ou também vertigens, dores de cabeça, dores de dentes, náuseas, colicas e outros incommodos.—Aborramen- to.—Sensação deleitosa nas partes genitaes, com ejaeulação. —'Corrimento de sangue fora do tempo das regras.— *Me- trorragia.—"Fisgadas no orificio do utero, e dor pressiva na vagina.— "Queda do utero com pressão sobre as partes. — 'Comichão navulva.— Inflamação g inchação da vulva, com vermelhidão, corrimento purulento e dor ardente.—"Vari- zes nos grandes lábios. — "Leucorrhéa antes das regras. — * T.cucorrhéa com comichão ardente ou como leite, correndo por :;g CALCAREA. accessos e durante a emissão das ourinas. — Dor de ex- coriação e de ulceração nas mamas. — Inchação infla- matoria das mamas c dos bicos.—Inchação das glândulas do seio. Larynge.—"Ulceração da larynge.—'Rouquidão freqüente ou de longa duração.—'Accumulação abundante de mucosi- dades na larynge e nos bronchios. — Tosse sem expectoração, excitada por uma cocega na garganta c muitas vezes acompa- nhada de vomito. — Tosse curta de dia, como por cotão na garganta. — Tosse provocada tocando-se piano ou comendo- se.—* Tosse de tarde, na cama, ou de noite, durante o som- no, ou de manhã, e geralmente violenta *e secea, ás vezes mesmo spasmodica.— Tosse com expectoração de mucosida- des expessas ou amarellas e fétidas, geralmente de noite ou de manhã.— *Espedoração de matérias purulentas tossindo. — 'Jicsse com expectoração de sangue, dor de excoriação no peito, vertigens e andar vascillante. — 'Tossindo, pres- são no estômago, fisgadas em sobresaltos na cabeça, ou dores no peito. Peito.—Sufocação abaixando-se, passeando ao vento, e deitan- do-se.— Necessidade de respirar profundamente. — Sensa- ção, como se a respiração estivesse detida entre os omoplatas. —Oppressão do peito, como por congestão de sangue, com tensão, ou alliviada approximando-se os omoplatas.—Respi- ração sibílante.— Respiração curta, principalmente subin- do. — Oppressão anxioza do peito, como se elle fosse mui- to estreito e não podesse assaz dilatar-se.— Grande oppres- são da respiração.— Sensação de fadiga no peito depois de ter fallado.— Anxiedade no peito.— Pressão sobre o peito. —'Fisgadas no peito e nas iUiargas, principalmenteduranteo movimento, respirando profundamente, e deitando-se so- bre o lado affectado.— Golpes no peito. — Sensibilidade e dor de excoriação no peito principalmente respirando e ao tocar.— 'Ardor no peito.— 'Pancadas de coração, mesmo de noite, ou depois da comida, algumas vezes com anxieda- de e movimentos trêmulos do coração.— Fisgadas, pressão e contracção na região do coração. — Fisgadas picantes nos músculos do peito. Tronco. —'Dores de deslocação nos rins, no dorso e na nu- ca, como depois de qualquer um geito. —Dores latejantes nos rins, no espinhaço e nos omoplatas. — Dores nocturnas no espinhaço. —Dores na região dos rins andando cm carruagem. — Tracção entre os omoplatas, e dor pressiva com sufocação. —"Inchação c desvio da columna vertebral, — 'Rijeza da nuca.— Inchação dura c doloroza das glandu- CALCAREA. 0/ lm do pescoço.—Tumor entre as omoplatas.—"Supuração das glândulas axillares. Braços.—'Dor tractiva no braço, mesmo de noite.—Caimbras e dores crampoides nos braços, nas mãos e nos dedos.— Ac- cesso repentino de fraqueza paralytica nos braços. — Dores «rampoides agudas no ante-braço. — "Furunculos no ante- braço. — Dor de deslocação no punho. — 'Inchação das mães. — "Nodosidadesarthriticas, inchação do punho e das articulações dos dedos. — Inchação das veias das mãos. — Tremor de mãos.—'Suor das mãos.—'Mãos e dedos amor teci- dos, mesmo no calor, e sobretudo agarrando-se umobjecto.— Verrugas nos braços e nas mãos.—Effervescencia nos dedos bem como quando estão dormentes. — 'Fraqueza paralytica nos dedos.—"Movimento dé dedos pesado.—Contracção dos dedos.— Panaricio. Pernas.—'Lancinações tractivas e dores incisivas, agudas, nas cadeiras e nas coxas, sobretudo, apoiando-sesobr'ellas.—Co- xeadura resultante do andar apoiado sobre os pollegares. — Rigesa e dormencia das pernas.— 'Caimbras nas pernas.— Dor de deslocação nas articulações das cadeiras, dos joelhos e dos pés. — As pernas ficão dormentes na posição de sen- tado. — Comichão nas coxas e nos pés. — 'Varizes nas per- nas.—•Tracções, 'fisgadas e dores agudas nos joelhos, princi- palmente estando em pé ou assentado, ou também andando. Inchação dos joelhos.—Tensão na curva da perna, abaixan- do-se. — 'Caimbras nas curvas e nas barrigas das pernas, na planta dos pés e nos pollegares, sobretudo estendendo-as, calçando-se ou durante a noite. — 'Nodoas vermelhas nas pernas.—Inflamação erysipelatosa e inchação das pernas.— "Ulceras nas pernas. — 'Inchação dos maleolos e da planta dos pés.—Inchação inflamatoria do calcanhar.—Furunculos nos pés e nas pernas.— 'Ardor na planta dos pés. — 'Suor dos pés. —"De tarde, frio e dormencia de pés. —Sensibili- dade dolorosa dos pollegares. —'Calos nos pés, com dor ar- dente de excoriação.—Contracção dos pollegares. « «t -S» 3fr 8 samrii. CHIN. — Quinquina. — Haiinemann. — Doses usadas: 9, 12, 30.— Duração d'acção: até 40 dias em alguns casos de doenças chronicas. Antídotos: Arn. ars. bell. cale. caps. carb-v. cin. fer. ipec. merc. natr. natr-m. puls. sep. sulfur. veratr. — A quinquina he antídoto de: Ars. aza. aur. cupr. fer. bell. ipec. merc. sulf. veratr.—O selen. aggrava os effeitos. He sobretudo depois de: Ars. ipec. merc. phss-ac. e ve- ratr., que a quinquina faz bem, logo que immediata- mente he indicada.—Depois da quinquina convém algumas vezes: Ars. bell. pids. veratr. SYMPTOMAS GERAES.—'Repuchamento tensivo ou ras- gamentos estremecentes e latejantes, principalmente nos os- sos compridos dos membros, com dores paralylicas e fraque- za das partes affectadas. — Dores despedacantes, rheumatis- maes nos membros, em principiando a andar. — * Dores e soffrimentos provocados ou aggravados pelo tocar, de noite ou depois da comida. — Inquietação nas partes affectadas, que força a movel-as.— Sensação de entorpecimento em diver- sas partes.— Adormecimento das partes sobre as quaes sê está deitado.— 'Inchação arthritica,dura, vermelha, d'algu- mas partes. — Inchação hydropica de algumas partes ou de todo o corpo. — 'inchação erysipelatosa de todo o corpo. — 'Grande fraqueza geral com tremor, andar diflicil e grande disposição para a transpiração durante © movimento e o som- no —Vivacidade mais que de ordinário com olhos fixos.— 'Movimentos convulsivos dos membros. — *Sobre-excitabili- dade de todo o systema nervozo.— Aversão para o trabalho do corpo e do espirito.— Esvaimentos.— Accessos d'as- phyxia. — 'Atrophia e magreira principalmente dos braços c das pernas. — Grande susceptibilidade na corrente de ar e outros soffrimentos expondo-se a elle por pouco que seja.— Pormencia de todo ô corpo. CHINA. 3!) Pelle.— Sensibilidade excessiva da pelle de todo corpo.-- Côr amarella da pelle. — Pelle flascida, secea. — Fisgadas perfurantes e pulsação nas ulceras. — Comichão ardente ou roente, principalmente de noite na cama, algumas vezes com erupção de borbulhas, ou de manchas salientes, como por picadas de ortigas. Somno.— Vontade de dormir de dia, muitas vezes com pancadas de coração.— Bocejo freqüente, com escabeceamentos.— 'Somno tardio e insomnia, em razão de grande affluencia de idéas. — Visionagens adormecendo. — 'Insomnia com dor de cabeça pressiva ou bulimia. — 'Somno agitado e insensível. —Sobresaltos com medo adormecendo. — Dormindo a posi- ção hc de costas, com a cabeça cahida e os braços estendidos por cima delia, com respiração lenta e com pulso cheio e accelerado. — Gemidos e roncos durante o somno, mesmo nas crianças. — 'Sonhospenosos, horrendos, que agitão ainda mes- mo depois de despertar. — 'Sonhos desordenados, insensatos, depois de meia noite com uma espécie de imbecilidade ao despertar. Febre.—Arrepiamento com horripilação, eu tremor febril, ordinariamente sem sede.— Frio do corpo, com congestão na cabeça, calor e vermelhidão do rosto, e testa quente. — Altera- ção geral do calor, com veias inchadas, sem sede. — 'Arre- piamentos, com dor na cabeça, náuseas, adypsia, vertigens , congestão na cabeça, jallidez no rosto, frio nas mãos e nos pés, vomituração de viscosidades, &c.— Arrepiamentos mais fortesdepois de ter bebido.— 'Calor com seccura de bocea e dos beiços qm estão ardentes, vermelhidão do rosto, dor na cabeça, fome de enfermo, delirios, pulso cheio e accelera- do.— Calor, com picadas volantes e sede ardente. — Calor, com necessidade de descobrir-se, ou com arrepiamentos por pouco que se descubra.—"Febres quotidianas eduplas quo- tidianas, ou terçan«, começando principalmente de nóito, ou depois de meio dia, ou de manhã, por arrepiamentos com tremor, seguidos de calor e de suor nseturno. — "Fe- bres, com dores pressivas c congestão na cabeça, dormen- cia e inchação do fígado e do baço, gosto, arrotos e vômitos amargos e biliosos, côr amaiella da pelle e do rosto, tosse curta, convulsiva, grande fraqueza, dores nos membros c pontadas dolorosas no peito.— *Os accessos febris freqüente- mente são precedidos de soffrimentos taes como, palpites de coração, espirro, angustia, náuseas, sede excessiva, bulimia, dor na cabeça, colicas pressivas, àc. — A sede ordinaria- mente apparece antes ou depois dos arrepiamentos, ou du- rante o suor, raras vezes durante o calor e quasi nunca com tftí ÍÜHIXA. 0á arrepiamentos. — Pulso pequeno, fraco. — 'Tran&piraçâa facil durante osomnoco movimento. — 'Suores nocturnos enfraquecentes. — Suores oleosos, de manhã. Moral.— 'Apathia e insensibilidade moral.— 'Abattimento hypocondriaco.— Grande anxiedade.— Caracter muito es- cropuloso.— Desanimo.— Descontentamento; julgando-se desgraçado e importunado por todo o mundo.—Irrascibili- dade excessiva com pussilanimidade e impossibilidade de su- portar o menor barulho.— Desobediência.— Desprezo de todas as cousas, tudo parece insipido.—Insipidez, com cho- ros fáceis ou com irratibilidade.—'Medo de cães e de outros animaes, principalmente de noite.—Grande abundância de idéas e de projectos, com marcha lenta das idéas.—Horror ao trabalho. Cabeça.—Embaraço surdo da cabeça, como por vigílias pro- longadas.— Vertigens levantando a cabeça principalmente no occiput, como se a cabaça dobrasse para traz.—Verti- gens, com náuseas.—Accessos de dores de cabeça, com nau- seas*e vômitos.—'Dor na cabeça, como por uma corysa sup- primida.— Cançasso da cabeça com abattimento.—Cepha- lalgia na testa, abrindo-se os olhos.—'Dores de pisadura no cérebro, com furamento pressivono alto da cabeça, ag- gravadas pela meditação e a conversação.—'Dor de cabeça pressiva, principalmente de noite, com insonia, -ou de dia, e aggravada pelo ar.—'Dores agudas estremecentes ou pres- sivas na cabeça. —'Dor de cabeça como se a cabeça rebentas- se.—Dores latejantes na cabeça, com fortes pulsações nas fon- tes.—Congestão na cabeça, com calor e enchimento.—"Mo- vimentos e pancadas dolorosas no cérebro, obrigando a le- vantar e abaixar alternativamente a cabeça.—'Dores de ca- beça augmentadas pelo tocar, pelo movimento e pelo andar, assim como por uma corrente de ar, ou por andar contra o vento.—-As dores de cabeça muitas vezes se apoderão d'um só lado.—'Sensibilidade do exterior da cabeça e mesmo da raiz dos cabellos ao tocar.— Dor na cabeça, como se arran- cassem os cabellos ou que a pelle cabelluda se contrahisse. — Pressão lancinante nas bossas frontaes.—Suor do pello cabelludo. Olhos. —"Dor nos olhos como por uma pressão no bordo das orbitas.—°Dor como se dentro do olho estivesse um grão de areia, durante o movimento. —Ardencia nos olhos. — 'In- flamação nos olhos, com calor, rubor, dores ardentes e pres- sivas, aggravadas de noite, — Olhos ternos. — Olhos proe- , minentes.—°Cornea terna, como se no fundo do olho hou- vesse fumaça.—"Côr amarella da sclerotica.—Lagrimas com CHINA. 61 effervescencia na face interna das palpebras.—"Fraqueza da vista, pcrmittindo só ver o contorno dos objectos pouco afastados.—Lendo confusão dos caracteres, parecendo palli- dos c cercados d'um bordo branco. —'Pupillas dilatadas e pouco sensíveis.—Cegueira como por gotta serena.—'Scen- tellas, pontos negros volteantes e obscureeimcnto da vista.— Photophobia. Ouvidos. — Rasgamentos nos ouvidos, a maior partes das ve- zes no ouvido exterior. — Fisgadas, 'zumbido e tenido nos ouvidos.— Dureza do ouvido. — Vermelhidão e calor do-ou- vido exterior e principalmente dos lobulos. — Erupção na conxa do ouvido. Nariz. — Nariz quente c vermelho. — 'Fluxo de sangue do na- riz e da boca.— Coryza com espirro. — 'Epistaxis. Rosto. — Calor e vermelhidã® do rosto, principalmente das fa- ces e do lobulo da orelha. —* Côr pallida, térrea, ás vezes amarella denegrida. — Rosto abattido com olh<*s enterrados, e redondos, e nariz afilado.—'Rostoinchado.— 'Dores rheu- maticas no rosto. — 'Reiços dessecados, denegridos. — Bei- ços gretados.— Incbação dos beiços.— Pústulas ardentes, pruriginosas, nos beiços e na lingoa. — Dores e inchação das glândulas maxillares. Denti.s.— Odontalgia com dores cstremecentes ou tractivas, . provocadas pelo sereno ou pela corrente de ar.— Dor sur- da epenivel nos dentes cariados.— 'Odontalgia pulsativa.— *As dores de dentes se manifestão principalmente depois da comida e de noite, e são alliviadas por uma forte pres- são ou apertando se os dentes; um ligeiro contacto as ag- grava excessivamente.— Dentes abalados causando dores durante a mastigação.—Dentes cobertos d'uma pituita preta. Boca. — Seccura da boca. — Boca pegajoza, com gosto insipi- do, aquoso. — "Lingoa gretada, preta ou carregada d uma pituita 'amarella ou branca. — Latejos ardentes na lingoa. — Inchação dolorosa da lingoa pela parte da raiz. — Falta da palavra.— Corrimpnto de sangue pela boca. Garganta. — Seccura da garganta.— Fisgadas na gargan- ta, principalmente engulindo se, provocadas pela menor corrente de ar. — Inchação do paladar e da campainha. Appetite. — 'Gosto insipido, mucoso ou aquoso, principal- mente depois de ter bebido.— Gosto muito salgado, ou 'in- sipidez dos alimentos. — Gosto adocicado na boca. — *Gosto ácido ou amargo da boca, assim como dos alimentos e das bebidas. — 'Repugnância para os alimentos c as bebidas com sensação de enchimento. — Gosto agro do café,c do pão de 62 CHINA. senteio.—Gosto amargo da cerveja e do pão de trigo.—■ Fastio para a manteiga, a cerveja e o café. — Grandedese- jo do vinho. — Fastio d'agoa com desejo da cerveja. — 'Se- de ardente; bebe-se a miúdo, porém pouco de cada vez. — Bulimia, com gosto insipido na boca, náuseas c deze- jo de vomitar.—"Voracidade.—Appetite somente em quan- to se come, com indifferença para todos os alimentos.— Desejo de diversos alimentos e cubiça confusa de golodis- se, sem que se saiba exetamente em que.— Depois de cada go- Je de bebida, horripilação, ou arrepiamentos com fisgadas no peito ou colicas. — Arrotos azedos e desarranjamento do estômago, depois de ter tomado leite.— 'Grande fra- queza da digestão; depois da comida, por pouca que seja indisposição, desejo de dormir, grande enchimento do estôma- go e do baixo-ventre, alquebramento e preguiça, gosto insi- pido da boca, humor hypochondriaco e dor na cabeça.— Arrotos amargos, ácidos ou sem gosto, principalmente de- ^ pois de ter comido. — Digestão diflicil tendo-se ceado tarde. Estômago. — 'Arrotos principalmente depois da comida a maior parto das vezes amargos, ácidos ou sem gosto.—* Arrotos com gosto dos alimentos. — "Pyroses, accumulação d'agoa- dilha na boca, vomituração e pressão no estômago, logo que se tom comido a menor couza.— Vomito ácido de vis- cosidades, d'agoa e de alimentos. — 'Vomito de sangue.-^r- Pressão no estômago e dores crampoides, sobre tudo depois de ter comido. — Sensação de excoriação e pressão no epi- gastrio, principalmente de manhã. > entre. — Dores nos hypochondrios. — 'Dores lancinantes e pressivas na região hepatica, sobretudo ao tocar.— 'Dureza e inchação do figado.—'Inchação e dureza do baço.— 'Fis- gadas no baço. — Golpeamentos na região umbilical, com horripilação, — Pressão forte como por um corpo duro e en- chimento no ventre, sobretudo depois de cada comida.—'In- chação hydropica do ventre com soffrimentos asthmaticos e tosse fatigante.—Inchação parcial do ventre, como por uma aseyte enkystada.—'Entaboamento excessivo do ventre, como por uma espécie de tympanitc. — Dureza do ventre, como por induração das vísceras.—"Colicas com sede inextingui- vel.— Colicas excessivamente dolorosas, dores crampoides e construtivas no ventre.— Inflamação e ulceração das vísce- ras abdominaes. — Coiicas pressivas, lancinantes (sobre o embigo), sobretudo andando depressa. — Incarceração de Nactulencias, não sahindo nem por cima nem por baixo.__ Cohcas ventosas no baixo-ventre, com contracção dos intes- tinos e affluenciadcflactulemvas atéoshvpoehondrios.— Sa- CHINA. 63 hida de ventos fétidos. —Pressão pelo annel inguinal, como se fosse sahir uma hérnia. Dejecções.—Dejecções pouco abundantes e evacuadas vagaro- samente.—Evaeuação diflicil de dejecções molles, como por inactividade dos intestinos.— "Dejecções freqüentes da con- sistência de papas, ou escumosas.—Evacuações pútridas ou biliosas.—'Diarrheias mucosas, aquosas, amarellas.—"Diar- rheias depois de ter comido fruclas.—'Dejecções diarrheicas, com excreção de todos os alimentos não digeridos. —° Diar- rheias sem dores, porém -algumas vezes com ourinas de côr carregada. — *As dejecções diarrheicas sobrevem principal- mente depois da comida ou de noite.— "Dejecções involuntá- rias, líquidas c amarellas. — Evacuações de mucosidades pelo recto.—Pressão e fisgadas no recto e no ânus. — San- gramento de borbulhas hemorrhoidaes. — 'Efervescência no ânus, como por vermes.—"Sabida de Iombrigas. Ourinas. — Desejo freqüente e quasi inútil de ourinar, se- guido de pressão na bexiga.—Ourinas turvas, brancas, com sedimento branco. — Ourinas carregadas, com sedimento côr de tijolo. — Emissão lenta de ourinas, com jato fraco e desejo freqüente.— Fluxo de ourina na cama. —Fluxo de sangue pela uretra. Partes viris.— *Excitação do appetite venereo com idéas las- civas, de dia e de noite.— Inchação dos testículos c do cor- dão spermatico.— Dores tractivas nos testículos. —"Pollu- ções freqüentes, 8e mui fáceis, seguidas de grande fraqueza. Regras.—Congestão no utero, com enchimento e sensação pe- nivel, como se tudo se dirigisse para baixo, sobretudo an- dando. — 'Corrimento continuo de sangue pela vagina; sa- hindo em postas.—Regras pouco abundantes.— "Induração do colo do utero. — "Durante as regras, estremecimentos com caimbras no peito e no baixo-ventre, ou congestão na cabeça, com pulsação das carótidas, face opada, olhos proe- minentes e chorosos, movimentos convulsivos das palpebras e perca de sentidos. — "Flores brancas, -mesmo antes das regras e ás vezes com contracção crampoide do utero, e sen- sação penivel, como se tudo se dirigisse para as virilhas e o ânus. — 'Fluxo aquoso e sanguinolento pela vagina, eom postas de sangue ou d'um pus íetido, comichão e excoriação das coxas. Larynge.— Rouquidão, palavra indistinda, e voz baixa can* tando, em conseqüência de mucosidades diflicieis de des- prenderem-se da larynge. — Fisgadas e cócegas na larynge. —Pequena tosse secea, como produzida pelo vapor do en- xofre, de manhã, depois do levantar.—Tosse sufocante noc- 04 CU1NA. turna, com dores no .peito e nas omoplatas o ponto de fater gritar. — "Tosse com expectoração diflicil de "mucosidades viscosas, de côr clara, abalo doloroso nas omoplatas e vô- mitos de bilis. —'Tosse violenta e convulsiva, algumas vezes mesmo com vomituração.—'Tosse provocada rindo, beben- do, comendo, fallando e respirando profundamente, assim como pelo movimento. — 'Expectoração de mucosidades brancas, misturadas de partículas denegridas. — *Tossindo expectoração com riscos de sangue.— °cixpectoração de ma- térias purulentas tossindo. — 'Durante a tosse, pressão no peito e dores de excoriação na larynge. Peito. — 'Oppressão da respiração e forte oppressão do pei- to, com grande angustia, como por enchimento do estôma- go, ou como excitada por uma conversação muito prolon- gada.— Accessos de sufocação por mucosidades na larynge, principalmente de tarde e de noite despertando-se. — 'Res- piração diflicil e possivel somente na posição de deitado com a cabeça muito alta.— Assobio e gemido respirando-se.— "Respiração curta, accelerada.— Pressão no peito, ás vezes como por um corpo duro, principalmente no sterno e de- pois da comida.— 'Fisgadas no peito, tossindo e respiran- do — Pontadas de lado, com forte calor, pulso forte e du- ro e olhar fixo. — Forte congestão no peito e violentos palpi- tes de coração. Costas.—Dor de mortificação no espinhaço e nos rins, com o menor movimento.— Dores de rins, deitando-se de costas. —Dores pulsativas, lancinantes no espinhaço.—Transpira- ção facil nas costas e ha nuca ao menor movimento.—Pressão entre as omoplatas, como por uma pedra.— Rasgamentos traclivos e estremecentes nos rins, no espinhaço, nas omoplatas e na nuca, com dores movendo-se as partes, ou provocadas pelo menor movimento.—Tensão nos músculos da nuca e do pescoço. Braços.—Rasgamentos paralyticos e estremecentes nos músculos e nos ossos dos braços, dns mãos e dos dedos, provocados pelo tocar.—Tensão e fraqueza nos braços e nas mãos.—Exten- ção dos braços com contracção dos dedos.—Inchação, rijeza e dores das articulações dos dedos.—Unhas azues. Pernas.—Rasgamentos paralyticos, estremecentes nos músculos enos ossos das pernas, das coxas, dos joelhos, dos pés e dos pollegares, principalmente ao tocar.—Adormecimento facil das pernas estando assentado.—Fraqueza e falta de firmeza na articulação coxo-fcmoral, nos joelhos e nos malholos, que enfraquecem andando-se.—Inchação vermelha e dura da co- xa, dolorosa ao tocar.—"Inchação arlhrittca dós joelhos c dos CHIKA. 65 pés, com calor e sensibilidade dolorosa ao tocar.— Abcesso duro, crr vermelha carrc-<.ada, na barriga da perna.—In- quietação nas peruas, que he preciso constantemente mo- vei-as.—Inchação dos pés, ás vezes com manchas vermelhas, dureza, tensão o ourinas carregadas.—Paralysia dos pés. 9 ÜAXWÂü 7M22A1. CAR-V.—Caibo vegetabiÜ6. — Haunemann.—Doses usa- das: 12, 30. — Duração d'acção: até 40 dias em al- guns casos de doenças chronicas. Antídotos : Arsen. camph. coff. lach. — Este medica- mento he antídoto de chin. lach. merc. vinum.—De- pois delle se achará algumas vezes conveniente: Ars. kal. merc. SYMPTOMAS GERAES. —Dores com anxiedade, calor e desanimo completo ou com oppressão depois do accesso. — Repuchamentos agudos e dores tractivas, artkriticas, com fraqueza paralytica, principalmente nos membros, e soffri- mentos por flactulencias ou com oppressão da respiração logo que o peito he atacado.—°Dor de deslocação nos mem- bros ou sensação como se houvesse um derreamento. — *Dores ardentes nos membros e nos ossos. — Pulsações em differentes partes do corpo. — "Soffrimentos produzidos por qualquer geito nas cadeiras ou por ter andado em carrua- gem. — "Tremor e sacudimentos nos membros, de dia.— 'Adormecimento facil dSs membros. — Muitos dos sympto- mas apparecem andando ao ar livre.— "Magreza sobretudo do rosto. — 'Moedeira de todos os membros , sobretudo de manhã ao levantar. — Grande fraqueza dos músculos flexores. — 'Prostração excessiva, -muitas vezes até desfal- lecer, mesmo áe manhã na cama, ou principiando a andar. —Queda rápida de forças. — Prostração geral pela volta do meio dia com necessidade de apoiara cabeça e de descan- çar.—"Paralysia e falta total do pulso.— 'Facilidade para resfriar-se. Pelle. — Sensação de effervescencia por toda a pelle do cor- po.— Comichãs) universal de noite aquecendo-se na cama. —Sensação ardente em differentes parles da pelle.—'Erup- ção de pequenas borbulhas semelhantes á sarna milliar. — 'Erupções urticarias.—"l^pigens.—Ulceras sem dores nas pontas dos dedos e dos pollegares.—'Ulceras fétidas e san- CARVÃO VECETAL. 07 grarnento facil com dores ardentes e corrimento d'um pus corrosivo e sanioso.—"Frieiras.— "Varizes.— "Tecidos ve- nosos formados por uma dilatação dos vasos capilares, com hemorrhagia violenta depois da mais ligeira lesão.—"Incha- ções lymphaticas com supuração e dores ardentes.— Indu- ração das glândulas. Somno.— 'Grande vontade de dormir de dia, dissipa ndo-se pe- lo movimento. — 'Somno de manhã ou de tarde muito ce- do.— Somnolencia comatosa com stertor.—Somno tardio, e'insomnia causada por uma agitação no corpo.— De noi- te ou de tarde na cama dor na cabeça, angustia com oppres- são de peito, estremecimentos e dores nos membros, frio nas mãos e nos pés, &c. —'Sonhos freqüentes, fantásticos, anxio- sos e terríveis, com afflicção ou com sobresaltose medo. Febre. — 'Airepios e frio no corpo. — Arrepiamento febril de tarde e de noite, seguido de calor/passagciro. — "Febre com sede durante o per iodo de frio, ou com suores abundantesse- guidos de arrepiamentos. — "Estado febril com somnolencia comatosa, stertor, suor frio no rosto enas extremidades, ros- to hypocratico, pulso pequeno e fugitivo. — Ausência do pul- so.— Estado febril de tarde, cem calor geral e calor arden- te nas mãos e nos pés. —°Accessos freqüentes de calor pas- sageiro.—'Suornocturno.—"Suor matutino, -ácido.—"Suor frio nos membros e no rosto. Moral. — 'Inquietação e anxiedade, principalmente de tarde. — "Temor de spedros, sobretudo de noite. — Timidez, ir- resolução e embaraços na sociedade.—Desespero com hu- mor choroso, e desanimo com desejo da morte e tendência ao suicídio.— 'Disposição para assustar-se.— *Irascibilida- da e arrebatamento. — Fraqueza da memória, súbita e pe- riódica.— Lentidão da marchadas idéas. — Idéas fixas.— "Aversão para o trabalho. Cabeça.— Vertigem depois do mais ligeiro movimento da ca- beça, ou depois de ter dormido, assim como abaixando-se e andando.—Vertigem com náuseas, obscurecimento da vista, tremor, zoeira deouvidos, e mesmo perca dos sentidos.— "Dores de cabeça por escandescencia. — Dor de cabeça com tremor do queixo. — Dores de cabeça nocturna?. — Tensão crampoide no cérebro, ou sensação como por contracção dos tegumentos da cabeça.—'Cançasso da cabeça. — Dor de cabeça pressiva, principalmente por cima dos olhos, nas fon- tes e no occiput. — Dor tractiva na cabeça, partindo da nu- ca, com náusea.—Fisgadas no alto da cabeça.-—"Picada e pulsação na cabeça, principalmente de tarde, ou depois da comida, com congestão de sangue, e calor, ou sensação ar- 6* CARVÃO V Eli ET AL. dsnte na cabeça.— As dores de cabnçi se estendem muitas vezes desde a nuca até ao cérebro, e se aggravão ás vezes de- pois da comida.— Dores tractivas agudas nos tegumentos da cabeça, principalmente no occiput e na testa, muitas vezes partindo dos membros. — Sensibilidade dolorosa do pelloca- belludo á pressão exterior (por exemplo a do chapéo).— 'Facilidade para se resfriar a cabeça.— Queda dos cabellos. Olhos. — "Dores nos olhos, depois de estar com a vista cançada. —Dores nos músculos dos olhos, olhando-se para o ar — Comichão, ardor e calor, 'pressão e d ir ardente nos olhos e nos ângulos dos mesmos.—Agglutinação nocturna das palpebras. — "Sangramento dos olhos, muitas vezes com forte congestão na cabeça. — Estremecimento e tremor das palpe- bras.—'Myopia. — "Pupilla insensível. Ouvidos. — Otalgia de tarde.—De tarde vermelhidão e calor do ouvido exteriormente. — Falta de cera do ouvido.— Corrimento d'um pus fétido pelo ouvido. — Obturação dos ouvidos. — Tenido e zoeira nos ouvidos. — Inchação das pa- rotidas- Nariz. — 'Comichão do nariz, com cocega e effervescencia nas ventas.— Crostas na ponta do nariz. —"Obturam) do na- riz, principalmente pela volta da tarde, ou corrimento se- roso sem coryza. —'Coryza violenta com rouquidão e ster- tor do pêdto, effervescencia e cocega no nariz, e vontade inútil de espirrar —'Epistaxis freqüentes e oníinuas, prin- cipalmente de noite, e de manhã, com palíidez do rosto, e também depois de ter abaixado, ou feito esforços para obrar. Rosto.— 'Palidez do rosto.— *C)r amarella do rosto,-cin- zenta.— "Rosto hvpacratico.— Dores tractivas, repucha- mentos agudos, fura mantos e dores ardentes nos ossos da cara.— Inchação do rosto e das faces.—"ímpigens no rosto. —Furunculos diante do ouvido e debaixo do queixo.—"Bor- bulhas vermelhas no rosto (entre os moços).—Inchação dos beiços. — "Beiços gretud >s.— Vesiculas purulentas nos bei- ços.— Commissuras dos beiços ulcerados. — Erupções como impigens, na barba e nas eommissuras dos beiços.— Estre- mecimento do beiço superior. Dentes.— Dores de dentes, com repuchamento ou dores trac- tivas, agudas, ou 'contractivas, picantes ou pubativas, "pro- vocadas tomando-se alguma cousa quente ou fria, -assim como por alimentos muito salgados. — "Abalo pertinaz dos dentes.— 'Dsspegame^to, retracção, exc >riação e ulcera- ção das gengivas.— 'Fluxo de sangue das gengivas e dos df.ücs. Boca.— Calor e 'seccura, ou accumulação d'aguadilha na bo- carvão vegetal. m ca.— Aspereza na boca e sobre a lingoa.— Escoriação da lingoa, com dificuldade de movel-a. Garganta. — Dor de garganta, como por inchação interior. —Sensação de constricção na garganta , com diglutição im- pedida.— Ardor, 'cocega -e dor ardente na garganta, no paladar e na guella.— Dor de excoriação na garganta, tos- sindo, movendo-se ou engulindo.— 'Rouquidão de muco- sidades abundantes, que se despreniem facilmente. Appetite.— 'Gosto amargo.— 'Gosto salgado da boca, e dos alimentos.—Falta de appetite, ou sede a fome immoderadas. — Insipidez chronica da carne, ú& leite e da gordura. — Desejo de alimentos salgados ou adocicados. — 'Depois da comida, -porém principalmente depois de ter tomado laite, grande entaboamento d) ventre, 'azedumes na boca e ar- rotos azedos.— 'Suor durante a comida.—Grande escan- desceneia depois de ter bebido vinho.— Depois do jantar, embaraços na cabeça, e pressão no estamogo, ou dor de ca- beça, cançasso nas pernas e anxieihuto moral. Estômago.— 'Arrotos interrompidos ou amargos.— Arroto dos aUmentos. e prin ipalmente dos alimentos gordos.— 'Arrotos azedos, principalmente depo;s da comida.— Py- rosis.— Soluço depois de cada movimento. - Náuseas, prin- cipalmente de manhã, depois da comida ou de noite.— 'Náuseas continuas.— 'Corrimento cVaguadilha do estôma- go, como pituitas, mesmo de noite.—"Vomito de sangue.— Pezo, enchimento e tensão no estômago.— 'Caimbras de estômago contractivas ou pressivas e ardentes, com a accu- mulação de flactulencias, e grande sensibilidade do epigas- trio.—Sensação de raspamento e de tremor no estômago.— "As dores de estômago se aggravão ou se renovão pelo susto, as contrariedades, um resfriamento, assim como depois da comida, ou de noite, e principalmente depois de ter tomado alimentos flactulentos , *ou também por amamentar. — Pressão na cavidade do estômago, como se o coração esti- vesse pizado, "principalmente nas amas de leite. Ventre.— 'Dor de pisadura nos hypochondrios , e princi- palmente na região hepatica, sensível ao tocar.— 'Dor lan- cinante abaixo das costellas.— 'Tensão, pressão e fisgadas na região htpatica.— Fisgadas no baço.— Pressão sobre os hypochondrios em razão das vestiduras.— "Dores na região umbilicvl ao tocar.— Pezo, enchimento, 'entaboamento e tensão do ventre, -com calor em todo o corpo.— "Colicas pelo movimento da carruagem.— Pressão e caimbras no ventre.— 'D res no ventre, como por um geito de rins, ou por deslocação.— Dor ardente o forte angustia no ventre. 70 CARVÃO VEGETAL. — Beliscadura no ventre, partindo do lado esquerdo, e di- rigindo-se para o direito, com sensação de fraqueza paraly- tica na coxa.—Producção abundante de flactulencias, princi- palmente depois da comida, e algumas vezes com sensação de entorpecimento no ventre.— Colica ventosa, crampoide, mesmo de noite.— "Borborygmos e movimentos no ventre. — 'Sahida immoderada de flactulencias, -de cheiro podre. — "Por pouco que se coma, aggravão-se os soffrimentos abdominaes.— Os males de ventre são muitas vezes acom- panhados de inquietação e de choros. Dejecções.—'Constipação. — Dejecções insuflicientes.dcíTicieis, sem serem duras, com vontade urgente, dor ardente no ânus, e dores semelhantes ás do parto, no ventre.— Dejecções lí- quidas, "pálidas ou 'mucosas.— Corrimento de mucosida- des e de sangue em lugar d'uma dejecção com gritos (entre as crianças).— "Evacuação involuntária de matérias d'um cheiro pútrido.— Corrimento de sangue pelo ânus, com to- das as dejecções.— Depois de obrar, dor de ventre pressi- va.— *No ânus, borbulhas hemorrhoidaes, "dolorosas, gros- sas e de cor azul carregada.— Hemorrhoidas fluentes.— Fisgadas , 'comichão e dores ardentes no ânus.— Sahida de lombriga.— Corrimento pelo ânus e pelo recto d'umase- rosidade viscosa e corrosiva, principalmente de noite.— Excoriação e resudação no interfeminio. Ourinas.— 'Diminuição da secreção das ourinas.— * Vontade freqüente, anxiosa e urgente de ourinar, de dia e de noite. — "Evacuação de sangue na cama.— Ourina vermelha, como se estivesse misturada de sangue, e excessivamente c irregada.— Ourina vermelha carregada com sedimento muito escuro.— Ourinas abundantes d'um amarello cia • ro, ou espessas, brancas.— 'Ardor ourinando. Partes viris. — "Affluencia extraordinária de pensamentos libidin9sos.— 'Polluções não muito freqüentes.— 'Ejacu- lação muiío ligeira no coito.— Manchas lisas, vermelhas e ressumbrantes , sobre a glande.— Corrimento de licor prostatico durante as dejecções.— Comichão e resudação perto do scroto, na coxa.— "Pressão nos testiculos. Regíias.— 'Regras muito prematuras e muito fortes, ou mui- to fracas, com sangue descorado.— Antes das regras, caim- bras no ventre e dores de cabeça.— Durante as regras , vômitos e dores nos dentes, na cabeça, nos rins , e no ventre.— 'Comichão, ardencia, excoriação, -aphtas °e in- chação na vulva.— Corrimento pela vagina, côr de leite, es- pesso e amarello, ou verde o corrosivo.— Lecorrhéa antes das regras.—- "Inflammação das mamas. CARVÃO VEGETAL. 71 Larynge.—: 'Rouquidão prolongada e voz rouca, principal- mente pela volta da noite.—*De manhã e de tarde, rouqui- dão, aggravada por uma conversação prolongada, e princi- palmente por um tempo frio e humido.—Aspereza, efferves- cencia e cocega na larynge.—Tosse excitada por uma effer- vescencia na garganta, ou com dor ardente e sensação de excoriação no peito. — 'Tosse camproide , mesmo com vomituração e vômitos, diariamente três a quatro accessos, ou também de tarde por muito tempo seguidamente.—Tosse de tarde, antes de se deitar e na cama.—Tossindo, fisgadas dolorosas na cabeça —'Tosse, com expectoração de mucosi- dades verdes, ou d'um pus amarello.—Tosse, com escarros de sangue e dor ardente no peito. Peito. — Oppressão da respiração e 'respiração curta, andando. — 'Grande oppressão da respiração e do peito. —Accessos de suffocações causadas por flactulencias. — Respirando, pancada dolorosa na cabeça.—Necessidade freqüente de res- pirar profundamente.—Falta de respiração, principalmente de noite na cama. — 'Dor ardente, fisgadas, opressão no peito.— Compressão e constricção crampoide no peito.— O peito está tomado, com sensação de enchimento e anxie- dade.—'Dor de excoriação no peito.— Sensação de fadiga no peito.—Dor ardente na região do coração, com congestão no peito, e violentos palpites de coração.—Dores rheuma- tismaes, tractivas, repuchamentos agudos e pressão ne peito. —Manchas morenas sobre o peito. Tronco.—Dores rheumaticas, tractivas, repuchamento agudo e fisgadas no espinhaço, na nuca e nos músculos do pescoço. —"Fisgadas continuas nos rins, principalmente dando-se um passo em falso.— "Rigeza da espinha dorsal.— Borbulhas pruriginosas no espinhaço. — Comichão, excoriação e resu- dação em baixo dos sovacos.—'Rigeza da nuca. Braços. — Dores tractivas, agudas e ardentes nos músculos e na articulação da espadoa.—'Repuchamentos e dores tracti- vas, agudas nos ante-braços, no punho e nos dedos.—Afrou- chamento dos músculos, dos braços e das mãos, rindo-se. —Tensão nas articulações da mão, como se ellas fossem muito curtas.—Contracção crampoide das mãos. — 'Calor das mãos.—Fraqueza paralytica dos punhos e dos dedos, principalmente agarrando um objecto.—Erupção granulada, fina e pruriginosanas mãos.—Extremidade dos dedos ulce- radas. Pernas.—F.nlorpecimento e insensibilidade das pernas e dos pés.— Dor tractiva e paralytica das pernas. —'Repucha- mento agudo e dores tractivas ardentes no quadril e nos 72 CARVÃO VEGKTAL. joelhos. — Forte tensão e dor crampoide nas articubçõcs coxo-femoraes, nas coxas e nos joelhos. —'Aneurisma nu curva da perna, com dor tensiva e pulsação.—"Impigens no joelho.—Caimbras nas pernas e na j lanta dos pés, c *de noite nas barrigas das pernas.— 'Ulceras fétidas e vertendo facilmente sangue, -nas peinas.—"Entorpecimento pertinaz nos pés.—'Transpiração dos pés.—"Vermelhidão e inchação dos pollegares, com dor latejante, como se elles tivessem sido gelados.—Ulceraçie da extremidade dos pollegares. IMlüAlJl DULC.—Dulcamara.— Hahnemann.—Dose usada: 30. —Duração d'acção: 20 a 30 dias. Antídotos : Camph. ipc. merc. — Emprega-se como an- tídoto de: Cupr. He sobretudo depois: Cupr. merc. lach., que dulc. se mostra eflicaz, logo que he indicada. SVMPTOMAS GERAES. — 'Dores despedaçanles ou lanci- nantes, tractivas, nos membros. — 'Soffrimentos esmo por resfriamento cm diversas parles.—Aggravação de soffrimen- tos, principalmente de tarde ou de noite, e durante o des- canço; melhorando com o movimento.—Dores com frio no corpo.— "Secreção c excreção immoderada nas membranas mucosas. — 'Inchação e induração das glândulas. •— Ma- greza. —• 'Inchação hydropica de todo o corpo, dos mem- bros e do rosto.—Inchação rápida de todo o corpo. — Fra- queza e alquebramento de todo o corpo.—Convulsões semi- Iateraes, com perca da palavra.— Affecções paralylicas dos membros. —Grande alquebramento. Pelle.— Seccura e calor da pelle. — 'Milliar urticaria com febre.— 'lmpigens de differentes espécies, a saber: "lmpi- gens humidas, crostosas, -pálidas, sangrentas depois de cocadas; lmpigens vermelhas com aureola vermelha, san- grentas depois de cocadas; lmpigens com bordos vermelhos, sensibilidade dolorosa ao contacto e á agoa fria; Pequenas impigens redondas, sangrentas depois de cocadas; "Impigen; seccas furfuraceas.— "Crostas herpeticas por todo o corpo. —'Erupções herpeticas com inchação das glândulas.—"Ver- rugas.—"lmpigens nas articulações.— "Erupções de pústu- las pruríginosas, que passão a supuração e se cobrem d'uma crosta sobretudo nos membros inferiores e na parte poste- rior do corpo. So.mno. — Forte dezejo de dormir de dia. —"Somno noctur- no, agitado, inquieto, cm conseqüência de calor e de estre- mecimentos no corpo, sobretudo depois de meia noite. — 10 7i DOCEMARA. Despertar muito ctdo.—Sonhos horrendos.—Visões de ma- nhã despertando. Ferre. — De noite arrepiamentos freqüentes e frio, não se moderando mesmo ao calor do fogo. — Frio durante as do- res. — "Ao principio arrepiamentos febris, depois calor ar- dente com dor atordoante na cabeça, rosto vermelho, calor ardente no véo do paladar e sede inextinguivel de bebidas frias.—* Calor secco e sensação ardente na pelle, com delirios ti sede.—"Febre com exacerbação de noite. — Pulso duro, forte.—Suor geral, sobretudo de noite. — Suor fétido com emissão abundante de ourinas. Moral.—Agitação moral. — Grande impaciência. — "Desejo impaciente de diversas cousas, com rejeição de todas apenas obtidas.—Disposição para ralbar não tendo cólera. — De- lirios nocturnos com exacerbação de dores. Cabeça.—"Grande atordoamento, como se houvesse um torno sobre a testa. — Dores pressivas, atordoantes em diversas partes da cabeça.—'Furamento e dor ardente na testa, com effervescencia dentro e fora.—*As dores de cabeça se aggra- vão pelo mais ligeiro movimento, °e mesmo faltando. — Sensação de peso na cabeça. — Congestão na cabeça, com zoeira dos ouvidos. — Sensação como se o occiput estivesse mais desenvolvido. Olhos. — Pressão nos olhos, principalmente lendo-se.—Sen- sação como se rebentasse fogo petos olhos.— 'Inflamação dos olhos.— Estremecimentos das palpebras ao ar frio.— Scentellas diante dos olhos.—Vista turva, como por gota se- rena principiante. Ouvidos. — Otalgia, de noite, com náuseas.— Repuchamen- tos agudos, com fisgadas nos ouvidos. Nariz. — Epistaxis d'um sangue muito quente e vermelho vi- vo com dor pressiva sobre o nariz. — Coryza cem entupi- mento do nariz, aggravada pelo ar frio. Rosto. — Palidez do rosto com côr circunscripta das faces.— Erupções e verrugas no rosto.—"Crostas expessas, morenas ou amarellas, no rosto, na testa, nas fontes e na barba.— lmpigem sangrenta nas faces. — Tremor dos beiços ao ar frio.—Paralysia do queixo inferior.—"Inchação das glân- dulas maxillares. — Vermelhidão do rosto. —Tortura da boca. Boca. — Salivação. — Seccura da lingoa. — "Lingoa carregada de mucosidades expessas.—Inchação da lingoa.— Borbu- lhas e ulceras na boca. — Gengivas despegadas e fungosas. — 'Paralysia da lingoa e falia embaraçada, principalmente resfriando-se. — Dor de garganta, como por affastamento da DOCEMARA. 73 campainha, com dor pressiva.—Calor ardente no paladar.— 'Dores de garganta, como depois de um resfriamento. Appetite.— Gosto insipido como sabão, na boca. — Amar- gura da boca. — 'Sede ardente de bebidas frias, geralmente com seccura da lingoa, junta a uma secreção mais abundan- te de saliva.— Fome. com repugnância para todo o alimen- to.— Depois de ter comido moderadamente, entaboamento do vontre e do epigastrio.— 'Náuseas com vomito de muco- sidades viscosas. Estômago.— Pressão no estômago e no peito. — Contracção crampoide no estômago, ao ponto de suspender a respira- ção.— Retracção do epigastrio, com dor ardente. Ventre.— Dores na região umbilical. — Beliscaduras lanci- nantes e golpeamentos na região umbilical, principalmente de noite.— Beliscaduras, roeduras e sensação como se um bicho se estendesse no ventre.— 'Dores de ventre como por um resfriamento. — 'Engurgitamento inflamatorio e indu- ração dos glândulas inguinaes, com dores tractivas e ten- sivas. Dejecções.—Constipação.— 'Diarrheia, como depois de um resfriamento com golpeamentos, ou com vômitos, arrotos e sede.— 'Diarrheias de mucosidades verdes, ou morenas.— Diarrheia sanguinolenta, com comichão no ânus, e queda do recto.—'Diarrheias nocturnas, serosas, com colicas. Ourinas.—Retensão de ourina.—Ourinas raras e fétidas.— Ourina clara e viscosa, ou turva, com sedimento mucoso.— Ourinas vermelhas, ardentes. — "Emissão involuntária das ourinas, como por paralysia da bexiga.— Emissão diflicil das ourinas, sahindo ás gottas.— Condensação da bexiga. —"Corrimento de mucosidades pela uretra.—Estreitamen- to da uretra.—Ourinas turvas e brancas. Regras.—Regras demoradas e mais abundantes.—"Erupção herpetica nos grandes lábios.—Antes das regras, erupção miliar.—lmpigens no seio. Larynge.—Catarro e rouquidão, como por um resfriamento. —"Tosse com rouquidão.—Tosse grossa.— Tosse com ex- pectoração de sangue vermelho vivo.—"Tosse semelhante á coqueluche, 'provocada respirando profundamente. Peito.—Forte oppressão do peito, principalmente respirando. —Fisgadas obtusas, como golpes, dentro e sobre os lados do peito.—Dor penivel de ondulação no lado esquerdo do peito.—Forte pancada de coração, íensivel, exteriormente, de noite. Tronco. —Dores violentas nos lombos, sobre as cadeiras, fu- ranlcs, latejantes ou tractivas, principalmente de noite 76 DOCK.MARA. durante o somno.— Rigeza da nuca.—Engurgitamcnto o induração das glândulas da nuca e do pescoço.—Repucha- mentos lancinantes nos rins, nas espaduas, e nos braços. Braços.— Paralysia dos braços, com frio glacial, como por uma apoplexia.—Dor paralytica nos braços, como por uma pisadura, principalmente no somno.—*Erupção herpetica e verrugas nas mãos.—Suor nas palmas das mãos. Pernas.—Tracções e golpeamentos nas pernas, principalmente nas coxas.— lmpigens no joelho. — Entumecencia e incha- ção da perna até ao joelho.— Sensação ardente nos pés e nos pollegares.—Descamação crysipelatosa e comichão nos pês.—Efervescência nos pés. imum &n%Tmm, HEP.—Figado de enxofre.—Haiinemann.—Doses usa- das: 3, 30.—Duração d'acção: até 60 dias nas ulti- mas diluções e nas affecções chronicas. Antídotos: Acetum, bell.—Emprega-se como antídoto de: Ars. ant. bell. cupr. fer. iod. merc. nitr-ac. sil. zinc. He sobretudo depois: Bell. lach. sil. spong. zinc., que a hep-sulf. se mostra eflicaz logo que he indicada.— Depois de hep. e sulf. convém algumas vezes bell. merc. nitr-ac. spong. sil. SVMPTOMAS GERAES.— "Rasgamentos ou repuchamentos paralyticos nos membros, principalmente ds manhã, levan- tando-se.— Dor de excoriação ou de mortificação ao tocar em diversas partes.— Fisgadas nas articulações.— * Incita- ções arthridcas, com calor; vermelhidão e dores de deslocação. — 'Inchação , imflamação e ulceração das glândulas. — 'Apparição ou aggravação das dores, de noite, principal- mente durante os arrepiamentos.— 'Magreira, "ás vezes com angustia, irratibilidade, arripiamento nos hombros, vermelhidão das faces, insonia, &c.— Prostração physica e tremor depois de ter fumado, -ou andando ao ar, com ca- lor e anxiedade.— Accessos de esvaimento, principalmente de tarde, por dores pouco violentas. Pelle.— *Inflamações erysipelatosas, mesmo com inchação 9e vesiculas.— Côr amarella da pelle, principalmente no rosto, com côr amarella da sclerotica, e ourinas vermelhas côr de sangue.— Comichão ardente no corpo, com vesiculas brancas depois de se ter cocado.— 'Erupções urticarias.— Erupções de borbulha e de tuberosidades, dolorosas ao tac- to.— 'Pelle achacada, qualquer lesão tende á uleerar-se.— 'Cieiros da pelle.— 'Ulceras pútridas espalhando um cheiro de queijo forte, e derramando facilmente sangue, com fis- gadas, sensação de roedura, (principalmente de noite), ou 7S HEPAR SI LFURIS. com dores ardentes e pulsativas.— 'Ulceras cancrosai.— Supuraçòes.— Panar issos. Somno.— Muita vontade de dormir, de manhã s de noite, com bocejos convulsivos.— 'Somno inquieto, com cabeça cabida para traz.— Somno prolongado, com atordoamento, como na coma vigilia.—Insomnia em razão de uma grande affluencia de idéas.—Sonhos de incêndio, de doenças, de perigos, de tiros, &c.—De noite, soffrimentos gástricos, dôr na cabeça, agitação, estremecimentos dos membros e calor secco.— "Sobresaltos de noite durante o somno, como se faltasse o ar, com choros, e grandes angustias. Febres.— * Horripilação e arripiamentos, principalmente no ventre.— Arrepiamentos com ranger dos dentes, e frio nos pés e nas mãos, seguidos de calor e de suor, principalmen- te no peito e na testa, -com pouca sede.— Primeiro que tu- do amargor da boca, depois arrepiamentos com sede; uma hora depois calor com somno, e afinal vomito e cepbalalgia. — 'Calor secco de noite.— 'Calor fogaz com suor.— Calor febril ardente, com vermelhidão do rosto e muita sede.— 'Grande disposição para transpirar; de dia ao menor es- forço e ao menor movimento. — Suor nocturno.— Suor matutino.— Suor viscoso, e ácido. Moral.— Tristeza e desejo de chorar.— Angustias e apprc- hsnsões extremas, principalmente de noite, e ás vezes a ponto de suicidar-se.— Máu humor; não se querendo mes- mo veros seus.— Irritabilidade excessiva.— Despeito e có- lera, com falta precipitada e fraqueza excessiva da memória. — Visões, de manhã na cama. Cabeça.— Vertigem movendo-se a cabeça, assim como com o movimento da carruagem, ou de noite com náuseas. — Vertigem, com perca de sentidos e obscurecimento da vis- ta.—Dores de cabeça de manhã, provocadas por uma afflic- ção qualquer.—Dores de cabeça, de noite, movendo-se os olhos; parece que a testa vai ser arrancada.— Dôr na ca- beça, como se um prego estiv'esse enterrado.— Pressão nas fontes e no alto da cabeça, com palpites de coração de noite. — Tensão sobre a raiz do nariz.— 'Dôr de ulceração na cabeça, e logo depois sobre os olhos, todas as tardes, ou de noite na cama.— Fisgadas na cabeça principalmente de- pois de ter-se exposto a uma corrente de are abaixando-se, ou de noite como se a cabeça rebentasse.— 'Furamento na cabeça, principalmente na raiz do nariz,todas as manhães.— "Cahida dos cabellos.— Suor frio na cabeça.— 'Tubcrosi- dades na cabeça com dôr de excoriação ao tocar.— °C res- tas humidas na cabeça. hepar suxfuris. 79 Olhos. — Dôr, como se enterrasse os olhos na cabeça.— Mo- vimento dos olhos dolorozo e diflicil.— Ardor, pressão e fisgadas nos olhos.— Dôr de ulceração, immedíatamente depois sobre o olho , cada noite.— 'Inflamação dos olhos t das palpebras, algumas vezes mesmo erysipelalosa, com dôr de mortificação e de excoriação ao tocar.— Borbulhas por baixo dos olhos e sobre as palpebras.— "Nodoas e ulce- ras da cornea.— 'Choro e agglutinação nocturna das pal- pebras. — Oclusão spasmodica das palpebras.— Olhos poe- minentes.—Obscurecimento da vista, lendo-se.—'Pholopho- bia de dia e com a claridade. — "Turvação da vista, de noite, e na claridade da luz, alternando com lucidez da vista. Orelhas.— Fisgadas nos ouvidos, mechendo-se.—Calor, ver- melhidão e comichão nas orelhas.— 'Corrimento pelosouvi- dos d'uma matéria que ás vezes he fétida.— "Crostaspor detraz e sobre as ortlhas.— Dureza do ouvido, com pulsa- ções e zoeira no ouvido, principalmente de noite na cama. Nariz.— Inflamação , vermelhidão e inchação do nariz.— Dôr de pisadura e de excoriação do nariz ao tocar.— Dôr de ulceração ardente e crostas nas ventas.— Epitaxis, de ma- nhã e depois de ter cantado.— Falta ou exaltação do olfacto. — Coryza, principalmente d'um só lado, com rouquidão na garganta, inchação inflammatoria do nariz, febre e can- çasso em todos os membros. Rosto.— Rosto amarello, com círculos azueis ao redor dos olhos.—'Rosto ardente e d'um rubor carregado. —Calor noc- turno do rosto.— Inflamação herysipelatosa, inchação do rosto e das faces, com tensão picante, e "erupções de vesi- culas. -.—Dores tractivas e despedaçantes, partindo das faces e estendendo-se até nos ouvidos e nas fontes.— Dores nós ossos da cara, ao tocar.—Borbulhas sobre a testa, que se dissipão ao ar.—Inchação dos beiços, com tensão e dores ao tocar.—Ulceração da commissura dos beiços.—Empolas nos beiços, na barba e no pescoço, dolorozas ao tocar.—Ve- siculas na barba.— Fisgadas na articulação do queixo, abrindo-se a boca. • Dentes.—Odontalgia, com dores extremecentes e tractivas, ag- gravada apertando-se os dentes, comendo-se e n'um apo- sento quente.—'Inchação e inflamação das gengivas, que estão dolorozas ao tacto. Boca.— Accumulação d'agoadilha na boca.— Salivação.— Ronco de mucosidades.— "Falia rouca e precipitada.—"UI- cera com fundo lardace na boca. Garganta.— 'Dôr de garganta, como se dentro d'ella hou- vesse um temor ou cavilha.—'Cocega doloroza na garganta, 80 HEPAR SULITRIS. com oppressão fallando-sc e cngulindo-se a saliva.—fisga- das desde a garganta até os ouvidos, como por espinhos. engulindo-se , tossindo-se, respirando-se e movendo-se a cabeça.—Forte pressão na garganta, com perigo de suffoca- ção.—Deglutição apertada e quasi. impossível sem grandes esforços.— "Seccura na garganta.—Inchação das amyy- dalas. Appetite.— Perca do gosto.— Amargor da boca e dos ali- mentos.— Gosto térreo c amargo na garganta, com gosto normal dos alimentos.— Sede forte.— 'Bulimia.— Apeten- cia, somente para as couzas ácidas ou picantes.— Repug- nância para a gordura.— Dezejo do vinho. Estômago.— Arrotos com sensação ardente na garganta.— 'Accessos de náuseas, algumas vezes com frio e palíidez.— Náuseas com dezejo de vomitar, de manhã.— Vômitos aci dos, biliosos, verdes, ou mucosos e sanguinolentos.— Dcs- arranjo freqüente e facil do estômago.— Pressão no estô- mago, mesmo depois de ter comido muito pouco.— Incha- ção da região estomacal, com dores pressivas.— Pressão, entaboamento e sensação como se houvesse um corpo pesa- do no epigastrio, com impossibilidade de ficar assentado e de conservar-se os vestidos apertados. Ventre.— Fisgadas no baço.— Fisgadas na região hepatica, principalmente andando-se.— Dor de pisadura, no ventre, de manhã.— 'Caimbras e dores contractivas no ventre.— Sensação dum forte arranhamento na região umbilical; com nauscas,| anxiedade e calor das faces.— Golpeamento. — Dor de ulceração no ventre.— 'Fisgadas no ventre, principalmente do lado esquerdo.— Inchação e supuração das glândulas inguinaes.— "Incarceração e emissão diflicil de flactulencias, principalmente de manha. Dejecções.— Dejecções duras e seccas.— Emissão diflicil de excrementos raros e molles, *com necessidade urgente e te- nesmo.— Diarrheias de matérias stercoraes, com golpea- mentos.—Diarrheia branca, de cheiro acidulado, principal- mente entre as crianças.— 'Dejecções dysscntericas, -ver- des ou côr de barro, com evacuação de mucosidades san- guinolentas.— Depois da dejecção, dor de excoriação e cor- rimento saniozo pelo ânus.— Sahida de borbulhas hemor- rhoidaes do recto.—Suor no interfeminco. Ourinas.— Ourinas demoradas, turvas, com sedimento bran- co-—Secreção abundante d'uma ourina descorada com pressão sobre a bexiga.— Ourina picante, corrosiva, ou descorada e aquozn, ou 'vermelha carregada e quente.— bmissão de ourina, de noite.— Fluxo de ourina na cama HCPAR SULFCR1S. 81 Fluxo de sangue, depois de ter ourinado. — Vermelhidão e inflamação do orificio da uretra.— "Corrimento mucozo pela uretra. Partes viris.—Fraqueza das partes genitaes. —Ardor , exco- riação e resudação entre as coxas e o escroto. —Ulcera can- croza no prepucio. —Erecções dolorozas, crampoides e ten- sivas.— 'Erecções sem energia, durante o coito.—Excita- ção das partes genitaes, como para a ejaculação.— 'Corri- mento de licor prostatico, principalmente depois de ter ouri- nado, e durante uma evacuação diflicil. Regras.—Excoriação na vuha e entre as coxas.—Congestão no utero. —Corrimento de sangue, fora do tempo das regras, com entaboamento do ventre. — 'Regras muito tardias.— •Leucorrhéa, com ardor na vulva. —"Ulcera cancroza no seio. Larynge.—Rouquidão.—Dor e grande sensibilidade da la- rynge, com voz fraca e rouca, magreza, febre hetica e in- somnial.—Dor permanente na larynge aggravada pela pres- são, pela falia, tossindo erespirando-se.— Fraqueza dos ór- gãos vocaes e do peito que impede fallar alto.—Tosse pro- vocada por huma irritação ou dor na laryng?.— Tosse pro- funda, surda, e provocada por uma oppressão da respiração. —Tosse semelhantcâ coqueluche. — Tosse depois de ter be- bido.— "Tosse secea, de noite, depois deter sentido frio n'uma parte do corpo, ou estando deitado na cama.— 'Ac- cessos de tosse secea, rouca e ôca, com angustia e suffocação, terminando-se muitas vezes por choros. — "Tosse ladrante.— Tosse com escarros de sangue. — Tosse com expectoração abundante de mucosidades. — Durante a tosse, resonancia e dor na cabeça, como se elía rebentasse. — Depois da tosse, espirro. Peito. — "Respiração anxioza, rouca, sibillante, com perigo de suffocação na posição de deitado.—"Accessos de suffocação que torção a voltar a cabeça.— Respiração curta. — Necessi- dade freqüente de respirar profundamente, como depois de ter corrido.— Fisgadas no peito respirando-se e movendo-se. —Borbulhas c furunculos sobre o peito, com latejos e dor de excoriação ao -tocar. Tronco.— Dor ardente e latejante na região dos rins. — Dor de pisadura nos rins, e nas coxas.— Fisgadas &*repucha- mento na espadoa,-entre os omoplatas e nos músculos do pescoço. — Tensão nocturna no espinhaço vo!tando-se na ca- ma.— "Suor fiio debr.to dos sovacos.— Supuração das glândulas axillares. — Tumores no pescoço dolorosos ao tocar. 11 S2 HF.PAR SULFURIS. ÍÍraços.— Dor de pizadura nos ossos do braço. — Inchação «r- thritica da mão, dos dedos e das articulações dos dedos, eom calor, vermelhidão e dor de deslocação durante o movi- mento.— *Pelle da mão gretada, áspera e secea.— Erupção granulada nas mãos e nos punhos. — 'Erupção urticaria nas mãos e nos dedos.—Duração e deslocação facil dos dedos. — "Dedos mortos. —Panarissos. Pernas. — Dor nas coxas assentando-se. — Furunculos nas co- xas. —Dor de mortificação nas coxas.—Tensão doloroza nasco- xas, que impade dormir.—A miúdo alquebramento súbito nas pernas, andando-se. — Inchação dos joelhos.— Caimbras na barriga das pernas, na planta dos pese nos pollegares. — Pés ardentes.— Inchação dos pés e dos malleolos, com oppres- são da respiração. — °Inchação vermelha, rheumatica nos malleolos, com dor que augmenta de noite.— Gretas noa pés. — Fisgadas nos callos. -*•<►•** 4^^ ++* srcoscYAXYS. HYOS. — Meimendro. — Hahnemann.— Doses usadas : 12, 30.— Duração d'acção:S a 13 dias em alguns casos de doenças chronicas. Antídotos: Bell. camph. chin. —Emprega-se como an- tídoto de: Bell. pluinb. He sobretudo depois de bell. que hyos convém logo que he indicado. SYMPTOMAS GERAES. —Rasgamento incisivo s repucha- mento surdo nos membros e nas articulações. —Membros frios, trêmulos e adormecentos.— 'Movimentos convulsivos e sobresaltos de alguns membros ou de todo o corpo, -ás vezes, por pouco que se intente engolir liquidos.— Afflicção dos pés e das mãos.—-'Ataques de epilepsia, algumas vezes com côr azul e opacidade do rosto, emissão involuntária das ourinas, escuma diante da boca, retracção dos polegares, sensação de fome e de roedura na cavidade do estômago, olhos proeminentes, gritos, rangedura de dentes, etc.—Con- vulsões epilépticas, alternando com accessos de congestão eerebral (golpes de sangue). — 'Convulsões semelhantes á dansa de Saint-Guy.— Convulsões com gritos, forte angus- tia, oppressão de peito, c perca de sentido. — Depois das convulsões epilépticas, somno profundo com inchação. — Accessos de esvaimento.— Grande fraqueza e debilidade.— Paralysias.—'Sobresaltos dos teodões. — A maior parte dos symptomas e os principaes se manifestão depois de ter bebido ou comido, assim como também de noite. Pelle.—Pelle secea e raspada.— Frupção miliar.—Erup- ção de borbulhas seccas, como uma pequena bexiga con- fluente.— 'Manchas morenas sobre o corpo, de tempos em tempos.—Grossos furunculos freqüentes.— Manchas e ve- siculas gangrenozas em diversas partes.— Sangramento das ulceras. Somno.—Somnolencia, como um coma vigilia,—'Somno t ar- iitou insomnia em conseqüência de sobre-excitação ner- 8Í HTOUCYA.VIUS. pwí, ou grande angustia, -algumas vezes com convulçõeí e sobresaltos.—Somno profundo, comatozo, com convulções e movimentos involuntários dos membros e principalmente das mãos.— °Dormindo-se, carpologia, -ou ar risonho, ou sobresaltos com medo. Febre.— Horripilação desde os pés até á cabeça.— Calor ar- dente do corpo e principalmente da cabeça.— 'Febre com ataques d'epilepsia, grande fraqueza, chammas diante dos olhos e congestão na cabeça; typo quarta ou quotidiana.— Pulso accelerado com inchação das veias.— Frio universal de todo o corpo, com calor do rosto.— Calor de noite, com sede e gosto pútrido. — Suor durante o somno. Moral.— Melancolia,— Antliropophobia.— Desconfiança. — Angustia e medo.— Desejo de fugir de caza, de noite. — 'Receio de estar traindo ou envenenado.—■ Desejo de se zombar de tudo.— Locacidade. — "Ciúme.— Humor bu- Ihento e ralhador.— Furor com desejo de ferir e de matar. — 'Estupidez com gritos queixozos, principalmente com o menor contacto, e apathia completa.— Perca da memória. — 'Perca dos sentidos, com olhos fechados e delirios sobre seus negócios.— 'Delirios, "algumas vezes com tremor e accessos de convulções epilépticas.— Divagações.— Perver- sões de todas as acçoes. — Mania com perca de sentidos, ou com bobices e gestos ridículos.— Mania lasciva. Cabeça.— Embaraço e pezo da cabeça.— "Vertigem como por embriaguez, ou com obscurecimento da vista.— Ac- cessos de congestão cerebral com perca de sentidos e en- grossamento.— Dôr de cabeça, como per abalo do cérebro. — Dôr pressiva e atordoante na testa, principalmente de- pois da comida. — Embaraço constrictivo na testa.— Sen- sação de íluetuação ou de comruoção no cérebro, principal- mente andando-se.— Calor e efervescência na cabeça.— Dor de cabeça alternando com dôr na nuca. — Balanços da cabeça d"um lado e d'outro. Olhos.— Olhos abatidos e ternos.— "Olhos vermelhos, fixos, convulsos e proeminentes.— 'Movimentos spasmodicos dos olhos.— Rubor da sclerotica-- Inchação das palpebras.— Strabismo.— 'Occlusão spasmodica das palpebras.— *Pu- pillas dilatadas.— Turvação da vista.— Myopia ou presbyo- pia,— Enganos da vista.— Diplopia,— Os objectos pare- cem ser muito maiores do que na realidade o são , ou também pintados de vermelho.— "Cegueira nocturna.— Fraqueza da vista como por uma gotta serena princi- piante. Orelhas je Narjz.— Zumbido nos ouvidos.— Dureza do eiu* HVOãCTAMUS, 83 vido como por atordoamento.— Epistaxis.— Pressão cram- poide na raiz do nariz.— Perca doolfacto. Rosto.— 'Rosto frio, pallido, azul, ou opado e vermelho como sangue.—Pressão crampoide na maçã do rosto.—Seccura dos beiços. —Caimbra do queixo. Dentes.— 'Dores pidsativas e despedaçantes nos dentes, fazen- do-se ressentir desde a face até a testa, principalmente de- pois d'um resfriamento ao ar frio, ou de manhã, e muitas vezes com congestão na cabeça, calor e rubor da cara, in- chaÇão das gengivas e spasmos na garganta.—Rasgamento nas gengivas, com zoeira e sensação de abalo dos dentes.— Apertamento dos dentes.—"Dentes embotados de mucosi- dades. Boca e Garganta.—Seccura da boca.—Salivação d'um gos- to salgado.—Saliva sanguinolenta.—'Escuma na boca.—* Exhalação fétida pela boca, a qual se percebe em si mes- mo.—Ardor e entorpecimento da lingoa, como se ella esti- vesse queimada.—"Lingoa secea, Carregada d'uma petuita escura.—Rubor da lingoa.—Paralysia da lingoa.—'Perca da falia.—Seccura e calor ardente da garganta.—"Cons- tricção da garganta e impossibilidade de engulir os li- quidos. Appetite e Estômago.—Perca do gosto.—Bulimia com forte sêdc.—Horror das bebidas.—'Soluço, principalmente de- pois da comida. — Depois da comida, dôr na cabeça, em- briaguez, forte angustia e tristeza.—Depois de ter bebido, convulsões. — Náuseas apoiando-se sobre o epigastrio.— 'Vomituraçâo e vômitos com golpeamentos que forção a , gritar.—Vomito aquozo, com vertigem.—'Vomito de mu- cosidades [sanguinolentas) "e de sangue, d'um vermelho car- regado, algumas vezes com convulsões, suffocação, dores na cavidade do estômago, grande prostração e frio nos mem- bros.—Vomito dos alimentos immedíatamente depois da co- mida, e algumas vezes com dores violentas na cavidade do estômago.—Caimbras de estômago, por accessos periódicos, e aliiviados por meio de vômitos.—'Sensibilidade dolorosa do epiasgtrio, ao tocar.—Inflamação do estômago com dôr ardente. Ventre.— "Dores surdas na região hepatica.—'Ventre tezo, entaboado, dolorozo ao tocar.—'Dores crampoides no ven- tre egolpes, algumas vezes acompanhados de vômitos, dores na cabeça e gritos.—Fisgadas na região umbilical, andan- do-se e respirando-se.—"Dor de excoriação nos músculos abdominaes, tossindo-se. Dejecções.--Constipação»—Desejo freqüente d'obrar, com 86 HYOSCIAMUS. emissão pouco abundante e freqüente.—Diarrheias aquo- zas.— 'Diarrheias sem nenhuma dor.—Diarrheias mucozas. 'Dejecções involuntárias, por paralysia doesphincter e do ânus. Ourinas. — Retensão d'ourina.—Vontade freqüente d'ourinar, com emissão pouco abundante.—Ourina abundante e cla- ra como agoa.—Fluxo de ourina.—'Emissão involuntária das ourinas, como por paralysia da bexiga. Partes genitaes.—Exaltação do appetite venereo.—Impo- tência.— Regras mais abundantes.—Suppressão das re- gras.—Metrorrhagias d'um sangue vermelho-vivo.—Du- rante as regras, delírio, fluxo d'ourina, suor e tremor con- vulsivo.—Antes das regras, caimbras hystericas, e garga- lhadas. Larynge.—Catarro, com accumulação de mucosidades na larynge, e na trache-arteria, tornando a palavra e a voz in- distinctas.—Tosse continua, estando-se deitado, que só ces- sa endireitanto-se.—Tosse violenta como na coqueluche.— 'Tosse crampoide, nocturna, principalmente estando deita- do, algumas vezes com vermelhidão do rosto, e vômitos de mucosidade.—"Tosse secea , arquejante, suspirante, com dôr de excoriação nos músculos abdominaes. — Expectora- ção verde pela tosse.—Tosse, com expectoração de sangue e convulsões. Peito.—Oppressão e respiração embaraçada e ralante.—Pres- são sobre o lado direito do peito, com grande anxiedade e respiração curta subindo-se uma escada.—Spasmos de peito, com respiração curta, e forçando á curvar-se antes.—Fisga- das nos lados do peito. Tronco.—Dores no espinhaço, e principalmente nos lombos, cominchação dos pés.—Lancinações noslombose nosomo- platas.—Manchas herpeticas na nuca. Braços.—Tremor dos braços e das mãos, principalmente de noite, depois do movimento.—Entorpecimento dolorozo e dormencia das mãos.—Inchação das mãos.—Punho fecha- do, com retracção dos pollegares, (nos accessos convulsi- vos).— Carpolog;a. Pernas. —Caimbras dolorosas nas coxas e nas barrigas das pernas, que fazem contrahir as pernas.—Manchas gangre- nozas e vesiculas nas pernas.— Rigeza e abatimento nas articulações do joelho.— Inchação dos pés.— Contracção dos pollegares anda ndo-se e subindo-se. i»gAOTAira&. IPEC. — Ipecacuanha.— Hahnemann.— Doses usadas : 3, 9, 30. — Duração d'acção : algumas vezes até 5 dias. Antídotos : Arn. ars. chin. — Emprega-se como antí- doto de: Alum. arn. ars. chin. cupr. dulc. fer. laur. op. tabac. tart. Depois de ipecacuanha convém algumas vezes : Arn. ar#. chin. coce. ign. n-vom. SYMPTOMAS GERAES. —Dor de pizadura em todos os os- sos.— Effervescencia como de adormecimento nas articula- ções.— 'Accessos de indisposição, com desgosto de todos os ali- mentos, e fraqueza excessiva e súbita. — 'Fluxo de sangue por diversos órgãos. — "Sensibilidade muito grande no frio e no calor. — Tetanos, "accessos de spasmos e convulsões de differentes naturezas, 'algumas vezes com queda da cabeça *e torcedura do queixo ou com perca de conhecimento, face pallida e opada; olhos meios feichados, movimentos convul- sivos dos músculos da cara, dos beiços, das palpebras e dos membros, ou também com gritos, vontade de vomitar e es- tertor mucozo no peito. — Magreira excessiva. Pelle. —"Erupções miliares.— Comichão violenta na pelle (das coxas e dos braços). — Durante as náuseas, he obri- gado a coçar-se até que se vomite. Sovino. — Somno, com olhos meios abertos. — Somno agitado com gemidos. — Durante o somno, estremecimentos dos membros. — Sonhos medonhos, com sobresaltos freqüentes, e medo durante o somno. Ferre. — Horripilação, com frio dos membros e do rosto. — Frio principalmente das mãos, dos pés com suor frio e abun- dante destas partes.— Aggravação dos arripiamentos pelo calor exterior.— Antes dos arrepiamentos, indisposição, e alquebramento, com suor frio na testa, frio e arrepiamen- tos nos ouvidos. — Calor repentino no quarto com suor e \crt'g*'iis. —".SV,/, somente durante os arrepiamentos ou o 88 I PECA Cr AMÍA, frio. — *Febr« manifestando-se por muitos arrepiamentos, com pouco ou muito calor, com pouca horripilação; ou com náuseas , vômitos e outros symptomas gástricos, lingoa lim- pa ou carregada, e oppressão constrictiva do peito. — "Febre de noite, com grande inquietação, calor secco o penivel, palma das mãos ardente e suor nocturno. Moral.—Gritos e uivo(das crianças). — Anxiedade e temor da morte.—lnsipidez com desdém para qualquer coma. — Humor desdenhozo. — Desejo d'uma multidão de couzas, sem saberem qual deve tentar. — Irratibiüdade e disposição paraencolerizar-se.—Impaciência.—Lentidão da concepção. Cabeça.— Vertigem andando-se, com vacillação—Dor, co- mo se o craneo estivesse pizado, em todos os ossos da cabe- ça, até á raiz da lingoa.— 'Accessos de dores de cabeça, com náuseas e vômitos.— Despedaçamento na testa, provocado ou aggravado pelo tocar..—Dor de cabeça latejante, com pe- so da cabeça.— 'Pressão doloroza na testa. Olhos e Nariz.— Olhos vermelhos einflammados. — Remei- la nos ângulos dos olhos. —Estremecimentos das palpebras. —Pupillasdilatadas.—Turvaçãoda vista.—Epistaxis.—Per-* ca do olfacto.—"Coryza, com obturação do nariz. Rosto e Dentes.— 'Côr pallida, térrea ou amarella da cara, que está inchada, com olhos redondos.—"Estremecimentos convulsivos nos músculos da cara.--Beiços cobertos de pe- quenas aphtas e de erupções.—Dor de excoriação nos bei- ços.—Estremecimentos convulsivos nos beiços.— Vermelhidão da pelle ao redor da boca.—Odontalgia por accessos, como se arrancasse o dente. Boca e Garganta.— Sensibilidade doloroza de todas as par- tes da boca. --Accumulação abundante de saliva na boca. —Lingoa carregada d'uma petuita branca ou amarella.— Dor de garganta durante a deglutição, como por inchação do pharvnge. — Deglutição diflicil, como por paralysia da lingoa e da guella. Appetite.—Gosto insipidoou viscoso ou "amargo, principal- mente de manhã. — Gosto adocicado, como se tivesse san- gue na boca. — "Appetencia somente para doces e as cou- zas assucaradas. — Adypsia.—Gosto insipido da cerveja.— O tabaco tem um gosto nauseante e faz vomitar. — 'Grande repugnância e insipidez para todos os alimentos. — "Petuita do estômago. Estômago. — *Nauseas, -como provindo do estômago, com ac- cumulação abundante de saliva, comichão violenta 'na pelle, e arrotos interrompidos.— "Vomituração, principalmente depois de ter bebido frio ou depois de ter fumado.—* Vo- IPECACUANHA. 89 mitos, das bebidas ou dos alimentos ingeridos, ou ainda de matérias biliozas, verdes, ou ácidas, ou mucozas, gelatino- zas, muitas vezes com dor no estômago, e às vezes imme- diamente depois da comida. — Vomito de sangue.— Vomi- to com suor, calor, respiração fétida e sede.— Vomito com diarrheia,— Vomito logo que se abaixe. — "Vomito de ma- térias negras como da pez. — Sensação d'uma indisposição excessiva no estômago e no epigastrio. — Sensação como se o estômago estivesse vazio e flascido.— "Inchação da região es- tomacal.— Picadas ao redor do epigastrio e na região dos hypochondrios. — "Pressão no estômago com vômitos. Ventre.—Picadas no ventre, aggravadasno mais alto ponto pelo movimento, e melhoradas no somno. — "Dor de excoriação noventre. — "Colicas, com agitação, afflicção e gritos (entre as crianças).—"Colicas, com dores crampoides.— Dores in- cisivas na região umbilical, com horripilação.—Colica flac- tulenta. Dejecções.—Dejecções diarrheicas semelhantes â matérias em fermentação. —Diarrheias pertinazes. —'Dejecções diarrhei - cas, verdes ou côr de limão, de cheiro pútrido ou sanguino- lentas, biliosas c mucozas!—Dejecções diarrheicas serozas. — Üiarrhéa com náuseas, colicas i^e vomito). — Dejecções dyseníericas, com flocos brancos, e seguidos de tenesmo.— ""Evacuação de matérias negras como pez. Ourinas. — Ourinas turvas com sedimento côr de tijolo.— Ourina vermelha e pouco densa.— "Ourina sanguinolenta "com dores na região da bexiga e no embigo, sensação ar- dente na uretra, vontade de vomitar, e dor nos rins e na cavidade do estômago.—Corrimento de pus pela uretra com dor mordicante. Partes genitaes. — Sensação penivel como se tudo affluísse para as partes genitaes e para o ânus.—Metrorrhagias, com corrimento d'um sangue vermelho vivo e coagulado. — Re- gras muito prematuras e muito fortes. Lahynüe. — 'Tosse principalmente de noite, com golpes do- lorosos na cabeça e no estômago, e com insipidez, vomitu- ração e vomites. — 'Tosse secea provocada por uma cocega contractiva na larynge o na extremidade dos bronchios, principalmente estando deitado sobre o lado esquerdo. — "Tosse q;ic parece á coqueluche, com sangramento pelo na- v.z e pela boca, e vômitos das alimentos. — Tosse com es- cjito de sangue, provocala pelo menor esforço. —'Tosse spasmodica, secea, arquejante, com accessos de sufp>caçã<», enrijamento do corpo e rosto azulado. Peito.— Respiração anxiosa e curta. — * Asthma sp-asmodica \2 90 IPECACUANHA. com eontraeção ha larynge e respiração arquéjante. — Res- piração suspirosa. — Oppressão de peito e respiração curta, como se se engulisse muita poeira.—'Perca de lespiração ao menor movimento. — Spasmos de peito. — Dor de excoria- ção no peito.—Palpite decoração. — Manchas vermelhas pruríginosas sobre o peito, com ardor depois de ter cocado. Tronco e Membros. — 'Rijeza tetanica e queda dohombro, quer por diante quer por detraz. —Inchação c supuração na covinha do pescoço. — Estremecimentos convulsivos das pernas e dos pés.— Dor de deslocação na articulação coxo- femoral togo que se assente. — Caimbras nocturnas nos músculos da coxa. — Comichão violenta na barriga das per- nas. —Ulceras, com centro negro, nas pernas. l&tMMli. LACH. — O veneno da cobra Trigenoeephalo. — He- ring.— Dose usada: 30.— Duração d'acção: Muitas semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antídoto: Alum. ars. bell. caps. cham. chin. coce. hep. merc. natr-m. nitr. n-mos. n-vom. phos-ac. rhus. sainb. veratr. Contra os resultados da mordedura : Ars. bell. caps. natr-m. samb. Depois de lachesis algumas vezes convém : Alum. ars. bell. carb-v. caus. con. dulc. merc. n-vom, phos-ac. SYMPTOMAS GERAES.—Dores voluptuosas, excessivas, ou fortemente pressivas em muitas partes do corpo.—Sensação de deslocação e de paralysia nas articulações. —'Rijeza e tenção nos músculos como se elles fossem muito curtos.—'Do- res osteocopas.— 'Dores rheumatismaes aclivas e tractivas nos membros, ou dores roentes, com sensação de pisadura movendo-se.— "Dores nocturnas, que parecem insuportá- veis, e não permittem conservar-se na cama.—As dores af- fectão alternativamente um ou outro lado, ora os membros, ora o corpo, e muitas vezes se mostrão em forma de cruz. — 'Soffrimentos intermittentes e periódicos, 'soffrimentos acompanhados de perigo ds suffocação, e soffrimentos com von- tade de deitar-se.— 'Aggravação e renovação de soffrimen- tos depois do somno, ou de noite, e principalmente antes de meia noite, ou algumas horas depois da comida, por um tempo humido e quente, do mesmo modo que pelas mu- danças de tempo e de ar; -allivio de muitos soffrimentos ex- pondo-se ao ar.—As emoções moraes, taes como, as con- trariedades, o medo, o pavor, &c. muitas vezes renovão to- dos os soffrimentos.—'Paralysia com peso e rijeza dos mem- bros; * paralysia semi-latteral.—'Grande fraqueza do corpo e do espirito; -prostração como depois d'uma perca de san- gue; queda rápida de forças, frouxidão das forças muscula- res.— 'Accessos de desfallecimento, com dyspnia, náuseas, suor frio, -vertigens, palidez do rosto} vômitos, atordoa- [)1 LACliESIS. nienlos, escuridão dos olhos, dores e pontadas na região do coração, convulsões e epistaxis.—Accessos de asphyxias e de syncope, com perca dos sentidos e do movimento, insensibi- lidade como na morte, serramento dos dentei, rijeza e in- chação do corpo, pulso tremulo e sem pulsação alguma.— Tremor dos membros, paip;í».eões musculares, e extremeci- mentos em muitas partes do corpo.—'Accessos de convulsões s de epilepsia, com gritos, movimentos de membros, queda sem sentidos, olhos convulsos, escuma na boca, e punhos feichados; antes do accesso, pés frios, arrotos, palíidez do rosto, vertigens, cabeça pesada e dorida, palpitações de co- ração e entaboamento do ventre; depois do accesso, somno. — Accessos de teianos com torcedura de membros. — 'Ilcmorrhagias , e -derramamento de sangue em differenía órgãos. Pelle.—Ecchvmoses; fluxo de sangue natural e abundante das chagas e das ulceras; sahida da massa do sangue pelos poros da pelle.—Tumores varicosos.—hichação hydropica de to- do o corpo. — Entumescencias duras e pálidas.—'Pelle ama- rella-verde, côr de chumbo ou vermelha escura ou denegri- da, principalmente ao redor das chagas e das ulceras,'— Manchas amarellas , escarlates, e côr de cobre.-- Manchas pálidas, Jividas, com accesso de desfallecimento.— Sarna secea, miliar, com erupção de grossas vesiculas amarellas, ou lividas, com inchação das partes affectadas, c dores que levão ao desespero.—Erupção miüai, que em seguida tor- na-se semelhante nas urticarias. r.a escarlatina e nas morbil- les.—Erysipela, -e erupções vesiculozas com respiendor ver- melho.—Placas excoriadas, com dores ardentes, tocando-as. —"Ulceras cercadas de borbulhas, de vesiculas e d'outras pequenas ulceras.— 'Ulceras superficiaes, com centro-escu- ro, e resplendor vermelho.—Ulceração cancroza. (das cha- gas) ou putrefacção da carne que se desprende dos ossos e cahe em pedaços.—Gangrena das chagas, com febre infla- matoria, pulso fraco, acceierado e intermittente; desfatleci- mento, náuseas, vômitos spasmodicos e biliosos, convulsões e suores frios.—Papulas; verrugas, "tumores duros.—*Pa- narissos.—Tumores e tuberosidades vermelhas e comentes. Somno.— Grande vontade de dormir de dia, e somnolencia , principalmente depois da comida.— Insomnia, principal- mente antes de meia noite, com sobre-exc ilação nervosa.— Somnolencia e insomnia, alternativas, com intervallo de dois dias.—'Somno ligeiro, com despertar freqüente e natural, agitação eaflicção, gemidos e suspiros, -sobresaltos e pavor. —'Sonhos contínuos e freqüentes, -tanto poéticos e medita- LACHESIS. 93 livos, como libidinosos; sonhos com contendas, cousas hor- rorosas, espectros e morte.—'De noite, calor, agitação, ar- dencia na palma das mãos, na planta dos pés.—Dores osteo- copes, ou rheumat;smaes. diarrheia, emissão dtourina, exal- tação mental, c muitos outros soffrimentos.—Depois do som- no, sensação de rijeza e cançasso nos, membros, erecções com desejo venereo, dores no espinhaço e nos rins, congestão de sangue, peso e dor de cabeça, pressão no estômago, dor na garganta, bocejos nervosos, e aggravações de todos os sof- frimentos. Febre. — Frio glacial da pelle ou dos membros, ou so- mente dos pés, com grande desejo do fogo, e 'algumas vezes com perca de sentidos, suor viscoso, debilidade e grande freqüência do pulso. —Arrepiamentos ás vezes so- mente parciaes, muitas vezes com dores nos membros, dores nos rins, agitação e afíücção, colicas, trimus e movimentos convulsivos dos membros , dor no peito , sede , e ran- ger de dentes. —"Horripilação durante o calor, e prin- cipalmente levantando-se a cobertura da cama. — Arrepia- mentos principalmente dcpois*da comida ou perto de meio dia.—Calor secco, principalmente de noite ou de tarde, e so- bre tudo nos pés e nas mãos. acompanhado muitas vezes de agitação e afflicção. dor na cabeça, delirios, sede inextingui- vcl, arrotos, vômitos biliosos, gritos, gemidos.— Seccura daboca, edagarganta, e "dejecçõcs freqüentes.— 'Caloral- ternando com frio, arrepiamentos ou horripilação.—'Febres nocturnas ou vespertinas por accessos, 'quolidianas, terçans ou "quartans, e 'acompanhadas algumas vezes de dor na ca- beça, perca rápida de forças e fraqueza que obriga a deitar- se, -falta d'appclite, soluço, vomito, sensibilidade do pesco- ço ao tocar, palpitações do coração, angustia, ourinas ama- rellas, diarrheias, dores nos membros, no espinhaço, nos rins, bocejos nervososespasmodicos, escabeceamentos, incha- ção do corpo, manchas e ulceras.—'Febres chronicas; -fe- bres lentas, febras typhoidcs.— "Renovação de febres, por alimentos azedos.— 'Suor febril, principalmente depois do calor, pelamanhã, -suoresabundantes; fétidos; 'suores frios, suores sanguinolentos.— 'Pulso intermittente, ou fraco e freqüente, -irregular, ou simplesmente sensível ou tremulo. Moral. — Grande angustia, anxiedade insupportavel e in- quietação que obriga a procurar o ar livre. — Temor e pres- sentimento da morte.—Prostração moral e melancolia, com apprchensões, inquietação sobre sua doença, mui forte dispo- sição para entregar-se aopezar, para ver tudo em si preto, e para se julgar perseguido, aborrecido e desprezado dos H LAUREAI*. seus. — ^Tristeza e desgosto da vida.— "Desconfiança, sus- peitas e grande disposição para levar tudo a mal, a contra- dizer e a criticar. — Ciúme frenético. — Inação com 'des- prazer e inaptidão para qualquer trabalho do corpo ou do espirito. — Caracter timoralo, 'com incertezae indecisão. —'Grande apathia e extraordinária fraqueza de memória, tudo o que se ouve, he como extincto, não se lembra mes- mo a orthographia, esquece-se mesmo do que hia dizer. —Confusão faltando ou escrevendo, assim como também sobre as horas do dia, e os dias da semana.— 'Imbecilida- de e perca de todas as faculdades do espirito. — Sobre-excila- ção e mui grande irritabilidade nervoza, com disposição para assustar-se, eslado de extasis e de exaltação que chega até aos choros, necessidade de meditar e de comportrabalhos ín- tellectuaes, "com espécied'orgulho.—'/.ogMacictarfe frenética comdiscursossublimes, palavras escolhidas , e idéas que rápida e constantemente passão d'um objectopara outro. — 'Delírios nocturnos com muitas palavras ou com murmúrios. — De- mência e perca de sentidos. Cabeça. — "Cançasso da cabeça por trabalhos íntellectuaes.—< 'Vertigens, principalmente de manhã ao despertar, do mes- mo modo que de tarde, depois de estar deitado, passeando- se ao ar, levantando se os braços, c muitas vezes -com des- fallecimento, palidez do rosto, -náuseas, vômitos, congestão na cabeça, fluxo de sangue do nariz e alquebramento dos membros. — Embriaguez, adormecimento e perca de sen- tidos.— 'Accessosda apoplexi a, -com face azulada, movimen- tos convulsivos dos membros, e estravasação de sangue no cérebro.— Amolecimento do cérebro e de suas membranas. — Dor violenta na cabeça com rosto amarello e faces ver- melhas.— 'Dor de cabeça, com congestão de sangue, scentel- las diante dos olhos, somnolencia, arrepiamentos, e vontade de deitar-se, -ou com náuseas, e vômitos.— "Cephalaigía pelo calor do sol.— 'Dores profundas no cérebro, -ou nas orbitas, -'ou por cima dos olhos, ou no occiput,com -rigeza da nuca.— Dor de pizadura no alto da cabeça, ou 'sensação de furamento com golpes epancadas movendo-a.— 'Pezoe pressão na cabeça, como se arrebentasse; ou 'tensão como por fios tirados do occiput ou fisgadas como por golpes em diferentes partes da cabeça e até nos olhos.— Dores que dointeriorda cabeçasepropagãoaté nas orelhas, no nariz e no pescoço.— 'Dores de cabeça todas as manhães ao desper- tar, ou todas as tardes ou com qualquer mudança de tem- po.— Inchação da cabeça; palpitações musculares nas fon- tes, -tensão no occiput até na nuca, sensibilidade dolerosa LACHEfilá?. 91} da pelle cabelluda, com pruido penivel, forte desquamaçâo e cabida dos cabellos. Olhos.— Olhos amarellos ou turvos, ternos e abattidos ou brilhantes e convulsos, com olhar fixo. — Pupillas muito di- latadas.— Ecchymoses e hemorrhagia dos olhos.— Seccu- ra dos olhos como se elles estivessem cheios de poeira; ou 'cor- rimento de lagrimas que algumas vezes parecem frias.— Photophobia.—Comichão e fisgadas, como por cortes de fa- ca nos olhes, ou pressão violenta como se o globo sahisse das orbitras, aggravada movendo os olhos.— Olhos vermelhos, inflamados com vermelhidão da conjunctiva e da sclerotica, calor ardente e choro.— Sensação como se os olhos fossem muito grossos ou as orbitas mui pequenas.— Inchação e inflamação das palpebras ou de suas extremidades.— Con- vulsões, pezo e paralysia das palpebras.— Fraqueza da vista e presbyopia.— Confusão dos signaes lendo-se.— Turva- ção da vista como por uma vela.— Escuridão e perca da vista. — Chammas e scentcllas, ou reflexo azul diante dos olhos, ou círculos azueis ao redor da vella.— Olhos peque- nos e sem expressão. Ouvidos.—Orelhas frias, sensíveis ao vento.— Inchação dolo- rozado interior do ouvido.—'Secura das orelhas.—*Cerado ouvido pouco abundante, muito dura e pallida, -ou como papa, -* e branca com diminuição do odorato. — Pancadas muito desagradáveis, "resonancia, 'ruido, tinido, estalo, zumbido e rufo, ou barulho como se rufasse hum tambor perto dos ouvidos. — Ouvidos como tapados. — Sensibilida- de excessiva ou dureza do ouvido.— Hemorrhagia pelos ou- vidos.— Inchação das parotidas. — "Excoriação e crostas por detraz das orelhas. Nariz.— Deres nocturnas por cima do nariz.— Obturação do nariz como por uma inchação interior, principalmente de manhã, ou com a coryza. — Inchação, 'vermelhidão e exco- riação das estremidades do nariz, 'com crostas nas ventas. —Assoamenlo de sangue.— Fluxo de sangue abundante pe- lo nariz, d'um sangue vermelho, -claro, ou espesso e negro. —Corrimento de pus pelo nariz.—'Coryza secea, chronica, com obturação do nariz, ou fluente com corrimento abun- dante de mucosidade serozas, choro, espirro freqüente, e inflamação e erossão das ventas. — Coryza incompleta, com muitos soffrimentos da cabeça c do espirito, que desappare- cem, desde que o fluxo catarrhal se declara.— 'Borbulhas chronicas vermelhas sobre o nariz. Rosto.— * Face pallida, doentia, desfeita, cadaverica; côr de chumbo, ou térrea, descorada, amarella. — 'Vermelhidão cir- 96 LACUESIS. cumscripta das faces com côr amarella da cara. — Circulo azul ao redor dos olhos.— Pequenas*veias escartates sobre as faces.— Entumcscencia, algumas vezes horrorosa, ten- são e inchação vermelha do rosto. — Calor e vermelhidão do rosto ( durante o delirioj.— 'Erysipela na cara, algumas vezes com prurido, borbulhas ou vesiculas, frieiras e resu- dação corrosiva, dores ardentes e inchação. — Miliar, bor- bulhas no rosto.—"Impigcm com crostas espessas na região dos favoritos.— Dores tensivas e formicantes no rosto; do- res nos ossos da cara, prosopalgia com vomito dos alimen- tos.— Beiços seccos e inchados; borbulhas nos beiços; tremor dos mesmos. — Fraqueza e paralysia do queixo inferior, com destroção des queixos. — Trismus, com aperto, e estalo dos dentes; ranger de dentes. Dentes.—Dores terríveis nos dentes cariados, principalmente depois de janta, e algumas vezes com inchação das faces e sensação como se elles estivessem sobre-sahidos.—Dores de dentes, todas as manhães ao levantar, ou todas as tardes, com dores agudas, tractivas e picantes na raiz dos dentes, (do queixo inferior). —'Dor nos dentes com dores na cabeça , arrepiamentos, calor e peso nas pernas.—As dores decentes se propagão até nos ouvidos — Embotamento e abalo dos dentes; os cariados se amolecem e se esmigalhão.—Inchação, sensibilidade dolorosa das gengivas.— As bebidas quentes e frias renovão as dores. Boca.—Inchação inflamatoria da cavidade da boca.— Boca e paladar excoriados e mui dolorosas.—'Seccura da boca e da lingoa, ou accumulação d'agoadilha na boca, e 'salivação. —Lingoa luzente, vermelha e gretada, ou inflamada, in- chada, morena ou denegrida.—Rijeza, imobilidade e para- lysia da lingoa.—Aphoniaou falia confusa, indistineta; voz fanhosa; difliculdade de pronunciar qualquer letra, e qual- quer palavra mais alta e precipitada que se não quereria.— Gagueira. Garganta.— 'Cocega continua na garganta como por um miolo de pão, ou alguma cousa semelhante que ahi se achas- se parada.— Seccura parcial ou geral da garganta, esten- dendo-se muitas vízos até nos ouvidos, no nariz e no peito. —Ardencia e dor de excoriação, na garganta, principal- palmentc engulindo-se.—'Excoriação dolorosa e inchação inflamatoria da garganta com vermelhidão das partes affecta- das como por ei naibro.—"Inchação das amygdalas.—Grandes e 'pequenos tumores na garganta, que impedem a deglutição.— 'Necessidade continua de engolir, e -sensação engulindo-se, como st houvesse um tumor, ou um pedaço ou uma rolha na lachesis. 97 garganta.— Sensação de estreitamento de estrangnlação e de constricção na garganta.—Garganta como rija c paraly- sada.—Convulsões espasmos na garganta.—'Deglutição im- pedida, com -horror das bebidas, que muitas vezes sabem pelo nariz.— Hydropbobia.— 'Aggravação dos males dt garganta pelo mais ligeiro contacto e a menor pressão do pes- pcscoço do mesmo modo que depois de ter dormido, e engu- lindo-se a saliva; as quaes allivião comendo-se.— Dores de garganta que não aílectão senão uma jcquena parte, ou que ao contrario, se propagão até nos ouvidos, na larynge, na lingoa e nas gengivas, muitas vezes com dyspnia, -risco dr suffocação, salivarão e roncos de m ucosidades. —'Accumula- ção abundanteiie mucosidadesviscosas na garganta.—"Dores de garganta alternando com obturação do nariz, ou com soffri- mentos fallando-se.— "Ulceras no paladar e na garganta, com cheiro fétido, supuração abundante e dores aclivas en- gulindo-se os alimentos. Appetite.—Gosto desagradável, ou adocicado, azedo, áspero, adstringente ou metallico.—'Falta dajpetite de fome; ina- petencia completa para os alimentos ou as bebidas. — Re- pugnância para o pão que se não pôde engulir.— "Appeti- te irregular, ora fastio, ora bulimia.—'Fome valctudiuiaria com náuseas, bocejos convulsivos e accessos de desfallcci- mento se immedíatamente se não come, ou com pressão roeu te no estômago , renovando-se pouco depois de ter comido.—Sede inextinguivei—Desejo do vinho, ou do leite, no entanto quer um quer outro incommodão.—"Depois de, ler comido, pressão no estômago, arrotos, vertigens , fiados, vontade de vomitar, ou vômitos dos alimentos, fraqueza nos joelhos, indolência e peso de corpo, cançasso de espirito , indisposição, regurgitação, diarrheia, oppressão da respira- ção, dor na cabeça e nos dentes, e exarcebação de todos os soffrimentos. Estômago.— Soluço depois de ter bebido ou fumado. — Arrotos interrompidos, violentos, com risco de suffocação. -—'Arrotos que allivião os soffrimentos.—-Arrotos ácidos, com gosto dos alimentos.— Pyrozes por toda a garganta, como se o esophago estivesse cheio de couzas rançozas.— Náuseas e vontade de vomitar, principalmente de manhã, ou depois da comida, e da mesma maneira em seguida de muitos outros sollrimentos.— Vomito* violentos e convulsi- vos de tudo o que se toma , ou de matérias biliosas, amargas e verdes. — Vomito de sangue puro ou de mucosidades san- guinolentas. — Vômitos com diarrheia, escuridão da. visto, dores de estornado e diurese.— "Scusibiluladc rxvcssira dn 13 írè LACHF.S1*. região prscordial, ao menor contado; os vestidos apertados «ão insupportaveis, e a menor pressão he muito dolorosa,— 'Grande fraqueza de estômago; não podendo supportar nem os alimentos nem as bebidas. — Sensação como se alguma *ouza embaraçasse o cardia, e impedisse a deglutição.— Pressão desde o estômago atè no peito, e sensação como se um bicho se movesse e roesse. — (Todas as noites) caimbras e dores violentas no estômago, com arrotos, voinituração e vomito de viscosidades. Ventre.— Dures hepaticas, ardentes, tractivas ou incisivas.— Inflamação e amolecimento do figado. — Abcesso hepatico. —Dores e pontadas na região splenica, algumas vezes em- barcando em sege, ou andando-se.—Grossura do ventre nas crianças. — Sensação de vácuo no ventre. — "Dores abdo- minaes em seguida de qualquer geito nas cadeiras. —'Dores geralmente pressivas na região umbilical, algumas vezes com opressão da respiração aggravadas uma hora depois da comi- da, e alliviadas por meio d'arrotos. — Golpeamentos violen- tos, a fazer louco, ou 'repuchamentos agudos com contrac- ção do ventre.— Ardencia no ventre, com pressão sobre a bexiga.—Inflamação dos intestinos.— Extravasação de san- gue no peritoneo.—'Ventreenlaboado, duro, comcolicas flac- tulentas, -dor no espinhaço, vomito, diarrheia e diure- se.— Emissão freqüente de ventos; penetrando algumas vezes no annel inguinal. —Dor como se sahisse uma hér- nia. Dejecções.— Dejecções demoradas. — 'Constipaçãopertinaz, com dejecções duras, difficieis.—Dejecções pequenas, insuffi- eientes e tenazes.—'Constipação alternada com diarrheia. —Diarrheias com colicas violentas, náuseas, vômitos, angus- tia, dores no recto durante a passagem das dejecções, tenes- mo e excoriação do ânus. — 'Dejecções diarrheicas, princi- palmente de noite, ou depois da comida, °ou por um tempo quente (e humido), ou por ter chupado fruetas e ácidos.— Dejecções involuntárias e sem que se sinta.— Evacuação de matérias fétidas, ou de dejecções molles, da consistência da papa, ou liquidas, glutinozas como a pez, "ousanguino- lentase purulentas, ou de matérias sem serem digeridas,-ou de sangue puro, ou de mucosidades sanguinolentas. — Du- rante asdejecções dor, tenesmo e ardor no ânus; depois dei- las congestão de sangue na cabeça, vertigens, debilidade, dores c pulsação no ânus. — Constricção dolorosa do ânus e do recto.— Queda do recto durante a dejecção. — Sahida de mucosidades e de sangue pelo recto, algumas vezes com eelifiis violentei--*//?m.s eom eólicas, ou com ar- IACHE6IS. ÍI9 dor e golpeamentos no recto, ou com congestão sangüínea no anuse diarrheia.—"Hemorrhoides sangrentas. Ourinas. — "Pressão sobre a bexiga com vontade d'ourinar, -ou com golpeamentos, e ardor no ventre.— 'Vontade fre- qüente d'ourinar, com emissão abundante, mesmo de noite. —Dor violenta como se uma bala rolasse da bexiga para a uretra.—Tenesmo violento, com ourinas pouco abundan- tes.— Paralysia na bexiga.— Fisgadas incisivas, continuas, na uretra.— Pequeno tumor na uretra com retensão d'ou- rina.— 'Ourinas turvas e escuras, ou vermelhas, amarella carregada, e algumas vezes com emissão freqüente, porém pouco abundante, com sedimento escuro e arenozo, ou ver- melha, ou côr de tijolo.—Ourinas escumozas.—Emissão in- voluntária edesapercebida de ourinas. — Durante a vontade de ourinar, dores nos espinhaço e nos rins.— 'Ourinando- se, sensação de queimadura na uretra, o muitos outros sof- frimentos que todos apparecem pelo movimento de carrua- gem e depois de ter bebido vinho.— Dor de excoriação na uretra e na glande. — Fluxo de sangue pela uretra depois d'obrar e depois de ter ourinado. Partes viris.—Pressão sobre os testículos, como se sahisseuma hérnia, fazendo-se esforços para urinar. — Borbulhas nas partes pelludas. —Muitos desejos venereos, sem vontadephy- sica e com flacidez do penix.— Erecções sem desejos vene- rees.—Polluções nocturnas e diárias, algumas vezes com fra- queza e suor.— Corrimento de licor prostatico ourinando- se ou depois de ter ourinado.—Sperma d um cheiro pene- trante. — No coito, a ejaculação he demorada ou falha inteiramente.—Secreção abundante por detraz da glande. —Manchas e borbulhas escarlates sobre a glande e sobre u coroa.—Adelgaçamento do escroto, e dureza dos testículos. —Condensação do prepucio. Regras.—Sensação d'uma bola que sobe do ventre para o pei- to, como na hysterica.—Dores desde o ovario até o utero, com evacuação de pus durante as dejecções.—Inchação das partes com comichão e desejos venereos.— Regras fracas, tardias, e de mui curta duração, muitas vezes com hemor- rhoides, e muitos outros soffrimentos.—'Spasmos abdomi- ■naes durante as regras.—Antes dellas dores e pancadas na cabeça, vertigens, epistaxis, pressão no estômago, arrotos, golpeamentos no hypogastrio, corrimento mucoso pela ure- Ira e caimbras de peito.—'Antes e depois das regras, diar- rheia com fertes colicas.— 'Na apparição dellas, dores de rins, com dores de quebramento nas cadeiras e no peito. —'"Durante as regras, dotvs de rins., como no parto, -pança- 100 LACHES1S. «ias ua cabeça e golpeamentos. —Abortainento.—O leite du* pessoas mordidas por esta serpente torna-se venenoso e coa- gula-se. Larynge.—Catarro, com tosse, corysa, dores lancinantes na cabeça, rijeza da nuca e affecção de peito.—Rouquidão con- tinua, com sensação, como se houvesse alguma cousa na gar- ganta que impedisse fallar, e que não podesse se desprender. —Estrangulação e constricção da larynge, com sensação do inchação e de tensão.—Sensibilidade dolorosa da larynge e do pescoço, ao tocar ena mais ligeira pressão, com perigo de suffocação, apalpando-se a garganta, virando-se a cabeça. —Sensação de pulsação e de suffocação entre a larynge e o peito.—Seccura, ardencia, e dor de excoriação na larynge. —Sensação como d'uma bola na larynge,— Voz fraca, ôca efanhosa,—'Tosse, muitas xezesfatigante, a qual apezar de todos os esforços' não se pode desprender nada, excitada a maior parto das vezes por uma cocega na larynge, no peito e na cavidade do estômago, ou pela pressão da garganta, do mesmo modo que pela conversação, o andar, e tudo quanto pode augmentara seccura da garganta. — 'Tosse quasi sem- pre depois de ter dormido, ou de noite, dormindo-se, ou dz tarde depois d'estar deitado, também levantando-se da po- sição de deitado.— 'Tosse secea e curta, sufíbeante e cres- cente alguma vezes com vomito. — Escarros mucosos, visco- sos ou ácidos, ed'um gosto desagradável; ou sanguinolen- tos. — Hemoptyses. — Tossindo-se , accumulação d'agoadi- lha na boca, dores agudas na cavidade do estômago, sacudi- mentos na cabeça e tensão nos olhos. Peito.—Respiração curta, freqüente, ou convulsiva, retardada, estrondosa e crescente; ou suspirosa, gemente e profunda. —Vontade freqüente de respirar profundamente. — *DyspT nia e oppressão de peito, com grandes esforços para res- pirar.— 'Respiração curta, principalmente depois da comi- da, andando-se, depois de qualquer esforço de braços, e al- gumas vezes com tristeza ou tosse asthmatica. — 'Accessos de asthma, e oppressão da respiração; principalmente depois dr ter comido, ou de tarde deitando -se, ou de noite durante o som- no, e algumas vezes com angustia, sede, náuseas, vomito, des- fallecimento e suor frio. — 'Accessos de suffocação, princi- palmente estando deitado, de tarde, ou de noite na cama, e. principalmente logo que alguma cousa se assente sobre o nariz ou na boca.— Orthopnea paralytica. — Respiração de cheiro desagradável. —Pressão no peito como por um peso, ou se elle estivesse cheio de vento, e pricipalmcnte de noite.— Dores violentas, eom grande angustia, e movimentos conti- LACHF*^. 101 nuos no peito.—Ardencia e dor de excoriação no peílü, co- mo se tudo fosse ardente, principalmente depois da comida. — Pontadas no lado e no peito, aggravadas respirando-se, e algumas vezes com tosse e escarros sanguinolentos. — Es- travasação de sangue nos pulmões.—Gangrena dos pulmões. — 'Palpites de coração, com anxiedade, "excitados algumas vezes por dores crampoides com tosse e accesso de suffoca- ção.— "Spasmos no coração (com aneurisma da carótida di- reita) e pulsação desagradável nos ouvidos. — Pontadas na região do coração, com respiração curta, accessos de esvai- mento e de suor frio. Tronco.—Inchação e entumescencia dos tegumentos do peito. — Prurido, placas vermelhas e erupções miliares no peito. — Nuca e pescoço excessivamente sensíveis á menor pressão. —Rigesa rheumatismal da nuca e do pescoço.—Pontadas no espinhaço e entre as espadoas. — Pequeno tumor junto da espinha dorsal.—Ardor nas costas.—Spasmos dos músculos do espinhaço. —'Rigesa dolorosa desde os rins até o quadril como se os músculos estivessem muito curtos. — "Dores noc- turnas e insupportaveis no espinhaço, nos rins, no quadril e no joelho. — "Falta de força no espinhaço e nos joelhos que força a andar curvado. — Dor de deslocação nos rins como produzida por esforços. — Papulas, vesiculas, impi- gens, borbulhas e manchas scarlates sobre o dorso e os omo- platas. Braços.— Dores rheumatismaes, arthríticas e osteocopes nos braços, nas mãos, nos dedos, e nos punhos. — "Ulcera ma- ligna no alto do braço. —Tensão como por encurtamento dos tenJões, desde o cotovello até os dedos. — Inflamação erysipelatosa do cotovello.--Borbulhas nos braços depois de se ter cocado. — Sensação de fadiga ou de paralysia, c dor de deslocação nos braços.—Paralysia das mãos. —"Tremor das mãos.—Mãos seccas e ardentes. —Cabeça dos dedos dormentes e dolorosos. —"Picadas nas cabeças dos dedos.— Comichão, 'erupções sarnosas, placas vermelhas com vesi- culas, furunculos, excrescencias e verrugas nas mãos e nos dedos. — "Inchação livida, azul, dura e fria nas costas da mão e nos dedos.—"Inchação dura da mão até ao cotovello com dores excessivas.—*Panarisso. Pernas. — Sensação de encurtamento e encurtamento dos ten- dòes da curva das pernas.—Dores nocturnas nas cadeiras e coxas.— Dores fortes e tractivas nas pernas durante as mu- danças de tempo, e n'um tempo ventoso.— Furunculos nas coxas. — Sensação de peso de paralysia, de adormecimento, ^ tremor nas coxas e nos joelho*, — Joelhos conw deslocados. íoá I ACI1ESIS. rijos e enfraquecidos.— Caimbras e dores na barriga da» pernas. — Borbulhas vermelhas nas coxas e nas pernas de- pois de as ter cocado.— 'Inchação dolorosa, vermelha ou azul dos pés e das pernas.— Peso, adormecimento, frio gla- cial, suor dos pés.—Comichão, * erupções sarnozas, papulas e manchas de queimadura nos pés e nas pernas. — Frieiras erhagades entre os dedos dos pés.—Abcessos nos calcanhares. LTCMA»». LYC.— Lycopodio, Pé de lobo. — Haunf.mann.— Dose usada: 30.—Duração d'acção: até 40 dias em muitos casos de moléstias chronicas. Antídotos: Camph. puls. Depois de Lycopodio convém algumas vezes: Graph. hd. phos. puls. silic. SYMPTOMAS GERAES.—'Tracções e rasgamentos nos mem- bros, com mais freqüência de noite e durante o descanço, al- gumas vezes também depois do meio dia, ou com intervallo de dois dias, e sobretudo por um tempo ventoso, ou chu- voso; alliviados pelo calor. —'Dores latejantes nas partes internas e externas. —'Rijesa dolorosa dos músculos e das articulações, muitas vezçs com torpor e insensibilidade dos membros.—'Adormecimento dos membros.—"Grande faci- lidade para se dar um geito nas cadeiras que muitas vezes he seguido de rijesa da nuca. — * Caimbras e contracções de membros. — Extensão e retracção spasmodicas e involuntá- rias de alguns músculos ou de alguns membros.— Sacudi- mentos e estremecimentos de alguns membros ou de todo o corpo, durante o somno e a vigilia. — Caimbras nas partes internas e externas, mesmo de noite.—Ataques de epilep- sia, algumas vezes com gritos, escuma na boca e grande an- gustia decoração. —"Inchaçõcs hydropicas e inflamatorias. — "Varises. — 'Nodosidades artkriticas. — Inchação das glândulas.— "Inflamação dos ossos com dores nocturnas. — Desvio e abrandamento de ossos.—"Ulceração dos ossos. — Freqüentemente os symptomas se aggravão mais pela volta das quatro horas da tarde, e começão a melhorar ás qua- tro da madrugada, excepto a fraqueza. —Afflicções perió- dicas. — Ebullição de sangue por todo o corpo, principal- mente de noite, com agitação e tremor. —Sensação como se a circulação do sangue estivesse suspensa. — Fraqueza interior. — Grande susceptibilidade nervosa.— "Fraqueza c alquebramento nos membros, sensível principalmente du- 104 i.vcopoaio. rantt o repouso, ou de manhã ao despeitar.—Depois dum pequeno passeio, cançasso^principalmente nas pernas, e sen- sação ardente nos pés. — Receio de mover-se e desejo continuo de estar deitado.—"Prostração total de forças com queixo cabido , olhos encobertos, e meio fechados, e res- piração lenta pela boca. —'Grande magreza, mesmo entre as crianças. —Accessos de desfallecimento, principalmente de noite, algumas vezes mesmo estando deitado, com perca de sentidos, obscurecímento da vista e grande indifferença. —Tremor de membros.— 'Falta de calor vital.— Grande desejo, ou forte repugnância para expor-se ao ar, com sen- sibilidade excessiva ao ar fresco. — Forte disposição para resfriar-se. Pelle. —» 'Aspereza e comichão, de dia, esquentando-se, ou de noite antes de deitar-se.— Tendência da pelle para fa- cilmente gretar-se. — 'Erupções dolorosas.— Erupções ur- ticarias.— Grandes manchas vermelhas sobre á pelle.— Manchas hepathicas, pruriginozas.—Ephelides abundantes. —lmpigens insensíveis d'um amarello escuro, seccas ou h tí- midas, purulentas, cheias de gretas profundas e de crostas espessas.— 'Grossos furunculos, que periodicamente appa- recem.— Ulceras sangrentas, com dor latejante e ardente durante a cura, ou com rasgamentos nocturnos e comichão. —Ulceras íistulosas com bordas callosas, vermelhas, des- truídas e luzentes, algumas vezes com inflamação e incha- ção da parte affectada.— 'Placas excoriadas na pelle, nas crianças. — Verrugas. —Frieiras. — "Grande seccura da pelle. Somno.—'Bocejos freqüentes e ás vezes interrompidos.—' Von- tade de dormir da dia, -e de noite cedo, com somno tardio, por affluencia de idéias e forte sobre-excitação nervosa.— Somno agitado e inquieto, com sonhos anxiosos, medonhos, e ddspertar freqüente com medo.— Sonhos libidinosos, pe- netrantes, tristes, com homicidios ou com occupaçóes do dia, ózc.—Estremecimentos, gritos, sobresaltos com medo, ou gargalhadas de riso, ou choros, e gemidos durante o somno.—"De noite, estremecimentos e inquietações nas per- nas, dor na cabeça, -angustia, pesadelo, ebullição de sangue e pancadas de coração, dor no estômago, colicas, soffrimen- tos asthmaticos, cxc.— Difliculdade de conservar-se deitado do lado esquerdo, por causa de pancadas de coração e d« fisgadas.—Impossibilidade de conservar-se deitado de noite, em razão de não achar-se posição alguma agradável. Febre.— Arrepiamentos de noite, algumas vc.es dum só la- do, ou de dous cm dous dias, com calor, ou seguido de LYCOPODIO. 103 de suor sem calor. — "Falta de calor vital. — Tebre terçan com vomites ácidos e opacidade da face e das mãos depois do arrepiamento. — Calor fogaz.— Calor ardente com res- piração curta. — "Febre maligna com rnalignidade e máo humor despertando, ou com sobre-e.xcitação nervosa, sem calor na cabeça nem rubor do rosto, rubor circunscripto das faces, grande fraqueza, suores que não allivião, lingoa ver- melha e secea e constipação.—"Febre lenta com suores noc- turnos, viscosos.—"Febre com prostração de todas as forças, queixo inferior pendente, olhos meio abertos, e respiração lenta com boca aberta. — Suor, principalmente na cara, facil a excitar de dia por um ligeiro exercício.—Suor febril de dia.— Suor nocturno, muitas ve/.os fétido ou glutinoso, principalmente no peito e no dorso. Moral.—'Melancolia taciturna e humor pesaroso, a ponto de desesperar da salvação eterna. —'Angustia, sobretudo na região do epigastrio, com melancolia e disposição, para cho- rar, -sobretudo depois de se ter encolerisado, ou na pre- sença de outras pessoas. —► Misantropia. — "Temor da soli- dão.—'Irratibilidade e susceptibilidade com choros.—Irras- cibilidade.—'Pertinácia.— Alienação e furor que se mani- festão pelo desejo, pelas censuras, pela arrogância e o des- potismo. — Caracter suave, submisso. —Indifferença com- pleta.—A versão para a palavra. — 'Fadiga por esforços ín- tellectuaes e impossibilidade de entregar-se a trabalhos de cabeça,—Atordoamento. — Impossibilidade de exprimir-se correctamente, ou engano de palavras e de svllabas. — Pa- lavra atrapalhada. Cabeça. — Atordoamento e vertigens, como por embriaguez. — Vertigens volteantes, principalmente abaixando a ca- beça, ou n'um quarto quente, com vontade de vomitar.— "Dor de cabeça em conseqüência d'uma emoção colérica. — "Dor de cabeça, com disposição para esvair-se e gran- de agitação.— 'Dor na cabeça com vertigens.—'Peso-da cabeça sacudindo-se, e voltando-a, assim como também com qualquer movimento que se faça.—Cephalaigía por ci- ma dos olhos logo depois do almoço.— Dor de cabeça se- milateral, de noite aggravada até tornar-se insuppoiia- vel pelo trabalho intellectuai.—'Dores de cabeça pressi- vas, como se algumas vezes enterrasse um prego na cabe- ça, ou com tensão, que augmenta estando deitado.—• 'Do- res de cabeça, despcdaçanles sobretudo depois do meio dia, ou de noite, principalmente na testa, porém muitas veses em toda a cabeça, nos olhos, no nariz, e nos dentes com vontade de deitar-se. — Dores de cabeça latejantes. - V;m- 106 LYCOPODIO. cadas na cabeça de tarde, depois de estar deitado. — 'Con- gestão na cabeça, com calor d'essa parte, algumas vezes de manhã, endireitando-se na cama. —Commoção e resonan- cia no cérebro a cada momento, furamento, raspamonto e rasgamento na pelle cabelluda, principalmente de noite.— Movimentos involuntários e estremeci mento convulsivo da cabeça. — Grande disposição pararesfriara cabeça. — 'Erup- ção na cabeça "com supuração abundante e fétida, 'algumas vezes com engurgitamento das glândulas da nuca e do pes- coço.—Os cabellos tornão-se pardos. — 'Calva. Olhos.—'Pressão nos olhos. —* A rdencia lavrante e fisgadas nos • olhos (e palpebras), principalmente de noite, na claridade da luz. — "Ardor nos olhos.— Sensação de frio nos olhos, de noite. — 'Inflamação dos olhos e das palpebras. —Orgelet. —Agglulinação das palpebras, sobretudo de noite, e lagri- mas, principalmente de dia, e ao vento frio. — "Remella nos olhos que impede ver. — Estremecimentos das palpebras. —Turvação da vista, como per pennugens.— Myopia.— Hemyopia vertical. — 'Presbyopia.— Confusão dos signaes, lendo-se.—'Obscurecimento,manchas pretas,scentellas dian- te dosolhos.—"Deslumbramento e irritação dos olhos, de noite na luz. Ouvidos.—Otalgia ao ar.—Congestão nas orelhas.—Ulcera- ção das orelhas. — Corrimento pelos ouvidos. — 'Sensibilida- de excessiva do ouvido, ao menor ruido; os sons da musica fatigão.—'Tinido c ruido nos ouvidos. —'Dureza do ouvi- vido. — "Crostas transparentes sobre e detraz das orelhas. Nariz.—'Ventas ulceradas, crostosas, obstruídas por mucosi- dades, de noite.—Inchação do nariz com corrimento azedo, fétido e corrosivo. —Movimentos convulsivos dos músculos do nariz.— Assoamento de sangue e 'epistaxis. —Sensibili- dade excessiva do odorato. — 'Corysa quasi que de todas as sortes.— 'Corysa secea com entupimento do nariz, embara- ços da cabeça e dor ardente na testa. — 'Entupimento das ventas, sobretudo de noite, permittindo respirar só pela boca. Rosto. — Palíidez do rosto, augmentando de noite. — 'Face amarella, terrosa, com rugas profundas, círculos azueis ao redor dos olhos e beiços azulados.—"Rubor circunscrbto das faces. — Face vermelha, opada, com erupções e manchas rubras.—"Inchação e tensão da face.—Rasgamento nos os- sos da face.—"Sensação dolorosa de frio no rosto.— Estre- mecimentos e movimentos convulsivos nos músculos da vara.-"'Accessos freqüentes de calor fogaz na face.— 'Erup- ção na face, as vezes com comichão.— "Ephelid.es. — "Im- LYCOPODIO. 107 pigens na face, -furfuraceas com centro amarello.— Beiços pallidos e azueis.— Movimentos convulsivos da boca e des- torsão dos cantos da mesma.— Inchação do beiço superior. —Erupções e excoriações nos beiços e nas commistsuras dos mesmos. — Ulceras na parte vermelha do lábio inferior.— Erupção pruriginosa ao redor da barba. — Inchação das glândulas maxillares. Dentes.— Odontalgia somente de noite, alliviada pelas bebi- das quentes e no calor da cama.—'Dores surdas dos dente* com inchação da face edas gengivas.—'Tracção crampoide, rasgamento e sacudimentos ou pulsações nos dentes, sobre- tudo durante ou depois da comida. — Rangimento de den- tes.— Embotamento dos dentes. — (Fistula nas gengivas). —Inchação das gengivas com sacudimentos, rasgamentos e tisgadas.—Ulceras nas gengivas. Boca. — 'Seccura da boca sem sede, com tensão das partes, lingoa pesada e palavra indistineta. — Torpor do interior da boca e da lingoa. — Exhalação d'um cheiro pútrido pela boca.—Hemorrhagia bocal. — 'Lingoa salgada, carregada*. —Movimentos involuntários da lingoa. Garganta.— Sensação de estrangulamento na garganta, com deglutição impedida.—'Seccura na garganta.—Dor de ex- coriação na garganta.—"Dor ardente na garganta, com sede nocturna. — "Sensação como se uma bola subisse da cavida- de do estômago para a garganta.—Inflamação da garganta e do palladar, com dor lancinante que impede a deglutição. —Inchação e supuração das amygdalas. — Ulceras seme- lhantes aos cancros.—'Roncos de mucosidades.-—"Papeira. Appetite.—Perca do gosto.—'Boca pegajosa ou amarga, so- bretudo de manhã, muitas vezes com náuseas. — 'Azedume na boca, sobretudo de manhã, ou gosto agro dos alimen- tos.—Falta de sede, ou sede ardente.—Sede nocturna.— 'Perca do appetite, algumas vezes no primeiro bocado.— 'Fome immoderada. —Bulimia. — "Repugnância para os alimentos cosidos ou quentes, para o pão de senteio, a car- ne, o café e a fumaça do fumo.—"Appelencia excessiva para os doces.—"Impossibilidade de digerir os alimentos pesados. — 'Depois da comida, dores hepaticas, oppressão c enchi- mento no peito e no ventre, náuseas, calor na cabeça, rubor da face, pulsação e tremor em todo o corpo, mãos quentes, batimentos de coração, colicas, etc.—'Depois de ter tomado leite, azia e diarrheia. Estômago.— 'Arrotos violentos depois do meio dia. — 'Ar- rotos agrou, ardentes, gordos ou -amargos. —'Regurgitação azeda des alimentos, sobretudo deleito. — 'Pyrosis.-aohve- lo« l.\i'Ol»ODlO. tudo depois da comida.—Soluço violento por accesso, sobre- tudo depois da comida.— Náuseas na alcova, dissipando-se ao ar c vice versa. —'Náuseas freqüentes, continuas, sobre- tudo de manhã, com amargor da boca.—"Náuseas pelo mo- vimento da carruagem.—"Sensação de insipidez no estôma- go, de manhã. —'Pituitas de estômago, algumas vezes de dous i-m dous dia? com corrimento d'uma agoadilha amarga. — 'Vomito de alimentos e de bili, sobretudo do noite ou de miínliã ?m jejum. —'Vomito de matérias verdes, amargas. — Vomito de sangue. — Dores de estômago com arrepia- mento'; e mãos mortas, depois de levemente se ter resfriado. —Dares de estômago periódicas, aliviadas no calor da cama. —'Pressão no estômago, de noito, e depois de cads. comida, ás vezes com amargor da boca.—-Dores compressivas e con- tractivas no estômago. —As.dores de estômago se manifes- íão principalmente de manhã, ao ar, depois da comida, ou depois de ter bebido vinho; diminuem ás vezes de noite, e muitas vezes são acompanhadas de caimbras de peito e de oppressão da respiração. —'Inchação do epigastrio, com sensibilidade dolorosa ao tocar. Ventre.—Tensão ao redor dos hypochondrios como por um circulo.—Pressão e tensão no figado. —Dor crampoide no diaphragmo e dor de contusão no figado, abaixando-se. — Dores hepaticas depois de ter comido.— Dureza do fígado. —Dores abdominaes pressivas.—* Enchimento e entaboamento do estômago e do ventre.—Peso no ventre.— Dureza no ven- tre.—Inchação hydropica do ventre. — Dores crampoides, contractivas no ventre que está inchado. — 'Rasgamentos, tracção, tensão e beliscamentos no ventre e nos lados do mes- mo.—'Arranhadura no baixo-ventre com suspensão da res- piração.—'Golpeamentos, sobretudo sobre o embigo. —Dor em cima do embigo ao tocar. — Dor ardente no ventre.— Fisgadas despedaçantes, pulsações e pressão no annel ingui- nal, como se fosse arrebentar uma hérnia.—Dores crampoi- des nos músculos abdominaes, sobretudo de noite.—'Incar- cerações de flactulencias.—* Efervescência ou borborygmos no ventre, sobretudo do lado esquerdo. Dejecções.—'Constipação de longa duração. — 'Constricção do ventre, ás vezes com desejo inútil de obrar e evacuação diflicil.— °Constipação ou diarrheia nas mulheres peijadas. —Dejecções palíidas, de cheiro pútrido. — Corrimento de mucosidades ou de sangue durante as dejecções.— Lombri- gas. — Dores no ânus depois cia comida e das dejecções.— Depois de obrar, entaboamento do ventre. — 'Comichão e tensão no ânus.—"Dores incisivas, fisgadas o dor de excoria- LYCOPODIO. 109 çüo no recto.—Spasmos do recto. —Borbulhas hemorrhoi- daes no ânus e no recto com sahida do mesmo. — Erupção » pruriginosa no ânus. Ourinas.—'Desejourgente de ourinar e emissão mui freqüente. —Ourina carregada com sedimento amarello ou rubro.— 'Fluxo de sangue °ás vezes com paralysia das pernas e cons- tipação.—Incontinencia de ourina.—Ardencia ourinando. —"Comichão na urethra durante e depois da emissão das ourinas.—'Beliscamentos lancinantes e dores incisivas na bexiga e na urethra. Partes viris.—Fisgadas, tracções e dores incisivas na glande. —Gonorrhéa bastarda com borbulhas vermelhas ao redor da glande.—'Excoriação entre o escroto e as coxas.—Inchação hydropica das partes genitaes.—'Exaltação immoderada ou falta co appetite venereo.—"Bepugnancia para o coito ou muita facilidade para ser excitado.—'Impotência de longa duração. — 'Fraqueza ou falta total de erecções.—'Pollu- ções immoderadas ou "falta dellas.—"Durante o coito, eja- eulação mui prompta ou 'tardia.—Adormecimento durante o coito.—Depois do coito e das polluções alquebramento. —Corrimento de licor prostatico. Regras.—Comichão, 'ardencia e asperesa na vulva.—"Pres- são por fora, em cima da vulva e na vagina abaixando-se.— "Expulsão de ventos pela vagina.—"Seccura chronica da va- gina.—'Dores lancinantes nos lábios, deitando-se.—Exco- riação entre as coxas, na vulva. —Durante e depois do coito, dor ardente na vagina.—'Regras (mui prematuras), mui abundantes e de mui longa duração.—Regras fáceis para se supprimirem por irfuito tempo por um susto.—"Antes das regras, arrepiamentos, tristeza, melancolia.—Durante as regras delirios com choros, dores de cabeça, azedumes na boca, dores de rins, inchação de pés, esvaimento, vomito de matérias azedas, golpeamentos, colicas e dores no dorso.— *Leucorrhéa -leitosa, amarella, vermelha e lavrante, "al- gumas vezes precedida de golpeamentos no baixo-ventre.— Inchação do seio com nodosidades. "Excoriação e crostas sanguentas nas mamas. Larynge. — Cocega formigante na trachea-arteria, de noite. —Defluxo com rouquidão e dor de excoriação no peito de- pois de ter fallado.—Accumulação de viscosidades no peito, com estertor mucoso.—"Voz fraca esiirda. — "Tosse depois do ter bebido. —'Tosse pertinaz e secea de madrugada.— 'Tosse nocturna, que abala a cabeça, o diaphragmo e o es- tômago.—'Tosse secea de dia e de noite.—'Tosse provocada por uma cocega, ou como produzida pelo vapor do enxofre, 110 LYCOPODIO. ou excitada respirando profundamente, geralmente com tx>- pectoração amarella e salgada, "algumas vezes com grande fraqueza de estômago, febre, suores nocturnosemagreza.— 'Tosse com expectoração abundante de matérias veides.— "Expectoração abundante de pus, tossindo. — Tosse com expectoração de sangue.— 'Tossindo, pancadas na cabeça, respiração curta, ardor e abalo no peito, ou dores na região estomacal. Peito.—Respiração curta com qualquer trabalho, mesmo nas erianças. — 'Oppressão de peito continua, aggravada pelo passeio ao ar. — "Estertor mucoso e rouquidão respirando. —Respirando, estremecimento e fisgadas no peito e nos la- dos.—"Dor de pisadura ho peito. — 'Pressão continua no peito. — Peso no peito.—Tensão na parte anterior do peito. —"Lancinações no peito, sobretudo a esquerda, e principal- mente espirrando, tossindo, rindo, e ao mais ligeiro movi- mento, algumas vezes com impossibilidade de deitar sobre & lado doente, e oppressão da respiração.—"Dor de excoriação no peito, sobretudo depois de ter íallado. — "Pontadas de lado, alternando com dores de dentes e dores nos membros. —Battimentos de coração, sobretudo durante a digestão, ou de noite na cama, algumas vezes anxiosos e trêmulos.— Erupção dolorosa e manchas hepaticas sobre o peito. Tronco.—Dores violentas nos rins, que não permittem con- servar-se quieto, estando assentado.— 'Dores nas espadoas e nos rins, principalmente movendo-se, abaixando-se, e le- vantando-se um objecto, acompanhadas muitas vezes de do- res constrictivas no ventre.—'Fisgadas nos rins, endireitan- do-se depois de ter estado curvado.*- Dores tractivas, des- pedaçantes e fisgadas nas espadoas e nos rins, com oppressão da respiração, principalmente estando assentado, e mesmo de noite.—"Desvio da columna vertebral.—"Tracção e con- tracção desde a nuca até o occiput.—'Rijeza da nuca, -al- gumas vezes em conseqüência duma volta de rins.—Man- chas hepaticas na nuca.—"lmpigens na nuca e debaixo dos sovacos.—Furunculos debaixo dossovacos.—Rijeza, incha- ção e induração d'um lado do pescoço.— 'Inchação das glândulas do pescoço e da espadoa, com dor latejante.— Fraqueza e paralysia dos músculos do pescoço. —Erupção dolorosa no pescoço.—"Papeira. Braços.—Rasgamentos e fisgadas nas articulações da espadoa e do cotovello.—'uores osteocopas nocturnas no braço e no cotovello.— 'Dor tractiva nos braços. —'Estremecimento nas espadoas e nos braços mesmo durante a sesta. —"Fra- queza paralytica dos braços.—Adormecimento facil dos bra- LYCOPODIO. 111 ços t dos dedos, mesmo de noite, ou somente levantando-os. — Prurido lavrante e manchas hepaticas nos braços. — "Rijeza arthritica do cotovello e do punho.—lmpigens no braço.—Inflamação erysipelalosa, no ante-braço, com supu- ração.— 'Seccura da pelle das rnãos. — "Sensação ardente na palma das mãos.— Inchação vermelha 'e indolore das mãos.—Verrugas sobre as mãos c os dedos. — Torpor dos dedos e das mãos, que estão come mortas.—Tremor invo- luntário das mãos.—'Inchação vermelha, e rasgamento ar- thriticonas articulações dos dedos.—"Nodosidades arthríti- cas e rijeza nos dedos.—Enrijamento dos dedos trabalhan- do.—Contracção e sacudimentos nos dedos.—Frieiras. Pernas.—Dores periódicas, desde a articulação coxo-femoral até no pé, seguidamente. — 'Rompimento nas pernas e nos joelhos, sobre a tíbia e o peito do pé, sobretudo de tarde e de noite. —Inquietações, sacudimentos e tremor nas pernas e nos pés, principalmente de tarde e de noite. —Sacudimentos involuntários nas pernas, ou affastamento e approximação alternativas das coxas.—"Comichão ardente e lavrante nas pernas, sobre tudo nas curvas. — "Cançasso e rijeza dos joelhos. — 'Inchação dos joelhos.—"Inchação das pernas, com manchas vermelhas ardentes, alongadas e do- res que não permittem apoiar o pé. — °Paralysía das pernas, com fluxo de s?ngue e constipação. — lmpigens nas pernas e na barriga das pernas. —"Tumor branco no joelho.—'Caimbras e dores crampoides na barriga das per- nas, sobretudo andando-se, e de noite. — "Dor ardente nas pernas.—"Ulceras nas pernas, com rompimentos nocturnos, comichão e dor ardente. — 'Dor na planta dos pés, andan- do.—'Caimbras nos pés e nos pollegares.—"Inchação dos pés e dos malleolos ou da planta dos pés (com dor lanci- nante).—*Pés frios.—'Suor frio nos pés, ás vezes abundan- te, e com excoriação da pelle.—"Curvamento dos pollegares andando.— 'Contracção dos pollegares. —'Calos nos pés, algumas vezes com dor lancinante. X2&CVM0. MERC.—Mercúrio.— Haunemann.— Doses usadas : 3, 12, 30.— Duração d'acção : 3 a 4 semanas em alguns casos de moléstias chronicas. Antídotos: Arn. asa. bell. camph. carb-v. chin. dulc, electric. hep. iod. lach. lyc. mez. nitr-ac. op. sass. sep. sil. sulf.— Emprega-se como antídoto de: Aur. bell. ant. chin. coff. cupr. diad. dulc. fer. lach. mez. op. sulf. valer. Depois de mercúrio convém algumas vezes : Bell. chin. dulc. hep. lach. nitr-ac. sep. sulf. SYrMPTOMAS GIÍRAES. —*Dores despedaçantes e tractivas ou lancinantes lios membros, principalmente de noite, no calor da cama tornão-se insupportaveis — "Inchações in- flamatorias d'um vermelho luzente.—'Dores osteocopas noc- turnas.—Aggravação dos soffrimentos de noite, ou de tarde, assim como pelo ar fresco (da noite).— Batimentos, sensa- ção de deslocação e 'dores arthríticas nas articulações, com inchação. — 'Dores rheumatismaes com suor abundante que não allivia.—De manhã e no desçanço sente-se muitas me- lhoras, principalmente estando sentado ou deitado.—'Todo o corpo está como quebrado, com adormecimento de todos os ossos. — Grande agitação nos membros, principalmente de noite, com dores nas articulações. — 'Grande fadiga, fra- queza e queda rápida de forças, com grande indisposição do corpo e do espirito. — Ebullições tie sangue e tremores fre- qüentes, ainda mesmo depois do menor esforço.— 'Conges- tões sangüíneas e hemorrhagias. — Grande disposição para se adormecerem os membros.—Caimbras, 'movimentos con- vulsivos e "accessos de epilepsia nocturnos, com gritos, ri- jeza do corpo, entaboamento do ventre, comichão no nariz e sede.—Spasmos tônicos e tetanos. — Rijeza cataleptica do corpo. — Accessos de esvaimenlos. — Paralysia de muitos membros.— Magresa e atrophi i de todo o corpo. — 'Sobrc- excilaçào e sobre-excitabit idade de todos os órgãos. 113 Mercúrio. -fOT Pklle.__* Côr amarella da pelle, com transpiração que cora a roupa de amarello. — 'Engurgiluniento, inflamação c ul- ceração das glândulas, com dores pulsativas e lancinantes, inchação dura, vermelha e lusente, ou sem alteração notá- vel da pelle.— 'Erupções, miliares, urticarias, borbulhosas, ou pustulosas e purulentas. — Borbulhas pruriginosas, com ardencia depois de ter cocado. — 'Erupções cpiesc asseme- lhão á sarna e que facilmente vertem sangue. — "As chagas facilmente se ulcerão -e (passão á gangrena). — Inflama- ções erysipelatosas. — Manchas vermelhas, elevadas, ou hepaticas, ou semelhantes ás manchas scorbuticas. — Pe- quenas borbulhas pruriginosas que se ulcerão e se cobrem d'uma crosta.—"Manchas herpeticas. excoriadas c sangren- tas ou 'impigens seccas, pruriginosas e farinaceas. — Des- quamacão da pelle. — 'Ulceras píuigedenicas, ou -azueis. fungosas e facilmente sangrentas, ou superíiciaes c como ruídas por iusectos ou segregando um pus ichoroso e cor- rosivo. — 'Ulceras cancrosas. —Pruido violento libidinoso por todo o corpo, principalmente de tarde, ou de noite, augmentado pelo calor da cama, e algumas vezes com ar- dencia depois de caçado.—Condensação doperiostio, 'exos- tose e caria, abcessos nas articulações, grande fragilidade dos ossos. Somno. — *Disposie;ão excessiva ao somno, de dia e de noite; somno profundo e prolongado. — Desejo de dormir sem o poder. — *Dc noile, somno tardio, -e de manhã, despertar €edo. -- 'Somno mui ligeiro e agitado, com despertar fre- qüente, sobresaltos e medo.—Insomnia por sobre-excilação nervosa, — Sonhos freqüentes, anxiosos, horríveis, fantásti- cos, históricos, activos e iibidinosos; sonhos de facinorosos, de cães que mordem, de revolta, de dilúvios, de tiros, &c. , étc.—'De noite, inquietação, anxiedade, agitação e afflic- ção, pesadelo, dores, calor ou suor, ebullição de sangue, gritos, choros, pancadas decoração, vertigens e muitos ou- tros soffrimentos. — Adormecendo, aggravação de dores, sobresaltos, e fantasmas medonhas diante da vista; durante o somno. palavras, gemidos, suspiros, respiração curta, com boca aberta e mãos frias; *ao despertar, suor, -gritos, cho- ros e palavras incoherentes. Febre.—Frio, arrepiamentos e horripilação por todo o corpo, principalmente depois de ter dormido, de dia ou de noite, assim como de noite, ou de tarde e de manhã na cama, e algumas vezes, com côr azul da pelle, frio glacial das mãos e dos pés, palpitações musculares, movimentos convulsivos da cabeça, dos braços, das pernas, sensação de rasaainento lõ i-08 MERCÚRIO. nos membros e vontade de deitar-se , tremor dos mem- bros , dores activas na cabeça , vontade d'ourinar , som- nolencia, <&c.— Calor do rosto, e da cabeça, com verme- lhidão c ardor das faces, frios e calafrios, ou horripilação por todo o corpo, ou "calor misturado de arrepiamentos, ou de suores.— Durante o calor, sôde inextinguivcl, grande desejo de leite, e aggravação das dores descobrindo-se. — 'Accessos febris, de noite, ou de tarde; "febres, com symp- tomas inflamatorios, ou com um estado pútrido;-febres lentas e hecticas.—'Pulso irregular, ou accelerado, forte e intermittente; -ou fraco, lento e tremulo. — 'Suores abun- dantes, excessivos e colicativos, tanto de dia como de noite, de manhã, de tarde, depois de estar deitado, e comendo-se, e algumas vezes fétidos, ou ácidos, ou oleosos, tingindo a roupa d'amarello.— Suor, com náuseas, e vontade de dor- mir, grande fadiga, sede, anxiedade, suspensão da respira- ção, pontadas de lado, &c. , &c. Moral.— Grande angustia, inquietação e agitação, com re- ceio de perder a razão, ou com tormento excessivo interior, principalmente de tarde ou de noite, na cama, como se ti- vesse commettido algum crime.—"Abatimento moral -com grande indifferença, desanimo, horror do trabalho, e des- gosto da vida.— Apprehensões.— Máo humor, disposição para encolerisar-se, e enfurecer-se, grande susceptibilidade de caracter, humor bulhento, desconfiança e suspeitas. — "Morosidade e repugnância para a conversação.— 'Gemi- dos.— Sobre-excitação e grande irritabilidade moral, com disposição para. facilmente assustar-se. — 'Inaptidãopara toda a meditação, g facilmente para enganar-se fallando.— Fraqueza da memória.— Instabilidade das idéas, da qual uma expelle a outra.— Tontices.—Accessos de mania e de demência, com disposição aos choros. —Perca do sentido e da falia.—Furor, com horror dos liquidos. Cabeça.— "Obnubilação, -embriaguez e atordoamento, prin- cipalmente de manhã, ao despertar ou levantando-se.— 'Vertigens, levantando, ou movendo a cabeça ou estando assentado, ou deitado de costas, assim como também du- rante ou depois de qualquer passeio ao ar, ou de noite, e muitas vezes com náuseas, obscurecimento da vista, calor anxioso, e vontade de deitar-se.—Peso, enchimento e pres- são na cabeça, como se a testa estivesse comprimida por uma facha, ou que o craneo devesse arrebentar.— (De noite) sen- sibilidade dolorosa do cérebro, com cançasso de cabeça pelo ruido* melhorando, quando ella se acha apoiada sobre o braço.— Dores de cabeça excessivas, que obrigão a compri- MERCÚRIO. 4£9 mil-a com as duas mãos. — 'Calor e ardor, ou dores despe- daçanles e tractivas, ou fisgadas na cabeça, não occupando muitas vezes mais do que um só lado, e propagando-se até nos ouvidos, nos dentes e no pescoço. — Fervor, furamento 9 loucura, golpes e pancadas na cabeça. — Dor e pisadura no cérebro, de manhã, na cama. — Cephalaigía nocturna. —Dores osteocopas na cabeça, e 'exostoses no craneo.— Inchação da cabeça; 'adormecimento da pelle cabelluda; do- res vivas e ardentes nos tegumentos do craneo.— Erupção secea na cabeça; pequenas crostas nos cabellos, ás vezescom comichão ardente, 'crostas ressumbrantes, com excoriação da pelle cabelluda, e destruição dos cabellos.— Cabida dos cabellos. — 'Suor na cabeça e na testa algumas vezes frio e viscoso. Olhos.— Olhos turvos, ternos c redondos. — * Pressão nos olhes como por areia, "principalmente esforçando-se para fixar um objecto. — Fisgadas, 'comichão, prurido e ardor nos olhos, principalmente ao ar livre. — 'Olhos vermelhos, inflamados, com vermelhidão da conjunctiva ou da sclerotica, e enjec- ção das veias da sclerotica ou do angulo externo dos olhos. — 'Lagrimas abundantes dos olhos principalmente de noite. — 'Sensibilidade excessiva dos olhos para a luz, e o brilha do fogo. — "Pústulas sobre a conjunctiva e ulceras da cornea. — 'Palpebras vermelhas, inflamadas, inchadas, "ulceradas sobre as extremidades, e cobertas de crostas. — 'Sensação cm baixo da palpebra, como um orgelet. — "Agglutinação nocturna das palpebras.— "Occlusão spasmodica das palpe- bras com difliculdade d'abril-as. — "Crostas ao redor dos olhos.— 'Amblyopia, e turvação da vista como por um ne- voeiro, com perca total d'eila; 'pontos pretos, moscas volan- tes, -chammas e scentellas diante os olhos.—Mobilidade dos caracteres lendo. Ouvidos. — Dores despedaçanles, latejantes e tractivas nos ou- vidos, ás vezes com sensação de frio, como se dantro delles houvesse gelo, augmentadas pelo calor da cama. — Ouvido e o condueto auditivo estão como inflamados, com dores crampoides e latejantes.— 'Excoriação e ulceração da con- cha.— Otorrhéa puttãenta e excrcscencias fungosas no ou- vido, 'com rasgamento no ladoaffectado da cabeça e do ros- to.— Corrimento de sangue pelos ouvidos. — Corrimento. de cera. — Tumor cutâneo e borbulhas furfuraceas e res- sumbrantes no lobulo. — "Dureza, de ouvido, algumas vezes com obturação das orelhas, que cessa engulindo-se ou nias- cando-se, -ou com resomnanc.ia extraordinária de todos os sons no ouvido.—Tinido, "zoeira e zumbido nos ouvidor -1-H> JIERCURIO. principalmente de noite. — Sensibilidade dolorosa e incha- ção inflamatoria das parotidas. Nariz.— Inchação dos ossos do nariz, com sensibilidade dolo- sa, ao tocar.—Comichão, no nariz.—Tensão, pressão e sen- sação de peso do nariz. — Còr preta do nariz. — Inchação inflamatoria c vermelhidão luzente do nariz com comichão. —Crostas nas ventas.— Corrimento dum pus fétido e cor- rosivo pelo nariz. —'Fluxo de sangue do nariz freqüente e abundante, mesmo duranteo somno, e ás vezes tossindo-se. —Obturação e °seccura do nariz.—Espirro freqüente.— "Coryza secea com obturação do nariz ou "coryza fluente, 'com corrimento abundante de serosidades corrosivas.-- Cheiro pútrido pelo nariz.—Pústula dolorosa no nariz. Rosto. — 'Facepallida ou amarella, -ou còr de chumbo, *ou térrea. — Faces decompostas e puxadas.—Circulo, d'um vermelho azul ao redor dos olhos. — Calor febril e vermelhi- dão das faces. — 'Entumescencia e inchação do rosto -princi- palmente ao redor dos olhos. — "Inchação da face.— 'Ras- gamento nos ossos e nos músculos, ( d'um só lado ) do rosto. —Pressão e pontadas no ossozygomatico.—Sensação de ten- são da pelle, no rosto e na cabeça.—Suor do rosto.—Manchas vermelhas e herpeticas no rosto.— 'Crosla amarella no ros- to, -com resudação d um humor fétido, comichão continua de dia e de noite, e sangramento depois de se ter cocado.— Beiços ásperos, seccos, e denegridos, com ardor, tocando-os. — Inchação e ulceração dos beiços. — 'Crostas amarellas, -pústulas purulentas, e pequenas ulceras nos beiços e ao redor da barba. — Frieiras rhagades e ulceração nos cantos tia boca. — Distorção da boca, e movimentos convulsivos dos beiços. — 'Aperto eimmobilidade dos queixos -com inchação inflamatoria do queixo inferior e 'tensão nos músculos do pescoço. —"Engurgitamento e inchação inflamatoria das glân- dulas maxillares, com dores latejantes ou pulsativas, ou sem dores. — Caria do queixo. Dentes. — 'Dores despedaçanles, latejantes, ou pulsativas nos dentes cariados, ou nas raizes, propagando-se muitas vezes até nos ouvidos, e por toda a face do lado afléctado, -algumas vezes mesmo com inchação dolorosa da face, ou das glându- las maxillares, com salivação e calafrios.— *Apparirão, ou aggravação das dores de dentei, principalmente de tarde ou de. noite no calor da cama, onde se tornão insunportaveis; renovando-se com o ar fresco, assim como comendo-se. ou tomando-se na boca alguma couza quente ou fria. — *Em- Dotaiiiento,-negrura, aballo e cabida de dentes.— "Comi- chão e vermelhidão das gengivas. — Gengivas fungosasc san- '7 mercúrio. 4Art guentas. — Despegamento e inchação das gengivas, principal- mente de noite, com dor ardente e sensação de excoriação, tocando-ose comendo-se. — 'Gengivas lividas, descoradas, e mui sensiveis. — 'Ulceração das gengivas. Boca.__'Cheiro fétido, cidaveroso da boca. — Còr azul, exco- riação e 'inchação inflamatoria do interior d'ella. — Dor ar- dente, vesiculas, empolas, 'aphthase ulceras na boca.—Sen- sação de seccura na boca e no paladar, eu 'accumulação de mucosidades viscosas. — Ulceração do orifício dos condutos salivares, e 'corrimento abundante d'uma saliva excessiva- mente fétida, -e ás vezes mesmo sanguinolçnta.—'Lingoa humida, carregada de mucosidades brancas e espessas, ou seccas, "morenas ou denegridas. —"Dureza, inchação inflama- toria, e ulceração da lingoa, com dores latejantes. — Rije- za, insensibilidade e Ímmobílidade da lingoa.—Sensação so- bre a lingoa como se ella estivesse queimada.—Tremor da lingoa.— 'Falia accelerada e balbuciante; 'perca total delia. — Ulceração, -e caria do paladar. Garganta. — 'Seccura dolorosa da garganta a qual impede fallar.—"Dor de excoriação e ardor ou sensação de calor que excede a guella. —'Dores latejantes na garganta e nos ton- sillos , principalmente engulindo-se. — 'Allongamento e in- chação da campainha.—'Suppuração das amygdalas.—Pres- são e dores de excoriação e d'ulceração no esophago. — 'In- chação inflamatoria e vermelhidão de todas aspartes da boca e da garganta. —"Accumulação de mucosidades espessas e viscosas na garganta. — 'Sensação como se houvesse nella um tumor ou algum corpo estranho que fosse preciso engulir-se. — 'Necessidade freqüente d'engulir.— 'Deglutição dolorosa, -difficil, e algumas vezes spasmodica, com risco de suffocação. — 'Impossibilidade de engulir o menor liquido, que sahe pe- los narizes. — *As dores de garganta ordinariamente se es- tendem até nos ouvidos, nas parotidas, nas glândulas maxil- lares e nas do pescoço; ellas aggravão-se a maior parte das vezes, respirando-se, assim como também de noite, no ar fres- co, fallando-se, e muitas vezes são acompanhadas de sa- livação. Appetite.—'Gosto pútrido, salgado, -adocicado ou metallico. —Gosto amargo, principalmente de manhã, em jejum. — Gosto amargo ou adocicado do pão de senteio.—'Gosto áci- do e mucoso durante e fora do tempo das comidas. — 'Sede violenta, ardente, de dia e de noite, com desejo de bebidas frias, e principalmente de leite e da cerveja.— 'Desejo do vinho e da agoardente. — *Apr elite c fome insaciáveis, com máo gosto dos alimentos.—Bullimia, com grande debilida- -M2 MERCÚRIO. de.—Falta d'appetite. —Nenhum desejo de alimentos, no entanto que todos elles são agradáveis ao gosto comendo-os. —Sede mais vehemente que o appetite.—Saciedade promp- ta comendo-se.— Máo gosto de todos os alimentos, princi- palmente dos alimentos sólidos, da carne, dos doces, das comi- das assadas e do café.— Grande fraqueza da digestãor com fo- me continua, e pressão no estômago, arrotos freqüentes, py- rosese muitos outros incommodos depois da comida.—O pão pesa muito no estômago. Estômago.—'Náuseas e vontade de vomitar excessiva, muitas vezes com deres incisivas, e pressivas no estômago, no peite e no ventre, anxiedade e inquietação, dores na cabeça, vertigens, obscurecimento da vista e calor fogaz. —As náu- seas augmentão-se muitas vezes depois da comida, e são acompanhadas d'uma sensação na garganta , como se tivesse comido cousas adocicadas.— Arrotos principalmente depois de ter comido, e muitas vezes d'um gosto pútrido ou amar- go ou agro e rançoso.— "Arrotos interrompidos, violentos. —Pyrosis, regurgitação de liquidos rançosos, e soluços du- rante e depois da comida.—* Vomituração e vômitos de ma- térias mucosas, amargas ou de bili.—Vomito violento com movimentos convulsivos.—Ardor, dor violenta e 'sensibili- dade excessiva no estômago e na região precordial.— 'Ten- são, enchimento e 'pressão como por uma pedra na cavida- de do estômago, principalmente durante ou depois da comi- da, por pouco que se tenha comido.—Dor aguda e cons- trictiva na região precordial.—Dores crampoides no estô- mago por pouco que se tenha comido. Ventre.—'Sensibilidade dolorosa da região hepatica, com do- res latejantes, ardentes, augmentada por qualquermovimeri- to do corpo ou das partes affectadas.— 'Inchação e dureza do fígado.—'Itericia completa.—'Ventre duro c entaboa- do com adormecimento ao tocar, principalmente na região umbilical. — 'Colicas violentas, com golpeamentos, fisgadas como por cortes de faca, contracção dolorosa, e -beliscadu- ras no ventre, 'principalmente de. noite, ou na frescura da noite.—Tensão e pressão, como por uma pedra, principal- mente na região umbilical.— Ardencia no ventre 20 redor do embigo.— 'Dores excessivas e insuportáveis no ventre, as quaes só desapparecem deitando-se. — Dor no ventre em conseqüência d'um resfriamento.—Sensação como se os in- testinos estivessem relachados e se movessem no ventre, an- dando-se. —'As dores de ventre muitas vezes são acampa- das de calafrios ou de calor o de vermelhidão das faces, assim como d'uma grande sensibilidade do ventre e da rc- MERCÚRIO. 113 gião precordial, a qualquer contacto com a menor pressão. —Soffrimentos por flactuosidades, principalmente de noite, com entaboamento do ventre, borborygmos e gorgolejos.— Tensão, pressão e fisgadas como por cortes nas virilhas.— "Engurgitamento, e inchação inflamatoria das glândulas inguinaes com vermelhidão e sensibilidade dolorosa andan- do-se, e estando firme.—"Ulceração e supuração das glân- dulas inguinaes. Dejecções.—Constipação, com dejecções duras, viscosas e no- dosas,-e sahidas com muito esforço.—'Vontade inútil, po- rém freqüente d'obrar, principalmente de noite, e algumas vezes com tenesmo, sahida das hemorrhoides e náuseas.— 'Dejecções diarrheicas e dysentericas, principalmente de noi- te, com colicas e golpeamentos violentos, necessidade urgen- te de expulsar as matérias, tenesmo c ardor no ânus, pyroses, náuseas, e arrotos, angustia, calor ou suor frio no rosto, arrepiamentos e horripilação, prostração e tremor de todos os membros. — 'Diarrheia produzida pelo ar frio da noite.— "Evacuações pouco abundantes de mucosidades sanguinolen- tas.— 'Dejecções mucosas, ou biliosas, pútridas ou ácidas, ou d'uma côr verde, ou morena, ou vermelha, ou amarella, còr de enxofre, ou d'um branco sinzento.— Dejecções da consistência da papa, ou escumosas, ou como matérias fei- tas em pedaços.—'Evacuação de matérias corrosivas e ar- dentes.— 'Sahida de sangue ou de mucosidades pelo recto, mesmo com dejecções não diarrheicas, e fora do tempo cFelIas, com tenesmo no ânus.—Sahida de hemorrhoides. —'Sahida d'ascarides e de lombrigas. — Comichão, fisga- das, excoriação no ânus. — "Queda do recto, o qual em sua sahida parece preto esanguento. —"Dejecções de ma- térias não digeridas ou pretas comoo alcatrão. Ourinas. — Vontade incessante d'ourinar de dia c a noite, algu- mas vezes com esforços inúteis , ou com emissão pouco abundante.— Jacto de ourina excessivamente delgado. — Evacuação freqüente e abundante de oíirina, como na diabe- tes, com excessiva magreza. — Vontade urgente d'ourinar, com incontinencia d'ourina.—Evacuação nocturna.—Emis- são d'ourina ás gotas. — Ourinas carregadas, ou vermelhas, ou morenas, ou còr de sangue.—Ourinas fétidas, turvas e formando um deposito, ou sanguinolentas, ou d'um cheiro ácido.—'Ourinas corosivas, e ardentes.—Sedimento espesso nas ourinas. — Nuvens brancas e flocosas nas ourinas. — Sahidas de mucosidades duras ou de flocos e de fios brancos durante ou depois da emissão da ourina. — 'Corrimento de sangue pela uretra.—"Dores incisivas c contractivas na re- 44Í MERCÚRIO. gião renal, de noite.— Pulsação, dorts incisivas, ardor, e fisgadas na uretra, mesmo fora do tempo da emissão das ourinas.— Inflamação do orificio da uretra, e corrimento de matérias espessas, amarellas, ou serosas, brancas. Partes viris. — Exaltação do appetite venereo, e grande fla- cidez, com erecções e polluções freqüentes.—Erecções dolo- rosas, e algumas vezes polluções sanguinolentas. — Penix pequeno, frio e flascido.—Prurido libidinoso, efervescência, rasgamento e fisgadas na glande e no prepucio. — Inchação inflamatoria do prepucio, algumas vezes com dores ardentes, frieiras, rhagades e erupções. — Secreção purulenta entre o prepucio e a glande, algumas vezes com inchação; calor e rubor da parte anterior do penix. — 'Vesiculas e ulceras phagedenicas com bordas elevadas na glande e no prepucio. —Sensação de frio nos testículos. — "Testículos duros e in- chados, com rubor lusente do escroto e 'dor tractiva nos tes- tículos e no cordão spermatico.— Comichão, efervescência e fisgadas nos testículos. — Forte transpiração das partes an- dando.—Excoriação entre as partes e as coxas. Regras.—"Suppressão das regras.—Regras muito abundantes com inquietações e colicas.—Metrorrhagia.—'Antes das re- gras, calor secco, com ebullição de sangue e congestão na cabeça. —"Durante as regras lingoa vermelha com manchas carregadas e ardencia, gosto da boca salgado, dentes embo- tados e gengivas descoradas.—Flores brancas, purulentas e corrosivas, com comichão nas partes. —Prurido, borbulhas e nodosidades nos lábios.—Inchação inflamatoria da vagina, com sensação como se estivesse ardente e excoriada.— "In- chação dos lábios com calor, dureza, rubor lusente, grande sensibilidade ao tocar, e dores ardentes, pulsativas e lanci- nantes. — 'Queda da vagina.—Concepção facil e certa.— 'Entumescencia dura das mamas, com dores de ulcerações, qu °com supuração e verdadeira ulceração.—'Excoriação das mamas. Larynge—* Catarrho*com arrepiamentos febris, -humor hypo- condriaco, desgosto de todos os alimentos e constipação.—■ Roquidãocontinua eperca davoz.—Voz fanhosa.—"Ardencia e cocega na larynge.—'Tosse secea, algumas veses fatigante e arquejante, principalmente de noite na cama, ou mesmo durante o somno, e de manhã despertando, excitada por uma cocega ou uma sensação de seccura no peito, e aggravada {aliando. —Tosse como por uma irritação do estômago.— "Tosse convulsiva, com vomituração. —Tossindo, dores na cabeça e no peito, como se estas partes arebentassem, °ou fisgadas no alto da cabeça, -ou dor de excoriação no peito ME-iiCUlilO». i-21 A} i|or nos rins. — Desejo de vomitar e accesso de suffocação tossindo.—Tosse com-expectoração de sangue puro. — icssc rouca, com sensação de seccura e fisgadas na garganta. Piíixo.__Respiração dilíicü, como se de todo faltasse, °ou cur- ta e estrondosa. —"Respiração curta, subindo um a esca- da ou andando apressadamente. —Oppressão ai..xiosa do peito, e oppressão da .epiração com necessidade-de respi- rar profundamente, principalmente depois da comida, ou ..com accessos de suifucação de noite, ou de tarde na cama, estando deitado (sobre o lano o-ejuerdo). —Falta de respi- ração, com aperto e tensão no peito, e sensação como se ao menor movimento c a menor palavra , a vida tosse ex- iiimuir-se. — Pressão no peito, algumas vezes até noshom- bros, com impossibilidade de respirar profundamente. — Ardor, no peito, algumas vezes até na garganta.—- Fisgada* como por cortes) no peito, e nas iíhargas ou até nas costas, principalmente respirando, e^pirrando e tossindo.—Sen- sação de pisadura, de inchação, e dor de excoriação e d'ulceração no peito.— "Palpites de coração. Tronco.—Dores activas c sensação de pisadura nos músculos do peito.— Dores agudas, falta de solidez e fraqueza nos rins.—Dor de pisadura nos rins, na espadoa e nos omopla- tas.—Ardor e 'dor tractiva nos hombros e na nina —Rije- za c inchação rheumatica da nuca e. do pescoço.— Fisgadas nos músculos do pescoço. — EngurgiUimento e inchação in- flamatoria das glândulas do pescoço com dores Uitoj autos e pressivas. Bii.vros.—'Dores agudas nas espadoas e nos braços principal- mente de noite, e movendo essas partes. — Estremeci- mentos nos braços e nos dedos.—Inchação quente e verme- lha desde o cotovello até á mão.— Miliar pruriginosa nos braços.—lmp;gens furfuraceaseardentes no ante-braço e no punho.—EsLallo, fraqueza e sensação de paralysia da j/x?". — Suor na palma das mãos.— Erupção sarnosa nas mãos. —'Contracção crampoide das mãos e dos dedos. — Inchação das articulações dos d" ' s.—Frieirus e rhagades pio fundas e sanguentas nas mãos e nos dedos. — Dores crampoides e adormecimento natural das mãos, trabalhando.— Indução do punho, com dor ao tocar, e movendo-o.—Rijeza dos pu- nhos.— Ulceração nas unhas.—EMoiíação dos dedos --De- dos mortos. Pernas. — 'Dores activas e lancinantes na crlicvlcção coxo- femoral, assim como nas coxas e nos joelhos, principclmen ■ lede noite, c d ■rante o movimento, e muitas vezes com sen- sação de frio nas partes doentes. —Grande ir queza. pesa r 16 182 MEncrnio. concasjo nas coxas e nas pernas.—Sensação de rijeza, de en- torpecimento e de caimbras nas coxas. —Borbulhas pruri- ginosas nas coxas.— Inchação edematosa, transparente das coxas e das pernas. Tensão na curva da' pernas, como se os tendões fossem muito curtos. — Miliar pruiiginosa nas pernas.— 'lmpigens nas coxas e nas pernas. —Contracção das pernas, e caimbras na barriga das pernas e tios polle- gares. —Inchação da garganta do pé, ou dos calcanhares, com dores activas ou latejantes. —Dor de deslocação no pé.—Frio e suor nos pés.—"Inchação dolorosa dos ossos do meta tarso.—I'nch açêo dos pollegares.—Ulceração das unhas. BftX-rtiCXM, V-VOM.— Noz-vomica.—Haiinemann.— Dosas usadas: 15, 24, e 30.— Duração d'acção : 15, 20 dias o mes- mo por mais tempo. Autiüotos : Acon. alcohol. camph. cham. coff. coce. puls. vinum.—Emprega-se como antídoto de: Antr. ars. cale. cham. chin. coce. coff. celch. cupr. dig, graph. lach. petr. phos. puls. stram. suif. tahac. Depois da noz-vomica será ás vezes conveniente: Bryon. puls. e sulf. SYMPTOMAS GERAES.—'Dores lancinantes, arquejantes, ou estremecentes, despedaçantes e tractivas, com sensação de torpor e de fraqueza paralytica das partes affectadas.—Dores tão excessivamente insupportavcis que antes se desejaria morrer.— 'Dores de mortificação nos membros e nas articu- luçôes, a maior parte das vezes de manhã na cama, e duran- te ou depois do movimento. — "Tensão e rijeza, adormeci- mento e torpor, cançasso, alquebramento e paralysia dos m.mbros.—Tremor dos membros.— Palpitação dos múscu- los ou sensação como se alguma cousa S2 movesre.—ímmo- bílidade das articulações.—Contracções crampoides de mui- tas partes.—'Accessos de convulsões, de caimbras, de teta nos e outros spasmos, algumas vezes com gritos, derreament® da cabeça, tremor dos membros, evacuação involuntária das dejecções e das ourinas. vomito, suor abundante, sede e res- piração arquejanfe. —"Toda emoção colérica renova os ac- cessos epilépticos. —Os accesso? de pé-chorea são seguidos duma sensação de torpor e de adormecimento nas partes affectadas. — 'Accessos de indisposição, principalmente de- pois do jantar, de tarde ou de noite, e algumas vezes com náuseas que excedem da cavidade do estômago, anxiedade, fraqueza e tremor dos membros, calor passageiro c palíidez do rosto, zunidp nos ouvidos, dores na cavidade do estôma- go, efervescência nos pés e nas mãos, e necessidade de dei- far-se. -- 'Accessos de djesfalhcimento depois elo menor es- 124 NOZ-VOVIÍ..A. forço, pi'incipalmente depois de passear ao ar, e algumas vezes com vertigens, atordoamento, scentoMas, nevoeiro dian- te os olhos c fervor do sangue. — 'Grande alquebramento e fadiga, mesmo de manhã despertando, ou depois de estar levantolo, e grande prostração depois do menor passeio ao ar. — 'Queda rápida e gera! das forças js grande fraqueza dos músculos, com andar vascilante "e prostração.—'Sobre- excitacão delido o s<)>a nervoso cova mui grande un- pressionabilidude de bules os órgãos, principalmente da vista e do ouvido.— * Sensibilidade excessiva c repugnância para a corrente de ar, com disposição para se resfriar facilmente. —"Dormencia do corpo, preguiça e horror de todo movi- mento, com muita necessidade de ficar deitado ou assentado, posições nas quaes todas as dores são alliviadas. — Os sof- frimentos que apparecerão durante o repouso na alcova, melhorâo-se pelo passeio ao grande ar, e vice-versa. —"O café, o vinho, a fumaça do fumo, a meditação e as vigílias, * assim como um tempo ventoso, provocão ou aggravão tam- bém muito os soffrimentos. —'De manhã, ao levantar, ou de noite pela volta das oito ou nove horas, c também de- pois do jantar, se sente ordinariamente mais attacado, o muitos soffrimentos apparecem periodicamente n'uma ou n'outra destas épocas.—'Magreira do corpo. Pelle.—"Còr pallida "ou amarella da pelle. — 'Iclericia, -com fastio dos alimentos c accessos de esvaimento.—"Pelle. fria e azul, durante osarre; lamentos.— Comichão picante.e ar- dente de manhã, ou de noiio, despindo-fe, e-mesmo*de noite.—Sensibilidade e dorde excoriaçãosobre toda a pelle com sensação de torpor no lugar que se toca. — Erupções d'uma comichão ardente.—"Frieiras com comichão arden- te, rachas sanguenías e inchação d'um vermelho:pallido. — 'Furunculos. — 'Manchas azueis, como por sugiiloçôes depois d'uma contuzão. — "Ulceras com bordas levantadas de côr vermelha pallida. — Erupções miliares e borbulhosas, com comichão ardente. ...;.' Sommo. — 'Muita vontade de dormir, principalmente de ma- nhã, levantando-se, ou depois do jantar on de (arde muito cedo. muitas vezes com insomnia de noite. — Somno de ma- nhã excessivamente suave e prolongado,, com despertar dif- ficil.—'Somno muito curto com difJicvUl-dc de se, tornar a dormir anta de meia noite, e impossibilidade de ft, .1 r im- ca- ma depois das 3 horas 'Ja i:iudrug::Ja.—- *De noite na -cama grande aílluencia de idéas. impedindo muitas vc/es. dormir alé do manhã.— *í>tado comatoso com souiuo-pesado <> ..- profundo durante, o dia.—.'Som.no noctiírno. dtooiro com NOZ-VOMICA. i-ir, despertar freqüente, -ou como uma espécie de coma^vigil, com visionagens cheias de pertubação c'de agitação, e uma espécie de aborrecimento como se a noite fosse mui.longa. — 'Durante o somno , sobresaltos freqüentes com medo, ge- midos, lamentações, muitas palavras, choros, -deliries, com desejo de sahir da sua cama, respiração estrondosa, ou si- bílante; posição, deitado de costas, com os braços levantados por cima da cabeça — 'Sonhos incensantes, fantásticos, ter- ríveis, e anxiosos, ou libidínosos, -cheios de crueldades e de horrores, ou de meditaçõese de cuidados; sonhos de bichos, de corpos mutilados, da queda dos dentes, das occupaçóes do dia e de negócios urgentes.— De noite, agitação nas co- xas, anxiedade e inquietação, calor e ebullição de sangue. —Ao despertar, de manhã, dor de pisadura nos membros, grande alquebramento com necessidade de ficar deitado, e ac- cessos de escabeceamentos e de bocejos convulsivos. —Pe- sadello. Febre—'Calafrios, horripilação e frio, principalmente cie noite ou de tarde depois de estar deitado, ou de manhã ao ar, c como menor movimento . mesmo durante o calor, as- sim como também depois de ter bebido, depois de ter ficado colérico e descobrindo-se.—'Frio, arrepiamentos e horri- pilações parciaes, principalmente nos hombros e nas extre- midades.— "Durante os arrepiamentos, pelle, mãos epés, rosto ou unhas frias c azueis; ou dor, congestão de sangue, c calor na cabeça, com vermelhidão e calor do rosto ou f d'uma ; das faces; sede de cerveja; contracção crampoide dos pés c dos pollegares; ou fisgadas na iiharga e no ven- tre, dores no espinhaço e nos rins, repuchamento nos mem- bros, escabeceamentos, bocejos spasmodicos e necessidade de deitar-se. —'Calor principalmente de noite, ou pela volta da manhã ou passeando-se ao ar, e algumas vezes somente na cabeça, ou no rosto, com rubor das faces, ou nos pés e nas mãos, com frio parcial ou horripilações e arripiamen- to no resto do corpo.— 'Durante o calor. vertigem, dor na cabeça, arrepiamentos por pouco que se mova ou que se descubra, sede, -ou repugnância para as bebidas, com sec- cura da boca, náuseas, vômitos, zoeira de ouvidos, ourinas vermelhas, dores no peito.—'Accessos febris, principal- mente de manhã, de (arde ou a noite, e acompanhados a maior parte das vezes de arrepiamentos com calor parcial i seguido de suor ) , ou de calor, precedido, seguido ou mis- turado de arrepiamentos, de calor alternando com arrepia- mentos, com sede inccnsanlc decerveja, algumas vezes mes- mo antes dos arrepiamentos e depois do calor; typo quoti- \M No/.-vyxiu A. diana ou terçan. — "Accessos febris, e.>m congestão e deres na cabeça c soffrimentos gástrico-mucosos ou biliosos, ou com.perca de sentido, grande fraqueza e prostração, já mes- mo na remissão do accesso.—'Pulso cheio e freqüente, ou pequeno, accelcrado, ou fraco ou intermittente. — Suores abundantes, algumas vezes fétidos, ou ácidos, eu d'um chei- ro de bolor; suores frios o viscosos; suores parciaes ou semi- latteraes, principalmente na cabeça e nas partes superiores do corpo, suores vocturnos, principalmente depois de meia noite, ou pela volta da manhã; suores durante o movimen- to ao ar livre; suores alternando com arrepiamentos, ou se- guidos de calor e de sede da cerveja. --Durante os suores, algumas vezes remissão das dores, ou dormencia das partes sobre as quaes se está deitado, horripilações ou colicas por pouco que se descubra, desejo de vomitar, calor no rosto e nas mãos, seccura dos beiços e da parte anterior da boca. Moral. —* Humor hypochondriaco e pesaroso, moroso, anxio- so e triste, algumas vezes com vontade de chorar, sem o po- der.—'Melancolia , com grande inquietação sobre seu estado, necessidade de faliar de sua moiestia, desespero de curar-sc e temor d'uma morte próxima. — Desejo da solidão, do dos- canço c da tranquillidade, com repugnância para a conver- sação.— Angustia, anxiedade e inquietação excessivas, mui- tas vezes com agitação que não permitte permanecerem partealguma, como se se tivesse couimettido algum crime, e que levasse até ao suicídio. —*Os accessos de angustia accom- mettem muitíssimas vezes de tarde na posição de deitado, depois da meia noite, ou pela volta da manhã, e algumas vezes são acompanhados de palpite de coração, calor e suor, náuseas e vômitos, pupillas dilatadase aperto de coração.— 'Exaltaçãi e sobre-excitação moral, com impressionabilida- de extrema de todos os órgãos, sensibilidade excessiva á me- nor dor, ao menor barulho ou movimento , facilidade ex- traordinária pira assustar-se, e grande sentimentelidede, que faz com que mesmo pela uu.isica se esteja tocado até nas lagrimas.—'Exasperação inconsolavcl e lamentações, queixas e gritos ( durante os s iffrimentos), algumas vezes com calor e rubir das faces. — Canu-tor tinvdo, desconfiado e suspeitoso, com incerteza e indecisão. —'Humor choroso, com grande sus-eptibilida ic e irratibilidade, disposição para se zangar e facilmente enfurecer-se, desejo de criticar e de fa- zer exprobrações. — 'Humor rabujento, maligno, ralhadir, injurias e invedivas, com palavras impudicas cheias de ciú- me, misturadas de choros e gritos.— 'Máo humor, enfado e cólera, até lavar a violências.—Falta de destreza e dosa- NeZ-YOMlfc*. 127 ecrto.— 'Aborrecimento com desprazsr e inaptidão para todo o trabalho do corpo e do espirito. —'Incapacidade de meditar, dispôs ção para enganar-se filiando , difficuldade de achar expressões convenientes; engano sobre os pesos e as medidas; confusões frequentes escrevendo, com omissão de syllabas e de palavras inteiras. — °Uivagações e acçoes maníacas, visões medonhas, perca de sentido e delirios al- gumas vezes com murmúrios. Cabeça.—'Cabeça tomada e embaraçada com obnubilação co- mo por um excesso, principalmente ao sereno e ao sol.— Embriaguez, stupor e atordoamentos.—'Vertigens com sensação de rodeamento e de abalo do cérebro, principalmen- te durante ou depois da comida, assim como também andan- do e passeando ao ar livre, espirrando, tossindo, abaixando ouendireitando-se, de manhã e de lardenacama, deitado de costas, e muitas vezes com obscurecimento da vista, risco de ca- hir, vascillação, accessos de esvaimento.—"Zoeira dos ouvidos t• perca de sentidos. —'Congestão de sangue na cabeça, com zoeira de ouvidos. — "Perca de sentidos com eslado de co- ma-somnolente, e paralysia do queixo inferior, dos ór- gãos da deglutição e das extremidades. —'Peso, pressão e sensação de expansão na cabeça, como se a testa rebentasse, principalmente por cima dos olhos. — "Dor de pisadura no cérebro.— 'Dores despedaçanlas e tr iclivas, ou cstremecen- tes na cabeça, ou fisgadas, golpes e dores pulsativas, ou fu- ros c sensação como se um prego estivesse enterrado no cére- bro, ou tensão, e aperto ou dor d'ulceração.—Sacudimentos b resomnancia no cérebro a cada passo.— 'As dores de ca- beça estão muitas vezes profundamente no cérebro, ou no alto da cabeça, ou d'um solado, ou na testa, até nos olhos e no centro do nariz; apparecem principalmente de manhã, depois de despertar ou levantar, ou depois da comida, ou ao ar livre, ou periodicamente todos os dias á mesma hora, » se aggravão ou se renovão pelos trabalhos Íntellectuaes e toda a meditação, pelo vinho, pelo café, por um tempo ás- pero e quente, andando e abaixando ou mechendo com a cabeça. — 'Dores de cabeça com inaptidão para meditar, "ou com perca de sentidos e delirios, "ou com náuseas, ar- rotos e vômitos, ou com calor e vermelhidão das faces, e ar- ripiamentos no mais corpo, -ou com fadiga, alquebramento r grande necessidade de deitar-se. — Queda da cabeça para traz durante as convulsões.—'Dormencia da pelle cabelluda e da raiz dos cabellos com grande sensibilidade ao tocar.— Dor de excoriação na pelle cabelluda por um vento áspero. —-Pequenos tumores dolorosos na ie*ta.— Suor viscoso na I 2N Noz-vomr v. testa passeando ao ar livre.-— Suor semi-latteral na cabeça, durante as dores scmi-lattcraes. Oliíos.— "Olhos redondos e chorosos. — 'Dores pressivas e tensivas nos olhos, "principalmente abrindo-os, e encaran- do para o dia.—'Dores despedaçantes nocturnas nos olhos, ou dor ardente, pungente, sensação de seccuia, comichão e ardor como por sal, principalmente nos ângulos.—Dor de pisadura no olho.— 'Olhos inflamados, com vermelhidão e inchação da sclerolici, ou da conjunctiva.— "Cor amarella da sclerotica, principalmente na parte inferior dos globos. — 'Ecchymoses na sclerotica e sangramento dos olhos. — "Ângulos dos olhos vermelhos e cheios de ramella com ag- glutinação nocturna. — Pupillas dilatadas ou contrahidas. —"Comichão ardente ou dores agudas, tractivas, ou sensa- ção de excoriação nas palpebras, e nos bordos, principal- mente de manhã, e tocando-se-lhes.—'Inchação e verme- lhidão das palpebras. — Contracção das palpebras. como por um peso. — Olhos fixos e brilhantes.— 'Sensibilidade exces- siva dos olhos na claridade do dia, principalmente de ma- nhã. —Scentellas ou pontos negros e cinzentos diante dos olhos.—Presbyopia.—Obscurecivnento amaurotico da vista. —Sensação como se todos os objectos fossem mais aclarados não o sendo na realidade. — Scentellas como relâmpagos diante dos olhos. Ouvidos.— Aperto no ouvido, principalmente mastigando c apertando os dentes. — Efervescência e comichão nos ouvi- dos, principalmente de noite.— "Golpes e fisgadas agudas e dolorosas nos ouvidos, que forção a gritar, principalmente de manhã, na cama.— Engulindo-se, dor no ouvido, como se estivesse apertado por fora.—Sibilamento, assobio, 'zum- bido e tinido nos ouvidos, °ou estallos mastigando.—As pa- lavras resoão fortemente nos ouvidos da pessoa que as pro- nuncia.—Inchação das parotidas. Nariz.—Comichão insupportavel no nariz.— Dor de excoria- ção ou de ulceração nas ventas.— 'Entupimento do nariz, algumas vezes dum só lado, e muitas vezes com comichão nas ventas e corrimento de mucos.—'Entupimento do nariz, principalmente de manhã ou de noite, e corgsa secea, comea- lorepeso na testac entupimento das ventas.—'Corysa fluente de dia ou de manhã, com seccura e entupimento do nariz. —Cocega no nariz e na garganta, calor nas ventas e espirro freqüente durante a corysa.— Mucosidades sanguinolentas no nariz.— Sangtamenlo e sahida de postas de sangue pelas ventas. — Exalação fétida pelo nariz. — 'Grande sensibi- lidade do fdfacto. —Cheiro diante do nariz, como de NOZ-VOMICA 129 enxofre queimado , de queijo podre ou de murrâo de vella. Bosto.—"Aspecto doentio, com olhos redondos e nariz pontu- do.—'Rosto pallido, amarello (principalmente ao redor do nariz e da boca) e térreo. — 'Calor e rubor do rosto, ou (d uma) das faces, "alternando algumas vezes com palíidez. —Suor frio no rosto.—Palpitações musculares, de noite na cama, ou efervescência pruriginosa no rosto.— 'Dures des- pedaçanles e tractivas no rosto, "algumas vezes somente d'um lado até no ouvido, com inchação da face.—Tensão ao re- dor da boca, do nariz e dos olhos, com inchação destas par- tes.—'Inchação do rosto, algumas vezes somente d'um lado, e com c">r pallida de tumor.—Pequenas borbulhas purulen- tas nas faces e na cabeça. —'Seccura, cieiro e esfoliação dolorosa dos beiços.— Crostas c ulcerações na parle verme- lha dos beiços e nos cantos da boca.— Pequenas borbulhas purulentas ao redor dos beiços e na barba. —Sensação de excoriação e pequenas ulceras na superfície interior dos bei- ços.—Erupção herpetica na barba. — Distorção da boca.— Aperto spasmodico dos queixos. — Fisgadas nas glândulas maxillares engulindo. Dentes. —'Dores de excoriação ou de ulceração, ou dores tractivas estremecentes com fisgadas, ou remechimento e fu- ramentos nos dentes e nos queixos, ou somente nos cariados; principalmente de noite, ou de manhã despertando, depois de jantar passeando ao sereno, inspirando o ar fresco, ou de tarde, meditando, e por um trabalho intellectual; mui- tas vezes até na cabeça, nos ouvidos e nas maçãs do rosto, ou com engurgitamento doloroso das glândulas maxillares, in- chação e dormencia das gengivas , manchas vermelhas e quentes nas faces e no pescoço, humor queixoso e desanimo. —°As dores de dentes muitas vezes oecupão um só lado, e aggravão-se algumas vezes no calor da alcova, allivião-se ao ar livre.—'As bebidas e as sopas quentes, assim como tam- bém a agoa fria, °o vinho e o café, renovão ou aggravão igualmente as dores de dentes. — Abalo e queda dos dentes. —'Inchaçã ipútrida e dolorosa das gengivas, algumas vezes com pulsação como tf um abeesso, incêndio, repuchamen- tos e sangramento facil.—Ulcera nas gengivas. Boca.—"Cheiro fétido, "pútrido e cadaveroso da boca, princi- palmente depois da comida, e de manhã em jejum.—Gran- de seccura principalmente da parte anterior da boca e da lingoa, principalmente depois de meia noite.— Dor na bo- ca, na lingoa e no paladar, corno se tudo estivesse ardente c excoriado.— 'Accumulação de mucosidades d'um branco 17 130 NOZ-VOMICA. amarello.. na boca.— 'Ulceras d'um eheiro fetdo, 'borbu- lhas e vesiculas dolorosas na boca, na lingoa e no paladar. —'Inchação inflamatoria do paladar—'Accumulação d'agoa- dilha na boca; salivação nocturna; salivação sanguinolenta; escarro de sangue.—'Lingoa carregada d'uma pituita bran- ca, "espessa, ou amarella; ou lingoa secea, gretada, morena ou preta, com vermelhidão muito activa dos bordos. — 'Grande peso da lingoa com difficuldade de fallar, e sensa- ção fallando como se a lingoa engrossasse.— 'Falia balbu- ciante. Garganta. — 'Cocega e dor de excoriação na garganta, prin- cipalmente engulindo e inspirando o ar fresco.—Sensação de inchação no paladar, e "dor engulindo-se, como se hou- vesse um tumor, ou uma rolha na garganta, ou como se a pharynge estivesse apertada. — Fisgadas na garganta, prin- cipalmente engulindo, e algumas vezes até aos ouvidos.— 'Inchação da campainha, °e dos toncillos, 'com dores pres- sivas e lancinantes.— "Estrangulamento e contracção spas- modica na garganta. — Incêndio na garganta principalmen- te de noite, e algumas vezes até na boca, c no esophago. Appetite.—Gosto da boca salgado, enxofrado, adocicado, me- tallico, herbaceo ou mucoso.—Gosto ácido da boca, princi- palmente de manhã, ou depois de ter ingerido alimentos.— Gosto ácido dos alimentos, e principalmente do pão, (de senteio ou de trigo) e do leite.— 'Gosto pútrido, principal- mente de manhã. — Gosto amargo da boca, de escarros, de alimentos, e principalmente do pão. — Insipidez dos ali- mentos, principalmente do leite, da carne, e do café.— 'Falta de appetite e desgosto dos alimentos, principalmente do pão de senteio e do café e algumas vezes com sôde con- tínua.— "Sede algumas vezes com desgosto de todas as bebi- das, principalmente do leite e da cerveja,-ou com desejo das mesmas.—'Desejo d'agoardente ou de giz.—Fome algumas vezes com desgosto dos alimentos ou prompta saciedade.— Bullimia periódica, depois do meio dia. — 'Durante a co- mida, calor na cabeça, -suor na testa, náusea e accessos de desfaliecimento. — 'Depois da comida, arrotos e regurgita- ções, náuseas, desejo de vomitar e vomito dos alimentos, pres- são e dores crampoides no estômago, entaboamento pressivo nó epigastrio, colicas, pyroscs, cabeça tomada e dolorosa, indisposição e humor hypochondriaco, -anxiedade, vertigens, e accessos de desfaliecimento, frio e arrepiamentos com ca- lor na cabeça e no rosto e rubor das faces, fadiga e deseja de dormir.—As bebidas opprimcm o estômago e causão mui- tas vezes náuseas com desejo de vomitar. — *0 pão de cri - noz-vomica. 131 teio e os ácidos causão igualmente soffrimentos; porém os alimentos mais gordos algumas vezes são supportados. Estômago. — Desejo inútil de arrotar, com sensação dolorosa de contracção spasmodica do esophago.— "Arrotos e regur- gitações freqüentes e muitas vezes amargos e ácidos'. — 'So- luço freqüente e violento.— 'Pyrosis, principalmente depois de ter tomado ácidos ou alimentos gordos. — 'Náuseas e desejo de vomitar continuas, principalmente de manhã, ou durante a comida, ou depois de ter bebido ou comido.—Cor- rimento d'agoadilha do estômago.—'Vomituração e vômitos violentos de matérias mucosas e agras, °ou de alimentos, ou de matérias insipidas, ou de bili, 'principalmente depois (h ter bebido ou comido, "ou de manhã, ou mesmo de noite, & muitas vezes com dor na caheça, caimbras nas pernas e nos pés, anxiedade e tremor dos membros. — *Regurgítação e vomito de sangue, "misturado de postas e de matérias negras, com golpeamentos, fervor no peito e corrimento d'um san- gue negro comas dejecções duras.—'Pressão no estômago e no epigastrio, como por uma pedra, ou dores crampoi- des, contractivas e roentes; principalmente depois de ter be- bido ou comido, ou de manhã, passeando-se ao ar livre, ou depois de ter tomado café, ou de noite, muitas vezes com tensão e entaboamento do epigastrio, oppressão e constricção do peito, arrotos, vomituração e vomitoá. — "Dores de pisa- dura, pulsação, dor ardente, sensação de excoriação e dores peniveis no estômago. — 'Sensibilidade dolorosa da cavida- de, do estômago ao tocar, c a toda a pressão; os vestidos aper- tados são insuportáveis.— "Grande anxiedade na região pre- cordial, como se o coração rebentasse. — "Sensação no car- dia como se os alimentos se detivessem e subissem ao esophago. Vevtüe. — Dor contractiva nos hypochondrios. — Sensibilidade dolorosa da região hepatica a todo o contado e a todo movimen- to, com dores pulsativas, latejantes, pressivas e tensivas.—in- chação e dureza da região hepatica. — 'Pressão, tensão, en- chimento c entaboamento do ventre, e sobre tudo do'epigas- trio, principalmente depois da comida. — 'Colicas com dores crampoides, contractivas c compressivas, ou golpeamentos e fisga d is, ou dores agudas e tractivas na região umbilical, nas iihargas e no baixo-ventre, principalmente depois da comida, ou depois de ter tomado café, ou de manhã, o mui- fas ur/.es com vontade de vomitar, arrotos, calor do rosto, can- çasso e desejo de dormir. —Dor de ventre ao ar livre, como por um resfriamento, com sensação, corno se uma diairiieja se declarasse. — Sensação de peso c de inchação no ventre. — "Calor e incêndio, ou sensação de excoriação, como sf tu- 132 NOZ-Vo.MK.A, do estivesse ardente, ou dor de pisadura no ventre.— "Con- gestão de sangue e entaboamento no ventre. — 'Movimento no ventre, como por alguma cousa viva, e commoção dos in- testinos andando.— 'Colicas flactulentas, algumas vezes de manhã, porém principalmente depois de ter bebido ou comi- do, e muita vezes com dores pressivas. como por pedras, affluencia de flactulencias que se incarcerão nos hypochon- drios ou sobem para o peito, borborygmos freqüentes c mur- múrio no ventre, pressão sobre o ânus, o interfemineo e as vias urinarias, dores de rins, entaboamento do ventre, an- xiedade, fadiga e necessidade de deitar-se. — 'Dor de pisa- dura nos tegumentos do ventre, principalmente tossindo, rindo, <&c., &c. com sensibilidade dolorosa ao tocar. — Palpi- tação dos músculos abdominaes, com sensação como se al- guma cousa os percorresse.—'Sensação de fraqueza no anel inguinal, como se apparecesse uma hérnia,— Inchação das glândulas inguinaes.— Excoriação na prega da virilha. Dejecções.— 'Desejo freqüente, porem inútil e anxioso dobrar com sensação corno se o ânus estivesse apertado eu feichado. — 'Constipação pertinaz, muitas vezes como por inaclivida- do ou estrangulamento dos intestinos, com dejecções duras, difficeis e muito voluminosas. — 'Evacuações incompletas, com colicas c sensação de constricção do recto. — "Alterna- ção de constipação e de dejecções diarrheicas. — Dejecções metade moles ou liquidas, metade duras com muito vento. — 'Pequenas dejecções diarrheicas aquosas ou mucosas e sanguinolentas, com colicas e golpeamentos, dores de rins, tenesmo, dor de excoriação no recto e dor ardente no ânus. — "Dejecções mucosas, esbranquiçadas ou verdes de còr car- regada.— 'Sahida de humor viscoso e de mucosidades san- guinolentas, ou de sangue puro, mesmo com dejecções não diarrheicas.— Dor contractiva no recto durante e fora do tempo das dejecções.— 'Constricção e aperto spasmodico do recto. — "Inchação e occlusão do ânus. — 'Hemorrhoides com dor de excoriação, fisgada, dor ardente e pressão no ânus e no recto, principalmente meditando e durante um trabalho irdcllectual.— Corrimento de sangue pelo ânus.— Comichão, cocega e eflérvescencia no ânus e no recto como por ascarides. — Sahida d'ascarides. — Pressão e comichão no interfemineo. Oerinas. — "Vontade inútil de ourinar, com pressão sobre as vias ourinarias, dorespeniveis no collo da bexiga, o "emissão dolorosa das ourinas, às gotas. — °Estreitamento spasmodi- co da uretra. — Ourinas vermelhas com sedimento côr de fijollo.:—'Evacuação dolorosa de ourinas espessas. — *Eva- NOZ-VOMICA. 133 cuação freqüente de ourinas aquosas e pálidas, algumas ve- zes com sahida de mucosidades espessas ou de matérias pu- rulentas pela uretra.—"Dores na região renal, como se hou- vesse um corpo estranho, com impossibilidadede estar deitado sobre o lado doente.—'Emissão lenta de algumas gottas d uma ourina saturada e sahida de sangue pela uretra. — "Ouri- nando-se, dor ardente no collo da bexiga e na parte anterior da uretra. — Comichão e dor de excoriação na uretra antes, durante e depois da emissão das ourinas. Partes viris. — 'Ardor e comichão na glande e na superfície interior do prepucio. — 'Fxcoriação e retracção do prepucio. — "Secreção abundante do smegma, por detraz da glande.— Comichão, fisgadas e dor constrictiva nos testículos.— 'Ap- petite venereo exaltado, com erecções e polluções freqüentes principalmente de manhã.— Polluções com flacidez do pe- nix, e algumas vez seguidas de frio e de fraqueza nas extre- midades inferiores. —Depois do coito, calor secco do corpo e seccura da boca. — "Inchação inflamatoria dos testículos, com sensibilidade dolorosa ao tocar e dureza e retracção dos testiculos. — "Dor crampoide e sensação de estrangulamen- to no cordão spermatico. — Flacidez do penix durante o coito. Regras.—°Inchação do utero com grande sensibilidade ao to- car.—Queda da vagina °ou do utero.—"Dores crampoides e contractivas no utero e no baixo-ventre, até nas coxas, com pressão dolorosa pelas parles, (e corrimento de mucosida- des.)—'Calor ardente nas partes, com desejos venereos. — "Êxtase erótica natural, na menor excitação, principalmen- te de manhã na cama.—Regras mui prematuras e mui pou- co abundantes—Volta das regras no época da lua cheia.— 'Durante as regras, colicas spasmodicas, náuseas e accessos de esvaimento de manhã, -grande cançasso, cephalaigía com arrepiamento e dores rheumaticas nos membros. — "Corri- mento de mucosidades amarellas e fétidas pela vagina. — "Dores de excoriação nos peitos. Larynge.— 'Rouquidão catarrhal e aspereza dolorosa da la- rynge e do peito, principalmente de manhã, ou de noite na cama, com cocega na garganta, accumulação de mucosida- des viscosas que impossível he desprenderem-se, dor na cabe- ça, calor e rubor do rosto, calafrios econstipação.—"Sensa- ção de estrangulamento na garganta com risco de suffoca- ção.— Impossibilidade de fallar em voz alta.—'Tosse secea, e algumas vezes incensante, fatigante °e mesmo spasmodica, 'excitada a maior parte das vezes por uma sensação de titu- lação e de comichão, ou de asperesa e de ardor na garganta, 13í NOZ-VOMICA. apparecendo principalmente de manhã, de tarde ua cama, ou de noite, muito principalmente depois de meia noite, de- pois do jantar, ou periodicamente no fim de dous dias.— "Renovamento ou provocação da tosse pelo movimento, -pe- la meditação, pela leitura, ou estando deitado de costas.— "Tossindo fisgadas e dores de excoriação na larynge, dor na cabeça, como se o craneo rebentasse, dor de pisadura no epigastrio, "algumas vezes mesmo com vomito, perigo do suffocação e sangue pelo nariz e pela boca.— Passeando ao ar, a tosse secea torna-se humida e a expectoração appare- ce.—Escarros d'um sangue coagulado pela tosse. Peito. — "Oppressão da respiração, respiração curta, constric- ção aslhmatica do peito, principalmente de noite, de manha, de tarde na cama, estando deitado, e também andando, ou depois do jantar, muitas vezes com suffocação , anxiedade, pressão no epigastrio, zoeira nos ouvidos, pulso accelerado' e suor.— "Durante os accessos asthmaticos, todo o vestido apertado ao redor dos hypochondrios torna-se insupporta- vel.— 'Respiração lenta e sibílante alternando algumas ve- zes com respiração accelerada. — Respiração fétida e de cheiro azedo.— Necessidade de respirar profundamente. — "Dor de constricção e de contracção crampoide no peito.— Pressão tensiva no peito como por um peso, principalmente de noite ao sereno, e muitas vezes com oppressão da respi- ração. — 'Fisgadas no peito e nos lados, augmentadas res- pirando e pelo movimento do thorax.—Calor e ardencia no peito, algumas vezes de noite, com agitação, anxiedade e insomnia. —Dor de pisadura no peito, muitas vezes com respiração curta, principalmente no sterno e nos lados.— Pulsação no peito e nas ilhargas.—Fisgadas e golpes na re- gião do coração.—'Palpites de coração, -principalmente de- poisde jantar, deitado, e de manhã, algumas vezes com náu- seas, vontade de vomitar e sensação de peso no peito. Tronco.—'Dores de mortificação na espadoa e nos rins, com sensação de fraqueza nossas partes, como depois do parto.— Dores de rins nocturnas, que não permittem virar na ca- ma. — Dor de deslocação, ou como depois de qualquer geito no espinhaço e nos omoplatas.— "Dores rheumaticas, tractivas e ardentes nas costas, algumas vezes de noite. — Convulsões nos hombros, com queda da cabeça. —Fisgadas e dor de constricção entre os omoplatas.— Repuchamento, dor de mortificação, rijeza c sensação de peso na nuca.__ Inchação dos músculos do pescoço com dor, como s« fos- sem muito curtos. Braços.— Dores rheumaticas, com sensação de fraqueza nas xoz-vfftm;*» 13o espadoas e nos braços.— Indolência, dormencia, fadiga e falta de força nos braços.—Paralysia do braço, com insensi- bilidade e sensação como se o sangue fervesse.—"Repucha- mento nos braços, com sensação d» entorpecimento c imobi- lidade principalmente de noite. —Miliar ardente nos bra- ços.— Inchação dos músculos do ante-braço, com dor, co- me se elles estivessem queimados.—Adormecimento e tor- por do ante-braço, de manhã.—Dor de deslocação nos pu- nhos.— Fraqueza paralytica da mão.—Adormecimento na- lural das mãos e dos dedos. — Mãos frias e friorentas. — Suor forte e algumas vezes fresco na palma das mãos. — Calor na palma das mãos.— Inchação das veias nas mãos c nos braços. —Inchação pallida das mãos e dos dedos.— Contracção crampoide das mãos e dos dedos, com dor como se os tendões estivessem muito curtos, principalmente du- rante os arrepiamentos ou depois de meia noite. — Incha- ção quente e dolorosa do pollcgar, e que passa cm abeesso na articulação. — "Vermelhidão e comichão ardente nos de- dos como frieiras. Pernas. — Borbulhas com comichão lavrante na nádega. — "Fisgadas, dor de deslocação e estremecimento na articula- ção coxo-femoral. —'Dores agudas e lancinantes nas coxas, com torpor c fraqueza paralytica, aggravadas pelo movimen- to e pelo contacto. — Dor de quebramento nas coxas. —Mi- liar com comichão ardente c furunculos nas coxas e nos joc- ihos. — Frio, ou suor nas coxas, ds noite. — Grande peso, vascillação, fraqueza e tremor das pernas, com affrouxamen- to dos joelhos, e impossibilidade de andar ou de ficar firme. —A criança facilmente cahe andando.—'Rijeza e tensão nas curvas das pernas, como se os tendões estivessem muito cur- tos, principalmente mudando da posição em que se acha.— Sensação de seccura na articulação do joelho, com estallo, movendo-o.— "Inchação dolorosa do joelho, com nodosida- des gottosas. — Disposição das pernas para se adormecerem facilmente.—"Paralysia, frio e insensibilidade das pernas.— ■ Dor tensiva e caimbras na barriga das pernas, principal- mente de noite, de tarde, depois de meia noite ou de manhã na cama.—Caimbras nos pés e nos pollegares. — Tnchação vermelha da perna, com nodoas pretas e dolorosas.— Des- locação facil da garganta do pé.— Adormecimento facil dos pés (pés mortos).—Contracção dos pollegares.—"Comichão ardente nos pollegares como por frieiras. ÊWUATX%%A. PULS.—Anemola dos prados. —Haunemann. — Doses usadas: 12, 30. —Duração d'acção: 4 a 5 dias nos casos agudos, e muitas semanas nas affecções chronicas. Antídotos: Cham. coff. ign. n-vom.—A pulsatilla he o antídoto de: Agar. ambr. arg. bell. cham. chin. col. fr. ign. lyc. merc. plat. ran. sabad. stann. sulf. sulf-ac. tart. Depois de pulsatilla convém algumas vezes: Asa, bry. nitr-ac. sep. thui. SYMPTOMAS GEBAES. — 'Dores tractivas e estremecentes nos músculos, aggravadas de noite ou de tarde na cama, assim como no calor da alcova, aliviadas ao ar, °e acompa- nhadas muitas vezes de torpor com fraqueza paralytica, ou de inchação dura das partes affectadas. — °Fisgadas e sensa- ção de írio nas partes affectadas, na mudança de tempo.— "Tensão em alguns membros, como se os tendões fossem muito curtos. — "Dores erráticas que passão rapidamente d'um lugar para outro, muitas vezes com inchação e rubor nas articulações. — Sobressalto dos tendões. — 'Accessos de dores com arrepiamentos, oppressão da respiração, palidez do rosto e tremor das pernas. — 'Quanto mais violentas são as dores mais fortes são os arrepiamentos.—'Dores de mor- tificação ou de ulceração, tocando as partes affectadas. — 'Dores e soffrimentos semi-latteras.— Aggravação e renova- ção dos soffrimentos na posição de sentado, depois de exer- cícios prolongados; ou levantando-se depois de ter estado por muito tempo sentado, e também descançando, princi- palmente deitado de lado ou de costas. — Os soffrimentos que appareccrão estando deitado de costas, aliviao-sedei- tado de lado, ou movendo-se e vice versa. — O movimento, o andar, a pressão, o calor exterior e o ar livre alivião igual- mente muito os soffrimentos, em quanto que algumas ve- vezes outros se aggravão debaixo destas mesmas condições. — Ordinariamente he de tarde, ou de noite antes de meia noite, ás vezes também de manhã e depois da comida, que PULSAI 1 LUA. 137 mais íc soflre. — 'Aggravação dos soffrimentos'seguidamente de noite. — Agitação e indisposição em todo o corpo, com impossibilidade de dormir ou de descançar, e necessidade continua de estender os membros.'—Pulsações freqüentes e peniveis por todo o corpo, mais fortes durante o movimento. — 'Grande disposição de membros para se adormecerem. — Tremor freqüentados membros, com anxiedade. — Perícia c cançasso dos membros, com fraqueza paralytica, sensibi- lidade dolorosa das articulações e andar vascilante.—Fadiga matutina, augmentada na posição de deitado. —"Accessos de esvaimento, com palidez mortal do rosto. —"Convulsões epilépticas, com movimentos violentos dos membros, c se- guidas de fraqueza, de arrotos e de desejo de vomitar; (de- pois da suppressão das regras). — Grande sensibilidade e repugnância para o ar. —• Grande necessidade de ficar dei- tado ou sentado.—'Dor de mortificação nos ossos das extre- midades.—Magrezu, Peli.e.—Prurido a maior parte das vezes ardente ou picante, como por picadas de formigas), principalmente de tarde e de noite, no calor da cama, aggravado cocando. — 'Man- chas rubras como morbillas, ou urticarias.—Rubor freqüen- te, mesmo das parles frias. —°Erupções semelhantes ás be- xigas, com prurido violento na '.ama. —'Frieiras com in- chação vermelha, calor e dor ardente ou pulsativa.— °Ery- sipela fiegiuoncsa, com dureza, calor ardente e dor lanci- nante locando ou movendo a parte doente. — Furanculos. —Rubor lusente, dureza e comichão ao redor das ulceras, com sangramento facil e dores lancinantes, ardentes e pru- riginosas.—"Ulceras inflamadas ou pútridas.—Varises. Somno.—"Somnolencia continua c somno comatoso, com agita- ção c visionagens inquietas, de diae de noite.— Grande von- tade de dormir, de dia, principalmente de tarde, ou depois do meio dia. — Somno irregular, de tarde muito cedo, ou de manhã muito tarde, e algumas vezes com insomnia noc- turna.— 'Somno tardio, algumas vezes antes das duas ho- ras, depois da meia noite, e muitas vezes despertando muito cedo.— 'Uma grande affluencia de idéas impede dor ir, ir de tarde e de noite.— 'Somno agitado, com despertar freqüen- te, -e estado de adormecimento, levantando-se. — Impossi- bilidade de dormir de outro modo que não seja assentado, com a cabeça inclinada para diante ou de lado. — Durante o somno, palavras, delirios, movimentos convulsivos da bo- ca, dos olhos, e dos membros, -choros, gritos e gemidos, pesadelo, 'sobresaltos com medo. sacudimentos no corpo e estremecimento dos membros.— 'De noite, grande agitação c 13* PULV4TILLA. nffiicção, *inquictação e angustia de coração, fervor de san- gue, calor secco, comichão, divagações c idéas lixas.— Dor- mindo de costas, com os joelhos levantados e os braços pos- tos sobre a cabeça ou encruzados sobre o ventre.— 'Sonhos freqüentes, horríveis, anxiosos, -confusos, activos, enfado- nhos, libidinosos, de ralhos, e de negócios do dia, de es- pectros e de mortos.—Bocejo freqüente. Febre.—'Frio, arripiamentos e horripilações, principalmente de tarde, ou depois do meio dia, e algumas vezes, com pa- lidez do rosto, vertigens e atordoamento, dor epeso na cabe- ça c oppressão de peito, "vomito mucoso, necessidade de se deitar, e calor passageiro.—Frio e arrepiamentos parciaes, principalmente nos hombros, nos braços, nas pernas, nas mãos e nos pés, muitas vezes com calor da cabeça, ou do rosto e rubor das faces.— Frio semi-latteral com torpor do lado afléctado.—"Calor secco, principalmente de noite, de tarde na cama, ou de manhã, e muitas vezes com accessos de angustia, dor na cabeça, face vermelha e opada, ou suor no rosto, arrepiamentos, em se descobrindo, ardencia nas mãos com inchação das veias, lamentações, suspiros e ge- midos, soinno profundo ou agitado, respiração anxiosa e precipitada, accessos de esvaimento com escurecimento da vista, vontade de dormir e sellas diarrheicas.—"Calor par- cial, principalmente no rosto, com rubor das faces, mãos, pés, etc, e muitas vezes somente d'um lado, com frio ou arrepiamentos nas mesmas partes do outro lado.—'Accessos febris misturados de calor que he precedido de arrepiamen- tos com adgpsia e misturado ou seguido de suores; typo quo- tidiana, terça ou quarta; exacerbação de tarde, ou depois do meio dia; remissão de manhã, e, na apyrexia, dor na cabeça, oppressão dolorosa do peito, tosse humida, amargu- ra da boca, constipação ou diarrheia.—"Symptomas febris, com perca de sentidos, delirios, choros e desespero, ou com symptomas gastrico-mueosos, ou biliosos, ou com som- no comatoso.— Repugnância para o calor exterior.—'Pulso accelerado e pequeno, -ou cheio c lento, fraco ou quasi supprimido. — 'Suores, principalmente de noite, ou pela volta da manhã; suores abundantes e fétidos; -suores semi- lateraes, ou parciaes, (na cabeça c no rosto), e suores com caimbras nos braços e nas mãos, fadiga, somno comatoso, visionagens e "vermelhidão do rosto. Moral.—'Melancolia com tristeza, choros, grande inquieta- ção sobre seus negócios ou .suo saúde, "receio da morte, cui- dado o humor pesaroso.—"Risos e choros involuntários.— Grande angustia c inquietação, a maior parto das vezej >w PULSATILLA. 13$ região precordial, e algumas vezes com propensa» ao suicí- dio, -palpite de coração, calor e necessidade de desapertar os vestidos, tremor das mãos, e vontade de vomitar.— 'Acces- sos de anxiedade, com receio de morrer ou de ser attacado de apoplexia, com zoeira d'ouvido, arrepiamentos e movi- mentos convulsivos dos dedos. — Apprehensões, "antropo- phobia, 'medo nocturno ou vespertino d'almas d'outro mun- do, com desejo de esconder-se ou de fugir, desconfiança e suspeitas. — Demência taciturna, -com ar triste, frio c tur- bado, suspiros, e ás vezes na posiçãodesentado, com as mãos juntas e não se queixando de cousa alguma. — 'Desespero da felicidade eterna, com orações continuas.— Desanimo, indecisão, horror dos negócios c oppressão da respiração.— Caracter invejoso, descontente c ávido, de maneira á que- rer tomar tudo para si. — Humor caprichoso, com desejo ora disto, ora d'aquillo, e recusa de todas estas cousas logo que se as tem obtido. —'Humor hgpochondriaco e morosidade, principalmente de noite, ás vezes com repugnância para a conversação, grande susccptibilidade de caracter, disposição para zangar-se, gritos e choros.—'Mão humor, algumas vezes com horror do trabalho, c desgosto ou desprezo de todas as cousas.—Inadvertencia, precipitação e distracção. — Em fallando, difficuldadepara exprimir-se correctamente e omis- são de muitas lettras escrevendo. — "Estado de atordoamen- to; não se sabendo onde está, nem o que se faz.—Grande affluencia de idéas, mui moveis.—"Divagaçõcs nocturnas.— Delirios violentos e perca de sentidos.—Visões medonhas. — Fraqueza de memória.— Idéas fixas.—"Stupidez. Cabeça.— 'Fadiga da cabeça por trabalhos íntellectuaes.— 'Sensação de vasio e de embaraços na cabeça, como depois de vigílias prolongadas ou de vícios, e algumas vezes com grande indifferença. — 'Vertigens atordoantes, comona em- briaguez, ou vertigens ao ponto de cahir, c vascillação, prin- cipalmente de tarde, de manhã, endireitando-se, ou levan- fando-sc depois de ler permanecido deitado, sentado, abai- xando-se, passeando ao ar, ou depois da comida, do mesmo modo que levantando os olhos, e muitas vezes com grande peso, o calor na cabeça, palidez do rosto, vontade de vomi- tar, obscurecimento da vista, e "zoeira de ouvidos. —"A me- ditação o a conversação augmentão as vertigens.— ''Acces- sos de atordoamento e perca de sentidos, com rubor azul e inchação do rosto, perca do movimento, palpites de coração violentos, pulso quasi sumido e respiração estrondosa.—Dor de pisadura no cérebro, como nas febres typhoides, ou em conseqüência d'uma embriaguez pela aguardente.--*/)^ l'lí) l't ISATILLA. de cabeça, como numa indigcstão por cousas gordas. —'Dor na cabeça como se a testa rebentasse, ou como se o cérebro es- tivesse teso, comprimido, ou contraindo. —'Fisgadas ou do- res agudas, tractivas e cstremecentes, effervescencia, pulsação e furamentos na cabeça.— "Ruido, zumbido, -e e.-.tol!o> na cabeça, -ou sensação dolorosa como se uma corrente de ar atravessasse o cérebro.— *As dores de cabeça muitas vezes não são mais do que scmi-latteraes; e propagão-se até no ouvido e nos dentes; ou occupão a tosta por cima dos olhos até nas orbitas, também se fazem sentir no occiput, com contracção dolorosa na nuca.— "Apparição ou aggravação das dores de cabeça, de (arde depois de se ter deitado, ou de noite, de manhã na cama, assim como abaixando-se,-mo- vendo osolhos ou a cabeça, passeando ao ar, *e durante um trabalho intellectual; a compressão as allivia algumas vezes. — "Dores de cabeça com náuseas e vômitos, "ou com con- gestão e calor na cabeça,-também com horripilação e ac- cessos de esvaimento, "vertigens, obscurecimento da vista e zumbido ôg ouvidos, -photophobia c lagrimas. — Dorna pelle cabelluda arripiandoos cabeíios. — Calor e comichão na cabeça. — Pústulas purulentas, pequenos tumores com dor d'uIceração na peite cabelluda. Olhos.— Dor nos olhos, como se os rapassem com uma faca. —Sensação ardente, 'dor pressiva como por areia, -ou dor aguda latejante nos olhos, ou também furamento e dor in- cisiva.— Comichão ardente nos olhos, principalmente de tarde. — 'Inflamação dos olhos e das extremidades das pal- pebras, com vermelhidão da sclerotica e da conjunctiva, e secreção mucosa abundante. -—"Inchação e vermelhidão das palpebras. — "Triachese na palpebra. — "Cristal li no escure- cido, com c5r cinzenta. — 'Orgelet, -com inflamação da sclerotica c dores tensivas, tractivas, movendo os múscu- los da cara.— 'Seccura dos olhos e das palpebras, princi- palmente logo que se tem somno. —'Lagrima abundante, principalmente ao vento, assim como também ?.o ar, ao frio ena claridade do dia.—Lagrimas picantes e corrosivas.— Abcessos perto do angulo do olho, como uma fistula lacri- mal.—A aglutinação nocturna das palpebras.—Pupillas crmtrahidas ou dilatadas.—"Olhar fixo e pasmado. — Obscu- recimento da vista e perca delia, algumas ve/.es com pal- íidez do rosto, e vontade de vomitar.— Vista pallida (com aspecto descorado de todos os objectos). — °Perca da vista no crepúsculo, com sensação como se osolhos estivessem cobertos d'uma venda. — 'Vistaturva, como ao travez d'um papel pardo, ou como por alguma cousa que se podesse levun- PULSATILLA. 111 tar pela fricção, principalmente ao ar livre, de tarde, de manhã, ou despertando. — Diplopia.—'Círculos luminosos diante os olhos, e diffusão da claridade.—Grande sensibili- dade dos olhos na claridade, que causa fisgadas. Ouvioos. — Dor no ouvido, como se sahisse alguma cousa d'elle.— 'Fisgadas com comichão ou dor aguda, eslreme- cente, aperto nos ouvidos e nos arredores; "as dores appare- cem algumas vezes por accessos, invadem toda a cabeça, pa- recem insupportaveise fazem perder até a razão. — 'Inchação inflamatoria, calor, vermelhidão crysipelatosa do ouvido e do conduto auditivo -assim como também das partes internas circumvisinhas.—Inchação dolorosa dos ossos detraz das orelhas. — "Cera do ouvido dura, e preta. — 'Corrimento de pus, de sangue, oud'um humor amarello, espesso, pelo ouvido. — Gorgeio como por pássaros, murmúrios pulsati- vos, tinido, 'ruido e zumbido nos ouvidos. — Dureza do ou- vido, como por obturação. — Crostas ardentes, pruriginosas, (com inchação das glândulas do pescoço). — Fisgadas nas parotidas. Nariz.—Pressão e dor d'abcesso na raiz do nariz. — Ulceração das ventas e das azas do nariz.— 'Corrimento d'um pus fé- tido, verde, e amarello pelo nariz. —Fervor de sangue e 'hemorrhagia nasal, algumas vezes com entopimento do na- riz.— 'Entopimento do nariz, corysa secea, principalmente de tarde, e no calor do quarto.—Corysa com perca do gosto, e do olfacto, ou 'com corrimento de mucosidades espessas e fétidas.— 'Cocega no nariz o espirro freqüente, principal- mente de tarde e de manhã. — Arrepiamento continuo du- rante a corysa. — Cheiro continuo do nariz, como um deflu- xo antigo, ou uma mistura de café c fumo. -—inchação do nariz. Rosto. — 'Rosto pallido, algumas vozes com ar soffredor. — Palíidez do rosto, alternando com calor e rubor das faces. — Suor na cara e na peli.. cabelluda; horripilação ou suor semi-latteral na cara.— Rosto opado e vermelho azulado.— — Movimentos convulsivos e palpitações musculares no ros- to.—Tensão, o sensação de inchação do rosto, ou sensibili- dade dolorosa da pelle como se ella estivesse excoriada. — Erysipela na cara, com dor latejante e desquamação da pel- le.— Nodosidades vermelhas na região das maçãs do rosto. —Inchação, tensão e fileiras nos beiços, com esfoliação da pelle.— Dor aguda e contractiva nos queixos.— Inchação das glândulas maxillares e das do pescoço. Dentes.— 'Dores agudas, latejantes nos dentes, ou dores trac- tivas estremecentes, como se o nervo estivesse duro, e rela- Há PULSATILLA. chado todo d'um golpe, ou dores pulsativas, picante* 0 lavrantes, muitas vezes com picadas nas gengivas.—As dores que affectão os dentes tanto sãos como os cariados, muitas vezes não são mais do que semi-latteracs, epropagão-sc fre- qüentemente até no rosto, na cabeça, no ouvido e no olho da lado affectado, sendo algumas vezes acompanhadas de palíidez do rosto, arrepiamentos, e "dyspesia.—'Aggravação ou apparição das dores, principalmente de tarde, depois do meio dia, ds noite, e também com o calor da cama ou doquarto; renovão-se comendo, tomando alguma cousa quente c pelo contacto do pallito; allivião-se por meio dagoa fria, oito ar fresco.— Algumas vezes as dores lambem se aggravão pela agoa fria, pelo ar fresco e pelo vento, porém estes ca- sos são rarissimos.— Sensação ardente ou de inchação, dor de excoriação e pulsação nas gengivas.— Abalo de dentes. Boca.—'Seccura da boca, -de manhã.—Máo cheiro c mesmo fedor pútrido da boca, principalmente de manhã, de noite e de tarde na cama.—Corrimento duma Saliva adocicada c aquosa pela boca, algumas vezes com desejo de vomitar. — Sensação como se a lingoa fosse mais larga.—Insensibilida- de da lingoa como se estivesse queimada. —'Lingoa carre- gada d'uma petuita espessa, de côr cinzenta, esbranquiçada, ou amarella.—Accumulação de mucosidades viscosas na bo- ca e sobre a lingoa; estas partes estão como revestidas d'uma pelle branca. — "Gretas e vesiculas dolorosas na lingoa.— Sensação como se o paladar estivesse inchado e coberto de mucosidades viscosas. Garganta. —'Dor de excoriação na garganta, como se ella estivesse ardente, com cocega, sensação ardente e ardor.— "Rubor da garganta, dos tonsillos e da campainha, -com sen- sação como se estas parles estivessem inchadas, principalmen- te engulindo-se. —Deglutição diflicil, como por paralysia ou por estreitamento da garganta.—'Fisgadas na garganta, com pressão e tensão engulindo. — Inflamação da gar- ganta com inchação vericosa das veias. — "Seccura na gar- ganta, ou accumulação d'um mucus viscoso que reverte as partes affectadas.—As dores de garganta aggravão-se ordi- nariamente de tarde c depois do meio dia. Appetite.—'Gosto da bocainsipido, mucoso, podre empvreu- malico, térreo, ou como matéria.—Gosto adocicado, azedo, ou amargo da boca e dos alimentos, principalmente da car- ne, do pão, da manteiga, da cerveja e do leite, substancias que muitas vezes também parecem insipidas e causão fastio. —Amargor, ou azedume da boca logo depois de ter comido, assim como de manhã e de tarde.— Gosto amargo do vi- PULSATILLA. H3 nho, e podre da carne.— O» alimentos parecem ou muito salgados ou insipidos.—'Falta de appetite e aversão dos ali- mentos.—Fome e desejo de comer, sem que se saiba o que. —Fome canina, com dor pruriginosa no estômago.—"Adyp- sia completa, ou sede excessiva com humidade da lingoa, desejo da cerveja, bebidas espirituosas, picantes e azedas. — 'Sensação d'um desarranjamento d'estomago, semelhante aquelle que causaria a carne de porco ou massas goi durosas. —Fastio, repugnância para a fumaça do fumo.—'Depois de ter comido, náuseas, arrotos, regurgitação e vômitos, enta- boamento, pressão na cavidade do estômago, colicas, flactulen- cias, dor na cabeça, oppressão da respiração, "máo humor, melancolia, rizos, choros involuntários, e -muitos outros soffrimentos. — O pão faz grande peso no estômago. Estômago.—* Arrotos freqüentes, ás vezes abortados, ou com gos- to dos alimentos, azedos ou amargos, principalmente depois da comida. —Regurgitação dos alimentos. — Corrimento d'agoadilhadoestomago, como petuitas.—'Soluço freqüente, principalmente fumando, depois de ter bebido, de noite, °c algumas vezes com accessos de suflocação.— "Náuseas e desejos de vomitar insupporlaveis, algumas vezes até na gar- ganta, e na boca, com sensação penivel como se um verme subisse até o esophago.— Accessos de contracção e de es- trangulamento no esophago.—'Vômitos, algumas vezes vio- lentos, de matérias verdes, mucosas, biliosas, amargas e aze- das.— 'Vômitos dos alimentos.— Vomito de sangue. —*As náuseas e os vômitos geralmente apparecem de tarde, de noite, depois de ter bebido, ou comido, assim como durante a comida, e muitas vezes se manifestão com arrepiamento, palíidez do rosto, colicas, dores nos ouvidos ou no espinha- ço, sensação ardente na garganta e nos borborygmos. — 'Sensibilidade dolorosa da região estomacal á menor pres- são. — Dores pressivas, crampoides, principalmente depois da comida, de tarde, de manhã, e muitas vezes com vômitos, náuseas e oppressão da respiração.— Efervescência, pulsa- ções na cavidade do estômago, eu fisgadas dando uni pas- so em vão.— Dor no epigastrio que se aggrava fortemente estando assentado (durante a prenhez). Ventre.—Tensão tractiva nos hypochondrio?, ou fisgadas pulsativas, como em um abeesso. — Entaboamento duro do ventre, principalmente no epigastrio, com tensão e sensa- ção de enchimento.—'Dores crampoides e compressivas, al- gumas vezes no fundo do hypogastrio, com pressão sobre o intestino recto, golpes principalmente ao redor do embigo., ou dores agudas e latejantes no ventre. — As colicas mui- líí PULSATILLA. tas vezes são acompanhadas de vomito, ou de diarrheias ; geralmente se manifestão de tarde, depois de ter comido ou bebido, e algumas vezes o aperto do ventre ou o somno as allivião, em quanto que o movimento as aggravão.—"In- chação annular ao redor do embigo, dolorosa andando-se. —Retracção e torcedura do ventre, com grande sensibilidade dos tegumentos do ventre, que parecem inchados, com dor de pisadura, tocando-se-lhes, bailando, cantando, tossindo, e com qualquer movimento dos músculos abdominaes. — Colicas flactulentas, principalmente de tarde, depois da co- mida, depois de meia noite, ou de manhã, com dores pressivas, produzidas por flactulencias incarceradas, rumor, borborygmos e sussurro no ventre, com sahida de flactulen- cias fétidas.—Pústulas purulentas nas virilhas. Dejecções.—'Constipação e dejecções difficieis, algumas ve- zes com pressão dolorosa sobre o intestino recto e dores no espinhaço.—Vontade freqüente d'obrar, mesmo de noite. — Dejecções involuntárias e desapercebidas durante o somno. —'Dejecções diarrheicas, mesmo de noite, algumas vezes com colicas, golpes, arrepiamentos, horripilações e dores no ânus.—'Evacuações freqüentes de mucosidades esbranquiça- das,'amarellas, sanguinolentas, ou de matérias verdes,miúdas, büiosas, ou aquosas c algumas vezes até mesmo corrosivas. — Antes e depois de obrar, incêndio, ardor, e dor de ex- coriação no ânus e no intestino recto. —'Corrimento de sangue pelo ânus, mesmo fora do tempo de obrar.—'He- morrhoides cegas e sanguentas, com comichão, ardor e dor de excoriação.—Sahida das hemorrhoides. Ourinas.—Retensão de ourina com vermelhidão e calor na região vesical, anxiedade e dores peniveis no ventre. — 'Te- nesmo da bexiga e vontade de ourinar com pressão dolorosa sobre a bexiga e dor tractiva no ventre.—Emissão involun- tária de algumas gotas de ourina, tossindo, andando, conservando-se sentado e expulsando flactos.—Fluxo de ourina na cama. — Fluxo abundante de ourinas aquosas, com fraqueza nos rins, diarrheias, ourinas pouco densas, vermelhas e escuras, algumas vezes com escuma côr de vio- las (flor).—Ourinascomsedimento rubro, côr de tijollo, de viola, mucoso ou gelatinoso.—'Ourinas sanguinolentas, "com sedimento purulento e dores nos rins.—'Corrimento peta uretra, como na gonorrhéa. — Estreitamento da uretra com jacto d'ourina mui delgado.— Incêndio durante e depois da emissão da ourina. — Repuchamento e pressão na uretra, no collo da bexiga e na mesma bexiga. —Pressão c cons- tricção na bexiga, com dormencia da região vesical. — 'In- PULSATILLA. 1 í.:; chação da região do collo da bexiga, com dormencia ao to- car, jacto de ourina intermittente, dor crampoide na bacia e nas coxas depois de ter ourinado. Partes vírus. — 'Comichão, calor no prepucio e no escroto, principalmente de manhã o de tarde.— 'Inchação inflama- toria dos testículos e do cordão spermatico algumas vezes somente d'um lado) com dores pressivas, tractivas até ni> ventre e nos rins, vermelhidão e calor do escroto, náuseas e vontade de vomitar.— 'Inchação hydropica do escroto, de còr azul descorada.— 'Exaltação extraordinária do appe- tite venereo, quasi com priapismo, com erecções freqüentes e continuadas, desejo violento do coito e polluções freqüen- tes.—Corrimento de licor prostatico. Rr.iRAS.—'Dores crampoides no utero, ou tensão Iradiva no utem, c dores como as do parto. —"Metrorrhagia.— 'San- gue das regras negro, com postas de sangue e mucosidades, ou sangue descorado e se roso. — Regras irregulares, mui tardias ou mui prematuras, de mui curta ou longa duração ou inteiramente supprimidas, com colicas, spasmos hystericos, abdominaes, dores hepaticas, gastralgia, dores de rins, náu- seas c vômitos, arrepiamentos, enxaquequa, vertigens, affec- ções moraes, tenesmo do ânus e da bexiga, pontada de lado, e muitos outros soffrimentos, antes, durante ou depois da épo- ca.— 'Flores brancas, espessas como a nata, corrosivas e ar- dentes, principalmente na época das regras, (antes, duran- te ou depois) e algumas vezes com golpeamentos. — Incha- ção dos peitos, com tensão e pressão como se elles se en- chessem de leite. Larynge.— "Catarro com rouquidão, aspereza, seccura, coce- ga, dor de excoriação na larynge e no peito. — Accessos de constricção da larynge, principalmente deitado horisontal- mente. — 'Tosse estrondosa, principalmente de tarde, de noite, ou de manhã, provocada por uma sensação de seccura, ardor e cocega na garganta, aggravada estando deitado, o muitas vezss acompanhada de desejo de vomitar com vomi- turação e vomito de suffocação como pelo vapor do enxofre, com sangramento do nariz e respiração arquejante.—"Tosse com fisgadas no peito, ou nos lados e palpite de coração.— Tosse humida com expectoração de mucosidades brancas, vis- cosas, ou de matérias espessas amarellas, d'uin gosto amar- go ou pútrido. — 'Expectoração d'um sangue preto com pos- tas em razão da tosse. —Tossindo fisgadas na espadou di- reita ou no espinhaço. Peito.—"Respiração accelerada, curta, superficial durante a febre retardou to e anxiosa. — Oppressão da respiração . res~ III 1Í6 PULSAIILLA. pi ração curta, suffocação como pelo vapor do enxofre, ac- cessos de dypnia e de suffocação com anxiedade, constricção crampoide do peito ou da larynge, soluço violento, tosse, dor na cabeça e vertigens; principalmente de tarde, depois da comida, e de noite estando deitado horisontalmente. — O movimento, o passo accelerado, o ar livre e o frio aggravão os soffrimentos asthmaticos.—'Tensão crampoide econstricli- va no peito, principalmente em respirando, algumas vezes com calor interior e fervor de sangue. —Dor de ulceração, dor aguda e incisiva no peito. — 'Fisgadas no peito e nas ilhargas, principalmente de noite na posição de deitado, algu- mas vezes com oppressão da respiração profunda, impossi- bilidade de estar deitado sobre o lado dorido, tosse curta e accessos de suffocação. — Congestão de sangue no peito e no coração principalmente de noite. —Accessos freqüentes e violentos de palpites de coração, principalmente depois do jantar, depois de emoções moraes, ou provocados pela con- versação, muitas vezes com angustia, obscurecimento da vis- ta, e oppressão da respiração, sobretudo na posição de dei- tado sobre o lado esquerdo. — Anxiedade, peso, pressão e sensação ardente no coração. Tronco. — * Dores nos rins, e no espinhaço como depois de ter estado por muito tempo curvado, com rijeza como por uma faxa.— 'Dores de rins, semelhantes ás do parto. — Fisgadas naespadoa, nos rins e entre os omoplatas. — Desvio da col- lumna vertebral.— Dores rheumaticas, tensivas e tractivas, na nuca e 110 pescoço, algumas vezes somente d'um lado, e muitas vezes com inchação das partes e dores de ulceração cutâneas ao tacto.— Estalos nas vertebras do pescoço e nos omoplatas, movendo estas partes.—Borbulhas prurigino- sas no pescoço. — Inchação das glândulas do pescoço. Braços. — Dores agudas, estremecentes e tractivas na articu- lação scapularia, assim como nos braços, nas mãos e nos de- dos.— Dor paralytica na articulação scapularia, levantando e movendo os braços.—'Sensação ardente no braço, de tarde, e de noite, com sensação de seccura nos dedos. — Pe- so pressivo nos braços, com sensação de torpor principalmen- te nas mãos. — Sensação de 'inchação e dor dedeslocação nas articulações dos cotovellos, -das mãos e dos dedos, com ten- são e rijeza. — Adormeciuumto natural dos dedos, princi- palmente de manhã e de noite. — Vesiculas entre os dedos com dores picantes.—Dor de panarisso no index. Pernas. — Dor de pisadura ou de ulceração no joelho. —Dor de deslocação na articulação coxo-femoral, com estremeci- mentos dolorosos, como iniiiia chaga, até ao joelho, prin- PULSATILLA. l'<7 cipalmente durante o socego.—* Repuchamento , c tensão nas coxas e nas pernas, principalmente na barriga das per- nas, como se os tendões fossem muito curtos. — Dor de pi- sadura, com sensação de fraqueza paralytica nos ossos, nos músculos das coxas e das pernas. — Dor de ulceração cutânea nas pernas e na planta dos pés. — Estallo nos joelhos.— 'Inchação dos joelhos, °âs vezes -principalmente por cima do rotulo, muitas vezes com calor inflamatorio, e "dores agu- das, tractivas e latejantes. — Fraqueza e dobramento dos joelhos, com andar vascíllante. — Repuchamento e grande cançasso nas pernas, e principalmente nos joelhos com tre- mor.— Inchação das veias e 'varizes nas pernas. — Zoeira nas pernas, conversando-se de pé. — Dor de pisadura na tibia. — Tensão, tracção na barriga das pernas. — Inchação quente das pernas, ou somente da garganta ou daplanta dos pês, ás vezes com dores lancinantes tocando-as, e durante o movimento.—Sensação de torpor doloroso na planta dos pés e nos pollegares.— 'Inchação edematosa dos pés principal- mente de tarde.—Fisgadas Mirantes e dores incisivas nos calcanhares. — Fisgadas nas plantas dos pese na ponta dos pollegares. 2JIQS:?2tlJr29<. PHOS.— Phosphoro.—Hahnemann. — Dose usada : iJO. —Duração d'acção: até sete semanas em affecções chronicas; ;) a o dias em agudas. Antídotos: Camph. coff. n-vom. vinuin. lie sobretudo depois de: Cale kal, kre. lyc. e rhus. qu* o phosphoro he efílcaz logo que he indicado; depois delle se achará ás vezes conveniente: Petr. e rhus.- SVMPTOMAS GERAES. — 'Rasgamentos e fisgadas arthríti- cas e rheumatismaes, principalmente nos membros, algumas vezes depois de um ligeiro resfriamento, principalmente de noite, na cama. — Dor ardente nos membros. — Tensão, caimbras, estermecimentos e distorção de alguns membros. — Convulsões.—Adormecimento d'algumas partes.—Ac- cessos de palidez e de entorpecimento em alguns membros que parecem então como mortos. — Tremor dos membros, principalmente durante o trabalho. — "Alquebramento das cadeiras. —'Effervescencia de sangue, e congestões algumas vezes com pulsação em todo o corpo. — 'Sangramento por differentes órgãos.-^■*Debilidade e rompimento das articula- ções, principalmente dos joelhos. — Grande fraqueza e al- quebramento paralytico, ás vezes repentino, principalmente de manhã, na cama, ou por pouco que se tenha andado.— Accessos de esvaimentos. — Sensibilidade excessiva de todos os órgãos. — 'Alquebramento hysterico. —'Abatimento ge- ral e fraqueza nervosa. — 'Peso dos membros e inacção.-- 'Paralysias com eflérvescencia nas partes affectadas. — "Ma- grezae phtisica.—Engurgitamcntodas glândulas. — "Impôs* sibilidade de se expor ao ar, principalmente quando elle he frio.—'Grande disposição para pilhar resfriamentos, que al- gumas vezes são seguidos de dor na cabeça e nos dentes, co- ryza, com febre, calafrios, &c— Dores nos membros, com as mudanças de tempo. — A maior parte dos symptomas se manifestão de manhã c de noite, na cama, assim como PHOSPHORO. 1 íí) lambem depois de jantar, em quanto qüe muitos outros apparecem no principio da comida e se dissipão depois. Peli.e. — Desquamação da pelle. — Placas excoriadas na pelle, com gretasc fisgadas;—Manchas redondas, como impigens, por todo o corpo. — lmpigens seccas, furfuraceas.—'Nodoas amarellas ou escuras na pelle. —Manchas côr de cobre, ou azuladas como petechias. — 'Furunculos. —"Exostoses com dores nocturnas. — 'Abcessos lymphaticos, °com ulceras fis- tulosas nas bordas callosas segregando uma matéria fétida, e febre hetica. —"Fungos hematoides. — Sangramento abun- dante por pequenas chagas.— 'Frieiras e calos nos pés algu- mas vezes dolorosos.—Effervescencia na pelle.*—Erupções urticarias. Somno. — 'Forte desejo de dormir de dia, como por somno- lencia.—-Soinno que entorpece. — 'Somno tardio, de tarde e insomnia nocturna ou despertar freqüente com dificulda- de de tornar a dormir, por causa de inquietação com an- gustia, afflicção, calor, vertigem e effervescencia de sangue.— Impossibilidade de estar deitado de costas ou de lado.— "Somno não sentido de manhã, parecendo não ler dormido bastante. —De noite vertigens com náuseas, sensibilidade dolorosa dos membros, dores de estômago e de ventre, -asth- ma suffocante c spasmodica, <&c—-Sonhos freqüentes com sobresaltos, e medo. — Durante o somno estremecimento dos membros, gritos, palavras, choros, queixas, lamenta- ções e gemidos.—Sonhos anxiosos, penosos, 'espantosos e horríveis, ou fortes e inquietos. —Sonhos d'animaes que mordem, de incêndio, dos negócios do dia, de hemorrha- gias, de mortos, de disputas. &c.—Pesadello. — "Somnam- bulismo. Febre. — "Horripilações e arrepiamentos principalmente de noite, na cama, algumas vezes com bocejos seguidos ou não de calor.—Frieldade dos membros. — Arrepiamentos se- guidos de calor com sede e suor principalmente de noite e depois do meio dia. — 'Calor fogüz -ou anxioso. — 'Calor nocturno.— 'Febre hetica -com calor seco, pela volta da tar- de, principalmente nas palmas das mãos; suores e diarrheias colicativas, vermelhidão circunscripta das faces, &c. — 'Pulso accelerado e duro. — Suor nocturno e viscoso. — 'Suor ma- tutino. Moral. — Tristeza melancólica, e melancolia, algumas vezes com choros violentos, ou interrompidos por ataques de ri- sos involuntários. — Angustia, inquietação principalmente es- tando só,-ou por um tempo de borrasca , principalmente de tarde, com disposição para o receio, e "espanto. — *An- loC) PHOSPHORO. gustia sobro o futuro -ou sobre a sahida da doença.— Dis- posição para assustar-se. — 'Tristeza hypochondriaca. — Des- gosto da vida.— 'Grande irrascibilidade , cólera, ímpetos e violência.— Choros e risos involuntários e espasmodicos.— Misantropia. — "Repugnância para o trabalho. — Impuden- cia como por alienação. — Grande indifferença para todas as cousas, -e mesmo para as suas. —Grande esquecimento sobretudo de manhã. — Grande affluencia de idéas com difliculdade de ligal-as. —"Estado de lucidez. Cabeça. — Obnubilação e atordoamento, principalmente de manhã.— 'Accessos freqüentes de vertigens de diversas na- turezas, e a differentes horas do dia, principalmente de ma- nhã, ao meio dia, e anoite, na cama. — Vertigem estando assentado; parece que o lugar se levanta, com humor liypo- condriaco.— Vertigem com náuseas e dores pressivas na ca- beça.— Vertigem pertinaz.—'Vertigem com perca de idéas. —Accessos de dores de cabeça, com náuseas e vômitos, o dores batentes e repuchantes. — Dores de cabeça nocturnas, precedidas de náuseas de noite.— Dor de cabeça depois d'uma contrariedade. — Dor de cabeça de manhã.— Fra- queza da cabeça, que está cançada pela musica, pelo riso, ou um andar pesado, &c, &c.—Dor de pisadura no cérebro.— 'Dor de cabeça alordoante, algumas vezes com forte ebulli- ção de sangue, e palíidez do rosto.— "Sensação de peso e de enchimento, e pressão na cabeça. — Apertos na cabeça, e principalmente nas fontes ou semi-latteral. — Lancinações em diversas partes da cabeça principalmente de tarde.— 'Congestão na cabeça, com pancadas, zumbido, calor e sen- sação ardente, principalmente na testa. — Sensação de frio na testa. — As dores de cabeça são alliviadas ao grande ar. —Fisgadas exteriores no lado da cabeça. — Sensação penosa como se a pelle da testa estivesse muito estirada.—Facili- dade para se resfriar a cabeça, com sensação, em ar livre, como se o cérebro se congelasse. —'Comichão na pelle ca- belluda.— 'Queda dos cabellos principalmente por cima das orelhas.— "Crostas secas, -e escamas abundantes na pelle. —"Exostosis na cabeça. Olhos.—Dores nos olhos, como nos ossos das orbitas.—Pres- são nos olhos, como se um grão de areia se tivesse introduzido dentro.—Fisgadas, ardor, calor c sensação ardente nos olhos, principalmente nos ângulos exteriores.—"Congestão de sangue nos olhos.—Vermelhidão da esclerotica c da con- junctiva. — Cor amarella da esclerotica. — 'Inflamação dos olhos, de diversas naturezas. — 'Lagrimejar, principalmente em pleno ar c ao vento.—'Agglafinação nocturna dos olhos^ PHOSPHORO. 151 —Orgdet.—Estremecimento das palpebras e de seus ângu- los. — 'Difficuldade de abrir as palpebras. — Inchação das palpebras. — Amblyopia. —Fraqueza da vista, de manhã, na acção de acordar.— Myopia,— Cegueira diária ás vezes instantânea; tudoparecescr encoberto dJumvéo preto.—Escu- ridão da vista á luz.— Reflexos pretos ou scentellas, e man- chas pretas diante da vista.—Sensibilidade dos olhos á clari- dade do dia eda luz.—Aureola verde ao redor da luz. Ouvidos.—Olalgia. — Rasgamentos agudos c fisgadas nos ou- vidos e na cabeça. — 'Pancada e pulsação nos ouvidos. — 'Congestão de sangue nos ouvidos.— Corrimento amarello pelos ouvidos, alternando com surdez. — Sensibilidade ex- cessiva do ouvido.—Grande tinido de sons e principalmen- te de palavras nos ouvidos com resomnancia na cabeça. — Surdez principalmente do que se falia, —Murmúrio diante dos ouvidos.—'Zunido de ouvidos. Nariz.—Nariz vermelho, inchado e sensível ao tocar.—"Cros- tas seccas e duras no nariz.—"Polypo no nariz.—Excoriação dos ângulos do nariz.—Ventas ulceradas.—Sardas abundan- tes sobre o nariz. — Exalação felidapelo nariz. —Assoamen- to de sangue.— Epistaxis, -algumas vezes durante a dejec- ção, ou a noite.—Sensibilidade excessiva do olfacto, princi- palmente durante as dores de cabeça. —Falta d'olfacto.— 'Seccura penosa do nariz. — Corysa secea e -fluente com dor de garganta e embaraços da cabeça.— Corrimento con- tinuo pelo nariz de mucosidades amarellas e verdes. —Es- pirro freqüente. — 'Entopimento do nariz, sobretudo de manhã. Rosto. — Rosto pallido, desfigurado, sujo, térreo, com olhos fundos rodeados d'um circulo azul. —Palíidez, alternando com vermelhidão do rosto e calor fogaz. —'Vermelhidão e calor ardente das faces.—'Opacidade da face, principal- mente ao redor dos olhos. — Estremecimentos dos músculos da cara.—'Tensão da pelle do rosto, ás vezes d'um sò lado. —Desquamação da pelle do rosto.—"Sensibilidade dolorosa d'um só lado do rosto, abrindo a boca.—'Fisgadas doloro- sas, tractivas nos ossos do rosto, principalmente de tarde ou de noite, na cama, ou depois do mais ligeiro resfriamen- to.—*As dores da face se renovão fallando, ou com o me- nor contacto. —"Erupções de borbulhas e crostas na face. — 'Beiços azulados. — Beiços seccos, -cobertos de crostas morenas. —Beiços gretados. —lmpigens e borbulhas ao redor da boca.— Ulceração da commissura dos beiços. — Caimbra do queixo.— Engurgitamento das glândulas ma- xillares. loá PHOSPHORO. Dentes—'Odontalgia tractiva ou despedaçante, ou prurigí- nosa, furante, pulsativa, estrcmecente e latejante, sobretudo ao grande ar, ou de tarde e de manhã, algumas vezes tam- bém somente de noite, principalmente no calor da cama, ou pelo contacto dos alimentos quentes. — 'Dores de dentes, depois do mais ligeiro resfriamento, com salivação. — Dentes dolorosos de manhã, durante a mastigação, como por ulce- ração.—Caria dos dentes.—Grande vascillação dos dentes. —Sangramento dos dentes.—Banger dos dentes.—Sensibi- lidade dolorosa, inflamação,-despegamento, 'ulceração,-in- chação e sangramento facil das gengivas. Boca.—*Exeoriação da boca. — 'Accumulação de saliva, -sal- gada ou adocicada ou seccura excessiva da boca.—'Mucosi- dades viscosas na boca.—'Escarros de sangue. — Vesiculas purulentas no paladar.—Pelle enrugada ao paladar, como se fosse desprender.—'Lingoa secea, -carregada d'uma pi- tuita escura.—"Lingoa branca. Garganta. —'Seccura da garganta, dia e noite.—Pressão na garganta. — 'Ardor, aperto e dor ardente na garganta. — 'Roncos de mucosidades, de manhã.—Dor de excoriação na garganta.—Inchação das amygdalas. Appetite.— °Gosto viscoso, ou como do queijo.— Amargor na boca, e na garganta com aspereza.—Gosto agro na boca principalmente depois da comida.—"Perca do gosto.—Falta dappetite por uma sensação de enchimento na guela, e muita sôde. —"Desejo excessivo de cousas refrigerantes, — "Fome depois da comida,— "Bulimia, mesmo de noite. — "Depois do almoço, sensação de insipidez e de moleza no ventre.—Depois da comida, vontade de dormir e preguiça, calor e anxiedade, sensação ardente nas mãos, azias mais pro- nunciadas, pressão e enchimento no estômago, no peito e no ventre, acompanhadas de oppressão da respiração, vômitos dos alimentos, entaboamento do ventre, ou dor na cabeça, arrotos, soluço, fraqueza, colicas, e muitos outros soffri- mentos. Estômago.—Arrotos com dor no estômago como se fosse arrancar alguma cousa. —°A fumaça do tabaco produz nau- zeas e palpitações de coração. —'Arrotos abundantes geral- mente interrompidos sobretudo depois da comida e depois de ter bebido, algumas vezes também abortados, spasmodicos, azedos ou com gosto dos alimentos, —'Regurgitação azeda dos alimentos.—-'Pyrozes. — Soluço.— 'Náuseas de diversas naturezas, sebretudo demanhã, ou de tarde, ou também de- pois da comida.—Náuseas com grande fome ou sede, dissi- pando-se comendo ou bebendo agoa. — 'Corrimento de PHOSPHORO. Io3 agoadilha pela boca, como petuitas, principalmente depois de ter comido ácidos. — Vômitos, com grandes dores no es- tomagoc grande fraqueza.—Vômitos verdes ou denegridos.— Vômitos de matérias ácidas.—'Vômitos dos alimentos, prin- cipalmente de noite.—'Vomito de bili, de noite, ou d»! mucosidades, -algumas vezes com frio e torpor dos mãos o dos pés.— Vomito de sangue.—Vômitos com diarrheia.— Dor de estômago, sobretudo ao tocar.—Dores violentas no estômago que só allivião bebendo alguma cousa fria. — Sen- sação de estreitamento do cardia; os, alimentos apenas são ingeridos, sobem a garganta..—'Enchimento de estômago. — "Fisgadas e pressão no estômago principalmente depois da comida com vomito dos alimentos. —'Scrobicula dolorosa ao tacío, ede manhã tombem.—Sensação de frio, ou calor, e 'sensação ardente no estômago e na scrobicula. — Inflama- ção no estômago. —'Dor crampoide, sensação de arranha- menlo, e contracção no estômago, "algumas vezes com suffo- cação. — ?nd aposição geral, [orem que he ressentida maix particularmente no estômago.'—\is males d'cstomago se manifeslão principalmente depois da comida, assim como de tarde e a noite. Ventüe.—■ Fisgadas na região hepatica. —'Entaboamento da ventre, principalmente depois da c > aida.—-Ventre duro c intenso.—Dor contractiva no ventre.— 'Colicas. epcsiaoJi- cas.—'Picadas, golpeamontos o despedaçamento, sobretudo de manhã na cama, a noite ede tarde, e mintas vezes com desejo urgente de obrar, e diarrheia. — Dores de ventre lan- cinantes, algumas vezes com palíidez do rosto, arrepiamen- tos e dores do cabeça.—Sensação de frio, com calor *e sen- sação ardente no veatre. — Inflamação, dos intestinos.— 'Sensação de fraque/a e vácuo no ventre como uma espé- cie d'atonia. —"Indisposição no ventre depois do almoço. —"Pressão como se todo aühtoso para os lados do ventre. — 'Hérnia inguinal.—'.'vlanehas amarellas no ventre,— In- chação e supuração das glândulas inguinaes. —'Incarcera- ção de fluctuleucias. —'Colicas flneU.dentas, profundamente no baixo-ventre; peioradus estando deitado, cem roncos e borb irygmos. Dejecções. — "Constipação.— Ttojecçõos duras, lentas, inter- rompidas, diílicob" d'evacuar e muito seccas. —"Vontade urgente e penosa d;; obrar—'Laxidão prolongada do ven- tre.—-'itojecções da consistência da pana.—'Diarrheias se- rosas. "Diarrheias com perca das forças.—°l)iarrheias mu- cisas.—"Diarrheias sanguiwdeaías. -—"ítejecções não digíe- ridus.- ítejereões verdes, moroens 'Vi pre■■■•*'. — ItejYrcms lo'i phosphoro. voluntárias.—"Corrimento de mucosidades pelo ânus que fica constantemente aberto.—"Tenia, -ou ascarides do recto, durante as dejecções.—Corrimento de sangue durante a eva- cuação.—Depois da dejecção pressão, dor ardente e tenes- mo no ânus e no recto com grande descahiinento.—"Co- michão e fisgadas no ânus e no recto.—Caimbras e estreita- mento do recto.—Sahida e fluxo facil das borbulhas hemor- rhoidaes do recto e do ânus, com dor de excoriação estando sentado ou deitado. Ourinas.—Secreção mais abundante d'uma ourina aquosa.— Emissão freqüente d'uma ourina pouco abundante.—Ou- rina com sedimento branco, seroso, arenoso e vermelho, ouamarello.—'Ourinas turvas, com sedimento cor de tijo- lo.—Ourinas pallidas, aquosas, ou esbranquiçadas.—Pelli- culas sobre as ourinas.—Mijadura de sangue.—'Em ouri- nando aperto e sensação ardente. — 'Tensão e estremeci- mento ou dor ardente na uretra, fora do tempo das emis- sões das ourinas. Partes viris. — 'Grande exaltação do appetite venereo com de- sejo constante do coito.—'Erecções mui violentas, de tarde ou de manhã.—*Poluçôes não muito freqüentes.—"Ejacula- ção sem vigor e mui prompta durante o coito—Dores nos testículos e inchação do cordão spermatico. Regras.— Rasgamento nas partes genitaes e fisgadas desde a vagina até ao utero. —"Regras muito prematuras e muito abundantes, ou muito pouco abundantes e serosas.—"Cor- rimento de sangue pelo utero durante a prenhez. — Regras de mui longa duração com dores de dentes e colicas.—An- tes das regras, fluxo abundante de sangue das ulceras, "flo- res brancas, desejo de ourinar e choros.—"Na apparição das regras, golpeamentos incisivos, dores no costado e vômitos. —"Depois das regras, debilidade, círculos azues ao redor doá olhos e anxiedade.—Regras de mui curta duração.—'Demo- ra das regras. —'Durante as regras. dores de cabeça latejan- tes, fermentação no ventre, expectoração de sangue, dores nos lombos, quebramento de membros, grande alquebra- mento e febre, °ou palpitação de coração, arrepiamentos, in- chação das gengivas e da face e muitos outros soffrimentos. — Leuchorrhéa dolorosa, corrosiva. —"Nodosidades duras e dolorosas nos seios.—'Inflamação crysipelatosa dos seios, com inchação, dores ardentes, e fisgadas. — "Abcesso nos seios mesmo com ulceras íistulosas. Larynge.— 'Rouquidão e raspamento na garganta "algumas vezes prolongadas. — 'Aphonia, de maneira tal a não poder fallar senão muito baixo.— 'Catarro com tosse, "febre e rc- PHOSPHORO. 1 33 ceio da morte.— c'Sensibilidade mui dolorosa da larynge, que não permitte fallar. — "Grande sensibilidade da laryn- ge, com dor ardente. — Seccura na trachea-arteria e no pei- to.— 'Expectoração de mucosidades pela larynge.— 'Tosse provocada por uma cocega e comichão no peito, ou com rou- quidão e sensação como se o peito estivesee ardente. — Tosse ouça de noite que não deixa dormir.--'Tosse com fisgadas na garganta, -no peito, e na scrobicula algumas vezes de noite somente.— "Tosse secea, quotidiana e que dura mui- tas horas, com dores noestomagoe no ventre. — Tossesecca, arquejante como se a cabeça fosse rebentar, provocada pelo ar frio, bebendo, ou lendo em alta voz.—Tosse com vômi- tos.—Tosse provocada pelo riso. — "Tosse secea como por tuberculos, ou uma inflamação chronica dos pulmões.— 'Tosse com expectoração purulenta e salgada, sobretudo de manhã c de tarde. —"Expectoração verde pela tosse. — Tos- se com expectoração de mucosidades viscosas ou de sangue com ardor no peito. Peito. — "Respiração, estrondosa e arquejante.— 'Respiração difficil principalmente de tarde, com angustia no peito, ag- gravada estando assentado. — 'Oppressão da respiração e op- pressão de peito de diversas naturezas, -principalmente de manhã ou de tarde, assim como também durante o movi- mento. — Asthma spasmodica. —Accessos de suffocação de noite. — 'Pressão no peito. — 'Peso c enchimento, tensão no peito. — Caimbras de peito, contractivas. — Rasgamento no peito.— 'Lancinações no peito, e principalmente no lado esquerdo, ás vezes de longa duração, ou muito ao tocar.— "Dor de excoriação ardente no peito.—Angustia no peito. — Congestão no peito, com sensação de calor que chega á garganta.—'Banimento de coração de diveisas naturezas, -principalmente depois da comida, de manhã, e de tarde, "assim como também estando sentado, e em seguida de toda a espécie de emoções moraes.—"Battimento de cola- ção, com oppressão da respiração.—"Dor debaixo doseio es- querdo, estando deitado desse lado. — "Manchas amarellas no peito. Tronco.— Dor de rompimento nos rins e no espinhaço -princi- palmcntedepois deter estado assentado longo tempo, impe- dindo dandar, levantar-se c fazer o menor movimento.— Dor ardente nos rins. — Rompimento, fisgadas nos omopla- tas.— 'Rijeza da nuca. — Pressão sobre as espadoas.— 'In- chação do pescoço.—'Engurgitamcnto das glândulas axil- fares, e das da nuca c do pescoço. — Comichão o fisgadas em baixo >ovaeos.— Suor fétido em baixo dos sovacos. L!>0 PHOSPHORO. Braços. — 'Rompimento rheumatismal (e fisgadas; nas espa- doas, nos braços e nas mãos, principalmente de noite.— Dor ardente nas mãos e nos braços. — Adormecimento dos braços e das mãos. — Alquebramento e 'tremor, nos braços v nas mãos, principalmente tendo um objecto. — lmpigens fur.furaceas no braço.—Congestão de sangue nas mãos, com inchação e vermelhidão de veias, principalmente conservan- do os braços pendurados. — Dor de deslocação nas articula- ções das mãos, e dos dedos, com tensão. — 'Inchação das mãos mesmo de noite. — "Calor nas mãos. — Frio nas mãos de noite. — Contracção e tremores dos dedos. — Dedos mor- tos.— Paralysia dos dedos.— 'Torpor na ponta dos dedos. — Pelle gretada nas articulações dos dedos.— Frieiras nos dedos. Pernas.—Dor d'iilccração nas nádegas, estando sentado. — Dor de dcslocação nas articulações coxo-femorcies, e nas dos joelhos, e pés corn calor exterior.—Cançasso (bdoroso e peso das pernas. — Sensaçãoardento nas pernas e nos pés. — Ten- são e caimbras nas pernas, principalmente nos joelhos.— Sacudimentos nas pernas, dedia e de noite, antes de seador- meeer. — Tracção r. ror.ipi.nento nos joelhos, até nos pés. — 'Fraqueza paralytica nas pnrnas-°e rijjza aríhritica dos joelhos.—Exostosis na tíbia. — "Estremecimentos na bar- riga das pernas — Rompimento e fisgadas nos pés princi- palmente de noite.—'Inchação dos pés, ou somente dos ma- leolos, principalmente de noite, ou depois de passear, al- gemas vezes corn (\r>v lancinante. — Deslocação facil da ar- ticulação do pé.—"Frio nos pés, principalmente de noite.— *D;>r d'ulccração na planta dos pés, andando. — "Sobresal- tos nos pés de di i o de noite, antes de adormecer.—Torpor nas pontas ("os dedos dos pés. — inflamação e vermelhidão da parte carnuda do poüegar do pé com latejos.—Frieiras c calos nos dedos dos pé-t. anwa. RHUS.—Arvore venenosa.—Hahnemann.—Dose usada: 30. —Duração d'acção; 3 a G semanas em affecções chronicas. Antídotos: Bry. camph. coff. sulf. —Emprega-se como antídoto de: Bry. rhod. tart. Hc sobretudo depois: Arn. bry. calc-ph. cham. lach, phos. phos-ac. sulf. cphos-ac. que rhus he eficaz logo que he indicado.—Depois de rhus convém algumas vezes : Am-c. ars. bry. "cale. con. phos. phos-ac. puls. e sulf. SYMPTOMAS GERAES. — Tracções, tensão, dores rheuma- ticas e arthricas, nos membros, levados a um excessivo gráo, durante o somno, °do mesmo modo n'uma estação má, de noite com "calor da cama, muitas vezes com torpor, e en- torpecimento da parte affectada, depois de a ter movido.— Caitnbra e tensão cm diversas partes, como por encurta- mento dos tendões, com contracções d'alguns membros.— 'Fisgadas tensivas e enrijamento nas articulações, aggrava- das, levantando do lugar em que se acha, c expondo-se ao ar. —"Rijeza paralytica nos membros, principalmente movendo com a parte, depois do romno.—'Fntorpecimcnto das par- tes sobre as quaes se descança. — 'Torpor de outras, com comichão e insensibilidade nas partes affectadas. —"Effer- vescencia nas partes affectadas. — "Dor de deslocação nos membros.—* Paralysia, algumas vezes scmi-laltcraes.—*In- chações vermelhas, e luzenles, com dor latejante de excoria- ção, ao tocar.—'Dores d» despedaçar, ou sensação como se » carne estivesse desprendida dos ossos, em algumas parles. —Tracções pressivas sobre o periostio, como se se rapasse os ossos.—Sensação como se alguma cousa fosse arrancada dos órgãos internos.—Inchação e enduração das glândulas. —Iclericia.—Tremor dos músculos c dos membros.—"Mo- vimentos convulsivos, c outros soffrimentos, depois de ter tomado um banho frio.— Affecções semi-latteraes.—'Exa- cerbação e appurição de dores e de svinptonias, durante o 158 RHUS. somno, ou de noite, assim como entrando na alcova de- pois de ter. estado exposto ao ar, melhorando com o movi- mento, e o andar.—°Reproducção ou aggravação de muitos outros males, com má estação.— Sobre-excitabilidade geral dosystema nervoso, augmentada por pouco que seencolerise. —Crispações em todos os membros, estando deitado.—Tre- mor de membros, depois do mais ligeiro excesso, com passo vascilante.— 'Grande cançasso e fraqueza, com vontade do deitar-se.— Accessos de esvaimento.— 'Impossibilidade de soffrcr o ar frio ou quente, o que dolorosamente fere a pelle. Pelle.—Comichão por todo o corpo, principalmente nas par- tes cabelludas.—Inflamações erysipelatosas.— Erupções ur- ticarias, geralmente vesiculosas e crostosas, com comichão ardente, apparecendo a miúdo na primavera e no outono. —"Erupções de pequenas pústulas, com o centro vermelho, como a zona.—"Ulceras gangrenosas, resulsante de peque- nas vesiculas, com febre violenta.—"Petechias com grande fraqueza, chegando até á prostração de forças. — Pústulas pretas.—"Erupções herpeticas, alternadas algumas vezes com padecimentos asthmaticos e dejecções dysentericas. —• °Verrugas, principalmente nas mãos e nos dedos.—Rhaga- des nas mãos.—Panarissos.— Comichão, ou fisgadas, ardor nas ulceras, principalmente de noite.—Frieiras.— Calos nos pés com ardencia c dor de excoriação. Somno.—Bocejos freqüentes, violentos c crampoides.—Excessi- va vontade de dormir de dia, e mesmo de manhã na cama. —'Somnolencia acompanhada de sonhos peniveis e inter- rompidos.— Insomnia, principalmente antes de meia noite, geralmente causada por uma sensação de calor, agitação de sangue, e desasocego que não permitte conservar-se deita- do.—''Somno agitado, com sonhos anxiosos e medonhos: — "Coma somnolente, com roncos, murmúrios e carpologia. —Somno interrompido por idéias tristes. —Despertar fre- qüente em conseqüência da amargura e seccura da boca.— Somno de noite impedido por uma pressão no estômago, belliscaduras no ventre, e náuseas com vontade de vomitar. — Impossibilidade de deitar-se d'um lado. — Sobresaltos com pavor e tremor do corpo durante o somno. —Somno incompleto c agitado com afllicção e affluencia de idéas pe- niveis. — Sonhos adivos , com negócios do dia, palavras e choros.— Sonhos com incêndio.— Somno com boca aberta e respiração curta. Febre.—Arripios, frio, geralmente de noite e acompanhados com crescimentos de dores c outros symptomas accessorios.— RHlS. lo9 Arripios tiritando ao ar-com forte sôde.—Calafrios passa- geiros, e contínuos, como se estivesse molhado d'agoa fria. —Sensação de frio ainda que levemente se mova. — Frio e palíidez do rosto, alternado com calor e vermelhidão.—Ca- lafrios e calor ao mesmo tempo, quer geraes e simultâneos, (arrepiamentos interiores, com calor exterior, e vice versa) quer em differentes partes.—'De noite, febres com calafrios, calor e sede; e depois, suor acompanhado ou seguido de colicas e diarrheia.—'Febre terçan ou quotidiana.—Terçan dupla, com calafrio ao menor movimento e suor.—'Duran- te o calafrio, dor nos membros, dores de cabeça, vertigem, dores de dentes pulsativas, com accumulação de saliva na boca, e vontade cie vomitar; e durante o calor nocturnas crispações em todos os membros.—Calor fogaz, com suor, partindo da região umbilical e alternando com calafrios. — Durante ou depois da febre, estremecimentos, zunido d'ouvi- dos, surdez, corysa secea, insomnia com afflicção inquieta, ictericia e erupção urticaria, pressão na cavidade dõ estôma- go, palpites de coração, com anxiedade, colicas, diarrheia e outras affecções gástricas, com sôde nocturna. — "Febres malignas, com delírio fogaz, dores violentas em todos os membros, debilidade excessiva, lingoa secea e denegrida, beiços seccos, amorenados ou denegridos, calor e verme- lhidão das faces, carpologia, punho accelerado e pequeno, coma somnolente com roncos e gemidos c suor durante as dores.— Suor estando sentado, muitas vezes com tremor violento.—Suor nocturno, algumas vezes com erupção miliar e pruriginosa.— Suores matutinos algumas vezes com chei- ro de azedo é contínuos. Moral.—'Tristeza anxiosa, e afflicção mortal, principalmen- te de noite, com desejo da solidão e vontade de chorar.— Agitação que não permitte permanecer sentado.—'Afflicção com temor da morte e suspiros.—Receio de estar envene- nado.—Mania do suicídio.—Irratibilidade e máo humor, com repugnância para qualquer trabalho. — "Abattimento moral com antrophobia. — "Inquietação a respeito de seus filhos, seus negócios, sobre o futuro, com falta de confian- ça em si mesmo.—Fraqueza de memória e esquecimento. —Falta de idéas e de penetração.—Lentidão na marcha das idéas, e idéas obtusas.—Enganos de imaginação e visões. —"Delirios. Cabeça.—Cabeça tomada, como na embriaguez.—Stupor.— 'Vertigem e vascillação, como se cahisse, principalmente le- vantando-se da cama.—Vertigem no momento de deitar-se com receio de dormir.—Dores de cabeça, logo depois da 100 RHUS comida, ou depois de ter bebido cerveja, assim como lam- bem movendo com os braços.—"Crescimento de dores com vontade de deitar-se, qualquer contrariedade e exercício ao ar livre renovão os accessos.—"Dores de cabeça periódicas. —"Dor na cabeça como se o cérebro estivesse pisado, princi- palmente de manhã, e aggravada movendo ou levantando os olhos. —Peso e enchimento pressivo da cabeça, com sensa- ção abaixando-se, como se o cérebro rebentasse.— Sensa- ção de compressão ou de dilatação na cabeça, com crispa- ção principalmente nas fontes, freqüentemente de tarde ou de noite. — "Dores de cabeça latejantes de dia e de noite, nos ouvidos, no centro do nariz e nas maçãs do rosto, com os dentes embotados.—Pancadas e pulsações na cabeça, principalmente no occiput. — Dores principalmente nos oc- cipitaes.—Congestão sangüínea na cabeça, com sensação ardente, principalmente na testa e no occiput.— "Comichão dolorosa com zunido e confusão na cabeça. — Entaboamen- to c sensação de fluduação a cada momento, como se o cére- bro vascillasse.— Sensibilidade dolorosa do exterior delia, como por ulceras cutâneas, principalmente arrepiando-se os cabeilos, e ao tocal-os.—Contracção da pelle cabellu- da, como se arrancassem os cabellos. — Tracção e rasgamen- to na pelle cabelluda, com inchação da cabeça e comichão ardente. — "lmpigens seccas, e tinha, reapparecendo perio- dicamente todos os annos.—Tinha semelhante a crostas espessas as quaes destroem os cabellos, com pus esverdi- nhado e comichão violenta de noite.—Pequenas tuberosi- dades mojdes na pelle cabelluda. Olhos.—'Dores nos olhos movendo o globo.—Pressão e sen- sação ardente nos olhos, com olhar fixo, terno c abattido. —Ardor nos olhos c nas palpebras, -com inflamação, ver- melhidão e agglutinação nocturna.—Choro abundante com inchação edematosa ao redor dos olhos. — "Photophobia. — Inchação das palpebras; com inchação por todo o olhoe pur- tes circumvisinhas.—Orgelet nas palpebrascom rijeza pa- ralytica. — Tremor e estremecimento dos olhos e das pal- pebras.—Manchas diante dos olhos com fraqueza da vista, parecendo todos os objectos- pai lidos. Ouvidos.—Otalgia.—Pancadas dolorosas no ouvido, de noite com inchação, corrimento de pus sanguinolento e surdez.— Inchação e inflamação das parotidas, com febre. Nariz.—Vermelhidão do alto do nariz, com dor de excoria- ção ao tocar.—Inchação e seccura do nariz, com corrimen- to de matéria esverdinhada, c fétida.—'Epistaxis mesmo de noite abaixando-se, ou ron^ndo.—Espirros freqüentes. rhus. 101 violentos c quasi crampoides. — Coaimento abundante de mucosidades nasaes, sem corysa. Rosto.—'Face pallida, doentia, e decabida, com olhos ro- deados d'um circulo azul, e o nariz aífilado.—"Rosto desfi- gurado c convulso. — "Face vermelha com calor ardente.— 'Inflamação crysipelatosa e inchação da cara, com picadas pressivas e tensivas, e comichão ardente.— *Erysipela vesi- colosa, com scrosidades amarellas nas vesiculas.—"Erupções humidas e crostas espessas, com resudação de scrosidades fé- tidas e sanguinolentas.—"Erupções no rosto como a capa- rosa.—Erupção herpetica e crostosa ao redor da boca e do nariz, com estremecimentos e sensação ardente.—Desqua- mação da pelle, e do rosto.—Contracções incisivas c dores crampoides ardentes nas faces (com calor e aspereza destes últimos).—"Suor frio no rosto.—Erupção de borbulhas ar- dentes ao redor dos beiços, eda barba.—Dor crampoide na articulação dos queixos, com estallo, ao menor movimento. —"Caimbras do queixo.—Inchação dura e dolorosa das glân- dulas maxillares.—'Beiços seccos c morenos. Dentes. — 'Odontalgia, como por excoriação ou com despeda- çamento, picadas e estremecimentos com comichão de noite, aggravadas expondo-se ao ar, e alliviadas pelo calor exterior, algumas vezes também em conseqüência de um resfriamen- to.—Dentes abalados, com cheiro fétido na boca dos caria- dos.— Dor de excoriação ardente nas gengivas, mesmo de noite. Boca.—"Seccura na boca, com muita sòa"cepccumulação abun- dante de saliva, sahindo de noite uma saliva amarella, e ás vezes sanguinotenta.—Accumulação abundante de mucosi- dades viscosas, com escarros freqüentes.—"Lingoa secea, vermelha, ou morena; com sensação como se ella estivesse coberta d'uma pelle. Garganta. —Dor de garganta, como por inchação interior, com dor de pisadura, mesmo fallando-se, e pressão c pica- das, durante a deglutição.—Sensação como se houvesse pa- rado na garganta alguma cousa.— 'Difficuldade de engolir. e dor ingerindo-se alimentos sólidos, como por estreitamento da garganta e do esophago.—A agoardente causa na gargan- ta uma sensação extraordinariamente quente. — Accumula- ção abundante de mucosidades na garganta com roncos fre- qüentes de manhã; e com dor pulsativa. Appetite.—Gosto pútrido, principalmente de manhã e depois da comida, insipido, viscoso ou acre , de sabor amargeso ou metallico. — Gosto adocicado; -ou amargo de alimentos, principalmente do pão, o qual parece áspero c secco. — 21 162 rui:, 'Falta tolal dappetite com repugnância para todos os ali- mentos principalmente do pão, da carne, do café e do vi- nho.— Sensação de peso e saciedade no estômago, o qual tira o appetite.— Depois da comida, vontade excessiva de dormir, pressão e enchimento no estômago e no ventre, com náuseas e vontade de dormir, cançasso, vertigem e horripi- lação.— Grande peso no estômago cm conseqüência de ter somido pão.— Dor e calor na cabeça depois de ter bebido cerveja. — Sede, freqüentemente por sensação de seccura na boca, de noite ou de manhã, com desejo de beber, princi- palmente ãgoa e leite frio; e também de comer doces. Estômago.— Arrotos com gosto de alimentos.— Arrotos in- terrompidos depois de ter comido e bebido.—Arrotos vio- lentos, com comichão no estômago, alliviados deitando, e renovados toda a vez que se endireite.—Pituitas d'estoma- go, com náuseas e vontade de vomitar principalmente de- pois de ter comido, ou bebido, assim como também de noi- te ou de manhã, depois de levantar-se, sendo alliviadas deitando.—Vômitos immedíatamente depois de ter comido. — 'Dores de estômago, como se nelle hovessem pedras, isto depois da comida.—'Pressão no estômago e na scrobicula, muitas vezes com aperto da respiração.—'Pancadas e dores agudas na região epigastrica.—Constricção e sensação de enchimento, e dor de ulceração na cavidade do estômago com frieldade. — Sensação como se houvesse parado alguma cousa na cavidade de estômago, principalmente abaixando ou dando um passo em falso. Ventre. — 'Entaboamento do ventre, principalmente depois da comida.—Peso pressivo no ventre como produzido por um fardo sobre elle. — Caimbras abdominaes contractivas, que obrigão a conservar curvado. — Contracção dura e visí- vel atravez do embigo. — Viravoltas no ventre, como por um verme.—Rasgaduras incisivas, tremor e picadas com sensação de calor. — Laxidão no ventre com abalo interior 9 qualquer passo que se dê.—"Colicas violentas, muitas ve- zes de noite, aggravadas por qualquer alimento ou bebida, ás vezes com fezes sanguinolentas. — Sensação no ventre eomo se arrancassem alguma cousa. —"Vermelhidão escar- late do baixo-ventre.—Tegumentos dolorosos como se esti- vessem ulcerados, principalmente de manhã estendendo. —Pressão nas virilhas, como se se declarasse uma hérnia. —Flactulencias abundantes no ventre com roncos, fermenta- ção e movimentos picantes, com flactos mui fétidos. Dejecções.—"Constipação algumas vezes alternando com diar- rheias.—Dejecções duras c demoradas.— 'Tenesmo ás vezes RHUS. 103 com náuseas, dores r picadas ao ventre.—'Dejecçõcs diar- rheicas, sanguinolentas, -serosas ou mucosas, escumosas, ge- latinosas, vermelhas ou riscadas de branco e de amarello.— 'Diarrheias teimosas, c dysentericas-ou fezes completamen- te brancas.—"Diarrheias nocturnas, com colicas violentas, dor na cabeça"e por todos os membros.—Dejecções invo- luntárias de noite dormindo-se, com a respiração curta du- rante ellas.—Comichão e pruido no ânus e no recto.—De- pois da evacuação de dejecções molles, sahida de borbulhas hemorrhoidaes do ânus com dor de excoriação. Ourinas.—"Retensão dtourina. — 'Vontade urgente e freqüen- te d'ourinar, de dia e de noite, com corrimento mais abun- dante.— "Incontinencia d'ourina principalmente durante o somno. — "Emissão d'ourina ás gotas, vermelha como san- gue, com tenesmo, e diminuição total ainda que se tenha bebido muito.—Ourina carregada, turvando-se facilmente, ou d'um branco turvo, clara como agoa, com sedimento branco como a neve.—Inchação da uretra, com dobrada sabida d'ourina. Partes viris.—Grande erupção nas partes genitaes.—Infla- mação da glande, com vesiculas sanguentas.—Inchação da glande e do prepucio, com paraphyinose do prepucio.—No- dca vermelha no interior do prepucio e inchação espessa do scroto.—Erupção humida do mesmo.—Erupções freqüen- tes de noite, com vontade dtourinar.—Muita propensão pa- ra a ejaculação de manhã. REGRAS.—Regras muito prematuras e abundantes, e de mui longa duração.—"Corrimento desangue durante a prenhiv —Dor de excoriação e picadas na vagina. —Corrimento d sangue coalhado pelo utero, com dores de parto, e dimi- nuição da secreção do leite. Larynge.—Rouquidão c aspereza da garganta, com sensai no peito, como se estivesse ardente, com sensação de frio cr garganta, respirando-se.—Engasga mento.—Vapores arden- tes pela larynge.—Sensação de constricção na covinha da garganta, depois de um curto passeio.— Tosse provocada por uma cocega nas vias aéreas, geralmente curta e secea, com afflicção e respiração curta, principalmente antes de meia noite.—Tosse com vomito dos alimentos, principal- mente de noite deitando-se de costas.—Tosse simples de manhã, e depois d'acordar; curta com amargura da boca depois de estar deitado, de manhã depois de despeitar.— Tosse com dor de estômago ou com picada no peito e na cabeça. — "Tosse com expectoração d'um sangue encarnado. vivo e sensação de insipidez no peito. lGt RHUS. Peito.—Bespiração diflicil depois de qualquer excesso mode- rado, -com oppressão anxiosa mesmo de noite.—Respira- ção diflicil por uma oppressão c aperto na cavidade do es- tômago.—Respiração curta, de noite, com tensão sobre o peito.—Necessidade freqüente de respirar profundamente. —Fraqueza do peito , a qual torna a falia diflicil, depois d'um passeio ao ar, com sensação de constricção do peito. -—'Picadas e latejos no peito e em ambos os lados delle f -principalmente estando sentado , curvado, failando, e res- pirando-se profundamente , raras vezes andando ou fazen- do grandes movimentos.— Comichão no peito, com tensão nos músculos do mesmo, aggravada pelo somno.—Congestão sangüínea no peito.—"Fraqueza e sensação de estremecimen- to no coração.—Pancada de coração violenta estando sentado tranquillo.—Fisgadas na região do coração com sensação dorida de paralysia e entorpecimento do braço esquerdo.— Frio ligeiro nos hombros. Tronco.—'Dor de despedaçar nos rins, principalmente ao to- car e durante o somno,-com rijeza sensível.—"Exostose dorida no sacro.—°Desviação da collumna vertebral.—'Do- res nos rins, no espinhaço , e na nuca, como se se tivesse da- do qualquer geito. — Tracção e dor aguda no espinhaço, es- tando sentado e abaixando-se. — Picada rheumatica entre os omoplatas, aggravada com o frio, e aliviada com o calor. —Enrijamento rheumatico da nuca, e do pescoço, com tensão dolorosa durante o movimento; e inchação das glân- dulas axillares. Braços.—"Rasgaimntos e sensação ardente no hombro, com paralysia dos braços, principalmente durante um máo tem- po, durante o somno eo calor da cama.—"Frio, paralysia e insensibilidade do braço. — "Exostose, com calor e ulceras vertendo um pus sanioso.—'Inchação erysipelatosa, nos braços, com pústulas, e comichão ardente, nas mãos e nos dedos.—Manchas vermelhas.—Tremor, dor aguda e pica- das.— Rasgamentos estremecentes nos cotovellos, nos pu- nhos e nas articulações dos dedos.—Comichão nos ossos do ante-braço. — Fraqueza, torpor e rijeza do mesmo e dos dedos durante o movimento e tremor destas partes depois do menor esforço. — Inchação quente das mãos, de noite. —Erupção viscularia no punho emforma'de Cacho, -erupção nas costas da mão.—"Verrugas nas mãos e nos dedos, com inchação dos dedos.—Tremor dos dedos pollegares, com contracção. Pernas. — °Picadas e rasgadura na articulação coxo-femo- ral, até na barriga da perna, principalmente firmando-se RHUS. 105 sobre o pé, ou com crispações surdas e sensação ardente du- rante o soinno com sensibilidade dolorosa das articulações le- vantando, e subindo uma escada.—Tensão e rijeza nos músculos e nas articulações das cadeiras, das coxas, das pernas, joelhos e pés.—"Paralysia das extremidades infe- riores.— Caimbras nas nádegas, nas coxas, e nas barrigas das pernas, principalmente de noite na cama, -ou estando sentado e depois de ter andado.—Tensão no joelho, co- mo se os tendões fossem mui curtos.—Tracção e rasgamen- tos estremecentes nas coxas e nas pernas.—Latejos, nas co- xas, nas pernas, nos joelhos, nos pés e nos pollegares.— Peso das pernas principalmente nas curvase barrigas das pernas. — 'Paralysia das pernas e dos pés.—Picadas e dor de deslocação nos malleolos, firmando o pé.—Inchação in- flamatoria do calcanhar "algumas vezes com pústulas e bor- bulhas miliares na parte affectada.— Inchação erysipelatosa dos pés, com inchação dos mesmos de noite.—Entorpeci- mento de pés (pés mortos).—Torcimento dos dedos, -calos nos pés com sensação ardente e dor de excoriação. jurttva. SULF.—Enxofre. — Hahnemann. —Doses usadas: 0, 30. — Duração d'acçâo: 33 a 40 dias (nas moléstias chronicas) e mesmo mais tempo. Antídotos: Acon. camph. cham. chin. merc. n-vom. puls. sep.— Emprega-se como antídoto de: chin. iod. merc. nitr-ac. rhus. sep. He sobretudo depois de: Acon. ars. cupr. merc. nitr-ac. n-vom. puls. e rhus., que o enxofre he efficaz logo que he indicado.—Depois delle convém algumas vezes: Acon. bell. cale. cupr. merc. nitr-ac. n-vom, puls. rhus. sep. sil, SVMPTOMAS GERAES. — Dores agudas e tractivas 'ou fisgadas nos membros, principalmente nas articulações e ás vezes com debilidade, rijeza e sensação de torpor nas partes affectadas. — "Dores de deslocação, tensão como por encur- tamento dos tendões, caimbras e contracção em muitas partes.— "Estallo nas articulações, principalmente do co- tovello e do joelho.— Inchação inflamatoria das articula- ções, com calor e vermelhidão.— "Comichão nos membros, principalmente nas barrigas das pernas e nos braços.— "Disposição de membros para facilmente se adormecerem.— 'Palpitações musculares. — 'Estremecimento e balanços em certas partes, ou por todo o corpo, principalmente es- tando sentado ou deitado.— * Accessos de spasmos.— 'Con- vulsões epilépticas, -provocadas por algum susto, ou por correr, *e algumas vezes com gritos, endurecimento dos mem- bros, aperto dos dentes, e sensação como se um rato per- corresse o hombro ou os braços.— "Accessos de desmaios, -ou de indisposição hysterica ou hypocortdriaca, algumas vezes com vertigens, vômitos e suor.— Tremor de membros principalmente das mãos.— Sensação de tremor interior- mente.—'Accessos de inquietações em todo o corpo, que não permittem ficar sentado, com vontade de estender e contrabir alternativamente os membros.— Grande fere ura SUE1TR. 107 de sangue, ás vezes com calor ardente nas mãos.— Grande prostração, com 'grande cançasso depois da mais pequena conversação, e d'um curto passeio; necessidade de ficar sempre sentado, e suores abundantes, mesmo estando sen- tado, lendo, comendo, deitando, ou passeando.— A sensa- ção do cançasso algumas vezes se dissipa andando.— Debili- dade muscular, sobretudo nos joelhos e nos braços, assim como também nas pernas, com andar vascíllante.— 'Andar curvado. — Magreza extraordinária, ás vezes com debilidade, cançasso e sensação ardente nas mãos e nos pés.— 'Sensi- bilidade forte, expondo-se ao ar e ao vento -com dores nos membros, nas mudanças de tempo, com disposição para fa- cilmente resfriar-sc, e muitos outros soffrimentos por effeito do ar.— Geralmente as affecções da cabeça, e de estômago, são as que mais depressa se aggravão expondo-se ao ar.— As outras affecções aggravão-se mais de tarde, ou de noite, e também durante o descanço, conservando-se em pé, e ex- m pondo-se ao frio; e desapparecem com qualquer agitação, ou movendo a parte molesta, do mesmo modo que com o calor do aposento, porém o da cama torna as dores noc- turnas e insuportáveis.— 'Muitos males apparecem perio- dicamente ou por intermKttencia. Pelle.— 'Comichão da pelle, mesmo por todo o corpo, -mais activa de noite, e de manhã, ou na cama; e muitas vezes com dor de excoriação, calor, comichão ou sangramento da parte que tem sido cocada.— 'Erupções como as que algu- mas vezes acompanhão a vaccina.— 'Erupções e impigens crostosas, de côr amarellas-esverdinhadas proveniente de pequenas phlyctenas pruriginosas com aureola vermelha.— "Manchas herpeticas e vermelhas irregulares e furfuraceas, ou cobertas de pequenas phlyctenas, dissorando uma lynfa 6erosa.— 'Erupções sarnosas.— 'Erupções miliares, prin- cipalmente nas extremidades. — 'Urticaria. — 'Comichão ardente de erupções.— 'Manchas hepaticas, de côr amarella ou morena.— "Inflamações erysipelatosas, com dores pul- sativas e latejantes.— "Suggilações, ainda mesmo pela me- nor contusão.— "Urna vermelhidão escarlate por todo o cor- po.— 'Frieiras vermelhas, inchadas e ulceradas, com co- michão, em razão do calor da cama.— 'Verrugas callosas, principalmente ao redor dos dedos.— *A pelle facilmente se greta expondo-a ao ar.— Cieiro com dôr de excoriação. — "Descamação e excoriação da pelle cm muitos lugares.— Pelle doentia ; as menores lesões se inflamão e se ulcerão. — 'Ulceras com bordas elevadas, borbulhas pruriginosas aos arredores, aureola vermelha ou azulada, dores fortes, pi- 168 SULEUR. cantes e tensivas, sangramento facil e secreção d'um pus fe- . tido e sanioso, ou amarello e espesso.— 'Carnes das ulceras luxuriantes.— Ulceras fistulosas.— Furunculos.— Tumo- res enkystados; ou "pallidos, térreos e quentes, abcessos in- flamatorios.— 'Inflamação, inchação e induração, ou supu- ração das glândulas.— "Nodosidades sobre a pelle de todo o corpo sucutaneas, principalmente no seio.— "Inflamação, inchação e sensibilidade dolorosa dos ossos.— Repugnância para os banhos. Somno. —Desejo de dormir insuperável, principalmente de- pois do meio dia e de noite na claridade da luz. — *Bocejo freqüente. — Somno nocturno tardio, *ou insomnia, algu- mas vezes em razão d'uma grande affluencia de idéas, ou como por sobre-excitação. — 'Somno mui ligeiro -ou agi- tado, com despertar freqüente, ás vezes em sobressalto e com medo. — Despertar muito cedo e impossibilidade de tornar a dormir.—"Somno mui prolongado de manhã, -algumas ve- zes profundo e comatoso, com difficuldade de se levantar de manhã.—'Somno que não satisfaz.—"De noite dores, inquie- tações e effervescencia nos membros, anxiedade e calor, co- licas, -gastralgia, vertigens, dor na cabeça, visões e illu- sões dos sentidos, battimento de coração, soffrimentos as- thmaticos, 'sôde e fome. — Impossibilidade de dormir de outra maneira a não ser deitado de costas com a cabeça alta.—'Dormindo agitação e afflicção, sacudimentos no cor- po e estremecimentos de membros, sobressaltos e pavor, pa- lavras, -gritos, murmúrios, divagações, delirios, lamenta- ções e gemidos, rouquidão, olhos meios abertos, deitar de costas, com os braços sobre a cabeça, pesadelo e som na m- bulismo.— "Despertando, illusões dos sentidos, -visões me- donhas e medos de superstições.—"Sonhos freqüentes, fan- tásticos, anxiosos e horríveis, medonhos, desagradáveis e agitados; sonhos com fogo, cães que mordem, com a posse de bons hábitos, com quedas, perigos, mortos; sonhos com pressentimento do que acontecerá no dia seguinte. Febre.—'Arrepiamento, -frio, calafrios e horripilações, prin- cipalmente de tarde ou de noite, na cama, assim como de- pois do meio dia, e passeando ao ar. — Arrepiamentos par- ciaes, principalmente no dorso, no peito, nos braços; 'frio nas mãos, nos pés c no nariz.— Durante os arrepiamentos, palíidez ou calor da face, dor na cabeça, c algumas vezes calor passageiro. — "Accessos freqüentes de calor fogaz.__ *Calor, principalmente de noite ou de tarde, ou de manhã, assim como depois do meio dia, e ás vezes com rubor (cir- cunscripto) das faces, sede ardente, sensação ardente nas SELFUR. 109 mãos e nos pés, -arrepiamentos parciaes, 'suores parciaes, principalmente na cabeça, no rosto e nas mãos, -fadiga s alquebramento nos membros, rouquidão e tosse, anxiedade, etc.—'Accessos febris, tanto antes como depois do meio dia, ou de noite, consistindo em calor, que he precedido de arrepiamentos e seguido ou misturado de suores, ou tam- bém -de calor no rosto, seguido de arrepiamento. — "Du- rante a febre, banimentos de coração, delirios, fraqueza, obturação e crostas no nariz, e forte sede, mesmo antes dos arrepiamentos.—"Pulso duro, accelerado c cheio.—'Suores freqüentes e abundantes, de dia e de noite, de tarde e de ma- nhã na cama; 'suor facil trabalhando; suores parciaes, principalmente na cabeça, na nuca, nas mãos, etc; suores ácidos. Morai*.— 'Melancolia e tristeza, "juntamente com idéas tris- tes, inquietação a respeito de seu estado e de seus negócios a ponto de considerar-se excessivamente desgraçado, mal- diz«r da sua vida , e até mesmo desesperar da salvação eter- na.—'Disposição para chorar , e mesmo choros freqüentes, alternando algumas vezes com risos involuntários.—"Hu- mor inconsolavcl c escrúpulos de consciência mesmo para a mais simples acção.—'Acessos d'afflicção, principalmente de tarde; 'fisyonomia timorata e muita disposição para as- sustar-se,— Precipitação, desasocego c impaciência.—Máo humor, morosidade, disposição para criticar, e repugnân- cia para a conversação.—'Irritabilidade, humor colérico, disposição para zangar-se ecnfureccr-sc. — Indisposição e re- pugnância para qualquer trabalho do corpo e do espirito. —Indeciso, falta d'applicação, inadvertencia, anthropo- phobia e estado d'atordoamento.—Estupidez e imbecilida- de, com dilliculdadc de comprehender e responder certo.— Muita fraqueza de memória principalmente para nomes pró- prios.—Esquecimento mesmodo que se quer dizer.—Gran- de affluencia de idéas, a maior parte d'ellastristes e peniveis, porém ás vezes também alegres e misturadas d'arias de mu- sica.—Grande disposição para desvarios religiosos e philo- sophicos, 'com idéas fixas.—Divagações.—Mania com idéa fixa de possuir muitas cousas em abundância, como bellos trastes, &c.—Delirios com carpologia. —Incerteza sobre os objectos, toma-se um chapéo por um barrete, um trapo velho por um lindo vestido, &c. Cabeça. — Embaraços da cabeça com meditação difficil, "atordoamento e stupor ás vezes com vontade de deitar-se, e principalmente de manhã e de tarde, ou passeando ao ar livre, c subindo.— 'Vcrtiqcns c balanços principalmente 170 SULFIR. sentando-se, ou depois da comida, passeando, abaixando-se, andando, subindo, ou levantando-se do lugar em que está, deitando-se de costas, passando por cimad'um rio corrente, do mesmo modo que de manhã, de tarde ou de noite, e algumas vezes com náuseas, desmaios, debilidade e hemor- rhagia do nariz.—Dor na cabeça, produzida por flactulen- cias inearceradas, por entupimento do nariz, ou deboches continuados.— Sensibilidade dolorosa da cabeça, e muito principalmente no alto d'ella produzido com o menor mo- vimento, com dor a cada momento tossindo, movendo e mas- tigando.—Enchimento, pressão e peso na cabeça principal- mente na frente ou no occiput.—Tensão c contracção do- lorosa no cérebro, algumas vezes com sensação como se a cabeça estivesse ligada com uma faxa.— "Pressão como se fosse arrebentar, -principalmente nas fontes.— Dores agu- das e tremores ou crispações e picadas na cabeça. — Sensação dolorosa, como se o cérebro estiverse ferido ou magoado.— Movendo a cabeça, o cérebro bate contra o craneo — 'Con- gestão de sangue, com dores pulsativas e sensação de calor- no cérebro.—"Comichão, zunido, sussurro, e resonancia na cabeça.— *As dores muitas vezes não são mais do que semt- latteraes, ou estão no alto da cabeça ou no occiput, ou na frente por cima dos olhos-, vista turva, 'inaptidão para a me- ditação, zunido de ouvidos, e náuseas com vontade de vomi- tar-—'Dores de cabeça quotidianamente, periódicas e inter- mittentes, appareccndo principalmente de noite ou de tarde na cama, ou de manhã e depois da comida. — *0 movi- mento, o passo, o ar livre, ea meditação, provocão ou aggra- vão muitas vezes as dores.—Comichão e borbulhas, prin- cipalmente na testa. — Crostas na pelle cabelluda, seccas, ou espessas, e amarellentas, com secreção dum pus espesso e fétido, porém sempre com comichão.*—"Frio na cabeça, al- gumas vezes só nas partes circunscriptas.—Sensibilidade dolorosa da raiz dos cabellos, e da pelle cabelluda, ao tocar. —Mobilidade da mesma.—'Cahidados cabellos.—'Cabeça inclinada, andando.-^-Comichão, com impaciência. Olhos. — Peso *e pressão nos olhos e palpebras, com sensação de fricção, como de areia.— Comichão, 'prurido e sensa- ção ardente nos olhos, nos ângulos, e palpebras.— Dores de contusão ou de chaga, com ardor nos olhos e nas palpebras. — 'As dores muitas vezes respondem até na cabeça, e se aggravão pelo movimento dos olhos, assim como também pelos raios do sol, que as augmenta ás vezes até tornal-as insuportáveis.— 'Inflamação, vermelhidão e inchação da esclerotica, da conjunctiva e das palpebras.— 'Ulceração da •ÍUI.FUR. 171 extremidade das palpebras.— Pústulas e ulceras ao redor das orbitas, até nas faces.— Rubor inflamatorio do iris.— "Turvaçâo da cornea, como coberta de poeira, "ou obscure- cida, com accumulação d'uma lynfa cinzenta entre as las- mellas.— "Manchas, 'vesiculas, e "ulceras na cornea.-- In- jecção dos vasos da conjunctiva.— Pupilla desigual, ou di- latada e immovel.— "Escurccimento do crystalino.—Nodo- sidade na palpebra, como um orgelet.— 'Choro abundante, -principalmente ao ar, ou tibieza dos olhos, principalmente na alcova.— Lagrimas oleosas.— "Secreção abundante de mucosidades de dia e de noite.— Agglutinação nocturna das palpebras.— Tremor de olhos.— Turvaçâo da vista, como por um nevoeiro, ou um véo diante dos olhos.— "Presbyo- pia.— "Myopia,— Escurecimenfo da vista, lendo.— Des- lumbramento dos olhos, pela claridade do dia.— Scentellas e nodoas brancas, ou moscas volantes, pontos e manchas negras diante delles.— Còr amarella dos objectos.— Sensi- bilidade grande dos olhos na claridade da luz, principalmen- te do sol o durante um tempo quente e abafadiço.— Côr amarella da sclerotica. Ouvidos.— Comichão nos ouvidos.— 'Dores fortes ou tracti- vas, e picadas, algumas vezes até na cabeça e garganta.— Calor ardente que sahc pelos ouvidos. — Murmúrio nos ouvi- dos como se dentro delles houvesse agoa.— "Corrimento de pus.— Furunculo ou tragus.— Sensibilidade excessiva, com o menor barulho torna-se insupportavel, e tocando-se piano soffre-so náuseas.— Dureza, principalmente ouvin- do-se o som da palavra.— 'Obturação e sensação d'occlusão dos ouvidos d'um só lado, c muitas vezes comendo ou mas- cando-se.— Zunido e resonancia, algumas vezes com con- gestão de sangue na cabeça.— Esteios no ouvido, semelhan- tes a uma bexiga cheia d'agoa que arrebenta.— Comiclião por detraz da orelha. Nariz.— Furamento no centro do nariz.— Incêndio.-- 'In- chação inflamatoria, principalmente na extremidade ou dos lados. — Inflamação, ulceração e crostas no nariz.— Estales -como se uma bexiga cheia de ar arrebentasse.— Sardas & poros negros.— Obturação, algumas vezes d'um só hdo.— 'Grande seccura.— Corysa secea ou fluente, com secreção abundante de mucosidades ardentes.— Corrimento de mu- cosidades ardentes, ou secreção d'um mucus espesso, amarello e puriforme pelas ventas.— *Assoamento de sangue ou de mucosidades sanguinolentas. — 'Hemorrhagia do nariz , principalmente de manhã, algumas vezes com vertigens.— Espirro freqüente, também espasmodico e precedido algu- 172 SULFUR. mas vezes de náuseas.— Olfacto excessivo, ou diminuído, o também inteiramente perdido.—Cheiro d'uma velha corysa, de chifre queimado ou de fumaça no nariz. Eosto.— Face pallida ou amarella com aspecls doentio.— Olhos profundos e rodeados d'um circulo azul.— Calor e sensação d'ardencia na cara, acompanhada de vermelhidão por toda ella, ou rubor circunscripto das faces com manchas vermelhas pelo pescoço.— Inchação pallida ou vermelha do rosto e das faces com dor picante.— Perplexidade, dôr agu- da, sensação de contusão, pressão e calor nas maçãesdo ros- to.— "Erysipela flegmonosa na cara, principalmente nas pal- pebras, no nariz e na orelha (esquerda).-— Aspereza e rubor da pelle do rosto.— 'Erupções de borbulhas no rosto e na testa.— Mancha pútrida e humida por todo elle, principal- mente por cima do nariz, ao redor dos olhos e nas palpebras. — Pequenas vesiculas brancas aglomeradas, formando cros- tas.— Sardas e poros pretos na cara, muito principalmente no nariz, nos beiços e na barba.— Beiços seccos, ásperos o rachados.— Sensação ardente e calor continuo dos beiços. — Manchas hepaticas no beiço superior.—: Tremor de bei- ços.— "Inchação.— Ulcera crostosa sobre a parte vermelha delle.— Erupção herpetica no canto da boca.—-Erupção dolorosa ao redor da barba.— Dores fortes, picantes e trac- tivas, e inchação dolorosa nos queixos.— Inchação das glân- dulas maxillares, com dores c fisgadas. Dentes.— Grande sensibilidade dos dentes.—Tremor e abalos, "dores agudas ou tractivas, -picadas, 'dores pulsativas, fu- ramento e sensação ardente, "tanto nos dentes carcados co- mo nos sãos.— "As dores muitas vezes se estendem até nos ouvidos e na cabeça, e algumas vezes são acompanhadas de congestão de sangue na cabeça, com calafrios, vontade de dormir e inchação da cara.— "As dores com mais facilidade se aggravão de tarde, de noite, e expondo-se ao ar frio e do mesmo modo durante a mastigação, e ás vezes também to- mando qualquer cousa quente.— Mucosidades denegridas nos dentes.—Abalos dolorosos.— 'Vascillamento doloroso, -dilação, provocação e hemorrhagia dos dentes.— "Sangra- mento, sensação de desgrudamento e inchação das gengivas ás vezes com dores pulsativas.— "Tumor duro e redondo nas gengivas, com corrimento de pus e de sangue. Boca.— Seccura, calor e sensação ardente na boca, ás vezes de manhã, com a lingoa humida.-— Accumulação de saliva, sanguinolenta, salgada, ou amargosa.—Máo cheiro da boca, algumas vezes azedo, principalmente de manhã, de tarde, ou depois de ter comido.— Vesiculas, empolas, c aphlas na SULFUR. 173 boca e na lingoa, algumas vezes com ardor, ou com dor de excoriação durante a mastigação.— Exfoliação da pelle.— Sensação de calor e comichão na lingoa.— Lingoa secea, áspera e rachada, com côr de vermelhão, e coberta d'uma saburra branca, ou de mucosidades negras, espessas e vis- cosas.— Gagueira na occazião de fallar.— Accumulação de mucosidades salgadas, na boca. Garganta.— Contracção, aspereza e seccura na garganta.— Aperto, como produzido de tumor, algumas vezes com dif- ficuldade de engulir.— Sensação como se houvesse parado na garganta uma bola.— Contracção e sensação dolorosa en- gulindo.— Dôr de excoriação, sensação de calor com pica- das, principalmente respirando, ou engulindo.— Cocega como sendo produzida por um cabello, e com sensação em- pyreumatica.-- Dôr de garganta com inchação das glaudu- ías do pescoço. Appetite.—Máo gosto da boca, e muitas vezes azedo, amargo, pútrido e adocicado, ouinsipido, principalmente de manhã) levantando-se da cama.—Gosto amargo e muito salgado, ou insipidez dos alimentos.—"Falta inteiramente d'appc- tite, e fastio dos alimentos, principalmente da carne, do pão de centeio, -da gordura e do leite. —"Repugnância para as cousas doces e ácidos, ou grande desejo destas com falta d'ap- petite.—"Sôde constante mesmo de noite, muitas vezes com desejo de beber cerveja, ou vinho. — "Appetite excessivo a accesso de bulimia, ás vezes com dor de cabeça, cançasso e necessidade de deitar-se.—Grande debilidade durante a di- gestão, principalmente se ella he de carne, gorduras, leite, ácidos e farinaceos, alimentos que ás vezes fazem padecer muito.—Os alimentos doces aggravão as dores de estôma- go e do ventre.—O leite produz arrotos e um gosto azedo na boca, e mesmo vômitos.—A cerveja tem um resaibro muito prolongado, c faz ferver o sangue. — "Depois da co- mida, oppressão de peito, náuseas, pressão e caimbras no es- tômago, colicas, flactuosidades de ventre, vômitos, grande cançasso, arrep os, embaraços édor de cabeça, calor da cara, sensação ardente nas mãos, sahida d'agoadilha pela boca, e muitos outros soffrimentos. Estômago.— "Arrotos contínuos, principalmente estando elle vazio, e com gosto de alimentos azedos, e ardentes, amar- gos ou fétidos, -semelhantesa ovos podres 'principalmente de- pois dacomida, ou de noite.—'Arrotosabortados.—Regurgi- tação dos alimentos e das bebidas, muitas vezes com gosto azedo.— 'Pyrosis, -ás vezes com calor e comichão no peito. — "Soluço.— 'Náuseas, algumas vezes até esvair-se, com 17 í suijtir. tremor, fraqueza e arrotos freqüentes, principalmente 'de- pois da comida -de manhã, de noite, ou "andando em sege. — "Corrimento d'agoadilha pela boca, como petuitas, prin- cipalmente de manhã, ou depois da comida, e "ás vezes "com pressão no ventre.— "Vomituração e vômitos, tanto de ali- mentos, como de matérias azedas, ou amargas, -negras ou sanguinolentas, &c., -principalmente do manhã, de tarder "depois da comida, -ou de noite, e algumas vezes com náu- seas, dores no estômago e suor frio no rosto.— Pezo e en- chimento, ou pressão e compressão, ou ainda dores contrac- tivas, e -picadas no estômago e na região precordial, 'prin- cipalmente depois da comida, de noite, -ou de manhã, mui- tas vezes com náuseas, vômitos, anxiedade e flactuosídade de ventre.— Sensação de frio, ou calor e anxiedade no estô- mago.— Sensibilidade da região do estômago, ao apalpar. — Inchação da região precordial.— Pulsação na cavidade do estômago.— Inchação da cavidade do mesmo. Ventre. — Sensibilidade dolorosa dos hypocondrios, como se houvesse chaga interiormente.— Perplexidade, 'pressão, tensão e picadas na região do figado e do baço, 'inchação o dureza dos mesmos.— Plenitude, "pesadelo, tensão opres- são, ermo de uma pedra sobre o ventre, e principalmente no epigastrio, e nos hypocondrios.— Grossura e dureza de ven- tre.— Puxos, ou 'sensação de rompimento, com dores con- tractivas e caimbras no ventre.—Picadas, principalmente do lado esquerdo, andando ou respirando profundamente.— As dores affcctão ern geral, o lado esquerdo de preferencia, ou se estendem até o estômago, peito e espinhaço, com aperto da respiração, náuseas, anxiedade e humor hypocondriaco. — * Dores de ventre principalmente de noite, ou depois de ter bebido e comido, "ou periódicas aggravadas em razão de ali- mentos adocicados ; e só se allivião, conservando-se curvado. — Agitação, roncos e sensação, como se se comprimisse o ventre.— Dores de contusão e pisadura nos tegumentos.— "Sensibilidade dolorosa, mesmo ao apalpar, como se hou- vesse uma ferida interiormente.— "Entaboamento com do- res pressivas, por flactuosidades retidas, principalmente do lado esquerdo.— 'Rugidos e roncos por lodo o ventre.— Sahida írequentre de ventosidades fétidas.— "Inchação do- lorosa e mesmo supuração das glândulas inguinaes.— *Ap- parição de hérnias, "com incarceração. Dejecções.— Constipação e dejecções duras, -nodosas e insuf- ficientes.— 'Vontade freqüente, e ás. vezes inútil d'obrar, principalmente de noite, e algumas vezes com pressão no recto, na bexiga e no ânus.— "Diarrheias, com evacua- SULFUR. 173 ções freqüentes, principalmente de noite, e ás vezes com eó- licas, tenesmo, flactuosidades, dyspenia, calafrios, e debili- dade, a ponto de esvair-se.— 'Evacuações mucosas ou aquo- sas, escumosas e azedas, -ou de cheiro pútrido, e matérias não digeridas.— 'Dejecções esbranquiçadas, verdes, descora- das, ou d'um vermelho escuro.— Dejecções involuntárias. — 'Dejecções com mucosidades, com sangue, e matérias pu- rulentas.— Sahida de mucosidades, mesmo com dejecções duras.— Sahida de lombrigas, das cavidades, e mesmo de pedaços de tenta, do recto.— Queda do recto, principal- mente durante as evacuações.— Dores fortes e pressivas, comichão, fisgadas e ardor no ânus e no recto, antes mes- mo do tempo das evacuações.— Hemorrhoides.— Esfola- dura e inchação do ânus. Ourinas.— Ourinas supprimidas, ou difficeis. — "Vontade d'ourinar freqüente, e algumas vezes, muito urgente.— Ou- rinas freqüentes, abundantes, e aquosas, sahindo ás vezes com muita força, mesmo de noite.— Emissão involuntária das ourinas principalmente tossindo, ou expulsando ar.— Flu- xo de sangue pela uretra na cama.— Ourinas vermelhas com sedimento, ou esbranquiçadas, turvas ou carregadas.— Pel- licula oleosa nas ourinas.— Ourinas fétidas.— Sedimento farinaceo, esbranquiçado, ou espesso e avermelhado.— "Evacuação dolorosa d'aígumas gottas d'ourina sanguinolen- ta, e com muito esforço.— "Sahida de sangue e de mucosi- dades nas ourinas.— Comichão, dores agudas, "picadas e sensação ardente na uretra, principalmente ourinando.— Rubor e inflamação do orifício da uretra, e dor como no co- meço da gonorrhéa.— Sahida de mucosidades pela uretra. — Picadas na bexiga.— Lance dtourina tênue e intermit- tente.— Dores, caimbras nos rins até nas virilhas. Partes viris.— Suor fétido nas partes.— "Esfoliação entre as coxas e as virilhas, principalmente andando.— Picadas no penix e na glande.— Prepucio rijo, e duro como um couro, com secreção abundante.— Inflamação, inchação e phimosis do prepucio, com gretas profundas, ardor e verme- lhidão.— Ulcera profunda na glande e no prepucio com bordas elevadas.— Pressão, tensão e picadas nos testículos e cordões spermaticos.— Inchação e condensação do epididy- mo.— Excoriação e resudação do escroto.— Vontade exces- siva do coito, e irritação voluptuosa das partes, muitas vezes sem erecção.— 'Debilidade das funcçoes genitaes -ás vezes com frio glacial, cor azulada da glande, do prepucio e do penix, e retracção do prepucio.— Testículos relachados e descidos.— Polluções freqüentes, mesmo durante a meri- 170 SULEUR. diana.— Spermo aquoso. — Sahida do licor prostatico 'principalmente ourinando e durante as evacuações.— (In- duração do testiculo). Rf:gras. — "Pressão sobre as partes.—"Excoriação, "comichão e sensação ardente nas partes.— Inflamação dos lábios.— Regras muito prematuras, abundantes e fracas, ou inteira- mente supprimidas, com colicas, spasmos abdominaes, dor de cabeça, dos rins, pressão no estômago, congestão na ca- beça, hemorrhagia nasal, e agitação, e mesmo com accessos de epilepsia.-—"Antes das regras, dor de cabeça, comichão nas partes.—Colicas spasmodicas, desasocego, tosse, dor nos dentes, pyroses, epystaxes, flores brancas e soffrimentos as- mathicos.—Depois d'ellas, comichão no nariz.—*0 sangue he descorado, e d'um cheiro fétido. — 'Flores brancas ás vezes corrosivas, -vermelhas, e amarellas, precedidas de co- licas. -—'Excoriação e comichão nas mamas.—Cieiro, com sensação ardente, fluxo de sangue abundante e ulceração.— "Glândulas mamarias engurgitadas e inflamadas.—Inflama- ção erysipelatosa nos peitos. Larynge.—Catarro com coryza fluente, tosse, dor no peito, acompanhada de calafrios.—'Rouquidão, aspereza e aperto na garganta, com accumulação de mucosidades no peito.— Dor de excoriação e "comichão ou cócegas na larynge, com vontade de tossir. —"Voz rouca e surda ou inteiramente ex- tineta, principalmente por um tempo frio chumido.—'Sen- sação como se a larynge estivesse inchada, ou que houvesse algum corpo estranho,— 'Tosse secea , ás vezes fatigante e ardente, com anxias, vômitos, e constricção crampoide do peito, geralmente de tarde ou de noite, estando deitado, ou de manhã depois da comida. —'Tosse humida, com expecto- ração abundante de mucosidades espessas, esbranquiçadas ou amarellas semelhantes as d'uma coryza já chronica.—Escar- ros fétidos, d'um amarello esverdinhado, semelhante a pus, com gosto salgado ou doce, na occasião jde tossir. — "Tosse febril, com 'escarros de sangue.—'Durante a tosse, dor de excoriação, ou picadas no peito, dor semelhante a de contu- são, ou picadas na cabeça, dor no ventre, escuridão dos olhos, dores nas cadeirase nos rins.— A respiração e a con- versação algumas vezes provocão a tosse. Peito.— 'Respiração curta, -suffocações freqüentes, "aperto da respiração, dyspenia, e accessos de suffocação principal- mente de noite estando deitado, e mesmo durante o somno, algumas vezes também fadando e expondo-se ao ar.—Im- possibilidade de respirar profundamente, com sensação, co- move o peito estivesse contrahido. — Respiração freqüente, SLLFUR. 177 fcúrta ou sibílante.— Ronco c estertor mucoso no peito.— Durante a respiração picadas no espinhaço e no sacro.— "Sensação dolorosa no peito, virando-sc na cama, como se alguma cousa tocasse contra as paredes anteriores.— Aperto doloroso no lado esquerdo do peito, com anxiedade, e im- possibilidade de deitar-so sobre o lado atacado.— Peso, plenitude e pressão, como o de uma pedra sobre o peito e o sternum, principalmente de manhã, na occasião de tossir, espirrando ou bailando.— Dor durante a tosse e o espirro, como se o peito rebentasse.— "Spasmos periódicos, com sensação de constricção, dores, caimbras, respiração curta, côr azulada do rosto e impossibilidade de fallan—Pulsa- ções até o sternum.— 'Fraqueza do peito, muito sensível, principalmente fallando, com grande fadiga dos puhflfjes, depois de ter faltado ou cantado.— "Picadas no peito e ster- num, ou até nas espadoas, do lado esquerdo, tossindo e res- pirando profundamente, ou movendo os braços.— Pare- cendo que as doresdo peito, de preferencia affectão o lado esquerdo.— Sensação de frio, ou 'calor no peito, ás vezes até no rosto.—- Picadas e golpes na região do coração.—' Congestão de sangue forte para o peito e o coração, algumas vezes com fervura no peito, indisposição, esvaimento e tre- mor dos braços.— Sensibilidade na região do coração, ou pressão e sensação como se o coração não tivesse posição al- guma.— Palpitação freqüente ás vezes, visível acompanha- da de anxiedade, subindo* Tronco.— Dor de contusão no lhorax, ao tocar.— Fraqueza e dores de contusão ou de pizadura nos rins e no espinhaço, principalmente andando ou levantando-se do lugar em que se acha.— Dor no dorso produzida por um trabalho qual- quer manual.— Picadas nos rins, no espinhaço e nos omo- platas, algumas vezes com aperto da respiração.— "Dores fortes e rheumaticas, puxão, tensão, e rijeza nos rins, no espinhaço e na nuca.— Picada c sensação de calor entre os omoplatas.—■ "Torcedura da columna vertebral.— Impigcn na nuca.— Inchação e inflamação das glândulas da nuca e do pescoço.— Suor fétido dos sovacos.— Inchação c supu- ração das glândulas axillares. Braço.— Pressão sobre as espadoas, como produzida por um peso.—Estremecimento das espadoas, das mãos e dos dedo6. — "Puxões, dores agudas e picadas mis articulações, c nos músculos dos braços, das mãos, c dos dedos, assim como nas espadoas, principalmente de noile, na cama. — Caimbras nocturnas nos braços.— 'Comichão nos braços e nos dedo*. — 'Inchação, "algumas vezes com calor, dureza e dores pi- •20 178 SULTUR. cantes ou tensivas.— Exostose no braço.— Verrugas, .-ou "miliar pruriginosa c manchas vermelhas, "ardentes, appa- recendo depois de fumentações ou banhos.— Vesiculas pu- rulentas na dobra do cotovello.— "Fraqueza paralytica dos braços e das mãos.— Estallo no cotovello.— "Inchação de níSos e dedos pollegares.— Rijeza e dor de deslocação nas articulações dos mesmos.— Tremor das mãos muito princi- palmente occupando-se com trabalhos finos.— Contracção involuntária, como por agarrar alguma cousa.— Frio nas mãos c nos dedos.— 'Suor entre os dedos.— Erupção de pequenas borbulhas vermelhas nas mãos e nos dedos, com comichão.— "Verrugas.— "Descamação, seccura e cieiro da pelle das mãos.— Caimbra e tremor de dedos.— Encur- tamento dos tendões das mãos c dos dedos.— "Inchação vo- luminosa e Juzenta dos dedos.— 'Torpor.— "Nodosidades. — Signaes nas unhas.— Frieiras entre os dedos, com co- michão de calor. — "Inchação e inflamação das extremidades dos dedos, com ulceração cutânea e dores nocturnas, pican- tes e pulsativas, Peinas.— Dor d'ulceração cutânea nas nádegas, e nas tube- rosidades sciaticas, principalmente ao tocar c conservando-se muito tempo sentado.— Tumores purulentos e dolorosos nos mesmos.— Dor de contusão e pisadura nas cadeiras, corn o menor movimento, acompanhada de picadas a cada instante.— "Dor no quadril com encurtamento da perna.— 'Dores agudas e tractivas nas pernas,, principalmente de noite na cama.— 'Torpor nas pernas, algumas vezes com tensão nas partes exteriores e nos joelhos, principalmente de noite.— Manchas vermelhas e dolorosas na face interna da barriga das pernas.— 'Tensão nas curvas, como por en- curtamento de tendões.— Inchação volumosa e luzente do joelho, com rijeza e curvadura.— "Estallo,'puxão e dores agudas acompanhadas de picadas nos joelhos.— lmpigens nas curvas.— 'Agitação nas pernas e nos pés.— Entorpe- cimento.— Cançasso doloroso e "fraqueza paralytica das pernas, principalmente de joelhos, os quaes freqüentemente se dobrão.—Nodoas vermelhas, e miliar pruriginosa nas per- nas.--Inchação transparente das mesmas.^—Erysipela na perna e no pé.— Manchas azuladas, e veias'entumecidas ou varicosas nas pernas.— Dor nas barrigas das pernas, an- dando.— Caimbras nas mesmas, c juntamente na planta do pé, principalmente de noite.— Sensibilidade dolorosa da planta do pé.— Deslocação.— Rijeza e dôr de dcslocação no peito do pé.— Tremor*nas pernas.— Ulceras ardentes e inveteradas nas pernas ou nos pés.— lmpigens no malleolo, íll .FIÍR. 170 — 'Picadas nos pés.— "Frio, principalmente de tarde na cama, ou sensação de calor, na planta dos pés.— 'Suor de pés, estando frios.— Inchação, principalmente nos malleo- los.— 'Frieiras nos pés e nas cabeças dos dedos.— Vesiculas vermelhas nas plantas dos pés.— Ulcera no peito do mesmo. — Caimbras e contracções de dedos.— Frieldade c rije/ti dos dedos dos pés.— Comichão nas extremidades.-- 'Incha- ção volumosa e luzente dos dedos.— Vesiculas ulcerad-is.—-- Çaios com-dores pressivas ou picantes. mwi&. SEP.—O sueco da sepia.— Hahnemann. — Dose usada? 30.—Duração daeçâo:. 7 a 8 semanas em affecções chronicas. Antmotos: Acetum. acon. nitr-spir. tart.—Emprega-se como antídoto de: calc-ph. chin. merc. sassap. sulf. He sobretudo depois de: Caus. led. merc. puls. sil. e sulf* que a sepia he efíicaz logo que lie indicada.—Depois delia convém algumas vezes : Carb-v. caus. puls. SYMPTOMAS GERAES.—Fisgaduse dores picantes nos mem- bros, c outras partes do corpo. — 'Dores ardentes em diver- sas partes do corpo.— *Tensão no* membros, como se fos- sem muito curtos. — Tracção e rasgamento nos membros e nas articulações.—Dores que só são alliviadas pelo calor ex- terior.—Dores por accesso, com horripilação. — "Dor de deslocação , principalmente por um esforço da parte affec- tada, assim como também de noite, no calor da cama.— 'Dores rheumaticas» com inchação das partes affectadas, suor facilmente excitado, calafrios ou horripilação alternando com calor.—"Muitos outros incommodos em conseqüência de con- trariedade.— "Entorpecimento natural de membros (braços e pernas!, principalmente depois de qualquer trabalho ma- nual.—Rijeza e falta de flexibilidade das articulações.—Des- locações e torceduras fáceis, nos membros.—"Disposição para descadeirar-se.—"Commoçôese estremecimentos nos mem- bros, durante o dia ea noite.--'Estremecimentos nos mús- culos;—«Accessos do incommodos e spasmos hystericos.— Inchação e supuração das glândulas.—Exarcebação e reno- vação de muitos soffrimentos, durante e immediatamenle depoisda comida.—Os symptomas sedissipão durante qual- quer &Tercie-io violento, excepto o de cava Ho, e aggravão-se durante o somno, também de tarde, de noite no calor da ca- ma, o (antes do meio dia .—Sensibilidade dolorosa de to- do o corpo.—Tracção em todos os membros. — 'Escabecea- mentos freqüentes. —'Inquietação c batimento em todosos SEPIA. 181 membros, com agitação que não permitte conservarem par- le alguma. — 'Forte effervescencia de sangue, mesmo de noite, com pulsação cm todo o corpo.—Inchação geral do corpo, com respiração curta, semséde.—Alquebramento e pregui- ça physica.—"Falta de solidez nos membros.— 'Accessosde debilidade e de desfalecimento hystericos, ou outros.—Es- vaimentos. — 'Cançasso com tremores.-- "Falta de vigor, -algunias vezes somente ao despertar.—'Grande cançasso passeando-se ao ar.—"Muita disposição para pilhar resfria- mentos, e sensibilidade para o ar frio, principalmente ao ven- to norte.—Depois de ter sido molhado, arrepiamento fe- bril, accessos de esvaimento, e a final coryza. Pelle.—Sensibilidade excessiva da pelle.—Comichão em di- versas partes, a qual se muda em sensação ardente.—Comi- chão e erupção borbulhosa nas articulações. — 'Excoriação principalmente nas articulações.—Erupções como a sarna, seccas e pruriginosas. — "Manchas morenas -ou vinhosas, ou escarlates e herpeticas na pelle.— Desquamação em forma de annel (impigens anulares).—"lmpigens humidas, cros- tosas, com comichão e sensação ardente. — Furunculos.— 'Glândulas engorgitadas.—"Indurações esquirosas.—"Erup- çãode vesiculas, semelhantes a pemphigus.—UIceras pruri- ginosas, lancinantes, ardentes, ou algumas vezes indolenles. —Calos nos pés, com dor latejante. — Desformidade das unhas.—"Nodoas hepaticas.—Somno.—"Muita vontade de dormir de dia e de noite muito cedo. — Accessos de somno- lencia, reapparecendo com typo de terça.—Somno demora- do de noite.—Insomnia porsobre-excitação.—Despertarcédo e vigilia prolongada. — "Despertar freqüente, sem causa apre- ciável.— "Somno agitado com forte effervescencia de sangue, afflicção continua, sonhos fantasiados, anxiosos, horrendos, e sobresaltos freqüentes com susto.--Dormindo'suppõe-se ouvir chamar.—'Somno insensível, não se dormindo muito de manhã.—Sonhoslascivos.—Dormindo-se, palavras, gritos, estremecimentos de membros.—De noite, distracções, an- gustia, calor febril, e agitação no corpo, dores de dentes, colicas, tosse e muitos outros soffrimentos. Ferre.—Horripilação durante as dores. — "Falta de calor vi- tal.—Calafrio freqüente principalmente de tarde, ao ar li- vre.— 'Accessos de calor [fogaz) principalmente estando-se sentado, e passeando-se ao ar, assim como logo que se en- colerise ou durante uma conversação importante.—Acces- sos de calor (e de calafrio) com sede.—Calor continuo, com face vermelha e muita sede. —"Febre com sede durante os calafrios, dores nos membros, frio glacial das mãos e dos 182 SEPIA. pés e dedos mortos.—"Suor em quanto se conserva sentado. —"Suor abundante ao mais ligeiro movimento. —"Suores noc- turnos, algumas vezes frios.—Suores matutinos, algumas vezes de cheiro ácido. Moral.— 'Tristeza e abatimento com choros.— 'Melancolia e morosidade.— "Angustiaa inquietação, algumas vezes com cafor fogaz, geralmente de tarde; e*ás-vezes na cama.—Gran- de inquietação sobre seu estado de saúde.— "Caracter pensa- tivo.— 'Forte disposição para assustar-se.— "Desanimo mui- tas vezes a ponto de desgostar-se da própria vida.— 'Indiffe- rença para qualquer cousa, e mesmo para as suas.— "Re- pugnância para oecupar-se de seus negócios.— Caracter susceptível, impertinente, com grande disposição para a ira o* o arrebatamento.— Humor bulhento e mordaz.— 'Fraqueza de memória.— Dislracção.— Disposição para enganar-se- fallando e escrevendo.— "Inaptidãoaos trabalhos Íntellec- tuaes.— Lentidão da marcha das idéas. Cabeça.— 'Cabeça tomada.— 'Accessos de vertigens, princi- palmente passeando-se ao ar, ou cscrevemlo-se, ou com- qualquer movimento dos braços.— Vertigem, como se todos os objectos se- movessem, ou como- se alguma cousa -rolasse na cabeça.— Vertigen de manhã ao levantar-se, ou depois do meio dia.— * Accessos dedores de cabeça, com náuseas, vômitos, e dores latejantes e estrondosas que íorçãe a gritar. — "Dores de cabeça todas as manhães.— "Dores de cabeça que não permifctem? abrir os olhos.— "Dor de cabeça com desejo excessivo do coito.— Cephalaigía, cm sacudindo ou mechendo a cabeça, assim como também com qualquer pas- so que se dô, como se o cérebro estivesse abalado.— Dores de cabeça semi-laleraes, algumas vezes de tarde depois de deitar-se, precedidas de peso da cabeça.— 'Peso da cabeça. — 'Cephalaigía pressiva por cima dos olhos, na claridade da luz.— "Pressão expans va na cabeça, algumas vezes fí/wí- xando-se, como se rebentasse.— Contracção na cabeça.— 'Tracção e rasgamento dentro e fora da cabeça, algumas ve- zes d'uin só lado. — Cephalaigía latejante, muitas vezes se- mi-latteral, ou frontal.— Tremor e sacudimentos na cabeça.. — "Cephalaigía palpitante, sobretudo no occiput.— 'For- te- congestão de sangue na cabeça com calor, principalmente abaixando-se.— Frio no exterior da cabeça.— 'Tremor in- voluntário, c sacudimentos da cabeça.— Mobilidade da pi lio cabelluda.— 'Comictião na cabeça.— 'Crostas humidas na ca-beça.— Cabida dbs cabellos.— Inchação dá cabeça, prin- eí-palmente da tosta. Oi.WiS.— "Peso-1 e decabida dá pàlpobra superior,-- 'Pr»ssãf.> SEPIA. 18;? sobre o globo dos olhos.— Comichão e ardor nos olhos e nas palpebras.— "Picadas nos olhos, de noite com a claridade da luz.— Sensação ardente nos olhos, principalmente de manhã ao despertar.— 'Inflamação dos olhos, com verme- lhidão da sclerotica, e fisgadas.— 'Inflamação, vermelhidão, 4 inchação das palpebras, com caíor. — "Pústulas na cor- nea.— *Inchação dos olhos, "principalmente de manhã, ao despertar.— Crostas nas sobrancelhas.— Olhos vidrosos, e fundos de noite.— "Excrescencias hematoidesna cornea.— Crostas seccas nas palpebras, principalmente de manhã ao despertar.— Côr amarella da sclerotica.— Choro, de ma- nhã principalmente, ou "agglutinação nocturna das palpe- bras.— Estremecimento e tremor das palpebras.— "Paraly- sia da6 palpebras, e 'impossibilidade de abri-las, de noite principalmente.— Vista turva, lendo-se e escrevendo-se.— "Prcsbyopia.— "Fraqueza da vista, como por gotta serena, com pupillas contrahidas.— "Véos,. 'manchas negras, -pon- tos e traços luminosos diante dos olhos.— Reflexo verde ao redor da luz, de noite.— 'Grande susceptibilidade dos olhos para a claridade do dia. Ouvinos.— Otalgia.— Fisgadas nos ouvidos.— Dôr de exco- riação no ouvido.— Inchação e erupção purulenta no ou- vido exterior.— lmpigens no lobulo do ouvido.— Corri- mento d'um pus liquido pelo ouvido, com comichão.— "Sensibilidade excessiva do ouvido para a muzica.— "Dureza do ouvido.— Surdeza súbita, como por uma rolha nos ou- vidos.— Sussurro c zoeira dos ouvidos. — "lmpigens porde- traz das orelhas c na nuca. Nariz.— "Inchação e inflamação do nariz, principalmente na extremidade.— Crosta na ponta do nariz.— Ventas crostosas e ulceradas.— Mucosidades endurecidas no nariz.— Epis- taxes c assoamento freqüente de sangue, "mesmo depois do mais ligeiro aquentamento, ou a mais ligeira contusão no nariz.— "Falta dolfacto.— Máo cheiro no nariz.— 'Obtu- ração ou seccura penosa do nariz.— Corysa secea.— Mu- cosidades seccas que obstruem o nariz.— Violenta corysa fluente, com espirro, dôr no occiput e tracção nos membros. Rosto.— Palíidez da face, com circulos azues ao redor dos olhos, os quaes estão vermelhos e ternos.— "Côr amarella da cara.— "Face emmagrecida.— "Risco amarello oecupan- do o nariz e as faces em forma de. fezes.— Forte calor na cara-,— Inchação pallida da cara.— "Inflamação erysipela- tosa, e inchação dum só lado da cara (proveniente de algum dente cariado).— Inchação inflamatoria da face, com bor- bulhas aproximando-se á crosta amarella.— "lmpigens e 181 SEPIA. crostas na cara.— "Verrugas na face.— Poros prelos na íd-* cc.— Comichão e erupção na cara e sobre a testa; algumas vezes com vermelhidão e aspereza da pelle.— Tumores na testa.— Dores faciaes-tractivas.— Dôr crampoide, e rasga- mento nos ossos da cara.— "Seccura e esfoliação dos beiços. — Tensão do beiço inferior.— Côr amarella, e erupção her- petica ao redor da boca.— Erupções humidas e crostosas so* bre a parte vermelha dos beiços e na barba.— Ulcera dorida na face interna dos beiços.— Engorgitamento e sensibili- dade dolorosa das glândulas maxillares. Dentes.— Odontalgia apertando-se os dentes ou tocando-os, e fallando-se, do mesmo modo que pela mais ligeira corrente de ar frio.—Odontalgia nocturna, com fortesobre-excitação. — Odontalgia pulsativa ou lancinante, ou tractiva, esten- dendo-se, algumas vezes até no ouvido ou nos braços e nos dedos.— "Dores de dentes com oppressão da respiração, flu- xão na face, engorgitamento das glândulas maxillares, tosse, ou com forte effervescencia de sangue e pulsação em todo o corpo —Abalos e rasgamentos nos dentes.— Embotamento, abai Io, fluxo, e caria dos dentes.— 'Inchação, excoriação, ulceração e sangramento das gengivas. Boca.— Respiração fétida.— Inchação do interior da boca<— *Seccura da boca e da lingoa.— Saliva salgada.— Dôr da lingoa e do paladar, como se estivessem queimadas.-— Exco- riação da lingoa.—Vesiculas sobre a lingoa.— 'Lingoa car- regada d'uma petuita branca» Garganta.— Dôr de garganta com inchação das glândulas do pescoço.— Sensação pressiva, como se houvesse uma ro- lha na garganta, ou *dôr de excoriação, e fisgadas durante a deglutição. — 'Tremores na garganta. — Inchação e inflamação da guella.— Inflamação, inchação e supuração das amygdalas.—Seccura na garganta, com tensão e cocega. — "Garganta como pegajosa.— Accumulação de mucosida- des na garganta e no véodo palladar,— *Roncos de mucosi- dades principalmente de manhã.— Expulsão de mucosida- des sanguinolentas, roncando-se. Appetite. — Gosto pútrido ou azedo. — Gosto muito salgado dos alimentos. — "Adypsia, ou sede excessiva, principalmen* te de manhã e de tarde, algumas vezes com anovexia.— 'Grande voracidade.—"Bulimia, -com sensação de vácuo no estômago.—Desejo ardente de.vinho.— 'Repugnância ein- sipidez para os alimentos, principalmente para a carne, e o "leite, -o qual faz diarrheia.—A fumaça do tabaco não agrada.—"Depois dos alimentos gondos, arrotos desagradá- veis com náuseas.—"Fraqueza Ma digestão.—Depois da co- SEPIA. 185 mida, azedumcs na boca, -arrotos freqüentes, cocega e sen- sação ardente na garganta, pulsação na scrobicula, soluço, entaboamento do ventre, suor, calor febril, palpites de cora- ção, cephalaigía, náuseas, vômitos, dores de estômago, &c. Estômago.—'Arrotos freqüentes, geralmente azedos, ou amar- gos, -ou semelhante a ovos podres, ou com gosto dos alimen- tos.—Arrotos dolorosos, durante os quaes vem sangue á bo- ca.— "Azedumes com desgosto da vida.—Náuseas algumas vezes de manhã em jejum, alliviadas comendo-se alguns bo- cados.—Náuseas com gosto amargo e arrotos.—Náuseas pe- lo movimento da carruagem. —"Náuseas e vômitos depois da comida.—Vomito de bilis e de alimentos. — 'Dores de es_ tomago depois da comida, algumas vezes de noite.—Dor vio_ lenta na cardia ingerindo-se alimentos.—"Dor na scrobicu Ia andando-se.— 'Pressão no estômago como por uma pe dra, principalmente durante ou depois da comida, ou de~ noite. — "Caimbra de estômago contractiva.—'Petuitas de estômago, "sobretudo depois de ter bebido, ou precedidas d'uma sensação de rodo-moinho no estômago.—Vomito de scrosidades lácteas; (entre as mulheres peijadas).—Vomito nocturno co;n dor na cabeça.—Caimbras de estômago e de peito.—Furamento na região estomacal, até nos rins.— 'Fisgadas pressivas na scrobicula e na região do estômago. —'Sensação ardente no estômago e na scrobicula.— "Pulsa- ção na cavidade do estômago.—"Sensação de vácuo dolorosa no estômago. Ventre.— Dores no fígado, estando em sege.— Pressão, ba- timento e fisgadas na região hepatica. — "Furamento -ou fisgadas tensivas nos hypocondrios, principalmente durante o movimento.— Fisgadas no hypocondrio esquerdo.— Do- res de ventre, de manhã na cama.— 'Pressão e peso no ven- tre, com sensação de expansão, como se rebentasse.—Forte entaboamento do ventre.— Peso e "dureza no baixo-ventre. — "Grossura de ventre (entre as mulheres que já tiverão fi- lhos).— 'Inchação hydropica do ventre.— Caimbras abdo- minaes, com dôr de arranhadura, como se os intestinos es- tivessem torcidos.— 'Colicas incisivas, principalmente de- pois d'um exercício corporal ou de noite com vontade d'obrar. — Bcmexedura, colicas, e pressão no baixo-ventre.— Dor de pisadura nos intestinos.— "Frio no ventre.— 'Sensação ardente e fisgadas no ventre, principalmente do lado esquer- do, e algumas vezes alé na coxa.— Sensação de vácuo no ventre.— Latejos nas virilhas.—Manchas amarellas no ven- tre.— Movimento c borborygmos no ventre depois da comi- da.— Produccào abundante e incarecração de flactulencias. •2\ 180 SEPIA, Dejrcçõus.— Vontade dobrar stm resultado, ou somente com e-vacuação de mucosidades e de ventos.— "Evacuações in- sufficicntes, lentas e como excremento de carneiro.— Eva- cuações pouco abundantes, com esfnrços e tenesmos.— * Dejecções muito molles.—Dejecções gelatinosas, com puxos. —Diarrheias debilitantes.—Diarrheias esverdinhadas, mui- tas vezes com cheiro podre ou azedo, muito principalmente entro as crianças.— "Durante a evacuação, corrimento de sangue.— *l)jr contractiva, e tensão, prurido, comichão, sensação ardente e fisgadas no ânus e no recto.— Resudação pelo recto.— "Corrimento mucoso pelo recto, com dores la- * tejantes e picantes.— 'Queda do recto, principalmente du- rante a dejecção.— Congestão de sangue no ânus.— 'Sa- bida Je borbulhas hemorrhoidaes no recto.— Hemorrhoi- des fluentes.--Excoriação entre as nádegas.— Dôr contrac- tiva no inter femineo. Ourinas.— Vontade freqüente o impossibilidade de ourinar.— 'Pressão sobre a bexiga.— *Emissão de ourina, de noite.— Sahida de ourina na cama, no primeiro somno.— 'Ourina carregada dum vermelho como sangue.-—'Ourina turva, com sedimento vermelho, arenoso, ou côr de tijollo.— Ou- rina fétida, com sedimento branco, abundante.— Caimbra da bexiga.— Sensação ardente, na bexiga e na uretra.— 'Ardor na uretra, principalmente ourinando-se.— Dores incisivas e fisgadas na uretra.— "Corrimento mucoso pela uretra, com uma gonorrhéa chronica. Partes genitaes.— Suor abundante das partes genitaes, prin- cipalmente dos testículos.— "Comichão ao redor das partes genitaes.— Erupção pruriginosa na glande e no prepucio. — Gonorrhéa bastarda, de cheiro azedo, salgada.— Ulceras na glande e no prepucio.— "Dores nos testículos.— "Incha- ção do escroto.— "Fraqueza das partes genitaes.— Exalta- ção do appetite venereo, com erecções freqüentes.— 'Pollu- ções freqüentes.— Corrimento de licor prostatico, depois de ter ourinado e durante uma evacuação diflicil.— Depois do coito e das polluções, fadiga intellectual, moral c pbysica. Regras.— 'Excoriação na vulva e entre as coxas, algumas vezes antes das regras.— "Calor interior e exterior nas par- tes genitaes.—Dor contractiva na vagina.—Inchação e erup- ção pruriginosa, humida nos pequenos lábios.— 'Pressão pela parte inferior, no utero, dificultando a respiração.— "Queda do utero. —°31etrorrhagias.— "Regras muito abun- dantes.— "Enduração do collo do utero.— "Regras suppri- midas, "ou muito fracas, "ou prematuras. — Antes das re- gra?, colicas.— Durante ellas, melancolia, odontalgia, te- SEPIA, 187 phalalgia, "e cançasso nos membros, ou colicas spasmodicas, e pressão pelas partes.— Esterilidade.—'Leucorrhéa dumu agoa amarella, ou vermelha esvcrdinhada, -ou purulenta, fétida, "algumas vezes, com entaboamento do ventre, ou fis- gadas na vagina.— "Leucorrhéa pruriginosa corrosiva.— Fisgadas nas mamas.—"Excoriação nas mesmas. Larynge.— Rouquidão com corysa.— Sensação de seccura na trachea-arteria.— 1'ossc provocada por uma cocega na la- rynge ou no peito.— 'Tosse secea que parece vir do estôma- go, principalmente de noite na cama, e muitas vezes com náuseas e vômitos amargos.— Tosse grossa depois de um resfriamento.— 'Tosse com expectoração abundante de mu- cosidades, geralmente podres, ou de gosto salgada, muitas vezes somente de manhã, ou de noite, e freqüentemente acompanhada de ruido, de fraqueza, ede dôr de excoriação no peito, como se elle estivesse ardente.— "Tosse nocturna, com gritos, sufíocação e vomituração.— "Tosse semelhante á coqueluche.— "Tosse provocada por uma cocega, e acom- panhada de constipação.— Expectoração que se desprende diflicilmeníe.—Expectoração, amarella esverdinhada, e pu- rulenta, tossindo-se.— Expectoração sanguinolenta, tossin- do-se, -de manhã e de noite, com expectoração de mucosi- dades de dia.— Durante a tosse, picadas no peito ou nas costas. Peito.-- 'Dgspenia, oppressão de peito c respiração curta, an- dando e subindo-se, -assim como deitando-se de tarde e de noite. — 'Respirando e tossindo, dôr nas ilhargas.— Oppressão de peito, produzida por accumulação de mucosi- dades, ou por unia expectoração muito abundante.— 'Dôr de peito pelo movimento.— "Pressão no peito, principal- mente de noite, na cama.— Peso, enchimento e tensão no peito.— "Dôr de excoriação no peito.— Caimbras de peito. — 'Dores agudas e picadas no peito, e em ambos os lados d'elle, algumas vezes respirando ou tossindo-se, do mesmo modo que por qualquer trabalho inlellectual.— 'Efferves- cencia de sangue no peito e palpites de coração, violentos.— Intermittencia de palpites do coração.— Marachas amarel- las sobre o peito. Tronco.— 'Dores nos rins e nas espadoas, com picadas arden- tes.— "Pancadas nos rins.—Fraqueza nos rins, andando-se. — "Dores incisivas, pressão, dores crampoides no espinhaço. — 'Rijeza do hombro e da nuca.— Calafrios nos hombros. — Manchas morenas sobre o espinhaço.— Manchas verme- lhas e herpeticas por cima das cadeiras e nos dous lados do pescoço.— Krupção pruriginosa no hombro.— lmpigens 188 SEPIA. na nuca e por detraz das orelhas.— Manchas côr de vinho no pescoço e em baixo da barba.— Furunculo no pescoço. — "Suor em baixo dos sovacos.— Inchação e supuração das glândulas axillares.— "Impigem humida em baixo do sovaco. Braço. — "Dor de deslocação na articulação da espadoa, so- bretudo levantando ou sustentando um objecto.—Alque- bramento no braço.—Sensação de rijeza e de frio no braço como se estivesse paralysado.—'Dor de tracção paralytica no braço e na articulação da espadoa, até nos dedos.—Fis- gadas nos braços e na articulação da mão, cocando ou mo- vendo essas partos.—'Tensão doloroza nos braços e nas arti- culações do cotovelo e dos dedos, como por encurtamento. —Inchação inflamatoria rubra, dura, jaspeada no meio do braço.—Pústulas nos braços com prurido violento.—"Ri- jeza das articulaçcões do cotovelo e das mãos.—Manchas mo- renas, pelle herpetica e crostas pruriginosas no cotovelo.— *Vesiculas purulentas sobre a costa da mão e na cabeça dos dedos.—"lmpigens sobre a costa das mãos.—"Inchação da mão com erupção de vesiculas, semelhante ao pemphygus. "Fisgadas no punho movendo a mão.—"Calor ardente na palma das mãos.—"Suor frio nas mãos.—"Sarna maligna e crostas nas mãos. —Tracção arthritica e fisgadas nas arti- culações dos dedos. —Distorsão dos dedos.—"Ulceras indo- lores nas articulações e na cabeça dos dedos.—Verrugas nas mãos.—Signaes nos dedos.—"Unhas disformes.— "Pana- risso com dores pulsativas e lancinantes. Pernas. — 'Dores nas cadeiras com fisgadas despedaçantcs.— Dor nas nádegas e nas coxas depois de se ler sentado.— "Fraqueza paralytica das pernas, sobretudo depois de se ter encolerisado.—Rijeza das pernas até na articulação co- xo-femoral, depois de se ter sentado algum tempo.—'Frio nas pernas e nos pés.—Inchação das pernas e dos pés—Caim- bra nas coxas andando.—'Latejos ou sacudimentos nas coxas e na tíbia, a ponto de fazer gritar.—Furunculos na coxa e na curva das pernas.—Tracção c fisgadas despedaçanles nos joelhos, nas pernas e nos calcanhares. — Inchação dolososa do joelho.—"Rijeza das articulações do joelho e do pé.— "Caimbras na barriga daspernas, algumas vezes de noite.— Inquietações nas pernas, de noite. — Borbulhas pruriginosas sobre as pernas e o calcanhar.—"Dor tractiva nas pernas e nos pollegares.—"Fisgadas na tíbia e na garganta do pé.— Sensação nas pernas como se um ratinho as percorresse.— 'Estremecimento dos pés dormindo.—Ulceras sobre o cal- canhar.—Rijeza nos calcanhares e nas articulações do pé. SEPIA. 189 como por encurtamento.—'Picadas o sensação ardente nos pés.—Efervescência e dormencia na planta dos pés.—"Suor nos pés, abundante, ou totalmente supprimido.—"Ulceras no calcanhar, proveniente de vesiculas lavrantes.—"Ulceras indolentes, nas articulações e nas pontas dos pollegares.— "Calos nos pés, com dor lancinante. — "Diformidade das unhas dos pollegares. •êÃãe'£'iÍÊ&Ám SIL.—Silicia.—Hahnemann.— Dose usada: 30.—Du- ração d'acção: 7 a 8 semanas em affecções chronicas. Antídotos: Camph. hep.—Emprega-se como antídoto de: Merc. sulf. (psorinum). He sobretudo depois de: Cale. hep. lyc. sulf, que silicia he efficaz, logo que hc indicada.—Depois delia con- vém algumas vezes: Hep. lach. lyc. sep. SYMPTOMAS GERAES. -- "Tracção, rasgamento e fisgadas nos membros (braços e pernas). — "Fisgadas nocturnas em todas as articulações.—'Diposição de membros para se ador- mecerem.—'Dor de quebramento e fraqueza paralytica nos membros, sobretudo de noite.—*Caimbras nos braços e nas pernas.—*Inçhação e induração das glândulas, geralmente sem dor, algumas vezes com comichão. — 'Estremecimento dos membros dia e noite.—'Ataques de epilepsia. — Muitas affecções e dores se aggravão ou se manifestão de noite e de tarde, como também durante o movimento. — Dores nas mudanças de tempo. — Inquietações em todo o corpo, depois de ter estado por muito tempo sentado.— "Effervescencia de sangue e sede depois de ter bebido pouco vinho. — Magreza excessiva.—Fraqueza das articulações; curvando-se. —'Al- quebramento e tremor nos membros, sobretudo de manhã. —'Inércia geral e grande fraqueza nervosa. — "Esvaimento deitando-so de lado.— Grande fadiga, cançasso, e desejo de dormir, por tempo de borrasca. —"Grande disposição para resfriamentos, descobrindo somente os pés. Pelle.—Sensibilidade dolorosa da pelle.— "Prurido sobre todo o corpo, muitas vezes picante ou latejante.—Erupção por todo o corpo, semelhante a bexigas—"Manchas tuberosas e rozadas, pela pelle.— "Tumores e abcessos lymphaticos, mesmo com ulceras fistulosas.—Engurgitamento e dureza das glândulas.— "Inflamação e ulceração de ossos.—Indu- rações scirrhosas.— "Ulceras fistulosas, pútridas, flagedé- nicas, fungosas, <&c. com vegetação ou saine fétidas e miu- SILICIA. 191 das.—Supuraçôes benignas «malignas, principalmente nas partes membranosas.—Pelle achacada, qualquer lesão tende a ulcerar-se.— 'Pressão, prurido, ardor epicadas terríveis nas ulceras.—Furunculos.— "Carbúnculos de natureza ma- ligna.— "Gânglios.—Verrugas.— 'Panarissos. Somno.— 'Somno excessivo, sem que se possa adormecer.— "Bocejos freqüentes.—Somno de tarde, e cedo.—Somno tardio.— "Somno muito ligeiro de noite, como se não ti- vesse adormecido.— 'Insomnia, causada muito principal- mente por fervwa de sangue, calor na cabeça e grande affluencia d'idéas. — 'Visões medonhas e affluencia de sonhos anxiosos e fantásticos, -com choros, palavras, gritos e * des- pertar freqüente com sobressaltos. —Estremecimento do cor- po durante o somno.—Sonhos lascivos.—Roncos na ocea- siãode dormir.—Pesadelo.—Somnambulismo.—Sonhos com ladrões, assassinos, Cães, viagens, e com sceptros, &c.— 'Durante a noite congestão de sangue na cabeça, com dores pulsativas o pancadas no cérebro; dor d'estomago, náuseas e vômitos ou picadas em todas as articulações, seccura do nariz, e muitos outros soffrimentos. Febre.— 'Grande disposição friorenta e horripilação com ca- lafrios freqüentes, mesmo com o mais ligeiro movimento.— Calor freqüente, algumas vezes com fogagem.—Febre com grande calor, geralmente sem calafrio e com suor pouco abundante, ordinariamente desde as 10 horas da manhã, até ás 8 horas da noite.— "Suor com qualquer excesso mo- derado.— "Suor abundante de noite, -"ás vezes com cheiro de ácidos.— "Suor debilitante de manhã. Moral.—Estado melancólico e vontade de chorar.—Nostal- gia.— 'Anxiedade e agitação.—Humor taciturno, reconcen- trado comsigo mesmo.—Desasocego e mau humor pela me- nor cousa, resultante de grande fraqueza nervosa.—Escrú- pulos de consciência.— 'Grande disposição para assustar-se principalmente com hulha.— 'Falta d'animo.— 'Melanco- lia, mau humor, e desespero com desgosto profundo da vi- da.—Disposição para inquietar-se, pertinácia e grande irri- tabilidade.— "Repugnância para o trabalho.— "Apathia e distracção.—Fraqueza de memória. — 'Indisposição para re- flectir.—Grande desvario.—Disposição para enganar-se, fal- lando.—Idéas fixas, não cuidando senão ern alfinetes, pro- curando-os, e por toda a parto parecendo encontral-os. Cabeça.— * Obnubilação.— 'Fadiga delia pelo trabalho in- telleclual ( lér, escrever c reflectir ).— 'Atordoamento , -"principalmente de tarde, corno se estivesse embriagado.— 'Vertigens de diversas naturezas, principalmente de manhã, 192 SILICIA. e levantando os olhos, ou andando em carrinho; e outras vezes, abaixando-se, e depois de emoções moraes.—Vertigem com náuseas e vômitos.—Vertigem de cahir para traz.— 'Dor que vem desde a nuca até no alto da cabeça, algumas ve- zes impedindo de dormir de noite.— "Cephalaigía esqucn- tendo-se.—Cephalaigía com calafrio, cançasso e vontade de deitar-se.— 'Dores de cabeça todas as mankães.—Pressão na cabeça, com mau humor, e peso em todos os membros, ás vezes de manhã.— 'Peso da cabeça, parece que a testa rebenta; algumas vezes todos os dias desde manhã até de tarde.—* Tensão e pressão na cabeça, como se fosse estelar: --Repuchamentos na cabeça que parecera sahir pela testa.— 'Dores despedaçanles na cabeça, "muitas vezes semi-lateraes, com picadas que parecem sahir pelos olhos, e se estendem até nos ossos da cara, e nos dentes, em que se manifes- tão todas as manhães, com, ' calor na cabeça, principalmen- te na testa.—Latejos na cabeça e nas fontes. — 'Cephalaigía pulsante, geralmente por congestão de sangue na cabeça,— Puxões fortes e dolorosos.—Movimentos e tregeitos, como se tudo se movesse.—Abalo e resomnancia no cérebro, com qualquer movimento que se faça.—As dores de cabeça aug- mentão muito principalmente com o trabalho intellectual, faüando ou abaixando-se.—Depois das dores, escurecimen- to da Wsta.—Sensibilidade dolorosa do exterior da cabeça, com o menor contacto.— "Suor de tarde. — "Elevações tu- berosas na pelle cabelluda.—Grande prurido.— "Tinha hu- mida -'prurida, e queda dos cabellos. Olhos.—Dores nos olhos, de manhã, como produzida d'uma grande secura, ou d'areia que se tenha introduzido.—Pres- são e ardor nos olhos e palpebras. — Fisgadas que parecem sahir pelos olhos. — *Comichão e ardor nos olhos.—"Rubor dos olhos, com dor pungente nos ângulos. — 'Inflamação de olhos.—Inchação da glândula lacrimal.—"Fistula lacri- mal. —Lagrimejos no ar livre. —'Agglutinação das palpebras, durante a noite.—"Fungos hematodese ulceras da cornea.— "Manchas e cicatrizes sobre a cornea. — Tremor de olhos. —Occlusão spasmodica das palpebras. — "Presbyopia.—"Os caracteres se confundem na occasião de ler.—Os objectos parecem ser pálidos, lendo-se. —'Vista turva como atravez d'uma vela parda.—Accessos momentâneos de cegueira sú- bita.— Escurecimento do crystalino.— Escuridão da vista semelhante a gotta serena.—"Scentellas e 'manchas negras diante da vista.—"Pholophobia c deslumbramento na clari- dade do dia. Ouvidos.— Otalgia com dor tractiva. — "Furamento e *pan- SILICIA. . 193 cadas nos ouvidos. — "Picadas que parecem sahir pelos ou- vidos.—Comichão nos ouvidos.—Comichão. — Inflamação e resudação na cstremidades dos ouvidos.—Crostas por de- traz das orelhas.—Inchação do exterior da orelha, com cor- rimento pelos ouvidos, acompanhado d uma espécie d'asso- bio.—Sensibilidade excessiva do ouvido, com hulha.— "En- tupimento dos ouvidos , "que algumas vezes se dissipa assoan- do-se, ou com detonação.—-'Dureza do ouvido, -algumas vezes sem 0 menor barulho, ou exclusivamente pela voz.— Surdez do ouvido.—Surdez aggravada durante a lua cheia. —Zunido, e murmúrio como se qualquer pássaro esgravatas- sc próximo dos ouvidos.—Cariada apophysc, mastoide.'— "Inchação e endurecimento das parolidas. Nariz.—Ossos do nariz doridos, ao tocar. — Dores agudas no alto delle, com peso, abaixando-se; e sensibilidade excessi- va para a compressão.—Dor pulsativa d'ulccração no nariz até na cabeça.— 'Inflamação nas ventas.— "«'ruido e rubor -( na extremidade) que está coberta de vesiculas crostosas. —Furunculos.—'Crostas , borbulhas e ulceras no nariz.— "Epistaxis.—"i;alta deolfacto.—"Espirros abortados e inter- rompidos.—''Espirro muito freqüente e immoderado.— 'Entupimonto do nariz, pertinaz "algumas vezes por muco- sidades.—Seccura sensível do nariz ás vezes de noite.—'Co- ryza secea.—"Coryzi continua, —'Coryza fluente, -"cons- tantemente, °ou que levanta um entupimento forte do'na- riz.—Mucosidades nasaes, acres e corrosivas. Rosto. — Face pallida e térrea. — Manchas vermelhas, e arden- tes sobre as faces e o nariz, principalmente depois da co- mida.—Calor na face.—"Fisgadas nos favoritos.—Furunculo sobre a face.— "Cieiro o rhagades na pelle do rosto.—"In- duração scirrhosa no rosto e no beiço superior. — Inchação dos beiços.—Ulceração das commissuras dos beiços. — Erup- ções crostosas, com dor pungente. — 'Ulceras sobre aparte vermelha do beiço inferior.—Furunculos na barba.—lmpi- gens na barba.—"Caimbra na articulação da queixo.—"Pi- cadas e tracção nocturna. no queixo inferior.—"Inchação e caria dos ossos do queixo inferior.— "Inchação das glundu- Ias maxillares, com dor sensível, ou mesmo com induração. Dentes.—'Odontalgia produzida por alimentos quentes, ou introducção de ar frio na boca.—'Tracção, abailo, e quebru- menlo nos dentes, e face augmentadas de noite, ou somente comendo. — 'Odontalgia geralmente picante, e durante a noite, que interrompe o soinno, aggravada por cousas frias ou quentes.—"Dores de dentes, com inchação do osso ou do periostio do queixo, e calor nocturno e geral queimpe- 20' 191 silicia. de dormir. —"Furamento nos dentes.— Dentes embotados. —Inflamação dolorosa, inchação, excoriação e 'sangramen- to pelas gengivas. Boca.—Seccura da boca.—Máo hálito, -principalmente de ma- nhã.—"Scorbulo. — "Mucosidades permanentes na boca.— Sensação como se estivesse um cabello na lingoa.—Exco- riação da lingoa.—Inchação dum só lado.—Ulcera no pa- ladar.—Lingoa coberta de mucosidades denegridas. Garganta.—Dor de garganta com accumulação de mucosi- dades.—Dor de excoriação e * picadas, semelhante a alfi- netes, durante a deglutição.—Inchação da campainha.— Deglutição diflicil, como por paralysia da garganta.—Ten- dência dos alimentos para chegarem nas covas nasaes du- rante a deglutição. Appetite.— "Perca do sabor.— "Amargor na boca, mesmo de manhã.— Gosto azedo, pútrido, ou como se houvesse mu- cosidades e sangue na boca.— 'Sede forte, algumas vezes com falta de appetite.— "Repugnância para todos os ali- mentos principalmente de assados e quentes, com appetencia somente de cousas frias.— "Aversão á carne, parecendo in- digesta.—"Repugnância da criança para tomar o peito com vômitos depois de ter mamado.— 'Depois da comida, grande vontade de dormir, pyroses, asperezas na boca, arrotos aze- dos, peso no estômago e no ventre, ou (ás vezes consecuti- vamente) pressão no estomqgo, sahida d'aguadilha pela boca, como petuitas, vômitos, arrepios febris, congestão na cabeça e calor nas faces. Estômago.— "Arrotos com sabor de alimentos, algumas vezes depois de qualquer comida. — "Arrotos azedos. — Py- roses.— Soluço ás vezes de tarde, e na cama.— "Náuseas todas as manhães, com dôr na cabeça e nos olhos, e ás vezes voltando-os, ou ainda acompanhadas com vômitos d'um li- quido amargo.— "Náuseas continuas, e vômitos, mesmo de noite.— "Corrimento d agoadilha pela boca, como petuitas, ás vezes com horripilação.— "Vômitos todas as vezes que se bebe. —'Vômitos dos alimentos, mesmo de noite.— 'Pressão no estômago, algumas vezes depois de cada comida, ou bebida apressada.— "Sensibilidade dolorosa da scrobicula comprimindo em cima.— Peso no estômago.— 'Aperto na scrobicula, como por uma facha, algumas vezes depois da comida.— Sensação ardente na cavidade do estômago. Ventre.— "Inchação c dureza da região hepatica.—Dôr d'ul- ceração na mesma com pulsação ; as dores se aggravão ao tocar e andando.— Picadas nos hypocondrios, principal- mente do lado esquerdo. — Colicas, durante as quaes as SILICIA. 195 mãos tomão uma côr amarella, e as unhas azues.— Pressão no ventre, principalmente depois da comida.— 'Ventre duro, teso, quente (mesmo nas crianças) e algumas vezes sensível ao tacto.— 'Grossura de ventre.— 'Colicas por constipação.— 'Golpeamentos e beliscaduras 110 ventre, acom- panhados, ou não de diarrheias.— 'Sensação ardente no ventre.— As dores de ventre são alliviadas com applicação de roupas quentes.— "Hérnia inguinal e dolorosa.— In- flamação e inchação das glândulas da virilha.— "Agglome- ração de flactulencias. — Roncos e rugidos no ventre, sobretudo movendo o corpo.— 'Sahida diflicil de flactos.— Flactos mui fétidos. Dejecções.— 'Constipação c dejecções lentas, duras, difficeis, e nodosas.— "Dureza de dejecçõcs, com tenesmo freqüente. — 'Dejecções da consistência de papas, muitas vezes durante o dia.— Diarrheia com colicas.— Dejecções avermelhadas, ou com mucosidades sanguinolentas.—Corrimento freqüen- te de serosidades fétidas, d'um cheiro cadaverico.— Picadas e comichão no ânus e no recto, mesmo durante a evacuação. Ourinas.— Tenesmo ourinario.— Vontads continua d'ouri- nar com corrimento pouco abundante.— 'Emissão freqüen- te d'ourina mesmo de noite.— "Evacuação de sangue pela uretra na cama.— Areia vermelha, ou sedimento amarello e arenoso nas ourinas. • Partes genitaes.— Comichão e manchas vermelhas sobre a glande.— 'Excoriação, prurido e vermelhidão no prepucio. —Inchação do prepucio, que está coberto de borbulhas pruri- ginosas e humidas. —'Inchação hydropica do escroto.— Suor e prurido no escroto.— 'Mancha pruriginosa e humi- da no mesmo.— 'Falta de appetite venereo, com fraqueza das partes genitaes, ou desejo immodcrado para o coito com affluencia de idéas lascivas, e erecções fortes e freqüentes.— Corrimento de licor prostatico durante as evacuações.— Depois do coito, curvatura nos membros, ou sensação do paralysia num lado da cabeça. Regras.— 'Regras mui prematuras e fracas ou muito abun- dantes. —'Suppressão de regras.—Metrorrhagia.— "Diar- rheia, antes das regras.:— "Durante ellas, dores no ventre, e vista pallida,-ou sensação ardente e excoriação na vulva. — 'Comichão na vulva.—"Corrimento de sangue pelo utero durante a criação.—Abortos.—'Leucorrhéa na occasião d'ori- nar, ou depois das regras. —"Leucorrhéa da consistência de leite, correndo por intervallos, e precedida de picadas na re- gião umbilical. —'Leucorrhéa acre e corrosiva. —"Inflama- ção nos bicos dos peitos. -—^Abcessos no seio, mesmo com ulceras fistulosas e indurações. 196* SÇL1CIA. Larynge —"Rouquidão com aspereza e excoriação na laryn- ge.—Tosse produzida por bebidas frias, ou por pouco que se tenha failado. —'Tosse arquejante provocada por uma cocega suffocante na cova do pescoço. —'Tosse fatigante, de dia e de noite, aggravada pelo movimento, com expectora- ção mucosa pouco abundante.—Tosse nocturna e suffocan- te.—Tosse spasmodica.—Tosse secea, com dor de excoria- ção no peito.—Tosse com vômitos de mucosidades. —"Ex- pectoração abundante de mucosidades transparentes, tossin- do. —'Expectoração de pus, e de sangue, com tosse ôca c profunda. Peito. — 'Suffocação da respiração, -"estando deitado de "costas, ou abaixando-so, correndo e tossindo.—Respiração profunda e saspirosa.— "Respiração curta, durante um tra- balho manual pouco fatigante ou andando depressa, ás ve- zes com dyspenia durante o descaneo.— "Respiração arque- jante por ter andado apressadamente.—Oppressão do peito, como por constricção da garganta.— 'Pressão no peito al- gumas vezes somente por tossir ou espirrar.—'Fisgaduse picadas no peito, e d'um lado, ás vezes até no meio das espa- doas.—Pancada no sterno.—Dor de quebramento no pei- to, respirando ou tossindo. Tronco.— 'Dor nos rins, muito sensível, e sem que se to- que.— "Tracção crampoide nos rins, que não permitte en- direitar-se, e obriga estar deitado.— "Abcesso influmato- rio na região lombar.— 'Fraqueza, e inflexibilidade para- lytica, nas espadoas, nos rins e na nuca.— 'Rasgamentos e fisgadas no dorço.— "Picadas nos lombos, estando sentado ou deitado.— "Dor de despedaçamento entre os omoplatas. —Tracções tensivas, rasgamentos e lancinações dentro, o entro cs omoplatas.— "Ulcera puruienta na nuca.—Borbu- lhas e furunculos na nuca.— 'Inchação das glândulas na nuca, no pescoço e debaixo dos sovacos, ás vezes com dureza. — °Supuração das glândulas axillares.—Caria da clavi- cula. Braços.— "Tracções e despedaçamenlos nos braços, nas mãos e dedos.— 'Pezo e cançasso paralytico dos braços, os quaes tremem com o menor trabalho.— 'Adormecimento de bra- ços toda vez quise está deitado em cima delles, ou que se en- costa o cotovello sobre a mesa.—Pancada e tremor dos músculos do braço.—Pelle dos braços e mãos grotadas.— Furunculos e verrugas nos braços.—Fraqueza paralytica no ante-braço, deixando-se cahir tudo das mãos. — Endu- recimento do tocido-cellular do ante-braço.— "Picadas na articulação da mão, até no alto do braço.—Der crampoide SILICIA. 197 nas mãos c nos dedos.—Torpor das mãos, durante a noite. —Fraqueza paralytica.—Gânglio nas costas das mãos.— "Ulceras.—Comichão nos dedos.—Sensação ardente na ca- beça dos dedos.—Dor nas articulações dos mesmos cornpri- mindo-se lhes em baixo.— "Fraqueza, rijeza e falta de fle- xibilidade nos dedos.— 'Panarisso, principalmente com ve- getação, gritos e dores insupportaveis de dia c de noite. Pernas.—Tracções, rasgamentos e tensão nas pernas.—En- torpecimento sensível das pernas, principalmente estando sentado.—Fraqueza paralytica das mesmas.— "Pressão , rasgadura e picadas nos músculos das coxas.— "Ulceras pruriginosas nas coxas e nos malleolos.— 'Furunculos nas coxas o na barriga das pernas.— "Amolecimento e ulcera- ção do femur.— 'Rasgamento no joelho.— "Inchação in- flamatoria do mesmo.— "Fungo no joelho.—Dor tractiva nas pernas.—Frio nas pernas.—Inchação até nos pés.— "Ulceras nas pernas muitas vezes com aspecto doentio.— Mancha vermelha, e dolorosa sobre a tíbia.—Caria da tibia. — Tensão da barriga das pernas, como por encurtamento. — "Caimbras, principalmente de tarde, depois de qualquer excesso.—Entorpecimento das pernas.—Miliar pruriginosa nas pernas. — Uasgamento e picadas na barriga das per- nas, calcanhares e pontas dos dedos.— "Latejos no malleo- lo, apoiando o pé.—Entorpecimento, principalmente de tar- de.— 'Frio nos pés, -"algumas vezes depois da suppressão d'uma transpiração.—Sensação ardente nos pés e nas plan- tas delles, principalmente de tarde e de noite.—Inchação de pés, geralmente de manhã.— 'Cheiro fétido.— 'Suor com excoriação entre os dedos.— "Suor dos pés supprimido.— "Callos duros e dolorosos nas plantas dos pés.— 'Cóce- gas voluptuosas nas plantas delles, a ponto de tornar louco depois de ter sido cocado muito ou pouco.—Caimbra.— Vesiculas vermelhas no calcanhar.—Rijeza dos dedos. — Ul- ceras nos pollegares com dor lancinante.— "Callos nos pés com dor lancinante. irg&.M&rt. VER AT.— Helleboro branco. — Hahnemann. — Doses usadas : 12, 30.—Duração d'acção: 2 a 3 semanas em algumas affecções chronicas. Antídotos: Acon. camph. chin. coff. —Emprega-se como antídoto de: Ars. chin. fer. He sobretudo depois de: Ars. chin. cupr. phos-ac, que veratrum heeflicaz, logo que he indicado.— Depois delle convém algumas vezes: Ars. arn. chin. cupr. ipec. SYMPTOMAS GE BA ES.— "Accessos de dores, que provocão cada vez, durante um curto espaço de tempo, o delírio e a demência.— Dôr tractiva nos membros, principalmente an- dando muito.— Dor pressiva de rasgamento nos membros, músculos e ossos.— 'Dôr paralytica nos membros, como de- pois de um grande cançasso ou esfalfamento.—Rasgamento nos membros extensores, estando assentado.— "Dores nos membros, nas quaes o calor da cama he insupportavel, e só se allivião levantando-se, e completamente se dissipão, pas- seando-se, geralmente apparecein das quatro ás cinco horas da manhã.— "Dores nos membros, aggravadasna primavera, no outono, por um máo tempo, pelo frio, e humidade.— Dores aggravadas ouvindo-se fallar.— Relachainento dos músculos. —Adormecimento dos membros.— Rijeza dos membros, principalmente de manhã, e depois de um passeio. — Tremor de membros.— Fisgada nos membros, como por scentellas electricas.— Accessos de caimbras e movimentos convulsivos dos membros.— "Accessos de spasmos com aperto dos queixos, perca dos sentidos e do movimento, e tremor convulsivo dos olhos e das palpebras; antes do accesso, an- gustia, desanimo, e desespero.— (Ataques de epilepsia).— Spasmos tônicos, algumas vezes com contracção da palma das mãos e da planta dos pés.— *Muitos symptomas são re- novados estando sentado, e outros se cxtinguem estando deitado.— 'Prostração de forças, súbita, geral e paralytica. — 'Debilidade excessiva, chronica, que não permitte nem VERATRCM. 199 estar sentado nem deitado, ou ainda provocada pelo menor movimento.— Andar vascíllante.-- 'Accessos de esvaimento, ás vezes mesmo ao menor movimento. — Magreza geral.— Effervescencia em todo o corpo até nas pontas dos pollegares dos pés.— Está-se affectado pelo grande ar. Pelle.— Erupções miliares, que comem ao calor, e queimão depois de cossadas.— Erupções urticarias.— 'Erupções sec- cas, parecendo a sarna, com comichão nocturna.— lmpi- gens seccas.— Desquamação da epidermia.—' Pelle molle, e sem elasticidade.— "Côr esbranquiçada da pelle. Somno.— Adormecimento somnolento, ou coma-vigilia, com conhecimento incompleto, sobressaltos com medo, e olhos meio abertos, ou fechados d um só lado.—Insomnia noctur- na, com grande angustia.—Somno muito profundo.—Som- no com os braços cahidos sobre a cabeça.—Sonhos anxiosos. —Gemidos durante o somno. Febre.— 'Frio geral de todo o corpo, e suores frios, viscosos, principalmente na testa.— Horripilações e arripiamento com sôde d'agoa fria.— Horripilações e pelle arripiada depois de ter bebido.— "Febre com frio exterior somente.— Violento arripiamento tiritando (seguido de calor e de sede pouco fortes) depois suor, que immediatamente se muda em frio. — "Arripiamento, com muita sede, seguido de calafrios al- ternando com calor, e por fim calor permanente com sede.— "Febre com calor interior somente, e ourina carregada, ou -"com vomito e diarrheia, ou com constipação; -"durante o arrepiamento, vertigem, náuseas e dores nos rins e nas es- padoas.— *Durante o calor modorra continua, ou delirio, -*com vermelhidão da face.-- "Febre antes de meia noite, e de manhã quotidiana, terça,-ou quarta. — °Pulso lento e quasi sumido, pequeno, accelerado e intermittente.— Suor provocado durante o dia pelo menor movimento. Moral.— Abatimento melancólico, tristeza e necessidade de chorar.— Afflicção inconsolavel, com uivos e gritos por acontecimentos imaginários.— "Angustia excessiva, e in- quietação, com apprehensões e turvaçâo de consciência, prin- cipalmente de noite ou de manhã, muitas vezes também quan- do se levanta do lugar em que se acha, e da cama.—Grande disposição a assustar-se e caracter timorato.— 'Angustia mortal.— 'Desanimo e desespero.— Agitação muito oceu- pada, entregando-se a muitos movimentos, com grande dis- posição para o trabalho.— Disposição para zangar-se, pela menor cousa, muitas vezes seguida d'anxiedade e palpitação de coração.— Disposição para entreter-se com as faltas dos outros.— Alegria immoderada c loquacidade.— Raiva, com 200 VERATiUWl. vontade de morder, e escapar-se.— Perca da memória.—* Falia de idéas.— Perca dos sentidos.— Alienação mental c demência; com canto, assobio, riso, necessidade de correr d'um lado para outro, idéas c acçoes extravagantes, ou ainda com disposição preoecupada d'affecções que não tem a me- nor semelhança, mas sim que são fictícias.— "Accessos de alienação erótica ou religiosa.—■ Delirios violentos. Careça.— Embaraços na cabeça, como se dentro tudo se estivesse movendo, principalmente de manhã.—Embota- mento de todos os sentidos.—Vertigem d'andar a roda. — Embriaguez e atordoamento.— 'Accessos de doresde cabcçâi com palidez do rosto, náuseas evômitos.—Dores de cabeça, com rijeza dolorosa da nuca. — Doresde cabeça com fluxo cfourina.—Dores de cabeça por accessos, como se o cérebro estivesse pisado ou despedaçado. — Ccphalalgia pressiva, mui- tas vezes no alto da cabeça, ou semi-latteral, com dor de estômago.—Dor contractiva na cabeça (e garganta).—Dor incisiva no alto da cabeça.—Aballos na cabeça, com tremo- mores nos braços e palíidez dos dedos.—Forte congestão de sangue na cabeça, abaixando-se.—Dores de cabeça pulsati- vas.—Dor ardente no cérebro. -—Sensação de frio e de calor no exterior da cabeça com 'sensibilidade dolorosa dos cabel- los.—'Frio no alto da cabeça, como se tivesse gelo em ci- ma.—'Suor frio na testa. Olhos.—Dornos olhos como se o globo estivesse machucado. ■—Rasgamento doloroso ou compressão nos olhos. —»Ardor permanente nos olhos.—Vermelhidão dos olhos.—Inflama- ção dolorosa dos olhos, principalmente do olho direito, algu- mas vezes com dores de cabeça violentas, e insomnia noc- turna.—Olhos ternos, turvos, e amarellos. —Cor azul dos olhos.—Olhos fundos e como recobertos d'uma clara d'ovo. —Seccura excessiva das palpebras.—Choros abundantes, muitas vezes com ardor, dores incisivas e seusação de sec- cura nos olhos.—'Agglutinação das palpebras, durante o somno.--Paralysia das palpebras.—Olhosconvulsos e proe- minentes.— Pupillas fortemente contrahidas ou dilatadas d'uma maneira sensível.—Perca da vista.—Diplopia.—°Ce- gueira nocturna.—Scentellas e manchas pretas diante os olhos, principalmente levantando-se do lugar cm que se acha, eu da cama. Ouvidos.—Fisgadas nos ouvidos.—Pressão c apertos nos ouvi- dos.—Sensação de frio alternando com calor.—Surdez, como por obturação dos ouvidos.—Buido nos ouvidos; prin- cipalmente levantando-se do lugar. Nariz.— "Frio glacial do nariz. — Inflamação e dor d'ulcera- VERATRrM. 201 çlo no interior do nariz.—Dor contraetiva c deprimante no «sso do nariz.—Epistaxis nocturna, ou por uma sõ venta. —Cheiro de estrume diante do nariz.— Sensação de secura penosa no nariz.—Espirro violento e freqüente.—Corysa. Rosto.— 'Rosto pallido, frio, hypocratico, mascüento, afil- iado, e circulo azul ao redor dos olJws.—Rosto azulado.— Cor amarella do rosto.— "Vermelhidão d'uma das faces, com palíidez da outra.— 'Vermelhidão e palíidez alternati- vas da face.— Vermelhidão da face logo que se está deitado, palíidez endireitando-se.— 'Calor ardente, rubor carregado « suor do rosto.— "Suor frio na cara, — Dores faciaes, trac- tivas e tensivas d um só lado e estendendo-se até a orelha. — Tremores e picadas nos músculos da cara.— Pústulas na face, e afinal dor de excoriação ao tocar.— Caparrozana <;ara#— Erupção miliar sobre as faces.— Inchação da face. — Beiços seccos, morenos e rachados.— Erupção nas com- missuras dos beiços.— Caparroza ao redor da boca e da barba.— Coimbra do queixo.— Dôr e inchação das glân- dulas abaixo dos queixos. Dentes.—Odontalgia, com dores de cabeça, face vermelha e inchada.— "Odontalgia (algumas vezes pulsativa) com in- chação do rosto, suor frio na testa, náuseas e vômitos, can- çasso e frio de todo o corpo, prostração de forças até o des- faliecimento, calor interior, « sede inextinguivel.— Pres- são o sensação do peso excessivo nos dentes, com repucha- mento durante a mastigação, mesmo dos alimentos moles. —Ranger dos dentes.—Abalo dos dentes. Boca.—Boca seca e viscosa.—Sallivação com nauzeas, ou com gosto acre ou salgado.—Escuma na boca.—Sensação do frio ou ardencia na boca e sobre a lingua.—Inflamação do interior da boca.— "Língua secea, morena, e gretada, ou vermelha e inchada.— "Língua carregada d'um humor ama- rello.—Gagueira.—Perca da palavra.—Sensação de torpor, c grande secura no paladar. Garganta.—Mal de garganta, com dor conslricliva d'estran- gulamento, sobretudo durante a deglutição.—Estreitamento da garganta, como por uma inchação pressiva.— Inchação da garganta com perigo de suffocação.— Sensação de frio ou ardencia na garganta. — Seccura na garganta, que não pode ser saciada por nenhuma bebida.— Aspereza e aperto na garganta. Atpetite.— Insipidez da saliva na boca.— Gosto amargo, bi- lioso na boca.— Gosto pútrido na boca, como o do estru- me, herbaceo.— Gosto fresco ou picante na boca e na gar- ganta.— "Sédç inestinguivel, com detejo de bobdas fr>«s 25 202 VER AT RIM. principalmente.— Appetite e desejos dalimentos, mesmo no intervallo dos vômitos e evacuações alvinas.— Fome ar- dente e voraz.— 'Fome canina.— 'Desejo ardente e conti- nuo de ácidos e de cousas frescas (fructas).— Repugnância para os alimentos quentes.— "Por pouco que se tenha comido vomito immediato e diarrheia.— "Em comendo, náuseas com fome e compressão no estômago.— "Depois da comida, so- luços, vontade de dormir, e regurgitação de scrosidades amargas. Estômago.— Arrotos com gosto dos alimentos.—Arrotos vio- lentos, interrompidos, mesmo depois da comida.— Arrotos amargos ou azedos.— Soluço freqüente e violento.— Náu- seas violentas com vontade de vomitar, muitas vezes a ponto de desmaiar-se, e geralmente com forte sede.— 'Náuseas freqüentes ou continuas, mesmo de manhã.— Corrimento d'agoadi!ha pela boca, como petuitas.— 'Vomito violento com náuseas continuas, grande prostração, e necessidade de deitar-se, precedidos de mãos frias, com horripilações sobre todo o corpo, acompanhadas de calor geral, e seguido de effervescencia de irangue ede calor nas mãos.— Vômitos dos alimentos.— 'Vomito amargo -ou azedo.— 'Vomito d'escu- ma e de mucosidades verde-negras ou brancas.— Vomito de mucosidades, de noite.— Vomito de bilis negra e de sangue. — Vomito continuo, com diarrheia e pressão na scrobicula. ■— °^l menor gotta de liquido e o mais ligeiro movimento provocão os vômitos.— Em vomitando, contracção dolorosa de ventre.— Dôr d'estomago com fome e sôde ardente.— Sensibilidade excessiva da região do estômago e da scroaicula. — "Angustia excessiva na cavidade do estômago.— Vacui- dade e indisposição no estômago.— Caimbra de estômago. — Pressão na scrobicula estendendo-se algumas vezes até no sterno, nos hypocondrios e no baixo-ventre, sobretudo depois da comida.— Sensação ardente na cavidade do estô- mago.— Inflamação d'estomago. Ventre.— Colicas na região umbilical.— "Grande sensibilida- de dolorosa de ventre ao tocar.—Dores de ventre nocturnas, com insomnia.—Inchação do ventre.—"Ventre duro e incha- do.—Tensão nos hypocondriose região umbilical. — Caimbras abdominaes e colicas.— Dores do ventre pressivas, tractivas, de tarde, andando.— Golpeamentos como com facas acom- panhados de diarrheia e sede com diuresia.— Sensação ar- dente em toda a extensão do ventre, como de carvões arden- tes.— Dôr de pisadura nas entranhas.— Inflamação dos intestinos.— Hérnia inguinal,-— Colica flactulenta, com gorgolejo ardente e borborygmos no ventre.— Quanto mais VER ATREVI 203 permanecem os flactos, mais diflicilmenle sahem.— Expul- são violenta de ar, por baixo e por cima. Dejecções.— 'Constipação, algumas vezes morena, e a maior parte dellas por inactividade do recto, e muitas vezes acom- panhadas de calor e de doresde cabeça.— Constricção de ventre.— Dejecções duras e d'um molle muito voluminosô. — "Diarrheias violentas e dolorosas, muitas vezes com ten- são de ventre, precedidas e seguidas de golpeamentos.— Diarrheia de maiorias acres, com sensação ardente no ânus. — Diarrheias nocturnas.— Dejecções diarrheicas, denegri- das, esverdinhadas e morenas.— Dejecçõcs diarrheicas san- guinolentas. — Evacuação desapercebida d'uma dejecção liquida expulsando vento.—- 'Durante a dejecção grande cançasso, arrepiamento com horripilação, palíidez do rosto, suor frio na testa e anxiedade, com receio cfapoplexia.— Sensação ardente no ânus, durante a dejecção.— Dôr de excoriação no ânus.— Pressão do ânus com hemorrhoides cegas.— Symptomas verminosos. Ourinas.—Retensão d''ourina.—Vontade dourinar, emquan- to que a bexiga está vasia, como se a uretra estivesse estran- gulada por detraz da glande. —Ourina pouco densa, ama- rella, e já turva logo que se expelSe.—Fluxo d'ourina com fome e sede ardentes, dores de cabeça, náuseas com vontade de vomitar, colicas, dureza das dejecções e coryza.—Corri- mento involuntário das ourinas.—•Ourina acre.—Ourina Car- regada ou verde. — Dor pressiva na bexiga e sensação arden- te, ourinando-se. Partes genitaes.—Sensibilidade excessiva das partes genitaes. —Excoriação do prepucio,—Tracções nos testículos.—Re- gras muito prematuras e muito abundantes.—Suppressão das regras. — Antes das regras, d-.ires de cabeça, vertigem, epistaxis e suor nocturno.—No fim das regras, diarrheia náuseas, e arrepiamentos.— Durante as regras, dores de Ca- beça, de manhã, com náuseas, e desejo de vomitar, zumbi- do de ouvidos, sede ardente e dores em todos os membros. — No fim das regras, ranger (to dentes, c rosto anulado.--. "Regras supprimidas com delírio. Larynge.—Peito carregado de mucosidades, com aspereza o aperto na garganta.— Tosse provocada por uma cocega. pro- fundamente nos bronchios, com expectoração facil, ou bem secea..—Tosse violenta, com arrotos contínuos, como se fos- se vomitar.—Tosse de tarde, com salivação.—7W.se secea, ardente, geralmente de tarde e de manhã. — Tosse com dor no lado, fraqueza e oppressão de respiração.—Tosse õca, profunda, como vinda do ventre, com dores incisiva»-wcrh- 204 veratrum. domen.— Em tossindo, lancinações no anel inguinal.— •"Tosse semelhante a da coqueluche, com vomito.—Entran* do-se n'um aposento quente, tosse com expectoração ama- rella, seguida de dor de pisadura no peito.—Tosse, com expectoração abundante. Peito.—Suffocação da respiração, freqüentemente a ponto de suffocar, produzida geralmente por uma constricçãospasmo- dica da garganta ou do peito.—Respiração curta, ao menor movimento.— Dyspenia, e oppressão de respiração, mosmo estando sentado.—Peito muito opprimido, com dor no lado respira ndo-se.—Pressão no peito sobretudo na região do sterno , c principalmente depois deter comido ou bebido. —Sensação de enchimento no peito, que oceasiona arrotos contínuos.—Aperto no peito, principalmente depois de ter bebido.—Caimbra de peito com constricção dolorosa.—Con- tracção spasmodica dos músculos do peito.—Dor incisiva no peito.—Fisgadas por accessos no peito com suffocação da respiração.—Palpitação de coração violenta, que levan- ta oslados, com suffocação, c accesso d'angustia excessiva de coração. Tronco.—'Dor de rasgamento nos rins, e na* espadoas, -com pressão tractiva, principalmente abaixando-se e endireitan- do-se.—Aperto entre os omoplatas.—Rijeza rheumatismal da nuca, -com vertigem, uma vez que se mova.—Fraqueza paralytica dos musmlos do pescoço, e então não podem sup- portar a cabeça. Braços. —Dor de quebramcnto paralytico nos braços, desde a articulação do hombro até no punho.—Tremor nos braços. —Frialdade ou sensação de enchimento e inchação nos braços.—Sensação continua c adormecimento dos braços.— Tremor dos braços, agarra ndo-se um objecto.—Aballos no cotovello, como por scentellas electricas.—Impigem secea na mão.—Effervescencia na mão e nos dedo*.—Adormeci- mento e paralidez dos dedos.—"Frio glacial nas mãos.— Repuchamentos e caimbras nos dedos. Peinas.—Paralysia na articulação coxo-femoral, com oppres- são, andando.—Dor derasgadura paralytica nas pernas.— Rasgamento arthritico, e tracções nas pernas e nos pés.— Sensação continua de adormecimento das pernas.—Tensão dos tendões da curva das pernas, como se elles fossem mui- to curtos.—Dor de rasgadura nos joelhos descendo-se esca- das.— Aballos no joelho, comi por scentellas electricas.— Peso excessivo e doloroso nos joelhos, nas pernas e nos pés, eom andar difficil.—'Caimbras violentas na barriga das pernas e nos pés.—Inchação rápida dos pés.—"Frio glacial YKRATRtiM. 205 nos pés.—Tremor de pés, com frio, como se estivessem n'agoa fria.—Picadas nos pollegares dos pés.—Gotta dolo- rosa nos pés.—Latejos e dor de excoriação nos callos dos pôs. Fl*f